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E D I T O R A
REITOR Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
DIRETOR DE ENSINO PRESENCIAL Prof. Ms. Daniel de Lima
DIRETORA DE ENSINO EAD Prof. Dra. Geani Andrea Linde Colauto
DIRETOR FINANCEIRO EAD Prof. Eduardo Luiz Campano Santini
DIRETOR ADMINISTRATIVO Guilherme Esquivel
SECRETÁRIO ACADÊMICO Tiago Pereira da Silva
COORDENAÇÃO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE ENSINO Prof. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE PESQUISA Prof. Ms. Luciana Moraes
COORDENAÇÃO ADJUNTA DE EXTENSÃO Prof. Ms. Jeferson de Souza Sá
COORDENAÇÃO DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE GESTÃO E CIÊNCIAS SOCIAIS Prof. Dra. Ariane Maria Machado de Oliveira
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE T.I E ENGENHARIAS Prof. Me. Arthur Rosinski do Nascimento
COORDENAÇÃO DOS CURSOS - ÁREAS DE SAÚDE E LICENCIATURAS Prof. Dra. Katiúscia Kelli Montanari Coelho
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REVISÃO ORTOGRÁFICA E NORMATIVA Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
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Jéssica Eugênio Azevedo
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PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO André Dudatt
Vitor Amaral Poltronieri
ESTÚDIO, PRODUÇÃO E EDIÇÃO André Oliveira Vaz
DE VÍDEO Carlos Eduardo da Silva
Carlos Henrique Moraes dos Anjos
Pedro Vinícius de Lima Machado
EDITORA-CHEFE Prof. Dra. Denise Kloeckner Sbardeloto
EDITOR-ADJUNTO Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
ASSESSORIA JURÍDICA Prof. Dra. Letícia Baptista Rosa
FICHA CATALOGRÁFICA Tatiane Viturino de Oliveira
Zineide Pereira dos Santos
REVISÃO ORTOGRÁFICA Prof. Esp. Bruna Tavares Fernandes
SECRETÁRIA Mariana Bidóia Machado
Yasmin Cristina de Miranda Andretta
SETOR TÉCNICO Fernando dos Santos Barbosa
FICHA CATALOGRÁFICA
ISBN 978-65-5433-038-1
2023 by Editora Edufatecie. Copyright do Texto C 2023. Os autores. Copyright C Edição 2023 Editora Edufatecie.
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva
dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permitido o download da
obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la
de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
AUTOR
Professor Maycon Vinícius de Senna Ribeiro
3
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Olá aluno (a)! Seja muito bem-vindo à apostila de Tratamento de Efluentes. Nessa
trilha do conhecimento, teremos muitos assuntos a serem compreendidos. Das definições
de um efluente, até os principais processos de tratamentos dos efluentes. Veja só:
Tenho certeza que ao fim do material você estará apto e preparado para enfrentar
os desafios relacionados aos efluentes. Vamos lá!
4
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Caracterização de Efluentes e Legislação
UNIDADE 2
Processos de Tratamento de
Efluentes: Parte I
UNIDADE 3
Processos de Tratamento de
Efluentes: Parte II
UNIDADE 4
Tratamento de Efluentes
na Indústria Sucroalcooleira
5
CARACTERIZAÇÃO
Objetivos da Aprendizagem
• Padrões de Qualidade;
UNIDADE
1
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
......................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
INTRODUÇÃO
Olá aluno (a), seja bem-vindo (a) a Unidade I do nosso material. Essa Unidade tem
como objetivo conceituar e estabelecer o que são efluentes, uma palavra que está presente em
muitos momentos quando o assunto é sustentabilidade e uso adequado dos recursos hídricos.
Com a definição de efluentes compreenderemos com maior profundidade como
eles são gerados e quais são as características, ou padrões de qualidade que eles possuem
e que podem adquirir após o tratamento. O tratamento de efluentes será melhor abordado
nas Unidades II e III, porém aqui já partiremos do ponto que o tratamento foi eficaz e os
padrões de lançamento foram atingidos, outro conceito importante que veremos.
Os padrões de lançamento dos efluentes dependem muito das legislações, que esta-
belecem os parâmetros adequados de lançamentos. Todo o projeto de tratamento de efluentes
busca emitir efluentes tratados que atendam à legislação vigente. Dessa forma, é importantís-
simo o conhecimento da legislação vigente para questões de projeto e análises requisitadas.
Aluno (a), de posse desses conhecimentos já poderemos estabelecer nosso ponto
de partida (efluente gerado) e projetar qual o ponto final, ou seja, o lançamento do corpo
hídrico que atende a legislação.
Vamos em frente!
1
TÓPICO
DEFINIÇÃO E
EXEMPLOS DE
EFLUENTES
.
.....
.....
.....
2
TÓPICO
PADRÕES
DE QUALIDADE
.
.....
.....
.....
caracterização dos efluentes. Esse é um ponto fundamental para definirmos qual o tipo de
tratamento a ser utilizado, pensando em qual o valor do parâmetro que pretendemos atingir,
antes do descarte.
dem até mesmo ser inter-relacionados. A temperatura, por exemplo, tem influência sobre
ção da carga microbiana. Abaixo temos uma tabela que descreve alguns constituintes e
suas importâncias.
Constituintes Importância
Sólidos suspensos podem provocar depósitos de lodo e
Sólidos suspensos condições anaeróbias quando esgoto bruto é descarregado no
ambiente aquático.
Contendo principalmente proteínas, carboidratos e gorduras,
os orgânicos biodegradáveis são mais comumente medidos
em termos de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) e
Orgânicos
DQO (demanda química de oxigênio). Se lançado sem
biodegradáveis
tratamento ao ambiente, suas estabilizações biológicas
podem levar à depleção dos recursos de oxigênio natural e ao
desenvolvimento de condições sépticas.
Doenças transmissíveis podem ser transmitidas por organismos
Patogênicos
patogênicos que podem estar presentes no esgoto.
Associados ao carbono, tanto nitrogênio como fósforo
são elementos essenciais para o crescimento. Quando
descarregados no meio aquático, esses nutrientes podem levar
Nutrientes
ao crescimento de espécies aquáticas indesejáveis. Quando
descarregados no solo em grandes quantidades, podem,
também, provocar a poluição de águas subterrâneas.
Compostos orgânicos e inorgânicos selecionados com
base em suas conhecidas ou suspeitas carcinogenicidade,
Poluentes prioritários
mutagenicidade, teratogenicidade ou elevada toxicidade aguda.
Muitos desses compostos são encontrados nos esgotos.
Esses orgânicos tendem a resistir aos métodos convencionais
Orgânicos refratários de tratamento de esgotos. Exemplos típicos incluem
surfactantes, fenóis e pesticidas utilizados na agricultura.
Metais pesados são, usualmente, adicionados ao esgoto
Metais pesados por atividades comerciais e industriais e poderá haver a
necessidade de removê-los se o esgoto for reutilizado.
projeto aos sistemas de tratamento, são obtidos através de amostragem. Ou seja, são
coletadas amostras dos efluentes em determinados pontos, de modo que essas amostras
representem o máximo possível os efluentes como um todo. Para uma boa amostragem,
na Tabela 2. Porém, é importante compreender que os planos têm como objetivo amostras
representativas, mas que não existem técnicas universais e dependem, muitas vezes, das
protocolo detalhado para que os resultados sejam condizentes com o esperado. Isso envol-
intervalos de tempo;
requerido;
A gestão do processo de amostragem permite que, de fato, o efluente seja classificado como ele é na re-
alidade. Isso implica em dizer que uma falha no plano de amostragem pode criar falsas características e,
consequentemente, projetos repletos de erros e que na prática não funcionarão como previsto.
3
TÓPICO
CONDIÇÕES DE
LANÇAMENTOS
DE EFLUENTES
E LEGISLAÇÃO
.
.....
.....
.....
efluentes podem ser os corpos hídricos, desde que não sejam classificados como poluen-
tes. Por essa razão esses efluentes devem ser tratados, de modo a obter parâmetros que
pela Resolução nº 430/11, que pode ser observada nas Tabelas 3, 4 e 5 (BITTENCOURT
e PAULA, 2014).
Vamos em frente!
LIVRO
Título: Bacias Hidrográficas e Recursos Hídricos
Autor: Cristiano Poleto.
Editora: Interciência.
Sinopse: Mundialmente, busca-se uma nova leitura sobre a im-
portância da água, seja em situações de escassez e conflitos de
uso, ou para abastecimento humano e dessedentação animal.
De uma forma geral, as leis preveem a gestão dos usos da água
por bacias hidrográficas e que a geração de recursos financeiros
devam ser empregados, prioritariamente, na própria bacia, por
meio da cobrança pelo uso da água. Porém, ainda há muito a se
fazer com relação ao entendimento e disseminação do conhe-
cimento quanto às inúmeras variáveis envolvidas no processo
Bacias Hidrográficas x Recursos Hídricos. Assim, o presente livro
vem trazer um novo agrupamento de informações pertinentes
ao gerenciamento dos recursos hídricos e busca ampliar a visão
do leitor, quanto às possibilidades e aplicabilidades de diversos
conhecimentos e estudos em diferentes áreas da Ciência para
preservarmos um bem maior, a Água.
FILME / VÍDEO
Título: Documentário “O Lixo Nosso de Cada Dia”
Ano: 2020.
Sinopse: O documentário provoca reflexões sobre os caminhos
do lixo em Rio Preto e retrata a relação que a sociedade tem
com o lixo que produz. Projeto contemplado pelo Prêmio Nel-
son Seixas 2019, da Secretaria de Cultura de São José do Rio
Preto - SP.
Link do vídeo: https://youtu.be/KWIEnztOXJU
Objetivos da Aprendizagem
• Processos Químicos de Tratamento;
• Processos Físicos de Tratamento;
PARTE I
Plano de Estudos
biológicos.
UNIDADE
2
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
......................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
INTRODUÇÃO
Olá aluno (a)!
Seja muito bem-vindo (a) a mais uma Unidade do nosso material. A partir da primei-
ra Unidade nós verificamos o que são tratamentos de efluentes, sua importância e quais
são os principais parâmetros que precisamos estar atentos para que o tratamento seja
eficiente. A partir de agora, aprofundaremos nossos conceitos especificamente em tipos de
tratamento de efluentes, separados e classificados pela forma que são desempenhados.
Nessa Unidade abordaremos os processos físicos de tratamento, ou seja, aqueles
que envolvem a remoção física de contaminantes ou que são realizados a partir de um mé-
todo físico, como sistemas físicos de mistura, de decantação ou de filtração, que possam
auxiliar na redução inicial das cargas de contaminantes.
Após esse processo, veremos como os métodos químicos podem ser empregados
para auxiliar nas etapas de decantação mas também reduzir a carga contaminante de
compostos específicos, como por exemplo os metais pesados. Os processos químicos são
diversos e muito empregados na remoção de contaminantes mais difíceis, como fármacos.
A seguir conheceremos os processos biológicos de tratamento de efluentes, que
utilizam de microrganismos para a redução da carga orgânica desses efluentes. Esse é um
dos métodos mais empregados em todo o mundo no tratamento de efluentes, sendo divididos
em etapas aeróbias e anaeróbias, a depender da carga orgânica envolvida. Nesse processo
são gerados lodos que posteriormente são tratados, reutilizados e sendo destinados a outros
fins, como fertilizante de lavouras.
Nesse grande contexto de informações, peço a você aluno (a) verifique com muita
atenção as especificidades dos tratamentos para que com os diagnósticos corretos dos
efluentes, a escolha do tratamento seja eficaz.
Vamos em frente!
1
TÓPICO
PROCESSOS
FÍSICOS
DE TRATAMENTO
.
.....
.....
.....
1.1 Gradeamento
As grades são equipamentos telados, com aberturas de tamanhos específicos, com
o objetivo de reter objetos e particulados que sejam maiores do que essas aberturas. São
empregados em coletores de efluentes (principalmente esgotos) e podem ser utilizados nos
locais de despejo das águas tratadas nos corpos hídricos.
2
TÓPICO
PROCESSOS
QUÍMICOS DE
TRATAMENTO
.
.....
.....
.....
Concentração
Metal no efluente Tecnologia de remoção
(mg/L)
0,05 Precipitação de sulfeto com filtração
Arsênico
0,005 Co-precipitação com hidróxido férrico
0,05 Precipitação com hidróxido a pH 10-11
Cádmio
0,008 Precipitação com sulfeto
0,01-0,02 Precipitação com sulfeto
Mercúrio
0,0005-0,005 Co-precipitação com hidróxido férrico
2.3.1 Ozônio/UV
A luz ultravioleta em presença de ozônio na água, produz oxigênio gasoso e ra-
dicais livres hidroxilas, capazes de oxidar diversos compostos orgânicos. O intermediário
produzido é o peróxido de hidrogênio, que é degradado em oxigênio e hidroxilas.
Em todos os processos que envolvem UV, os custos de lâmpadas e/ou precisam da
exposição à luz solar têm custos consideráveis (EDDY, 2016).
3
TÓPICO
INTRODUÇÃO AOS
TRATAMENTOS
BIOLÓGICOS
.
.....
.....
.....
Porcentagem em
Elementos
massa seca (%)
Carbono 50,0
Oxigênio 22,0
Nitrogênio 12,0
Hidrogênio 9,0
Fósforo 2,0
Enxofre 1,0
Potássio 1,0
Sódio 1,0
Cálcio 0,5
Magnésio 0,5
Cloro 0,5
Ferro 0,2
Elementos em traço <0,3
Chegamos ao fim de uma unidade muito importante do nosso material. Nesta Unidade
conhecemos as principais classificações de tratamentos de efluentes e suas principais carac-
terísticas. Vimos que todos esses tratamentos estão presentes em sistemas de tratamento de
água e efluentes, principalmente os tratamentos de esgotos das principais cidades.
Conhecemos os tratamentos físicos, com ênfase nas separações de sólidos por
gradeamento que evitam danos às tubulações e equipamentos, e qual a disposição desses
materiais após a limpeza desses dispositivos. Vimos também como esses sistemas estão
localizados principalmente no início dos sistemas de tratamento. Os processos de mistura,
fundamentais para a homogeneidade do tratamento, também foram vistos e sua importân-
cia compreendida.
A seguir conhecemos um pouco mais a respeito dos tratamentos químicos e como
ocorre a adição de agentes coagulantes nos processos de tratamento, auxiliando os efluen-
tes a tornarem-se mais límpidos e a retirarmos os coágulos formados e decantados no
fundo. Vimos como as cargas elétricas dos principais coagulantes devem ser consideradas
e como sais metálicos são amplamente empregados com essa finalidade.
Por fim, verificamos os principais pilares do tratamento biológico, conhecendo
um pouco mais a respeito de microrganismos, suas características e como os fatores
ambientais de temperatura e pH influenciam o seu crescimento. Também compreende-
mos o metabolismo microbiano, como ele é classificado em termos de fonte energética e
utilização de oxigênio.
Agora temos as principais bases para seguir com maior especificidade a respeito dos
principais sistemas de tratamento de efluentes empregados principalmente nas indústrias.
Vamos em frente!
LIVRO
Título: Princípios básicos do tratamento de esgotos
Autor: Marcos von Sperling.
Editora: UFMG.
Sinopse: O presente volume é o segundo da série intitulada
princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Nele
são abordados conceitos e princípios básicos associados aos
diversos processos e sistemas de depuração de efluentes. A
compreensão destes conceitos é de grande importância para
uma visão integrada do tratamento de esgotos, tendo como
elemento de ligação os fundamentos dos principais processos e
operações unitárias componentes das estações de tratamento
biológico. Os tópicos enfocados neste segundo volume da série
são: (a) princípios da microbiologia do tratamento de esgotos;
(b) princípios da cinética de reações e da hidráulica de reatores;
(c) princípios da remoção da matérias orgânica; (d) princípios de
sedimentação; e (e) princípios de aeração.
FILME / VÍDEO
Título: Etapas do Tratamento de Efluentes
Ano: 2021.
Sinopse: Neste vídeo as principais etapas do tratamento de
efluentes são abordadas, como efluentes domésticos, proces-
so preliminar, processo primário, processo secundário, Lodos
ativados e desidratação do lodo, e processos terciários.
Link do vídeo: https://youtu.be/_PqMzjm9rEM
Objetivos da Aprendizagem
Plano de Estudos
UNIDADE
3
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
......................
...................... ...................... ................
...................... ...................... ................
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INTRODUÇÃO
Olá aluno (a)!
Seja bem-vindo (a) a mais uma Unidade do nosso material. Nas Unidades ante-
riores compreendemos de forma geral como são caracterizados os efluentes e quais os
principais tipos de tratamento de efluentes empregados, separados em físicos, químicos e
biológicos. Nesse contexto, existem muitas aplicações dos processos biológicos e por essa
razão dedicamos uma unidade inteira para especificarmos e compreendermos os principais
tipos de tratamentos biológicos.
Principalmente o esgoto, os efluentes com cargas orgânicas consideráveis podem
ser tratados integralmente por tratamentos biológicos. Alguns, talvez necessitem de outros
tratamentos secundários para remover compostos específicos não removidos pelo proces-
so biológico. Mas em sua maioria, a carga orgânica é reduzida e até mesmo zerada com o
emprego dos microrganismos.
Os processos biológicos são divididos de acordo com a utilização do oxigênio,
ou seja, são classificados em aeróbios e anaeróbios. Cada um tem a particularidade de
receber ou não o oxigênio necessário e são empregados de acordo com a carga orgânica
do efluente. Normalmente maiores cargas orgânicas necessitam de reatores anaeróbios
enquanto menores cargas necessitam de sistemas aeróbios. Mais uma razão para uma boa
caracterização do efluente utilizado.
Esse processo gera uma quantidade considerável de biomassa, ou seja, de massa
de microrganismos que utilizam do efluente como fonte de nutrientes para seu crescimento.
Esse “lodo” deve ser tratado e destinado, pois sem esse trabalho a biomassa cresceria
tanto que prejudicaria o sistema como um todo. Os lodos têm vários tratamentos possíveis
e são utilizados principalmente na agricultura.
Nesta Unidade veremos mais a fundo esses processos e entenderemos como eles
são fundamentais quando se fala em Tratamento de Efluentes.
Vamos lá!
1
TÓPICO
PROCESSOS DE
TRATAMENTO COM
LODO ATIVADO
.
.....
.....
.....
to na superfície do tanque, pela ação mecânica de agitadores superficiais. Esses são métodos
de aeração menos eficientes, pois mantém apenas a superfície do líquido bem aerada.
2
TÓPICO
PROCESSOS DE
TRATAMENTO
ANAERÓBIOS
.
.....
.....
.....
Porém, esses sistemas diferenciam-se que os microrganismos aqui presentes não utilizam
remoção de fósforo;
melhorada de fósforo;
industriais;
matéria orgânica, tendo como principais vantagens baixas produções de biomassa, menor
3
TÓPICO
PROCESSAMENTO
E TRATAMENTO
DE LODOS
.
.....
.....
.....
Composição no lodo
Característica
ativado não tratado
Teor de sólidos secos (%) 0,4-1,2
Sólidos voláteis (%) 60-85
Graxas e gorduras (%) 5-12
Proteínas (%) 32-41
Nitrogênio (%) 2,4-5
Fósforo (%) 2,8-11
Potássio (%) 0,5-0,7
pH 6,5-8
Alcalinidade (mg/L) 580-1100
Ácidos orgânicos (mg/L) 1100-1700
Principalmente quando o destino final dos lodos tratados é o uso como fertilizantes
na agricultura, esses valores típicos são necessários para compreender os nutrientes que
estão sendo destinados às plantas.
3.2.3 Compostagem
O processo de compostagem caracteriza-se pela estabilização do lodo pela ação de
microrganismos que convertem e estabilizam a matéria orgânica, produzindo um material
similar ao húmus. Essa decomposição pode atingir altas temperaturas causando a morte
de microrganismos patogênicos.
O processo de compostagem pode ser empregado com resíduos alimentícios residenciais, de modo a pro-
duzir material fertilizante e auxiliar na redução de lixo. Produzir a própria compostagem é fácil e barata.
Acesse o material para uma leitura mais aprofundada sobre este assunto: https://portais.univasf.edu.
br/sustentabilidade/noticias-sustentaveis/o-que-e-compostagem-e-como-faze-la-em-casa#:~:text=A%20
compostagem%2C%20conhecida%20como%20o,a%20redu%C3%A7%C3%A3o%20do%20aquecimen-
to%20global.
Chegamos ao fim de mais uma unidade do nosso material com foco principal nos
sistemas de tratamento de efluentes que utilizam de meios biológicos. Não é à toa que
tenhamos uma Unidade inteiramente dedicada a esse tema, pois além de serem processos
amplamente empregados no mundo todo, há um foco principal no tratamento de efluentes
de diversos ramos da indústria, com altas cargas orgânicas geradas.
Vimos que os processos são classificados de acordo com a utilização do oxigênio
pelos microrganismos, dividindo os processos em aeróbios e anaeróbios. No primeiro, o
processo tem como objetivo reduzir médias a baixas cargas orgânicas pela injeção do
oxigênio, de modo que os microrganismos consumam e reduzam o material orgânico
disponível. Vimos também as particularidades do processo, como métodos de aeração e
também a respeito da recirculação e retirada do que chamamos de lodo ativado.
Os processos anaeróbios, por sua vez, são mais aplicados em altas cargas orgânicas
disponíveis nos efluentes e podem inclusive serem empregados nos processos de tratamento
de esgotos. Os grandes reatores anaeróbios e as lagoas, são grandes redutores de matéria
orgânica e geram quantidades significativas de lodos. Muitos desses processos ainda neces-
sitam de uma etapa aeróbia posterior para completa retirada de material orgânico.
Por fim, os lodos gerados tanto nos processos aeróbios quanto anaeróbios mere-
cem atenção e destino correto. A caracterização do lodo é fundamental para que saibamos
qual o melhor método e a disposição correta do lodo.
Vamos em frente !
LIVRO
Título: Princípios Básicos do Tratamento de Esgotos
Autor: Marcos Von Sperling.
Editora: UFMG.
Sinopse: O presente volume é o segundo da série intitulada
princípios do tratamento biológico de águas residuárias. Nele
são abordados conceitos e princípios básicos associados aos
diversos processos e sistemas de depuração de afluentes. A
compreensão destes conceitos é de grande importância para
uma visão integrada do tratamento de esgotos, tendo como
elemento de ligação os fundamentos dos principais processos e
operações unitárias componentes das estações de tratamento
biológico. Os tópicos enfocados neste segundo volume da série
são: (a) princípios da microbiologia do tratamento de esgotos;
(b) princípios da cinética de reações e da hidráulica de reatores;
(c) princípios da remoção da matérias orgânica; (d) princípios de
sedimentação; e (e) princípios de aeração.
FILME / VÍDEO
Título: TRATAMENTO POR LODOS ATIVADOS
Ano: 2021.
Sinopse: Neste conteúdo nós vamos entender como funciona
o tratamento de efluentes por lodo ativado, vantagens, des-
vantagens, crescimento microbiano e parâmetros operacionais
importantes como taxa de reatores, idade, lodo e índice volu-
métrico de lodo (IVL).
Link do vídeo: https://youtu.be/CG7b-b0Dl5w
na Indústria Sucroalcooleira;
Plano de Estudos
UNIDADE
• Vinhaça;
4
...................... ...................... ................
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INTRODUÇÃO
Olá aluno (a)!
Seja bem-vindo (a) a mais uma Unidade do nosso material. Apesar dessa ser nossa
última Unidade, ela é de longe a mais importante, pois agora é hora de reunirmos todos os
conhecimentos das Unidades anteriores e focarmos neste momento.
Na Unidade IV nós veremos mais especificamente os efluentes gerados na indústria
sucroalcooleira, ou seja, a indústria do processamento da cana-de-açúcar, que gera diver-
sos tipos de produtos como o açúcar e o álcool. Assim como vimos anteriormente, diversos
efluentes industriais são tratados através de sistemas físicos, químicos e biológicos. Nesse
ramo não é diferente, e o que vimos nas outras Unidades será a base para essa Unidade.
Teremos o principal foco nas tecnologias empregadas na maioria das indústrias do
ramo, bem como uma descrição genérica do processo produtivo e como o efluente é gerado
naquele momento. O efluente e sua caracterização, faixas típicas a depender do processo
e os volumes médios gerados nesse processo.
Por fim, teremos uma breve explanação de tecnologias mais recentes e ainda
pouco difundidas no ramo. Compreenderemos também como determinadas particulari-
dades de indústrias e suas localização geográfica, necessitam de tecnologias diferentes
para o seu tratamento.
Tenho certeza que ao final desse material você estará não só apto a compreender
os tratamentos de efluentes como um todo, mas com enfoque na indústria do processamen-
to da cana e em seus efluentes. Vamos lá!
1
TÓPICO
ELEMENTOS E
RESÍDUOS NA INDÚSTRIA
SUCROALCOOLEIRA
.
.....
.....
.....
1.3.3 Destilação
A destilação promove a concentração do etanol (que atinge em torno de 60%) e
gera o efluente conhecido como vinhaça.
2
TÓPICO
ÁGUAS DE LAVAGEM
E BAGAÇO
.
.....
.....
.....
2.1.2.1 Decantação
O efluente é destinado a sistemas de decantação, em que os materiais pesados
são sedimentados ao fundo, consequentemente diminuindo a sua DBO. O material sedi-
mentado é destinado em caminhões enquanto que o material líquido é destinado para as
lagoas de estabilização, ou dependendo das características do sobrenadante, o mesmo
pode ser diretamente destinado a fertirrigação da lavoura (ALMEIDA, 2009).
3
TÓPICO
VINHAÇA
.
.....
.....
.....
4
TÓPICO
OUTRAS TECNOLOGIAS
E RESÍDUOS
.
.....
.....
.....
● Obtenção de bio-óleo
A produção de bio-óleos envolve o processo de pirólise rápida (entre 450 e 650 ºC
em um curto período de tempo), que converte a biomassa em óleos, podendo ser catali-
sada. Esse processo tem como vantagem a concentração de um combustível, diminuindo
seu volume e facilitando o transporte, além de ser viável industrialmente e com baixo custo.
● Nutrição animal
O bagaço ainda pode ser utilizado na nutrição animal, principalmente em regiões
de escassez de alimentos para ruminantes. Ainda pode ser hidrolisado, para aumentar e
melhorar a biodisponibilidade de nutrientes.
● Bioplásticos
Materiais lignocelulósicos são alternativas importantes na produção de plásticos
biodegradáveis como os bioplásticos. Os bioplásticos podem ser empregados em diversos
ramos da indústria como biocompósitos, modificadores reológicos e aditivos alimentares
(CARVALHO-GONÇALVES, 2009).
Bioprodutos a partir de resíduos celulósicos, como o etanol de segunda geração são uma opção rentável
para o correto destino de resíduos da indústria. Por essa razão, o estudo de tecnologias deve ser constante,
a fim de encontrar alternativas viáveis ao processo.
● Alimentação Animal
Devido ao alto custo proteico na alimentação de animais, fungos e bactérias podem
ser empregados como suplemento nutricional adicional. Este é utilizado na forma de extrato
seco, inativo, principalmente em frangos de corte e bovinos.
● Alimentação Humana
As leveduras são empregadas principalmente na produção de enzimas, suplemen-
tos vitamínicos humanos e na produção de aditivos alimentares. Também é empregada no
processamento cárneo e na produção de salames, reduzindo o teor de sódio (CARVALHO-
-GONÇALVES, 2021).
Sucesso !
LIVRO
Título: Elementos de Tecnologia e Engenharia da Produção do
Açúcar, Etanol e Energia
Autor: Afrânio Antônio Delgado, Marco Antônio Azeredo Cesar,
Fábio Cesar da Silva e Luis Guilherme de Abreu e Lima Antoneli.
Editora: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz.
Sinopse: No presente livro, os autores fazem referências às
operações agrícolas e industriais da fabricação do açúcar e
também do etanol a partir da cana, assim como do etanol a
partir das matérias-primas amiláceas e celulósicas, envolvendo
o uso do milho e do bagaço da citada gramínea e suas folhas
(palhada remanescente).
Nos primeiros capítulos foram abordados os aspectos gerais
das indústrias do álcool, das suas operações, assim como
suas produções agrícolas. As iniciais da fabricação do açúcar,
envolvendo a matéria-prima, colheita, transporte, pesagem,
recepção e seu preparo para extração, tratamento do caldo,
abrangendo a remoção das impurezas, sulfitação, caleagem,
aquecimento, decantação e filtração do lodo. A produção do
xarope e a cristalização da sacarose a partir do caldo clarificado.
As operações finais, envolvendo produção de vácuo, cristaliza-
ção complementar, centrifugação das massas cozidas, secagem
e estocagem do açúcar estão descritas. A produção do etanol
etílico industrial e doméstico, assim como o preparo do levedo
alcoólico, salas e dornas, às operações de fermentação, des-
tilação do vinho e a retificação do álcool e sua desidratação.
Assim como, um capítulo foi especialmente dedicado à geração
de vapor, de energia, água e efluentes e um descritivo sobre
balanço de massas e de águas.
FILME / VÍDEO
Título: Como funciona a usina de cana-de-açúcar
Ano: 2022.
Sinopse: O presente vídeo tem como objetivo explicar resumi-
damente como funciona o processamento da cana-de-açúcar.
Link do vídeo: https://youtu.be/AyBpuRd2J0k
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CONCLUSÃO GERAL
Chegamos ao fim do nosso material sobre Tratamento de Efluentes. Quanta coisa
vimos nesse período, caro (a) aluno (a)?
Iniciamos nossa caminhada descrevendo o que são efluentes, como são gerados
e quais são suas características em termos de potencial poluidor. Verificamos a existência
de legislações, continuamente atualizadas, trazendo termos e parâmetros de lançamento
de efluentes. Porém, vimos também que precisamos de uma caracterização eficaz dos
efluentes, através de planos de amostragem para adequados projetos de tratamento.
Na segunda Unidade iniciamos nossa caminhada nos processos de tratamento,
classificando-os em relação a forma de tratamento (físico, químico e biológico). Vimos que
muitas vezes os tratamentos reais de efluentes compreendem as três classes de tratamen-
tos, sendo o biológico o mais importante em termos de redução da carga orgânica, principal
responsável pelo potencial poluidor.
Ainda em termos de tratamentos biológicos, conhecemos a fundo os sistemas
aeróbios de lodos ativados, os sistemas anaeróbios e verificamos o potencial das comuni-
dades de microrganismos em consumir a matéria orgânica. Entretanto, os microrganismos
precisam ser retirados desses sistemas com determinada frequência, necessitando de
tratamento também, assim como qualquer outro resíduo.
Por fim, mergulhamos a fundo na produção de açúcar e etanol na indústria do
processamento da cana-de-açúcar, conhecendo o processo produtivo de forma genérica
e sinalizando os principais resíduos e efluentes gerados. Vimos o potencial de utilização
do bagaço e como a vinhaça é o efluente com maior carga orgânica da indústria, sendo
utilizado em fertirrigação e podendo se transformar em biogás. Ao final desse momento,
vimos outros resíduos da indústria e outras formas de tratamento.
Dessa forma, tenho certeza de que com essa apostila, você caro (a) aluno (a),
ampliou seus horizontes e pode agora ser protagonista na caracterização e projeto de
sistemas de tratamento de efluentes.
Sucesso !
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