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CELSO PINHEIRO FILHO

HISTORIA
DA IMPRENSA NO PIAUÍ
4ª EDIÇÃO

TERESINA, JANEIRO DE 2014


Copyrigtht @
Sindicato dos Jornalistas do Piauí

Capa e Planejamento Gráfico


Albert Piauhy

Editoração Eletrônica
Zodíaco Albert Piauhy

Digitação
Glyce C. Feitosa

Ilustrações
Arnaldo Albuquerque
Albert Piauhy
Jota A.
Marcos Carocas
António Carvalho
Ziraldo
Paulo Moura
Ubiratan
Hardi Filho
Raimundo Nonato de Freitas
Heloísa Cristina
Pollyana
António Figueiras (fotos)
Diva Figueiredo (fotos)

Revisão
Kenard Kruel
Deuzimar da Silva

Revisão final
Valéria Barbosa

Impressão
Gráfica e Editora Aliança Ltda

Resgate e escaneamento
Dinavan Fernandes Araújo
ÍNDICE

PRESSUPOSTO DA INSTRUÇÃO...........................................11
O PIAUIENSE, PRIMEIRO JORNAL DO PIAUÍ.....................21
O TELÉGRAFO..........................................................................29
LÍVIO LOPES.............................................................................35
TIBÉRIO CÉSAR BURLAMAQUE..........................................39
PEREIRA ALENCASTRE.........................................................45
DEOLINDO MOURA................................................................51
DAVI CALDAS..........................................................................69
DE DAVI CALDAS À REPÚBLICA.........................................87
A REPÚBLICA...........................................................................95
IMPRENSA EM PARNAÍBA...................................................105
IMPRESSÃO E COMPOSIÇÃO...............................................113
PRIMEIRA DÉCADA DO SÉCULO XX.................................121
IMPRENSA NO INTERIOR.....................................................131
ENTRE 1910 A 1920.................................................................139
LIBERDADE DE IMPRENSA................................................. 145
OS ANOS DE 1920 A 1930.......................................................151
OS PRIMEIROS........................................................................157
PROFISSIONAIS DA IMPRENSA..........................................163
ESTRANHOS JORNAIS...........................................................173
JORNAIS FALADOS................................................................179
SEÇÕES ESPECIALIZADAS...................................................189
DE 1930 A 1952.........................................................................197
JORNAIS COMO FONTE DE HISTÓRIA..............................203
RAZÃO DE SER DO PRESENTE TRABALHO.....................209
ÚLTIMAS PALAVRAS............................................................215
RELAÇÃO DOS JORNAIS PUBLICADOS
NO PIAUÍ DESDE 1832 ATÉ A PRESENTE DATA..............219
ÍNDICE ONOMÁSTICO...........................................................243
PREFACIO Celso Pinheiro Filho
propôs e defendeu esta tese, na
execução do seu projeto de
pesquisa histórica, sugerindo a
necessidade de elaboração de
PAULO MACHADO biografias de jornalistas
militantes políticos. Essas
biografias desencadeariam
revisões dos períodos
históricos correspondentes aos
períodos de militância dos
biografados, possibilitando a

A
compreensão de algumas
sequências do processo
histórico piauiense.
Lívio Lopes Castelo
Branco e Silva e David
Moreira Caldas, jornalistas
militantes políticos, que são
referenciais históricos,
precisam ser biografados, para
que sejam revisados dois
períodos riquíssimos da
história piauiense.
O autor do livro História
da Imprensa no Piauí valeu-se
das pesquisas e análises
históricas realizadas por
Anísio Brito e Odilon Nunes,
para proceder revisões de fatos
da história da imprensa
piauiense, metodologia que
demonstra as relações
dialéticas que se estabelecem
entre imprensa e história.
O historiador Celso
Pinheiro Filho não
estabeleceu, quando
desenvolveu sua pesquisa, uma
pesquisa realizada pelo periodização para a história da
historiador Celso Pinheiro imprensa no Piauí, com
Filho, que resultou no livro definições de cortes
História da Imprensa no Piauí, cronológicos e identificações
confirma a tese de que o jornal das características de cada
impresso é fonte histórica
período pesquisado, mas o
considerável e estratégico
seu livro fornece os indícios
veículo difusor de ideias
políticas, com participação para que seja elaborada uma
decisiva na formação de periodização a partir de
estruturas de poder e na critérios científicos.
consolidação de ideologias.
referenciais históricos,
precisam ser
biografados, para
que sejam revisados dois períodos riquíssmos
da
história piauiense.


Lívio Lopes
Castelo Branco
e Silva e David
Moreira Caldas,
jornalistas militantes
políticos, que são

A periodização da história da
imprensa no Piauí possibilitará a
compreensão das transformações
estruturais que ocorreram com os
jornais impressos como
consequência das formações de
novas estruturas de poder.
Por esta razão, faz-se
♦ necessária uma edição
O Sindicato dos Jornalistas do Piauí, revista, atualizada e ampliada, que
que é o titular dos direitos autorais possibilite ao leitor-pesquisador
da obra, esta devendo à comunidade compreender as participações dos
piauiense uma edição revista, jornalistas militantes políticos nos
atualizada e ampliada do livro de períodos que integram o processo
Celso Pinheiro Filho histórico piauiense.
♦ O Sindicato dos Jornalistas do
Piauí, que é o
titular dos direitos autorais da obra,
está devendo à
comunidade piauiense uma edição
revista, atualizada e ampliada do
livro de Celso Pinheiro Filho.
Nesta terceira edição, que se acervo das obras indispensáveis à
realiza pela iniciativa destemida do compreensão do processo histórico
jornalista Kenard Kruel, em piauiense, que devem ser
comemoração ao jubileu de prata da frequentemente reeditadas.
primeira edição, o livro História da Parabéns à equipe responsável
Imprensa no Piauí ganhou por esta edição belíssima.
planejamento gráfico e ilustrações
que o enriqueceram formalmente e o
tornaram mais atrativo. O livro de
Celso Pinheiro Filho integra o

A Monsenhor Joaquim Ferreira Chaves,


meu compadre e amigo,
além de apaixonado
pelas cousas da História do Piauí.

A José Camilo da Silveira Filho


e José Diniz de Sousa Rios.
.
A Evaristo Pereira da Silva,
conhecido por LJH,
modesto funcionário da Casa Anísio Brito
(Biblioteca e Arquivo Público),
cuja permanente boa vontade facilitou-me
a consulta de antigas coleções de jornais.

O jornal é apanágio
do alfabetizado. E aconteceu
que, no Piauí, desde
o estabelecimento das primeiras fazendas
de gado, em 1662, pelo bandeirante

PRESSUPOSTO DA
INSTRUÇÃO
paulista Domingos Jorge Velho,
e, logo após, por
Afonso Mafrense, até um ano
antes da Independência
do Brasil, não existiu uma única escola
organizada.


Ainda
recentemente,
quando uma onda
nativista varreu
o colonialismo da África,
ficou patenteado
que a maioria dos povos
daquele
continente não
se encontrava preparada
para a independência,
porque as potências
subjugadoras agiram
com os mesmos
métodos que Portugal.

agiram com os mesmos métodos que
Portugal.
Prova evidente do que
afirmamos, encontra-se em ofício de

N
1795, do Capitão-general do
Maranhão (capitania da qual a do
Piauí era subalterna), D. Fernando
António de Noronha, dirigida ao
governo da Metrópole, informando
quanto ao pagamento requerido por
um professor de filosofia, no qual
dizia: "não ser conveniente que aqui
(São Luís) houvesse mais do que a
cadeira de gramática latina e a de ler
e escrever, porque o abuso dos
estudos superiores só servia para
nutrir o orgulho próprio dos
habitantes do Meio-Dia, e destruir
os laços de subordinação política e
civil, que devem ligar os habitantes
das colônias à Metrópole' (o grifo é
nosso).
Por sua vez, a grande extensão
territorial e a
pequena população dispersa em
fazendas fizeram com que não se
desse falta da instrução em maior
escala. O vaqueiro não precisava de
o período colonial havia, não uma leitura para desempenhar sua rude
legislação específica de Portugal tarefa. Na Bahia e Pernambuco, a
proibindo a instrução nas colónias, concentração humana nos engenhos
mas uma conjuração generalizada fez com que a instrução se
dos reinóis, procurando obstar, por propagasse com maior intensidade,
todos os meios, que os habitantes de em todas as camadas, mesmo à
ultramar fossem instruídos. Tudo, revelia da Metrópole. Junte-se a este
sob o pretexto de que a instrução fato a atuação da Companhia de
criava o germe da insubmissão. Jesus naquelas Capitanias, em prol
Ainda recentemente, quando uma da instrução, o que nunca agradou à
onda nativista varreu o colonialismo Corte de Lisboa. O historiador
da África, ficou patenteado que a mexicano, Carlos Pereyra, tratando
maioria dos povos daquele do assunto em sua Breve História de
continente não se encontrava América, relaciona este
preparada para a independência, comportamento dos jesuítas como
porque as potências subjugadoras uma das causas de sua expulsão.
Entre nós, contudo, a atuação membro da família, e, como tal,
dos jesuítas, quando senhores das tratado com toda consideração.
hoje chamadas Fazendas Estaduais, Tudo, em repetição pela a nossa
não se voltou, exceção única em nobreza rural do que acontecera
todo o Brasil, para o terreno da antes, e acontecia então, na nobreza
instrução. Administraram-nas com a feudal europeia. Os romanos
finalidade exclusiva de arrecadar compravam escravos instruídos,
rendas para serem empregadas em para esse fim. Na Rússia tzarista. O
seu Colégio da Bahia. Não há chique era cada nobre ter em seu
notícia de terem mandado um só castelo uma preceptora francesa,
piauiense para estudar naquele com o mesmo objetivo.
famoso Colégio. O que nos leva, hoje, a procurar
Basta, porém, que em o desenvolvimento da instrução pelo
determinado meio haja um único número de escolas públicas, é
instruído, para que a instrução se querermos ver o passado com os
propague, embora em escala olhos de nossa época. Na
reduzida. antiguidade, de modo geral,
Fenômeno curioso, todavia, é instrução e educação não estavam
que em todo o período colonial incluídas entre as obrigações
nunca houve falta de letrados, filhos governamentais. A primária e a
da terra, para os encargos secundária, no mundo cristão,
burocráticos da administração, das ficavam a cargo das
igrejas, dos cartórios e dos quartéis.
Como se teriam instruído, é a
pergunta que nos ocorre.
É que dos excedentes de
alfabetizados, da Bahia
principalmente, com que estávamos
em ligação mais direta através das
boiadas, vinham contratados pretos
e mulatos forros, alfabetizados uns,
e até mesmo instruídos outros, para
ensinarem aos filhos dos
fazendeiros, nas próprias fazendas.
Na onda destes, iam os crias da
casa, filhos dos vaqueiros e criados.
Testemunhou este fato, nos sertões
de Parnaguá, o naturalista escocês

Fenômeno curioso, todavia, é que em
George Gardner. Encontrou-se ali todo o período colonial nunca houve
com a família de um fazendeiro, em falta de letradas, filhos da terra, para os
traje de festa, que se dirigia para encargos burocráticos da
outro lugar onde ia haver desobriga. administração, das igrejas, dos
O Mestre-Escola dos meninos, um cartórios e dos quarteis. Como se
preto forro da Bahia, ia em seu traje teriam instruído, é a pergunta que nos
de luxo, um gibão de couro. Era ocorre.
considerado pelo patrão como ♦
igrejas e conventos. Só a superior, já
nos albores do atual milênio,
começou a ser mantida, em escala
reduzida, pelos monarcas. Daí
Coimbra, Salamanca, Oxford,
Sorbonne e outras.
Ainda em 1814, já com a Corte
no Rio, ao assumir o governo da
Capitania, o Coronel Baltazar de
Sousa B. de Vasconcelos estranhou
ter encontrado "uma ignorância
geral e absoluta", e pediu, com
♦ urgência, mas inutilmente por
Na antiguidade, de modo geral, motivos óbvios, o estabelecimento
instrução e educação não estavam de escolas.
incluídas entre as obrigações Instrução organizada, embora
governamentais precariamente, em forma de escolas,
A primária e secundária, no mundo
oferecida pelo poder público para
cristão, ficavam a cargo das igrejas e
conventos. Só a superior, já nos albores todos aqueles que quisessem
do atual milênio, começou a ser matricular seus filhos, só a tivemos
mantida, em escala reduzida, pelos às portas da Independência, devido
monarcas. ao afrouxamento dos laços
coloniais, motivado pela revolução
♦ de Portugal. Foi, exatamente, a 15
de janeiro de 1822, que se instalou
oficialmente, em Oeiras, a capital de
então, a primeira escola primária
pública da Capitania.
E justo salientar que, como
exceção, alguns administradores da
era colonial não tinham prevenção
contra a instrução dos brasileiros.
Somente não logravam que a
Metrópole lhes desse meios para a
manutenção de escolas. Assim, a
Câmara da vila do Mocha, depois
Oeiras, conseguiu que, pelo Alvará
de 03-05-1757, fossem criadas duas
escolas ali: uma para meninos,
ensinando a ler, escrever, contar e
doutrina cristã; e outra, para
meninas, acrescentando, a estas
matérias, coser, fiar e fazer rendas.
O Alvará não teve execução.
Em 1832, ano em que surgia o
primeiro jornal no Piauí, havia cinco
escolas, ou cadeiras: duas em
Oeiras, a capital, uma em Campo
Maior, uma em Valença e outra em
Parnaíba.
Apesar de tratar-se de assunto
mais da história da instrução e
educação, no entanto, por estarem
intimamente ligadas estas ao
jornalismo, não extraordinárias que,
entre nós, a partir da Independência,
salientaram-se em ministrar
instrução gratuita, não só primária,
mas secundária também.
A primeira destas figuras é o Pé.
Marcos de Araújo Costa (1780-
1850). Piauiense de
nascimento, depois de ordenado em
Portugal,
instalou na fazenda Boa Esperança, natural do Pará. E um nome
de sua propriedade, no atual intimamente ligado à história de
município de Jaicós, um colégio onde nossa Independência, juntamente com
lecionava, além das primeiras letras, o Coronel Simplício Dias da Silva
retórica, filosofia, rudimentos de (1773-1829), Tenente-Coronel José
matemática e ciências naturais. Francisco de Miranda Osório (1800-
Empregava toda a renda nessa obra 1877) e outros.
educacional, sem visar a vantagens, Quanto ao terceiro, Pé. Domingos
pois fazia questão de não receber de Freitas (1798-1880), foi também
qualquer pagamento de seus alunos, um benemérito de nossa
quer fossem ricos quer pobres. Dessa Independência que, em sua fazenda,
escola saíram os primeiros piauienses na qual, por iniciativa sua surgiu a
formados em Olinda, entre os quais: atual cidade de Piripiri, lecionou, por
Marcos António de Macedo, quase toda uma vida, as primeiras
Casimiro José de Morais Sarmento e letras e rudimentos de humanidades, a
Francisco de Sousa Martins. ricos e pobres.
Para se fazer ideia insuspeita de
seu valor pessoal, basta dizer que foi,
entre todos os brasileiros de então, o
que maior elogio obteve do
naturalista escocês já citado, no livro
Traveis in Brazil, publicado em 1846,
como segue:
"É o Pé. Marcos de Araújo Costa
bem conhecido em todo o Norte do
Brasil, não só pela sua inteligência e
saber, como por seu excelente caráter
moral e benévola disposição,
qualidades que vi amplamente
confirmadas durante os oito dias que
em sua fazenda me hospedei. Se
todos os sacerdotes do país tivessem
metade de sua cultura, bem como sua

É justo salientar
atividade e zelo pela difusão do
que, como exceção, alguns
ensino, a condição do Brasil se
administradores da era colonial não
tornaria bem diferente do que é, e do tinham prevenção contra a instrução
que receio continue a ser por longo dos brasileiros. Somente não logravam
tempo, dada a presente situação". que a Metrópole lhes desse meio para a
Em Parnaíba, nada cobrando manutenção das escolas. Assim, a
também de seus alunos, embora não Câmara da vila do Mocha, conseguiu
os podendo sustentar de casa e que, pelo Alvará de 03-05-1757,
comida como fazia o Padre Marcos, fossem criadas duas escolas ali.
pois que vivia exclusivamente de seus
vencimentos, tivemos o Dr. João ♦
Cândido de Deus e Silva (1787-
1860), Juiz de Fora daquela cidade, e
Por constituir
marco histórico, é preciso
saber, com exatidão,
qual foi o primeiro jornal
a ser editado no Piauí,
assim como o ano,
O PIAUIENSE
Primeiro jornal do Piauí
o mês e o dia
em que circulou o seu
primeiro número.
E, portanto, fundamenta!
que se afaste qualquer
dúvida a respeito
Francisco de Sousa Martins (1805-
1857), em trabalho focalizando a
história da imprensa no Brasil,
intitulado Progresso do Jornalismo
no Brasil, desde seu aparecimento
até 1846, afirmou que "o primeiro
jornal do Piauí foi O Telégrafo,
aparecido em 1839, impresso em
Caxias, para combater o Visconde
da Parnaíba". O estranhável é que
sendo o autor filho de Oeiras,

E
deputado pelo Piauí e sobrinho do
próprio Visconde, tenha, em seu
trabalho, feito a afirmação que fez,
relativamente ao Piauí.
Cometeu três enganos. O
primeiro é que não foi O Telégrafo,
em 1839, e sim Piauiense, em 1832.
O segundo é que O Telégrafo não
foi impresso em Caxias para
combate ao Visconde, e sim na
própria Oeiras e sob os auspícios do
dito Visconde. O terceiro é que foi
O Espectro, e não O Telégrafo, o
jornal impresso em Caxias para
combate ao Visconde.
Depois do Dr. Francisco de
Sousa Martins, o primeiro a
preocupar-se com o assunto foi J. A.
Pereira da Costa, na Cronologia
Histórica do Estado do Piauí. Nesse
trabalho afirma ter sido o Correio
da Assembleia Legislativa da
Província do Piauí, saído em 1835,
o nosso primeiro jornal, e destinava-
se à publicação de leis e atos
mbora aparentemente simples, oficiais. Afigura-se-nos estranha,
levou-se mais de cem anos para também, a afirmativa de Pereira da
firmar, em definitivo, qual teria sido Costa, pois que, no mesmo livro seu,
o nosso primeiro jornal; e mais página 232, transcreve a notícia do
alguns anos, ainda, para ser fixada a aparecimento do verdadeiro
data do seu aparecimento. primeiro jornal, em 1832.
Por falta de informações seguras, Entre o realmente primeiro, e o
a confusão começou a surgir 14 citado por Pereira da Costa como
anos, apenas, após o aparecimento tal, houve um outro, em 1833, o
desse primeiro jornal. Assim, o Dr. Diário do Conselho Geral,
localizado por Abdias Neves, que O Telégrafo não foi impresso em
através do Livro de Atas do Caxias para combate ao Visconde, e
Conselho, de 1829 a 1833, págs. 39 sim na própria Oeiras e sob os
e 225. Esclarece ainda o mesmo auspícios do dito Visconde. O terceiro
Abdias Neves que, neste é que foi O Espectro, e não O
Telégrafo, o jornal impresso em Caxias
para combate ao Visconde.


Cometeu três enganos. O primeiro é
que não foi O Telégrafo, em 1839, e
sim Piauiense, em 1832. O segundo é


Nas províncias do Norte do Brasil
vai tendo rápidos progressos a
imprensa periódica. Algumas que
ainda não conheciam praticamente mesmo documento por ele
este meio de espalhar por entre o compulsado, "existe alusão a um
povo as doutrinas políticas, esta periódico, a esse tempo existente em
grande alavanca da civilização Oeiras, e cujo nome se perdeu".
progressista, vão tendo suas Abdias também, se tivesse
imprensas e jornais. compulsado a Cronologia Histórica
♦ com mais cuidado, teria encontrado
o nome desse primeiro jornal, O
Piauiense, aparecido em 1832. Eis a
notícia que Pereira da Costa mesmo
dá, na Cronologia citada, numa Assim, Pereira da Costa, por não
transcrição de Aurora Fluminense, haver encontrado notícias mais
jornal de Evaristo da Veiga, número precisas sobre O Piauiense, relegou-
689, de 17-10-1832: o ao plano da dúvida.
"Nas províncias do Norte do Veio, então, Anísio Brito, e
Brasil vai tendo rápidos progressos a reconheceu ter sido O Piauiense
imprensa periódica. Algumas que nosso primeiro jornal, aparecido na
ainda não conheciam praticamente segunda metade de 1832, não
este meio de espalhar por entre o trazendo maiores esclarecimentos,
povo as doutrinas políticas, esta "por não existir, no Estado, nenhum
grande alavanca da civilização exemplar do mesmo".
progressista, vão tendo suas Foi Joel Oliveira, modesto mas
imprensas e jornais. Mencionaremos extraordinário pesquisador que, em
particularmente O Recopilador tese apresentada ao 1° Congresso de
Sergipano, em Sergipe, e, no Piauí, Jornalistas do Piauí, patrocinado
O Piauiense. Ambos estes pela Associação Piauiense de
periódicos são escritos com Imprensa (A. P L), em 1934, fixou a
dignidade, boa frase e em sentido data do aparecimento do primeiro
constitucional. Nem a retrogradação número d' O Piauiense, graças à
nem a violência encontram aí notícia por ele encontrada sobre o
culpadas apologias. São eles uma mesmo, no jornal A Imprensa,
verdadeira aquisição para povos que número 510, de 04-07-1877:
poderiam facilmente ser desviados, "O Piauiense - Assim chamou-se
no caso que maus condutores se o primeiro periódico publicado nesta
apresentassem ao leme da imprensa, província, em Oeiras, no ano de
e dessem nos seus escritos, em vez 1832.
de suas doutrinas, ódios e
particulares interesses".
"Era editado na Tipografia de "Temos presente o número 33
Silveira & Cia., que alguns anos d’ O Piauiense, datado de quarta-
depois (1836), tornou-se Tipografia feira, 27 de março de 1833.
Provincial, e, mais tarde, Tipografia "Quase que se não encontram
Saquarema (1849). nele senão peças oficiais e duas
" O Piauiense foi redigido pelo máximas transcritas de O Tempo, do
professor de latim Amaro Gomes Rio de Janeiro, sendo esta a mais
dos Santos e parece que também breve: "Se se pensasse no destino
pelo vigário Pe. António Pereira que espera o homem sobre a terra,
Pinto do Lago. dever-se-ia banhar de lágrimas o seu
"Tinha por epígrafe: berço".
Quid leges sine O Padre Pereira Pinto, acima
moribus/Vanae/proficiunt? citado, era natural da Bahia, vigário
(Horácio)/ colado de Itapecuru-mirim (Ma),
Que aproveitam sábias fazendeiro e político no Piauí, por
leis,/Quando faltam bons costumes? onde foi deputado provincial. No
Maranhão tomou parte na Junta de
Governo, após a Independência.
Partindo de uma data precisa, 27
de março de 1833, quando circulou
o número 33 d' O Piauiense, Joel
Oliveira, levando em conta ser o
jornal semanário, recuou no tempo,
em contagem regressiva, chegando à
conclusão lógica de que o primeiro
número d' O Piauiense saiu
precisamente a 15 de agosto de

O primeiro número d' O Piauiense saiu
1832. Esta, portanto, a data do
precisamente a 15 de agosto de 1832.
surgimento de nossa imprensa. Esta, portanto, a data do surgimento de
Cumpre salientar que, apesar da nossa imprensa.
pobreza do meio, das deficiências já Cumpre salientar que, apesar da
apontadas da instrução do povo, não pobreza do meio, das deficiências já
fomos a última Província do Brasil apontadas da instrução do povo, não
onde surgiu a imprensa. Fomos a fomos a última Província do Brasil
15ª. onde surgiu a imprensa. Fomos a 15ª.
Pressuposto necessário
aparecimento do jornal, é a
ao ♦
existência dos meios de composição
e impressão que, nos primeiros
tempos, resumiam-se a tipografias
de rudimentar aparelhagem.
Entre nós, a primeira tipografia,
na qual foi impresso o primeiro
jornal, veio da Bahia para Oeiras,
trazida pelo Padre António
Fernandes da Silveira, sacerdote e
político nascido em Lagarto
(Sergipe). Destacou-se, na Bahia,
por ocasião das

♦ ♦
Tudo nos leva a crer que o Pe.
Fernandes pretendesse editar um jornal
no Piauí. Não só o fato de trazer uma
tipografia para Oeiras, como o de, na
sua cidade natal de Lagarto (SE),
simultaneamente com o nosso O
Piauiense, haver editado o primeiro
jornal de Sergipe, O Recopilador
Sergipano, na Tipografia Silveira,
também de sua propriedade.
o nosso O Piauiense, haver editado
o primeiro jornal de Sergipe, O
Recopilador Sergipano, na
Tipografia Silveira, também de sua
propriedade.

lutas ali desenroladas pela


Independência do Brasil. Nomeado
depois Secretário de Governo da
Província do Piauí, empossou-se no
cargo, em Oeiras, a 20-09-1824.
Tornou-se amigo íntimo do Barão
da Parnaíba que, em 1830, o fez
eleger deputado-geral pelo Piauí.
Mas aconteceu também que o fora
por Sergipe, sua terra natal, optando
por esta.
Tudo nos leva a crer que o Pe.
Fernandes pretendesse editar um
jornal no Piauí. Não só o fato de
trazer uma tipografia para Oeiras,
como o de, na sua cidade natal de
Lagarto (SE), simultaneamente com
Depois d'O Piauiense,
que se limitava a publicação
de atos oficiais, e dos outros
dois órgãos também oficiais citados,
segundo Anísio Brito, só
em 1839 apareceu
O TELÉGRAFO
O Telégrafo, sob os auspícios
do próprio Barão
da Parnaíba. Destinava-se
a manter a opinião
pública a favor de seu governo,
na confusão geral que a rebelião
dos Balaios trouxe
à região.
no Arquivo Público, esclarece em
definitivo o assunto, com minúcias,
como segue:
"A Portaria de 22-11-1839

A registra que foi aceito "o


oferecimento de Francisco José
Fialho, de encarregar-se de redigir
nesta capital (Oeiras) um periódico
em que se transmitam ao público as
ocorrências da atual guerra e os atos
do governo a ela tendentes, com a
condição de ser impresso na
Tipografia Provincial, e fornecidos
os materiais pela Tesouraria da
Fazenda e remeter para seus cofres
todo o rendimento do dito periódico,
proveniente da venda das folhas que
se extraírem".
"A Balaiada convulsionava a
Província e o pequeno jornal atraía a
atenção de todos, e constituía
exaltação e lenitivo dos combatentes
o registro dos seus feitos de bravura.
Tomé Mendes Vieira participava ao
Presidente que, à frente de uns 40
guerrilheiros, em sua fazenda
Conceição, enfrentou e fez correr
cerca de 200 balaios, que deixaram
ssim, este jornal foi o primeiro em campo 3 mortos, e retornaram ao
noticioso, de modo geral, embora de Maranhão em desesperação,
cunho semi-oficial. atravessando a nado o Parnaíba.
Mesmo em relação a O Têm os legalistas 5 feridos e 2
Telégrafo, as notícias que chegaram mortos. Anuncia, então, o
até nós foram contraditórias. Basta comandante piauiense que a
dizer que, em 1846, o trabalho ocorrência é digna de figurar em O
citado do Dr. Francisco de Sousa Telégrafo, e acrescenta que um
Martins, Progresso do Jornalismo parente e seu filho primogênito
no Brasil, há somente sete anos do foram os dois que perderam a vida".
aparecimento do jornal, diz tratar-se A verdade é que no governo do
"de pequena folha, impressa em Brigadeiro Manuel de Sousa
Caxias, hostil à administração do Martins (1776-1856), que foi Barão
Visconde da Parnaíba". e, depois, Visconde da Parnaíba -
No entanto, a verdade é bem governo que se alongou por mais de
outra. Odilon Nunes, em Pesquisas vinte anos -, não havia clima para a
para a História do Piauí, baseado publicação de jornais noticiosos e
em documento da época, existentes
independentes. Ninguém, dentro ou
fora da situa -


Odilon Nunes, em pesquisa para a
História do Piauí, baseado em
documento da época, existentes no
Arquivo Público, esclarece em
definitivo o assunto sobre o primeiro
jornal do Piauí.

Como vimos, o aparecimento
d'O Telégrafo foi acidental, para dar
cobertura a determinada situação.
Somente após as profundas
♦ modificações operadas na vida
política nacional, pela
Manuel de Sousa Martins (1776-1856),
Visconde da Parnaíba - governo que se Independência, que culminaram
alongou por mais de vinte anos -, não com a coroação antecipada de Pedro
havia clima para a publicação de II, foram cristalizando-se os partidos
jornais noticiosos e independentes. políticos nacionais, o que tornou
Ninguém, dentro ou fora da situação possível pensar em oposição ao
governamental, àquele tempo, homem forte do Piauí. Mesmo
arriscava-se a tanto. - assim, tal oposição só se fez viável,
porque capitaneada pela própria
♦ família do governante, então já
velho, com mais de 70 anos.
Não havendo segurança para
editar jornais, os adversários os
fariam imprimir em Caxias (MA),
ou simplesmente mandavam
imprimir boletins para distribuição
de porta em porta nas caladas da
noite.

ção governamental, àquele tempo,


arriscava-se a tanto. E que havia o
perigo de, mesmo inadvertidamente,
desagradar ao Barão, o Príncipe dos
Vaqueiros, no dizer do já citado
naturalista George Gardner. Era o
senhor absoluto da Província.
Depois de desalojado
o gigante do poder,
foi que apareceu, em 1845,
o primeiro jornal de cunho político,
doutrinário e noticioso:
O Liberal Piauiense.
LÍVIO LOPES
Era redigido por Lívio Lopes
Castelo Branco e Silva (1813-1869),
batalhador tremendo, estigmatizado
por seus desafetos devido
à participação ativa
que teve na Guerra dos
Balaios (1839-1841),
ao lado destes.
"Lá bem no centro do inferno
horrível,/Sobre montanhas de
braseiro ardente,/Te seja bem atado,
oh! maldizente/Já que exerces ofício

S tão temível.//"Feio monstro de


aspecto o mais terrível,/As entranhas
te roa a cada instante/Para que o teu
crime horrorizante/Assim venhas
pagar, se for possível.//"Debalde
tentas detratar danado,/Meu nome
denegrir: o mundo sabe/O quanto te
indigno, e quão malvado.//"Embora
o dente teu me fira e babe,/Sem
fruto me terás achincalhado,/Mas
honra por tal feito inda me cabe!"
Além d"O Liberal Piauiense,
Lívio Lopes dirigiu e redigiu
também Aucapura (1850) e Argus
Piauiense, em Oeiras; Patuléia
(1856); O ConciliadorPiauiense'
(1857), além de colaborar em
muitos outros.
Lívio Lopes foi somente
jornalista e advogado. Além das
inúmeras qualidades que possuía
teve ainda o mérito de ser o
iniciador de Deolindo Mendes da
Silva Moura, nas lides da imprensa.
ua arma, então, como o seria por Ainda espera uma biografia
mais de vinte anos, não era mais o condigna a figura desse piauiense
bacamarte do jagunço, e sim a pena. notável, inteligente, empreendedor e
Foi o primeiro jornalista que corajoso, filho de Leonardo de
tivemos a realmente merecer o Nossa Senhora das Dores Castelo
título, só compartilhado à época por Branco e sua mulher, D. Judite da
Tibério César Burlamaque (1810- Mãe de Deus Castelo Branco, e
1863). Quando adversários políticos, natural de Campo Maior.
por falta de argumentos procuravam
humilhá-lo, relembrando sua
qualidade de ex-jagunço, a reação
de Lívio era pronta e violenta.
Assim procedeu em disputa com
o Dr. Simplício de Sousa Mendes, o
médico, através de soneto publicado
no Argus Piauiense, de sua
propriedade, edição de 09-09-1851: ♦
Lívio Lopes Castelo Branco e Silva
(1813-1869),
Batalhador tremendo, estigmatizado
por seus desafetos devido à
participação ativa que teve na Guerra
dos Balaios (1839-1841), ao lado
destes. Foi o primeiro jornalista que
tivemos a realmente merecer o título,
só compartilhado à época por Tibério
César Burlamaque.


Ainda espera uma biografia condigna a
figura desse piauiense notável,
inteligente, empreendedor e corajoso,
filho de Leonardo de Nossa Senhora
das Dores
Castelo Branco e sua mulher, D. Judite
da Mãe de Deus Castelo Branco, e
natural de Campo Maior.

Ainda
em Oeiras destacou-se
outra figura tão
brilhante
quanto a de Lívio Lopes,
TIBÉRIO CÉSAR
BURLAMAQUE
ou mais notável ainda,
por ter sabido
superar, sem queixas,
a falta da visão, a cegueira.
T


Tibério César Burlamaque (1810-
1863), também conhecido em seu
tempo por o Cego. Foi dos poucos
homens por quem o Visconde de
Parnaíba manifestava respeito e
dispensava consideração.

rata-se de Tibério César Burlamaque


(1810-1863, também conhecido em
seu tempo por o Cego. Aos quatorze
anos de idade, veio-lhe a cegueira.
Mesmo assim, dos irmãos, todos
ilustres, foi o que acumulou a maior A dedicação que lhe votava sua
fortuna, como criador e esposa, foi o segredo de todo o seu
comerciante. Político destacado, sucesso como político, negociante e
chegou a chefe inconteste do Partido jornalista. Era uma santa abnegada,
Liberal, na Província. Foi dos paciente e compreensiva. Foi "sua
poucos homens por quem o luz e sua guia", como ele mesmo
Visconde da Parnaíba manifestava dizia.
respeito e dispensava consideração. Em 1849, a 1° de setembro, fez
Não admitia que seu defeito circular O Eco Liberal como órgão
físico fosse considerado causa de oficial do seu partido. Trazia como
comiseração. Cada amigo, parente legenda a frase de Erasmo de
ou freguês que chegava a sua casa, Roterdam: Queremos admoestar,
ou a seu estabelecimento comercial, não morder. Ser útil, não ofender.
era reconhecido logo pelos passos. Tibério era o redator único do
Dizia: Pode entrar, Fulano! As jornal, ditando os artigos e notícias
crianças, as mulheres e os criados, para sua mulher.
identificava pela voz. Quando o Presidente da
Conta-se que, quando chegou Província, Dr. José António Saraiva,
nova imagem de Nossa Senhora da resolveu mudar a capital, Tibério,
Vitória, para a Matriz de Oeiras, com seu jornal, sustentou a luta
todos derramaram-se em elogios à contra esta mudança, com uma
perfeição da imagem, e diziam: - bravura e destemer fora dos limites.
Sem defeito! Tibério chegou, Contudo, efetuada a mudança da
aproximou-se da Santa, persignou- capital, de Oeiras para a recém-
se, e começou a apalpá-la criada Teresina, Tibério demonstrou
delicadamente. Depois, virou-se não ser quixotesco. Suspendeu a
para os presentes e disse: - Sim, é circulação de seu jornal
muito linda, mas tem um defeito, o precisamente no número
braço esquerdo mais grosso do que
o direito!
154, de 18-08-1852, passando a falecimento ocorreu em Oeiras, a
dedicar-se às suas outras atividades. 24-09-1863, às 3 horas da manhã.
Era filho do Coronel português Vejamos:
Carlos César Burlamaque, que foi "Com uma inteligência vigorosa
governador do Piauí e depois de e bem esclarecida pelo estudo
Sergipe, com D. Maria Benedita teórico e prático de todos os
Castelo Branco. negócios públicos, com uma
Dos seus escritos nos resta quase atividade e penetração inimitáveis,
nada. Basta, porém, para dar a perspicaz e fino até o extremo, o sr.
medida da beleza do seu estilo, o Tibério sabia sair-se de todas as
pequenino trecho citado por dificuldades, airosa e
Deolindo Moura, em artigo brilhantemente."
publicado em. Liga e Progresso, n° "Jornalista de pulso bem
40, de 08-10-1863. E um gigante da amestrado, nunca cedeu o campo ao
pena anunciando a fatalidade da adversário, e, por muitas vezes,
morte de outro gigante, cujo vimo-lo levar o seu contendor até o
desespero, pela força da lógica dos
seus escritos, e por uma sátira
martirizadora, que só ele sabia
manejar. Sempre alegre, satisfeito e
lhano, tinha a arte de ocultar ao
mundo os seus mais recônditos ♦
sentimentos. Dr. José Antônio Saraiva, quando
"Um dia, porém (há três anos), Presidente da Província, resolveu
aquele espírito elevado, aquela alma mudar a capital, Tibério, com seu
forte e vigorosa, como que se jornal, sustentou a luta contra essa
abatia..." mudança, com bravura e destemor fora
"Era a mão da morte que do limites.
roubava-lhe o coração! O sr. Tibério ♦
perdia a sua virtuosa consorte!"
"Era a sua vida, a sua luz que se
apagava...
"Eis como ele descreve o seu
sentimento, a dor profunda da perda ♦
de sua mulher: "Tenho sofrido Tibério, jornalista de pulso bem
muito, porque ela era a minha luz e amestrado, nunca cedeu o campo
a minha guia nesta escabrosa senda adversário, e, ´por muitas vezes, vimo-
lo levar o seu contendor até o
da vida; mas já que aprouve a Deus
desespero, pela força da lógica dos seus
o dar-me a tragar este cálice do escritos, e por uma sátira martirizadora,
declive da existência, não que só ele sabia manejar. Sempre
blasfemarei de seus decretos, e alegre, satisfeito e lhano, tinha a arte
cheio de resignação e paciência, de ocultar ao mundo os seus mais
solitário prosseguirei por entre as recônditos sentimentos.
trevas que me rodeiam na minha
custosa peregrinação, até que no fim

da jornada me reúna a quem na terra
mais amei, e cuja separação agora
tão sentidamente deploro".

e um tal Manuel Pereira da Silva, e


mais não sabemos que corifeus".
♦ ♦
Houve equivoco dos três, conforme
notícia contida em A Ordem, o
primeiro jornal de Teresina, a nova
capital, n° 42, de 16-04-1854: -
"Oeirense. Pelo último correio de
Oeiras recebemos os dois primeiros
números de um foliculário que
atualmente naquela cidade se publica
sob o nome de Oeirense, e que dizem
ser redigido pelo Dr. Morais Sarmento,
"Oeirense. Pelo último correio de
Oeiras recebemos os dois primeiros
números de um foliculário que
atualmente naquela cidade se
publica sob o nome de Oeirense, e
que dizem ser redigido pelo Dr.
Morais Sarmento, e um tal Manuel
Pereira da Silva, e mais não
sabemos que corifeus".

Oeiras teve, da publicação do


primeiro jornal, em 1832, até a
mudança da capital, em 1852,
exatamente 16 jornais.
Após a mudança, todos os
jornais ali existentes silenciaram.
Ainda houve ma tentativa, em 1854,
ano seguinte ao da mudança, com o
surgimento d'OOeírense, redigido
pelo Dr. Casimiro José de Morais
Sarmento (1813-1860). Tanto
Pereira
da Costa, como Abdias Neves e
Anísio Brito, dão como o primeiro
jornal saído na ex- capital, após a
mudança, O Século, em 1877.
Houve equívoco dos três, conforme
notícia contida em A Ordem, o
primeiro jornal de Teresina, a nova
capital, n° 42, de 16-04-1854: -

Deslocado o eixo político


da província
para Teresina, transferiu-se
também a atividade
jornalística para
PEREIRA DE ALENCASTRE
esta cidade e capital,
recém-criadas.
Teresina, erguida em
terreno virgem,
foi talvez a única capital do
mundo a ter jornal,
com somente sete meses
de existência
.


A Ordem, primeiro jornal de Teresina,
já apresentava elegante feição gráfica,
trazendo noticiário político e social,
além de bem redigidos artigos
doutrinários. Já não era um impresso
destinado somente a dar publicidade
aos atos oficiais, ou criticar estes atos.
Preocupava-se inclusive em agradar
aos seus leitores.


José da Silva Leite, sendo impressor
António da Costa Neves, avô do já
mencionado historiador Abdias da
Costa Neves (1876-1928). Seu
redator era um jovem baiano de 21
anos, José Martins Pereira de
Alencastre (1832-1871), que para o
Piauí viera como o homem de
confiança do Presidente Dr. José
António Saraiva, ocupando o cargo
de Oficial de Secretaria.
Após haver Saraiva deixado o
governo, Alencastre permaneceu no
Piauí até 1855, como professor de
português do Liceu Provincial.
Depois disso, teve brilhante carreira
política no plano nacional, chegando
a governar duas províncias. Deixou

T
várias obras publicadas, inclusive
Memória Cronológica, Histórica e
Geográfica da Província do Piauí, e
um excelente trabalho sobre a
Balaiada.
A Ordem, primeiro jornal de
Teresina, já apresentava elegante
feição gráfica, trazendo noticiário
político e social, além de bem
redigidos artigos doutrinários. Já
não era um impresso destinado
somente a dar publicidade aos atos
oficiais, ou criticar estes atos.
Preocupava-se inclusive em agradar
aos seus leitores.
Não chegamos a encontrar o
primeiro número deste jornal.
Tivemos, contudo, em mão, o
número 42 de 16-04-1854. Neste
exemplar estava o artigo abaixo,
versando, inclusive, sobre o
problema da liberdade de imprensa:
"As conveniências de melhorar-
se a imprensa ordeira nesta
Província, são por todos de há muito
reconhecidas, e nós dando ouvidos
rata-se de A Ordem, aparecido ao público reclamo, nos esforçamos
exatamente a 19-02-1853, composto para satisfazê-lo; ainda que em
na Tipografia Constitucional, de
parte: e desde já prometemos ideias, pois, e o progresso de nossa
satisfazê-lo completamente, e muito boa Província terá sempre em nós
breve". um constante e fiel colaborador".
"Dar maior desenvolvimento ao "Não serão as ideias políticas
jornalismo é favorecer o progresso que só nos ocuparão, ou antes,
moral, é dar maior expansão às pouco nos ocuparemos com
discussões políticas, porque hoje santifica o crime, e se incensa a
sem propósito viriam elas: imoralidade!...E são estes os
fervorosos, porém, na propagação primeiros a se chamarem
dos conhecimentos úteis, que se conscienciosos, amigos da pátria,
harmonizam com nossas órgãos da verdadeira liberdade,
necessidades, seremos sempre. defensores da humanidade... e
"Neste século em que todos quantos títulos pomposos há por
querem ler, ou o desejam, pela além.
necessidade de instruir-se, sem o "Em nosso país o jornalismo é
jornal, o livro de todos, por ser ele ainda excessivamente caro; e não
acessível a todos; sem o veículo da pode, por isso, preencher bem um
instrução popular, quando honestos dos seus fins, que é ser acessível a
e bem encaminhados. O contrário, todos.
porém, sucede quando a imprensa "Muitas vezes são insuperáveis
transviada se prostitui, se exalta e as dificuldades com que luta o
corrompe a sociedade, pondo em proprietário de uma oficina
efervescência os maus instintos tipográfica, quando não dispõe de
populares, fazendo obrar suas grandes recursos; e se porventura
paixões, que se traduzem quase isto sucede nas províncias mais
sempre no desespero e desrespeito adiantadas do nosso litoral, com
às leis e às autoridades, no maiores embaraços devem lutar
rompimento do pacto social, em aqueles que se vêm estabelecer no
dissoluções e horrores sem conta. nosso interior.
"Nesta hipótese última o "O público exige tudo, e a tudo é
jornalismo é um mal; é mais, é um preciso satisfazer. Mas como? A
crime". tudo de uma vez, de mo -
"Não há país em que a liberdade
de imprensa se exerça tão
largamente, como no Brasil: não há
só liberdade: há licença,
desenfreamento, escândalo,
imoralidade, cinismo, corrupção.
"Não somos exagerados: leitores
dos jornais que se imprimem por
nossas províncias, lede-os todos, e
deparais com inúmeros que, se não
são verdadeiros archotes
revolucionários são outros tantos
pelourinhos onde se açoita tudo
quanto é bom e honesto, e se

O contrário, porém, sucede quando a
imprensa transviada se prostitui, se
exalta e corrompe a sociedade, pondo
em efervescência os maus instintos
populares, fazendo obrar suas paixões,
que se traduzem quase sempre no
desespero e desrespeito às leis e às
autoridades, no rompimento do pacto
social, em dissoluções e horrores sem
conta.

♦ mento? Não é possível. O nosso
público que seja um pouco
"Não somos exagerados: leitores dos
jornais que se imprimem por nossas tolerante... que releve muitas de
províncias, lede-os todos, e deparais nossas faltas, porque não são elas
com inúmeros que, se não são voluntárias.
verdadeiros archotes revolucionários "O melhoramento da imprensa
são outros tantos pelourinhos onde se nesta Província, não pode ser senão
açoita tudo quanto é bom e honesto, e muito lento, como obra do tempo e
se santifica o crime, e se incensa a não da vontade, porque não deve
imoralidade!... haver vontade, onde não houver
♦ possibilidade.
"Cremos já ter feito muito,
quando prometemos consideráveis
♦ melhoramentos para o futuro. Desde
que aumentamos o formato de nosso
Com a saída de Pereira de Alencastre,
do Piauí, desapareceu A Ordem. Lívio jornal, e diminuímos o preço de sua
Lopes Castelo Branco reiniciou, então, assinatura; demos aos senhores
em Teresina, sua atividade jornalística assinantes as regalias e privilégios
começada, como vimos, em Oeiras, que há muito exigiam; e fizemos
servindo de exemplo e estímulo para os nosso jornal acessível a todos, à
dois grandes vultos que apareceriam na maioria de nossa população que lê, o
década seguinte, de 1860. que pode subscrever.
♦ "Dirigido de ora em diante com
maior cuidado, A Ordem não se
afastará jamais do seu programa, da
linha de conduta que uma vez
traçou. Sua redação se esforçará o
mais possível por torná-lo regular e
interessante e aos Senhores
Subscritores dos Municípios,
promete escrupulosa exatidão da
remessa dos números, que de hoje
em diante se forem publicando.
Teresina, 14 de abril de 1854".
Com a saída de Pereira de
Alencastre, do Piauí, desapareceu A
Ordem. Lívio Lopes Castelo Branco
reiniciou, então, em Teresina, sua
atividade jornalística começada,
como vimos, em Oeiras, servindo de
exemplo e estímulo para os dois
grandes vultos que apareceriam na
década seguinte, de 1860. Nesse
meio tempo, diversos pequenos
jornais, a maioria de cunho literário,
redigidos por jovens, apareceram e
desapareceram.
Surgiram, então, os dois
gigantescos nomes do jornalismo
piauiense, no século passado:
Deolindo Mendes da Silva Moura
(1835-1872), e Davi Moreira Caldas
(1836-1878).

Começaremos por Deolindo,


cuja morte, ocorrida
há cem anos, deve
ser reverenciada em 1972,
DEOLINDO MOURA
ano que marca também
o centésimo quadragésimo
aniversário
do surgimento
da imprensa no Piauí.

Deolindo Couto, médico ilustre,
membro das Academias Brasileira e
Piauiense de Letras, e do Conselho
Federal de Cultura

Não o quis, porém. Veio para
Teresina e, logo que chegou, teve
sua primeira escola de jornalismo n'
O Conciliador Piauiense, e, como

D
mestre, Lívio Lopes. Em dezembro
de 1858 este jornal deixou de
circular, dando lugar a' O
Propagador, com a mesma dupla de
jornalistas. Encerrou as atividades
deste último em 1860, quando
decepcionou-se ao verificar que o
jornalismo não só projeta o
indivíduo, mas enche-lhe também o
caminho de espinhos. Os próprios
chefões de seu partido, o Liberal,
censuravam-lhe o excesso de ardor.
Queriam que ele desempenhasse o
papel de lutador no palco, dentro do
scrípt, e não no verdadeiro campo
de batalha, sob o lema de: guerra é
guerra.
Nesse interregno, encontrou-se
diante de dois caminhos para
escolher: ou acomodar-se às
realidades e conveniências da vida,
ou retornar as armas e voltar ao
campo de batalha , sabendo de
antemão que a luta deveria ir até o
amargo fim.
eolindo era daqueles que, Aproveitou esta pausa para
motivados, só sabem fazer as cousas casar-se em 1861, com D. Maria
dando tudo de si mesmos. Daqueles Henriqueta Viana Noronha, natural
que deixam em nós a impressão de de Caxias, Maranhão, e radicada em
não acreditarem na existência de um Teresina. A descendência desse
amanhã. casal ilustre viria honrar sobremodo
Formado em Olinda, em 1857, a inteligência e a cultura piauiense,
senhor de uma fortuna invejável destacando-se: Deolindo Couto,
para a época, poderia muito bem ter médico ilustre, membro das
se acomodado, como os demais Academias Brasileira e Piauiense de
bacharéis de seu tempo, a um cargo Letras, e do Conselho Federal de
de juiz ou promotor, eleição para Cultura; Cristino Castello Branco,
deputado-geral ou nomeação para o membro da Academia Piauiense de
governo de uma das províncias do Letras, jurista, poeta e ensaísta, cujo
Império, finalizando a carreira como nome de há muito transpôs as
Desembargador aposentado de fronteiras do Piauí, projetando-se no
qualquer das Relações do Brasil. cenário nacional; seu filho Carlos
Castello Branco, jornalista de brasileira; Clodoaldo Freitas,
merecido renome na imprensa polígrafo, e
seus dois filhos, os irmãos Freitas, Amparo, em 05-09-1870, a bandeira
Alcides e Lucídio, dando este último nacional sob cuja sombra se
o seu nome à própria Academia bateram, Deolindo fez o discurso de
Piauiense de Letras. boas-vindas. Seu temperamento,
Depois de muito refletir, em contudo, não deixou que se ativesse
1862, decidiu-se pela volta à luta, ao protocolo, extravasando em
com o jornal Liga e Progresso, franco abolicionismo. Tudo leva a
órgão de uma sociedade para o acreditar que, se tivesse vivido um
progresso, da qual era também pouco mais, terminaria como seu
Presidente. Neste jornal, Davi companheiro de luta Davi Caldas,
Caldas era discípulo e colaborador em aberta adesão aos ideais
de Deolindo. A fortuna que herdara republicanos.
ia sendo rapidamente esgotada em Eis a íntegra do discurso,
despesas com jornal e campanhas publicado n'A Imprensa, n° 263, de
eleitorais para deputado provincial, 08-09-1870, para dar uma ideia do
mandato que desempenhou durante estilo de Deolindo como grande
três legislaturas. Em 1864, acaba orador que foi, além de jornalista:
com a sociedade para o progresso, e "Bravos Voluntários da Pátria!
com o jornal, que era órgão desta. Heróis piauienses!
Como saldo positivo do trabalho da "Hosanas a Deus nas alturas!
sociedade, ficou a instalação da
primeira biblioteca pública que teve
o Piauí.
Então, o jornalismo já se havia
entranhado em todo o seu ser. Fez
surgir A Imprensa, em 25-06-1865,
um dos poucos jornais que tivemos
de longa duração, indo até aos
últimos dias do Império, em 1889.
Entrava, então, o Brasil, em
guerra com o Paraguai. A Política
tornou-se secundária, frente aos
esforços que de todos a nação
brasileira exigia. Deolindo e Davi
Caldas desdobraram-se em
campanhas cívicas para
recrutamento de voluntários, coleta
de dinheiro visando a compra de
uniformes para estes voluntários,
recursos para socorrer as famílias
dos mesmos etc.

Cristino Castelo Branco, membro
Terminada a guerra, e na da Academia de Piauiense Letras,
solenidade em que os Voluntários da jurista, poeta e ensaísta, cujo nome de
Pátria iam depositar, na Igreja do há muito transpôs as fronteiras do
Piauí, projetando-se no cenário
nacional.

"Veneração ao símbolo de nossa


nacionalidade, e de vossa intrepidez
e denodo.
"Permiti que eu vos saúde com a
alma transbordada de júbilo, e, ao
mesmo tempo, de nobre e altivo
orgulho.
"E um dever de todo piauiense
♦ render-vos sinceros preitos de
Entrava, então, o Brasil, em guerra homenagem, e profunda gratidão.
com o Paraguai. A Política tornou-se "Se a mim falham expressões
secundária, frente aos esforços que de para bem cumprir esse dever, o
todos a nação brasileira exigia. assunto, que sois vós, ínclitos
Deolindo e Davi Caldas desdobraram- defensores da honra nacional, supre
se em campanhas cívicas para perfeitamente a incapacidade de
recrutamento de voluntários, coleta de quem agora, talvez, ousadamente,
dinheiro visando a compra de rouba-vos o precioso tempo, e
uniformes para estes voluntários, perturba a vossa atenção.
recursos para socorrer as famílias dos "Neste momento solene,
mesmos etc.
saúdam-vos inebriados de prazer os
♦ vossos compatriotas, e admiram ao
mesmo tempo as vossas virtudes
cívicas.
"Felizmente caiu o pano sobre
essa longa série de horrores a que
chamou-se guerra. E vós que fostes
dos primeiros a correr pressurosos
em defesa da honra nacional, sois
dos últimos a gozar do descanso e
das doçuras da paz.
"Defendestes a honra nacional,
não digo bem; seria uma cousa
muito nobre e elevada; mas as
vossas armas, a vossa inexcedível
bravura foram aplicadas ainda a "O povo paraguaio cometia esse
assuntos de maior transcendência. crime imperdoável, cuja punição
"A organização e o regime de nunca falha e mede-se na exata
liberdade, engrandecem e ilustram proporção do delito. "Fostes os
os povos. A marcha é lenta, gradual, instrumentos de Deus, para a obra
e de ordinário espinhosa. de regeneração de um povo irmão;
"A barbaridade flagrante em que sim; irmão, porque somos todos
vivia o povo paraguaio, devido a filhos da liberdade, visto como
organização e regime governamental nascemos em terras americanas!
de um tirano, estava acima de toda a "E tanto é verdade o que vos
hipocrisia dos déspotas. digo, que formastes exércitos de
"Os povos que toleram um mau gigantes, exércitos de
governo, causa de desventuras, são
cúmplices de um grande crime.
bronze, forjados para corresponder têm alma, e só se tem alma quando
às bravuras de ínclitos generais, se tem liberdade.
desde Osório até Câmara. "Quem "O Paraguai, vós o deixastes um
não combate pela liberdade não campo devastado, juncado de
pode ter exércitos de voluntários, cadáveres, coberto de maldições e
porque voluntários exprimem inundado de lágrimas temas e
liberdade, direito e humanidade, e desesperadas.
tais exércitos só encontram em "O elo da nacionalidade e o
oposição a miserável apoteose do sentimento da família quebraram-se,
orgulho e da ambição de algum a individualidade já embrutecida
tirano, e por isso mesmo oposição abismou-se, a própria inocência
fraca e incapaz de sustentar-se. respirou sequiosa, colada aos peitos
"Soldados-cidadãos não se maternos, ressequidos pela aflição,
deixam vencer: os conscritos, os pela fome, pelo desespero!
escravizados, sim, esses são "Punição na medida exata do
fatalmente impelidos à perda e à crime imperdoável do povo,
destruição. tolerando um mau governo.
"É que, procedimento como o "Ali não se perdeu somente um
vosso, o procedimento do voluntário homem, perdeu-se um povo; castigo
nasce sempre da nacionalidade, da tremendo que ensina a evitar-se as
liberdade, da vontade geral, e, ditaduras e os césares também.
portanto, vos tornam soldados- "Fostes testemunhas do
cidadãos; ao passo que os soldados espetáculo mais horrendo que
de Lopez, morta a nação pela imaginar se pode: a perda de um
pressão tirânica dele, eram soldados povo; fostes testemunhas do
ou homens máquinas; e no dia em embrutecimento da individualidade.
que vós, os cidadãos da propaganda Em compensação, porém, vistes e
libertadora, dispersastes com vossos apreciastes os inefáveis dons e
canhões e vossos sabres estas gozos elevados da liberdade e da
máquinas, com elas se dispersou riqueza industrial do povo que tem a
tudo quanto restava de um povo, fraternidade como dogma, como
porque só vivem os povos quando encanto da vida!


"Se a mim falham expressões para
bem cumprir esse dever, o assunto, que
sois vós, ínclitos defensores da honra
nacional, supre perfeitamente a
incapacidade de quem agora, talvez,
ousadamente, rouba-vos o precioso
tempo, e perturba a vossa atenção.

♦ "Vistes a prosperidade dos


Estados Argentinos.
E tanto é verdade o que vos digo, que
formastes exércitos de bronze, forjados "Vistes ali a liberdade do culto, a
para corresponder às bravuras de liberdade do ensino, a liberdade da
ínclitos generais, como Osório. imprensa, e quem goza dessas três
liberdades, tem completa a
♦ felicidade.
"Além disto, fostes vencedores
generosos e magnânimos da
opressão, e defensores da liberdade
futura de um povo.
"Que mais glórias podeis Permiti que vos faça um pedido
aspirar? no dia em que, cobertos de louros,
"Leio em vossos generosos virentes de vitoria, depositais no
corações a resposta singela e templo sagrado de vossa província
simples, porém ungida de verdade. natal, a nossa bandeira, símbolo da
"Quereis em vossa pátria, porque vossa intrepidez e de vosso
quem tudo sacrificou, como acabais heroísmo:
de provar, o gozo das doçuras e dos “É, talvez, loucura esmolar um
encantos da prosperidade. tesouro: mas os vossos magnânimos
"Quereis a felicidade nacional; corações, a generosidade de vossas
só isso, só semelhante anelo é que almas, garantem-me a vossa
bem se coaduna com tanto denodo, benevolente aquiescência:
bravura e civismo! “Solicitai ao delegado do
“É missão árdua, poré não governo nacional nesta província, a
impossível. Zelai na Pátria os foros graça de, no dia de vossa dissolução,
de cidadãos livres; não tolerareis no momento solene de vossas
jamais a mistificação de vossa despedidas, livrar dos horrores da
individualidade; proclamai bem alto escravidão alguns dos infelizes que
a liberdade de ação individual, e nela jazem; o governo provincial
teremos aberto as válvulas que têm está habilitado por uma lei a
entorpecido o engrandecimento e a satisfazer-vos. Não ficai, porém,
prosperidade da terra do Cruzeiro! nisso só; levai a obra por diante,
“Voluntários piauienses! Vós promovei a iniciativa individual
não necessiteis mais de ovações para tão importante assunto,
populares, e não tendes mais inaugurai uma associação
carência de palavras que louvem emancipadora na capital de vossa
vossas heróicas façanhas, sempre província;
brilhantes.
confiai a sua direção a cidadãos que um padrão de glória imorredoura
mereçam plena confiança, para vós e para nosso querido Piauí.
escolhidos por vosso digno "Dareis uma vez ainda edificante
comandante e oficiais em conselho; exemplo do vosso já experimentado
amparai-a especialmente com a patriotismo e denodo.
intervenção da ternura das mães de
família; solicitai para ela a valiosa
proteção do Presidente de vossa
província; e tereis erguido em vossa
terra natal, por iniciativa vossa, mais
"Saúdo mais uma vez os voluntários Mesmo sem aderir abertamente à
piauienses! ideia republicana, Deolindo teve que
"Saúdo aos vencedores da provar a taça de fel do sofrimento,
opressão! provocado por interesses
"Saúdo aos conquistadores da contrariados que pretenderam em
Liberdade! vão calar a voz do jornalista.
"Viva o contingente de Baseados em supostas
Voluntários da Pátria!" irregularidades que ele teria
praticado no desempenho do cargo promovia a mais feroz perseguição a
de Inspetor da Administração da seus correligionários:
Fazenda Provincial, os seus
inimigos o denunciaram por crime
de peculato. Defendeu-se em causa
própria, mas o juiz, sob pressão,
pronunciou-o por sentença de 12-
03-1872. Recorreu para a Relação
do Maranhão, que o absolveu por ♦
unanimidade. Mas ficou Portanto, vos tornam soldados
profundamente magoado, o que cidadãos, ao passo que os soldados de
motivou o agravamento de seus Lopez, morta a nação pela pressão
males, os quais, antes do fim do tirânica dele, eram soldados ou homens
mesmo ano, deram fim a sua maquinas.
existência. ♦
Mesmo com a saúde abalada, ao
invés de entregar-se ao repouso
aconselhado por seus médicos, um
dos quais seu irmão, o que fez foi
multiplicar sua disposição de
trabalho e luta.
Em outubro de 1872, ficou
acamado. Ninguém previa estar tão
próximo o descanso do guerreiro,
que só se dá com a morte. Mesmo
assim, em seu leito de enfermo, não
foi poupado pelos adversários. Seis
dias antes de seu fim, dirigiu a carta
adiante transcrita ao Chefe de
Polícia, Dr. Francisco de Paula Lins
dos Guimarães Peixoto, depois
Barão de São Domingos, que se
dizia seu amigo, o visitava, mas


"Fostes testemunhas do espetáculo
mais horrendo que imaginar se pode: a
perda de um povo; fostes testemunhas
do embrutecimento da individualidade.
Em compensação, porém, vistes e
apreciastes os inefáveis dons e gozos
elevados da liberdade e da riqueza
industrial do povo que tem a
fraternidade como dogma, como
encanto da vida!

com prejuízo da própria verdade, e
em ocasião tão inoportuna.
"A parte maliciosa dos ofícios do
sr. Dr. Chefe de Polícia, que diz
respeito ao meu ilustre amigo sr.
ten. Cel. Fernando António de
Aguiar Almendra, será por ele
convenientemente respondida.
Teresina, 16 de outubro de 1872. a)
Deolindo Mendes da Silva Moura".
De seu leito de morte, dirigiu
ainda o jornal até às vésperas do
"Ao sr. Dr. Chefe de Polícia. fatal evento.
Com 36 dias de uma moléstia grave, Deixemos que seus próprios
que me tem prostrado, sobremodo; companheiros de redação, ao
depois de ter recebido do sr. Dr. noticiarem sentidamente a sua
Chefe de Polícia três visitas, que morte, tracem os principais dados de
penhoraram-me, acabo de ouvir ler sua biografia, no número 362 de A
n''OPiauí'de ontem, as injustas Imprensa:
acusações que me faz S. Sá. nas "Em 5 de fevereiro de 1835,
partes oficiais que o sr. Presidente nasceu Deolindo Mendes da Silva
vai mandando imprimir para defesa Moura, na cidade de Oeiras, então
da liberdade eleitoral que o governo capital desta Província; sendo seus
patriarcal deste país prometera aos progenitores, o Capitão cirurgião-
seus súditos. mor do Exército, José Luís da Silva
"Pouco se me dá que S. Exa., e D. Raimunda Ferreira do
para justificar esse bacanal que Nascimento, que o tiveram de seu
presenciamos na Província com o consórcio, contraído por aquele em
nome de eleição, se sirva da 2ª. núpcias.
simplicidade do sr. Dr. Chefe de "Foi batizado por frei Semeão da
Polícia, para inocentar a seus Rainha dos Anjos, em 20 de abril do
correligionários, com prejuízo mesmo ano, sendo seus padrinhos o
embora da reputação de adversários comendador José Mendes Vieira,
leais; o que, porém, não posso de seu tio materno e D. Lubela Maria
todo tolerar é que o sr. Dr. dos da Silva, sua irmã paterna, casada
Guimarães Peixoto, que se mostra com o referido comendador. Estes,
meu afeiçoado, fira-me tão como não tivessem filhos, tomaram-
desumanamente nos seus ofícios, no aos oito anos para nove
de idade, a fim de acabar de criá-lo, dos Anjos e Otaviano José do
como o fizeram desveladamente. Amorim.
"Foram seus mestres de "Em 1845, com apenas 10 anos
primeiras letras, sucessivamente, o de idade, começou a estudar
professor público Patrício Ferreira gramática latina com seu mano Dr.
Lima, e os professores particulares, Carlos Luís da Silva Moura, e
Anfrísio José Avelino, Luís Xavier depois com os Drs. Jesuíno de Sousa
Martins e Cândido Gil Castelo
Branco, e afinal com o professor "Desgostoso pelas causas que
público António João Batista determinaram o desaparecimento
Ferreira. d'O Propagador, fez um manifesto
"Estudou francês no ano de 1848 declarando-se retirado da política;
com o professor público Dr. em outubro de 1862 voltou
Cândido José Casado Lima. porém às lides da imprensa,
"Fez o seu primeiro exame de tomando
latim e francês, em presença do
Presidente Dr. Anselmo Francisco
Peretti.
"Em 1849, seguiu para o lugar
denominado Boa Esperança, termo
de Jaicós, a fim de continuar seus
estudos no colégio do Revdo. Pé.
Marcos de Araújo Costa, de saudosa
memória; com a morte porém deste
venera novembro de 1850, voltou
Deolindo Moura para a cidade de
Oeiras.
"Em fevereiro de 1851, seguiu
para Pernambuco, chegando a
Olinda a 22 de março do mesmo
ano, tendo feito a viagem toda por ♦
terra. “É missão árdua, poré não impossível.
"A 15 de março de 1853, Zelai na Pátria os foros de cidadãos
matriculou-se no curso jurídico de livres; não tolerareis jamais a
mistificação de vossa individualidade;
Olinda, que frequentou com
proclamai bem alto a liberdade de ação
distinção. individual, e teremos aberto as válvulas
"A 27 de outubro de 1857 fez ato que têm entorpecido o
para sua formatura, sendo-lhe engrandecimento e a prosperidade da
conferido o grau de bacharel em terra do Cruzeiro
direito, a 3 de dezembro deste ano;
no dia seguinte embarcou para o ♦
norte, chegando em Teresina em 25
de dezembro, às 10 e meia horas da
noite.
"Foi aqui um dos fundadores de
uma sociedade política e literária,
cujo órgão de imprensa foi o
periódico O Propagador do qual foi
também redator até o seu último
número, publicado a 29 de
dezembro de 1860.
Unicamente nela dispendi
5:185$000, em moeda!".
"Em 20 de maio de 1861, casou-
♦ se com a Exma. Sra. D. Maria
Henriqueta Viana Noronha, de cujo
Mesmo sem aderir abertamente à
ideia republicana, Deolindo teve que consórcio teve cinco filhos.
provar a taça de fel do sofrimento, "Por decreto de 13 de novembro
provocado por interesses contrariados de 1858, sendo Ministro da Fazenda
que pretenderam em vão calar a voz do o Ex° Sr. Conselheiro Sousa Franca,
jornalista. foi nomeado Procurador Fiscal do
Baseados em supostas irregularidades Tesouro, emprego de que foi
que ele teria praticado no desempenho demitido por decreto de 4 de
do cargo de Inspetor da Administração dezembro de 1861.
da Fazenda Provincial, os seus "Foi eleito deputado provincial
inimigos o denunciaram por crime de por três vezes, nos biênios 1858-
peculato. 1859; 1860-1861 e 1864-1865.
♦ Sobretudo no primeiro biênio
adquiriu grande número de
desafetos, pela maneira enérgica
com que se houve na tribuna
profligando os abusos do governo e
dos seus aderentes.
"Em dezembro de 1863, foi
nomeado Inspetor da Administração
da Fazenda Provincial, emprego de
que foi privado em agosto de 1868,
por Portaria do dia 20.
"O terceiro e último periódico de
que foi redator nesta Província, e do
parte na redação de Liga e qual se encarregou até a véspera de
Progresso. sua sentida morte, foi este em que
"Herdeiro de uma boa fortuna ora escrevemos o presente artigo;
que lhe foi legada salvo pequenas interrupções, foi ele
legada por seus extremosos por vários anos seu principal
padrinhos, não soube todavia redator, e até mesmo único por
conservá-la, pois era de uma algum tempo. O modo pelo qual
generosidade sem li mites e gastava desempenhou esta importante
com a política de uma maneira comissão está acima de qualquer
superior aos seus recursos; a tal elogio que lhe possamos fazer; é um
respeito e com referência ao ano de fato contemporâneo, que está muito
1860, ouçamos o que ele próprio fresco na memória de todos nós: o
escreveu num livro de lembranças: modo de dizer desse incansável
"Atirei-me com todas as forças nos tribuno, digno do mais numeroso
negócios políticos, até as auditório e digno também de mais
proximidades da eleição. benigno fado ou de um destino
menos inexorável.
"Hoje resta dele apenas a intelectual. Dele restou-nos tão
memória saudosíssima...Sua somente alguns discursos, artigos de
poderosa voz emudeceu para jornais, anedotas diversas".
sempre, não mais a ouviremos na
terra, nesta terra americana que
tanto precisava de sua surpreendente
atividade, de sua dedicação sem
limites, de seu imenso desejo de
bem servi-la sem olhar para o
sacrifício de sua própria existência,
que todos nós reconhecemos ter sido
das mais preciosas, como
por muito tempo poderão atestá-lo
as nossas lágrimas ardentes ou os
nossos fundos suspiros".
"Deolindo era uma dessas
personalidades tão marcantes que,
sozinhos, enchem uma época.
Nenhum livro publicou. Seus
entusiásticos discursos foram
levados pelo vento. Restou-nos
aquele antes transcrito, que vai
sendo relembrado, de geração em
geração. Seus artigos inflamados

"Pouco se me dá que S. Exa., para
desapareceram com as coleções de justificar esse bacanal que
jornais que os continham. Contudo, presenciamos na Província com o nome
sua verve impressionante marcou de eleição, se sirva da simplicidade do
toda uma geração, ficando o eco a sr. Dr. Chefe de Polícia, para inocentar
ressoar nas seguintes, até hoje, e a seus correligionários, com prejuízo
sabe Deus até quando, da mesma embora da reputação de adversários
forma que a causerie de um Paula leais”.
Nei, ou os sons do violino de ♦
Paganini.
João Pinheiro, em seu modo de
dizer sucinto, qualificou-o de
"grande orador, político e publicista
distinto". Mas foi Lucídio Freitas
quem melhor o analisou: "A vida
para esse esbanjador de talento e de
fortuna, era a agitação, a desordem,
o entrechoque
Violento e terrível. Morreu aos
38 anos apenas; tocou, contudo, em
todos os ramos da atividade mental,
sem deixar, no entanto, o atestado
vivo de sua grande atividade
Voltemo-nos agora
para Davi Caldas, companheiro
de Deolindo, que após
a morte deste
ficou na arena sozinho,
DAVI CALDAS
imitação estupenda
do herói da Galiléia, diferindo
deste porque não tinha
sequer discípulos em volta
de si, querendo endireitar o mundo
provinciano e apático
que o rodeava.
A

Focion Caldas, filho de Davi Moreira
Caldas, nos deixou um retrato do pai
com algo de parecido com os profetas
talhados pelo gênio do Aleijadinho

utêntico João Batista pregando no


deserto, mas convencido até o
infinito de que pregava a única
verdade. O retrato que dele nos
deixou o seu filho, Focion Caldas,
tem algo de parecido com os
profetas talhados pelo gênio do
Aleijadinho.
Davi Moreira Caldas nasceu na
fazenda Morrinha, próximo da
primitiva capela de Barras, sendo
filho do Major da Guarda Nacional
Manuel Joaquim da Costa Caldas e
dona Manuela Francisca de Caldas,
a 22 de maio de 1836.
A única instrução que teve, foi-
lhe ministrada pelo velho e bondoso
juiz de direito da comarca, Dr.
Francisco Xavier de Cerqueira, que irmão desempenhando ali as funções
lhe deu lições de português, latim, de tabelião.
rudimentos de francês e matemática. Restabelecendo-se, em 1859,
Todos os outros conhecimentos que estreou no jornalismo com um
demonstrou possuir, com fartura e pequeno jornal literário e científico,
brilhantismo, foram adquiridos por O Arrebol, cujo primeiro número
si mesmo. saiu em 6 de junho, desaparecendo
Observando o Dr. Xavier de logo em face de sua viagem para
Cerqueira as tendências e a Olinda, o que ocorreu em janeiro de
inteligência de Davi, aconselhou ao 1860.
pai que aproveitasse o menino, Mal iniciou ali os estudos,
mandando-o para Olinda, a fim de chega-lhe a notícia da morte do pai,
concluir os preparatórios e acompanhada do apelo da mãe, para
matricular-se na Faculdade de que viesse socorrer a família
Direito. desamparada. Em setembro do
Aos 19 anos de idade, para mesmo ano estava novamente em
ajudar a família, conseguiu ser Barras. Conseguiu ser nomeado
nomeado Promotor Público de professor de letras desta cidade, e,
Campo Maior, cargo que exerceu no ano seguinte, remoção para
até fins de 1857, quando apresentou Teresina. Na Capital, em 12 de
sintomas de depressão nervosa, e foi dezembro de 1862, casou-se com
mandado para Jaicós, onde tinha um
Benvinda de Queirós Caldas, filha
de um fazendeiro
de União.
Em 1863 já vamos encontrá-lo apresentados, figura o que
ao lado de Deolindo Moura, na autorizava a Província a financiar
qualidade de co-redator de Liga e casas de telhas para todos os pobres.
Progresso. Dois anos depois, em Tratava-se de projeto de absoluta
1865, lançou Deolindo o seu jornal inoportunidade, não só porque o
A Imprensa, contando com a ativa país estava em guerra com o
participação de Davi Caldas até Paraguai, como porque indispunha
1868. Então, este, em 28 de julho, 95% da população, que moravam
lançou seu próprio jornal OAmigo em casas de palhas, com o governo.
do Povo. E assim o fez para não Contrariado com a falta de apoio de
criar dificuldades a Deolindo, visto seus amigos de partidoa seus
ter rompido com seu partido, O projetos, abandonou a Assembleia e
Liberal, face a malfadada passou a dedicar-se exclusivamente
experiência parlamentar que fizera, ao jornalismo, o que fez até seus
no biénio 1867-1868. últimos dias.
Nesta experiência como O Amigo do Povo já surgiu como
deputado, não conseguiu refrear sua um jornal estranho. Não se
própria exaltação, criando uma série destinava a dar rendas ao
de problemas, não só ao governo, proprietário, conforme lia-se logo
como ao partido a que pertencia. abaixo do título: "Periódico político.
Entre os projetos por ele Este jornal publicar-se-á duas vezes
por mês; distribui-se gratuitamente
às pessoas pobres que souberem ler
e quiserem recebê-lo na tipografia
onde é impresso. Aceita-se
assinaturas, que fica ao arbítrio
quanto à importância, não
excedendo de 2$000 (dois mil réis)

Davi Moreira Caldas nasceu na fazenda
por trimestre". Morrinha, próximo da primitiva capela
Começou a ser impresso na de Barras, sendo filho do Major da
Tipografia d' A Imprensa. A partir Guarda Nacional Manuel Joaquim da
do número 42, de 11-09-1870, na Costa Caldas e dona Manuela Francisca
tipografia do próprio Davi Caldas, e de Caldas, a 22 de maio de 1836.
por ele mesmo. De 1872 em diante,
trazia o subtítulo: "Órgão

Republicano da Província do Piauí",
como conseqüência do Manifesto
Republicano lançado no Rio.


O Amigo do Povo já surgiu como um
jornal estranho. Não se destinava a dar
rendas ao proprietário, conforme lia-se
Poucos foram os artigos
logo abaixo do título: "Periódico
político. Este jornal publicar-se-á duas literários ou doutrinários publicados
vezes por mês; distribui-se no jornal. Como todos os da época,
gratuitamente às pessoas pobres que imitava-se mais a criticar os atos
souberem ler e quiserem recebê-lo na governamentais, e refletir pequenas
tipografia onde é impresso. lutas políticas do interior da
Província. Para livrar-se de O famoso jornal Oitenta e Nove
problemas com o Código Criminal surgiu como simples mudança de
do Império, na parte relativa à nome d O Amigo do Povo. Saiu
imprensa, comentava os fatos do dia precisamente em 01-02-1873. Trazia
como se tivessem acontecido na um artigo de fundo sob o mesmo
China ou na Turquia, tratando os título, no qual o autor não
personagens por paxás ou preconizava de modo categórico,
mandarins, utilizando conhecida mas sutilmente deixava expressa a
figura de retórica. ideia profética de que a República
Entre 1864 e 1867, quando eleito seria proclamada em 1889. Com
deputado provincial, fez brilhante esta interpretação ficou o
carreira burocrática. Assim, criada a acontecimento gravado, de forma
Escola Normal pela Resolução n° lendária, na memória do povo. A
565, de 05-08-1864, foi da mesma técnica usada foi, através de bem
nomeado professor. Por Portaria de feita série de premissas históricas,
01-06-1866, passou a Oficial da achar possível que sucedesse aquilo
Secretaria da Presidência. Depois, que real e sinceramente desejava.
por Portaria de 27-07-1867, Abdias Neves não admitiu a
promovido por merecimento a profecia. Analisando friamente o
Oficial Maior da Secretaria do assunto, declara que: "Desse título,
Governo, além de obter, por Oitenta e Nove e da má
concurso, uma cadeira de geografia interpretação de seu artigo inicial,
no Liceu Provincial. De todas estas formou-se a lenda de que Davi
funções foi despojado com sua Caldas profetizara a futura mudança
adesão ao republicanismo. Restou- de forma de governo, em 1889".
lhe a cadeira do Liceu, por ser Contudo, não resta dúvida tratar-se
vitalícia. Mas entendendo que, de matéria merecedora de melhor
sendo republicano não podia servir estudo. O cristianismo admite a
ao Império, requereu jubilação profecia. Cristo foi profeta. Maomé
afirmou
haver com ele se encerrado o ciclo Este controvertido jornal durou
dos profetas. Quem sabe... quase dois anos. Mas, por falta de
Estas interpretações recursos, em todo esse tempo só
extravasaram do Piauí. Viriato saíram 31 números, sendo o último
Correia escreveu um trabalho sobre em 21-12-1874.
a figura de Davi Caldas, publicado Visto tratar-se de discutido
em 1934, sob o título de O documento histórico, transcrevemos,
Propagador Desconhecido. Em a seguir, na íntegra, o famoso artigo;
1907, a revista Kosmos, do Rio, extraído da revista Alvorada, de
publicou o fac-simile da primeira Jônatas Batista, neto de Davi
página d' O Oitenta e Nove, Caldas, de 15-11-1909:
contendo o famoso artigo. O mesmo
fac-simile foi publicado, também, na "OITENTA E NOVE"
edição domingueira d' O Correio da
Manhã, do Rio, de 07-12-1969. "Assaz problemático há de
parecer a muitas pessoas este título
numérico, que escolhemos para ao passo que na sua caudal corrente
denominar o nosso periódico, pobre via-se descer, a mercê das ondas, o
sucessor d' O Amigo do Povo, que recente
resolvemos suprimir depois de
havermos publicado o número 89:
designação esta que importa um
símbolo, a representação sintética de
uma ideia capital, fácil de penetrar,
aos que estão iniciados nas
proveitosas lições da história.
"Na verdade, Oitenta e Nove é a
data gloriosa com que no século
passado, em o velho mundo,
inscrevera-se de modo positivo,
claro e brilhante, os Direitos do
Homem, até ali não reconhecidos
devidamente pelas egoístas classes

O famoso jornal Oitenta e Nove
privilegiadas, que tão indignamente
surgiu como simples mudança de
monopolizavam, com a coroa, todo
nome d O Amigo do Povo. Saiu
o bem-estar social.
precisamente em 01-02-1873. Trazia
"Oitenta e Nove foi com efeito
um artigo de fundo sob o mesmo
como que um grande dilúvio, sob o
título, no qual o autor não
qual submergiu-se o monstruoso
preconizava de modo categórico,
feudalismo, que ainda afrontava a
mas sutilmente deixava expressa a
França dos inumeráveis Luíses, qual
ideia profética de que a República
lembravam os faraós do antigo
seria proclamada em 1889.
Egito, isto em pleno século de
Voltaire, de Rousseau e de Mably; ♦
Jônatas Batista, neto de Davi Caldas,
escreve controvertido artigo na revista
Alvorada, em 15-11-1909, referindo-se
ao jornal Oitenta e Nove, segundo ele,
pobre sucessor d’O Amigo do Povo.


mineiros, que acabaram por ser
outros tantos mártires da liberdade,
outras tantas vítimas imoladas ante o
altar druídico, em forma de trono,
onde se achava exposta à veneração
dos fiéis a mentecapta Maria, digna
berço da liberdade, recordando o de Bisavó do atual Imperador do
Moisés a flutuar sobre as águas do Brasil, a quem Deus guarde, quando
Nilo. muito, até 1889... Centenário três
"Oitenta e Nove é ainda a data vezes venerando e assaz
fulgurante da primeira conquista significativo para todos os
plebiscitaria, incontestavelmente republicanos convictos, que estejam
obtida pela democracia numa das de ânimo deliberado a persistir a
mais belas porções deste vastíssimo semear a brilhante ideia; ativamente
continente do Novo Mundo; trabalhando, por período de 17 anos,
queremos falar de um magno sem jamais desesperar do resultado
decreto emanado diretamente do da constância, a semelhança desses
povo, há uns 83 anos, estreando-se pequeninos pólipos que hão
então a uma eleitoral, mui construído imensos bancos de
honrosamente, nas suas funções de coral...
arauto coletivo, segundo a qual "E certo que o trabalho vence
George Washington foi elevado à tudo, e o trabalho inteligente e
dignidade temporária de Chefe dos apurado é sem contestação alguma a
Estados Confederados da União mais bela encarnação da fé, com a
Americana, que hoje se ostenta ao qual mudam-se os montes até,
mundo civilizado como a mais segundo disse Jesus Cristo e nós
admirável colmeia de cidadãos, e vimos já realizado neste século, a
por certo uma das mais poderosas respeito dos Alpes Conteennes,
nações da terra! depois da perfuração do Tabor e do
"Finalmente, Oitenta e Nove Monte Cênis!...
recorda ainda, a nós os brasileiros, a "Devemos calcular os nossos
primeira tentativa de independência passos e medir as nossas vistas, com
no dilatado país descoberto por a mesma calma imperturbável com
Pinzon e por Cabral, tentativa que que o astrônomo determina, para um
infelizmente abortou, mau grado os tempo dado, a passagem de um
belos esforços dos patriotas planeta por um certo
ponto da esfera celeste, produzindo firmeza; enfim, como a formiga
tal fenômeno por ele previsto com remove os inumeráveis grãos de
admirável exação matemática!... areia que lhe obstruem a porta de
"Trabalhemos com a mesma boa sua morada subterrânea, quando
vontade com que a abelha manipula transtornada esta por uma
o pólen das flores, quando trata de eventualidade qualquer...
fabricar o seu mel; com a mesma "Sem descrermos, pois, das
constância com que a aranha nobres aspirações da humanidade,
estende, noite e dia, as suas teias, tratemos de avançar com ela, em
fragílimas, embora com a mesma busca do ideal da perfectibilidade,
embora este pareça fugir-nos
semelhante a uma miragem à
medida que nos adiantamos na
senda do futuro: pouco importa que
nos chamem utopista, uma vez que
esse nome tem sido o de batismo,
aplicado pelos homens de vistas
curtas e recebido por todos os
grandes trabalhadores do gênero
humano. Utopista é ainda hoje
considerado, por muita gente, o
Divino Mestre, por haver pregado a
caridade, isto é, a igualdade e a
fraternidade entre os homens!
" Utopistasioram também:
"I- Guttenberg, o inventor da
imprensa.
"II- Colombo, o descobridor do
Novo Mundo.

"Oitenta e Nove foi com efeito como
"III- Copérnico, o autor de um que um grande dilúvio, sob o qual
novo sistema astronômico. submergiu-se o monstruoso
"IV- Galileu, o apóstolo da feudalismo, que ainda afrontava a
rotação da terra. França dos inumeráveis Luíses, qual
"V- Newton, o descobridor das lembravam os faraós do antigo Egito,
leis da gravitação, o dissector da luz. isto em pleno século de Voltaire
"VI- Bartolomeu de Gusmão, o
inventor do balão aerostático.

"VII- Arkwright, o fabricante da
primeira máquina de fiar algodão.
"VIII- Watt, o autor do
condensador.
"IX- Benjamim Franklin, o
inventor do pára-raios.
"X- Cugnot, a quem se deve a
ideia da locomotiva a vapor,
realizada por Stephenson.
"XI- Lessage, o pai da telegrafia
elétrica, criada por Morse.
"XII- Fulton, o criador da
navegação a vapor.
"2° - O Conselheiro Junqueiro, a
quem devemos a navegação a vapor
do nosso Parnaíba, rio de leito
sumamente arenoso e de canais mui
variáveis...
"A vista de tudo isso, pois, um
dia ainda virá, assim o cremos, em
que a palavra utopia se tornará um
termo obsoleto nos dicionários das
♦ nações cultas; seria isto, embora, na
idade fabulosa em que aos hotéis
Colombo, o descobridor do Novo
Mundo houverem substituído os
Considerado um grande utopista laboratórios de quilo químico,
depositando-se então um jantar
♦ completo numa espécie de carteira
homeopática; nesse tempo em que
chamar-se-á bárbaro, talvez, a quem
quer que seja, que se ache exposto a
morrer de indigestão, como o mais
infatigável amador de papos de
perus!...
"Enquanto, porém, não
avançamos tanto, a ponto de chegar
a uma idade quase angélica, seja-
nos permitido ter a fé robusta de ver
a República Federativa estabelecida
no Brasil; pelo menos daqui a 17
anos, ou em 1889, tempo assaz
suficiente, segundo pensamos, para
a educação livre de uma nova
geração, para a qual ousamos apelar,
cheios da maior confiança.
"Contamos no entretanto, desde
"XIII - Daguerre, o pai da já, com a coadjuvação sincera de
fotografia. todos os apóstolos da mesma ideia
"Foram igualmente utopistas, se que nos anima; bem como com os
bem que de ordem secundária, ou concursos poderosos dos mais
somente para uma pequena porção dignos preceptores da mocidade.
da humanidade: "Tomamos por patronos de nossa
"1° - O Conselheiro António causa patriótica:
Saraiva, fundador de uma nova "1° - Mirabeau, o eloquente
Capital para esta Província, quando orador que apareceu em França, por
alguns não acreditavam que de uma ocasião da Revolução de 1789.
chapada deserta do Piauí, pudesse "2° - Joaquim José da Silva
surgir uma pequena cidade!... Xavier, por alcunha o Tiradentes, o
grande mártir da nossa infeliz tentativa de liberdade em 1789.
"3° - George Washington, o pão e o... dos próprios filhos ainda
primeiro Presidente dos Estados tenros!
Unidos; e o primeiro magistrado "A Pátria exige atualmente os
livre de urna república em terras da mais penosos sacrifícios.
América, eleito no referido ano de "Que fique somente aos egoístas
1789... a glória de se tornarem nédios a
"Sim, sejam estes os santos mais não poder.
patronos da nossa causa! "Mãos à obra, com a coragem do
"Que eles nos inspirem os mais que se acrisola".
belos argumentos para bem Além dos minguados
podermos persuadir aos que ainda vencimentos de lente jubilado do
estão em erro; a maior abnegação, Liceu, com tempo proporcional de
para morrermos mesmo, se serviço, a única renda de Davi
necessário for, defendendo as nossas Caldas era proveniente das aulas
ideias; finalmente o ensino do particulares que dava. Sua tipografia
melhor sistema político a adotarmos, quase nada rendia, porque sendo o
na direção dos púlicos negócios, governo o maior freguês, não lhe
quando diretamente confiados ao dava mais serviços. Como se isso
próprio povo cônscio de sua não bastasse, nesse mesmo
dignidade e dos seus direitos.
"Sentimos que em nosso crânio
ferve, como num cadinho, a ideia da
liberdade: que ela, depois de
fundida, se consolide brilhantemente
em nosso coração, como num vasto
molde, para daí sair semelhante a
uma fulgente estátua, perfeita e
colossal, que em todo o tempo ateste
a grandeza moral deste país em que
nascemos; e que bem poderá exibir
ao mundo uma série de construções
cidopeanas em suas instituições,
forjadas de novo pelos obreiros da
democracia.
"A nossa oficina é a imprensa;
nela pois vamos resolutamente
começar, outra vez, a grande obra,
talvez tentada em vão até este
momento.
"Não queremos nem devemos
deixar que se cubra de cinzas a

Copérnico, o autor de um novo sistema
fornalha ardente! astronômico.
"Para alimentá-la, se preciso for,
verteremos em combustível o nosso ♦
ano de 1874 morre seu cunhado,
indo a irmã viúva com quatro filhos
aumentarem-lhe os encargos de
família.
Mesmo assim, ainda tenta novo
jornal, O Papiro, de pequena
duração e quase nenhuma
repercussão.
Vivendo no limite extremo da
pobreza, mesmo assim sua fibra
patriótica e seu desprendimento dos
bens materiais não o abandonaram.
♦ Em 1876, abalada e humilhada a
Nação com a insolência da
Newton, o descobridor das leis de
gravitação, o dissector da luz. Inglaterra, na questão Christie, Davi
dirigiu-se ao Presidente da
♦ Província, oferecendo como
contribuição para poder revidar aos
ingleses, 10% de seus minguados
vencimentos de professor jubilado.
O ocorrido ficou consignado no
ofício da Presidência, que segue:
"Of. - 2a Seção - número 486, de
26-06-1876. - Ao Inspetor do
Tesouro Provincial. – Comunicando
que o cidadão Davi Moreira Caldas,
em data de 3 de junho último, cedeu
em benefício dos cofres da
Província, por tempo indeterminado,
10% dos vencimentos que percebe,
como lente jubilado do Lice Deixou
um "grande espólio literário, que
infelizmente se perdeu", como
afirma Abdias Neves, em Pátria, n°
66, de 22-01-1904. Salvaram-se
somente alguns versos e artigos em
jornais, além do Relatório do estudo
que fez do rio Parnaíba, inclusive o
delta, por ter sido publicado pelo
governo, em livro, no ano de 1867.
Licurgo de Paiva, o poeta-
boêmio, amigo de Davi, e que lhe
assistiu os últimos momentos,
segurando-lhe a mão, diz que ele
morreu cantando Gloria in excelsis
Dei. Diz-nos mais que no dia da
morte, de manhã, exclamou: "É
chegado o dia de vos dar as minhas
contas... Sabahot... Sabahot...
Sabahot!...três vezes sábio... três
vezes santo!...". Na hora extrema,
estendeu a mão em direção à mulher
e filhos, descrevendo uma cruz, e
disse: "Agora... recebam todos a
minha santa bênção!".
Mas nem a morte fez arrefecer a
vingança dos áulicos imperiais
contra o grande republicano. Como
a igreja católica era ligada ao
Estado, Davi, apesar de grande
crente em Deus, e membro da
Irmandade do Santíssimo
Sacramento, era oficialmente
considerado ateu e, como tal, não
teve o direito de ser enterrado no
cemitério. Cavaram –
lhe um túmulo em frente ao portão túmulos de protestantes junto ao seu
principal do cemitério São José, existentes.
debaixo de um velho jatobazeiro ali A situação em que deixou a
existente, túmulo que alma caridosa família pode-se imaginar pela
mandou cercar com grade de ferro. notícia dada, 15 dias após sua morte,
Só na década de 1930, quando do no jornal O Semanário, n° 50, de
calçamento da rua, foram exumados 19-01-1878: "Diversos amigos do
seus ossos e trasladados para dentro finado Davi Caldas subscreveram
do cemitério, assim como outros uma mensalidade para sua desolada
família, que ficou em extrema
pobreza".
Entre os descendentes de Davi
Caldas, estão os poetas e jornalistas
Jônatas e Zito Batista, filhos de
Rosa e de Jericó Caldas Batista, e o
conhecido radialista Álvaro Lebre.


Benjamim Franklin, inventor do para-
raios.

Desde a morte de Davi Caldas,
até a proclamação da República,
a atividade jornalística no
Piauí decorreu nos velhos moldes,
DE DAVI CALDAS À
REPÚBLICA
sem apresentar nada de novo,
pois que a Província ficou
à margem da fermentação
republicana.


Joaquim José da Silva Xavier, por
acunha o Tiradentes, o grande mártir
da nossa infeliz tentativa de liberdade
em 1789.

igino Cunha, em História do Teatro


em Teresina, assim pinta o quadro
de como a população, surpreendida,
recebeu a notícia da mudança da
forma de governo: "É fácil imaginar
o assombramento de uma sociedade,
onde não havia nenhum republicano,
pois desde a morte de Davi Caldas,
que morreu paupérrimo e louco,
nunca mais ninguém ousou levantar
a voz em Teresina, em favor da
ideia republicana”.
Apenas alguns poucos jornais e
revistas merecem destaque especial
com relação a este período, não só
quanto a duração, como pelo papel
que desempenharam no meio, em
atividades políticas ou literárias.
Entre estes, o Almanaque Piauiense, todos os crimes e nomeai os
de Miguel de Sousa Borges Leal criminosos". Contou também com a
Castelo Branco. Saíram quatro colaboração de Higino Cunha, que
números, entre 1879 e 1882. Trazia estreara n’ O Semanário, em 1875.
apontamentos de fatos históricos, Destacou-se também O Telefone, de
colaboração literária e, 1883 a 1889. Era semanário,
principalmente, biografias de defendendo os interesses do Partido
personalidades ilustres. A Revista Liberal, sendo propriedade de
Mensal de Literatura, Ciências e António Joaquim Dinis. Teve o
Artes, editada por Leônidas Benício mérito de acolher a produção
de Mariz e Sá e Nascimento Filho, literária dos intelectuais da época,
com colaboração de Clodoaldo como Hermínio Castelo Branco,
Freitas, Higino Cunha e Licurgo de Luísa Amélia de Queirós e Licurgo
Paiva, apareceu em 18-05-1887. A de Paiva. Finalmente, nesta mesma
Época, do Partido Conservador, ordem, tivemos ainda A Reforma,
surgiu em 08-04-1878, editada em surgida em 24-03-1887, propriedade
tipografia própria, e teve como de Mariano Gil Castelo Branco,
redatores Teodoro Alves Pacheco, depois Barão de Castelo Branco.
Raimundo de Areia Leão e Foram seus redatores Clodoaldo
Simplício Coelho de Resende. Freitas e António Rubim. Defendia
Trazia como legenda: "Jornalistas ideias abolicionistas, com
do mundo inteiro: despi-vos dos tendências republicanas também, as
preconceitos nacionais, denunciai quais receberam censura do chefe do
exclusivamente a este objetivo. Era
impresso na tipografia d' O
Partido Liberal, tornando-se o jornal Telefone, e trazia a legenda:
mais moderado. Libertas quae sera tamen.
Esta mesma década de 1880, Convém, contudo, e a bem da
destacou-se, principalmente pela verdade histórica, salientar que, com
pregação intensiva do as medidas governamentais adotadas
abolicionismo, bandeira desfraldada a partir de 1872, se não tivesse
pelo Partido Liberal, com apoio das havido a Lei Redentora de 1888,
novas gerações. Tratava-se, dois anos após a República teria
contudo, de uma pregação pacífica, feito a abolição, pois que era este o
sem problemas com a polícia ou a ponto prevalecente entre a
justiça, pois que, desde a guerra do oficialidade do Exército.
Paraguai, contava com a boa Mesmo que a República deixasse
vontade da própria família imperial. de abolir a escravatura, já na
O único obstáculo à abolição era o segunda década do século XX não
Partido Conservador, representando existiriam mais escravos no Brasil,
os senhores de terras e escravos. em face das medidas
Em quase todos os pequenos governamentais de que antes
jornais literários de estudantes, a falamos, entre as quais: a lei que
escravidão era combatida. Mas, em liberava, com indenização aos
1884, a 7 de outubro, surgiu O proprietários, os escravos com mais
Abolicionista, visando de 60 anos; a lei que libertou a todos
os escravos realengos (do real
engenho, ou seja, da fazenda
nacional); a Lei do Vente Livre; e,
finalmente, a lei que criou um
fundo, no orçamento nacional, para
a alforria de escravos. Entre os
próprios senhores de cativos,
tornou-se elegante alforriar alguns
deles, quando dos grandes
acontecimentos familiares, como
casamentos, batizados, formatura de
filhos etc. As irmandades religiosas,
do Rosário e de São Benedito

George Washington, o primeiro
destinavam-se também a esse fim. Presidente dos Estados Unidos, e o
Todos os fatos apontados, no primeiro magistrado livre de uma
entanto, não tiram o brilho e a república em terras da América, eleito
coragem do gesto humano da no referido ano de 1789...
Princesa Isabel.
Outro fato significativo que ♦
também marcou esta década de que
tratamos, foi o início da luta
religiosa, inglória e sem objetivo,
iniciada pela maçonaria, servindo de
eco à famosa Escola do Re -


Pereira da Costa e João Pinheiro
citam ainda um outro jornal de Davi, O
Bom Menino. Nas pesquisas que
fizemos, não encontramos referência a
este jornal. Pode muito bem ter sido
uma folha estudantil, impressa em sua
tipografia.
♦ desapareceu, saíram somente 8
edições. E que só era editado
quando aparecia, em Teresina, um
bispo do Maranhão, em visita
pastoral. O último número marcou a
visita do bispo D. Xisto Albano.
Enquanto perdurou o Império, a
Igreja não sentia necessidade de
reagir, pois contava como fiéis a
quase totalidade dos habitantes da
Província. O Estado a que estava
ligada a protegia. Além disto, o
clero não se encontrava
intelectualmente preparado para luta
desse jaez. Escorregava nos
argumentos dos adversários,
cife, contra a Igreja Católica e seu moldados na dialética e em
clero. Representava um reflexo sofismas. Hoje isso não mais
longínquo das ideias acontece, pois cabeças como a do
enciclopedistas. O único resultado bispo D. Fulton Sheen, com
prático que trouxe, e não era humildade e segurança, afasta da
desejado, foi abrir as portas para o arena qualquer adversário.
surgimento de outras formas Só com a proclamação da
religiosas, como espiritismo, República, desvinculada do Estado e
macumba e protestantismo. acuada pelos adversários, sentiu a
O jornal iniciador dessa luta foi Igreja necessidade de reagir. Foi
O Reator, editado pela maçonaria, quando apareceu o primeiro jornal
declarando-se órgão maçom e católico entre nós, A Cruz, sob a
anticlerical. O primeiro número saiu direção do cônego Honório José
a 05-09-1884, exatamente quando Saraiva (1854-1904).
nos visitava o bispo do Maranhão, a Cada período histórico tem
cuja província eclesiástica então sempre uma personalidade que,
pertencíamos, D. António Cândido sobressaindo-se das demais, o
de Alvarenga. Seu redator-chefe era personifica. Se Deolindo Moura
Clodoaldo Freitas (1855-1926). No representou, no mundo jornalístico
mesmo colaboraram Higino Cunha piauiense, a década de 1860; Davi
(1858-1943), Miguel Rosa (1876- Caldas a de 1870, inegavelmente
1929), João Pinheiro (1877-1946), coube este papel, na década de
Domingos Monteiro (1870-1940) e 1880, a Simplício Coelho de
Abdias Neves (1876-1928). Entre os Resende (1841-1915).
anos de 1884 a 1902, quando
Estreou n’A Época, órgão próprio nome: Coelho de Resende.
conservador, em 1878. Em 10-11- Em 1889, lançou A Falange.
1887, seus amigos tiraram um jor- Simplício Coelho de Resende era
nal de número único, em sua um conservador convicto e atuante,
homenagem, cujo título era o seu ao contrário dos outros
conservadores que, por estarem
apoiados na situação, sentiam pouca
necessidade de luta. Entre as
medidas do valor de um homem,
está a formada pela celeuma, pelos
prós-e-contras que ele levanta em
torno de seu nome. E para mostrar
até que ponto Coelho de Resende ♦
era temido e respeitado, a 13-03- Em fins de 1877, sofrendo, além das
amarguras próprias, o drama da seca,
1889, seus adversários fizeram
não chegou a ficar louco como querem
circular um jornal, O Latíquara, alguns de seus biógrafos, mas foi
distribuição gratuita, saindo uma vez perdendo o contato com a realidade e
por semana, com o dístico: Olho por vivendo de abstrações, entre estas a
olho, dente por dente. Devido a procura das leis de nova ciência que
inconveniência da linguagem usada engendrou: a conscienciologia.
no mesmo, dizia-se "leitura só para
homens, dedicado a registrar todas

as infâmias, crimes, torpezas e
vilanias de Simplício Barnabé de
Resende e todos os seus arrieiros".
Pelo menos no Piauí,
a República
surgiu como uma grande
e estranha surpresa,
conforme opinião já citada do testemunho
ocular de Higino Cunha. Contudo,
REPÚBLICA
a bem da verdade, devemos esclarecer
que houve uma exceção
ao fato de ter sido
Davi Caldas o único republicano declarado
existente em terras
piauienses ao tempo do Império.

O conhecido radialista Álvaro Lebre
figura entre os descendentes
de Davi Caldas. Ao lado dos poetas e
radialistas Jônatas e Zito Batista, filhos
U
de Rosa e Jericó Caldas Batista.

m ano antes da proclamação,


exatamente a 08-12-1888, o Dr.
Joaquim Nogueira Paranaguá,
fundou solenemente, em Corrente,
um Clube Republicano, conforme
notícia extraída d' O Telefone, n° do País, era o Exército. Este mesmo
293, de 26-01-1889. É perfeitamente foi surpreendido até certo ponto,
explicável a falta de maior pois que as circunstâncias o fizeram
repercussão, na capital, do acelerar o fim da monarquia, antes
acontecimento. E que o distrito de que tivessem preparado planos para
Parnaguá, onde situa-se Corrente, o novo regime.
desde o início da colonização do Daí o fato de ser aproveitada
Piauí, só vem pertencendo a este toda a máquina política do Império,
Estado oficialmente. Na prática, com seus barões, seus coronéis e
sempre foi econômica e eleitores de cabresto, até que o
culturalmente unido à Bahia. Marechal Floriano tomasse o pulso
Somente agora, com a iniciativa do da situação e traçasse um roteiro, o
atual governo de até ali estender qual, infelizmente, foi abandonado
estradas asfaltadas e ligação após o seu afastamento do poder.
telefônica, aquela região O primeiro jornal a circular no
potencialmente riquíssima poderá Piauí após a proclamação da
chegar-se ao Piauí. República, dentro dos moldes
Nos primeiros dias da ideológicos do novo regime, foi o
proclamação, ninguém fazia a Oitenta e Nove, a 23-11-1889,
menor ideia de como devia somente oito dias após o fato. Saiu
funcionar a administração de um como segunda fase do famoso jornal
país republicano. Os velhos e de Davi Caldas, e sob a orientação
tradicionais partidos políticos do filho deste, Focion Caldas. Pouco
ficaram desorientados, por não durou e quase nenhuma influência
saberem se no novo regime haveria teve na opinião pública.
lugar para eles. Grande e apática Com a chegada do primeiro
expectativa caracterizou a estes governador republicano, então
primeiros dias. Major e depois Marechal Gregório
A única organização aparelhada Taumaturgo de Azevedo (1853-
para assumir os encargos da direção 1921),
foram-se esboçando os novos Resende e Clodoaldo Freitas. A
partidos políticos, e surgindo República, órgão do Partido Federal,
jornais, com fusão dos já existentes, que se dizia a única folha diária do
para cobertura a estes partidos. Estado, mas que em verdade só o foi
Assim, Fiat-Lux e Atualidade por curto período, sendo seus
fundiram-se, dando nascimento a A redatores Areolino de Abreu, Elias
Democracia, órgão situacionista Martins, João Gaioso e Manuel da
redigido por Higino Cunha, que Paz. Finalmente, O Estado do Piauí,
mais tarde foi transformado n' O que surgiu como transformação de
Piauí. O telefone, e como órgão oficial.
Tivemos também nesta fase Também não podemos deixar de
próxima ao raiar do século XX: O mencionar O Lacrau, surgido em
Democrata (11-06-1890), órgão do 04-01-1890, propriedade e redação
partido do mesmo nome, do professor de letras aposentado
propriedade do Barão de Castelo João Miguel Jarrinha. Os poucos
Branco, com redação de Coelho de que trataram sobre a imprensa no
Piauí, o ridicularizaram. Lemos um
dos números do jornal e chegamos à
conclusão de tratar-se de uma folha
séria e bem intencionada,
desvinculada de interesses políticos
e conveniências sociais. O professor
Jarrinha era um idealista excêntrico.
O jornal trazia a epígrafe, em verso:
"Sou um bichinho/Mas também sou
forte;/ Picando a vagar/ Não temo a
morte!". Em seu artigo-programa,
lia-se: "O meu principal cuidado
será concorrer para que sejam
conservadas no nosso Estado a
Religião Católica, Apostólica e

Higino Cunha, autor de a História do
Romana, e o melhoramento de todos Teatro em Teresina, foi um dos
os ramos da instrução". A verdade, colaboradores da Revista Mensal de
porém, é que o jornal só ficou Literatura, Ciencias e Artes, aparecida
destacado, devido ao trágico fim de em 18-05-1887.
seu proprietário e redator: foi
assassinado a pauladas, quando ♦
dormia, por um rapazinho que criara
desde pequeno, sendo roubo o
móvel do crime.
O período compreendido entre
1889 e 1890 foi de mera procura de
rumos dentro do novo regime.
Afinal, após várias pequenas lutas
sem objetivos, tudo resultou
praticamente na volta ao passado
com o predomínio dos coronéis, as
eleições periódicas, os arranjos
familiares, a estagnação. Aliás, no
Piauí, como das transformações an-
♦ Dos fatos ocorridos então, um
deixou sua marca na história de
Mariano Gil Castelo Branco, depois
Barão de Castelo Branco, proprietário nossa imprensa. Foi o incidente de
de A Reforma, surgida em 24-03-1887. que resultou a prisão do Dr.
Foram seus redatores Clodoaldo Freitas Simplício Coelho de Resende. Este
e Antônio Rubim. lutador, quando deputado-geral pelo
Piauí, em 1887, levantou séria
♦ polêmica com o Coronel Cunha
Matos, herói do Paraguai e figura
respeitada no Exército. Motivou a
polêmica, o fato de ter vindo o
Coronel ao Piauí inspecionar a
guarnição, encontrando faltas
disciplinares no Capitão Pedro José
de Lima, e recomendando a sua
prisão. Coelho de Resende tomou as
dores do Capitão e entendeu de
levar a questão meramente
disciplinar para o plenário da
Câmara. Acham alguns dos
historiadores que este foi um dos
pequenos rastilhos que atearam fogo
no Império, provocando o
aceleramento da República.
Posteriormente, em 1890, o
jornal O Democrata, do qual eram
redatores Coelho de Resende e
teriores, este período de transição Clodoaldo Freitas, publicou na
foi menos agitado do que no resto seção, a pedido, notícia humorística
do Brasil, ensanguentado pelas lutas na qual dizia que o condenado a galé
de Canudos, Rio Grande, Paraná e Sebastião de tal, estava sendo
Rio de Janeiro. utilizado como criado, no serviço
A única cousa de inédito particular do governador do Estado,
manifestada a esse tempo de Capitão do Exército Gabino
transição e adaptação, foi a dúvida Besouro Susano de Araújo, como se
surgida nos primeiros dias do novo preso não fosse.
regime, quanto ao tratamento que se O governador mandou chamar
devia dar às pessoas e autoridades. Coelho de Resende a palácio e, ali,
Pareceu, a princípio, que com a sem mesmo ser recebido, foi preso
mudança de regime, devia haver pelo Tenente Vicente Franco, que o
também mudança de tratamento, e levou diretamente para o quartel do
vemos nos jornais de então 35° Batalhão de Infantaria.
expressões como estas: cidadão- No quartel foi posto,
governador, cidadão-deputado, inadvertidamente, na melhor sala,
cidadão-Major e outras. mas que estava pintada a óleo, de
pouco, fato que provocou em tive a felicidade de conhecer de
Coelho de Resende princípio de perto distintos militares deste
envenenamento (saturnismo). batalhão, onde, em vez de algozes e
Quanto ao proprietário do jornal, carcereiros, como desejava o Sr.
Barão de Castelo Branco, foi Besouro, encontrei cavalheiros e
intimado pela Polícia a manter cidadãos que, sem quebra do
suspensa a publicação, até que o cumprimento de deveres, portaram-
governador Besouro, que já estava se com a dignidade inerente à farda
de malas arrumadas, partisse. do soldado brasileiro.
Desgostoso com o acontecido, "Além do seu digno comandante,
Coelho de Resende, em 12-11-1891, Ten-Cel. Joaquim Manoel de
retirou-se para o Amazonas, com a Medeiros, e do Major-fiscal José
família, vivendo em Manaus o resto Inácio Xavier de Brito, que são dois
de sua vida, dedicado à advocacia e ornamentos da sua digna classe,
ao magistério, como professor da confesso-me
Faculdade de Direito.
O fato porém, analisado
friamente, teve sua razão de ser. Ao
Exército, então, pelas
circunstâncias, cabia manter o novo
regime. Quanto a Coelho de
Resende, era convicto e
arraigadamente pelo retorno do
antigo regime. Gozava da
intimidade da família imperial.
Quando seu filho, Dr. Simplício
Coelho de Melo Resende ia a Paris,
hospedava-se na residência do
herdeiro presuntivo do trono do
Brasil, D. Luís de Bragança.
O princípio de envenenamento
que sofreu foi mero acidente, e não
baixa vingança dos militares, como
ao tempo se quis fazer sentir que

Clodoaldo Freitas (1855-1926), um dos
fosse. O próprio Coelho de Resende, fundadores da Academia Piauiense de
então, e honestamente, antes de Letras, era redator-chefe de O Reator,
retirar-se do Piauí, esclareceu o declarando-se órgão maçom e
assunto com a nota abaixo, anticlerical.
publicada ri O Democrata, n° 19, de
20-10-1890:

"AOS BRIOSOS MILITARES
DO 35° BATALHÃO

"Durante os dias do meu


encarceramento no quartel do 35°,
Sumamente penhorado pelas
maneiras cavalheirosas com que
trataram-me, aos oficiais que
durante a minha prisão, estiveram de
estado ou de serviço no quartel ou
ali visitaram-me: Cap. Joaquim
Rodrigues Pereira; Ten. Firmino
Antunes Brasil Correia; alferes:
António Anísio de Andrade
Guimarães, Vítor Vieira de
Almeida, José Chaves de Meneses,
Galdino Evaristo da Silva Leite e
José Manoel Borges Carneiro; e os
Cadetes e inferiores: Francisco Dias
Guimarães, Segismundo Ferreira de
♦ Carvalho, António Gonçalves Dias,
Elesbão Alves Moreira, Azarias José
Princesa Isabel, apesar de todos os
fatos apontados, não perde o seu brilho, de Sousa, Hermínio de Castelo
a sua coragem e o seu gesto humano. Branco (filho), Pedro Teixeira,
António Monteiro, João José
♦ Vilanova, e outros cujos nomes
escapam-me, aos quais todos ponho
à disposição a nihilidade dos meus
serviços.
"É possível que esta pública
manifestação de gratidão e
reconhecimento prejudique aos
briosos oficiais, que por ela
incorrerão no desagrado do
celebrizado Besouro, cuja
alucinação toca ao desespero; mas,
felizmente, para o brio da classe tão
nobre e tranquilidade dos
piauienses, a administração do
tiranete chegou ao paroxismo da
agonia, dando-se o bicho em
espetáculo no gabinete do seu
palácio, onde esbraveja e berra
furibundo, como que tendo o
espírito animado e subjugado pelas
forças infernais!
"É o último estertor desse ente
possesso!
"Teresina, 18 de outubro de
1890. a) Simplício Coelho de
Resende".
Pouco mais tarde, em 1894,
tivemos um dos mais sérios
processos por crime de imprensa.
Estavam implicados os Drs. José
Pereira Lopes e Elias Martins. Por
sentença de 6 de março, do juiz Dr.
José Furtado de Mendonça, foram
condenados a 7 meses de prisão
simples, por injúrias contra o
Governador Capitão Coriolano de
Carvalho e Silva.

Ainda em nossos dias,


a imprensa
piauiense de alguma expressão
teve sua atuação praticamente reduzida
à capital do Estado.
No século passado,
IMPRENSA EM PARNAÍBA
tivemos em exceção a esta regra
a bela cidade litorânea de Parnaíba.
Foi secundada,
em muito menor escala, por Amarante,
primeiro,
e depois Floriano.


Francisco de
Morais Correia, proprietário de O
Nortista (01-01-1901 a 30-12-1912),
que contou com a gerência de
Francisco Basto e a colaboração de
Armando Madeira e Lima Rebelo.
1863, exatamente dez anos somente
após o lançamento do primeiro
jornal de Teresina. Era impresso na
Tipografia Imperial, de José da

A Silva Leite, declarando-se mercantil


e noticioso.
Compensando a demora em
surgir, a imprensa parnaibana já
nasceu madura. Após cinco meses
do primeiro jornal, surgiu o
segundo, Liga e Progresso (16-07-
1863), como órgão do Partido
Liberal. O primeiro jornal
especializado da Província, A
Violeta, saiu ali em 1864, como
leitura exclusivamente para
senhoras. Daí por diante, os jornais
surgiam e desapareciam, conforme
as conveniências do momento, o que
pode ser acompanhado na relação
anexa a este trabalho.
Queremos, ainda, entre os
demais jornais do século passado,
ressaltar dois outros: O Lidador, de
Raimundo José de Moura, aparecido
em 05-06-1893. Seu destaque
resultou do fato de haver sido o
primeiro jornal a ser empastelado no
contece que Parnaíba teve Piauí, em 20-01-1894. Seu
oportunidade de possuir jornais proprietário responsabilizou pelo
antes mesmo que Oeiras e Teresina, fato, como mandante, ao então
devido ao empório comercial que Capitão do porto, 1° Ten. da
representava, e a ligação Armada, Gervásio Pires de
IP: marítima com as demais Sampaio. Foi o empastelamento
províncias e depois Estados do executado altas horas da noite, por
Brasil, e países do mundo. Não soldados do 35° Batalhão de
sentiu, porém, esta necessidade, pois Infantaria. O outro, Poliantéia, em
que ali se recebiam regularmente 1899, destaca-se pela delicadeza da
jornais do Maranhão, de homenagem prestada à inspirada
Pernambuco e da Corte. poetisa Luísa Amélia de Queirós,
Apesar disso, o elevado nível nascida em Piracuruca, mas que
intelectual de sua elite exigia que viveu a maior parte de sua vida em
tivesse imprensa própria. Parnaíba, considerada por ela sua
O primeiro jornal a ser ali terra de eleição. Saiu em edição
editado foi o Eco da Parnaíba, cujo única, no primeiro aniversário de
primeiro número saiu em 25-02- sua morte.
Depois dos acima, destacou-se O de nossa terra. Entre aqueles a quem
Nortista (01-01-1901 a 30-12-1912), esteve afeta a parte artística da
propriedade de Francisco de Morais apresentação, deve ser apontada a
Correia e gerência de Francisco figura de J. Adonias Monteiro, um
Basto. Contou entre seus grande desenhista.
colaboradores as figuras ilustres dos Enquanto esteve dirigido por
Drs. Armando Madeira e Lima Bembém, o lançamento de cada
Rebelo. Neste jornal foi sustentada a edição constituía um acontecimento
maior batalha pela construção do social, comemorado com banda de
porto de Amarração (hoje Luís música e champagne, presentes as
Correia). autoridades e personalidades locais.
Além dos parnaibanos citados Quando completou seu décimo
(Armando Madeira nasceu em ano de existência, em 1933, o suave
Amarante, mas considerou-se e místico poeta parnaibano R. Petit,
sempre parnaibano), ajudaram dedicou-lhe o poema abaixo:
também com efetiva colaboração,
entre outros, Lucídio Freitas e
Antonino Freire da Silva.
Os lutadores eram os apontados,
mas o comando da luta estava em
mãos desse batalhador gigante que
foi Jonas de Morais Correia, a quem
Lucídio Freitas, em seu livro Minha
Terra, dedica um delicado e
agradecido poema.
Finalmente, sem considerar os
jornais atuais, cuja influência no
meio parnaibano, e mesmo
piauiense, fica reservada aos
historiadores do futuro, queremos,
sem nenhum favor, dar especial
destaque ao Almanaque da
Parnaíba, surgido em 02-08-1923,
como propriedade da figura ♦
inesquecível de Benedito dos Santos Lima Rebelo, colaborador do jornal
Lima, carinhosamente chamado O Nurtista (01-01-1901 a 30-12-1912),
Bembém pela população propriedade de Francisco de Morais
parnaibana. Correia, onde foi sustentada a maior
Nos primeiros anos foi impresso batalha pela constituição de
Amarração.
em Fortaleza, depois em Belém,
pela firma J. B. dos Santos. Além de ♦
notícias do interesse de todos,
trouxe sempre em seu bojo as
melhores páginas esparsas sobre a
história do Piauí, e colaboração
literária dos mais destacados nomes
"Almanaque da Parnaíba

"Um guerreiro quando entra em


dez batalhas/E vence todas, como
um gênio ousado,/Gargalhando ao
gemido das metralhas;//"Quando
passa dez anos batalhando,/Como
um génio a subir glorificado,/Pelo
mundo seus feitos espalhando;//"É
tão extraordinária essa vitória/Que o
seu nome se eleva fulgurando,/Para
sempre, nas páginas da
história!...//"Avante, pois, heróicos
editores/Do grande paladino
iluminado/Pela pena dos nossos
escritores.//"Marchai, como serenos
espartanos,/Em defesa sublime de
♦ um passado/Que orgulha a vida dos
Bembém era proprietário do pamaibanos//"Marchai, mostrando à
Almanaque da Parnaíba, surgido em terra abençoada/O quanto vale, entre
02-08-1923, cujo lançamento constituía esperanças mil/Esta orgulhosa
um acontecimento social, com banda pérola engastada/No coração do
Da de música e champagne. Norte do Brasil!..."
♦ Após Bembém, continuou o
Almanaque da Parnaíba a ser
editado, até os nossos dias, pela
respeitável e empreendedora figura
de Ranulfo Torres Raposo, sendo
cada edição mais esmerada que a
outra.
Ainda a tempo, devemos apontar
também em destaque, a revista
Cultura, da Sociedade Parnaibana
de Expansão Cultural, só igualada
em seleção de matérias à Revista da
Academia Piauiense de Letras. Saiu
em 1959, sendo a comissão de
redação composta por Cândido de
Almeida Ataíde, Pe. António
Monteiro Sampaio e Moacir
Rodrigues da Cunha. Entre seus
colaboradores destacaram-se: Edson
Cunha, João Silva Filho, Oliveira
Neto, Heitor de Sousa e Valterdes
Sampaio.
Destaque especial merece ainda
o fato de que o 1° Centenário da
Imprensa no Piauí, ocorrido em
1932, quase despercebido pela
imprensa de Teresina, foi pela de
Parnaíba condignamente
comemorado. Dessas
comemorações, transcrevemos o
soneto que segue, de Alarico da
Cunha, o grande intelectual do
extremo norte do Estado, e
publicado no Almanaque da
Parnaíba, de 1933:

"Centenário da Imprensa
"Centenário da Imprensa! Um
século de vida/Transpôs o Piauí,
numa lvorada imerso,/Com toda a
galhardia e a mais nobre acolhida/Da
Litericultura - em prosa, em drama,
em verso!//"Centenário da Imprensa!
Etapa redimida/Com mágico

Oliveira Neto, poeta, um dos
esplendor!Tanto gênio colaboradores da revista Cultura, da
disperso,/Cuja fulguração se fosse Sociedade Parnaibana de Expansão
conhecida,/Esta data ecoaria em Cultural, só igualada em seleção de
torno do Universo!//"Centenário da matérias à Revista da Academia
Imprensa! O Piauí perscruta/Dos Piauiense de Letras. Saiu em 1959.
filhos o valor, em cem anos de
luta,/Prosadores de fama e poetas

magistrais...//"Centenário da
Imprensa! É grande a tua glória
./Falanges de imortais legaste à
nossa história,/Luzeiro que acendeste
e não se extingue mais!...
Desde Gutenberg (1400-1468), até o início
do século passado, os meios de composição
e impressão eram demasiados rudimentares, representados
pelas tipografias. As tipografias que aqui tivemos,
quase todas de segunda mão, trazidas de outras capitais,
eram praticamente
aos do modelo de Gutenberg, sem sequer os aperfeiçoamentos
IMPRESSÃO E COMPOSIÇÃO
introduzidos na prensa por Wilhelm Hass,
em 1772; Didot, em 1783, e Lord Stanhope,
resultando na substituição da prensa de madeira
pela de ferro, com pressão regulada,
o que possibilitou a tiragem de 3.000 cópias
por dia, ao invés de 300, que era o rendimento da primitiva.
E

Desde Gutenberg (1400-1468), até o
início
do século passado, os meios de
composição
e impressão eram demasiados
rudimentares, representados
pelas tipografias. As tipografias que
aqui tivemos,
quase todas de segunda mão.

m regra, sua manipulação dependia


de apenas dois homens: o
compositor, que também usando
tampões embebia de tintas os
estampadores, e o impressor.
Somente em 1852, já em
Teresina, a Tipografia
Constitucional, de onde saiu A
Ordem, utilizou prensa manual de
ferro, ao invés de madeira.
Em 1890, foi adquirida pelo
Barão de Castelo Branco, para o seu
jornal O Estado do Piauí, uma
impressora tipo Minerva, precursora
da rotativa inventada por Koenig, em
1803. A novidade é que usava
tintagem por cilindros e era movida a
vapor. Usava ainda impressora plana,
sendo capaz de produzir mais de patente. Mais 24 anos depois, em
3.000 cópias por hora, e o Times, de 1912, foi este processo, não
Londres, já a utilizava desde 1814. superado, mas aperfeiçoado pelo
Quando chegou-nos esta intertipo.
impressora, havia 20 anos que o Já tivemos oportunidade de falar
jornal argentino La Nacion utilizava a respeito de nossa primeira
rotativa múltipla, Marinoni, com tipografia, trazida da Bahia para
impressão em cilindro e papel em Oeiras pelo cônego António
bobina, capaz de imprimir 12.500 Fernandes da Silveira; o mesmo que
exemplares por hora; de um jornal instalou também a primeira
com 64 páginas. tipografia e editou o primeiro jornal,
Em matéria de composição, em sua província natal, Sergipe.
continuou em nosso meio a rotineira, Dessa tipografia, sob a razão social
tipo por tipo, até que aqui chegasse, de Silveira & Cia., saiu o primeiro
em 1928, a primeira linotipo (tipo jornal de nossa terra, O Piauiense,
por linha), que acelerava como já foi dito. Em 1839, conforme
consideravelmente a composição. autorização por lei de 05-09, foi
Convém, contudo, salientar que o adquirida pelo governo e
progresso da composição, de início e transformada em Tipografia
no mundo todo, retardou-se muito do Provincial. A mesma lei fixava os
manifestado na impressão. Somente vencimentos do compositor em
em 1884, o inventor da linotipo, 300$000 (trezentos mil réis); sendo
Ottmar Mergenthaler, de Baltimore em 1845 elevados para 400$000 e
(Estados Unidos), registrou sua
os do impressor para 250$000. Já em 1859; d’O Expectador;1861,
1845, segundo relatório do Conservadora; 1862, Independente;
Presidente da Província, Dr. Zacarias 1863, Progressista; 1863, Imperial, a
de Gois, seu estado era deplorável. primeira de Parnaíba; 1865, d'A
Finalmente, em 1848, pela Imprensa, 1867, d' O Piauí, 1870,
Resolução n° 229, de 20-09, a d'A Pátria; 1874, de Davi Caldas;
Assembleia Legislativa autorizou sua 1876, d’A Moderação, d'O
arrematação em hasta pública, o que Semanário, e a de Bento Justino, a
aconteceu a 23-01-1849, pelo preço primeira de Amarante; 1878, d'A
de 2:721$000 (dois contos e Época; 1880, de José de Araújo
setecentos e vinte e um mil réis). Costa, e a de B. C. Fernandes, de
Os arrematantes mudaram-lhe o Parnaíba; 1883, d’ O Amarantíno, de
nome para Tipografia Saquarema, do Amarante; e a d’O
partido político do mesmo nome. Em Campomaiorense, a primeira de
1850, surgiu em Oeiras uma Campo Maior; 1886, d'O Revérbero,
segunda, a Tipografia Liberal, d’O Reator e d’O Município, este de
pertencente ao Partido Liberal. Oeiras; 1887, d'A Reforma e d'O
A partir de 1853, além da Piauiense; 1889, d’A Tribuna, d’A
Tipografia Constitucional, que Vanguarda Liberal e d’A Falange
imprimiu A Ordem, o primeiro jornal Aconteceu que, no século
de Teresina, tivemos, entre outras e passado, ficamos praticamente
pela e pela ordem de aparecimento: indiferentes,m ignorando mesmo, o
progresso apontado nas artes gráficas
em todo o mundo. Para
comprovação, tomemos a notícia
adiante transcrita, extraída d’O
Píauí, n° 225, de 09-07-1872:
"Invenção - Entre as maravilhas
que se admiram na Exposição de
Londres, se vê uma máquina que tem ♦
um cilindro de mais de um metro de Zacarias de Góis, Presidente da
Província, em relatório sobre a
largo, e o qual envolve uma tira de
tipografia Silveira & Cia., datada de
papel de 3 quilômetros. Esta imensa 1848, diz que o seu estado era
tira de papel passa por uma prensa deplorável. Em 1849 foi arrematada em
cilíndrica que imprime um periódico, hasta póblica.
cujos exemplares, a cada giro da
roda, caem como granizo debaixo da ♦
máquina. No ano passado, assim
como no atual, se inventou um
componedor, que forma já palavras
com sílabas unidas e em apa -


Coronel Otavio Miranda, lançou,
através d’O Dia, edição primeira em
offset, exatamente a 29-07-1972,
moderno dar aos leitores um jornal
moderno e com uma apresentação que
não deixe a desejar aos mais bem
impressos de todo o país.

ao grande progresso da eletrônica e
da arte fotográfica, muito embora
tenha suas origens no processo
litográfico, surgido em 1796, graças
ao alemão Aloy Senefelder.
O primeiro foi O Dia, da empresa
gráfica do mesmo nome, sob a
orientação dinâmica do Coronel
Otávio Miranda. Lançou edição em
offset exatamente a 29-07-1972. Em
nota explicativa, entregando o
relho de que O Times já faz uso para melhoramento ao público, assim
pôr os números e as frases e dizia: "Embora faltando ainda os
estampar a direção onde residem os retoques que toda perfeição exige, a
assinantes". partir de hoje circularemos dentro do
Mas acontece que no mundo da novo sistema, procurando, com o
técnica, mesmo para as regiões mais aprimoramento da técnica, do
isoladas, as invenções vão sendo conhecimento e da habilidade, polir
entregues ao consumo, em tempo cada vez mais o nosso trabalho, no
cada vez menor. Da invenção da sentido de que a população piauiense
máquina a vapor à sua execução, tenha, de fato, um jornal moderno e
passaram-se quase cem anos. Já a com uma apresentação gráfica que
recente invenção do transistor não deixe a desejar aos mais bem
demorou dois anos apenas para ser impressos de todo o país".
comercializada. Persistir em operar Em 31-07-1972, o jornal O
com máquinas antigas, "porque ainda Estado, também de Teresina,
utilizáveis", significa desaparecer dirigido pelo acatado jornalista
ante os concorrentes. A Europa Hélder Feitosa, é entregue ao público
cometeu este erro frente aos Estados utilizando o mesmo sistema, embora
Unidos, e perdeu a liderança que por com processo diferente de
séculos vinha mantendo nos composição. Por sua vez, orgulhoso
negócios do mundo. do feito, e em explicação ao público,
As considerações acima visam a esclarece nesta edição: "Agora,
explicar o fato de já termos, em impresso em offset, O Estado parte
Teresina, dois jornais que no para uma etapa decisiva na história
corrente ano adotaram o offset, de nossa imprensa, definitivamente
processo gráfico desenvolvido graças enquadrado nos conceitos da
imprensa moderna, em que os
métodos industriais tomam o lugar
do velho sistema artesanal.
Para finalizar este capítulo, e "A ARTE TIPOGRÁFICA - A
como homenagem aos abnegados arte tipográfica é o vestíbulo da
trabalhadores em artes gráficas, literatura; ela presume, na classe
transcrevemos um artigo de bastante ilustrada que a exerce, uma
Lamartine, extraído do jornal O ilustração assaz variada, porque
Piauí, n° 184, de 05-12-1894: supõe o conhecimento minucioso da
língua, e a língua é a chave de todo o
saber.
"Os tipógrafos por sua arte
constituem uma espécie de noviciado
da literatura; pelo seu mister são os
primeiros confidentes da ideia;
poderíamos chamá-los os secretários

O acatado jornalista cearense Hélder
íntimos de seu século. A intimidade Feitosa entrega ao público em 31-07-
confidencial em que eles vivem com 1972, o jornal O Estado utilizando o
os escritores, os oradores, os poetas e mesmo sistema offset, embora
os sábios iniciam forçosamente estes com processo
operários no pensamento, na ciência, diferente de composição
na política e nas letras.
"É possível supor-se um copista

de música que não compreenda as
notas? Um gravador de quadros que
não saiba o desenho? O mesmo ♦
acontece com os tipógrafos. A arte tipográfica é o vestíbulo da
literatura; ela presume, na classe
"E a profissão que eles exercem a
bastante ilustrada que a exerce, uma
que mais se aproxima da do escritor, ilustração assaz variada, porque supõe o
se pensar, sentir e escrever pode se conhecimento minucioso da língua, e a
considerar uma profissão. língua é a chave de todo o saber.
"E, pelo menos, a mais intelectual
das profissões liberais". ♦
Entre 1900 e 1910, do ponto de vista jornalístico,
tivemos um período calmo, calma esta
como a que precede aos furacões, que desabariam
entre 1910 e 1920. Visto pelo prisma literário,
porém, foi um dos mais fecundos períodos,
PRIMEIRA DÉCADA DO
SÉCULO XX
com o surgimento para a posteridade de uma
plêiade de nomes que ficariam perpetuamente gravados
em nossas letras, tais como Jônatas e Zito Batista,
Lucídio e Alcides Freitas, João e Celso Pinheiro, Da Costa e
Silva, Baurélio Mangabeira, Nogueira Tapeti, Arimatéa Tiro,
Cristino Castelo Branco e tantos outros.


Alcides Freitas, de toda a sua obra,
publicou uma brochura com a tese de
doutorado, A Lágrima, e os dez sonetos
aos Alexandrinos. O livro que sonhava
publicar, quando morreu aos vinte e três
anos, Noturno, ficou espalhado em
revistas e jornais de seu tempo.

que o jornal foi sempre a escola de


nossos escritores e poetas, sendo
difícil encontrar uma exceção.
Durante os períodos eleitorais e de
lutas políticas, não sobrava espaço
para encher com literatura, pois que
os jornais quase sempre pertenciam a
grupos partidários. Por isso, geração
após geração de estudantes do Liceu
Piauiense, hoje Colégio Zacarias de
Gois, ou grupos divergentes dentro
da mesma geração, com o curtíssimo
dinheiro das mesadas, conseguiam
fazer circular pequenos jornais
literários, alguns dos quais não
puderam sobreviver além do 2° ou 3°
número.
Vários de nossos escritores anuário, mas em 03-09-1902 entrou
ilustres que, em vida, nunca puderam em nova fase, como mensal,
publicar suas obras, têm hoje de ser
procurados em velhas coleções de
jornais e revistas. Clodoaldo Freitas,
que demonstrou expresso desejo de
publicar mais de 20 obras já prontas,
só publicou três. Alcides Freitas, de
toda a sua obra, publicou uma
brochura com a tese de doutorado, A
Lágrima, e os dez sonetos aos
Alexandrinos. O livro que sonhava
publicar, quando morreu aos vinte e
três anos, Noturno, ficou espalhado
em revistas e jornais de seu tempo.
Rodrigues dos Santos, jornalista e
pesquisador incansável das cousas de
nossa história, morreu sem ver
publicada, em livro, uma sequer de
suas obras.
Com relação ao assunto,
recentemente, pesquisadores da
Universidade de São Paulo,
revistando velhas coleções de jornais
na Bahia, descobriram a obra de
Pedro Militão Kilkerry, e
assombrados, classificaram-no como
um dos maiores poetas do Brasil. Era
mulato, filho de um escocês com
uma baiana. Não conseguiu, até sua
morte, enfeixar em livros a sua
produção poética. Morreu em 1917 e
foi, juntamente com Jackson de
Figueiredo, um dos maiores e mais
íntimos amigos de nosso Alcides
Freitas, quando em Salvador cursava
este medicina.
Verifiquemos este período de que
tratamos, em relação aos jornais,
começando por A Luz(24-06-1890 a
1908), usando os símbolos
maçônicos que vinham impressos no
próprio jornal: "Órgão Mac.', sob os
Ausp.1. da Aug.'. e Resp.'. Loj.'.
Cap.'. Caridade 2a". Inicialmente era
deixando Higino Cunha a redação e em comemoração à data da
entrando Luís Nogueira 7 . '. Independência Nacional.
Antonino Freire 7 . '. João Pinheiro 6 Colaboraram neste número, entre
. '. Abdias Neves 3 . '. Miguel Rosa 3 outros, os estudantes João Soraine,
.'. e Chaves Júnior 3 .'. Manoel Saraiva, Joel Oliveira,
A Igreja reagiu a esta nova fase Simplício Mendes, José Faustino,
de agressividade da maçonaria, Adolfo Alencar e Álvaro Freire.
capitaneada por Miguel Rosa, A Cidade de Teresina,
lançando O Apóstolo, um pouco empastelada por ordem de Miguel
mais tarde, propriedade da Diocese e Rosa, em 11-12-1913, acolheu em
tendo como redator Elias Martins. suas páginas, juntamente com o
Depois, em 1912, surgiu A Cidade Diário do Piauí, as melhores
de Teresina, também órgão católico produções de Alcides e Lucídio
fundado pelo Dr. Odilo Costa e Freitas, Nogueira Tapeti, Zito e
destinado a apoiar sua candidatura ao Jônatas Batista e Celso Pinheiro. É
governo do Estado, contra Miguel que a geração então surgindo, não se
Rosa.Tão logo este galgou o poder, deixou enlaçar no anticlericalismo da
mandou empastelar estes dois jornais anterior. Outros ventos haviam
por soldados de polícia. soprado pelas faculdades,
A importância de Miguel Rosa como
estrategista da maçonaria era tal que,
no dia de seu aniversário, o jornal A
Luz, em 15-02-1902, fez circular, em
edição única, O Natal, em
homenagem ao líder, como
"guerrilheiro da luz". Aliás, estes
jornais de edições únicas, como
homenagem especial, estiveram em
moda até 1915, quando saiu o último
de que temos notícia, também com o
título O Nata], homenagem dos
operários d' O Monitor a Abdias
Neves. O Norte fez duas edições
especiais de homenagem, a saber: O
Natalício, no aniversário do
Governador Raimundo Arthur de
Vasconcelos, em 29-03-1899, edição

Miguel Rosa, um grande estrategista da
impressa em cetim branca; a outra maçonaria. No dia do seu aniversário, o
em 1907, como homenagem ao jornal A Luz, em 15-02.1502, fez
Coronel Lisandro Nogueira, chefe circular em edição única, O Natal. Tao
político e herói do Paraguai. Destes logo este galgou o poder , mandou
jornais de edições únicas em empastelar estes dois jornais por
homenagem, somente um
soldados da polícia.
reverenciou data patriótica,
Liberdade, em 07-09-1903, tirado ♦
pelos professores e alunos do Liceu,
caminho religioso. Um dos últimos
apelos de Alcides Freitas, em seus
poemas, foi dirigido a Nossa Senhora
da Piedade. Celso Pinheiro, já
maduro, dedica 170 sonetos
alexandrinos a Maio de Nossa
Senhora, Lucídio Freitas, em procura
de rumos, deixa-se impressionar,
embora reagindo, por Farias Brito.
Só Nogueira Tapeti morreu apegado
ao mais puro panteísmo.
Dois outros pequenos jornais de
Teresina tiveram o mérito de revelar,
já em segunda geração, a dinastia
♦ dos Lemos em nossa imprensa,
Lisandro Nogueira, chefe político e vindos de Oeiras: A Semana (01-09-
herói do Paraguai, homenageado em 1901), de António Lemos, e A
1907, pelo jornal O Norte, que só fez Gazeta, de Benedito Lemos, mais
duas edições assim A outra foi para o conhecido por B. Lemos, em 10-12-
governador Raimundo Arthur de 1904. Está representada hoje, esta
Vasconcelos , no aniversário deste, dinastia, em terceira geração, pelo
em 29-03-1899. jornalista de pulso que é Alberôni
♦ Lemos. Simplício Mendes escreveu
um trabalho sobre os Lemos,
iniciando o aparecimento dos
mesmos com os dois citados e mais
Joaquim Lemos, três irmãos, filhos
de Manuel Felipe de Lemos e
Raimunda Florinda da Silva Lemos.
Passou despercebido ao velho
mestre, que os três irmãos Lemos
herdaram o gosto pela tipografia e
pelo jornal, do tio dos mesmos,
Ulisses Lemos, que em 15-09-1886
fundou O Município, em Oeiras, e
em abril de 1888 veio residir em
Teresina.
Em 1909, apareceu a revista
literária Alvorada dirigida por
Jônatas Batista, com esmerada
varrendo a onda de agressividade colaboração e belíssimas xilografias
lançada por Tobias Barreto. O de Baurélio Mangabeira.
panteísmo, vindo dos gregos, e Aliás, até esta fase, nossos jornais
ressuscitado por Spinoza, tomou praticamente desconheciam
conta desta geração. Com o tempo, ilustração. Os mais bem equipados
este panteísmo se foi orientando no possuíam clichês, feitos no Sul ou no
Pará, de anúncios de remédios, ou O primeiro jornal do Piauí a
para encabeçar notícia de trazer ilustração diferente e própria,
falecimento de personalidades foi O Artista (16-02-1902), que tinha
ilustres: geralmente um mausoléu como redator-chefe Benedito Lemos,
com dois ramos de flores cruzados, e e que, no número 7, de 06-04-1902,
um anjinho de cada lado. trazia uma
xilogravura sobre a Ressurreição de
Cristo, feita por Benedito Saraiva da "O NORTE-ESCOLA DE
Cunha. Este era proprietário da JORNALISTAS.
barbearia A Tesoura Mestra, e nas
horas de folga fazia carimbos para - O desejo de contribuir com algo
repartições do governo. Deram-lhe o para as comemorações do 1°
desenho, e ele o passou para a casca Centenário de Teresina é que me faz
de cajá. Mas já antes de 1902, o que dar um mergulho no passado e voltar
viria a ser o nosso grande xilóglifo, à tona do presente com um punhado
Baurélio Mangabeira, caixeiro então de pérolas do jornalismo em minha
de uma farmácia em Floriano, terra.
passou para a madeira um artístico "No dia 2 de fevereiro de 1899,
programa de teatro, e exibiu uma circulou nesta Capital o 1° número
cópia em Teresina. Também O de O Norte, semanário de
Artista destacou-se como o primeiro propriedade de meu saudoso pai
a utilizar venda avulsa, fora da Honorato José de Sousa, tendo como
redação. Em seu número 11, de 04- redatores Focion Caldas, Totó
05-1902, anunciava: "Precisamos de Rodrigues, Salustiano Batista e B.
vendedores para O Artista". Até Lemos. E porque fossem estes
então, a distribuição dos jornais era jovens, entenderam os demais moços
feita exclusivamente por assinaturas estudiosos, daquele tempo, que
e vendas avulsas na redação. deviam transformar o periódico
Jornal interessante também, que numa escola de jornalistas.
teve sua própria história e
repercussão no meio piauiense, foi O
Norte (01-01-1899), propriedade de
Honorato José de Sousa, pai do
delicioso cronista João Sousa, que
escreveu sob o pseudônimo de
Carlos Borromeu. Era um semanário
independente que preenchia os
espaços vagos com páginas literárias
de jovens estudantes do Liceu, os
quais projetaram-se mais tarde, e
praticamente o tiveram como escola.
Vejamos tudo isto explicado por
Carlos Borromeu, assim como da
confusão que resultou na mudança
de nome do poeta João Francisco
Ferreira, para João Ferry: ♦
Antônio Lemos, da dinastia dos Lemos,
fez circular o jornal A Semana (01-09-
1901). Dessa dinastia conhecemos ainda
o vigoroso Alberôni Lemos, do Pirralho
que marcou época

"O primeiro a aparecer na


redação foi Pedro Brito, que havia
chegado da antiga metrópole para
cursar o nosso Liceu. Solicitou
guarida para uns versos sua lavra,
não fazendo questão de pagar até
oitocentos réis pela publicação.
"Aceito como colaborador, muito
produziu em prosa e verso, tornando-
se, ainda, um dos melhores oradores
do seu tempo. Era aplicado aos
♦ estudos e obtinha, sempre, notas
Benedito Lemos, mais conhecido por B. distintas. Um dia, porém, escreveu
Lemos, revelado pelo jornal A Gazeta, numa parede do educandário, esta
foi redator-chefe d’O Artista (16- quadra:
0201902), o primeiro a jornal A
Gazeta, foi redator-chefe d’O Artista "O Cazuza é cabra burro,/Tapado
(16-0201902), o primeiro a trazer mesmo em tudo,/Todos dizem - um
ilustração e própria. No número 7, período,/Ele chama – um periúdo!
trouxe uma xilogravura sobre a
Ressurreição de Cristo. "Foi o bastante. O professor
♦ Cazuza Avelino não consentiu,
nunca, que passasse em matemática.
Não podendo, portanto, concluir o
seu curso, deixou de matricular-se
numa academia de Direito, e
provisionou-se advogado. Para
vingar-se do destino, formou todos
os filhos, sem jamais depender de e pela inteligência não só aqui, como
ninguém, gastando com a educação lá fora, ergueram bem alto, o nome
dos mesmos apenas o ouro de sua da terra natal.
inteligência privilegiada. "Por ocasião das lutas políticas,
"Como Pedro Brito, ali também assumiram a direção do jornal vultos
foram recebidos e aceitos: Nei da respeitáveis como João da Cruz
Silva Baurélio Mangabeira, Mundico Monteiro, Higino Cunha, Abdias
Burlamaque, Daniel Paz, Jônatas e Neves, Luís Nogueira, Pires de
Zito Batista, Mundico e Luís Silva, Castro, Miguel Rosa, Celestino
João, Lauro e Celso Pinheiro, Joel Filho, Francisco Correia, Agrícola
Oliveira, Séneca de Sousa, Pedro e Castelo Branco, Matias Olímpio e
Raimundo Cunha, Benedito Pestana, outros, cada um por sua vez e em
Benu da Cunha, Manuel Saraiva de épocas diferentes.
Lemos, Esmaragdo de Freitas, e "Certa ocasião, entretanto,
muitos outros que se fizeram nas aguardava-se, com ansiedade, a
oficinas de letras d' O Norte, e, indicação de um candidato para uma
depois, alçaram vôo pelo céu da vaga na Câmara Federal. Os
imprensa nacional, donde pelo saber pretendentes eram
muitos, porém, por uma questão de superiores, deu entrada na sala da
ética, nenhum se pronunciava, redação uma criança de calças curtas,
esperando, contudo, que o seu nome a torcer o cabelo que teimava em
fosse indicado. cair-lhe na testa. Queria que
"Estavam as cousas neste pé, publicassem uns versos e foi
quando o estudante Mário José atendido, com especial agrado, pois a
Batista, num formidável artigo, de matéria escasseava.
responsabilidade da redação, lança a "A assinatura do trabalho,
candidatura do Dr. João Gaioso. Foi entretanto, foi truncada: ao invés de
mesmo que uma faísca num barril de João Francisco Ferreira, saiu João
pólvora. A cousa estourou. A Francisco Ferry. A criança pediu
candidatura foi homologada e o uma retificação, e no número
homem eleito. O estudante cousa seguinte lia-se isto: "O jovem autor
alguma lucrou com isto, meu pai, de uns versos publicados na última
entretanto, foi agraciado com o edição, veio declarar-nos que o seu
estreitamento da amizade da família nome é João Francisco Ferry e não
Gaioso, amizade essa que me legou João Francisco Ferreira".
como herança e eu conservo com "E assim ficou instituída a família
especial carinho. Ferry, que nos honra com a atuação
"O Norte não foi, somente, uma dos seus membros, tanto em terra
escola de jornalistas, como também como no ar, pois um deles, Jairo
instituiu uma família que não existia Soares Ferry, é ás da aviação
no Piauí. O caso aconteceu assim: internacional" (publicado no
"Num momento em que o meu Almanaque do Carírí, de 1952).
velho estava quase só, pois os seus Finalmente, para encerrar os
meninos, como ele os chamava, destaques desta primeira década do
tinham viajado para o século XX, tivemos ainda Pátria
prosseguimento dos estudos (01-11-1902 a 01-06-1905),
semanário de propriedade de Abdias
Neves. Contou com o mais seleto

Pedro Brito, chegado da antiga
corpo de colaboradores, abrangendo metrópole para cursar o nosso
os maiores nomes de nossas letras à Liceu, um dia escreveu numa
época, entre os quais Antonino parede do educandário, esta
Freire, Miguel Rosa e Clodoaldo quadra: O Cazuza é cabra
Freitas. Também contou com burro,/Tapado mesmo em
colaboração de Gabriel Luís Ferreira tudo,/Todos dizem - um
e Félix Pacheco. Caprichada período,/Ele chama – um
periúdo!


Zito Batista, como muitos outros, que se
fez nas oficinas de letras d'O Norte, e,
depois, alçaram vôo pelo céu da
imprensa nacional, donde pelo saber e
pela inteligência não só aqui, como lá
fora, ergueram bem alto, o nome da
terra natal.

paginação. Em seu bojo ficaram
impressas as melhores páginas
literárias de Abdias Neves, tanto em
prosa como em versos.

Já esclarecemos que
a imprensa piauiense, até hoje,
ficou praticamente, com exceção de Parnaiba
e mais tarde Floriano,
restrita à capital. Amarante,
em determinada fase,
deu a impressão
IMPRENSA NO INTERIOR
de que se iria projetar nesse particular.
Assim, em 1876,
Bento Justino de Meneses adquiriu
uma tipografia e lançou
o jornal hebdomadário
O Amarante,
em 10 de setembro do mesmo ano.
S


Antonino Freire, um dos seletos do
corpo de colaboradores de a Pátria (01-
11-1902 a 01-06-1905), que abrigou os
maiores nomes das nossas letrasà época.
Caprichada paginação. Era de
propriedade de Abdias Neves.

eis anos após, em novembro de 1884,


surgia o segundo, O Amarantino,
para
defesa dos interesses da lavoura. Era
impresso em tipografia própria,
pertencente a H. J. Sousa.
Estes jornais despertaram o
interesse da juventude amarantina
que, em 1885 (03-01), lançou o Eco
Juvenil.
No início do século a doutrina
espírita chegava ao Estado, firmando
raízes profundas em Parnaíba e
Amarante. Nesta última cidade foi
lançado o primeiro jornal espírita do
Estado, A Cruz, em 1902, com
redação do Major Sátiro de Castro
Moreira, e propriedade do centro
espírita "Fé, Esperança e Caridade".
No mesmo ano de 1902, a 20 de
julho, apareceu O Operário, tendo
como redatores os irmãos Orlando e
Cromwell Barbosa de Carvalho e
António Sobral Neto, nomes estes
que mais tarde iriam ter grande
significação na vida cultural e
política do Estado.
António Francisco da Costa e
Silva, o poeta que depois seria
estrela de primeira grandeza na da
poesia brasileira, estreou em 1905,
em Amarante, sua terra natal, com o
jornalzinho O Ideal, e depois a
revista Amarante, esta como órgão
do Grémio Literário Amarantino.
Até 1917 brilhou Amarante, com
um jornal literário A Patria, pequeno
formato, com redação de Erasmo
Castro e Paulo Guimarães, duas
vítimas das ciladas da literatura,
cujas obras perderam-se por não
terem sido enfeixadas em livros. De
Erasmo Castro, a quem Lucídio
Freitas dedica um soneto, só
conseguimos salvar uma conferência
que fez sobre Paulo Guimarães. E
deste mulato assombroso, dois
pequenos contos, os quais, por si,
dão a dimensão do escritor falecido
logo após a adolescência.

FLORIANO - Vejamos agora


Floriano, antiga Colônia Agrícola
instalada pelo agrônomo Dr.
Francisco Parentes, no terceiro
quartel do século passado. Depois de
Teresina, foi a cidade que, após seu
nascimento, teve imprensa no menor
tempo, pois em 1905 apareceu seu
primeiro jornal, de que nos dá notícia
Joel Oliveira, Vida Comercial.
Em 1912 (outubro), João Pires Solto, José Pires voltou para
Ferreira fez circular o Serip, como Floriano, ali dedicando- se à O
órgão de publicidade da firma Popular, pelo resto da vida.
comercial Neto, Pires & Cia. - De 1918 (24-04) a 1924, saiu O
Sucessores. O estranho título do Livro, mensário dos alunos do
jornal representava o endereço Colégio 24 de Fevereiro, dirigido
comercial da aludida firma que, por pelo Pe. Lindolfo Uchoa. Em 1920
sua vez, era a inversão da palavra (agosto) circulou A Cidade de
Pires. Teve pouca duração, sendo Floriano, de António Lemos,
substituído em 1914 (27-11), pelo O colaboração de João Ferry, Heráclito
Popular, propriedade do mesmo Sousa e Nelson Cruz. Teve a duração
João Pires Ferreira, que o editava em de somente cinco meses, pois que
tipografia própria. com o número 71, de 04-01-1921,
O Popular foi o jornal de maior desapareceu em virtude de seu
duração em Floriano, pois que viveu proprietário haver abandonado a
até 1933. Tinha uma das maiores cidade, sob ameaça de agressão,
tiragens do Estado: 1.200 devido a um artigo publicado contra
exemplares. Circulava aos domingos. o chefe político da situação.
João Pires foi, mais tarde,
substituído por seu filho, José Pires
Ferreira. A respeito deste conta-nos
o já citado cronista Carlos Borromeu
(Almanaque da Parnaíba - 1951), o
seguinte e curioso episódio:
- O jovem José Pires foi tentar a
vida no Pará. Mas, com a mania do
jornal adquirida do pai, fundou em
Breves, naquele Estado, A Cidade de
Breves. Na mesma cidade mandava o
Coronel Lourenço Borges, que era
ao mesmo tempo intendente
(prefeito) da cidade, senador pelo
Pará, Coronel da Guarda Nacional e
comerciante exportador.
- Devido a um artigo do jornal
que desagradou ao potentado, José

Cromwell Barbosa de Carvalho, um
Pires foi preso e processado por dos redatores de O Operário, aparecido
sedução na pessoa da mais conhecida no ano de 1902, a 20 de julho. Foi um
prostituta da cidade. Incomunicável e nome que teve, mais tarde, grande
sem comer há 48 horas, pediu a um significação na vida cultural e política
guarda que fizesse ciência do fato ao do Estado.
Coronel. Este, pelo mesmo guarda,
mandou-lhe algumas balas de calibre
44, numa cuia, para o desjejum.

Silva, Osvaldo da Costa e Silva,
Francisco Osterne, Alceu Brandão,
Veras de Holanda, José Messias
Cavalcante e Da Costa Andrade.
No mesmo ano em que surgiu O
Floríano, em 1925, a cidade teve
também outro jornal fora dos moldes
convencionais.
Trata-se de O Libertador, órgão
revolucionário da Coluna Prestes,
redigido por integrantes da mesma.
Ao próprio Nelson Werneck
Sodré, que ao escrever sua História
da Imprensa no Brasil procurou
obter tudo sobre a imprensa
revolucionária, passou despercebido
♦ este jornal que a Coluna editou em
Da Costa e Silva, que depois seria várias cidades por ela ocupadas, no
estrela de primeira grandeza na da percurso de sua longa marcha.
poesia brasileira, estreou em 1905, em O fato veio-nos ao conhecimento
Amarante, sua terra natal, com o através de um antigo comerciante, que
jornalzinho O Ideal, e depois a revista em sua juventude foi tropeiro no Sul
Amarante, esta como órgão do Grêmio do Piauí e Maranhão. Depois,
Literário Amarantino investigando, localizamos o fiscal de
♦ rendas aposentado do Estado, também
jornalista, Amâncio Calland, que em
1925, quando da ocupação de Floriano
pelos rebeldes, iniciava a vida ali
como tipógrafo do citado jornal O
Floríano.
Contou-nos Calland que, com a
aproximação da Coluna, a cidade
ficou praticamente deserta. No dia
seguinte à ocupação, empastelaram o
jornal O Popular, cujas oficinas e
redação estavam abandonadas. Logo
após apareceu nas oficinas d' O
Floríano, no fundo de cujo prédio
morava o nosso informante e
protagonista, o Major rebelde de nome
Lira. Indagou se havia condições para
tirar uma edição do jornal da Coluna,
O Libertador. Calland prontificou-se a
fazer tudo sozinho, pois que ainda
O último jornal de grande
dispunha de um resto de papel. Foi,
duração e influência no meio, foi O
então, pelo Major Lira, apresentado a
Floríano (12-10-1925 a 1935), no
um Tenente muito jovem, que redigiu
qual colaboraram Pedro Borges da
toda a matéria, constante
exclusivamente de proclamações ao
povo.
Recorda-se Calland que o número
de ordem dado d'O Libertador, em
Floriano, era superior a 10, prova
evidente de que já o haviam editado
em outras cidades anteriormente
ocupadas.
De então a esta data, não
apareceram mais jornais de grande
duração, na cidade.
Em compensação, esta tornou-se
uma das mais importantes do Estado,
conhecida como a Princesa do
Sul, em contrapartida a Parnaíba,
chamada Princesa do Norte. Sua
imprensa vem tomando um caráter
cada vez mais sério.
CAMPO MAIOR, apesar de grande

As demais cidades tiveram jornais
centro urbano, talvez prejudicada pela
como acidente. Algumas um único e de
proximidade de Teresina, teve poucos
curta duração. Outras, nenhum, tudo
jornais.
conforme relação anexa a este trabalho,
As demais cidades tiveram jornais dos jornais editados na Província e
como acidente. Algumas um único e depois Estado do Piauí.
de curta duração. Outras, nenhum,
tudo conforme relação anexa a este ♦
trabalho, dos jornais editados na
Província e depois Estado do Piauí.
Esta segunda década
de nosso século,
foi das mais fecundas, quer
em relação à
literatura, quer ao jornalismo.
Iniciou-se com forte
agitação política,
ENTRE 1910 A 1920
em torno das candidaturas a Presidente
da República, tendo
o Marechal Hermes da Fonseca
de um lado e Rui Barbosa do outro.
O Presidente eleito ditaria
as regras para a próxima sucessão
do governo do Estado.
S

Rui Barbosa, tido como livre-
pensador, apontado ao eleitorado
pela outra facção como ateu mesmo,
era apoiado pela direção do partido
dos católicos locais.


Eurípedes de Aguiar agitou a nossa
imprensa ao largo de 40 anos. Estreou
n’Correio de Teresina (10-02-1913),
tendo Higino Cunha como companheiro
urgiu o jornal Primeiro de Março
de redação. (1910), defendendo a candidatura
Hermes; e O Condor de Haia (1910),
♦ a de Rui. As contradições vieram a
lume. Rui Barbosa, tido como livre-
pensador, apontado ao eleitorado
pela outra facção como ateu mesmo,
era apoiado pela direção do partido
dos católicos locais. Estes ficaram
desconfiados, o que obrigou Elias
Martins a telegrafar ao Padre Cícero,
do Juazeiro, solicitando a influência
do taumaturgo junto aos católicos do
Piauí que fossem seus fanáticos.
Esta luta pela presidência, com
toda a animosidade manifestada, foi
mera gota d'água frente à luta pelo
governo do Estado, em 1912, entre
Miguel Rosa e Odilo Costa. Este
último contava com os dois grandes
jornais católicos, O Apóstolo e A
Cidade de Teresina. Miguel Rosa,
sentindo fraqueza eleitoral, apelou
para a força, organizando batalhões
patrióticos sob o comando dos
coronéis que o apoiavam, à moda do
Rio Grande do Sul de então.
Somente lendo-se os jornais desta
época, sente- se a ferocidade da luta
travada. Indiferente a esse furacão
político, estava toda uma geração,
que iria deixar os nomes mais
representativos de nossa literatura.
Ignoravam tudo, em suas noitadas
pelas ruas da cidade. Eram Alcides
Freitas (1890-1913), Celso Pinheiro
(1887-1950), Baurélio Mangabeira
(1884-1937), Jônatas Batista (1885-
1935), Zito Batista (l887-1926),
Nogueira Tapeti (1890-1918), Edson
Cunha, Cristino Castelo Branco e
outros. Lucídio Freitas ainda foi
levado pela tempestade política,
ajudando a seu pai, Clodoaldo
Freitas, em defesa da candidatura
Miguel Rosa. Logo após a posse
deste no governo, arrependeu-se
amargamente, saindo do Estado para
curtir longo exílio no Pará. Também
foi sua única experiência política.
Esta foi a época mais fecunda no
aparecimento de jornais e revistas
literárias, do mais alto gabarito, entre
as quais destacaram-se: Litericultura
(I912),revista redigida por Abdias
Neves, Clodoaldo Freitas, Higino
Cunha e João Pinheiro; Cidade
Verde(1912),de Zito Batista; Revista
da Academia Piauiense de Letras
(l9l8), e Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Piauiense
(1920).
Quando da sucessão de Miguel
Rosa, tendo como candidato de
oposição o então jovem médico
Eurípides Clementino de Aguiar,
sentiu aquele virar o feitiço contra o
feiticeiro. Os adeptos de Eurípedes,
desconfiados das urnas, apelaram
também para os "batalhões
patrióticos".
Mas, deixando a política de lado,
vimos então surgir para o jornalismo
piauiense, uma das penas mais
brilhantes e combativas, no estilo
panfletário, na figura de Eurípides
Aguiar, que iria agitar nossa
imprensa pelo largo espaço de 40 ♦
anos. Antonino Freire telegrafou a Félix
Nesta cruenta campanha Pacheco, pedindo sugestão para o nome
jornalística para cobertura da do jornal a ser lançado, de combate a
sucessão governamental, Eurípides Miguel Rosa. Félix, em resposta,
Aguiar estreou n' O Correio de declinou da honra de sugerir um nome
Teresina (10-02-1913), tenda Higino para o jornal "que iria a ser o Habeas
Cunha como companheiro de Corpus do Piauí". Apegaram-se a este
trecho, e batizaram o novo órgão.
redação. Continuou ri O Habeas
Corpus (1916) ao lado de Antonino ♦
Freire. O estranho nome deste jornal
teve
sua história. Antonino Freire
telegrafou a Félix Pacheco, pedindo
sugestão para o nome do jornal a ser
lançado, de combate a Miguel Rosa.
Félix, em resposta, declinou da honra
de sugerir um nome para o jornal
"que iria a ser o Habeas Corpus do
Piauí". Apegaram-se a este trecho, e
batizaram o novo órgão.
Ainda mesmo no Brasil colonial,
a legislação e as autoridades portuguesas
procuravam conter a imprensa
dentro
de certo controle.
Assim, a Provisão
de 07-09-1818,
LIBERDADE DE IMPRENSA
dirigida ao governador
da Capitania do Piauí,
com Edital da Mesa do Desembargo do Paço,
proibia a entrada
dos periódicos portugueses:
A Imprensa e O Português.
A

A monarquia maquiavélica que se
apossou deste país, conservando a
liberdade de imprensa, procurou os
meios de inutilizar seus naturais e
salubres efeitos. O termo
maquiavélico vem de Nicolau
Maquiavel, autor do famoso livro ‘O
Príncipe’.

pós a Independência, o Código


Criminal do Império estabeleceu os
limites desta liberdade, prevendo
penas para calúnia, injúria e
difamação. Contudo, esse dispositivo
poucas vezes foi utilizado pelo Poder
Público, em relação aos ataques a ele
e seus representantes dirigidos. Eram
os políticos que, nas portas das
eleições, julgavam-se ofendidos
pelos ataques dos adversários e
procuravam processá-los, visando,
com isto, a excluí-los da competição.
A justiça era utilizada como arma
eleitoral. O Imperador,
representando o Poder Moderador, e
os membros de sua real família, eram
os mais violentamente atacados, na
maioria das vezes injustamente. Não povo para conhecer melhor o que se
havia restrição à imprensa que escrevia
pregava a ideia republicana, lançada
oficialmente no Rio de Janeiro em
1872, e entre nós adotada e
defendida por Davi Caldas. Por essa
razão foi que, quando proclamada a
República no Brasil, o Presidente da
República do Equador, disse: "Acaba
de desaparecer a única democracia
existente na América do Sul".
Além do artigo publicado n 'A
Ordem, de Teresina, em 1854,
tratando da liberdade de imprensa, e
já transcrito em capítulo anterior,
mostramos, adiante, trecho de um
artigo, mais esclarecedor ainda,
publicado ri A Opinião
Conservadora, n°48, de 31-12-1874:
"Não há país onde a liberdade de
pensamento seja mais ampla do que
no Brasil, felizmente. Aqui escreve-
se contra Deus, contra a Pátria e
contra as instituições como em parte
alguma, e raríssimas vezes a
autoridade reage contra estes
desmandos, deixando-os entregues
ao desprezo da opinião e ao corretivo
da própria imprensa que os
condena".
O trecho acima é alusivo a um
incendiário artigo, publicado no
Jornal do Comércio, de Porto
Alegre, RS, assinado por Francisco
Cunha, talvez um inconformado com
o fracasso da revolução de Piratini,
pregando abertamente a revolução
republicana. Foi transcrito, na
íntegra, em A Opinião Conservadora
mencionada. O interessante é que, no
aludido artigo, o exaltado gaúcho
reconhece expressamente a liberdade
de pensamento e expressão existente,
mas entendia paralelamente que o
governo imperial devia instruir o
contra os poderes públicos, assim início, que não era tanto assim.
como fornecer gratuitamente papel e Somente entre nós, nos primeiros
tipografias aos que o atacavam. anos do novo regime, tivemos dois
Cousa parecida como obrigar o casos que comprovam a afirmativa: o
assassinado a fornecer arma ao empastelamento d' O Lidador, de
assassino. E o que se depreende do Parnaíba, em 1893, e a prisão, em
final do artigo: Teresina, de Coelho de Resende, em
"A monarquia maquiavélica que 1891, do que já tratamos. Depois,
se apossou deste país, conservando a tivemos O Apóstolo, de Teresina,
liberdade de imprensa, procurou os empastelado juntamente com O
meios de inutilizar seus naturais e Correio de Teresina, no governo
salubres efeitos. A ignorância Miguel Rosa; O Denunciante, de
profunda das últimas camadas do Teresina; O Piauí, também de
povo, os impostos sobre os objetos Teresina, em 1946, além de vários
de tipografia, o selo, a ineficácia das pequenos casos.
reclamações da imprensa, tais são Com as grandes concentrações
alguns dos obstáculos por ela urbanas, novos problemas de ajustes
lançados no caminho dessas sociais, entrechoques de ideologias
instituições libertadoras do espírito agressivas, aliados à velocidade
humano". imprimi-
E tanto esta liberdade de
imprensa e expressão foi verdadeira
no tempo do Império que, no Rio,
sede da Corte, proliferavam jornais
republicanos, nos quais se viam
ressaltadas penas como as de Cesário
Alvim, Silva Jardim, José do
Patrocínio e tantos outros. Os
tribunos que pregavam a República
jamais foram proibidos de fazer
propaganda em comícios, tanto em
recintos abertos, como fechados.
Nossa imprensa do Piauí, em 57
anos de vida do Império, não
conheceu um caso sequer de

O Imperador, representando o Poder
empastelamento de jornal, ou coação
Moderador, e os membros de sua real
contra jornalistas. A única sanção família, eram os mais violentamente
aplicada contra os mesmos, era a atacados, na maioria das vezes
econômica, mas somente no sentido injustamente. Não havia restrição à
de não dar publicidade oficial aos imprensa que pregava a ideia
jornais de oposição, o que seria
demais. republicana .
Ao contrário do procedimento do ♦
Governo Imperial, os que pregavam
a liberdade republicana como mais
ampla, convenceram-se, logo de
cada vez mais obrigados a intervir
nesses meios, principalmente nos
primeiros, para tê-los sob controle,
em função da segurança social e
nacional.
Embora o poder econômico
detenha os meios de comunicação,
alguns instantâneos, como o rádio e a
televisão, o poder político limita seu
uso, para evitar abusos. Sabe que
basta um falso alarme numa sala de
espetáculo, num estádio, ou qualquer
grande aglomeração em ambiente
♦ fechado ou aberto, para ser
José do Patrocínio, jornalista, escritor e provocado o pânico com todas as
orador carioca, um dos principais chefes suas desagradáveis consequências.
da campanha abolicionista. Era filho de Nova Iorque, com sua imensa
escravos. Cedo se iniciou nas letras e no
população, quase atingia a este
jornalismo.
pânico, quando emissora de rádio
♦ transmitia novela de Orson Wells,
tendo por tema a invasão da terra por
marcianos.
O problema de saber-se qual o
predominante, se o poder econômico
ou o político, ficou esclarecido com
a magistral explicação dada por
Osvald Spengler. Aponta como
exemplo elucidativo o navio em alto
mar, feito com a finalidade de dar
lucros aos armadores, com o
transporte de cargas e passageiros. A
bordo vão duas autoridades: o
comandante, responsável pelo navio
e disciplina da tripulação; e o
comissário, pela carga. Havendo
perigo de soçobrar o barco, cessa por
completo a autoridade do comissário,
para sobressair a política do
comandante. Daí por diante,
julgando necessário, este pode
impunemente ordenar que se lance a
carga ao mar, para aliviar o peso e
salvar as vidas.
Assim também, o problema da
mida aos meios de comunicação e liberdade de imprensa dificilmente
transportes, os governos vêem-se será desvinculado da necessidade de
seu controle pelo poder político,
qualquer que seja o regime
governamental. Este controle, ora
mais severo, ora mais suave, pode
ficar situado entre os chamados
males necessários.
Foi esta década, também,
de intensa
agitação política, mas
quase que
exclusivamente no plano nacional;
OS ANOS DE 1920 A 1930
tropeçando de revolução
em revolução,
todas fracassadas,
para desfecho
com a vitoriosa de 1930
.
N


Joao Luís Ferreira, distinto engenheiro
civil, fez o quadriênio governamental
(1920 a 1924) mais calmo de todos.
Desvinculado dos protocolos, solteiro,
fez-se amigo dos intelectuais da terra.

o plano local, ao contrário, tivemos,


de 1920 a 1924 o quadriênio
governamental mais calmo de todos,
talvez, que até então tivesse havido
no Estado ou mesmo na Província: o
governo de João Luís Ferreira,
distinto engenheiro civil, filho de
Gabriel Luís Ferreira e irmão de
Félix Pacheco. Desvinculado dos
protocolos, solteiro, fez-se amigo dos
intelectuais da terra, discutindo os
problemas do Estado em bancos de
praça pública, com os jornalistas; e
fazendo serenatas, à noite, com os
escritores e poetas.
Foi nesse período que surgiu O
Dia (14-07-1923), de Abdias Neves,
o último sob a direção desse lutador
incansável. Durou dois anos, para seguinte lá vinha o jornal repetindo
ressurgir em 1951 (01-02), sob a tudo e acrescentando mais. Novo
direção de Raimundo Leão processo, nova retratação mais
Monteiro, mais conhecido por dramática. O infeliz terminava por
Mundico Santídio, que não faz muito desistir. Aí Mundico também
nos foi roubado pela fatalidade da desistia, pois não costumava
morte. Irreverente, combativo ao tripudiar sobre o cadáver do
extremo, liderou por largo período a adversário.
classe a que pertencia e a que se deu Quando já se antevia o desfecho
de corpo e alma. Foi campeão de revolucionário de 1930, só então a
processos baseados na Lei de inquietação reinante no país nos
Imprensa. O autor do presente contagiou. Três figuras simbolizaram
trabalho msmo o defendeu em uns a luta então travada: o
dez desse natureza. Como a lei Desembargador Joaquim Vaz da
facultava ao indiciado a retratação, Costa, que estreara nas lides
havendo para tal uma audiência jornalísticas em São João do Piauí,
prévia, nessa audiência Mundico, com A Voz do Sertão ( 02-05-1912),
com a mais inocente das expressões, o Padre Cirilo Chaves Carneviva,
dizia para o juiz: "Dr. fui mal vigário da igreja do Amparo, que
interpretado Conhecendo este moço dirigia A Liberdade (1928 a 1930), e
desde menino, como conheço, como que franquiou o púlpito de sua igreja
poderia injuriá-lo ou caluniá-lo?". para as pregações revolucionárias do
Encerrada a audiência e o processo grande tribuno
arquivado com a retratação, no dia
maranhense, Padre Astolfo Serra, Cirilo tomava cerveja e fumava nos
que depois foi interventor no cafés da cidade, em rodas de
Maranhão e ministro do Superior intelectuais. Foi o primeiro e único
Tribunal do Trabalho. Era, então, Padre que se aproximou e fez
vigário de Flores (hoje Timon), amizade com o anticlerical
cidade maranhense separada de Clodoaldo Freitas, a quem acabou
Teresina pelo rio Parnaíba. Subia ao por substituir na Academia Piauiense
púlpito do Amparo, amarrava um de Letras. Jogavam partidas de
enorme lenço vermelho ao pescoço, gamão todas as tardes, discutindo
e mandava sua pregação fluente, sempre, sem que pudessem chegar a
penetrante, apaixonada e qualquer conclusão, pois que, se um
convincente. era sincero na sua luta, o outro
Cirilo Chaves, por sua vez, também o era em sua desmesurada
devido a seu comportamento como crença em Deus, na Virgem, e nos
sacerdote, que só se tornaria normal Santos.
em nossos dias de ecumenismo das Cirilo foi um orador do tipo Firei
igrejas cristãs, era um desajustado Montalverne ou, melhor talvez, Frei
dentro da batina. Vivia em eterno Baraúna, que usando figuras
conflito com seu bispo, D. Severino comoventes e simples, conseguia
Vieira de Melo, figura respeitável, fazer o auditório chorar ou rir, a seu
mas severo zelador dos dogmas e bel prazer. Contou-me um amigo
costumes da Igreja de então. Padre que, numa Semana Santa, a
procissão do Senhor dos Passos
terminaria na igreja do Amparo,
onde o Padre Cirilo faria o sermão.
A procissão já estava no quinto
nicho, quando o amigo mencionado,
que era então meninote, passou por
uma casa onde o Padre estava
empolgado numa partida de baralho.
Avisado do andamento da procissão,
largou as cartas, correu para a igreja,
entrando na mesma quase junto com
a massa de fiéis. Subiu ao púlpito e,
nesse dia, fez um dos melhores
sermões de sua vida.
Terminou não podendo suportar
as recriminações seguidas do senhor
seu bispo, pelo que teve de deixar a
batina. Ainda o encontramos, no Rio,
onde dirigia um colégio no subúrbio
de Madureira.


Desembargador Joaquim Vaz da
Costa, estreou nas lides jornalísticas
em São João do Piauí, com A Voz do
Sertão
( 02-05-1912)

Veras de Holanda, António Neves e
Laurindo Raulino. Em Lótus (1928),
João Emílio Falcão Costa e seu
irmão, o então adolescente Odilo
♦ Costa, filho, que iria mais tarde
Odilo Costa, filho que iria mais tarde
brilhar no jornalismo e nas letras,
brilhar no jornalismo e nas letras,
alcançando a Academia Brasileira de alcançando a Academia Brasileira de
Letra. Letras. Também Wagner e Anísio de
Abreu Cavalcante, e o primo dos
♦ mesmos José Auto de Abreu, esta
Josípio Lustosa, incansável batalhador, simpática e singular figura de nossas
proprietário do jornal O Estado do Piauí letras. Tivemos ainda, então, três
♦ grandes afirmações, que o correr dos
tempos só tem feito cada vez mais
destacarem-se: Benedito Martins
Napoleão do Rego, Cláudio Pacheco
Brasil e Artur de Araújo Passos.
Também deste período, os jornais
que persistiram até hoje, sem quebra
de continuidade, ou com pequenas
quebras, foram O Estado do Piauí,
dirigido hoje por seu proprietário, o
incansável batalhador Josípio
Lustosa, e o O Dia, por Volmar
Miranda.

Do ponto de vista literário,


estrearam nesta década, em A Ideia
(1927 a 1928), órgão do Cenáculo
Piauiense de Letras: Torres Raposo,
O simples fato
de ter sido o primeiro,
em qualquer tipo
de realização, constitui
mérito,
justificando destaque histórico.
OS PRIMEIROS
Adão,
o primeiro homem
do ponto de vista bíblico, nenhum
outro mérito
apresentou, além
do de ser como tal considerado.
C


Humberto de Campos mostra, em suas
Memórias, o triste atraso da arte
tipográfica nesta cidade, em seu tempo.
Esse atraso, como já ressaltamos, era o
mesmo reinante em Teresina, e, talvez,
em São Luís, no Maranhão.

om a função que teve a partir do


invento de Gutenberg, o primeiro
jornal de que se tem notícia, no
mundo, não é desse tempo, pois teve
seu aparecimento recuado à Roma
dos Césares. Vejamos como um
jornal nosso, O Artista, de Teresina,
n° 22, de 03-08-1902, dá a notícia:
"O primeiro jornal publicado no
mundo foi o Acta Diurna,
manuscritado, que apareceu em
Roma no ano 168 de nossa era, em
que era Imperador Marco Aurélio. A
sua publicação, a princípio periódica,
tornou-se diária a partir de Júlio
César. Os romanos faziam-no copiar
pelos seus escravos, e Juvenal fala de
uma senhora que fazia da leitura da
Acta a ocupação predileta de todas as
manhãs. O Acta Diurna, de que
existe um exemplar, talvez único, na
biblioteca do Vaticano, desapareceu
com a queda do Império".
No Brasil, o primeiro jornal foi a
Gazeta do Rio de Janeiro (10-09-
1808). Entre nós, foi O Piauiense
(15-08-1832) do qual já tratamos,
assim como da primeira tipografia, a
de Silveira & Cia. Em Parnaíba, a
primeira tipografia foi A
Constitucional, de José da Silva
Leite. Aliás, Humberto de Campos
mostra, em suas Memórias, o triste
atraso da arte tipográfica nesta
cidade, em seu tempo. Esse atraso,
como já ressaltamos, era o mesmo
reinante em Teresina, e, talvez, em
São Luís, no Maranhão. A
deficiência de meios técnicos,
contudo, não impediu que com um
mínimo de instrumental, J. M. de
Macedo proclamasse o tipógrafo
maranhense Belarmino de Matos,
como o maior do Brasil. Tivemos,
entre nós, vários Belarminos de
Matos, mas não tivemos quem lhes
apontasse os méritos.
A primeira rotativa apareceu,
entre nós, em 1890, adquirida pelo
Barão de Castelo Branco para seu
jornal O Estado do Piauí. A primeira
linotipo, em 1928, adquirida pela
Gráfica Piauiense, do professor e
jornalista Álvaro Freire, e o primeiro
jornal na mesma composto, foi a
edição n° 90, de O Lábaro, de 08-07,
do mesmo ano.
O 1° jornal de leitura só para
senhora, foi A Violeta (1864), de
Parnaíba; sendo da mesma cidade o
1° jornal que sofreu empastelamento,
O Lidador, em 1893.
O 1° órgão republicano da (1920); 1° de redação e interesse de
Província e também o 1° que fez militares - O11 de Junho, (1908), de
distribuição gratuita, O Amigo do Parnaíba, redigido por professores e
Povo (1872); 1° jornal diário, O alunos da Escola de Aprendizes
Diário (1893); 1° de orientação Marinheiros; 1° em offset- O Dia, da
maçônica - O Oriente (1882); 1° a empresa gráfica O Dia, pertencente
utilizar serviço telegráfico - A ao Coronel Otávio Miranda.
Notícia (1899); 1° órgão espírita - A
Cruz, de Amarante (1902); 1° de
outro Estado brasileiro que fez
edição no Piauí - O Estado, de
Fortaleza (CE), em 1970.
O primeiro a ser editado em papel
vermelho - O Ferro em Brasa
(1877), de Davi Caldas; 1° órgão
dedicado exclusivamente a defender
a libertação dos escravos -
Abolicionista (1884); 1° almanaque -
Almanaque Piauiense (1879-1882),
de Miguel de Sousa Borges Leal
Castelo Branco; 1ª revista – Revista
Mensal de Literatura, Ciências e
Artes (1887), de Leônidas Benício de
Mariz e Sá; 1° de leitura só para
homens – O Latiquara (1889); 1°
órgão católico - A Cruz (1890); 1°
dedicado exclusivamente a assuntos ♦
econômicos - Revista Econômica Álvaro Freira, professor e jornalista,
Piauiense (1957), fundada pelo Dr. proprietário da Gráfica Piauiense,
Raimundo Nonato Monteiro de adquiriu a primeira linotipo em 1928,
Santana; 1° órgão umbandista – nela imprimindo o jornal O Lábaro.
Mensagem Umbandista (1962), da
União Espírita de Umbanda do Piauí,

Raimundo Nonato Monteiro de Santana,
sendo redatores Panfílio Abreu, João membro da Academia Piauiense de
de Deus Carneiro e José Amorim Letras, fundador da Revista Econômica
Ferreira; 1° humorístico - O Pugilato Piauiense, a primeira dedicada
(1860), de Teresina; 1° relacionado a exclusivamente a assuntos econômicos.
assuntos médicos - Revista da
Sociedade Piauiense de Medicina ♦
(1943); 1° de corpo redacional
inteiramente feminino – Borboleta
(l904), com Helena e Alaíde
Burlamaque e Maria Amélia Rubim;
1° a dedicar-se a assuntos históricos
e geográficos - Revista do Instituto
Histórico e Geográfico Piauiense
Anísio Brito, em 1935, salientando
a falta de constância no exercício
do jornalismo,
escreveu: "O jornalismo
no Piauí não fez
profissionais, nem na monarquia,
nem na República.
PROFISSIONAIS DA
IMPRENSA
Os jornais surgem
e desaparecem ao sabor das mutações políticas,
e, ou são folhas de duração
efémera, ou de partidos, constituindo-se
os lugares da imprensa, verdadeiros
meios para se galgarem os altos e pequenos postos
da administração, ou da política ".
E


Martins Napoleão, poeta, jornalista, um
dos fundadores, a 31-01-1934, da
Associação Piauiense de Imprensa
(API), que deu origem ao Sindicato dos
Jornalistas do Piauí.

mbora verídica, em tese, a afirmação


acima, pecou pela generalidade.
Mesmo constituindo exceções, já
então havia nomes que não só
viveram do jornalismo e para o
jornalismo, como sofreram todas as
desagradáveis consequências da
profissão: perseguições, infâmias a si
lançadas, pobreza extrema e fome
muitas vezes. Davi Caldas, Deolindo
Moura, Honorato José de Sousa,
Benedito e António Lemos, Uno
Correia Lima, Rodrigues dos Santos
e muitos outros.
Depois que Anísio Brito emitiu a
opinião acima foi que, entre nós,
começaram a aparecer, não como
exceções, equipes completas de
excelentes profissionais do teses, a saber: a) Criação e
jornalismo. Também, a partir dessa Desenvolvimento da Imprensa no
época, a profissão, devidamente Piauí, por Joel Oliveira; b)
regulamentada, passou a tomar Influência da Imprensa no Meio
forma de atividade autônoma, com Piauiense, por Higino Cunha; e, c)
associações de classe e sindicatos. Liberdade de Imprensa, por Cláudio
Surgia no Brasil a Associação Pacheco. Foram todas aprovadas e
Brasileira de Imprensa (ABI), e, publicadas em jornais da época e em
entre nós, sua ramificação, a separata.
Associação Piauiense de Imprensa A Associação Piauiense de
(API), fundada em 31-01-1934, por Imprensa, depois de longo período
Cláudio Pacheco Brasil (Presidente), de estagnação, ressurgiu em 1972,
Leopoldo Cunha, Heráclito Sousa, B. sob a presidência de Iracema Rocha
Lemos, Álvaro Ferreira, Baurélio Silva.
Mangabeira, António Neves, Luís
Mendes Ribeiro Gonçalves e
Martins.Napoleão. A essa entidade
estava filiado António Bugyja Britto,
vigoroso jornalista moço.
Este novo órgão da classe
deliberou logo realizar o 1°
Congresso de Jornalistas do Piauí,
em 23-07-1934, o que de fato
aconteceu. Higino Cunha foi
aclamado Presidente de honra,
fazendo-se representar os municípios
de Teresina, Floriano, José de
Freitas, Piripiri e Campo Maior.
Na sessão inaugural, falaram:
representando a API, promotora do
congresso, seu Presidente, Dr.
Cláudio Pacheco, e em nome da
ABI, devidamente credenciado, o
engenheiro Antonino Freire da Silva.
Foram apresentadas e aprovadas três

Em 1952, foi fundada, por um Sindicato dos Jornalistas


grupo de jornalistas, a Associação Profissionais do Piauí, sob a
Profissional dos Jornalistas do Piauí, presidência de Araújo Mesquita, e
cabendo a presidência, em três posteriormente de Rodrigues Filho,
mandatos consecutivos, a A. Tito José Lopes dos Santos, Deoclécio
Filho. Essa entidade prestou Dantas e Pedro Mendes Ribeiro.
relevantes serviços aos profissionais Devemos salientar que o
da imprensa e gozou de merecido Sindicato teve notável atuação em
prestígio em todo o Estado. Foi congressos nacionais de jornalistas,
transformada, em 1959, em como o de Curitiba (1966), com a
participação de Araújo Mesquita,
Rodrigues Filho, Deoclécio Dantas,
José Vieira Chaves, A. Tito Filho
(eleito secretário), e outros; a
conferência de Belo Horizonte
(1967), com a participação de Araújo
Mesquita, Deoclécio Dantas,
Rodrigues Filho, Vieira Chaves, A.
Tito Filho. Nessa Conferência
Nacional de Jornalistas, o Piauí
obteve grande notoriedade com a
discussão do Código de Ética do
Jornalismo, quando o jornalista A.
Tito Filho derrotou o projeto ♦
mineiro, com aplausos de todas as A. Tito Filho, a quem coube, por três
bancadas, exceto a de Minas; o mandatos, a presidência da Associação
Congresso Nacional de Porto Alegre Profissional dos Jornalistas do Piauí,
fundada em 1952 e gozou de merecido
(RS-1968), com a participação de
prestígio em todo o Estado.
Rodrigues Filho, Araújo Mesquita,
Deoclécio Dantas, Vieira Chaves, ♦
Jackson Moreira e outros, ocasião
em que coube ao Piauí a presidência
da grande comissão discutidora do
Código de Ética e ainda o encargo de
relator do Código e de orador da
sessão de encerramento, - encargos
confiados ao jornalista A. Tito Filho;
a conferência nacional de Teresina,
sob a presidência de José Lopes dos
Santos, quando ao Piauí couberam
importantes missões.
Também funcionam em Teresina,
há alguns anos, o Sindicato dos
Trabalhadores em Empresas de
Radiodifusão e Televisão de
Teresina (antiga Associação dos
Radialistas), sob a presidência de
Dídimo de Castro, e a Associação
dos Cronistas Desportivos, orientada
por Pedro Mendes Ribeiro e Carlos
Said. Ambas as entidades têm
desenvolvido aplaudidas atividades,
tanto no Piauí como em congressos
nacionais.
De então para cá, vêm cada vez
mais firmando -
órgãos governamentais e privados
vão constituindo assessorias de
imprensa, para facilitar e filtrar as
informações.
Vidas inteiras desgastaram-se nas
redações e oficinas, e desaparecera
para entrar no mesmo anonimato em
que escreveram suas crônicas e
editoriais, e compuseram, e
imprimiram, e distribuíram. Foram e
são os tijolos dos edifícios, ocultos
pelo reboco. Fato comum a todas as
profissões. Dois ou três nomes
perduram como representativos da
classe: Júlio Mesquita Neto, com a
potência que é O Estado de São
♦ Paulo, representando além de seu
grande mérito pessoal, uma tradição
José de Araújo Mesquita, a quem coube
ser o primeiro Presidente do Sindicato de família; Francisco de Assis
dos Jornalistas do Estado do Piauí, Chateaubriand Bandeira de Melo,
fundado em 1959. por golpes de inteligência e sorte,
associados a muita audácia,
♦ representou milhares de profissionais
e empresários da imprensa, nos
últimos cinquenta anos de nosso
século; e Herbert Moses pelo carinho
e abnegação com que procurava
elevar bem alto a dignidade da
profissão, morreu desempenhando o
cargo de Presidente da ABI, e muitos
que se viram em apuros, bem sabem
o que lhe ficaram devendo. Sempre
foi assim. Todos os sacrifícios para
fazer surgir um império, ficam
representados pelo nome de um
grande rei, um grande general ou um
grande santo. E a inarredável
mecânica da própria vida.
Em nosso meio, nestes últimos
anos, surgiram e não podem ficar
esquecidos, entre outros, os nomes
de B. Lemos, Lino Correia Lima,
Raimundo Leão Monteiro,
se os trabalhadores da imprensa, Raimundo Rodrigues dos Santos,
como profissionais reconhecidos e Eurípides Clementino de Aguiar e
respeitados. O trabalho desenvolve- Álvaro Alves Ferreira, já
se de modo menos fatigante, pois os
desaparecidos. Entre os vivos, cujo honra as colunas de nossos jornais, e
julgamento definitivo fica reservado líder da classe, como traço de união
aos historiadores do futuro, sentimo- entre duas gerações. Seguem-se: José
nos na obrigação de apontar José de Vieira Chaves, José de Araújo
Arimatéa Tito Filho, mais conhecido Mesquita, Josípio Lustosa, João
como A. Tito Filho, inteligência Batista Carneiro, Fabrício de Areia
privilegiada que há mais de 25 anos
Leão, Francisco Cunha e Silva, Júlio Finalmente, registramos o nome de
Martins Vieira, José Lopes dos Santos, Carlos Said, fazendo com que a
Deoclécio Dantas Ferreira, Carlos crônica desportiva de nossa terra nada
Augusto e Paulo Henrique de Araújo fique a dever às congêneres do país.
Lima, Wilson Fernando Rego, em Estes novos valores jornalísticos
Teresina; J. Batista da Silva e R. conseguiram, finalmente, desfazer a
Fonseca Mendes, em Parnaíba. lamentação de Abdias Neves, em
Finalmente, já dentro dos moldes 1912, de que "quase um século não foi
do desenvolvimentismo brasileiro, bastante para extirpar os males que
demonstrando capacidade de viciaram a imprensa entre nós, desde
apreensão das rápidas modificações sua origem. Os excessos são os
porque a técnica vem fazendo passar o mesmos. Todos os jornais se limitam a
mundo, surgiu uma plêiade de moços, fazer a defesa de amigos e a atacar
inteiramente dedicados ao jornal, uns adversários. E assim vai ela vegetando
aqui nascidos e outros que vieram de sem nenhuma influência sobre a
Estados irmãos conosco comungar opinião pública".
pelo desenvolvimento e grandeza do Já podemos considerar extirpado este
Piauí. Os que vieram de fora, mal apontado pelo grande Abdias.
trouxeram-nos suas experiências de Qualquer jornal, hoje, que queira
meios maiores. Contam-se, entre estes, ressuscitar os abomináveis métodos
com o perigo de incorrer em omissões: do passado, não conseguirá
Hélder Feitosa, Pompílio Santos, sobreviver. Também o velho hábito
Vanderlei Barbosa, Macário Oliveira e de apontar erros da administração,
Raimundo Ribeiro e Silva (Theddy visando a pôr o silêncio em leilão, é
Ribeiro). cousa do passado também, embora
Podemos afirmar que os primeiros haja ainda quem recalcitre, mas
passos da crônica social em Teresina conseguin-
foram dados por A. Tito Filho e
Milton Aguiar, em 1947, pelas colunas -
de O Piauí, jornal bi-semanal do
comandante Helvécio Coelho
Rodrigues. Os dois jornalistas
escreviam com o pseudônimo Áureo.
Com o correr dos tempos, a crônica
social tomou vulto pelos esforços de
Josias Carneiro da Silva, Paulo José
(pioneiros), Elvira Mendes Raulino de
Oliveira, Andreia (que deixou de
escrever), Iracema dos Santos Rocha
da Silva e Mauro Júnior.

Francisco de Assis Chateaubriand
Bandeira de Melo, representou
milhares de profissionais e
empresários da imprensa, nos
últimos cinquenta anos de nosso
século;

instituições, fizeram com que o
público não mais levasse em conta
estes ataques.
Muito, muitíssimo mesmo
contribuiu para a extirpação desses
males de nosso jornalismo, o
aparecimento diário de jornais do Sul
do país e de Estados vizinhos, nas
bancas de vendedores. Tal foi
conseguido, graças ao
desenvolvimento acelerado dos
meios de comunicações e
transportes, principalmente o
transporte aéreo.
Agora, uma homenagem especial
a um nome que deixou imorredoura
♦ lembrança em nossa imprensa. Trata-
José Vieira Chaves, incansável e bravo se do Desembargador Simplício de
Jornalista, proprietário do Jornal do Sousa Mendes, figura singular entre
Piauí, trincheira que abrigou notáveis os militantes de maior expressão,
penas em suas páginas, sempre bem recém-falecido. Por conveniência
escritas e com jornalismo de combate.
política do governo do Estado Novo,
♦ de Getúlio Vargas, implantado no
país em 1937, viu-se marginalizado
de sua cadeira de Desembargador do
Tribunal de Justiça do Estado, na
qual, convencido da missão do juiz,
demonstrou precisos conhecimentos
jurídicos e senso de justiça.
Já era então um literato firmado,
pois que fora recebido na Academia
Piauiense de Letras, pelo próprio
Lucídio Freitas.
Antes havia militado
ocasionalmente em vários jornais,
sendo, quando da criação da
Imprensa Oficial, em 1910, seu
primeiro diretor. Mas, só depois de
injustamente afastado do Egrégio
Tribunal de Justiça, recorreu à
imprensa para defesa de seus
direitos, já que o governo ditatorial,
do somente desmoralizar-se, por
de então, fechou-lhe, como a vários
falta de sinceridade na crítica.
colegas seus, entre os quais o
Jornalistas já houve, entre nós,
Desembargador Arimatéa Tito, as
que devido ao reiterado hábito de
portas da Justiça.
ataques à honra das pessoas ou
Como não há mal que não traga
um bem, apresentou-se a
oportunidade que o Piauí esperava
para ver surgir um jornalista de
verdade. Nem a idade, nem a saúde,
conseguiram afastá-lo de sua coluna
diária, que todos esperavam para ler,
com a mesma certeza que se tem do
surgimento de um novo dia.
Os meios de comunicação,
em geral, são de uma rotina
enervante. Aquela luta
toda à cata de notícias, redação,
fotos, revisão, composição, impressão,
e eis o jornal na rua.
Tudo fica para trás e tudo começa de novo.
ESTRANHOS JORNAIS
Assim, para apresentar-se
qualquer novidade
em jornal, qualquer extravagância, qualquer
loucura aceitável, é preciso uso
de muita imaginação,
além da falta de receio de ser tomado por
lunático e internado em hospício.
D


Benedito Aurélio de Freitas, que
ficou conhecido como Baurélio
Mangabeira, poeta e jornalista, fez
circular jornal de redação e prelos
ambulantes, sem igual em qualquer
parte do mundo, a não ser A Jornada,
desse grande boêmio.

e vez em quando um jornal lança


uma novidade em sua apresentação,
mas cautelosamente. Um põe o
cabeçalho em cor, outro imprime
toda uma página em cor; um lança
uma edição de homenagem, em pano
de cetim, ao invés de papel, como no
caso já citado d'O Norte; finalmente,
outro faz circular uma edição
perfumada, como integrante de
propaganda comercial.
Jornal de redação e prelo
ambulantes, por exemplo, não temos
conhecimento de outro em qualquer
parte do mundo, a não ser A
Jornada, de nosso poeta e jornalista
boêmio, Benedito Aurélio de Freitas,
que ficou conhecido como Baurélio armou a oficina, redigiu, talhou
Mangabeira. ilustrações
Desde a proclamação da
República, a idéia da mudança da
capital do país para o planalto
central, já ventilada no Império,
começou a ganhar inúmeros
defensores. Falava-se do assunto
como se fosse cousa imediata. Os
intelectuais, em geral, aplaudiam
entusiasticamente a inovação.
As forças armadas deram
irrestrito apoio, por considerarem
indefensáveis cidades costeiras,
contra investidas de esquadras das
grandes potências. Motivado por esta
corrente de opinião, o governo viu-se
obrigado a mandar comissão de
engenheiros militares escolher e
demarcar o terreno. Considerações
de ordem econômica e política
dificultaram a transformação do
sonho em realidade. Só muito mais
tarde viria Brasília.
Baurélio, ao tempo, vibrou com a
ideia, e declarou numa roda de
boêmios que ia lançar um jornal, e
seguir com o mesmo, sertão adentro,
em direção ao planalto central. A
demora da viagem, devido à
distância e ao meio de transporte,
faria com que ele chegasse na nova
capital do Brasil, em seus primeiros
dias, editando ali o primeiro jornal.
Num burro, ajeitou o prelo; em
outro, papel e demais apetrechos; no
terceiro ia montado, acompanhado
por um caboclo, que servia de
arrieiro, secretário e cozinheiro.
Tomou a estrada de Campo
Maior, deixando a mesma em Altos,
para seguir na direção de Alto
Longa. Encontrando bela sombra de
frondosa faveira, numa chapada
deste último município, parou,
em casca de cajá, tirando o primeiro pudemos, com dificuldade,
número, em 25-09-1927. identificar como um arremedo da
Próximo ao terreiro de uma marcha fúnebre de Chopin. Atrás da
fazenda, mais adiante, editou o banda vinham o Padre e os irmãos
segundo número. Mas, ali estava da ordem religiosa a que pertencia o
uma armadilha que ele não esperava. morto, com suas opas características.
Na fazenda havia uma bela moça, Depois o caixão, carregado pelos
que demonstrou gostar do boêmio amigos e seguidos pelos demais
jornalista. Demorou no lugar além acompanhantes, a pés, até o
do devido. Depois, criou coragem e cemitério, que fica a regular
seguiu, tirando mais alguns números, distância do centro da cidade.
inclusive no interior do município de Dondom era dos últimos
Beneditinos. Ficou sendo o único acompanhantes, o cerra-fila do
jornal até hoje surgido neste enterro. Ia observando os demais.
município. Numa esquina, dobrava um: numa
Então, a saudade da moça casa ao longo do percurso, entrava
apertou. Desistiu do intento. Voltou outro sorrateiramente; e, o pior, num
e casou, continuando sua vida de botequim ficavam alguns, bebendo.
boêmia em Teresina mesmo, até os Todas es -
seus últimos dias.
Outro jornal com cunho de
originalidade, foi O Denunciante,
aparecido em 1918, propriedade de
António Santana Castelo Branco,
conhecido por Dondom. No jornal,
ele era único em tudo: proprietário,
redator, impressor, compositor e
distribuidor. Não aceitava anúncios
nem matéria paga. Os que se
recusavam a comprar o exemplar por
ele oferecido, eram atacados na
edição seguinte. Tinha outra
característica própria: não usava
pontuação de qualquer espécie, do

António Santana Castelo Branco,
começo ao fim do jornal. conhecido por Dondom, proprietário de
À época, não havia ainda carro O Denunciante, 1918. No jornal, ele era
fúnebre em Teresina, onde também único em tudo: proprietário, redator,
nunca utilizou-se o coche fúnebre, impressor, compositor e distribuidor.
puxado por cavalos pretos, como Não aceitava anúncios nem matérias
acontecia nos grandes centros, antes pagas.
do automóvel. Os caixões eram
carregados, da residência do morto

até o cemitério, pelos parentes e
amigos. Bem na frente, a banda de
música da Polícia, tocando o que se
chamava de funeral, e que mais tarde
♦ zanga por parte dos familiares do
morto, e ódio a Dondom, pelos
. Bem na frente, a banda de música
denunciados. Um destes chegou a
da Polícia, tocando o que se chamava
furtar o prelo da oficina, altas horas
de funeral, e que mais tarde
da noite, jogando-o nas águas do
pudemos, com dificuldade,
Parnaíba, de onde foi depois retirado.
identificar como um arremedo da
Carlos Castello Branco, a mais
marcha fúnebre de Chopin.
séria e completa figura do jornalismo
♦ brasileiro, saída do Piauí, depois de
Félix Pacheco, em evocativa crônica
relembra a história de Dondom, com
a imensa simpatia, ternura e
compreensão de todos aqueles que
conheceram esta figura ingênua e
boa.

tas deserções eram pacientemente


anotadas, pois seriam notícia na
próxima edição. O fato servia de
diversão aos que estavam de fora,
O chamado jornal falado era feito,
em Teresina, por serviços
de amplificadoras.
Lembramos que o campeonato mundial
de futebol de 1938 foi
transmitido por uma amplificadora
fixada em prédio da Praça Rio Branco.
JORNAIS FALADOS
Difundiu-se a amplificadora pelo
centro e pelos bairros.
Getúlio Pontes
foi o grande animador das amplificadoras
em Teresina - hoje utilizadas
em veículos para propaganda comercial
e também em muita cidade do interior.
C


Higino Cunha, redator-chefe d’O
Dominical, que se instalava no coreto
da Praça Rio Branco, após a missa das 8
horas. Começava então a transmissão
oral das notícias e boatos; depois
vinham as crônicas, e, por fim, a parte
literária.

om o aparecimento da radiodifusão,
o jornal falado muito ganhou em
importância.
No entanto, este meio de
comunicação é o mais antigo de
todos. Os governos e autoridades de
eras imemoriais, tornavam público
sua manifestação de vontade e poder,
através de ordens, éditos e decretos,
utilizando-se de arautos, precedidos
de músicos e bailarinas para chamar
a atenção. Nos navios e campos de
batalhas, a voz humana ampliada por
cornetas acústicas, era meio rotineiro
de ordens de comando.
Mas, mesmo nos abstendo dos
arautos tivemos, entre nós, muito
antes do rádio, um jornal falado, O
Dominical, do qual era redator-chefe
Higino Cunha, e gerente Passos de
Carvalho.
Domingo, pela manhã, logo após
a missa das 9 horas da igreja do
Amparo, a redação instalava-se no
coreto da Praça Rio Branco, onde em
volta iam-se agrupando os curiosos e
interessados. Começava então a
transmissão oral das notícias e
boatos: depois vinham as crônicas, e
por fim, a parte literária. Os poetas
aproveitavam para declamar suas
últimas produções.
Só teve dois números, sendo que
o primeiro, a 06-09-1914. Parece que
o público não se interessou pela
inovação, como certamente
esperavam os organizadores.
Antes que aqui fosse instalada a
primeira emissora de rádio, várias
pessoas já estavam habituadas com
jornais falados de outros Estados, e
países, com recepção em ondas
curtas.
O jornalismo de rádio encontrou,
de início, uma forte barreira e
ciumada do jornalismo
convencional. Recusavam-se os
deste grupo em aceitarem os novos
colegas. A prevenção durou pouco.
Contudo, o jornalismo da
radiodifusão trouxe consigo
características e técnicas próprias.
Dá a notícia na hora do
acontecimento, transmitindo-a,
muitas vezes, do próprio local do
fato. É um jornalismo com pouca ou
nenhuma chance para vedetismo ou
personalismo. Tudo funciona através
de equipes especializadas, sob
direção experimentada.
Surgiu, entre nós, com a Rádio feita de preferência do público,
Difusora de Teresina, inaugurada em obteve o primeiro lugar.
18-07-1948. Antes desta, porém, Além de um dinamismo fabuloso
tivemos como vanguardeira a Rádio que os jornais falados exigem de
Educadora de Parnaíba. suas infatigáveis equipes, ditos
Inicialmente, trazia notícias esparsas, jornais já possuem também os seus
dentro dos vários programas de grandes mortos a homenagear. Entre
música. Contudo, em 01-03-1951, estes, destaca-se a figura do repórter
foi lançado no ar o número l do José Augusto Trindade Júnior,
Grande Jornal Q-3 no qual, em hora nascido nesta capital em 16-01-1931,
esperada, dava-se o noticiário de e falecido em consequência de
todo o acontecido na cidade, no desastre automobilístico, ocorrido
Estado, no Brasil e no mundo. Hoje, em 07-02-1962, quando cumpria sua
com 21 anos de existência, é dirigido missão de bem informar ao público.
pelo mesmo jornalista que lançou Este grande repórter é apontado por
seu primeiro número, o Dr. José todos os que o conheceram, inclusive
Lopes dos Santos, uma figura pelos seus chefes de então, Drs. José
marcante e respeitada por todos, Lopes dos Santos e Valdir
apaixonado pela profissão a ponto de Guimarães, como um dos maiores
já ter perdido inúmeras que teve nossa radiofonia.
oportunidades de acomodar-se em
bons empregos e bons negócios.
Como entrevistador, nada fica a
dever aos grandes nomes do
radialismo do País.
Após a Rádio Difusora, veio a
Rádio Clube de Teresina, em 30-01-
1960* a qual, logo de início, lançou
o seu jornal falado A Voz da Notícia,
procurando superar a concorrente.
Ganhou o público ouvinte, com esta
emulação estabelecida pela sua
preferência.
A última a aparecer foi a Rádio
Pioneira de Teresina, em 08-01-
1963, sob os auspícios da
Arquidiocese. Esta, dirigida pelo
Arcebispo D. Avelar Brandão Vilela,
magnífico discípulo de Cristo e

José Lopes dos Santos, uma figura
pastor de almas, que conseguiu a marcante e respeitada por todos,
simpatia e amizade dos piauienses de apaixonado pela profissão a ponto de já
todas as crenças religiosas. Esta ter perdido inúmeras oportunidades de
rádio, também, já surgiu trazendo acomodar-se em bons empregos e bons
sua Grande Revista Noticiosa negócios.
Pioneira, e na última verificação

na última grande guerra, com a
ansiedade das populações pelo que
se passava nas frentes de batalhas, a
B.B.C, de Londres,
permanentemente em escuta, de
repente falou: Fell Bardia! Fell
Bardia! '(Caiu Bárdia!). Poucas
palavras, mas que encheram o
mundo de alegria, pois a queda de
Bárdia, na Líbia, significava o início
da derrocada alemã na África.
No Brasil, por muitos anos,
tivemos o Repórter Esso, da Rádio
Nacional que, com sua característica
musical, alertava-nos para as últimas.
Todas as radiodifusoras
♦ estabeleceram suas notícias extras.
Valter Alencar, fechou sua banca de Ultimamente, contudo, muitas delas
advocacia e deixou sua cátedra de têm perdido a atenção do público
direito, para revelar-se verdadeiro para estas extras pelo abuso
homem de empresa. Depois de intensa cometido de, presa a atenção dos
luta, criou a TV Rádio Clube, em
ouvintes, anunciarem que "o
edifício próprio, projetado
especialmente para a televisão. armazém tal está liquidando tudo
abaixo do custo".
♦ A imprensa escrita não foi, como
se vaticinou a princípio, superada
pela falada. Manteve sua imponência
ao lado daquela, aproveitando-se da
verdade de que o fator tempo, em
rádio e TV é de capital importância,
tem-se de procurar no jornal escrito a
pormenorização dos acontecimentos,
o inteiro teor das leis, regulamentos e
declarações. Pode-se recortar e
guardar o que nos interessa. Os
grandes jornais mantêm seus
arquivos organizados, e funcionários
de permanente plantão para
prestarem informações ao público,
sobre assuntos passados, retratos,
mapas, anúncios etc.
Finalmente, veio a televisão. A
O noticiarismo falado supera o nós chegou com grande atraso, e por
escrito, pela instantaneidade. A repetidoras, primeiro do Maranhão,
notícia é conhecida pelo público ao depois do Ceará.
mesmo tempo que pela redação. Já
Depois de intensa luta, obtivemos
nosso próprio canal, para a TV Rádio
Clube. E tudo graça ao dinamismo,
abnegação mesmo, desse batalhador
incansável, professor Válter Alencar.
Fechou sua banca de advocacia e
deixou sua cátedra de direito, para
revelar-se verdadeiro homem de
empresa.
Surgiu nossa TV em edifício
próprio, projetado especialmente
para os afazeres da televisão, ao qual
Válter Alencar batizou de "Edifício
Presidente Médici", em merecida
homenagem ao homem que, com
serenidade e firmeza, colocou o
Brasil entre as primeiras nações do
mundo; fez com que o país se
levantasse e as outras nações Precisamos ter isso sempre em
compreendessem tratar-se de um mente, para que, quando procurados,
gigante, parecendo antes pequeno possamos ajudar aos profissionais da
porque estava ajoelhado. imprensa falada e escrita. Isto, para
Exatamente a 3 de dezembro de evitar incompreensões, como a que
1972, foi oficialmente inaugurada a nos conta uma anedota: Indo um
TV Rádio Clube. Em breve repórter cobrir o desenrolar de um
poderemos ter imagem em cores, incêndio, viu que a polícia, em volta
pois que o equipamento é o mais do prédio sinistrado, estabelecera um
moderno. Ligar-nos-emos ao mundo cordão de isolamento. Procurando
através de repetidoras, não só romper este cordão, foi obstado pelos
utilizando a rede de microondas que agentes da lei. Alegou então, sua
o governo federal está implantando necessidade de aproximar-se, para
em todo o Brasil, como também a informar a seus leitores. Replicou-
que o dinamismo do governador lhe um policial: "Se quiser saber o
Alberto Silva vai espalhando por que está havendo, leia os jornais,
todo o Estado. amanhã".
Aliás, cortar etapas para tirar Aliás, os profissionais da
atraso, tem sido característica nossa. imprensa, via de regra, não se dão
Em 1913, passamos diretamente da conta da grandeza de sua missão,
iluminação a lampiões de querosene nem
para a eletricidade, suprimindo os
bicos de gás, então adotados ainda
nas grandes cidades. Passamos do
cavalo e carruagem como meio de
transporte coletivo urbano,
diretamente para o ônibus,
eliminando o bonde.
Na TV, tudo é em forma de ♦
ritual, ensaiado e cronometrado. D. Avelar Brandão Vilela, magnífico
Seus noticiários têm como fundo a discípulo de Cristo e pastor de almas,
imagem dos próprios acontecimentos que conseguiu a simpatia e amizade
havidos naquele mesmo dia do outro dos piauienses de todas as crenças
lado do mundo, ou mesmo em outros religiosas, diretor da Rádio Pioneira
planetas. de Teresina (08-01-1963).
Não devemos jamais esquecer ♦
que o locutor que nos fala e é por Exatamente a 3 de dezembro de
todos conhecido, representa o ápice 1972, foi oficialmente inaugurada a
de uma enorme pirâmide de TV Rádio Clube. Em breve
abnegados. Para que possamos, de poderemos ter imagem em cores,
nosso sofá, ver o que vemos, pois que o equipamento é o mais
centenas de vidas, algumas expondo- moderno. Ligar-nos-emos ao mundo
se à morte, como os repórteres e através de repetidoras, não só
cinegrafistas de guerra, deram tudo utilizando a rede de microondas que
de si mesmos. o governo federal está implantando
em todo o Brasil.

♦ imprensa, escritores modestos e
obscuros, nunca pudestes medir toda
Na TV, tudo é em forma de ritual,
ensaiado e cronometrado. Seus a importância da vossa empresa
noticiários têm como fundo a imagem porque nascestes no meio dela e a
dos próprios acontecimentos havidos considerais, em vossa modéstia
naquele mesmo dia do outro lado do como parte integrante do vosso ser".
mundo, ou mesmo em outros planetas.

Operários da imprensa, escritores
modestos e obscuros, nunca pudestes
medir toda a importância da vossa
empresa porque nascestes no meio dela
e a considerais, em vossa modéstia
como parte integrante do vosso ser.

dos sacrifícios necessários ao seu


desempenho.
Chamando a atenção para este
fato, Castelar, no artigo O
Jornalismo, transcrito na Gazeta do
Comércio, de Teresina, n° 28, de 04-
11-1891, assim dizia: - "Operários da
Querendo levar o jornal
a todas as camadas
populares,
estimulados pela concorrência,
SEÇOES ESPECIALIZADAS
tiveram os diretores que tratar,
em seções especializadas,
dos mais variados assuntos
do interesse de cada
uma dessas camadas.
O


. Somente a partir da década de 1950,
começaram a surgir cronistas sociais no
estilo moderno, sendo Newton Brás,
esta simpática figura por todos
conhecida por Paulo José, um dos
pioneiros nesse setor.

primeiro grupo social a obter seção


própria, foi o comércio, por
representar, como ainda representa,
uma atividade envolvendo o
interesse de vasta faixa da
população. Nos jornais antigos eram
comuns páginas destinadas ao
noticiário das empresas de transporte
marítimo, com retratos ou desenhos
de navios. Jornal de grande
categoria, como o Jornal do Brasil,
do Rio, dedicou-se por muito tempo
quase que exclusivamente a anunciar
empregos, achados e perdidos e
vende-se. Atividades como esta,
obrigaram as empresas a ampliarem
o serviço de Portaria, para
intercâmbio de informações, pois os
anúncios vinham quase sempre com
o clássico: "Resposta para a Portaria sendo, via de regra, as notícias
deste jornal, citando o número X". fornecidas à redação pelos próprios
A Crônica Social praticamente interessados. Somente a partir da
nasceu com os jornais. Inicialmente, década de 1950, começaram a surgir
com noticiário sobre casamentos, cronistas sociais no estilo moderno,
óbitos, batizados, nascimentos e sendo Newton Brás, esta simpática
viagens. Foi aos poucos destacando- figura por todos conhecida por Paulo
se, a ponto de adquirir importância José, um dos pioneiros nesse setor.
fundamental em qualquer jornal Depois dele, têm surgido vários,
moderno. O interessante é que como: Dra. Iracema dos Santos
através da mesma, os segredos mais Rocha Silva e Mauro Júnior, em
transcendentais da política e dos Teresina; Rubem Freitas, em
negócios são desvendados. Filtra Parnaíba, e Isaura Demes e Nice
conversas havidas na intimidade dos Lourdes, inteligência hoje afastada
lares, largadas nos salões de beleza e desse setor, em Floriano. Merece
captadas pelos cronistas, com também destaque especial Elvira
antecedência de dias sobre a argúcia Mendes Raulino de Oliveira, de
dos comentaristas em assuntos tradicional família deste Estado,
políticos e econômicos. quebrando uma série de tabus do
Entre nós, esta especialidade provincianismo de nosso meio.
passou quase cem anos em sua forma A seção literária vem, como a
primitiva, anunciando somente anterior, do início
aniversários, bailes, óbitos etc.,
de nossa imprensa, mas com os na revista A Bruxa, dirigida por
trabalhos espalhados entre as várias Coelho Neto e Olavo Bilac. Em São
matérias do jornal. Firmou-se, a Simão, SP, quando ali desempenhava
princípio, nos romances em as funções de promotor público,
folhetins. Desta forma foram dados a dirigiu o jornal local. Depois, foi
conhecer ao mundo os melhores para o Amazonas, onde dirigiu e foi
romances dos melhores escritores. proprietário de vários jornais.
Dostoievski, Dickens, Zola; O Como o espaço dos pequenos
Guarani, de Alencar, e tantos outros. jornais não conseguia absorver a
Existe um romance de Clodoaldo produção dos poetas e escritores,
Freitas, Memórias de um Velho, fizeram estes jornaizinhos
publicado em folhetim, da mesma exclusivamente literários, nos quais
forma que o romance Bela, de começaram a escrever todos os
Leônidas Benício de Mariz e Sá grandes nomes da literatura
(1867-1902) foi publicado na Gazeta brasileira. Neles temos que buscar os
de Notícias, do Rio, em 1894. primeiros passos dados na literatura
Leônidas Sá, filho de Teresina, por Gonçalves Dias, José de Alencar
menino pobre que começou a vida e vários outros, assim como todos os
como aprendiz de tipógrafo, nossos. Nestes pequenos jornais
destacou-se por esforço próprio, literários ainda jaz esquecida a
formando-se em Recife e publicando produção dos maiores nomes de
várias obras, uma delas prefaciada nossas letras.
por Sílvio Romero. No Rio, escreveu
. Alguns deles, como Nogueira
Tapeti (1890-1918), um de nossos
poetas de primeira linha, tem de ser
procurado exclusivamente em velhas
coleções, pois que não chegou a
publicar livros. Seria longa a lista de
citações nesse sentido.
Com o aumento do número de
leitores e transformação dos jornais
em diários, como regra geral, as
seções literárias ficaram, em todos
eles, destacadas em suplemento
especial, aos domingos.
Nas grandes cidades, inúmeros
outros assuntos de arte foram
enquadrados em seções
especializadas, como: música, bale,
canto e teatro. Nós ainda não
chegamos a esse grau de
aperfeiçoamento.


Mauro Júnior, oriundo de Parnaíba, há
muito abrilhanta o colunismo social
teresinense, com estilo sóbrio e
criterioso. Prima por poucas notícias,
que são super selecionadas. Valoriza em
muito as letras e as artes.

para o grande público das mais
avançadas teorias de física e
matemática.
Cada uma dessas seções, por sua
vez, tende a repartir-se em
subespecializações, como por
exemplo: a científica em ciência de
ficção. A esportiva, sem levar em
conta a predominância dos assuntos
relacionados ao futebol, subdivide-se
em turfe, xadrez, basquete, polo,
natação, boxe, iatismo etc. Em nosso
meio, a crônica e noticiário esportivo
relacionam-se ainda exclusivamente
ao futebol.
A clássica seção destinada ao
♦ comércio, praticamente foi relegada
Dra. Iracema dos Santos Rocha e Silva, para a de anúncios. Os assuntos
uma das mais cultas e respeitadas comerciais, como os da indústria são
colunistas tratados nos setores de economia e
Sociais do nosso Estado. bolsas de valores.
Dona de um estilo todo próprio.
Como há assuntos de natureza
Cronista de mão cheia comercial e industrial, interessando
Escreve no bom português, com leveza, mais diretamente à estreita faixa de
candura e muita informação. produtores e revendedores, surgiu
♦ uma categoria de jornal, a que
podemos chamar de privativa da
faixa a que atende. Para tal, os
produtores de determinado ramo,
como eletrodomésticos, couros e
calçados etc., editam jornais e
revistas da mais perfeita feição
gráfica, mas com tiragem reduzida e
para distribuição gratuita. O preço da
publicação, não importa, pois que vai
computado no do produto de que
trata. Nas coleções desses jornais e
revistas, terão os historiadores da
economia nacional e mundial, de
futuro, fontes de ricos subsídios.
De qualquer forma, na imprensa
atual de nosso Estado, como na de
O desenvolvimento da técnica,
vários outros Estados brasileiros
obrigou também aos grandes diários
ainda, além do editorialismo e
a manterem seções de ciência, com
noticiário, principalmente o policial,
corpo redacional ultra-especializado,
predominam duas seções: a de
capaz de simplificar a explicação
futebol e a da crônica social. Nos
grandes centros, o futebol, esporte
nacional por excelência, já vem
sendo objeto de jornais e revistas
especializadas só nesses assuntos.
Até 1930, o futebol entre nós não
constituía assunto de interesse geral.
De vez em quando os jornais
anunciavam um grande feito
brasileiro no setor, com poucos
nomes nacionalmente conhecidos,
como o de Friendereich. Os jogos
dos pequenos times locais já eram
anunciados, embora
depois não aparecessem crónicas de
apreciação aos mesmos.
Sem levarmos em conta casos
isolados, podemos afirmar que, entre
nós, já foi instalada a radiodifusão

que levou grande área da população . Alguns deles, como Nogueira Tapeti
(1890-1918), um de nossos poetas de
a interessar-se por futebol. Os jogos
primeira linha, tem de ser procurado
irradiados passaram a constituir exclusivamente em velhas coleções,
assuntos de todos os meios sociais. pois que não chegou a publicar livros.
Contudo, o responsável pela Seria longa a lista de citações nesse
transformação do futebol em assunto
sério, no Piauí, foi indubitavelmente sentido.
o radialista e jornalista Dr. Carlos ♦
Said, o Magro de Aço como o
chamam seus admiradores. Fez
escola, e vários de seus discípulos
enchem hoje páginas de jornais com
brilho, seriedade e elegância.
A revolução de 1930,
embora sem objetivos precisos,
a não ser o desmonte
da máquina governamental
republicana
que continuou teimosamente
a do Império, trouxe,
DE 1930 A 1952
contudo,
o resultado imprevisto
de fazer
o Brasil tomar
conhecimento
do progresso tecnológico
que ia pelo mundo.
P


Cláudio Pacheco, redator de O Tempo
(1033), órgão do Partido Nacional
Socialista. Trazia sempre artigos
doutrinários desenvolvidos com
seriedade.

assamos, daí por diante, a nos


aborrecer com aquilo que havia sido,
até então, o nosso orgulho: dizer que
éramos um país essencialmente
agrícola. No mundo industrial isto
queria dizer: essencialmente
atrasado, fornecedor exclusivo de
matéria-prima.
No Piauí, a esse tempo, começou-
se a reagir. Foi iniciada a construção
da estrada de rodagempara Fortaleza.
O caminhão substituiu as tropas de
animais. E, mais importante ainda,
chegou-nos o avião. Fizemos, em
face de tudo isto, a descoberta
sensacional de que o Brasil é um só.
Começamos a tomar nítida
consciência de nosso atraso, não para
constatá-lo e ficar nisso, mas para Abdias Neves. A permanência do
procurar também meios de superá-lo. primeiro na imprensa foi rápida,
Passamos, então, a ler jornais do passando a dedicar-se ao magistério
Rio e São Paulo, com dois dias e poesia, pela qual enamorou-se
somente de atraso, e não um mês, perdidamente, e, finalmente, ao
como acontecia quando vinham por direito.
via marítima. Logo, mais tarde, Devemos fazer referência
passamos a lê-los no mesmo dia. especial ao Diário Oficial após 1930,
Em 1933 surgiu O Tempo, como entregue à capacidade de Artur
órgão do Partido Nacional Socialista, Passos, velho guerreiro que neste ano
redação de Cláudio Pacheco. Bem de 1972 completou 90 anos de idade.
redigido, trazia sempre artigos Artur Passos criou no Diário Oficial
doutrinários, desenvolvidos com página com noticiário geral,
seriedade. Cláudio, então, e por inclusive do Sul do país, secção
alguns anos ainda, deu-nos a literária, secção de trabalhos
impressão de que iria dedicar sua jurídicos e publicação da íntegra dos
vida à imprensa, ao lado da acórdãos do Tribunal de Justiça, na
advocacia; e que fabuloso e grande época chamado Corte de Apelação.
jornalista teríamos ganho, se assim Outro grande nome que iria
houvesse acontecido. Paralelo a' O brilhar, como de fato está brilhando
Tempo, surgiu também O Momento, entre os maiores do jornalismo
redação de Martins Napoleão e
do Brasil, e surgiu nesse período em periódico dispunha de uma cota. Daí
nosso meio, foi Carlos Castello porque, em 1945, quando foram
Branco.. Responsável pela Coluna reconstituídos os partidos políticos,
do Castello, do Jornal do Brasil, do os jornais que surgiram eram os
Rio, é tido como um dos mais sérios antigos, ressuscitados. Assim, O
comentaristas políticos do país. Em Momento, reapareceu como órgão do
1936, Carlos estreou como diretor e Partido Social Democrático; O Piauí
redator da revista 4 de Outubro, ressurgia sob a direção de Helvécio
número especial feito em Coelho Rodrigues, comandante de
comemoração ao aniversário do nossa Marinha de Guerra, e filho do
Liceu Piauiense, onde estudava. Sua grande jurisconsulto Coelho
parte de colaboração, nesta revista, já Rodrigues.
se revestia da seriedade e O interessante é que, durante o
responsabilidade que hoje o Estado Novo, o controle ou a
caracterizam. censura das notícias era feito pelo
Veio, então, o Estado Novo, em governo indiretamente, através das
1937. As atividades da imprensa, até cotas de papel. O DIP (Departamento
1945, limitaram-se à rotina, devido a de Imprensa e Propaganda)
rigorosa censura imposta a todos os comunicava quais as notícias que
meios de divulgação. não podiam sair, e só. Se saíssem,
Parou o surgimento de novos era cortada a cota de papel e a
jornais, pois que o papel, todo publicidade oficial. Contudo, as
importado, estava racionado devido comunicações eram feitas
ao estado de guerra reinante. Cada verbalmente, ou por telefone, de
modo a não deixar vestígios. Quando
se reabriu o Congresso Nacional,
alguns jornalistas, eleitos deputados,
envidaram todos os esforços para
encontrar uma prova sequer dessa
censura, mas debalde.
Um dos grandes lutadores dessa
época foi o jornalista Carlos Lacerda,
que não dispunha da tribuna do
parlamento, mas militava
diariamente na imprensa carioca.
Entrou o Brasil novamente em
período de normalidade política
tradicional, ou seja: lutas pessoais,
retaliações, corrupção generalizada,
frau -


. Artur Passos criou no Diário Oficial
página com noticiário geral, inclusive
do Sul do país, secção literária, secção
de trabalhos jurídicos.

Resistência, direção do Dr. Francisco
Luís de Almeida; O Jornal do
Comércio, fundado por João Bastos,
que continuou sob a direção de
♦ Bento Clarindo Bastos; O Pirralho,
Um dos grandes lutadores dessa
humorístico, de Alberôni Lemos.
época foi o jornalista Carlos Lacerda,
que não dispunha da tribuna do Reapareceram também inúmeros
parlamento, mas militava diariamente órgãos estudantis. Também nesse
na imprensa carioca de maneira período, Teresina e as outras cidades
respeitada e temida pelos seus piauienses começaram a perder o ar
adversários. Foi um dos grandes do seu de aldeia.
tempo. Visitas e férias a Rio, São Paulo,
♦ Recife e mesmo ao exterior,
deixaram de ser privilégio de poucos.
Foi assim que chegamos a 1952,
para os festejos do 1° Centenário de
Teresina. Circulavam, então: O
Piauí, já mencionado; O Jornal do
Comércio; Jornal do Piauí, direção
de José Gaioso de Almendra Freitas;
O Pirralho; O Dia, direção de
Raimundo Leão Monteiro; O
Dominical, direção do Pe. Hermínio
Davis; A Luta, direção de A. Tito
Filho; O Norte e Folha do Litoral, de
Parnaíba; A Ordem e Flâmula, de
Picos. Também àquela época alguns
nomes brilhavam como jornalistas,
seguindo depois outros caminhos,
como José Mendes Olímpio de Melo
e José Camilo da Silveira Filho.

des eleitorais. De qualquer forma, a


porta estava novamente aberta, e
começaram a surgir novos jornais
entre nós. Destes, destacam-se:
Não resta dúvida que
até o aparecimento
da imprensa, as únicas fontes
da história
eram os documentos e a tradição.
Os documentos, quando
emanados
OS JORNAIS COMO FONTES
DA HISTÓRIA
de civilizações sedimentadas,
possuidoras
de arraigados sentimentos
históricos,
são conservados
com carinho.
N


Visconde de Sapucaí, em 1831, mandou
ordenar os livros de crônicas, memórias
e apontamentos deixados pelos jesuítas
e entregues à guarda do Bispado, o
resultado foi que: “desgraçadamente o
que restava só prestaria para alimento
de chamas”.

o presente trabalho mesmo, já demos


notícia do 1° jornal do mundo, em
manuscrito da velha Roma, cujo
único exemplar existente encontra-se
na Biblioteca do Vaticano.
Mesmo cuidadosamente
conservados, os documentos podem
desaparecer, quando grandes
desgraças se abatem sobre as regiões
que os guardam. Foi o que aconteceu
com a Biblioteca de Alexandria, que
detinha a memória de todo um
grande passado.
A história político-administrativa
do Piauí, até a Independência, estava
ligada à do Maranhão. Mas, ali
mesmo, quando o Presidente daquela
Província, Visconde de Sapucaí, em
1831, mandou ordenar os livros de
crônicas, memórias e apontamentos
deixados pelos jesuítas e entregues à
guarda do Bispado, o resultado foi
que: "desgraçadamente o que restava
só prestaria para alimento de
chamas" (César Marques, in Dic.
Hist. e Geográfico do Maranhão). E
note-se que estes livros eram em
número superior a 800.
Via de regra, vão salvando-se dos
arquivos aquilo que pesquisadores
colheram, ordenaram e publicaram
em livros. Tudo conspira contra os
documentos arquivados: baratas,
traças, cupins, calor, umidade,
esquecimento dos funcionários de
verificar-lhes o estado e limpar a
poeira, pelo menos de 5 em 5 anos.
No Império, com a melhor das
intenções, visando justamente a
resguardar nossa história, e não
confiando nos cuidados dispensados
aos arquivos pelas províncias, o
ministro Visconde de Monte Alegre,
em 1851, incumbiu ao poeta António
Gonçalves Dias de arrecadar todos
os documentos concernentes à
história do Brasil, "existentes nas
bibliotecas, mosteiros e
repartições"(César Marques, ob. cit),
e levá-los para o Arquivo Nacional,
no Rio.
Por outro lado, e como reverso da
medalha, jornais do Rio, não há
muito tempo, denunciavam o
péssimo estado de conservação desse
acervo, inclusive que o velho
Arquivo Nacional já tivera os seus
porões inundados por enchentes,
mais de uma vez. Esta a razão pela
qual o grande historiador nacional,
José Honório Rodrigues, quando
recentemente nos visitou, achou que difíceis às vezes de interpretar, mas
possuíamos um dos maiores acervos contendo sempre, em seu bojo,
de documentos históricos do Norte acontecimentos e emoções vividas
do país. É que o Piauí, ao tempo de pelo homem sobre a face da terra.
Gonçalves Dias, estava fora de Toda a história do grande Império
roteiro de tudo que se relacionasse dos Inças, nos Andes, cujos arquivos
com a cultura. Mal acabávamos de foram destruídos pelos
despertar do pesadelo do Visconde conquistadores espanhóis, foi-nos
da Parnaíba. transmitida pelo escritor mestiço,
Não existia arquivo organizado, e Garcilaso de Ia Vega, que a colheu
sim amontoado de papéis, os quais, de sua mãe, uma princesa inca.
somente entre as décadas de 1920 a Contudo, a partir do
1930 foram ordenados pelo gênio aparecimento da imprensa, a história
ordenador de Anísio Brito. Mesmo passou a ser descrita dia-a-dia, sendo
daí para cá tem sido muito pouco os acontecimentos narrados com
manuseado, pois são raros, entre nós, luxo de detalhes.
os que se dedicam a assuntos Daí a razão pela qual os
históricos. historiadores descrevem os milhões
Os documentos oficiais oferecem de anos da humanidade, até
a tremenda desvantagem de serem, Gutenberg, em 2 ou 3 volumes, e daí
via de regra, exemplares únicos, pelo até nós em 15
que nenhum vestígio deixam ao
desaparecerem.
Vejamos, agora, a tradição.
Resultando da repetição dos
acontecimentos, de boca em boca, de
geração em geração, sofre através
desse processo mutilações
tremendas. Por isto, não pode ser
interpretada ao pé da letra. Precisa de
estudo e confrontações para da
mesma extrair-se a verdade que via
de regra encerra. ♦
Com o tempo, transforma-se a José Honório Rodrigues, grande
tradição em lenda. Mesmo nesta historiador nacional, quando
ainda está contida uma verdade recentemente nos visitou, achou que
histórica ou pré-histórica. Tróia e possuíamos um dos maiores acervos
Cnossos, que ao tempo de Homero, de documentos históricos do Norte
muito anterior a Cristo, já eram do país.
lenda, nos albores deste século foram
encontradas e expostas à luz do dia, ♦
partindo o pesquisador unicamente Toda a história do grande Império dos
dos dados oferecidos pela lenda, Inças, nos Andes, cujos arquivos foram
através de Homero, o poeta-cego. destruídos pelos conquistadores
espanhóis, foi-nos transmitida pelo
De qualquer forma, as lendas e
escritor mestiço, Garcilaso de Ia Vega,
tradições são fontes da história,
que a colheu de sua mãe, uma princesa
inca.

as menores escaramuças da comuna
de Paris são descritas com minúcias.
E que os jornais, mesmo os feitos
em primitivas tipografias, tiravam no
mínimo 300 exemplares. Estes
tomam vários rumos. Alguns ficam
retidos, como relíquias, em mão de
colecionadores. Quando não se tem
deles mais notícias, um anúncio,
oferecendo boa recompensa, fá-los
reaparecer.
Por esse motivo, preferimos
buscar os acontecimentos de
♦ natureza política, social ou
O historiador fica, assim, confrontando administrativa, em velhas coleções
as duas versões, com visão panorâmica de jornais. No Império, por exemplo,
da época, e em condições de tirar existiam dois partidos, tendo cada
conclusões próprias.
um deles seu órgão de divulgação.
Assim, em nosso entender, são os
jornais a melhor fonte da história, a Os jornais governistas traziam os
partir de seu aparecimento, e cada vez atos governamentais, explicados
mais. apenas pelos consideranda. Os
oposicionistas e os neutros
♦ analisavam e criticavam os fatos que
deram causa aos atos. O historiador
fica, assim, confrontando as duas
versões, com visão panorâmica da
época, e em condições de tirar
conclusões próprias.
Assim, em nosso entender, são os
jornais a melhor fonte da história, a
partir de seu aparecimento, e cada
vez mais.
Com relação a este nosso
trabalho, tivemos unicamente a
preocupação de escrever a história de
nossa imprensa, sem divagações
sobre a mesma história no restante
do Brasil e no mundo, objeto de
alentados e valiosos volumes.
Mesmo para dar a notícia do
primeiro jornal do mundo, o Acta
Diurna, transcrevemo-la de jornal da
ou 20. Eis o motivo pelo qual a terra. Da mesma forma as notícias de
batalha travada entre Átila e Ênio, como aqui chegaram as informações
com aproximadamente meio milhão a respeito de progressos nas artes
de homens de cada lado, não merece gráficas.
mais que duas páginas, enquanto que
Assim fazendo, o que nossa
história da imprensa tiver de comum
com a dos outros Estados,
transparece; mas o que ela apresenta
de particular, ressalta melhor.
Em 1953, quando se comemorava
o 1° centenário do aparecimento do primeiro
jornal de Teres/na, fizemos
um ligeiro trabalho a respeito desse século
de jornalismo. E o fizemos a pedido de Orlando da
Costa Rolio, que o publicou
RAZÃO DE SER DO
PRESENTE TRABALHO
no jornal por ele então dirigido,
O Piauí, edição de 19-02-1953.
Conhecedor de nossohobby
a respeito da história piauiense, veio a nós.
Um pedido de
Orlando Rollo constituía uma ordem para todos
aqueles que o conheceram.
A


Orlando Rolo veio do Pará para o nosso
meio, granjeando a amizade de toda a
Teresina, que, sinceramente, lamentou o
seu prematuro desaparecimento. Este
pequeno trabalho fizemos a partir de um
pedido dele

ssim acontecia, porque ele não sabia


negar o que mesmo um
desconhecido lhe pedisse. Para dar
melhor ideia de sua bondade, basta
dizer que, como Delegado Fiscal do
Tesouro Nacional no Piauí, quando
um agente do fisco autuava,
multando qualquer comerciante, este
procurava Orlando Rollo que
deixando suas ocupações
burocráticas, minutava a defesa do
autuado. Era bom na expressão
máxima da palavra. Veio do Pará
para nosso meio, granjeando a
amizade de toda Teresina que,
sinceramente, lamentou o seu
prematuro desaparecimento.
Chamado a atenção para o
assunto àquele tempo, em face das
pesquisas que tivemos de fazer,
continuamos a interessar-nos sobre o
mesmo. Verificamos, então, que
quase nada havia sido feito. Somente
Anísio Brito, Abdias Neves e Joel
Oliveira deram um pouco de
contribuição. Se outros trabalhos
existiram, foram irremediavelmente
perdidos. Para exemplo,
encontramos uma referência de que o
Major Manoel Lopes Correia Lima
fizera uma relação dos jornais
publicados no Piauí, até 1900. Como
não chegou a ser publicado, perdeu-
se. Joel
Oliveira também fez uma relação
idêntica, dizendo ele que das mais
completas. Permita Deus que ainda
se encontre entre os papéis que
deixou, pois não foi publicada. Aliás,
relacionar os jornais que existiram e
existem, é trabalho cansativo e
demorado, além de não revelar
qualquer mérito literário. Foi a
conclusão a que chegamos, quando
ordenávamos a nossa relação, que
vai anexa ao presente.
Esta falta de subsídios históricos
a respeito de nossa imprensa, ficou
ainda melhor constatada quando, na
década de 1960, a Associação
Brasileira de Imprensa (ABI)
resolveu publicar, se não nos
enganamos, um Anuário da Imprensa
no Brasil, com resumo histórico da
mesma em todos os Estados.
Solicitou então à Associação
Piauiense de Imprensa (API) os
dados referentes a nosso Estado. Esta
Associação não os possuindo,
procurou a Associação dos
Jornalistas Profissionais, depois
transformada em Sindicato.
Sentindo-se também
desaparelhada, a Associação apelou Não é obra perfeita. Fica sujeita a
para o então Presidente da Academia críticas e correções, que aceitamos
Piauiense de Letras, Desembargador prazerosamente.
Simplício de Sousa Mendes. Mas é certo também que deu
Lembrando-se do pequeno trabalho muito trabalho, que constituirá um
que fizéramos em 1953, mestre marco no assunto, assim como
Simplício pediu-nos que poderá servir de roteiro para aqueles
completássemos o mesmo, com que, no futuro, pretendam
urgência, que ele mandaria publicar. desenvolver a matéria.
Pois, alegou o mestre, não ficaria Qualquer lucro que porventura
bem respondermos dizendo nada este trabalho venha a produzir, em
saber a respeito da história de nossa qualquer tempo, fica pertencendo ao
própria imprensa. Sindicato dos Jornalistas
Fizemos sentir, ao velho mestre, Profissionais do Piauí, ou associação
não tratar-se de trabalho que pudesse congénere, se este não mais existir.
ser feito às carreiras, e que nossas
atividades profissionais não
permitiam dedicação exclusiva ao
assunto. Ficou por isso mesmo, e
continuamos nossas pesquisas nas
poucas horas de folga.
Já estávamos com parte do
trabalho preparado, pensando
terminá-lo neste ano da graça de
1972, em que se comemora o
sesquicentenário da Independência

Dr. Armando Madeira Basto,
do Brasil, os 120 anos de existência colaborador do governador Alberto
de Teresina, e, o que também é Tavares Silva, o qual estimulou-nos a
importante, em que se deve terminar o trabalho. Na medida em que
comemorar os 140 anos do ia completando a redação,
aparecimento de nossa imprensa, mandávamos-lhe as folhas prontas, para
com a publicação do primeiro jornal. sua apreciação.
Mas a rotina do dia-a-dia de uma
banca de advocacia, lutava contra

Mas é certo também que deu muito
esta pretensão. Foi então que trabalho, que constituirá um marco no
conhecemos, com prazer, a figura assunto, assim como poderá servir de
simpática do experimentado roteiro para aqueles que, no futuro,
jornalista Dr. Armando Madeira pretendam desenvolver a matéria.
Basto, colaborador do governador Qualquer lucro que porventura este
Alberto Tavares Silva, o qual trabalho venha a produzir, em qualquer
estimulou-nos a terminar o trabalho. tempo, fica pertencendo ao Sindicato
Na medida em que ia completando a dos Jornalistas Profissionais do Piauí,
redação, mandávamos-lhe as folhas ou associação congénere, se este não
prontas, para sua apreciação. mais existir.

Nestes últimos 20 anos,
ou seja, de 1950 até o presente,
nossa imprensa
vai encontrando seu rumo
certo. Passamos a dispor de jornais
realmente diários,
em formato igual
ÚLTIMAS PALAVRAS
ao das grandes cidades.
Procuram todos bem informar
e instruir ao público, tratando
sempre e com seriedade
de assuntos de interesse geral.
As retaliações
pessoais quase que desapareceram.

Prevalece a objetividade, a ânsia de
recuperar o tempo perdido, a vontade
inquebrantável de levar o Piauí a um
grande destino, através do trabalho e do
A
ensino. Assim, poderemos acompanhar
o ritmo do Brasil, que está recuperando
maravilhosamente, no concerto das
nações, o tempo que também perdeu

Segundo idôneos pesquisadores, a
data de hoje, 15 de agosto, assinala o
surgimento, na cidade de Oeiras, do
primeiro jornal editado em nosso
Estado, com a denominação de O
Piauiense, redigido pelo professor
Amaro Gomes dos Santos.

s polêmicas inúteis de modelo


rococó, sobre insignificâncias
gramaticais, perderam seu antigo
conteúdo, e já levantam o braço para
dizer adeus. Prevalece a
objetividade, a ânsia de recuperar o
tempo perdido, a vontade
inquebrantável de levar o Piauí a um
grande destino, através do trabalho e
do ensino. Assim, poderemos
acompanhar o ritmo do Brasil, que
está recuperando maravilhosamente,
no concerto das nações, o tempo que
também perdeu.
Numa demonstração evidente do
apreço com que o governo encara o
papel desempenhado pelo jornalismo
nesta arrancada para o progresso, e
no ensejo do 140° aniversário do
surgimento de nossa imprensa, o
jornal O Dia, de 15-08-1972,
publicou a mensagem abaixo:

"MENSAGEMÀ IMPRENSA

- Segundo idôneos pesquisadores,


a data de hoje, 15 de agosto, assinala
o surgimento, na cidade de Oeiras,
do primeiro jornal editado em nosso
Estado, com a denominação de O
Piauiense, redigido pelo professor
Amaro Gomes dos Santos.
"Em decorrência desse evento, o
governador Alberto Silva dirige à
imprensa piauiense a seguinte
mensagem: "Aproveito-me do
transcurso, hoje, do centésimo
quadragésimo aniversário do
aparecimento do primeiro veículo de
comunicação social de nossa terra,
para cumprimentar a tantos quantos
atualmente mourejam na imprensa
piauiense, lutando pela sua extensão
e modernização e construindo, de
maneira sensível, para o
desenvolvimento do Piauí. Teresina,
15 de agosto de 1972. a) Eng°
Alberto Tavares Silva. Governador
do Piauí".
RELAÇÃO
DOS JORNAIS PUBLICADOS
NO PIAUÍ, DESDE 1832
ATÉ A PRESENTE DATA.
OEIRAS volumus, non mordere. Prodesse, non laedere ".
Erasmo. (Queremos admoestar, não morder; ser
1832 (15-08) a 1835
úteis e não ofender).
* O Piauiense - Tip. de Silveira & Cia. (O
primeiro jornal do Piauí).
1850
* Aucapura. Redação de Lívio Lopes Castelo
1833
Branco.
* Diário do Conselho Geral. Órgão oficial. Tip.
de Silveira & Cia.
1851 (03)
* Recreio Literário. Literatura e ciência.
1835 a 1845
Publicação mensal, com 8 a 16 páginas. Tip.
* Correio da Assembleia Legislativa. Tip. de
Liberal. Assinatura: quatro mil réis por ano.
Silveira & Cia. Publicava os atos da
Assembleia.
1851 a 1852
* Argus Piauiense. Redação de Lívio Lopes
1839 (21-11)
Castelo Branco.
* O Telégrafo. Tip. Provincial. Tamanho 18 x
12. Legenda: "Ouçam todos o mal que a todos
1853
toca". Saía às 2as. e 5as. feiras. Preço: cem réis
* O Oeirense. O primeiro a sair após a mudança
o exemplar.
da capital para Teresina. Redação do Dr.
Casimiro José de Morais Sarmento e Manuel
1845
Pereira da Silva.
* O Liberal Piauiense. Redação de Lívio Lopes
Castelo Branco e Silva.
1877
* O Século. Periódico de pequeno formato.
1847 a 1848
* O Governista. Tip. Provincial.
1878
* A Ordem.
1848 (01-04)
* O Constitucional. Tip. Provincial.
1886 (15-09)
* O Município. Fundado por Ulisses Lemos.
1848
Imparcial. Direção de Raimundo Pereira C. E.
* O Analítico. Tip. Provincial.
Silva. Com a mudança de Ulisses Lemos para
Teresina, em abril de 1888, continuou sob a
1849 a 1850
direção do cap. José Gentil da Silva Moura.
* O Escolástico. Tip. Provincial.
1887
1849 (01-01)
* O Tetéu. Humorístico.
* A Voz da Verdade. Político, literário e
comercial. Tip. Saquarema. Órgão do Partido
1889
Saquarema. Saíram 25 números. Trazia a
* O País. Tip. de O Município. Órgão de
legenda, em versos: "A causa da Coroa Deus
interesses locais.
protege, /A Lei, a ordem, a Constituição / A
pura fé da Santa Religião, / E a grei Saquarema
1900
a quem elege!..."
* A Rosa. Literário. Redação de Pedro Brito e
Manoel Saraiva de Lemos.
1849
* O Espetro. Órgão de oposição ao Visconde da
1909
Parnaíba. Impresso em Caxias, na Tip. Imperial,
* Correio de Oeiras. Propriedade do Coronel
de F.E. de B. Tataíra.
Alano Beleza, tendo Pedro Brito como
correspondente em Teresina.
1849 (06-10)
* O Fuso Doido. Tip. Liberal.
1939 a 1945
* O Fanal. Propriedade do Coronel Orlando
1849 (01-09) a 1852 (18-09)
Barbosa de Carvalho.
* O Eco Liberal. Tip. Liberal. Redação de
Tibério César Burlamaque, e vendido em sua
TERESINA
loja, na rua do Norte. Publicado às 5as. feiras.
Assinatura anual: oito mil réis. Número avulso:
1853 (02-08)
duzentos réis. Trazia a legenda: "Ad monere
* A Ordem - (encimado com as armas do 1860
Império). Oficial, político e literário. Número * O Liberal Piauiense. Órgão do Partido
avulso: duzentos réis. Tip. Constitucional, de Liberal. Tip. própria. Redação de Polidoro
José da Silva Leite, sendo impressor António da César Burlamaque.
Costa Neves. Redação de José Martins Pereira
d'Alencastre. Trazia a legenda: "'L'Orde, seule 1860
gages, d'un long avenir, c'est lê véu, lapensée * A Dália. Literário.
generale du pays" - Guizot. Foi o 1° Jornal de
Teresina. 1860
* O Pugilato. Crítico.
1856 (12)
* Correio Piauiense. 1860 (26-07)
* O Pirilampo. Literário.
1856
* Patuléia. Redação de Lívío Lopes Castelo 1860 (09)
Branco. * O Noticiador. Redação de Justino da Silva
Pacheco, funcionário do Tesouro da Fazenda.
1857(03-05) Atacou Deolindo Mendes, que o levou à Justiça,
* O Conciliador Piauiense. Semanário. Tip. sendo condenado a 4 meses de detenção,
Independente. Impresso pelo editor Cândido desaparecendo o jornal.
Gaxa Peçanha Jr. . Redação de Lívio Lopes
Castelo Branco. Trazia a legenda: "Quando os 1861
homens se unem para uma causa justa, e para * O 24 de Janeiro. Científico e literário.
fazer o bem, qualquer que seja o resultado da
sua aliança buscada sobre a justiça, sobre o 1861 (11-01)
direito e sobre a honra, ela sobrevive à derrota, e * O Constitucional.
tira do próprio desastre, novo esplendor e nova
solidez"- Lord Palmerston. 1861
* A Ordem. 2° deste nome.
1858 (25-01) a 1860 (29-12)
* O Propagador. Pertenceu a uma sociedade 1861 (15-09)
político-literária. Tip. Independente. Impresso * O Teresinense.
por Galdino Marques de Carvalho. Número
avulso: duzentos réis. Redatores: Deolindo 1862
Mendes da Silva Moura, Lívio Lopes Castelo * O Sineiro. Moral e político. Tip.
Branco, Dr. Cândido Gil Castelo Branco e Dr. Independente.
António Borges Leal Castelo Branco. Trazia a
legenda: "A propagação das ideias e 1862 (07-03)
conhecimentos úteis é uma empresa generosa e * Aurora Teresinense. Pequeno jornal literário
profícua à sociedade. A boa vontade, união e de Miguel de Sousa Borges Leal Castelo
confiança constituem a mais poderosa alavanca Branco.
do progresso social".
1862 (12-03)
1859 (06-06) * O Conservador.
* O Arrebol. Científico e literário. Propriedade e
redação de Davi Moreira Caldas. 1862
* A Chibata.
1859
* O Semanário Piauiense. Literário e noticioso. 1862
* O Cornimboque - Humorístico.
1858 (01-09) a 1863 (04-05)
* O Expectador. Propriedade do Partido 1862
Conservador. Oficial e noticioso. Semanário. * A Lei. Político, literário, noticioso e crítico.
Tip. própria. Impresso por Manoel Vitoriano Tip. de Manoel da Silva Leite.
Marques. Número avulso: duzentos réis. Trazia
a legenda: "Congratulamo-nos de ser 1862 (01-07)
aborrecidos pelos maus; o seu ódio nos extrema *O Piaga.
e discrimina deles". Desapareceu com o número
177, de 04-06-1863, sendo fundido com Liga e 1862 (06-10) a 1864
Progresso, para surgimento de outro.
*Liga e Progresso. Político. Semanário. Tip. 1868 (28-07) a 1873 (01-02)
d'O Conservador. Impresso por Manoel * O Amigo do Povo - Propriedade e redação de
Vitoriano Marques. Propriedade da "Sociedade Davi Moreira Caldas. Trazia logo abaixo do
Propagadora de Ideias e Conhecimentos Úteis", título: "Periódico político. Este jornal publicar-
fundada em 29-12-1857, por Deolindo Mendes se-á duas vezes por mês; distribui-se
da Silva Moura, que foi o redator principal do gratuitamente às pessoas pobres que souberem
jornal, secundado por Davi Caldas. ler e quiserem recebê-lo na tipografia onde é
impresso. Aceitam-se assinaturas, que fica ao
1863 arbítrio quanto a importância, não excedendo de
* O Povo. Redação de Lívio Lopes Castelo 2$000 (dois mil réis) por trimestre. A redação só
Branco. se responsabiliza por artigos de fundo".
Começou a ser impresso na tipografia d'A
1864 Imprensa. A partir do n° 42, de 11-09-1870,
* A Saudade. Literário. passou a ser impresso em tipografia própria de
Davi Caldas, e por ele mesmo. De 1872 em
1864 (02) diante, trazia o subtítulo: "Órgão Republicano
* Moderação. Órgão do Partido Conservador. da Província do Piauí" e publicou o Manifesto
Republicano lançado no Rio. Em fevereiro de
1865 (25-06) a 1889 1873, foi substituído pelo Oitenta e Nove.
* A Imprensa. Político. Semanário. Tip. própria.
Impressor: A. M. de Deus e Silva. Proprietário e 1868
redator-chefe: Deolindo Mendes da Silva * O Corsário.
Moura, até sua morte em 22-10-1872. Davi
Caldas era redator também. Órgão do Partido 1869
Liberal, e oficial quando este se achava no * O Liberal Piauiense - Órgão do Partido
poder. Sucederam a Deolindo: Manoel Liberal. Redação de Polidoro César
Ildefonso de Sousa Lima, Jesuíno José de Burlamaque.
Freitas e Miguel de Sousa Borges Leal Castelo
Branco. Em 1880 era redator Clodoaldo Freitas, 1870 (15-06) a 1872
e em 1889, Higino Cunha. Com a proclamação * A Pátria - Propriedade de Agesilau Pereira da
da República, em 1889, transformou-se em Silva e cap. António Gentil de Sousa Mendes.
Anualidade que, fundindo-se depois com Fiat Tipografia própria. Impressor: José Eusébio da
Lux, deram nascimento à A Democracia. Silva. Legenda: Labor omnia vincit. Como
sublegenda, de um lado do título: Pátria totus, e
1866 (07-07) do outro ut ubique.
* O Artista. Literário e recreativo. Tip.
Progressista. 1870
* Semanário Oficial - Tip. d'O Piauí.
1867 (24-05)
* O Piauí. Órgão do Partido Conservador. 1872
Fundado e redigido por António Coelho *A Voz dos Ermos . Literário. Tip. d'A Pátria.
Rodrigues e Agesilau Pereira da Silva. Trazia a
legenda: "Apreende arma et scutum et exsurge 1872
in adjutorium mihi (S-34-V.2) Depusuit (Deus) * O Piauiense - Segundo deste nome.
de sede potentes et exaltavií humilia
escurrientes implevit bonis et divites dimisit 1872
inanes". (S. Lucas C-1, vs. 52 e 53). * O Despertador - Semanário Literário. Tip. d'A
Desapareceu com o número 292, ano VIU, Pátria.
sendo substituído por Opinião Conservadora.
Reapareceu com o n° 293, de 06-03-1876, 1872 (01-11)
impresso por Honorato José de Sousa, tendo * Província do Piauí - Jornal de oposição ao
como redatores os Drs. Carlos de Sousa governo editado pelo Capitão Joaquim
Martins, Helvídio Clementino de Aguiar, Cel. Clementino de Sousa Martins, Tip. Davi Caldas.
Luís Rodrigues Eivas e o cônego Tomás de Redação do poeta Licurgo José Henrique de
Morais Rego. Desapareceu novamente, para Paiva.
reaparecer em 1890, como órgão do Partido
Federal, edição de l.000 exemplares, impresso
por Adelino José Galvão, com a legenda: "Os 1873 (01-02) a 1874 (21-12)
espinhos da liberdade são preferidos às flores da * Oitenta e Nove - Propriedade e redação de
servidão". Davi Moreira Caldas. Tip. do próprio. Trazia o
subtítulo: "Monitor Republicano do Piauí". Tipografia própria. Órgão do Partido
Edição de 350 exemplares. N° avulso: trezentos Conservador.
réis. Desapareceu com o número 31. Obs: Em
1907 a revista Kosmos, do Rio, publicou o fac 1877 (27-08)
símil da 1a página, com célebre artigo * O Ferro em Brasa. Tip. de Davi M. Caldas,
antevendo a proclamação da República em seu proprietário e redator. Impresso em papel
1889, a título de curiosidade. Também o vermelho. Teve pouca duração, pois surgiu
Correio da Manhã, do Rio, publicou trabalho unicamente para tratar do fato denunciado na
sobre o assunto, reproduzindo o fac-simile, na Câmara do Império, pelo deputado liberal
edição domingueira de 07-12-1969. Cesário Alvim, de que o Ministro da Fazenda,
Desapareceu com o número 31. Barão de Cotegipe, fazia parte da firma
comercial Gustavo Massei & Cia., reputada
1874 (01-01) a 1876 (28-09) como contrabandista.
* A Opinião Conservadora - Órgão do Partido
Conservador. Tip. Constitucional. Substituiu O 1877 (01-04)
Piauí, mas com o reaparecimento deste, deixou * O Argonauta. Literário.
de circular, com o número 124, de 28-09-1876.
Saia 3 vezes por mês e trazia a legenda: Adhoc 1877 (04)
têmpora quibus nec vitia nostra nec remédio * A Ressurreição. Literário. Propriedade de F.
pati possumus perventum est. Tito Lívio. G. Meireles Filho. Tip. d'A imprensa.
Impresso por António Ferreira Peixoto.
1878 (08-04) a 1889
1874 * A Época. Conservador. Tip. própria.
* O Papiro - Redação de Davi Caldas. Semanário. Redação de Teodoro Alves Pacheco,
Raimundo de Areia Leão e Simplício Coelho de
1874 Resende. Também colaboraram os Drs.
* O País. Francisco de Sousa Martins, António Gentil de
Sousa Mendes e Pé. Acelino Portela. Trazia a
1874 a 1876 legenda: "Jornalistas do inundo inteiro: despi-
* A Floresta - Tip. d'A Moderação. Teve depois vos dos preconceitos nacionais, denunciai todos
mais duas fases, em 1882 e 1883. os crimes e nomeai os criminosos"- Jouy. Em
1889, com a proclamação da República, foi
1874 a 1879 substituído pelo Fiat Lux.
* Revista Mensal - Direção de Miguel de Sousa
Borges Leal Castelo Branco. Publicação 1878 (01-05)
comercial. Distribuição gratuita. Tip. de * A Ordem. 2° deste nome.
António da Costa Neves.
1878
1875 * O Arbusto. Crítico, literário e noticioso.
* A Aurora. Redação de Jugurta José Couto, P. Leite e
Anísio de Abreu.
1875 (03-01) a 1885
* O Semanário - Jornal de notícias. Tipografia 1879 a 1882
de Davi M. Caldas. Impressor: Domingos da * Almanaque Piauiense. Propriedade e redação
Silva Leite. Propriedade do cônego Tomás de de Miguel de Sousa Borges Leal Castelo
Morais Rego. Redação de A. J. do Amaral Branco. Trazia dados estatísticos e notícias
Sobreira. Em 1882 passou para a direção de várias do interesse da Província. Nele, seu
António Raimundo Barbosa, com colaboração redator, com precisão e conhecimento, traçou os
de Higino Cunha. apontamentos biográficos de inúmeros
piauienses ilustres e personalidades que se
1875 (14-10) interessaram pelo Piauí. Em 1901, teve nova
* Recreio Literário. Órgão da sociedade literária fase, sob a direção de João Pinheiro.
do mesmo nome.
1880
1875 (28-05) * O Lábaro.
* A Rosa. Literário. Mensal. Tip. d'A Imprensa.
1880 (05-10)
1876 a 1878 * Jornal das Moças. Literário e noticioso.
* A Moderação. 2a fase, sendo a 1a em 1864. 1882
* A Luz.
1883 a 1885
1882 (28-03) * O Cricri. Literário, crítico e noticioso.
* A Lâmpada. Literário e noticioso. Bimensal. Redação de Jugurta Couto. Teve nova fase em
Tip. dVl Época. 18 91.

1882 1883 a 1885


* O Oriente. Orientação maçônica. 1° deste * A Mocidade Piauiense. Órgão dos alunos do
gênero. Colégio Nossa Senhora das Dores, de Miguel de
Sousa Borges Leal Castelo Branco. Tip. d'O
1882 Semanário.
* A Juventude.
1883 a 1884
1883 * O Prometeu. Literário. Tip. d’Época.
* A Dinamite. Humorístico.
1883(26-06)
1883 a 1889 * A Luta. Órgão de oposição ao governo.
* O Telefone. Propriedade de António Joaquim Direção de Joaquim Ribeiro Gonçalves.
Dinis. Em 18-11.1889, foi transformado
n’Estado do Piauí, com a legenda: "Libertas 1884 (15-06)
quae será tamen", como órgão republicano, em * O Trovão. Pequeno jornal que se dizia de
razão de seu proprietário haver sido nomeado pilhérias e distração. Tip. d'A Época.
secretário de governo. Em suas páginas foram
publicados quase todos os versos de Hermínio 1884 (07-10)
Castelo Branco, como também várias produções * Abolicionisía. Tip. d'O Telefone. Não
da delicada poetisa Luísa Amélia de Queirós. mencionava a direção nem os redatores. Foi o
Saía às quintas-feiras. único que tivemos visando exclusivamente a
combater a escravidão. Trazia a legenda:
1883 (15-01) "Libertas quae será tamen".
* O Filomela. Literário. Redação de Emílio
César Burlamaque e Raimundo Arthur de 1884 (06)
Vasconcelos. Quinzenário. Tip d'O Semanário. * O Porvir. Órgão da Sociedade Minerva
Literária. Tip. d1 A Época.
1883
* A Harpa. 1884 (19-06)
* A Ideia. Literário.
1883
* Sensitiva. Literário. Redação de Bonifácio 1884
Carvalho, Júlio Lustosae M. Cavalcante. * Sempre-viva. Literário.

1883(11) 1884
* A Floresta. 2° Fase. * O Colibri. Literário. Mensal.

1883 (01-03) 1884 (05-09) a 1902


* A Flor. Literário. Pequeno formato. Redigido * O Reatar. Órgão maçônico e anticlerical.
por jovens estudantes. Redação de Clodoaldo Freitas. Saiu o l °
número em 05-09-1884, por ocasião da chegada
1883 (24-05) a Teresina do bispo do Maranhão, D. António
* O Rouxinol. Literário e noticioso. Tip. d'O Cândido de Alvarenga, em visita pastoral.
Telefone. Somente circulava quando por Teresina aparecia
um bispo do Maranhão, em visita pastoral.
1883 Tirou 8 edições, sendo a última contra D. Xisto
* O Crepúsculo. Literário. Pequeno formato. Albano, em 1902. Além de Clodoaldo Freitas,
Redação de Leônidas Benício de Mariz e Sá. teve como redatores: Higino Cunha, Miguel
Tip. á'A Época. Rosa, Abdias Neves e Domingos Monteiro.

1883 (11-01) 1885


* O Leitãozinho. Crítico. Bi-semanal. * A Vitória.
Tipografia
d'A Época. 1885 (02-03)
* O Melro. Literário. Bimensal. Tip. d'A Época.
1885 1887 (16-11)
* O Rebate. Literário. Tip. d’ A Época. * Coelho de Resende. Edição única de
homenagem. Tip. d'A Reforma.
1885
* O Eco Juvenil. 1888 ( 28-03)
* A Luta. Ciências, letras e artes. Redigido por
1885 alunos do Colégio Nossa Senhora das Dores.
* A União. Literário. Redigido por colegiais.
Tipografia d’A Época. 1888 (02-04)
* A Tribuna. Imparcial. Redação e propriedade
1886 de Honorato José de Sousa. Tip. própria.
* O Cosmopolita. Semanário. Substituiu O Revérbero.

1886 1888 (18-01)


* O Peralta. Humorístico. * Correio do Povo. Propriedade de António
Dinis.
1886
* O Gladiador. Literário. Tip. d'O Revérbero. 1888 (19-09)
* A Borboleta. Literário e dedicado ao belo
1886 sexo. Tip. á1 A Imprensa.
* O Cravo. Imparcial. Tip. d’A Época.
1888
1886 (01-07) * O Operário. Editado por Galdino Chaves. Tip.
* O Mundo Novo. Literário e noticioso. á A Época.

1886 1888
* O Revérbero. Imparcial. Propriedade de * O Piauiense. 4° deste nome. Propriedade de
Honorato José de Sousa. Tip. própria. Roberto Almeida.

1886 1889 (21-11)


* O Fonógrafo. Literário e noticioso. * O Telefone. 2*. fase. Desapareceu com o
Redaçãode Jugurta Couto, Newton César número 7, de 11 -O l -1 890, ano I da era
Burlamaque e L. Godofredo. Tip. tf O Telefone. republicana.

1887 1889
* Boletim Oficial. * O Povo. Redação de Focion Caldas,
Benjamim de Moura Batista e João Lima.
1887 (29-08)
* O Escalpelo. Literário. Redação de António 1889
Rubim e Horácio Costa. Tip tf A Reforma. * A Vanguarda Liberai. Redação e propriedade
de José Pereira Lopes e Raimundo Borges.
1887 (24-03)
* A Reforma. Periódico político, literário e 1889 (07)
noticioso. Propriedade de Mariano Gil Castelo * A Mocidade. Literário, crítico e noticioso.
Branco. Redatores: Clodoaldo Freitas e António
Rubim. Semanário. Era abolicionista, com 1889(12-01)
tendências republicanas, cujas tendências foram * A Falange. Órgão conservador. Redator
censuradas pelo chefe do Partido Liberal, principal: Simplício Coelho de Resende. Trazia
mudando de orientação. Tip. própria. os dísticos: "Alia jacta es t" e "Perca-se tudo,
exceto a honra".
1887 (18-05)
* Revista Mensal de Literatura, Ciências e 1889
Artes. Redatores: Leônidas Benício de Mariz e * A Revolução. Literário, de tendência
Sá e Nascimento Filho. Colaboradores: Higino republicana, redigido pelos jovens Focion
Cunha e Clodoaldo Freitas. 32 páginas. Tip. â'A Caldas, Domingos Monteiro e Cesário Sousa.
Imprensa. Tip. à'A Época.

1887 1889
* O Piauiense. 3° deste nome. Tip. própria.
* Atualidade. Defendia a implantação da também sou forte;/ Picando a vagar / Não temo
República. a morte". Dizia-se órgão da conveniência bem
entendida.
1889 (13-03)
* O Latiquara. Trazia a legenda: "Leitura só 1891 (22-04) a 1896
para homens. Dedicado a registrar todas as * Gazeta do Comércio. Teve como redator
infâmias, crimes, torpezas e vilanias de Higino Cunha, travando polêmica com o cônego
Simplício Barnabé de Resende e todos os seus Saraiva, diretor de A Cruz. Saía às 4as. feiras.
arrieiros". Distribuído gratuitamente uma vez Também nele colaboraram: Manoel da Paz e
por semana. Trazia mais o dístico: "Olho por Honório Parentes.
olho, dente por dente".
1891
1889 (23-11) * Correio do Povo.
* Oitenta e Nove. 2a. fase. Redação de Focion
Caldas. 1891 (14-06)
* O Piauí. 2a. fase. Órgão oficial. Substituiu A
1889 (26-05) Democracia. Foi o jornal de maior duração
* Fiat Lux - Semanário. Com a proclamação da continuada, só desaparecendo em 1930, para dar
República foi fundido com A Legalidade, saindo lugar ao Diário Oficial. Semanário. Seu
em lugar dos dois A Democracia. primeiro diretor foi Anísio de Abreu, e, entre
outros, depois: Miguel Rosa, Gonçalo de Castro
1890 (11-06) Cavalcante e Matias Olímpio.
* O Democrata. Órgão do Partido Democrata.
Propriedade do Barão de Castelo Branco. 1891
Redação de Simplício Coelho de Resende e *O Cricri. T. fase. Tip. própria. Direção de
Clodoaldo Freitas. Jugurta José Couto que, em dezembro de 1896,
faleceu de febre palustre, no Amazonas, quando
1890 trabalhava na Comissão de Limites, chefiada
* A República. Órgão do Partido Federal. pelo então Coronel Gregório Taumaturgo de
Publicação diária, declarando-se a única folha Azevedo.
diária do Estado. Redatores: Areolino de Abreu,
Clodoaldo Freitas, Elias Martins, João Gaioso, 1891
Manoel da Paz e Manoel Lopes Correia Lima. * Ziguezague. Crítico, literário e noticioso. Saía
três vezes por mês. Tip. d'O Piauí.
1890
* A Cruz. Órgão católico. Direção do cônego 1891
Honório Saraiva. Foi o primeiro jornal católico, * A Primavera. Literário. Redigido por
do Estado. estudantes.

1890 (03-04) 1892 (14-01)


* A Democracia. Órgão situacionista. Redator: * A Legalidade. Órgão do Partido Republicano
Higino Cunha. Substitum Fiat Lux e Atualidade. Legalista. Redação de Firmino de Sousa Martins
Depois transformou-se em O Piauí. Teve José Eusébio de Carvalho, José Pereira Lopes e
também Matias Olímpio como redator. Raimundo de Areia Leão. Tiragem: 1.000
exemplares. Impressor: Pompílio Sobreira.
1890 (11-01)
* O Estado do Piauí. Surgiu como 1892 (15-01)
transformação d 'O Telefone, pois que o * O Estado. Órgão do Partido Constitucional.
proprietário deste, António Joaquim Dinis, foi
nomeado secretário do novo governo. Órgão 1892
oficial. Saía 3 vezes por semana. * O Estafeta.

1890 (01-01) 1892


* O Trabalho. Órgão do Clube Republicano dos * A Lanceia.
Artistas.
1892
1890 (04-01) * Atalaia.
* O Lacrau. Propriedade e redação do professor
de letras João Miguel Jarrinha. Trazia, a
epígrafe em versos: "Sou um bichinho/Mas 1893
* O Diário. Órgão de oposição. Redação de * República. Órgão do Partido Federal.
Clodoaldo Freitas e de Francisco de Sousa Publicação diária. Surgiu com a finalidade de
Martins. Fundado por Manoel Lopes Correia combater o governo de Raimundo Arthur de
Lima e Elias Martins. Foi o primeiro que Vasconcelos. Colaboradores: Areolino de
realmente saiu diariamente, embora por pouco Abreu, Manoel Lopes Correia Lima, Elias
tempo. Martins e Higino Cunha.

1893 (30-10) 1898 (01-01) a 1899 (09-02)


* O Popular. Pequena folha que tentou * O Estafeta. Direção de José Pereira Lopes.
publicação diária. Durou pouco. Reapareceu em Redação de Abdias Neves e Laudelino Batista.
1894. Tipografia Á" O Piauí. Semanário.

1893 (15-08) 1898 (01-05)


* União Postal. Dos empregados dos Correios. * Sabiá. Pequeno jornal de estudantes.
Dedicado aos interesses da classe. Propriedade de Lauro Pinheiro (irmão de Celso,
João e Breno Pinheiro). Colaboração de Nei da
1893 (04) Silva. Bimensal. Tipografia d' O Piauí.
* A Garça. Literário. Redigido por jovens
estudantes. 1899
* Boletim Trimestral de Estatística. Oficial.
1893 (24-06)
* A Luta. Semanário de oposição ao Governo. 1899 (03-05)
Redação de Joaquim Ribeiro Gonçalves. Tip. * O Povo. Redação de Focion Caldas, Benjamin
d'O Democrata. Batista e João Alves dos Santos Lima.

1893 1899 (01-05)


* O Incentivo. * Zéfiro. Literário, de pequeno formato.
Redatores, os jovens: Manoel Lustosa, José
1894 a 1895 ldefonso e Joaquim Gomes.
* Murmúrio.
1899 (21-01) a 1916
1894 a 1895 * A Notícia. Redação de Heitor Castelo Branco
* O Incentivo. e João Henrique Gaioso e Almendra. Foi o
primeiro jornal a utilizar serviço telegráfico.
1894 a 1895 Especificava ser impresso em máquina rotativa
* Aurora. Marinoni. Reapareceu em 1917, sob a direção
de Abdias Neves.
1894 a 1895
* Crisálida. 1899 (01-02)
* O Norte. Semanário independente.
1895 Propriedade e redação de Honorato José de
* Tribuna Operária. Redação de Jônatas Sousa. "De brilhantíssima colaboração", na
Batista. opinião de Abdias Neves. Teve como redatores:
Focion Caldas, Totó Rodrigues, Pedro Brito,
1895(03) Mário Batista e outros. Como colaboradores:
* A Ideia. Nei da Silva, Jônatas e Zito Batista, Baurélio
Mangabeira, João, Lauro e Celso Pinheiro, Joel
1895 Oliveira, Benedito Pestana, Benu da Cunha,
* Garça. Nova fase. Saraiva de Lemos, Esmaragdo Freitas e João
Ferry. Em épocas diferentes, e cada um por sua
1895 vez, foi dirigido por João da Cruz Monteiro,
* Pégaso. Humorístico. Higino Cunha, Abdias Neves, Luís Nogueira,
Pires de Castro, Miguel Rosa, Celestino Filho,
1896 (20-07) Agrícola Castelo Branco, Francisco de Morais
* Revista Piauiense. Redação de Clodoaldo Correia e Matias Olímpio.
Freitas, Higino Cunha e José Gil Castelo
Branco. Saiu apenas um número. Tip. d'O Piauí. 1899 (29-03)
* O Natalício. Edição única em homenagem ao
1896 (12-11) governador Raimundo Arthur de Vasconcelos,
no dia de seu aniversário.
1900(03-04) * O Dever. Semanário literário. Redatores.
* A Democracia. Órgão do Partido Republicano Roberto Dantas e Séneca de Sousa.
Federal. Propriedade do Barão de Uruçuí.
Redação de Teodoro Alves Pacheco. 1902 (02-04)
* Aurora. Literário, crítico e noticioso. Pequeno
1901 (24-06) a 1908 formato. Redatores: J. Rocha e P. Campos.
* A Luz. Órgão Mac.', sob os Ausp.'. da Aug:'. e
Resp.'. Loj.'. Cap.'. Caridade 2a. Inicialmente 1902 (01-05)
mas em 03-09-1902 entrou em nova fase, como * A Palavra. Literário, crítico e noticioso.
mensal, deixando Higino Cunha a redação, e Bisemanal. Redatores: Jaime Rios, Aarão
entrando Luís Nogueira 7 . ' . , Antonino Freire Parentes, Jônatas Batista, Pedro Cunha e José
7.'., João Pinheiro 6 .'., Abdias Neves 3 .'., Soraine.
Miguel Rosa 3 .'. e Chaves Júnior 3.'..
1902 (03-09)
1901 (01-09) * A Ideia. Redigida por alunos do Liceu,.entre
* A Semana. Folha literária e noticiosa. Redação os quais Celso Pinheiro e Arimatéa Tito.
de João Pinheiro, Focion Caldas e Nestor Veras.
Impresso por A. Robertson. 1902 (15-02)
* Natal. Edição única em homenagem a Miguel
1901 (27-05) Rosa.
* O Correio. Literário, de pequeno formato.
Publicava-se às quintas e domingos. Redatores: 1902 (01-11) a 1905 (01-06)
Focion Caldas e Benedito Lemos. * Pátria. Semanário independente. Propriedade
e direção de Abdias Neves. Redatores: Abdias
1901 Neves, Antonino Freire, Miguel Rosa e
* O Livro. Literário. Propriedade de António Clodoaldo Freitas. Desapareceu com o número
Lemos. Redator: Pedro Brito. Circulava aos 272. Também colaboraram no mesmo: Félix
sábados. Pacheco e Gabriel Ferreira. •.

1902 1903 (05-09)


* O Jornal de Notícias. * Esperança. Órgão do grêmio literário do
mesmo nome. Redatores: Joel Oliveira,
1902 (16-02) Arimatéa Tito e Simplício Mendes.
* O Artista. Jornal do comércio, lavoura, Colaboradores vários, entre os quais: Zito
indústria e interesses públicos. Fundador: Batista, Celso Pinheiro e Da Costa e Silva.
Manoel Borges. Gerente - Modesto Costa.
Redator - B. Lemos. Tiragem - 800 exemplares. 1903(07-09)
No número 11, de 04-05-1902, trazia este * Liberdade. Edição única tirada por alunos e
anúncio: "Precisamos de vendedores para O professores do Liceu, em comemoração à data
Artista". Foi, assim, o 1° a ter vendedores de da Independência do Brasil. Colaboração de
rua, ou jornaleiros. João Soraine, Manoel Saraiva de Lemos, Joel
Oliveira, Simplício Mendes, José Faustino,
1902 (26-06) Álvaro Freire e Adolfo Alencar.
* O Reator. 3a fase. Saiu no dia seguinte à
chegada em Teresina do bispo do Maranhão, D. 1904 (14-06)
Xisto Albano. Redatores: Abdias Neves, Higino * Andorinha. Literário, crítico e noticioso.
Cunha, Miguel Rosa e Domingos Monteiro. Pequeno formato. Bi-semanal. Órgão do grêmio
literário 12 de outubro. Redatores e
1902 (24-01) colaboradores: Pedro Cunha, Aarão Parentes,
* A Pena. Revista mensal da Oficina Literária Esmaragdo Freitas, Celso Pinheiro, Da Costa e
José Coriolano. Tip. á''O Artista. 16 páginas Silva, Benedito Pestana e Raimundo Cunha.
afora a capa. • Colaboradores: Jonas da Silva,
Raul Nei, Abdias Neves, João Pinheiro, Higino 1904 (15-10)
Cunha e B. Lemos. * Arrebol. Propagador das ideias do grêmio
literário "Romeiros do Futuro". Trimensal.
1902 (15-09) a 1903 (15-08) Redatores: Raul Nei da Silva e Jônatas Batista.
* O Estado. Político e noticioso. Redatores: Colaboradores Celso Pinheiro, Simplício
Clodoaldo Freitas e Heitor Castelo Branco. Mendes, Álvaro Freire, Antônio Chaves,
Esmaragdo Freitas e Da Costa E Silva.
1902 (08-01)
1904 (15-02) * O Operário. Semanário literário e noticioso.
* O Mensageiro. Órgão do Centro Literário "24 Redatores: Jônatas Batista, J. Saraiva de Lemos,
de Janeiro". Redatores: vários, entre os quais: Zito Batista, Celso Pinheiro e Da Costa e Silva.
Jônatas Batista, Mário Batista, Nei da Silva, Da
Costa e Silva e Celso Pinheiro. 1906 (01-06)
* O Comércio. Redação de Totó Rodrigues.
1904 (29-10) a 1907 Político, noticioso e literário. Quase nenhuma
* Borboleta. Literário. O primeiro de redação colaboração de intelectuais da terra, pois trazia
exclusivamente feminina, com Helena mais transcrições de autores maranhenses.
Burlamaque, Alaíde M. Burlamaque e Maria
Amélia Rubim. 1906 (05-07)
* O Reclamo. Editado pela Libro-Papelaria
1904 (10-12) Veras, de J. Campos Veras.
* Gazeta. Redaçãq de B. Lemos. Teve uma 2ª
fase em 1932. 1907
* Aurora. Redação de Jônatas Batista.
1904
* O Crícri. Jornal manuscritado, do grêmio 1907
literário "Jugurta Couto", redigido por Alcides * O Nordeste. Redação de Jônatas Batista.
Freitas, com a colaboração de Lucídio Freitas e
Cristino Castelo Branco, além de Oscar Couto. 1908
* O Escrínio. Redação de Jônatas Batista.
1904 (25-11)
* O Amigo do Povo. 3° deste nome. Órgão do 1908 (19-05)
grêmio literário "Davi Caldas", de estudantes do * O Apóstolo. Propriedade da Diocese de
Liceu. Teresina. Fez a campanha política da
denominada União Popular, partido apoiado
1904 (12-07) pelo clero. Redator: Elias Martins. Higino
* Lauro Sodré. Redação de Baurélio Cunha, já um tanto desvinculado do
Mangabeira e José Coriolano de Castro Lima. anticlericalismo total, colaborou no número 43
deste jornal, de 19-03-1909, com o artigo
1904 (01-04) intitulado "O Ideal Cristão". O jornal foi
* Pasquim. Era distribuído altas horas da noite, empastelado no governo Miguel Rosa.
com ataques às famílias. Ã polícia apurou ter
sido impresso na Tip. d'/A Notícia. 1909 (09)
* O Lírio. Redação de alunos do Liceu.
1905 (04-02)
* O Tempo. Redação de Bonifácio Ferreira de 1909
Carvalho, Artur Furtado e Agrícola Castelo * Ideal. Literário. Redação de Constantino
Branco. Batista.

1905 1909
* O Orvalho. Manuscritado. Feito por jovens. * O Aspirante. Jornal de estudantes. Redatores:
Polidor de Abreu e João Neves.
1905
* Revista Infantil. Manuscritada. Feita por 1909 (15-07) a 1910 (04-03)
jovens. * Alvorada. Revista de letras. Redatores:
Jônatas Batista, António Chaves, Pedro Borges,
1905 (01-11 a 1912) Celso Pinheiro e Zito Batista. Colaboradores:
* O Monitor. Anticlerical. Redação de Higino Higino Cunha, Clodoaldo Freitas, João
Cunha, Matias Olímpio e Bonifácio de Pinheiro, Arimatéa Tito, Leôncio do Rego,
Carvalho, este sob o pseudÔnimo de Lineu. Simplício Mendes, Maria Amélia Rubim, Pedro
Teve uma 2ª fase sob a direção de Abdias Campos Filho, Baurélio Mangabeira, Ressu
Neves. Em 1909 teve como redator Valdivino Leal, Eudóxio Neves, Alba Valdez, Ascendino
Tito. Trazia como legenda o lema de Teodoro Argolo, Antonieta Clotilde, Joel Oliveira e M.
Roosevelt: "Be sure you are right, and íhen go Saraiva de Lemos.
ahead ".
1909
1906 (04-03) * O Natal. Edição única tirada pelos operários
d'O Monitor, em homenagem a Abdias Neves, 1912
no dia do seu aniversário. * Via Lucis. Revista do grêmio literário
"Abdias Neves". Dirigida por Ornar Campelo e
1910 Ademar Carvalho.
* Jornal de Notícias. Direção de João de Deus
Pires Leal. 1912 a 1913
* Litericultura. Revista literária. Redação de
1910 Abdias Neves, João Pinheiro e Clodoaldo
* Primeiro de Março. Órgão de propaganda da Freitas. Colaboração de Higino Cunha, Alcides
candidatura do Marechal Hermes da Fonseca à e Lucídio Freitas, Zito Batista e outros.
presidência da República. Direção de Artur
Furtado. 1912 (16-08)
* Cidade Verde. Jornal literário de Zito Batista.
1910 Também órgão do "Grêmio Literário e
* Condor de Haia. Jornal da classe operária, de Recreativo dos Simples".
apoio à candidatura Rui Barbosa à presidência
da República. 1913
* A Notícia. Jornal independente. Direção de
1910 Cândido Gil.
* Cidade de Luz. Revista do grémio literário
"Raimundo Correia", do Liceu Piauiense. 1913
Redator: Pedro Rodrigues da Cunha. * Correio de Teresiria.
Colaboradores: Mardoqueu Marques, Cid
Campeio, Lindolfo Monteiro e Esmaragdo 1914
Ramos. * Arrebol. Nova fase.

1911 (24-02) 1914


* Diário do Piauí. Oficial. Direção de Simplício * A Ordem. Político.
Mendes. Neste jornal encontram-se
colaborações literárias de Lucídio e Alcides 1915
Freitas, Celso Pinheiro, Jônatas e Zito Batista, * O Revérbero. Nova fase.
Baurélio Mangabeira, Nogueira Tapeti, Fenelon
Castelo Branco, e Outros. 1915
* O Mensageiro. Órgão do Congresso
1911 (07) Estudantil de Letras, sob a direção de João
* Letra. Revista literária do grêmio "Euclides da Marques da Costa, Nereu Bastos e Raimundo
Cunha", de alunos do Liceu. Veloso.

1911 1916
* A Imprensa. Crítico. Direção de Abdias * O Habeas Corpus. Jornal de oposição a
Neves. Miguel Rosa e defesa da candidatura Eurípides
Aguiar a governador do Estado. Redatores:
1912 Antonino Freire e Eurípides Aguiar.
* A Notícia. Direção de Abdias Neves.
1916
1912 * Kosmos. Órgão do grêmio literário "Coelho
* Cidade deTeresina. Órgão católico, fundado Rodrigues". Redatores: Francisco Pires Gaioso,
pelo Dr. Odilo Costa e destinado a apoiar sua João Marques da Costa, José Valente Moreira e
candidatura ao governo do Estado. Contou com José Auto de Abreu.
a colaboração literária dos mesmos intelectuais
já apontados no Diário do Piauí acima. Foi 1917
empastelado no governo Miguel Rosa, em 11- * O Porvir. Órgão do Colégio Bento XV, de
02-1913. monsenhor Cícero Nunes, na rua de Santo
Antônio.
1912 a 1914
* O Lépido. Literário, redigido por estudantes 1917 (01-01)
do Liceu, entre os quais: Mardoqueu Marques, * A Notícia. 2a fase. Direção de Abdias Neves.
Damas Fernandes, Luís Oliveira e José Auto de
Abreu. 1917 (09-11) a 1919
* Jornal de Notícias. Direção de João de Deus * O Dia. Direção de Abdias Neves. Órgão
Pires Leal. Colaboração de Vaz da Costa. destinado a divulgação e orientação do
sentimento coletivo. Ressurgiu em 0l-02-1951,
1918 (07-12) sob a direção de Raimundo Leão Monteiro.
* O Denunciante. Direção de António Santana Redação de Orisvaldo Bugyja Britto. E hoje um
Castelo Branco, conhecido por Dondom: dos maiores jornais de Teresina, pertencente à
Empresa Gráfica O Dia, do Cel. Otávio
1918 Miranda. Em 1966 esteve sob a orientação de
* O Artista. Órgão do Artístico Futebol Clube, Deoclécio Dantas.
dirigido por A. Prado de Moura, Benedito
Correia, Carlindo Andrade, Firmino Leitão e 1923 a 1925
Augusto Magalhães. * O Arrebol - 2° deste nome. Colaboração de
Heitor Filho.
1918
* Revista da Academia Piauiense de Letras. 1923 (15-12)
Continua sendo editada até hoje, mas com * Reação. Órgão da Reação Republicana.
interrupções, muitas vezes, de anos. Os
primeiros números saíram com tiragem de 500 1924
exemplares. * O Lince - Literário. Principal colaborador:
Heitor Filho.
1920
* Revista do Instituto Histórico e Geográfico 1924 (06-04)
Piauiense. Órgão da sociedade do mesmo nome. * A Cidade. Independente. Bimensal. Redação
Tip. â'O Piauí. Em 1922 saiu o 2° número, de César Rego, Marcelino Freitas e Jorge
comemorativo do 1° Centenário de Neves.
Independência do Brasil. Colaboradores: Higino
Cunha, Justino Moura, João Pinheiro, Anísio 1925 (18-04) a 1930
Brito, Valdivino Tito, Francisco Parentes e * A Imprensa - 3° deste nome. Direção de
Benjamim Batista. Somente cinquenta anos Antonino Freire e Eurípides Aguiar. De
após, foi reestruturado o Instituto, saindo o 3° oposição nao governo. Tiragem: 800
número, em 1972, comemorativo do exemplares.
Sesquicentenário da Independência.
1921 1926
* Correio do Piauí. * O Popular.

1922 1926
* O Automóvel. * Gazeta.

1922 a 1924 1926 (11-04)


* A Reação. Direção de Heitor Castelo Branco, * O Lábaro - 2° deste nome. Literário. Gerente:
destinado a defender a candidatura Nilo Osires Melo. Circulava aos domingos. Tiragem:
Peçanha. 500 exemplares. Foi o l "jornal que, em seu
número 90, de 08-07-1928, saiu composto na
1922 linotipo aqui chegada, adquirida pela Gráfica
* Gente Nova. Da Academia dos Novos. Piauiense Ltda.
Bimensal. Dirigido por J. Gualberto da Silva,
João Martins de Morais, Mardoqueu Marques e 1927
J. C. Soares. * A Ideia. Órgão do grémio "Anísio de Abreu".
Redatores: Saraiva da Costa, Martins Castelo
1922 Branco, C. Brandão Cordeiro, Laurindo Raulino
* A Cidade. e H. de Castro.

1922 a 1923 1927 a 1928


* Correio do Piauí. * A Revista. Do Cenáculo Piauiense de Letras.
Redatores: António Neves, Jesus Medeiros,
1922 Torres Raposo, Júlio Vieira, Durvalino Couto,
* Jornal do Comércio. Raulino (Laurindo), Veras de Holanda e Júlia
Gomes Ferreira.
1923 (14-07)
1928 (27-10)
* O Estado do Piauí. Ainda hoje circula, sob a 1933 (25-10)
direção de Josípio Lustosa. * O Ginásio. Órgão dos alunos do Ginásio "S.
Francisco de Sales". Direção de Moacir Madeira
1928 a 1933 Campos e redação de Jonas Cavalcante.
* A Liberdade. Direção do Pé. Cirilo Chaves
Carneviva. Depois de 1930, com outra 1933
orientação, dirigido por Leão Marinho. Em * A Mocidade. Órgão dos alunos do Liceu.
1932, pelo desembargador Joaquim Vaz da
Costa. 1933
* O Piauí. Nova fase, como órgão do Partido
1928 Liberal.
* A Mocidade. Revista da Arcádia dos Novos.
Redação de Carlos de Morais Rego, Moacir A. 1933 (25-07)
Pereira e Anísio de Abreu Cavalcante. * A Garota. Revista literária. Direção de Moura
Rego e Ribamar Ramos.
1928
* O Lotus. Redação de João Emílio Costa, Rui 1933 (18-03)
Maranhão, João de Sousa Martins, Viana Filho * A Imprensa. 4° deste nome. Órgão do Partido
e Odylo Costa, filho. Republicano Piauiense. Direção de Antonino
Freire da Silva e redação de João Pinheiro.
1929
* A Voz do Norte. Direção de Firmino Paz.
Redação de Clemente Fortes e Afonso Ferreira. 1933
* O Obus. Humorístico.
1929
* Diário da Tarde. Direção de José Pires de 1934
Carvalho. * Caduceu.

1930 1934 (19-08)


* Nego. Direção de Antilhon Ribeiro Soares e * Renovação. Literário. Direção de António
redação de Válter Alencar. Lisboa Leal. Redatores: António Alcântara e
Altivo Araújo
1930
* A Crítica. Órgão dos alunos do Colégio 1934 (18-09)
Diocesano. * Alvorada. Humorístico. Dirigido por
estudantes.
1930
* Diário Oficial. Embora a Imprensa Oficial 1934 a 1935
haja sido criada pela Lei 558, de 21-06-1910, * O Meio. Arte, ciência, literatura e
sob a direção de Simplício de Sousa Mendes, mundanismo. Quinzenário. Direção de
somente em 1930 o órgão encarregado da Leopoldo Cunha.
divulgação dos atos oficiais recebeu p nome de
Diário Oficial, que mantém até hoje. 1935
* O Rumo.
1933 (14-01)
* O Tempo. Redação de.Cláudio Pacheco. 1935
Órgão do Partido Nacional Socialista. Gerente: * Anuário de Teresina. Editado por Aristeu
Fernando Lopes e Silva Sobrinho. Barros, na Gráfica Esperança.

1933 (01-05) 1936


* O Momento. Redação de Martins Napoleão. * Educação. Revista.
Colaboração de Abdias Neves. Em 1945 (17-
06), voltou a circular como órgão do Partido 1936
Social Democrático sob a direção de Pires * 4 de Outubro. Revista comemorativa do
Gaioso e colaboração de Lindolfo Monteiro e aniversário do Liceu Piauiense.
Raimundo de Brito Melo.
1938
1933 (17-10) * Jornal do JAPC.
* A Escola. Órgão das alunas do 4° ano da
Escola Normal. 1939
* Revista da Associação Piauiense de Medicina. ressurgiu. Novo desaparecimento e novo
Órgão da sociedade do mesmo nome. reaparecimento em 1972, como suplemento de
O Estado.
1943
* A Voz do Estudante. Órgão do Grêmio 1948
Literário Da Costa e Silva, do Colégio Leão * Revista das Cooperativas.
XIII.
1948
1943 * A União.
* Zodíaco. Órgão do grêmio cultural Lima
Rebelo. 1948
* Jornal do Comércio. Fundado por João
1943 Bastos.Depois continuado por Bento Clarindo
* Língua de Sogra. É justo que se faça Bastos.
referência a este originalíssimo jornal. Era feito 1948
no Rio de Janeiro, datilografado, para criticar * O Dominical. Propriedade da Diocese de
estudantes piauienses residentes no bairro do Teresina. Inicialmente sob a direção do Pe.
Catete. Inicialmente, feito por A. Tito Filho, Hermínio Davis Filho.
sozinho. Depois teve a colaboração de Petrarca
Sá e Tibério Nunes. 1949
* Revista Carnavalesca.
1945
* Geração. 1950
* Jornal de Notícias.
1945
* O Piauí. Nova fase. Propriedade do 1951
comandante Helvécio Coelho Rodrigues. Órgão * A Cidade. Dir. de João Mendes Olímpio de
da União Democrática Nacional (extinta UDN). Melo.
Orientação de Eurípides Aguiar, Esmaragdo de
Freitas, Simplício Mendes, Arimathéia Tito, 1951
Ofélio Leitão e Júlio Martins Vieira. * Jornal do Piauí. Fundado por António de
Posteriormente (1947), passou à direção de A. Almendra Freitas. Esteve sucessivamente sob a
Tito Filho. Em seguida, dirigiu-o José Severiano direção de José Gaioso de Almendra Freitas,
da Costa Andrade. Em 1946 sofreu José Camilo da Silveira Filho, Bancada de
empastelamento e foi assassinado o seu vigia, Deputados Estaduais do Partido Social
Miguel Pedro. Ressurgiu e desapareceu sob a Democrático, A. Tito Filho, e, a partir de 1957,
direção de Orlando Rollo. José Vieira Chaves. Nele colaboraram A. Tito
Filho, Macário Oliveira, Deoclécio Dantas e
1946 outros. É o mais antigo jornal do Piauí, com
* Libertação. Órgão fundado por Luís Costa, circulação ininterrupta.
Virmar Soares, Vinícius Soares, Tibério Nunes
e A. Tito Filho. Redigido e impresso no Rio de 1952
Janeiro, onde os fundadores eram estudantes. O * A Luta. Direção de A. Tito Filho. Redatores:
jornal era transportado em avião para Teresina. Fabrício de Areia Leão, Cunha e Silva,
Circularam três números. Político. Valdemar Sandes. Saíram 12 números.

1947 1952
* Cidade Nova. * Crítica - Pequeno formato. Direção de A. Tito
Filho. Colaboração de Raimundo Rodrigues dos
1948 Santos e Lino Correia Lima.
* Resistência. Órgão político, dirigido por
Francisco Luís Almeida, destinado a combater o 1952
Governo do Dr. Rocha Furtado, eleito pela * O Pavilhão. Direcão de Raimundo Martins.
UDN. Redação de Aurino Nunes e Francisco Portela.

1948 1952
* O Pirralho. Humorístico e crítico. Direção de * Folha Estudantil. Direção de A. Costa
B. Lemos. Ressurgiu em nova fase, em 1952, de Ribeiro. Redatores: Solfiere Araripe e Fenelon
propriedade e direção de Alberôni Lemos, com Silva.
a colaboração de A. Tito Filho. Desapareceu e 1952
* O Repórter. Direção de António Prado de * O Amigo. Órgão dos alunos da 1a à 5a série
Moura. Redação de Orisvaldo Bugyja Britto. do primário, do Colégio Arquidiocesano São
Francisco de Sales.
1953
* Panóplia. Órgão da Associação Profissional 1961
dos Jornalistas do Piauí. Direção de A. Tito * A Flama.
Filho. Circularam cinco números.
1962
1953 * Folha do Nordeste. Diário criado e dirigido
* A Opinião. por João Clímaco d'Almeida em 16-01-1962.
Redator principal, A. Tito Filho. Gerência de
1955 Vieira Chaves. Colaboração de Eulino Martins.
* Tribuna do Povo.
1957 a 1959
* Económica Piauiense. Revista trimestral 1962
dirigida pelo professor Raimundo Nonato * O Cooperativista.
Monteiro de Santana. .-
1962 (07-06)
1958 * Mensagem Umbandisía. Órgão da União
* Folha da Manhã. Fundado por Marcos Espírita da Umbanda do Piauí. 1° jornal
Parente, que exercia o mandato de deputado umbandista do Estado. Redatores: João Dias
federal pelo Piauí, falecido em trágico desastre Carneiro e Panfílio Abreu, da tenda Bom Jesus
de automóvel (4-9-1958). O jornal foi dirigido do Bonfim, e José Amorim Ferreira, da tenda
por Araújo Mesquita e teve como principais "Chave da Harmonia".
redatores Álvaro Ferreira e A. Tito Filho.
1964
1958 * Voz do Piauí. Fundado por Raimundo Leão
* Tribuna do Povo. Fundado e dirigido por Monteiro, que o dirigiu inicialmente. Redação
Matias Melo Filho. Redatores principais: de Deoclécio Dantas. Ao depois, passou à
Rodrigues dos Santos e Raimundo Barbosa de direção de Maranhão Silva, com Iracema Santos
Miranda Neto. Rocha da Silva e A. Tito Filho como redatores.
Numa terceira e última fase foi dirigido por
1958 Turene Ribeiro. Desapareceu em 1965.
* Decisão.
1966 (02-02)
1958 * Jornal de Bolso. Pequeno formato. Semanário
* Carnaúba. independente, crítico e noticioso. Direção, de
Volmar Miranda. Colaboradores: A. Tito Filho,
1959 Valdemar Sandes, Carlos Said e Wagner
* Cidade de Teresina. Propriedade e direção de Lemos.
Raimundo Ramos. Ressurgiu em 1962, sob a
direção de Raimundo Ramos e contando com a 1968
colaboração de Petrarca Sá, Deoclécio Dantas, * O Liberal. Direção e redação de Maria Edite
A. Tito Filho e Eulino Martins. da Anunciação Carvalho.

1958 a 1964 1969


* O Compasso. Periódico noticioso, doutrinário * O Estado. Fundado em março de 1969, por
e crítico. Propriedade de Benedito António de Venelouis Xavier Pereira e atualmente dirigido
Almeida. Redação de Lino Correia Lima. por Helder Feitosa.

1959 1970 (04)


* Revista Piauiense dos Municípios. * O Reservista. Órgão informativo da 26a CSM.
O 1° número trazia a Ordem do Dia do Ministro
1960 do Exército, relativa à Revolução de
* Folha da Manhã. Nesta nova fase pertenceu a 31.12.1964, trecho do discurso do Presidente da
José Paulino de Miranda Filho. Orientação de República, e informações várias sob o título:
Hélio Passos. "Você sabia?".

1961 1970
* Opinião. Propriedade e redação do prof. José * Parnaibano. Noticioso. Tamanho 22 x 42.
Camilo da Silveira Filho. Colaboração de Cunha Tip. de B. C. Fernandes.
e Silva.
1888
1970 * O Comercial. Direção de Jonas de Morais
* Mafrense. Revista de interesse geral. Correia.
Divulgação de assuntos de interesse do Estado e
dos municípios. Direção do escritor J. Miguel de 1892 a 1893
Matos. * O Legalista. Direção de Raimundo José de
Moura, José Análio de Miranda, Raimundo de
1971 Carvalho Palhano e Tomás Alves de Sousa.
* Detalhes. Revista de sociedade, reportagens e
mundanismo. Fundada e dirigida pelo casal 1893 (05-06) a 1894 (02-01)
Ronaib Oliveira-Elvira Raulino Oliveira. * O Lidador. Propriedade de Raimundo José de
1971 Moura. A 2 de janeiro de 1894 foi empastelado,
* Leia. Revista política e noticiosa fundada e tendo seu proprietário responsabilizado o
dirigida por João Carlos Dias. Capitão do porto, 1° Tenente da Armada,
Gervásio Pires de Sampaio, como mandante do
1971 empastela-mento realizado altas horas da noite,
* A Hora. Circulou a primeira vez em 16-08- sendo executores soldados do 35° Batalhão de
1971. Diário. Diretor-Presidente Luís Nódgi Caçadores. A suspeita não foi comprovada
Nogueira. Vice, Geraldo Castelo Branco. judicialmente.
Diretores: Paulo Henrique de Araújo Lima e
Homero Castelo Branco. Editor-chefe, Wilson 1896 (15-03) a 1904
Fernando do Rego. Redator-chefe, Carlos * Jornal do Piauí. Redação de Olinto Amorim.
Augusto.
1898(03)
1972 * O Rouxinol: .Órgão da classe estudantil.
* O Tempo. Órgão oficial do Centro de Cultura
Amoipirá, da paróquia do bairro Cristo Rei. 1898 a 1899
Diretores: Manoel de Monte e Ildefonso Vieira. * O Parnaíba. Redação de José Serra de
Miranda.
1972
* A Imprensa. 4° deste nome. Órgão do 1899
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Piauí. * O Comercial.
Direção e redação de Pompílio Santos e
Macário Oliveira. 1899 (12-11)
* Poliantéia. Edição única de homenagem da
PARNAIBA imprensa e povo da Pamaíba à memória da
poetisa Luísa Amélia de Queirós Madeira, no 1°
1863 (25-02) a 1864 aniversário de sua morte.
* O Eco da Parnaíba. Mercantil e noticioso.
Tip. Imperial de José da Silva Leite. Foi o 1º 1900 a 1901
jornal da cidade. * O Piauiense. Independente.

1863 (16-07) a 1863 (19-10) 1901 (01-01) a 1912 (30-12)


* Liga e Progresso. Órgão do Partido Liberal. * O Nortista. Direção de Francisco de Morais
Correia. Gerência de Francisco Basto. Moveu
1864 formidável campanha defendendo a posse do
* A Violeta. Leitura para senhoras, sendo o delta do Parnaíba para o Piauí, assim como
primeiro no gênero, na Província. pedindo a construção do porto de Amarração
(hoje Luís Correia). Colaboraram: Lima Rebelo
1864 (07-09) e Armando Madeira. Também, em determinada
* O Comercial de Parnaíba. Comercial e fase, Antonino Freire e Lucídio Freitas.
noticioso. Tip. de José da Silva Leite.
1902 (01-08)
1865 * O Libertador. Propriedade de Manoel Felipe
* O Liberal. Órgão do Partido Liberal. Borges. Órgão independente.

1880 (08) 1902 (06-06)


* A Juventude. Literário e noticioso. Direção de 1923 (02-08)
L. Dourado. * Almanaque da Parnaíba. Propriedade de
Benedito dos Santos Lima (Bembém).
1903 a 1904 Colaborou como desenhista J. Adonias
* O Popular. Bimensal. Direção de Júlio Rosa. Monteiro. Atualmente é o mais velho órgão, em
Reapareceu em 1915, sob a direção de Américo duração ininterrupta. Em suas páginas
Ribeiro. colaboraram todos os grandes nomes de nossas
letras. Depois de Bembém, passou à direção de
1905 Ranulfo Torres Raposo.
* A Tribuna.,
1928 a 1937
1907(03) * O Popular. 2° deste nome. Redação de
* O Norte do Piauí. Redação de Artur Douville Américo Ribeiro e colaboração de R. Petit, sob
e Luís Correia. o pseudônimo de Zé Paíba.

1908 (11-03) 1923 a 1934


* 11 de Junho. Órgão destinado a defender os * O Sino. Órgão da Paróquia, dirigido pelo Pe.
interesses e estimular a cultura dos alunos da Roberto Lopes.
Escola de Aprendizes Marinheiros.
1930
1911 a 1912 * A Propaganda.
* A Semana.
1933 a 1950
1911 a 1915 * O Norte. Ressurgiu em 1952 sob a direção de
* Auras do Norte. Direção de Rogaciano Brito. Matias Olímpio. Gerente: Cláudio José F. do
Espírito Santo.
1912
* O Rebate. 1934
* O Ateneu. Órgão dos alunos do Ginásio
1912 Parnaibano. Colaboradores: Renato Castelo
* Cidade da Parnaíba. Branco, Vicente Araújo, Darcy Araújo,
Maurício Castelo Branco, Arnaldo Brandão,
1913 (01-01) José Basto Marques, Davi Mentor Couto de
* Ano Bom. Circulava apenas no dia do Ano Melo e outros.
Novo.
1935
1915 * Anuário do Piauí. Gráfica Esperança. Editor:
* O Município. José Gomes de Araújo. Redator: Aristeu Barros.

1915 (04) 1935


* A Cruz. Órgão da Ação Social Católica. * Parnaíba.

1918 1935
* O Consolador. Publicação mensal do Centro * Gleba.
Espírita "Perseverança dó Bem". Direção de
Alarico da Cunha e redação de R. Petit. 1936
* Harpa.
1920
* O Imparcial. 1937
* O Cérebro.
1920
* A Propaganda. 1939
* Panorama Estudantil.
1920
* O Trabalho. . 1940
* Raios de Luz. Órgão dos alunos do Colégio de
1922 (01-01) Nossa Senhora das Graças.
* Jornal do Comércio. Órgão da Associação
Comercial de Parnaíba. 1949
* Cultura. Revista da Sociedade Parnaibana de 1925 (12-10) a 1935
Expansão Cultural. Redação: Cândido de * Floriano. Direção de Francisco Osterne
Almeida Ataíde, Pe. António Monteiro Brandão. Em 1926 (10-04), Amâncio Calland
Sampaio, Moacir Rodrigues da Cunha. Cola- assumiu a gerência. Em 1927 (10-02), o Dr.
boração de: Edison Cunha, João Silva Filho, Pedro Borges da Silva assumiu a direção, sendo
Carlos de Oliveira Neto, Heitor de Sousa e redatores: António Ruiz de Areia Leão, Osvaldo
Valterdes Sampaio. da Costa e Silva e Francisco Osterne. Em 1930
passou a ser dirigido por Osvaldo da Costa e
1949 Silva. Em 1932, eram redatores: Francisco
* O Arauto. Osterne Brandão e Alceu Brandão. Em 1933,
voltou à direção de Osvaldo da Costa e Silva.
1950 Teve como colaboradores em fases diversas:
* Folha do Litoral. Fundado por J. Batista da Veras de Holanda, Dr, Messias Cavalcante, João
Silva. Borges Pacheco, Da Costa Andrade e outros.

1950 1925 (12)


* A Tribuna. Direção de Epaminondas Castelo * O Libertador. Jornal revolucionário redigido
Branco. por oficiais da Coluna Prestes. Tirou uma única
edição, durante os dias de ocupação da cidade
FLORIANO pela Coluna.

1902 1934
* Vida Comercial. * A Liga. Órgão da Liga Eleitoral Católica, sob
a direção de Acrísio Lopes.
1912 (10)
* Serip. Propriedade de João Pires Ferreira. 1936 a 1937
Órgão de propaganda da firma Neto, Pires & * Correio do Sul. Direção de Eugenilino Boson.
Cia. Sucessores. O título do jornal era o do Colaboradores: José Vasconcelos, João Luís da
endereço comercial da firma que, por sua vez, Silva, Tirso Ribeiro Gonçalves. Era de oposição
representava inversão da palavra Pires. Teve ao governo. Fechou com o advento do Estado
pouca duração, sendo substituído pelo O Novo.
Popular.
1936 (05-07) a 1938
1914 (27-11) a 1933 * A Luta. Fundado por Osvaldo da Costa e
* O Popular. Direção de João Pires Ferreira Silva, que também era redator, juntamente com
que, adquirindo uma tipografia, começou a Gonçalo Castro. No mesmo colaboraram Veras
editá-lo. Circulava aos domingos, com l.200 de Holanda, Raimundo Antunes Ribeiro, Cunha
exemplares, sendo, ao tempo, o de maior e Silva e outros.
tiragem no Estado. João Pires foi substituído,
mais tarde, por seu filho José Pires Ferreira. 1959 (Í5-12)
* O Tempo. Órgão do Centro Estudantal
1918 (24-04) a 1924 Florianense. Crífico e noticioso. Fundador:
* O Livro. Mensário do Colégio 24 de Raimundo Bezerra Campos. Direção de Carlos
Fevereiro. Trazia como dístico a frase de Raul Augusto Bucar de Arruda.
Pompéia: "Vais encontrar o mundo, disse meu
pai à porta do Ateneu. Coragem para a luta". 1969
Até o 14° número saiu em pequeno formato, * O Minuano. Circulou pela primeira vez no dia
sendo então aumentado. Dirigia o Colégio o 7-12-1969. Direção de Sidney Soares. A matéria
Rev. Pe Lindolfo Uchôa. Entre os colaboradores informativa e comentada de Teresina era
do jornal, estão: João Leão Padilha e Lourival redigida por Deoclécio Dantas. Circulou até
Evelin Vieira. março de 1970.

1920 (08) a 1921 (01) AMARANTE


* Cidade de Floriano. Fundado por António
Lemos. Colaboradores: João Ferry, Heráclito * Àmarante. Hebdomadário imparcial. Editado
Sousa e Nelson Cruz. Desapareceu com o por Bento Justino de Meneses.
número 71, de 04-01-1921, porque seu
proprietário teve de fugir para Teresina, em face 1884 (11)
de um artigo publicado contra o grupo do Cel. * Amarantino. Destinado à defesa dos interesses
Doca Borges. Circulava aos sábados. da lavoura. Tip. própria. Propriedade de H. G.
Sousa. 1883
* O Campomaiorense. Imparcial. Proprietário e
1885 (03-01) editor: Francisco Figueiredo da Silva Duarte.
* O Eco Juvenil. Crítico e noticioso. Tipografia Impressor: Azarias José de Sousa. Trimestral.
d'O Amarantino. Foi o 1° impresso na cidade. A Tipografia foi
adquirida em Caxias (Maranhão) pela firma F.
1899 a 1901 Bastos & Irmãos.
* O Progresso. Redação de Eduardo Ferreira e
Luís Ribeiro. 1916
* O Raio. Literário, crítico e noticioso.
1902 Redatores: Maria Araújo, João Bona, Francisco
* A Cruz. Órgão do Clube Espírita "Fé, Carvalho e Leopoldo Pacheco. Saía 2 vezes por
Esperança e Caridade". Redação do Major mês, em dias indeterminados.
Sátiro de Castro Moreira. Foi o primeiro jornal
espírita a circular no Estado. 1921
* Cruzada. Literatura, Arte, Religião e Ciência.
1902 (20-07) a 1903 Órgão do Ateneu Santo António.
* O Operário. Redação de Orlando Barbosa de
Carvalho, António Sobral Neto e Cromwell 1948
Barbosa de Carvalho. * Atalaia Campomaiorense. De interesse geral.
Fundado por Francisco Berto Ribeiro, Luciano
1902 a 1903 Lima e Moreira Bonfim.
* O Ideal. Quinzenário literário e noticioso.
Redação de Da Costa e Silva, Cesário Nunes e 1967
Luís Oliveira. * A Luta. Semanário independente, crítico e
noticioso. Propriedade e redação de Raimundo
1904 a 1905 Antunes Ribeiro, conhecido por Totó, e sua
* O Canivete. Humorístico, com caricaturas. esposa D. Aldenora Carvalho. Destacaram-se
como seus colaboradores: António Andrade
1905 (03) Filho (Sr. Turuka), Alberôni Lemos Filho,
* Amarante. 2° deste nome. Do "Grêmio Anchieta Mendes, Marion Saraiva, Osvaldo
Literário Amarantino". Redação de Da Costa e Lobão Filho, José Francisco Bona e Otacílio
Silva, Vítor Martins e Mário Felício. Eulálio.

1912 (?).
* O Globo. * A Diretriz. Sem precisão de data do
aparecimento.
1914
* O Lidador. PICOS

1917 1910 (15-11)


* A Pátria. Literário. Pequeno formato. Redação * Aviso. Propriedade e redação de Joaquim das
de Paulo Guimarães e Erasmo Castro. Chagas Leitão. Publicação quinzenal.

OUTRAS CIDADES 1913


* Correio de Picos.
CAMPO MAIOR
1950
1856 (29-09) * A Ordem. Direção de Adalberto Santos.
* Patuléia. Impresso em Teresina, na Tip. Gerente: Absalon Nunes.
Independente. Redação de Lívio Lopes Castelo
Branco. Distribuição gratuita. Saíram 9 1952
números, sendo o último em 27.11.1856. * Flâmula. Diretor: Alfredo Leopoldo Albano.
Redatores: José Rafael Filho, Mário Matreiros,
1863 Odonel Castro Gonçalves e Marlene Eulálio.
* O Povo. Impresso em Teresina, na Tipografia
Constitucional. Defendia o Partido UNIÃO
Conservador. Distribuição gratuita. Redação de 1899
Lívio Lopes Castelo Branco. * O Grito. Redação de Baurélio Mangabeira.
1905 * O Riso das Crianças. Jornalzinho manuscrito,
* O Uniense. Pequeno formato. Propriedade de redigido pelos alunos do professor Marques,
Job da Silva Coutinho. Redação de Benedito do entre os quais: Mardoqueu Marques, Manoel
Rego Filho e Genésio Fortes. Jacó Gaioso e Almendra, Francisco Pires de
Castro, António e José de Almendra Freitas.
1915 Saíram 30 números. Baurélio Mangabeira
* O Vinvim. Pequeno formato. ajudou, fazendo ilustrações.

1916 PIRIPIRI
* O Estanhado. Órgão de interesses locais.
Propriedade de Agnelo Sampaio. Redação de 1909 (08)
Segismundo Alencar e Artur Sóter. *,Piripiri. Literário e noticioso. Redigido por
alunos do Instituto Arcoverde, sob a direção do
PIRACURUCA Pé. António Bezerra de Menezes. A revista
Alvorada, de Teresina, de 1909, anunciando lhe
1915 o aparecimento, dizia: "O novo colega é
* Cidade de Piracuruca. Independente e redigido corretamente e oferece leitura bastante
noticioso. Redatores: Wilson Carvalho e variada".
Deoclécio Brito.
PEDRO II
1915
* Dois de Fevereiro. Edição única. 1909 (11) * O Condor. Redator-chefe: Pedro
Gomes Bittencourt. Secretário: Benício Orsano.
1915
* O Afobado. Humorístico, de pequeno formato. LUÍS CORREIA

ALTOS 1915 (12)


* Correio de Amarração. Pequeno formato. De
1902 (22-04) interesses locais.
* A Tesoura. Jornalzinho manuscritado.
Literário, crítico e noticioso. Redator-chefe: JERUMENHA
Benedito Pestana. Em seu 1° número anunciava
a criação de um grupo teatral, no então 1920(15-01)
povoado, e rejubilava-se pela nomeação de * O Município. Bi-semanário. Noticioso e
Joaquim Pessoa, como zelador do poço público. independente. Redatores: Artur Passos e
Frutuoso Silva.
1967 (27-08)
* Jornal de Altos. Mensário. Informativo e MIGUEL ALVES
cultural. Direção: Cleonice Sousa. Redator-
chefe: Barbosa Júnior. Colaboradores: António 1915 (01-01)
Ferreira de Sousa, Maria das Graças Sousa, * Nova Aurora. Redator: Mário Goulart.
Honório Saraiva Barbosa, Luís Ferreira Lima, Colaborador: Rodolfo Ribeiro.
Gilson Barbosa e Carlos Said. Impresso em
Teresina. CASTELO

ALTO LONGA 1922


* O Raio. Crítico e noticioso. Prop. de Siné
1902 Lima.
* Alto Longa. Jornal manuscrito, redigido pelo
professor de letras, de Teresina, José Isidoro: BENEDITINOS

1927 (25-09) 1927 (01-01)


* A Jornada. Monitor ambulante, literário e * A Jornada. Monitor ambulante, literário e
artístico. Direção e redação de Baurélio artístico. Redator:: Baurélio Mangabeira.
Mangabeira.
SÃO RAIMUNDO NONATO

JOSÉ DE FREITAS 1924 (07)


* O Progresso. Órgão do Patronato Agrícola.
1910 Redatores: Joaquim Vaz da Costa, J. Deusdará e
D. Barroso. Direção de João Meneses.

SÃO JOÃO DO PIAUÍ

1912 (03-05)
* A Voz do Sertão. Órgão do P. Republicano
Redator: Joaquim Vaz da Costa. Secretário:
Adolfo M. Silva.
ÍNDICE ONOMÁSTICO
Aarão Parentes - 229 A. J. do Amaral Sobreira - 223
A. Tito Filho - 165, 168, 169, 201, 234, 235, 236 António Joaquim Dinis - 89, 224, 226, 227
Absalon Nunes - 241 António Lemos -125, 134, 164, 239
Acelino Portela (Padre) - 224 António Lisboa Leal - 234
Abdias da Costa Neves - 23, 42, 46, 73, 83, 92, 123, António Monteiro (Cadete-inferior) - 223
124, 128, 129, 141, 152, 169, 170, 199, 210, 225, António Monteiro Sampaio (Padre) - 110, 238
228, 229, 230, 231, 232, 233 António Neves - 154, 164, 233
A. Costa Ribeiro - 235 António Pereira Pinto do Lago (Padre) - 25, 26, 27
Acrísio Lopes - 239 António Prado de Moura - 232, 235
Adão (Biblia) - 157 António Raimundo Barbosa - 223
Adalberto Santos - 241 António Rubim - 89, 225, 226
Adelino José Galvão - 222 António Ruiz de Areia Leão - 239
Ademar Carvalho - 231 António Santana Castelo Branco (Dondom) - 175,
Adolfo Alencar - 124, 229 176, 177, 232
Adolfo M. Silva - 242 António Sobral Neto - 132, 240
Afonso Ferreira - 233 Antonieta Clotilde - 231
Afonso Mafrense - 11 Areolino de Abreu - 97, 228
Agesilau Pereira da Silva - 222, 223 Aristeu Barros - 234, 238
Agnelo Sampaio - 241 Arimatea Tito -121, 171, 229, 230
Agrícola Castelo Branco - 128, 228, 230 Arkwright - 78
Alba Valder - 231 Armando Madeira - 106, 107, 237
Alaíde Burlamaque - 160, 230 Armando Madeira Basto - 211, 212
Alano Beleza (Coronel) - 220 Arnaldo Brandão - 238
Alarico da Cunha - 110, 111, 238 Artur de Araújo Passos - 154, 199, 242
Alberoni Lemos - 125, 200, 201, 234, 240 Artur Douville - 237
Alberto Tavares Silva - 184, 211, 212, 216, 217 Artur Furtado - 230, 231
Alceu Brandão - l 35, 239 Artur Sóter - 241
Alcides Freitas - 53, 121, 122, 123, 124, 140, 230, A. Robertson - 229
231 Ascendino Argolo - 231
Aleijadinho - 70 Assis Chateaubriand - 167, 168
Alencar - 191 Astolfo Serra - (Padre) - 153
Alfredo Leopoldo Albano - 241 Ateneu Santo António - 240
Aloy Senefelder - 118 Átila - 206
Altivo Araújo - 234 Augusto Magalhães - 232
Álvaro Alves Ferreira - 164, 168, 235 Aurino Nunes - 235
Álvaro Freire - 124, 159, 229, 230 Avelar Brandão Vilela - (Dom) -148, 182, 183
Álvaro Lebre (Al Lebre) - 85 Azarias José de Sousa (Cadete- inferior) - 102, 240
Amâncio Calland - 136, 137, 239 B. C. Fernandes- l16, 237
A. M. De Deus e Silva - 222 Baltazar de Sousa B. de Vasconcelos (Coronel) - 14
Amaro Gomes dos Santos - 25, 216, 217 B. Lemos - 125, 126, 127, 164, 168, 229, 230, 234
Américo Ribeiro - 237, 238 Baraúna - (Frei) - l 54
Anchieta Mendes - 240 Barbosa Júnior - 241
Andréia - l 69 Bartolomeu de Gusmão - 78
Anfrísio José Avelino - 62 Barroso (Dom) - 242
Anísio Brito - 24, 29, 42, 163, 164, 205, 210, 232 Baurélio Mangabeira -121, 125, 126, 128, 140, 164,
Anísio de Abreu Cavalcante - 154, 205, 224, 227, 233 174, 175, 228, 230, 231, 241, 242
Anselmo Francisco Perretti - 63 Belarmino de Matos - 159
Antilhon Ribeiro Soares - 233 Benedito António de Almeida - 235
Antonino Freire – 107, 123, 129, 141, 142, 165, 229, Benedito Aurélio de Freitas (Baurélio Mangabeira) -
232, 234, 237 174
António Alcântara - 234 Benedito Correia - 232
António Andrade Filho (sr. Turuka) - 240 Benedito do Rego Filho - 241
António Anísio de Andrade Guimarães (alferes) - 102 Benedito dos Santos Lima (Bembém) - 108, 110, 238
António Bezerra Meneses (Padre) - 241 Benedito Martins Napoleão Rego - 154, 164, 199,
António Borges Leal Castelo Branco - 221 233
António Bugyja Britto - 164 Benedito Pestana - 128, 228, 229, 240
António Cândido de Alvarenga (Dom) - 91, 225 Benedito Orsano - 242
António Chaves - 230, 231 Benedito Saraiva da Cunha - 126
António Coelho Rodrigues - 222 Benjamim Franklin - 78, 79
António da Costa Neves - 46, 221, 223 Benjamin de Moura Batista - 226, 228, 232
António de Almendra Freitas - 235, 241 Bento Clarindo Bastos - 200, 235
Antônio Ferreira Peixoto – 223 Bento Justino de Meneses - 116, 131, 239
António Ferreira de Sousa - 241 Benuda Cunha - 128, 228
António Fernandes da Silveira (Padre) - 26, 27, 115 Benvinda de Queirós Caldas - 71
António Gentil de Sousa Mendes - 223, 224 Bonifácio Ferreira de Carvalho - 224, 230
António Gonçalves Dias (Cadete-inferior) - 102 C. Brandão Cordeiro - 233
António João Batista Ferreira - 63 Cabral (Pedro Álvares) - 76
Câmara (general) - 56 Deoclécio Dantas Ferreira – 165,166, 168, 232, 235,
Cândido de Almeida Ataide -110, 238 236, 239
Cândido Gaxa Peçanha Jr - 221 Deoclécio Brito - 241
Cândido Gil Castelo Branco - 63, 221, 231 Deolindo Couto – 52, 53
Cândido José Casado Lima - 63 Deolindo Mendes da Silva Moura – 37, 41, 49, 51,
Carlindo Andrade - 232 52, 53, 54, 60, 62, 63, 66, 67, 69, 71, 92, 164, 221,
Carlos Augusto de Araújo Lima - 168, 236 222
Carlos Augusto Bucar de Arruda - 239 Deus – 63, 76
Carlos Barromeu (João Sousa) - 126, 133 Dickens – 191
Carlos Castello Branco - 53, 176, 177, 199 Didot – 113
Carlos César Burlamaque (Coronel) - 41 Dídimo de Castro – 167
Carlos de Sousa Martins - 222 Doca Borges – 239
Carlos de Morais Rego - 233 Domingos da Silva Leite - 223
Carlos de Oliveira Neto - 238 Domingos de Freitas (Padre) – 17
Carlos Lacerda - 200 Domingos Jorge Velho – 11
Carlos Luis da Silva Moura - 63 Domingos Monteiro – 92, 225, 226, 229
Carlos Pereyra - 13 Dostoievski – 191
Carlos Prestes - 136 Durvalino Couto – 233
Carlos Said - 167, 169, 194, 195, 236, 241 Eudóxio Neves – 231
Casimiro José de Morais Sarmento - 16, 42, 43, 220 Eduardo Ferreira – 240
Castelar - 186 Edson Cunha – 110, 111, 141, 238
Castelo Branco (Barão de) - 89, 97, 100, 114, 159 Edmundo Jenuino – 137
Cazuza Avelino - 127 Elesbão Alves Moreira (Cadete-inferior) – 102
Celestino Filho - 128, 228 Elias Martins – 97, 103, 123, 140, 226, 227, 228, 230
Celso Pinheiro - 121, 124, 128, 140, 228, 229, 230, Elvira Raulino – 169, 191, 194, 236
231 Emílio César Burlamaque – 224
César Marques – 204, 205 Ênio – 206
César Rego – 232 Erasmo Castro – 133, 240
Cesário Alvim (Deputado) – 83, 148, 224 Erasmo de Roterdam – 41
Cesário Nunes - 240 Esmaragdo de Freitas – 128, 228, 230, 234
Cesário Sousa – 226 Esmaragdo Ramos – 231
Chaves Júnior – 123, 229 Euclídes da Cunha – 231
Chopin (Fredéric – Compositor) – 176 Eugenilino Boson – 239
Cícero (Padre) – 140 Eulino Martins – 235, 236
Cicério Nunes (Monsenhor) -232 Epaminondas Castelo Branco - 238
Cid Campelo 231 Eurípedes de Aguiar – 141, 168, 232, 233, 234
Cirilo Chaves Carneviva (Padre) – 123, 153, 154, 233 Evaristo da Veiga – 23
Cláudio José F. do Espírito Santo – 238 Evaristo Pereira da Silva (Lili) – 09
Cláudio Pacheco Brasil – 154, 164, 165, 198, 233 Fabrício de Arêia Leão – 168, 235
Clemente Fortes – 233 Farias Brito - 125
Cleonice Sousa - 241 Félix Pacheco - 129, 141, 142, 152, 177, 229
Clodoaldo Freitas – 53, 88, 89, 90, 91, 97, 99,122, Fenelon Silva - 235
129, 141, 154, 191, 222, 225, 226, 227, 228, 229, 231 Fenelon Castelo Branco - 231
Coelho Neto – 191 Fernando António de Aguiar Almendra (Ten-Cel.) -
Coelho Rodrigues – 200, 232 62
Colombo (Cristovão – descobridor da América) – 76, Fernando António de Noronha (Dom) - 12
77 Fernando Lopes e Silva Sobrinho - 233
Constantino Batista – 230 Firmino Antunes Brasil Correia - (Ten.) - 102
Copérnico – 77 Firmino Leitão - 232
Coriolano de Carvalho e Silva – 103 Firmino de Sousa Martins - 227
Cotegipe (Barão de) – 83, 224 Firmino Paz - 233
Cristino Castello Branco – 53, 121, 141, 230 F. E. de B. Tataíra - 220
Cromwell Barbosa de Carvalho – 132, 240 F. G. Meireles Filho - 224
Cugnot – 78 Floriano Feitore (Marechal) - 97
Cunha Matos (Coronel) – 79, 99 Focion Caldas - 70, 97, 127, 226, 228, 229
Da Costa Andrade – 135, 239 Francisco Bastos - 106, 107, 237
Da Costa e Silva – 121, 132, 133, 230, 234, 240 Francisco Berto Ribeiro - 240
Daguerre – 78 Francisco Cunha e Silva - 147, 168, 235, 236, 239
Damas Fernandes – 231 Francisco de Carvalho - 240
Daniel Paz – 128 Francisco Figueiredo da Silva Duarte - 240
Darci Araújo – 238 Francisco de Miranda Osório (Tenente-Coronel) - 18
Davi Mentor Couto de Melo – 238 Francisco de Morais Correia - 106, 107, 128, 228,
Davi Moreira Caldas – 49, 53, 54, 69,70,71,72, 73, 237
74, 81, 82, 84, 85, 87, 88, 92, 95, 97, 115, 146, 159, Francisco G. Meireles Filho - 223
164, 221, 222, 223, 230 Francisco Parentes (Agrônomo) - 107, 133, 232
Delacroix – 66 Francisco Pires Gaioso - 232
Francisco Pires de Castro - 241
Francisco Portela - 235 J. Adonias Monteiro - 108, 238
Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto - 61 J. Batista da Silva - 169, 238
Francisco de Sousa Martins - 16, 22, 30, 224, 227 J. Campos Veras - 230
Francisco Dias Guimarães (Cadete-inferior) - 102 J. C. Soares - 232
Francisco José Fialho - 30 J. Deusdará - 242
Francisco Luís de Almeida - 200, 234 J. Gualberto da Silva - 232
Francisco Osterne - 135, 239 J. A. Pereira da Costa - 22, 23, 24, 42, 82
Francisco Xavier de Cerqueira - 70 J. M. de Macedo - 158
Friendereich - 195 J. Saraiva Lemos - 230
Frutuoso Silva - 242 Jaime Rios - 229
Fulton - 78 Jackson de Figueiredo - 123
Fulton Sheen - (Dom) - 92 Jackson Moreira - 166
Gabriel Luís Ferreira - 129, 152, 229 Jairo Soares Ferry - 129
Galbino Besouro Susano de Araújo - (Capitão do Jericó Caldas Batista – 84, 85
Exército) - 99, 100, 101, 102 Jesuino de Sousa Martins - 63
Galdino Chaves - 226 Jesus Cristo - 73, 76, 182, 183, 206
Galdino Evaristo da Silva Leite (Alferes) - 102 Jesus Medeiros - 233
Galdino Marques de Carvalho - 221 João Alves dos Santos Lima - 238
Galileu - 77 João Bastos - 200, 235
Garcilaso de La Vega - 206 João Batista (São) - 70
Geraldo Castelo Branco - 236 João Batista Carneiro - 168
George Gardner - 14, 31 João Bona - 240
George Washington - 76, 80, 81 João Borges Pacheco - 239
Gervásio Pires de Sampaio - (1° Tenente João Cândido de Deus e Silva - 17
da Armada) - l 07, 237 João Carlos Dias - 236
Getúlio Pontes - 179 João Clímaco D'Almeida - 236
Getúlio Vargas - 170 João da Cruz Monteiro - 128, 228
Gilson Barbosa - 241 João de Deus Carneiro - 160
Gonçalves Dias - 192, 205 João de Deus Pires Leal - 231, 232
Gonçalo Castro Cavalcante - 227, 239 João Dias Carneiro - 236
Gregório Taumaturgo de Azevedo - 97, 227 João Emílio Falcão Costa -154, 233
Gustavo Massei - 83, 223 João Francisco Ferreira (João Ferry) - 126, 129, 134,
Gutenberg – 77, 113, 114, 158, 206 228, 239
H. de Castro - 233 João Gaioso - 97, 128, 226, 228
H. J. de Sousa - 132 João Lauro - 128
H. G. Sousa - 239 João Leão Padilha-239
Heitor Castelo Branco - 228, 229, 232 João Lima - 226
Heitor Filho - 232 João Luís da Silva - 239
Heitor de Sousa -110, 238 João Luís Ferreira - 152
Helder Feitosa - 117, 118, 169, 236 João Martins Morais – 232
Helena Burlamaque - 160, 230 João Marques da Costa - 231, 232
Hélio Passos - 236 João Mendes Olímpio Melo - 235
Helvécio Coelho Rodrigues - 169, 200, 234 João Meneses - 242
Helvídio Clementino Aguiar - 222 João Miguel Jarrinha - 98, 227
Heráclito Sousa - 134, 164, 239 João Neves - 230
Herbert Moses - 168 João José Vilanova (Cadete-inferior) - 102
Hermes Fonseca (Marechal) - 139, 140, 231 João Pinheiro - 67, 82, 92, 121, 123, 141, 224, 228,
Hermínio Castelo Branco Filho - 102, 224 229, 231, 232, 234
Hermínio Davis (Padre) - 201, 235 João Pires Ferreira - 133, 239
Higino Cunha - 88, 89, 91, 94, 95, 97, 123, 128, João Silva Filho - 110, 238
141, 164, 165, 180, 222, 223, 225, 226, 227, 228, João Soraine - 124
229, 230, 231, 232 Joaquim Chagas Leitão - 240
Homero - 206 Joaquim Clementino de Sousa Martins - 223
Homero Castelo Branco - 236 Joaquim Ferreira Chaves (Monsenhor) - 09
Honorato José de Sousa - 126, 127,164, 222, Joaquim Gomes - 228
225, 226, 228 Joaquim José da Silva Xavier - 80
Honório José Saraiva (Cônego) - 92, 227 Joaquim Lemos - 125
Honório Saraiva Barbosa - 241 Joaquim Manoel de Medeiros (Ten. Cel.) - 102
Honório Parentes - 227 Joaquim Nogueira Paranaguá - 96
Horácio Costa - 225 Joaquim Pessoa - 241
Humberto de Campos - 158 Joaquim Ribeiro Gonçalves - 225, 228
Ildefonso Vieira - 236 Joaquim Rodrigues Pereira (Capitão) - 102
Ingres - 66 Joaquim Vaz da Costa - 153, 233, 242
Iracema dos Santos Rocha da Silva - 165, 169, 191, Joel Oliveira - 24, 25, 26, 124, 128, 133, 165, 210,
192, 236 228, 229, 231
Isabel (Princesa) - 91 Jesuino José de Freitas - 222
Isaura Demes - 191 Jonas Cavalcante - 233
Jonas da Silva - 229 Justino Moura - 232
Jonas de Morais Correia - 107, 237 Juvenal - 128
Jônatas Batista - 74, 84, 85, 121, 124, 125, 128, 140, J. Rocha - 229
228, 229, 230 Laudelino Batista - 228
José Amorim Ferreira - 160, 236 Laurindo Raulino - 154, 233
José António Saraiva (Conselheiro Saraiva) - 41, 46, Lauro Pinheiro - 228
78 Lauro Sodré - 230
José Augusto Trindade Júnior - 182 Lamartine - 119
José Auto de Abreu - 154, 231, 232 Leão Marinho - 233
José Análio de Miranda - 237 Leôncio do Rego - 231
José Basto Marquês - 238 Leonardo de N.S. das Dores Castelo Branco - 37
José Camilo da Silveira Filho - 09, 201, 235, 236 Leônidas Benício de Matriz e Sá - 88, 159, 191, 225,
José Chaves de Menezes (Alferes) - 102 226
José Coríolano - 229, 230 Leopoldo Cunha - 164, 234
José da Silva Leite - 46, 106, 158, 221, 237 Leopoldo Pacheco - 240
José de Alencar - 191, 192 Lessage - 78
José de Almendra Freitas - 241 L. Dourado - 237
José de Araújo Costa - 116 L. Godofredo - 225
José de Araújo Mesquita - 165, 166, 168, 235 Licurgo de Paiva - 84, 88, 89, 223
José Diniz de Sousa Rios - 09 Lima Rebelo - 106, 107, 234, 237
José do Patrocínio - 148 Lindolfo Monteiro - 231, 233
José Eusébio da Silva - 423, 227 Lindolfo Uchoa - (Padre) -134, 239
José Faustino (Estudante) - 124, 229 Lineu - 230
José Francisco de Miranda Osório - 17, 18 Lino Correia Lima - 164, 168, 235
José Francisco Bona - 240 Lira (Major) - 136, 137
José Furtado de Mendonça (Juiz) - 103 Lisandro Nogueira - 124
José Gaioso de Almendra Freitas - 201, 235 Lívio Lopes Castelo Branco e Silva - 35, 36, 37, 39,
José Gil Castelo Branco - 228 49, 52, 220, 221, 222, 240
José Gomes de Araújo - 238 Lopez (Solano) - 57
José Honório Rodrigues - 205 Lourenço Borges (Coronel) -134
José Ildefonso - 228 Lord Palmerston - 221
José Isidoro - 241 Lord Stanhope - 113
José Inácio Xavier de Brito (Major) - 102 Lourenço Borges - 134
José Lopes dos Santos - 165, 166, 168, 181, 182 Lourival Evelin Vieira - 239
José Luiz da Silva (Cap. Cirurgião-mor Exército) - 62 Lubela Maria da Silva - 62
José Manoel Borges Carneiro (Alferes) - 102 Luciano Lima - 240
José Martins Pereira de Alencastre - 45, 46, 49, 221 Lucídio Freitas - 53, 67, 107,121, 124, 133, 141, 171,
José Mendes Olímpio de Melo - 201 231, 237
José Mendes Vieira (Comendador) - 62 Luís (Rei da França) - 75
José Messias Cavalcante - 135 Luís de Bragança (Dom) - 100, 101
J. Miguel de Matos - 236 Luís Costa - 234
José Paulino de Miranda - 236 Luís Correia - 237
José Pereira Lopes - 103, 226, 227, 228 Luís Ferreira Lima - 241
José Pires de Carvalho - 233 Luís Mendes Ribeiro Gonçalves - 164
José Pires Ferreira - 133, 134 Luís Oliveira - 231, 240
José Rafael Filho - 241 Luís Nodgi Nogueira - 236
José Serra de Miranda - 237 Luís Nogueira - 123, 128, 228, 229
José Severiano da Costa Andrade - 234 Luís Ribeiro - 240
José Soraine - 229 Luís Rodrigues Eivas (Cel.) - 222
José Valente Moreira - 232 Luís Silva - 128
José Vasconcelos - 239 Luis Xavier dos Anjos - 62
José Vieira Chaves - 165, 166, 168, 235, 236 Luísa Amélia de Queirós - 89, 107,224, 237
Job da Silva Coutinho - 241 Mably - 75
Jorge Neves - 232 Macário Oliveira - 169, 235, 236
Josias Carneiro da Silva - 169 Manoel Borges - 229
Josípio Lustosa - 154, 168, 233 Manoel da Silva Leite - 221, 222
Jouy - 223 Manoel Ildefonso de Sousa Lima - 222
Judite da Mãe de Deus Castelo Branco - 37 Manoel de Monte - 236
Jugurta José Couto - 224, 225, 227 Manuel de Sousa Martins (Barão/Visconde da
Julia Gomes Ferreira - 233 Parnaíba) - 29, 31, 205, 220
Júlio César (Imperador) - 158 Manoel Felipe Borges - 237
Júlio Lustosa - 224 Manoel Jacó Gaioso e Almendra - 241
Júlio Martins Vieira - 168, 233, 234 Manoel Lopes Correia Lima -210, 226, 227, 228
, Júlio Mesquita Neto - 168 Manoel Lustosa - 228
Júlio Rosa - 237 Manoel Saraiva de Lemes - 124, 128, 220
Junqueira (Conselheiro) - 79 Manoel Vitoriano Marques - 221, 222
Justino da Silva Pacheco - 221 Manuel da Paz - 97, 226, 227
Manuel Felipe de Lemos - 125 Nogueira Tapety - 121, 124, 125, 140, 141, 192, 193,
Manuel Joaquim da Costa Caldas - 70, 71 231
Manuel Pereira da Silva - 43, 220 Nossa Senhora da Vitória - 40
Manuela Francisca de Caldas - 70, 71 Odilo Costa - 123, 140, 231
Maomé - 73 Odilo Costa, Filho - 154, 233
Maranhão Silva - 236 Odilon Nunes - 30
Marion Saraiva - 240 Odonel Castro - 241
Marcelino Freitas - 232 Ofélio Leitão - 234
Marco Aurélio (Imperador) - 158 Olavo Bilac - 191
Marcos António de Macedo - 16 Oliveira Neto - 110
Marcos de Araújo Costa (Padre) 15, 16, 63 Olinto Amorim - 237
Marcos Parentes - 235 Omar Campelo - 231
Mardoqueu Marques - 231, 232, 241 Orlando Barbosa de Carvalho - 132, 221, 240
Marques (Professor) - 241 Orlando da Costa Rollo - 209, 210, 234
Maria Amélia Rubim - 160, 230, 231 Orisvaldo Bugyia Britto - 232, 235
Maria Araújo - 240 Orson Wells - 149
Maria (Bisavó do Imperador do Brasil) - 76 Oscar Couto - 230
Maria Benedita Castelo Branco - 41 Osires Melo - 233
Maria das Graças Sousa - 241 Osório (General) - 56
Maria Edite da Anunciação Carvalho - 236 Osvald Spengler - 149
Maria Henriqueta Viana Noronha - 53, 64 Osvaldo da Costa e Silva - 135,239
Maria Goulart - 242 Osvaldo Lobão Filho - 240
Marlene Eulálio - 241 Otacílio Eulálio - 240
Mariano Gil Castelo Branco - 71, 89, 226 Otaviano José do Amorim - 62
Mário Felício - 240 Otávio Miranda (Cel.) -116,118,160,232
Mário José Batista - 128, 228, 230 Ottmar Mergenthaler - 114
Mário Moreira - 241 Paganini - 66, 67
Martins Castelo Branco - 233 Palmerston (Lord) - 221
Matias Melo Filho - 235 Panfílio Abreu - 160, 236
Matias Olímpio - 128, 227, 228, 230, 238 Passos de Carvalho - 180
Maurício Castelo Branco - 238 Patrício Ferreira Lima - 62
Mauro Júnior - 169, 191 Paula Nei - 67
Médici (Presidente) - 149 Paulo Guimarães - 133, 240
Messias Cavalcante - 239 Paulo Henrique de Araújo Lima - 168,236
Miguel Pedro - 234 Paulo José (Newton Brás) - 169, 190, 191
Miguel de Sousa Borges Leal Castelo Branco - 88, Pedro Borges da Silva - 135, 231, 239
159, 221, 222, 223, 224, 225, Pedro Britto - 127, 128, 220, 228, 229
Miguel Rosa - 123, 124, 128, 129,140, 141, 142, 148, Pedro Campos Filho - 231
225, 227, 228, 230, 231, 232 P. Campos - 229
Milton Aguiar - 169 P. Leite - 224
Miguel Jarrinha - 98 Pedro Cunha – 102, 128,229
Mirabeau - 80 Pedro Gomes Bittencourt - 242
Moacir A. Pereira - 233 Pedro II - (Imperador) - 31
Moacir Madeira Campas – 233 Pedro José de Lima - (Capitão) - 99
Moacir Rodrigues Cunha - 110, 238 Pedro Mendes Ribeiro - 165, 167
Modesto Costa - 229 Pedro Militão Kilkerry - 123
Moisés - 75 Pedro Rodrigues da Cunha - 231
Montalverne (Frei) - 154 Pedro Teixeira (Cadete-inferior) - 102
Monte Alegre (Visconde de) - 205 Petrarca Sá - 234, 235
Moreira Bonfim - 240 Pereira Pinto (Padre) - 26
Morse - 78 Pires de Castro - 128, 228
Moura Rego - 234 Pires Gaioso - 233
Mundico Burlamaque - 128 Pinzon - 76
M. Cavalcante - 224 Polidoro César Burlamaque - 221,223
M. Saraiva de Lemos - 231 Pompílio Santos - 169, 236
N.S. da Piedade - 98 Pompílio Sobreira - 227
Nascimento Filho - 88, 226 Prestes (Luís Carlos) - 135, 136
Nei da Silva - 128, 228, 230 Raimunda Ferreira do Nascimento – 62
Nelson Cruz – 134, 239 Raimunda Forinda da Silva Lemos - 125
Nelson Werneck Sodré - 135 Raimundo Antunes Ribeiro - 239, 240
Nereu Bastos - 231 Raimundo Arthur de Vasconcelos - 124, 224, 228
Newton (Issac) - 78 Raimundo Barbosa de Miranda Neto - 235
Newton César Burlamaque - 225 Raimundo Bezerra Campos - 239
Nestor Veras - 229 Raimundo Brito de Melo - 233
Nice Lourdes - 155 Raimundo Borges - 226
Nicolau Maquiavel - 146 Raimundo Correia - 231
Nilo Peçanha - 232 Raimundo Cunha - 128, 229
Raimundo de Areia Leão - 88, 224, 227 Thersandro Paz - 137
Raimundo de Carvalho Palhano - 237 Tobias Barreto - 124
Raimundo José de Moura - 107, 237 Tomás Alves de Sousa - 237
Raimundo Leão Monteiro (Mundico Santídio) – 152, Tomás de Moraes Rego (Cônego) - 222, 223
168, 201, 232, 236 Tomé Mendes Vieira - 31
Raimundo Martins - 235 Torres Raposo - 154, 233
Raimundo Nonato Monteiro Santana - 160, 235 Totó Rodrigues - 127, 228, 230
Raimundo Pereira C. E. Silva - 220 Turene Ribeiro - 236
Raimundo Ramos - 235 Uruçuí (Barão de) - 228
Raimundo Ribeiro e Silva (Theddy Ribeiro) - 169 Ulisses Lemos - 125, 220
Raimundo Rodrigues dos Santos - 122, 164, 168, 235 Valdir Guimarães - 182
Raimundo Veloso - 231 Valdemar Sandes - 235, 236
Ranulfo Torres Raposo - 109, 110, 238 Valdivino Tito - 230, 232
Raul Nei - 229, 230 Valterdes Sampaio -110, 238
Raul Pompéia - 239 Valter Alencar - 182, 183, 233
Renato Castelo Branco - 238 Vanderley Barbosa - 169
Ressu Leal - 231 Vaz da Costa - 232
R. Fonseca Mendes - 169 Veras de Holanda -135, 154, 233, 239
R. Petit - 109, 238 Venelouis Xavier Pereira - 236
Roberto Almeida - 226 Vicente Araújo - 238
Roberto Dantas - 229 Vicente Franco (Tenente) - 99
Roberto Lopes - 238 Viana Filho - 233
Rocha Furtado - 234 Vinícius Soares - 234
Rodrigues dos Santos - 235 Viriato Correia - 73
Rodrigues Filho - 165, 166 Virmar Soares - 234
Rogaciano Brito - 237 Vitor Martins - 240
Ronaib Oliveira - 236 Vitor Vieira de Almeida (Alferes) -102
Ronolfo Ribeiro - 242 Volmar Miranda -154, 236
Rosa Caldas Batista - 68, 84, 85 Voltaire - 75
Rosário (Irmandade) - 90 Wagner de Abreu Cavalcante - 154
Rousseau - 75 Wagner Lemos - 236
Rubem Freitas - 191 Watt - 78
Rui Barbosa - 139, 140, 231 Wilhem Hass - 113
Rui Maranhão - 233 Wilson Carvalho - 241
Salustiano Batista - 127 Wilson Fernando Rego - 168, 236
São Benedito (Irmandade) - 90 Xito Albano (Bispo Dom) - 92, 225, 229
São Francisco (Irmandade) - Zacarias de Góes - 115
São José (Cemitério) - 84 Zé Paíba - 238
Saraiva da Costa - 233 Zito Batista - 84, 85, 121, 124, 128, 140, 141, 228,
Saraiva de Lemos - 228 230, 231
Sapucai (Visconde) - 204 Zola - 191
Sátiro de Castro Moreira (Major) - 132, 240
Segismundo Ferreira de Carvalho (Cadete-inferior) -
102
Semeão da Rainha dos Anjos (Frei) - 62
Sêneca de Sousa - 128, 229
Severino Vieira de Melo (Dom) - 153
Sidney Soares - 239
Silva Jardim - 148
Silvio Romero - 191
Siné Lima - 242
Simplício Coelho de Resende - 88, 92, 93, 97, 99,
100, 101, 102, 148, 170, 211, 223, 224, 226
Simplício de Sousa Mendes, - 36, 124, 125, 170, 211,
229, 230, 231, 233, 234
Simplício Dias da Silva - 17, 18
Sofieri Araripe - 235
Sousa Franca (Conselheiro) - 53
Spinoza - 124
Stanhope (Lord) - 89
Stephenson - 78
Teodoro Alves Pacheco – 88, 224, 228
Teodoro Roosevelt - 230
Tibério César Burlamaque - 36, 39, 40, 41, 42, 220
Tibério Nunes - 234 .
Tirso Ribeiro Gonçalves - 239
Tito Lívio - 223

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