Você está na página 1de 3

C.

E Euclides Ribeiro
Aluna: Ívanny Fernanda coelho Gusmão
Data: 06/12.
Turma: 301

HISTÓRIA
Governo Jânio Quadros
O governo de Jânio Quadros durou pouco mais de seis meses. Nesse período, decisões
polêmicas foram tomadas pelo presidente brasileiro. Na economia, Jânio implantou
ações de austeridade com o objetivo de conter o aumento da inflação e o
endividamento estatal. Para isso, tomou medidas extremamente impopulares:
desvalorizou a moeda nacional em 100% e cortou subsídios do trigo e do petróleo, o
que causou o aumento drástico dos preços dos produtos relacionados a esses itens.
Essas medidas, apesar de impopulares, pois aumentaram o valor do pão e do
combustível em 100%1, foram bem recebidas pelo Fundo Monetário Internacional e
Clube de Haia (credores europeus e americanos), que concederam o direito ao
governo brasileiro de renegociar a dívida externa, que já era o equivalente a um terço
da renda do governo2. O governo de Jânio Quadros ficou muito notabilizado por
algumas decisões incomuns e que também foram bastante impopulares. Jânio emitiu
ordens para que fosse proibido o uso de lança-perfume no Carnaval, bem como
proibiu o uso de biquínis nas praias do Rio de Janeiro. Jânio também proibiu a
realização de corridas de cavalo nos dias úteis e impediu permanentemente a rinha de
galos no Brasil. Outra medida incomum tomada pelo presidente que foi destacada
pelas historiadoras Lilia Schwarcz e Heloísa Starling foi o uniforme dos funcionários
públicos: [Jânio] Aboliu o uso da gravata no dia a dia do palácio e criou uniforme para o
funcionalismo público, no estilo safári, inspirado nos slacks utilizados pelos ingleses na
Índia – a ser ver, um traje mais adequado a um país tropical. E, para eliminar dúvidas,
mandou publicar os moldes para confecção do vestuário masculino e feminino no
Diário Oficial, especificando: “Tecido: Linho nacional. Cor: Bege” – sarcástica, a
imprensa apelidou aquilo de pijânio3.
Jânio iniciou uma espécie de devassa moralizadora nos meios administrativos do país e
não se dedicou muito em manter saudável sua relação com o partido pelo qual havia
sido eleito, a UDN. O resultado disso foi que o governo de Jânio começou a se isolar,
uma vez que o presidente começou a perder apoio no Congresso Nacional. O estopim
para a perda de apoio político do presidente foi a implantação de sua política externa
independente. O Brasil retomou relações diplomáticas com a União Soviética, com as
nações do bloco comunista e os países não alinhados (países não inseridos no conflito
entre o bloco comunista e o capitalista). Além disso, as relações com os Estados Unidos
foram redefinidas. Essa postura desagradou profundamente ao partido de Jânio (UDN),
pois isso foi entendido como uma guinada à esquerda do presidente.

João Goulart
O governo João Goulart foi de 1961 a 1964 e ficou marcado na história brasileira por
ter sido um mandato abreviado por conta do golpe civil-militar de 1964. Esse governo
ficou marcado pela radicalização e instabilidade política. As tentativas de reforma
conduzidas pelo presidente eram impopulares entre as elites, que eram, naquele
momento, apoiadas pelos norte-americanos, e que se organizaram com os militares
para derrubar o presidente e instalar uma ditadura. O Brasil, durante o governo de
Jango, estava inserido dentro de uma fase da nossa história conhecida como Quarta
República (1946-1964). Essa fase é conhecida também como a primeira experiência
democrática do Brasil – embora ainda com muitas limitações. O país estava em
profundas transformações e as mudanças que estavam acontecendo refletiam
também no debate político. O crescimento da participação popular na política e a
fundação de partidos de massa fizeram com que as eleições presidenciais tornassem-
se acirradas e que os debates e as negociações políticas fossem acaloradas. O
engajamento popular encontrou, no Partido Trabalhista Brasileiro, um representante
de seus interesses. Além disso, movimentos sociais começaram a surgir no país. Os
sindicatos multiplicaram-se e começaram a surgir movimentos de trabalhadores, de
camponeses, de estudantes etc. As camadas populares reivindicavam que a legislação
trabalhista e os direitos sociais fossem aprofundados e reformas estruturais
acontecessem.

A disputa político-partidária era feroz e crises aconteceram ao longo desse período. O


partido liberal-conservador chamado União Democrática Nacional (UDN) tentou
impedir a posse de dois presidentes: Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. Os
militares também estavam engajados politicamente, e o racha entre direita e esquerda
nas Forças Armadas (FFAAs) era visível.

Golpe civil militar 1964


O golpe de 1964 foi resultado de uma articulação política golpista realizada por civis e
militares na passagem de 1961 para 1962. É importante esclarecer que, apesar dessa
conspiração ter efetivamente surgido em 1961, a Quarta República Brasileira foi
marcada por diferentes tentativas de subversão da ordem realizadas pela UDN. O
caminho que levou ao golpe de 1964 começou a ser trilhado com a posse de João
Goulart (Jango) em 1961. Criaram-se diversos obstáculos à posse de Jango como
presidente, que só assumiu porque foi implantado às pressas um sistema
parlamentarista que reduzia os poderes do Executivo. Por causa da estreita relação de
Jango com o sindicalismo brasileiro, os grupos conservadores da sociedade viram o
político gaúcho com extrema desconfiança e frequentemente o acusavam de ser
comunista pelos conservadores. A crise política do governo de Jango fortaleceu-se
também por causa de reformas que foram defendidas pelo governo – as Reformas de
Base. A posse de Jango não era um incômodo apenas para os grupos conservadores do
Brasil, mas incomodava também o governo dos Estados Unidos, que consideravam
João Goulart um político “muito à esquerda” do que se esperava de um presidente
brasileiro. Duas ações do governo de Jango aumentaram essa oposição do governo
americano, que passou a financiar as movimentações golpistas no Brasil. A primeira
ação foi a Lei de Remessas de Lucros de 1962, que impedia multinacionais de enviar
mais do que 10% de seus lucros para o exterior. A segunda medida que desagradava
aos americanos era a continuidade da política externa independente do Brasil e
praticada pelo Ministro das Relações Exteriores, San Tiago Dantas.
Com isso, a partir de 1962, os Estados Unidos passaram a financiar ativamente grupos
e políticos conservadores no Brasil. Dois grupos que recebiam amplo financiamento
americano ficaram conhecidos como “complexo Ipes-Ibad”, sendo Ipes o Instituto de
Pesquisa e Estudos Sociais, e o Ibad, o Instituto Brasileiro de Ação Democrática.

Você também pode gostar