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Fonte: Nova Escola. Disponível em: https://novaescola.org.br/arquivo/africa-brasil/. Acesso em: 11 dez. 2019.
Caros(as) alunos(as), a história do Brasil é composta pelo encontro de povos e culturas do continente
americano, europeu e africano. Desconhecer um desses continentes na confecção dessa história é
desconhecer parte do que somos. Se, por um lado, temos um farto material sobre a história dos europeus
na composição de nossa história, o mesmo não se dá em relação às sociedades americanas e africanas. Esta
disciplina busca contribuir na diminuição desse desconhecimento em relação às sociedades africanas e suas
contribuições na história do Brasil.
Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Figura 1: Escravidão negra no Brasil. Disponível em: https://slideplayer.com.br/ Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a
slide/1778712/7/images. Acesso em: 07 dez. 2019.
seguinte Lei:
Em situação de maioria numérica e inferioridade social,
Art. 1.º O art. 26-A da Lei n.o 9.394, de 20 de dezembro de 1996,
fizeram sua resistência silenciosa mantendo vivas suas
passa a vigorar com a seguinte redação:
tradições e transferindo-as, num processo sutil e inteligente,
aos seus dominadores. “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino
Nas cozinhas introduziram o gosto pelo dendê e médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história
pela pimenta. Às crianças e sinhazinhas transmitiram suas e cultura afro-brasileira e indígena.
linguagens, músicas, estórias, jogos, mitos, crenças e medos.
§ 1.º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá
A África mantém-se como um continente diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a
desconhecido para a maioria da população formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos,
brasileira, incluindo seus docentes. Em nossas tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos
escolas, não se aborda o passado nem o presente
negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena
africano, muito embora esse passado esteja tão
brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional,
presente no cotidiano nacional, por meio das
palavras faladas, da cultura, das religiões, das resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e
instituições, da economia etc (Disponível em: política, pertinentes à história do Brasil.
https://www.geledes.org.br/africa-lugar-das- § 2.º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos
primeiras-descobertas-invencoes-e-instituicoes-
povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o
humanas/. Acesso em: 07 dez. 2019).
currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de
Elisa Larkin Nascimento (2001, p. 120) narra que “a literatura e história brasileiras” (NR).
carga negativa que esse continente possui no imaginário
Art. 2.º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
social brasileiro subsidia e fundamenta os estereótipos racistas
diariamente veiculados sobre afrodescendentes no Brasil”. Brasília, 10 de março de 2008;
O estudo do continente africano é de suma importância para 187º da Independência e 120o da República.
o profissional docente. De modo que o mesmo compreenda:
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
• fortalecimento de uma identidade étnica; Fernando Haddad
• reconheça a África como parte da história do Brasil;
• compreenda sua ocupação espacial; Portanto, a Lei n.º 11.645/08 amplia a Lei n.º 10.639/03,
• diversidade étnica e cultural; estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e
• transformações históricas; cultura afro-brasileiras e indígenas nos currículos escolares da
• relações étnicas; rede de ensino pública e privada.
• relações extra-África negra. Basicamente, a Lei n.º 11.645 decorre de uma série de
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antigas demandas de várias representações sociais, em especial destacada por grandes florestas tropicais em razão de estar na
dos movimentos negros e indígenas, além de apontar para um latitude zero do globo – a linha do equador: Camarões, Congo,
novo momento das relações do Estado com os movimentos Gabão, Guiné Equatorial, República Centro-Africana, República
sociais organizados e a Educação. Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe e Chade.
Seu intuito é propor atividades acadêmicas relevantes
• África Oriental – também conhecida como “Chifre da África”,
em relação aos conhecimentos das diversas populações
por sua forma física do extremo leste africano, encontram-se
africanas e indígenas, suas origens e contribuições para o
onze países bem distintos, tantos nos aspectos físicos como
nosso cotidiano e história, num movimento de construção e
humanos: Burundi, Dijbuti, Eritréia, Etiópia, Quênia, Ruanda,
redimensionamento curricular e de ação educativa, salientando
Somália, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia e Uganda. É na divisa
a importância do contexto e sua diversidade cultural.
entre Uganda, Tanzânia e Quênia que existe o lago Vitória, que é
A aprovação dessa Lei tem se constituído em uma das
considerado a nascente do rio Nilo.
principais iniciativas das ações afirmativas adotadas no Brasil
e que tem contribuído para a disseminação do estudo da • África Meridional – onze países que a compõe: África do Sul,
história da África, dos africanos e dos indígenas brasileiros, da Angola, Botsuana, Lesoto, Madagascar, Malauí, Moçambique,
luta das pessoas negras e índias no país e da sua presença na Namíbia, Suazilândia, Zâmbia e Zimbábue. Observa-se uma
formação da nação brasileira. grande diversidade natural neste espaço, em razão de possuir
grandes vales férteis e vastos desertos como o Kalahari, sendo
2 - África, muito prazer! no delta do Okavango (Botsuana).
CASTRO, Ana Pessoa de Souza. A África, desvendando um continente.
Slideshare, 2012. Disponível em: https://pt.slideshare.net/anapessoa22/a-
frica-desvendando-um-continente. Acesso em: 07 dez. 2019.
• África do Norte ou Setentrional – é a área situada ao norte Figura 3: Vegetação do continente africano. Fonte: COSTA E SILVA, Alberto da.
A enxada e a lança: África antes dos portugueses. 2 ed. Rio de Janeiro: Nova
do continente. Banhada pelo Mar Mediterrâneo, em sua Fronteira, 1996, p. 9.
• África Central – oito países fazem parte desta região, • Família Afroasiática: falada no norte da África e em parte do
História da África 10
Sahel, eram chamadas anteriormente de hamito-semíticas. São Reconhecemos a magnitude desse continente que abrigou/
cerca de 300 línguas, com mais de 20 milhões de falantes. Foram abriga diversos grupos étnicos, milhares de línguas, múltiplas
introduzidas na África no século VII, com as invasões Islâmicas. tradições, culturas e religiosidades.
Incluem as línguas do grupo semítico (árabe/amárico), cuxítico
(somali), chádico (hauçá) e berbere (regiões desérticas).
• Família Autronésia: esta família é falada no sudeste asiático e Vale a pena acessar
no Pacífico. Sua presença aqui é explicada pelo simples fator da
proximidade geográfica da Ilha de Madagascar, onde é falada, África. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/
com o continente africano. África. Acesso em: 07 dez. 2019.
CASTRO, Ana Pessoa de Souza. A África, desvendando um continente. Slideshare, Geografia do continente africano. Disponível em: http://www.
2012. Disponível em: https://pt.slideshare.net/anapessoa22/a-frica-desvendando-
um-continente. Acesso em: 07 dez. 2019. sogeografia.com.br/Conteudos/Continentes/Africa/. Acesso
em: 07 dez. 2019.
História geral da África. Disponível em:
Retomando a aula h t t p : / / w w w. u n e s c o . o r g / n e w / p t / b r a s i l i a /
education/inclusive-education/general-history-of-africa/.
Acesso em: 07 dez. 2019.
Lei n.° 11. 645/08. Disponível em:
Chegamos, assim, ao final da primeira aula. Espera-se h t t p : / / w w w. p l a n a l t o. g o v. b r / c c i v i l _ 0 3 / _ a t o
que agora tenha ficado mais claro o entendimento 2007-2010/2008/lei/l11645.htm. Acesso em: 07 dez. 2019.
de vocês sobre o continente africano. Vamos, então,
recordar: