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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS DCHT CAMPUS XVI


LICENCIATURA EM LETRAS, LÍNGUA PORTUGUESA E LITERATURAS

Paulo Pereira da silva ¹

Importância e da aplicabilidade da Lei 10639 no Brasil

Irecê-Bahia
01 de dezembro de 2023
Em 2003, a Lei 10639 entrou em vigor e alterou a Lei de Diretriz da Educação, tornando
obrigatória a inclusão da história e cultura afro-brasileira na grade curricular do ensino
fundamental e médio. Desde então, escolas de todo o Brasil têm compartilhado novas
práticas que vêm transformando gradativamente o ensino tradicional, tornando-o mais
inclusivo e diversificado, refletindo, assim, a real face da população brasileira. Vamos
conhecer algumas dessas experiências e observar como elas colaboram para a
construção de uma sociedade antirracista?
A Lei 9394, conhecida por estabelecer as diretrizes e bases da educação nacional, foi
publicada em 1996 e, em sua versão original, pouco abordava sobre a questão étnico-
racial. Contudo, em 2003, após muitos anos de luta dos movimentos sociais, foi
aprovada a Lei 10639 que estabeleceu a obrigatoriedade da inclusão da história e
cultura afro-brasileira no currículo das escolas brasileiras.

Com isso, o conteúdo programático do ensino médio e fundamental passou a incluir o


estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra
brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do
povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.
Conforme dispõe a lei, esses conteúdos devem ser ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, mas especialmente nas áreas de Educação Artística e de Literatura e
História Brasileiras.

A fim de aprofundar o tema e estabelecer orientações às instituições de ensino, o


Ministério da Educação publicou em 2004 a Diretriz Nacional para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana,
através da qual confirma a necessidade de políticas de reparação, bem como busca a
desmistificação da democracia racial no país. Não apenas, o texto explicita uma série
de equívocos comuns no momento da abordagem da questão racial e direciona os
professores quanto ao tratamento adequado ao tema.

Ainda, com o objetivo de acompanhar na prática a implementação da lei e auxiliar na


produção e disseminação de conteúdo sobre a história da África e dos afro-brasileiros,
a UNESCO, em parceria com o MEC e com a Universidade de São Carlos (UFSCar),
publicou, em 2010, a versão em português da coleção completa da História Geral da
África. Ela conta com 8 volumes produzidos por mais de 350 especialistas das mais
variadas áreas do conhecimento, sob a direção de um Comitê Científico Internacional.
Todos os volumes da coleção estão disponíveis em formato digital (PDF) e podem ser
acessados gratuitamente no site da UNESCO.

Ressalta-se que essa obra capitaneada pela UNESCO já foi publicada em diversos
idiomas e tem como propósito justamente ampliar o conhecimento sobre outras
civilizações e culturas, permitindo, assim, uma melhor compreensão e enfrentamento
aos conflitos raciais e o fortalecimento dos Direitos Humanos.

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