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Dinamica e Conhecimento PDF
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CURSO DE MESTRE
DE CABOTAGEM
CONTEXTUALIZAÇÃO
A Constituição Federal, em seu artigo 178, dispõe que a ordenação dos trans- Portos da navegação de cabotagem
portes aéreo, aquático e terrestre, será estabelecida em Lei, devendo, quanto à
ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela Santana Belém
União, atendido o princípio da reciprocidade. Ademais, o parágrafo único do RR
Vila do Conde
Itaqui
referido artigo determina que “na ordenação do transporte aquático, a lei AP
Fortaleza
estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem Areia Branca
e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras”. Natal
Maceió
vias navegáveis interiores”. A potencialidade operacional desse meio de BA
MT
SP RJ Forno
Rio de Janeiro
Itaguaí
PR
Angra dos Reis
São Sebas ão
Santos
SC
Antorina
RS
Paranaguá
02
A CABOTAGEM NO BRASIL
Dois fatores foram preponderantes para que a cabotagem se tornasse uma das e modernizadas. No início da década de 1960, o índice de nacionalização
primeiras atividades comerciais no Brasil: a configuração geográfica do país e chegava a 81%, e a indústria naval conseguia suprir a demanda interna e ainda
a forma de ocupação durante o período de colonização, concentrando as exportar embarcações.
províncias nas regiões litorâneas.
Cabe destacar que, até 1940, as vias aquaviárias foram fundamentais para o
transporte de cargas em longas distâncias. Embora as embarcações e a
infraestrutura portuária fossem rudimentares, a navegação desempenhou um
papel primordial para o desenvolvimento econômico no Brasil, que mesmo
diante da ausência de comunicação terrestre entre as cidades, possibilitava o
fluxo comercial entre as economias regionais.
A década de 1950 foi marcada pelo predomínio das companhias de navegação Info: “Navio no. 6 da frota - 1890-1944 - Construido em 1879 por J. & G. Thompson,
estatais e por tentativas de políticas que não foram eficazes em incentivar a Glasgow - AB=1.719. Vendido para demolicao em 1944.
Fonte: https://www.navioseportos.com.br/web/index.php/empresas/cias-nacionais/62-
Marinha Mercante brasileira. Como forma de incentivar a renovação da frota, longo-curso/237-companhia-de-navegacao-lloyd-brasileiro
foram criados fundos, como o Fundo da Marinha Mercante (FMM) e sua fonte
de recursos, a Taxa de Renovação da Marinha Mercante (TRMM), arrecadada
das companhias estrangeiras e armadores nacionais que operavam com A partir de 1964, adotou-se uma abertura gradual da marinha mercante e
navios estrangeiros afretados. Constituía-se, portanto, um mecanismo de construção naval brasileira. A Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro e a
financiamento do setor. A nova política, além de beneficiar estaleiros nacionais, Companhia Nacional de Navegação Costeira, que eram empresas estatais,
também atraiu grupos estrangeiros. foram transformadas em sociedades anônimas. A medida facilitava uma
reestruturação financeira das companhias, que apresentavam constantes
No Governo de Juscelino Kubitschek, com o Plano de Metas, a indústria naval déficits operacionais. Além disso, foram extintas as subvenções às companhi-
brasileira foi fomentada por políticas governamentais e linhas de financiamen- as privadas de navegação. No ano de 1966, extinguiu-se a Companhia
to, consolidando um parque de estaleiros no Brasil e, por conseguinte, classifi- Nacional de Navegação Costeira e, como a Lloyd Brasileira focava principal-
cou o país como a segunda potência mundial da indústria naval, atrás apenas mente no longo curso, companhias privadas ganharam mercado na navegação
do Japão. As frotas nacionais de longo curso e de cabotagem foram ampliadas de cabotagem.
03
A CABOTAGEM NO BRASIL
04
A CABOTAGEM NO BRASIL
Em 1990, iniciava-se uma nova fase para economia brasileira. A abertura do Contudo, a partir de 1993, as iniciativas de estímulo ao setor aquaviário foram
mercado internacional e ampla política de privatizações impactaram direta- retomadas. A sanção da Lei nº 8.630/93, a Lei dos Portos, trouxe avanços no
mente na indústria da construção naval brasileira – que já seguia uma trajetória aspecto regulatório, reestabelecendo a modernização e o aumento da produti-
de crise, com os problemas na SUNAMAM – levando à sua quase extinção. vidade do setor, de maneira a atingir os padrões internacionais e torná-lo mais
competitivo. Posteriormente, em 1997, surgiram alterações no regime jurídico
Houve um significativo enfraquecimento do setor aquaviário, marcada pela da navegação mercante, por meio da Lei nº 9.432/97. A referida lei permite às
interrupção do planejamento e atividades do setor. A desarticulação das empresas brasileiras o afretamento de embarcações estrangeiras para operar
empresas, bem como a falência dos estaleiros e armadores brasileiros, deu no transporte de mercadorias na navegação de cabotagem, visto que à época a
abertura à entrada de empresas estrangeiras que acabaram dominando o frota nacional estava sucateada.
setor.
80.000
70.000 62.036
56.112
60.000
53.872
50.000
39.155 39.000 41.000
40.000 34.777
31.021
30.000 25.000
18.000 19.600
20.000 12.651
7.465
10.000 3.976
1.430 1.900
0
1960 1970 1976 1979 1980 1985 1990 1998 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018
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A CABOTAGEM NO BRASIL
Abertura gradual
da marinha
1º Porto no Brasil mercante e
Criação do Fundo indústria naval
O Porto das Naus Plano Moraes da Marinha
foi o primeiro Mercante e do Empresas de
trapiche Plano com a rede TRMM navegação estatais
alfandegário do geral de vias Plano Nacional de transformadas em
Brasil navegáveis Viação Fluvial Lei 3381/58 S.A’s
06
A CABOTAGEM NO BRASIL
Extinção da Mudança no TRMM Lei 9.432/97 Criação da Antaq Nova Lei dos
Companhia Portos
Nacional de Passa a se chamar Permite às Lei 10.233/01
Navegação AFRMM com empresas brasileiras Lei 12.815
recursos geridos o afretamento de
Empresas privadas pelo BNDES embarcações Programa de
dominam o mercado estrangeiras para Modernização e
de cabotagem operar no transporte expansão da frota
de mercadorias na
navegação de
cabotagem
07
A CABOTAGEM NO BRASIL
Após os anos 2000, várias políticas governamentais impulsionaram a amplia- de transporte e a fiscalização da prestação do serviço, entre outros. Também é
ção e a instalação de novos estaleiros no Brasil. Foram implementados alguns importante destacar a Nova Lei dos Portos – a Lei nº 12.815, sancionada em
programas de estímulo à indústria naval, tais como: o Programa de Renovação 2013, que trouxe inovações sobre a exploração direta e indireta pela União de
da Frota de Embarcações de Apoio Marítimo (Prorefam) da Petrobras e o portos e instalações portuárias e sobre as atividades desempenhadas pelos
Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro. operadores portuários.
Reflexo desses incentivos foi o ápice de cerca de 82.500 empregos diretos no
setor em 2014. Por fim, verifica-se que mesmo com essas inovações na regulamentação do
setor, a navegação de cabotagem ainda não tem aproveitado todo seu potenci-
No ano de 2001, foi promulgada a Lei nº 10.233/01 que criou a Agência al competitivo no Brasil. Estimativas da EPL apontam que atualmente a cabota-
Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), que tem em sua esfera de gem custa em média 60% menos que o modo rodoviário e 40% menos que o
atuação a celebração de atos de outorga de permissão e autorização da ferroviário. Entretanto, esse modo é responsável por apenas 11% da matriz
prestação de serviços de transporte pelas empresas de navegação de cabota- logística brasileira, sendo considerada uma alternativa extremamente promis-
gem, bem como a autorização de embarcações estrangeiras para esse modo sora para os próximos anos.
08
A CABOTAGEM NO BRASIL
09
A CABOTAGEM NO BRASIL
10 Foto: TheStreet
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
Em 2020, segundo dados da Antaq, o setor portuário brasileiro movimentou 23,6%, movimentando 271,1 milhões de toneladas. Esse número representa
1,152 bilhão de toneladas. Desse total, a cabotagem foi responsável por um crescimento de 12,5% quando comparado ao ano de 2019.
1.000,0
800,0
600,0
400,0
271,1
222,8 231,4 240,9
192,8 197,5 205,2 211,8 210,8 214,0
182,1
200,0
0,0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: ANTAQ.
11
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
66,2%
Líquido/Gasoso
17,2%
Granel Sólido
11,8%
Contêiner
4,2%
Carga Geral
Fonte: ANTAQ.
12
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
FROTA
Segundo dados da Antaq, de 2010 a 2020, houve um aumento de mais de 50% 54,8% das embarcações que atuam no Brasil realizando o transporte de cargas
nas embarcações de bandeira brasileira para navegação de cabotagem/ longo via cabotagem/longo curso. Os outros 45,2% representam navios estrangeiros
curso. Contudo, é importante frisar que a frota nacional corresponde a apenas afretados pelas Empresas Brasileiras de Navegação (EBN).
Fonte: ANTAQ.
No ano de 2020, a frota brasileira de cabotagem/longo curso era composta por 1,3%. Hoje atuam na navegação de cabotagem, conforme dados da Antaq, 43
222 e com capacidade de transporte de 4,68 milhões de TPB¹,com média de empresas, e quase a metade dessas autorizadas a operar exclusivamente
21,1 mil TPB por navio. O crescimento em TPB entre os anos 2020 e 2019 foi de embarcações de porte bruto inferior a 5000TPB.
1. Tonelagem de Porte Bruto (TPB) consiste na diferença entre o deslocamento bruto e o líquido da embarcação, ou seja, o que pode ser transportado em carga, combustível e equipagem (tripulação) dentro da
embarcação.
13
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
4.682.548
5.000.000
4.328.055
4.500.000
4.000.000 3.530.071
3.500.000 2.971.537
3.000.000 2.593.081
2.173.178
2.500.000
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
0
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Fonte: ANTAQ.
Ao longo dos últimos anos, verifica-se a uma participação representativa de rebocagem para atracar ou desatracar. Em 2020 os rebocado-
rebocadores/empurradores nas operações de cabotagem, visto que para esse res/empurradores² corresponderam a 21% das embarcações de cabotagem e
modo de transporte, qualquer navio de grande porte necessitará de serviço de longo curso.
2. Embarcações de tamanho reduzido e elevada potência instalada, dispondo de grande mobilidade. São capazes de realizar a rebocagem de outras embarcações, como navios e plataformas, auxiliando os movimentos
em áreas de manobras ou de navegação restrita.
14
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
Par cipação por po de embarcação da cabotagem e Idade média da frota por outorga de EBN
longo curso em TPB (EBNs) em 2020
16,6
15,2 15,4
14,7 14,6
9% 14,1
14,0 13,7
5% 21% 13,3 13,4 13,6
6%
9%
17%
10%
10% 13%
Da frota brasileira de cabotagem/longo curso, 17% do total (39) são petroleiros, Ao avaliar a quantidade de projetos concluídos com o apoio financeiro do
com idade média de 18,6 anos. As barcaças totalizam 29 embarcações (13%) e Fundo da Marinha Mercante (FMM), nos últimos 14 anos, a indústria naval
com idade média de 14,1 anos. A idade média da frota por outorga de EBN da brasileira entregou apenas 30 navios para a cabotagem. Esse número repre-
navegação de cabotagem/longo curso é de 15,4 anos. senta apenas 3,3% do total de projetos entregues.
15
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
10.000
8.987
8.792 8.740
9.000 8.475 8.556
8.177
7.964
8.000 7.494
7.272
7.111
6.739 6.789
7.000
6.390
6.000
5.000
4.000 3.649
3.000
2.000
1.000
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019
16
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
120
100
80
60
40
20
5 6
3 4 3 4
2 1 2
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
TOTAL CABOTAGEM
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A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
Âncora
Equipamento de navegação Radar
Mastro de sinal
Ponte de comando
Esco lhas
Ponte Contêiner de 20 pés
Chaminé
Arco bulboso
Prateleiras
planas
Casco duplo Linha d'água
Quadro
Eixo Leme
Cobertura da esco lha
Quilha Hélice
Contêiner refrigerado
Bote salva-vidas
Sala de máquinas
18
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
É sabido que, quando equiparado a outros modos de transporte, a navegação na cabotagem, verifica-se que o Porto de Santos está presente nas sete rotas
de cabotagem apresenta significativas vantagens, que vão desde a grande mais demandadas, que totalizam aproximadamente 26% do total
capacidade de transporte, o menor custo por tonelada por quilômetro, entre movimentado.
outros. Ao analisar a matriz origem/destino da movimentação de contêineres
RN
PB
BA
GO
MG
MS Vitória
Santos
SC
19
A CABOTAGEM EM NÚMEROS NO BRASIL
Para transportar a mesma quantidade de contêineres na rota Suape – Santos carga via cabotagem é cerca de cinco vezes menor que o custo do transporte
(777,3 mil toneladas), conforme simulação, realizada por meio do Observatório rodoviário, a depender da distância.
Nacional de Transporte e Logística (ONTL), o custo médio para o transporte de
R$ 88.753.255,80 R$ 384.099.963,40
Elaboração EPL
Em estimativa realizada pela EPL³, constatou-se que o aumento de 60% no Diante dos dados apresentados, é possível reforçar que a maior capacidade
volume de contêineres transportados por cabotagem, geraria uma redução de operacional no transporte de cargas por meio da navegação de cabotagem
mais de 530 mil toneladas de CO2 equivalente por ano, quando comparado com gera ganhos de escala. Contudo cabe destacar, que esses ganhos não se
o modo rodoviário. Em média o modo rodoviário emite 6 vezes mais poluentes limitam às vantagens econômicas. As vantagens desse modo de transportes
que a cabotagem ao se avaliar o volume transportado e a extensão. também abrangem benefícios ambientais, considerando o menor consumo de
combustível por tonelada-quilômetro transportado, ou seja, a redução na
emissão de poluentes e ainda o reduzido registro no número de acidentes.
3. https://www.epl.gov.br/greenbonds
20
CUSTOS DA CABOTAGEM
Um dos gargalos da navegação de cabotagem no Brasil hoje se refere à alta Contudo, desde 1997, por meio da Lei nº 9.432/1997, para as mercadorias cuja
tributação incidente nesse modo de transporte. Os elevados custos com origem ou destino seja porto localizado nas regiões Norte ou Nordeste, nas
combustíveis acabam sendo repassados ao custo do frete e, consequente- navegações de cabotagem, interior fluvial e lacustre, não é cobrado o paga-
mente, refletem no custo final das mercadorias transportadas. A cabotagem mento do AFRMM. Atualmente, está em tramitação na Câmara dos Deputados
não recebe os mesmos incentivos fiscais que o transporte rodoviário ou a o Projeto de Lei nº 4.199/2020, que prorroga essa não incidência do pagamen-
navegação de longo curso, como a isenção ICMS, PIS e Cofins. to do AFRMM até 8 de janeiro de 2027.
Convém ressaltar que no artigo 12, da Lei nº 9.432/1997, institui-se que os Composição de Custos Operacionais da Cabotagem
preços de combustível cobrados às embarcações de longo curso são extensi-
vos às embarcações que operam na navegação de cabotagem. Entretanto, 5% 3%
apesar do dispositivo legal, tal beneficio nunca foi implementado no país. 7% Combus vel
Portanto, como os custos com combustíveis de um navio representam uma
Tributação
parcela significativa de seu custo operacional, se os incentivos previstos em lei
8%
fossem praticados, o custo do transporte via navegação de cabotagem seria Outros
44%
ainda menor que o atual. Manutenção
4. Esses recursos destinam-se a atender aos encargos da intervenção da União no apoio ao desenvolvimento da marinha mercante e da indústria de construção e reparação naval brasileiras, e constitui fonte básica do
Fundo da Marinha Mercante (FMM).
5. É a conta em nome de cada EBN, na qual são depositados os recursos do AFRMM das operações de cabotagem e navegação interior. A Lei define quais são os usos possíveis para estes recursos (construção, reparo
etc.).
21
PRINCIPAIS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
VERIFICADOS NA PESQUISA EPL-ANTAQ
A EPL fez um levantamento, em conjunto com a Antaq, para verificar junto às principais instalações portuárias, quais eram os principais gargalos de infraestrutura do
ponto de vista dos terminais.
NORTE NORDESTE
Itacoatiara AM Necessidade de pavimentação BR-174. Itaqui MA Necessidade de interligação da ferrovia Transnordestina com a
ferrovia Norte-Sul.
Manaus AM Vias de acesso ao Porto de Manaus.
Pecém e Suape CE e PE Necessidade de finalização da ferrovia Transnordestina.
Itaituba PA Necessidade de pavimentação da via Transportuária em
Miritituba.
Itaguaí RJ Necessidade de duplicação do canal de acesso marítimo. Necessidade de ampliar o canal de acesso ao porto de
RS Paranaguá.
22
PRINCIPAIS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA PORTUÁRIA
VERIFICADOS NA PESQUISA EPL-ANTAQ
AM
CE Necessidade de finalização da
MA
Necessidade de pavimentação da via PA
RN ferrovia Transnordestina
Transportuária em Miritituba
PB
PI
PE
AC
AL
SE
TO
RO
BA
• Necessidade de construção de novo trecho ferroviário para MT
Vias de acesso ao Terminal de Vila Velha
acesso ao porto de Paranaguá.
• Necessidade de nova ligação rodoviária ao porto de GO
DF
Paranaguá. MG
Necessidade de novo acesso ao
• Necessidade de construção de viadutos e trincheiras para Porto do Rio de Janeiro.
aumentar velocidade nas vias de acesso ao porto de ES
Paranaguá.
MS
Necessidade de duplicação do canal de
acesso marítimo.
SP RJ
23
CARTEIRA DE PROJETOS DE PARCERIAS PARA PORTOS
Porto de Santana/AP
Terminais de Granel Vegetal (MCP02) Porto de Vila do Conde/PA
Investimento: R$ 41,35 milhões Terminais de Granéis Minerais (VDC10)
Investimento: R$ 423 milhões
Terminais Granéis Líquidos (VDC10A)
Investimento: R$ 148 milhões
RR
AP
Santana
Porto de Itaqui/MA
Terminais de Granéis Líquidos (IQI03; IQI11; IQI12 e IQI13)
Terminal Investimento: R$ 106,5; R$ 133; R$ 177 e R$ 178 milhões
VDC12
Belém
Terminal VDC12
São Luis
Santarém Terminais Porto de Mucuripe/CE
(BEL02A;BEL02B;
BEL04;BEL08; BEL09)
Fortaleza Terminal de Granel Sólido (MUC01)
AM Itaituba Macau Investimento: R$ 47,7 milhões
Marabá Açailândia CE Natal
MA
PA
RN
Carajás Terminais
Crato (AE10;AE11;AI01) Porto de Areia Branca/RN
PB João Pessoa
PI Salgueiro
Recife
(Terminal Salineiro TERSAB)
PE
AC Barreiras Investimento: R$ 165 milhões
Juazeiro AL Terminal MAC10
SE Maceió
Porto Nacional TO
RO Porto Real do Colégio Porto de Cabedelo/PB
Aracaju
Sinop
Terminal pesqueiro de Cabidelo/PB
BA Investimento: R$ 5,5 milhões
MT Salvador
Água Boa Cae té
Mara Rosa
Ilhéus
GO Brasília
Porto de Maceió/AL
DF Terminais (MAC10 e MAC13)
Rondonópolis Anápolis MG Investimento: R$ 12,7 e R$ 55,7 milhões
Goiânia Montes Carlos
Pirapora
Gov.
Valadares
Araguari ES
Corumbá Belo Porto de Aratu/BA
Estrela Horizonte Terminal VIX30
PROJETOS MS
Campo Grande d’Oeste Terminais (ATU12 e ATU18)
Vitória Investimento: R$ 245 e R$ 120 milhões
Panorama
Leiloados Pres. Epitácio
SP RJ Campos
Barra Mansa
Porto de Vitória/ES
Qualificados Ponta Porã
Cianorte São Paulo Santos
Rio de Janeiro
Desestatização CODESA
Cascavel
PR
Terminais STS13A; STS20; STS14; STS14A
Investimento: R$ 1 bilhão
Curi ba
Porto de Paranaguá/PR
Ferrovias Concedidas Terminal PAR 12
SC
Terminal PAR01 Porto de Santos/SP
Ferrovias Qualificadas Sta. Rosa
Imbituba Terminais (STS08 e STS08A)
São Borja
Investimento: R$ 265 e R$ 792 milhões
Ferrovias Inves mento Cruzado RS Cruz
Alta
Criciúma
Itajaí
Uruguaiana
Porto Alegre
24
PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELO BR DO MAR NA
NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM
O Projeto de Lei nº 4199/2020, denominado “BR do Mar” é uma iniciativa do Aumentar a oferta
01
Ministério da Infraestrutura e tem como objetivos principais incentivar a cabota- de navios de
gem no país, por meio do incremento da oferta, incentivo à concorrência e a cabotagem
competitividade, redução de custos logísticos, expansão de rotas e equilíbrio
da matriz de transportes brasileira.
25
PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELO BR DO MAR NA
NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM
Uma das principais mudanças propostas no Programa BR do Mar é possibilitar Outra inovação trazida pelo PL, relativa a mão de obra nacional, é a obrigatorie-
a expansão das operações de cabotagem e, consequentemente, a entrada de dade de disponibilizar vagas para estágio embarcado aos alunos egressos de
novas empresas. Ao possibilitar que as EBNs, que não possuem embarcações cursos do sistema de ensino profissional marítimo nas embarcações brasilei-
próprias, afretem embarcações, amplia-se a entrada de novos investidores no ras e estrangeiras afretadas. Essas exigências resultarão no aumento de
setor e extingue os dispêndios de recursos com a aquisição de frota própria postos de trabalho para os marítimos brasileiros.
(menor CAPEX). A Empresa Brasileira de Investimento na Navegação (EBN-i)
terá por objeto constituir frota e fretar essas embarcações para empresas A suspensão total do pagamento de alguns tributos federais às empresas em
brasileiras ou estrangeiras de navegação. regime de admissão temporária para operar no transporte e cabotagem, agora
estabelecida em Lei, traz mais segurança jurídica a essas empresas, uma vez
É importante destacar que, juntamente com a criação da EBN-i, o programa que a Instrução Normativa da Receita Federal que já prevê essa prerrogativa
também propõe medidas de incentivo para que as EBNs possuam frota própria. de isenção.
O equilíbrio entre essas possibilidades de operação tem como objetivo a oferta
de um serviço regular de cabotagem. Por fim, outro ponto que merece destaque é a possibilidade de utilizar meios
eletrônicos para comprovar a entrega e o recebimento de mercadorias. Essa
O BR do Mar, ao fixar que a tripulação seja composta por, no mínimo, 2/3 de iniciativa reduz a burocracia e dá agilidade aos processos realizados nos
brasileiros – nos afretamentos a tempo, viabilizada com a estratégia da subsi- portos.
diária estrangeira – amplia a oferta de empregos na navegação. Atualmente,
boa parte dos afretamentos a tempo é realizado apenas com tripulação estran-
geira, visto que algumas empresas têm preferências por determinadas nacio-
nalidades.
26
PRINCIPAIS MUDANÇAS PROPOSTAS PELO BR DO MAR NA
NAVEGAÇÃO DE CABOTAGEM
IMPACTOS ESPERADOS
O programa BR do Mar tem entre seus objetivos o aumento em até 40% no Ressalta-se ainda que a presença de frota estrangeira no Brasil permite que a
número de embarcações destinadas à cabotagem, transportando até 2,7 indústria naval nacional possa dedicar-se à sua vocação de reparação e
milhões de contêineres/ano em 2022. A flexibilização das regras de fretamento manutenção, trabalhando agora com volumes de encomendas maiores,
trará ao setor de cabotagem a possibilidade de ampliar o acesso a uma frota podendo diluir os custos e aumentando sua competitividade. O maior volume e
mais moderna com custos significativamente inferiores aos necessários para a o contato com embarcações mais modernas permitem que a indústria desen-
aquisição de novas embarcações e com menores custos operacionais. O volva tecnologia para atender esta demanda adicional, fomentando os investi-
aumento da frota disponível também trará benefícios para a competição, mentos e gerando emprego e renda.
promovendo a melhoria dos serviços, aumento da oferta e redução nos valores
de frete.
Outro ponto a ser destacado é o impacto nas Além do benefício ambiental, inclui-se tam-
emissões de poluentes. O fator de emissões bém a economia em fretes. Atingir 2,7 milhões
de gases de efeito estufa da cabotagem é de de contêineres transportados por cabotagem
8gCO 2 /TKU enquanto a média do modo representa uma economia de até R$19 bilhões
rodoviário é de 52gCO2/TKU. Desta forma, quando comparado ao modo rodoviário, um
estimular o uso da cabotagem significa expressivo ganho de competitividade para o
também que a sociedade colhe benefícios setor de transportes brasileiro.
ambientais, além dos econômicos, com uma
redução de aproximadamente 85% na emis-
são de gases de efeito estufa. Desta forma,
atingir a meta de transportar 2,7 milhões de
contêineres por cabotagem significa a
economia de até 5 milhões de toneladas de
CO2 que deixarão de ser emitidas em 2022.
27
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização de todo o potencial da navegação de cabotagem é estratégico para A EPL estima que, caso o BR do Mar seja aprovado, ocorra uma redução de
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o Brasil e a implementação do Programa BR do Mar apresenta diretrizes para mais de 15% nos custos operacionais da cabotagem na medida em que as
tornar esse modo transporte mais eficiente. O estímulo à competitividade com a embarcações afretadas autorizadas para a cabotagem forem submetidas ao
entrada de novas empresas, maiores oportunidade de trabalho para os maríti- regime de admissão temporária, sem registro de declaração de importação, e
mos brasileiros e a redução da carga tributária, são algumas das inovações do com suspensão total do pagamento do imposto de importação, do imposto
projeto de lei, de maneira a impulsionar a multimodalidade da cadeia de logísti- sobre produtos industrializados, do PIS/Pasep-Importação, Cofins-
ca brasileira, além de promover a competitividade das mercadorias nacionais e Importação, Cide-Combustíveis e AFRMM. Além disso, custos com seguros de
contribuir para a redução da emissão de poluentes. carga, riscos de avarias etc, também contribuem para a redução do custo.
A navegação de cabotagem é um modo de alta capacidade e permite a cone- nas rotas de grandes distâncias, não competindo diretamente com o modo
xão de portos dentro de um mesmo país, contudo a sua vantagem é verificada rodoviário.
6. https://ontl.epl.gov.br/publicacoes/artigos-tecnicos/
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
R$ 2,00 R$ 2,00
Cabotagem
R$ 1,50 R$ 1,50
R$ 1,00 R$ 1,00
R$ 0,50 R$ 0,50
R$ 0,00 R$ 0,00
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500
RODOVIÁRIO RODOVIÁRIO
É importante destacar o transporte de cabotagem não acontece sozinho. O atendendo um maior volume de carga em um menor tempo, sendo mais
transporte rodoviário continuará atendendo a demanda, agora de forma vantajoso para o transportador rodoviário. Assim, o aumento da eficiência
complementar a cabotagem, levando a mercadoria da origem ao porto e do logística no setor de transporte gera mais demanda e, consequentemente,
porto ao consumidor final. Porém, agora realizando rotas mais curtas e mais oportunidades de crescimentos em toda a cadeia.
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