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(Continuação)
O IMPÉRIO
De 1822 a 1825
"A
ii espaço de 13
permanencia, por
anos, da sede do Governo do Reine
real situação dos oficiais portugueses Por essa razão, vieram da Inglater-
no País, à ra 437 marujos, obtidos através dos
que permaneceram quanto
fidelidade à nova pátria. esforços pessoais de Caldeira Brant,
velame. Foi rebatizada com o nome Consta ter D. Pedro esculpido o seu
I
Fragatas I — Ipiranga (ex-Vniao)
Real Carolina
Brigue-Transporte I — Liguri
Fragata — Tetis
Escunas — Oriental
Maria Thereza
Luiz de Camdes
D. Alvaro de Costa
Maria Izabel
Izabel Maria
Infante D. Sebastiao
Barca — n? 2
j
Pedro I 50 tripulantes
Barcos Armados D.
de Julho 88 tripulantes
25
67 tripulantes
D. Januária
62 tripulantes
D. Paula
70 tripulantes
Presa
de S. Francisco 65 tripulantes
Vila
68 tripulantes
D. Leopoldina
— da Glória 20 tripulantes
Canhoneira D. Maria
— 109 tripulantes
— Cachoeira (ex-Lusitana)
Escuna
diante de um portugueses.49
Agindo com prudência
Em de de 1823,
forte, soube apro- princípios janeiro
inimigo muito mais
contava a Marinha com a seguinte
veitar as virtudes de seus pequenos
força naval sediada no Rio de Ja-
navios, realizando incur-
periódicas
neiro:
I
Nau —Pedro
de Freitas)
(ex-Martim
I — Ipiranga (ex-Uniao)
Fragatas '
Real Carolina
1 — Niteroi (ex-Sucesso)
da Gloria
Corvetas —Maria
Liberal (ex-Gaivota)
Cacique
Brigues '
(ex-Reino Unido)
|
Real Pedro
Guarani
Rio da Prata
\ Brigue-Escuna —
(tx-Leopoldina)
Escuna — Cossaca
92 REVISTA MARÍTIMA BRASILEIRA
março.
A Real Carolina, Aviso de 12
pelo
prado a Brown Watson pela março de 1823, bem como dos ofi-
quantia
de 300 contos de réis. Era o Mercan- ciais e marinheiros contratados, guar-
pois foi comprado pelo Imperador o cia, constituída dos seguintes navios:
— Capitania
— Liberal — 20 canhoes
de abril, a Fragata Niterói, sob o co- ra, imediato, escreveu esse longo
que
mando do Capitão-de-Fragata John e notável cruzeiro, e Joaquim Mar-
(Continuação)
De 1826 a 1855
de 96 vasos de de todos os
guerra
52
tipos, artilhados com 690 canhões.
"bem
Nessa época tínhamos em serviço de", fazia a seguinte ressalva:
ativo 76 navios com 975 de cumpre não esquecer o custeio
peças que que
artilharia e 8 414 homens de e conservação dos barcos de vapor
guarni-
ção; em reparo se encontravam 15 custam mais o dos navios ordi-
que
embarcações e em construção nos ar- nários das mesmas dimensões,
que
senais, 9 navios, perfazendo um total aliás montar muito maior nú-
podem
de 100 unidades. Era o mais mero de 54
alto bocas de fogo."
guay, nunca saiu do domínio burocrá- A força naval ficou assim consti-
tico para a realidade. O mesmo Minis- tuída:
tro Vieira Tosta, depois Barão de
Corvetas — Uniao
A história tem mostrado, desde essa
*
Navios de propulsão a vapor.
AS FORÇAS NAVAIS BRASILEIRAS 133
BIBLIOGRAFIA
p. 8.
31. SILVA, Theotônio Meirelles. Apontamentos para a História da Marinha de Guerra
Brasileira. Rio de Janeiro, 1882, p. 9.
33. BOITEUX, Lucas Alexandre. A Marinha Imperial e outros Ensaios. Rio de Janeiro,
Imprensa Naval, 1954, p. 33-4.
41. CAMINHA, João Carlos Gonçalves. Formação da Marinha Imperial. In: Navigator.
Subsídios para a História Marítima do Brasil, n" 10, dez., 1974, Rio de Janeiro,
Serviço de Documentação Geral da Marinha, 1974, p. 19.
(continuação)
De 1856 a 1889
tanto, nove não eram considerados naval atualizada nas modernas técni-
dos uma corveta, um brigue, uma ca- uma defesa eficaz garanta os ci-
que
nhoneira 61 dadãos amantes de sua
a vapor e um transporte." pátria."63
vios assim constituída: três corvetas a 1869, dos seguintes navios: três En-
Afonso e Forte de Coimbra; uma Cor- dispunha de mais de 70% de seu to-
curu, Golfinho, General Osório, Gene- Mato Grosso com cinco Canhoneiras
Quadro VI.
Belmonte
Contudo, verificar nesse
Jequitinhonha podemos
mesmo o expressivo número
Beberibe quadro
de navios com menos de dez
Parnaiba jovens,
anos. Somente o Arsenal de Marinha
Itajai
do Rio de Janeiro construiu doze na-
ragua'a
Canhoneiras A vios no de 1865 a 1875,
período por-
Ipiranga
tanto, mais de um ano, além de
Araguari por
se encontrar com o Cruzador Par-
Iguatemi
naíba na carreira. Por outro lado,
Mearim
foram adquiridos 14 novos navios no
Ivcd
estrangeiro, sete na França e sete na
Maracana
Grã-Bretanha.
Taquari
Em a acentuada redução
que pese
Transportes Peperiagu brasileira, a renovação
da força naval
IguaQU.
dos meios flutuantes foi expressiva,
72 REVISTA MARÍTIMA BRASILEIRA
te, aberto em rocha viva e ao lado O Quadro VIII apresenta uma re-
Em 1880, a nossa força naval era meiro Chefe foi o Barão de Jaceguai.
do mesmo a comprometer a sua ima- marinheiros afetos aos mais duros la-
pessoal capaz, bem como forçaram o rida, mas sem o mesmo preparo para
desenvolvimento de todas as ativida- a náutica.
profissão
des inerentes à das forças
preparação Contudo, fato notável merece
que
navais. Ademais, a constante inter- destaque é cerca de 45% dos ca-
que
venção da Marinha nas muitas discór-
e primeiros-tenentes da
pitães-tenentes
dias ocorridas no nosso País, certa- Armada se encontravam na área de
mente concorreu o estado de
para combate e mais de 80% dos se-
que
prontidão, tão necessário a uma for- também estavam en-
gundos-tenentes
ça armada. na luta. Isto fez com toda
gajados que
Certamente foram muitcs os erros essa geração de oficiais, cujo protóti-
cometidos. Mas, indiscutivelmente, os foi Saldanha da Gama e con-
po que
acertos sobrepujaram ou- tou com Von Hoonholtz, Felinto Per-
quaisquer
tros desvios ou falhas, de modo ry, Castro e Silva, Marques Leão,
que
o saldo legado se tornou em lição Custódio de Melo e Wandenkolk, ini-
que
merece ser aprendida. ciasse sua carreira na Marinha debai-
"Quando
Davi saiu a campo com o gigante, ofereceu-lhe
Saul as suas armas, mas ele não as quis aceitar. Com armas
alheias ninguém pode vencer, ainda que seja Davi. As ar-
mas de Saul só servem a Saul e as de Davi, a Davi, e mais
aproveita um cajado e a funda própria que a espada e a
lança alheia."
(continuação)
A REPÚBLICA
De 1889 a 1935
Silvado Guanabara
o Gloria
guardando
do Rio Bittencourt
Torpcdeiras J01"1?
de Janeiro
Sabino V ieira —
ficou A imore
guardando
Porto Vapores Vitoria
o do Rio
de Janeiro 79
Transportes Itabira
Itauna
A Esquadra Revoltosa compreen- Itacolomi
Tramandai
dia 42 navios, varios
incluindo mer-
Curitiba
cantes armados. Ondina
A sua constituigao
Penedo
era a seguinte:
Uniao
Oceano
Industrial 80
Javari
Encourayados Sete de Setembro
Esses dois anos de convulsão inter~
A quidaba
na, 1893-1895, não só dividiram a
Marinha como, inter-
principalmente,
Re publico romperam as atividades referentes à
Cruzadores de ago Tamandare
construção de navios de Em
guerra.
de navios de invento 94
ça origem externa. A o brasileiro."
Latina. 96 o
Mas seria necessário
que
Brasil efetuasse compras freqüentes
acontecimento marcou
que profunda-
mente a visita do nosso navio-escola A 26 de outubro de 1917 o Brasil
Bahia n? 2
Contratorpedeiros Piaui n? 3
Rio Grande do n° 4
Norte
Paraiba n"? 5
Cruzador-Auxiliar Belmonte n° 6
terceiro dia de viagem, foi avistado ções, tive sob as minhas ordens,
que
um submarino CT Rio Grande os brasileiros só me causaram satis-
pelo
103
do Norte, o atacou decisivamen- fação."
que
te.101 A DNOG regressou ao Brasil em
"A
façanha do afundamento des- 23 de maio de 1919, atracando no
se submarino, reconhecido e consta-
Recife, e logo após, a 9 de junho,
tado pelo Almirantado Britânico, é
chegava ao Rio de Janeiro. Ainda
com inteira justiça atribuída ao CT
nesse mês de junho a DNOG é des-
Rio Grande do Norte, soube al-
que,
feita.
vejar a torreta, enquanto visível, com
"Os
marinheiros da Divisão Naval esforços pesados do pessoal
querendo
100
em Operações de Guerra sem exce- e correndo riscos perigosos.
Alencar, em relatório
seu para o ano
Além da DNOG, a contribuição do
"a
Brasil de 1918, alegava Esquadra
o esforço de guerra dos que
para
o Brasil possui satisfez, parcial-
Aliados foi representada outros que
por
meios, mente, ao tempo de sua formação, ao
como:
problema político do País. . mas
a) Envio, à Inglaterra, de um gru- "a
que mal poderia manter inviolabi-
po de aviadores navais destinados a
lidade da costa e a garantia dos mares
treinar cooperar com a Royal Naval
e territoriais" época não ha-
(naquela
Air Service -logo depois, através da
víamos ainda incorporado o mar de
fusão com a Royal Flying Corps, 107
200 milhas). Propunha o Almi-
transformada RAF —
na valente
rante Alexandrino adquirir no exte-
Royal Air Force;
rior, mesmo sabendo nenhum país
que
b) envio, o francês, de fornecer, um cruzador tipo
para front poderia
uma Missão Médica Especial, chefia- scout de 4 500 t., cinco destroyers de
trinta mil t.
c) afretamento, à França, de
(continuação)
De 1936 a 1955
incerto.
A da ascensão do Almirante
Lafayette Pinto partir
Paulo
Henrique Aristides Guilhem como Mi-
Capitão- de-Fragata
nistro da Marinha, foram iniciados os
estudos a elaboração
primeiros para
de um de renovação da Es-
programa
é bem verdade a primei-
quadra, que
ra intenção foi dotar a nossa Força
Em 15 de de 1932, o Minis-
junho
tro da Marinha, Almirante Aristides
2 688 navios entregues a nossa guar- lhas defensivas e, mais tarde, depois
da. Ademais, "arrancamos ao oceano de declarada a guerra, a primeira a
472 vidas de homens que nele se de- lançar-se em operações ofensivas;
batiam, náufragos de navios torpedea- além de ativa durante todo o período
dos ou de aviões caídos ao mar." 122 de guerra, seus esforços precederam e
A Marinha Mercante Brasileira so- procederam a esse período, pois, ainda
íreu, no período de 14 de fevereiro em setembro de 1945, seus navios se
de 1942 a 23 de outubro de 1943, a mantêm no meio do Atlântico, em
Perda de 31 navios, totalizando posições determinadas, espaçadas de
133 587 toneladas, dos quais 20 do quatrocentas milhas uma das outras,
Lóide Brasileiro. Dentre 1 734 tripu- formando, assim, extensa ponte de
lantes e 758 passageiros, morreram ou navios, ponte sobre a qual transitam
desapareceram dos primeiros 469 e incessantemente, dia e noite, aviões
dos últimos 502, num total de 971 americanos que, partidos da Europa
Pessoas.123 e de regresso aos Estados Unidos,
atravessam o Atlântico na direção Da-
A Marinha perdeu três navios, um
car—-Natal." 125
Por torpedeamento, outro por expio-
são e o terceiro por acidente no mar. Após o término da guerra, a Força
O Navio-Auxiliar Vital de Oliveira foi Naval Brasileira possuía navios novos
torpedeado em 19 de julho de 1944, e modernos e cerca de 20 unidades
Perecendo 99 pessoas; a Corveta Ca- construídas no País, número já bas-
tnaquã afundou próximo a Recife em tante expressivo. Ademais, encontra-
21 de julho de 1944, morrendo 34 vam-se em construção seis contrator-
homens, entre eles o seu comandante, pedeiros da classe A e seis caça-sub-
o Capitão-de-Corveta Gastão Montei- marinos de casco de madeira da classe
ro Moutinho; finalmente, o Cruzador Piranha. Tal fato garantia a renova-
Bahia, após uma explosão, afundou ção e abria perspectivas de fortaleci-
em 4 de julho de 1945, morrendo 333 mento da nossa Força Naval.
Pessoas, inclusive o seu comandante, Esse legado impressionante, fruto
o Capitão-de-Mar-e-Guerra Garcia da dedicação e idealismo da adminis-
D'Ávila Pires de Carvalho e Albu- tração firme e pragmática do Almi-
querque. O total de mortos, nesses rante Guilhem, não foi compreendido
três naufrágios, elevou-se a 466, nú- nem teve seguidores capazes de dar
mero equivalente às perdas sofridas continuidade ao trabalho iniciado.
Pela FEB — Força Expedicionária Nova guinada de 180° foi dada, vol-
Brasileira — em toda a Campanha da tando-se ao rumo semelhante à pri-
Itália, meira década do século. Evidente-
que foi de 470. Deste total, 364
foram mortos em combate, 60 aciden- mente, a lição não havia sido apren-
tados, 9 por doença, 4 afogados e 6 dida.
Por causas diversas. A comparação A Marinha resolveu então formu-
desses dados evidencia o valor real lar seus programas baseados na aqui-
das perdas humanas sofridas pelo sição de navios no exterior. Talvez
Brasil com a Campanha Submarina tentada pelas facilidades apresentadas
no Atlântico.124
pelos Estados Unidos da América,
Como bem observa o Almirante através de seus programas logísticos,
Carlos Penna Botto, a Marinha do a Administração Naval abandonou
Brasil "é a primeira Força brasileira não só a construção naval mas prin-
mobilizada, a primeira a iniciar patru- cipalmente o desenvolvimento das in-
122 REVISTA MARÍTIMA BRASILEIRA
(FINAL)
A de 1956 se abriu o
partir para
Brasil a escalada do desenvolvimento.
desenvolvimentista se iniciava.
que
"Acredita
resolveu a França, adotando a mulou a seguinte
poli- pergunta:
tica das canhoneiras, enviar um navio será contemporâneo de uma forte
que
de dar aos seus Esquadra e de Forças Navais real-
guerra para proteção
pescadores. mente brasileiras?" Responderam ne-
"
Exportagoes — 1 654,0 "
Importagoes 1 "
441,2 "
Fonte: CACEX.135
Forças Navais. Mais uma vez, rende- aglutinação de três fatores: conheci-
mos a nossa homenagem a esses he- mento, vontade e tempo. Se não nos
róis das pranchetas e carreiras. falta o conhecimento, ur-
precsamos
Como marco final de uma era inve- gentemente ativar a vontade,
para
o lançamento do Cruzador Ta- novamente termos a mentalidade ma-
jável,
mandaré, em 1890, o maior navio de rítima sedimentada, indispensável
para
conservar uma frota eficiente e dura- dade material, se não persegue opções