ACAA 4 – Conforto Ambiental Acústico

Professora Juliana Bechara Saft

Gislaine de Souza Alves SP 3100014

Relatório Sala São Paulo

FICHA TÉCNICA Tipo de obra: Centros Culturais
Tipologia: Educação e Cultura
ESTAÇÃO JÚLIO PRESTES
Materiais predominantes: Drywall /
Projeto: 1925 - 1938
Madeira
Arquitetos: Christiano Stockler das
Diferenciais técnicos: Automação /
Neves, Samuel das Neves
Eficiência Acústica
Sistema Construtivo: Concreto
Projeto de Climatização e Ar-
Ano: 1938
condicionado: SPM Engenharia - Eng.
Local: São Paulo, Brasil
Sérgio Moraes
Estilo Arquitetônico: Arquitetura eclética
Projeto de Fundação: MG&A - Eng.
Tombamento:
Mauri Gotlieb
CONDEPHAAT (1999)
Projeto de Interiores: Dupré Arquitetura
IPHAN (2000)
& Coordenação
CONPRESP (2021)
Projeto de Paisagismo: Dupré Arquitetura
& Coordenação
SALA SÃO PAULO RESTAURO
Projeto e/ou Consultoria de Acústica:
Início do projeto: 1997
Acústica e Sônica Consultores em Acústica
Escritório: Dupré Arquitetura &
- José Augusto Nepomuceno
coordenação
Restauro de Edificações: Dupré
Área construída: 58134 m²
Arquitetura & Coordenação

HISTÓRIA DO LOCAL

No Brasil no século XIX o café tornou-se o produto mais importante da economia

brasileira e seu cultivo expandiu-se rapidamente em direção ao oeste paulista. A primeira
estrada de ferro de São Paulo propunha a transposição da Serra do Mar pela interligação
ferroviária de Santos a Jundiaí. A estrada foi construída em 1867, mas por empresas de
capital ingleses que, em troca, obtiveram do Governo Brasileiro o monopólio do
transporte ferroviário na Serra do Mar. Fundou-se assim a São Paulo Railway Company
que, no controle do trecho mais importante para o transporte do café, não se interessava
pela ampliação de seus serviços. O projeto de construção desse transporte ferroviário
passou por problemas administrativos e crises que forçaram que sua administração
passasse do controle de empresas privadas para o Estado algumas vezes. Em 1919 a
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Sorocabana voltou a ser controlada novamente pelo Estado de São Paulo passando a se
chamar Estrada de Ferro Sorocabana. No período de 1938 mais alguns longos trechos
foram construídos, inclusive a Estação Júlio Prestes também foi inaugurada neste mesmo
ano. (São Paulo, 2023)

RESTAURO

A construção da Estação Júlio Prestes, foi iniciada na década de 1920 e interrompida na

década seguinte, permanecendo incompleta com o uso do edifício pela metade. Os
usuários das linhas de trem dispunham apenas do concourse para uso coletivo, e os
escritórios da companhia ferroviária abrigavam-se ao redor do grande pátio central.
Enquanto isso, por 50 anos, a cobertura desse pátio – o Grande Hall central, um lugar de
espera imponente para todos os públicos – nunca chegou a ser concluída. A incompletude
da estação foi fundamental para que a estação ferroviária deixasse de ter seu uso inicial e
passasse a ser sede da Orquesta Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). A estação faz
parte da linha 8 diamante da CPTM e ainda abriga a sede da Secretaria de Cultura de São
Paulo e, desde 1999, a Sala São Paulo é uma casa de concertos. (Galeria da Arquitetura,
2023).
O projeto de restauro ficou na incumbência do escritório Dupré Arquitetura tendo seu
início em 1997 para adequação do uso para a orquestra. Os desafios de transformar uma
estação de trem em um espaço que tivesse as características de uma sala de concerto foram
grandes.

De acordo com José Nepomuceno “A geometria da Sala, a disposição dos balcões, o

desenho das frentes dos balcões, o posicionamento do palco, a inexistência de carpetes
ou cortinas, a espessura da madeira do palco, o desenho das poltronas, paredes pesadas,
as irregularidades da arquitetura eclética do edifício existente compõem na Sala São Paulo
um importante elenco de pequenas contribuições absolutamente fundamentais para a
qualidade do seu clima acústico.” (São Paulo, 2023). Abaixo é possível observar a
tipologia do prédio adaptada para o uso de uma sala de conserto:
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Imagem 01: Planta Sala São Paulo – projeto de restauro

Fonte: Dupre Arquitetura (2023)

Imagem 02: Corte Tranversal Sala São Paulo – projeto de restauro
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Fonte: Dupre Arquitetura (2023)

A visita realizada na sala que possibilitou observar os materiais que compõe o local foi realizada
no dia 22/10 em um dos matinais da Sala: Percorso Ensemble, um núcleo artista que promove
repertórios do século XX e contemporâneos.

Nesta visita foi possível observar a seleção de materiais para o espaço. Em relação a esta escolha
de materiais é como Nepomuceno mencionou na citação acima, o ambiente possui madeiras
no forro, cadeiras e piso.

Imagem 03: Fotografias gerais do local

Fonte: Acervo pessoal (2023)

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Os assentos possuem tecidos, bem como os vitrais são forrados de tecido, muito para
preservar os vitrais que podem ser vistos a partir do lado de fora da sala, e as demais
partes da estrutura são de concreto da própria estrutura.

Os forros acústicos são um diferencial do espaço, eles possibilitam regular o volume de ar da sala,
através das diferenças de alturas tanto no palco quanto na platéia, possibilitando se adequar ao
tipo de concerto e qual a sensação que se busca despertar nas pessoas com as peças. A escolha
desses painéis, como consta no site do arquiteto responsável pelo restauro, não só foram técnicas
como estéticas também permitindo a preservação da integridade arquitetônica das fachadas do
antigo pátio, garantindo a possibilidade de usufruir de seus belíssimos vitrais. (Dupré Arquitetura,
2023). Além dos forros que corroboram para a acústica os balcões que são apoiados nas colunas,
tanto o material quanto o desenho do material, são soluções acústicas para o espaço, que tem sua
forma convexa que reflete o som entre 1,6s e 1,8s para poder formar um corpo de som de toda a
orquestra. (Folha de São Paulo, 2023)

Imagem 04: Fotografias gerais do local

Fonte: Acervo pessoal (2023)

Os painéis que se deslocam possibilitam que o volume de ar na sala seja quase que o mesmo
volume de ar que está na parte técnica logo acima do forro. (Folha de São Paulo, 2023) Para que
o projeto fosse bem sucedido toda a arquitetura interna tinha que estar isolada da parte externa.
Este é um projeto muito bem sucedido acusticamente, pois a sala possui status de uma das
melhores salas de concerto do mundo, um exemplo de que o arquiteto com poucos materiais e
conhecimentos técnicos sólidos conseguem criar projetos de excelência para que a sociedade
possa dar usos novos a edificações que possam estar em estado de desuso ou obsoleto de algum
modo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARQUIVO.ARQ. Estação Júlio Prestes. Disponível em: https://arquivo.arq.br/projetos/estacao-
julio-prestes. Acesso em: 12 nov. 2023
DUPRE ARQUITETURA. Sala São Paulo – Estação Júlio Prestes. Disponível em:
http://www.duprearquitetura.com.br/julio-prestes.htm. Acesso em: 11 nov. 2023
FOLHA DE SÃO PAULO. Sala São Paulo: como dois arquitetos brasileiros criaram uma das
melhores salas de concerto do mundo. Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=nJf7m2wjGWQ. Acesso em: 12 nov. 2023
GALERIA DA ARQUITETURA. Sintonia Fina – Sala São Paulo. Disponível em:
https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/dupre-arquitetura-coordenacao_/sala-sao-
paulo/1357 Acesso em: 11 nov. 2023
SÃO PAULO. Sala São Paulo Governo do Estado de São Paulo. Acústica – O Projeto Acústico.
Disponível em: http://www.salasaopaulo.art.br/paginadinamica.aspx?pagina=acustica. Acesso
em: 11 nov. 2023.
SÃO PAULO. Sala São Paulo. Governo do Estado de São Paulo. História. 2023. Disponível em:
http://www.salasaopaulo.art.br/paginadinamica.aspx?pagina=historia. Acesso em: 11 nov. 2023.