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DESINDUSTRIALIZAÇÃO E INOVAÇÃO NAS METRÓPOLES

BRASILEIRAS: EVIDÊNCIAS E ALTERNATIVAS

WILHELM E.M.A. MEINERS1

Resumo

O processo de desindustrialização precoce que atinge a economia brasileira, resultante tanto


dos desequilíbrios macroeconômicos e institucionais do país, foi agravado, nos últimos anos, em
razão da prolongada estagnação econômica. Este artigo busca aprofundar como este fenômeno
de desindustrialização e mobilidade territorial do capital atinge de forma desigual a rede urbana
brasileira, com olhar específico sobre as metrópoles O objetivo é evidenciar e caracterizar o
processo de desindustrialização metropolitana, seja decorrente da relocalização interna ou do
encolhimento relativo e absoluto da atividade industrial.
Os dados analisados permitem concluir que, não se pode generalizar, pelo menos durante a fase
de expansão do ciclo econômico, a ocorrência conjunta, dos processos de metropolização
contemporânea com a desindustrialização, pois este último comportamento está mais presente
em alguns polos e, em quase todos os casos, à exceção de São Paulo, ocorre um processo de
perda relativa da importância da indústria, mas não de perda absoluta. E mesmo no caso de São
Paulo, estaria presente um processo de desindustrialização progressiva, propiciado tanto pela
relocalização da indústria para outras porções territoriais mais aptas, como uma reestruturação
produtiva conduzida por setores inovadores, sobretudo do terciário superior.

Palavras-Chaves: Desindustrialização, Metropolização, Concentração e Dispersão.

Abstract

The process of early deindustrialization affecting the Brazilian economy, resulting both from the
country's macroeconomic and institutional imbalances, has been aggravated in recent years by
the prolonged economic stagnation. This article seeks to deepen how this phenomenon of
deindustrialization and territorial mobility of capital unequally affects the Brazilian urban network,
with a specific look at the metropolis The objective is to highlight and characterize the process of
metropolitan deindustrialization, whether due to internal relocation or relative shrinkage and
absolute of industrial activity.
The data analyzed allow us to conclude that it is not possible to generalize, at least during the
expansion phase of the economic cycle, the joint occurrence of the processes of contemporary
metropolization with deindustrialization, since the latter behavior is more present in some poles
and, in almost all cases, with the exception of São Paulo, there is a process of relative loss of
importance of the industry, but not of absolute loss. And even in the case of São Paulo, there
would be a process of progressive de-industrialization, favored both by the relocation of the
industry to other more suitable territorial areas, and a productive restructuring carried out by
innovative sectors, especially the higher tertiary sector.

Keywords: Deindustrialization, Metropolization, Concentration and Dispersion.

1 - Introdução
Este artigo tem como propósito evidenciar e caracterizar o processo de
desindustrialização metropolitana, na atual década, seja decorrente da

1
Economista e Mestre em Desenvolvimento Econômico. Docente da Escola de Negócios da Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (PUCPR) e doutorando no Programa de Pós-Graduação em Geografia
da Universidade Federal do Paraná (PPGGEO/UFPR).
relocalização interna ou do encolhimento relativo e absoluto da atividade
industrial. Utiliza os dados das Contas Regionais do IBGE, apurados para as
metrópoles dos principais arranjos populacionais brasileiros. Também busca
perceber como novos fatores locacionais atuam impulsionando as atividades
industriais pelos diferentes compartimentos metropolitanos. Em um processo de
metropolização contemporânea que combina a concentração e dispersão,
conforme Lencione (2017, p.92), a indústria busca condições logísticas, terrenos
livres e bolsões de força de trabalho que não são dispersos de forma homogênea
no território metropolitano, mas configuram uma fragmentação que destaca as
“ilhas de urbanização” e “ilhas de produtividade” com condições privilegiadas
para receber investimentos com demandas espaciais seletivas.
A conclusão do estudo revela que a desindustrialização absoluta, ou
mesmo relativa, não se evidencia, em todo o período analisado, para o conjunto
das metrópoles brasileiras e, quando ocorre, é mais evidente nos polos
metropolitanos do que para o restante das áreas metropolitanas, e está
associada à fase recente do ciclo econômico de crise. Assim, a reestruturação
produtiva que caracteriza o processo de desindustrialização precisa ser
reavaliado nos diferentes compartimentos territoriais, pois não ocorre de maneira
homogênea para o conjunto do país, cabendo desenhar políticas de
desenvolvimento regional e setorial distintas para o enfrentamento do menor
dinamismo da indústria nas fases agudas crise e da estagnação econômica.

2 - Desindustrialização e Metrópoles no Brasil do Século XXI


O debate sobre desindustrialização foi iniciado com as evidências de
perda relativa da importância da indústria na estrutura produtiva e nas
exportações das economias avançadas maduras, apresentada por Robert
Rowthorn (1987 e 1997). De acordo com o autor, os países avançados teriam
uma participação industrial com formato de U invertido. Nas fases iniciais de
desenvolvimento, a indústria avança e ganha espaço na estrutura produtiva e no
comércio para o exterior, principalmente das atividades primárias, associado
tanto às revoluções e processos de industrialização, como à própria
urbanização. Esse processo de industrialização também reflete em uma
importância crescente dos serviços, diante de uma demanda maior das
concentrações populacionais urbanas e das empresas manufatureiras. Esse
processo acaba por expandir, diversificar e qualificar os serviços, que ganham
espaço relativo, promovendo deslocamento e redução da importância relativa da
indústria na dinâmica da estrutura produtiva e nas exportações, ocorrendo a
desindustrialização.
Sob sua influência, José Gabriel Palma (2005) analisa como o processo
de desindustrialização “precoce” estaria ocorrendo em economias de
industrialização recente, como na América Latina. A literatura da economia
industrial brasileira, desenvolvida a partir destas análises precursoras, aponta
pelo menos quatro abordagens que procuram analisar e caracterizar o fenômeno
da desindustrialização no Brasil, evidenciado pelo menos desde os anos 19902.
A primeira linha, a Novo-Desenvolvimentista3, evidencia o processo de
desindustrialização, como resultado de um processo de perda de
competitividade, sobretudo nos momentos em que a taxa de câmbio
permaneceu valorizada desde a implantação do Plano Real, como nos períodos
entre 1995-1998, depois 2005-2008 e 2010-2014. A desindustrialização precoce,
observado também em outras economias latino-americanas, seria resultado do
duplo efeito da ascensão da economia chinesa. Por um lado, promovendo a
crescente demanda por commodities agrícolas e minerais, causando um boom
de preços e superávits nas contas externas dos países provedores, como o
Brasil, resultando em maior fluxo de divisas e valorização do câmbio –
semelhante à “doença holandesa”. Por outro lado, pela prática chinesa de
políticas comerciais e industriais estratégicas agressivas, visando expandir seu
mercado internacional de produtos manufaturados, numa conjuntura de maior
abertura econômica e comercial mundial. A valorização do câmbio reduziria a
competitividade, e assim a dinâmica da indústria, gerando primarização nas
exportações e reduzindo a complexidade econômica do país.

2
Para mais detalhes ver Almeida (2012) e Vergnhanini (2013).
3
As principais referências são Nakabashi; Scatolin; Cruz (2007), Bresser-Pereira; Marconi (2008), Oreiro;
Feijó (2010) e Cano (2012).
A segunda abordagem, a Ortodoxa-Liberal4, em um lado oposto à
corrente anterior, também evidencia a desindustrialização, mas decorrente da
ineficiência produtiva da indústria brasileira. A baixa competitividade decorreria
do protecionismo e menor exposição à concorrência internacional, o que explica
o atraso tecnológico e apego da indústria a subsídios e câmbio desvalorizado.
Mas ainda atuam as piores condições sistêmicas de competitividade industrial
(tributação, infraestrutura, mercado de trabalho) – Custo Brasil, além da
instabilidade macroeconômica, associada aos juros altos e déficits públicos
recorrentes (inclusive o previdenciário).
Uma terceira vertente, a Intrassetorial5, evidencia que ocorre a
desindustrialização pela mudança regressiva na composição interna da
indústria, com ganho relativo dos segmentos de menor intensidade tecnológica
e baixo valor agregado em detrimento dos segmentos mais intensivos em
tecnologia e alta agregação de valor. Tal fenômeno seria resultado tanto da
sobrevalorização cambial como da carência de uma política industrial
verticalizada.
Uma quarta ótica, a da Restrição Externa6, indica que a
desindustrialização está dissociada de determinantes históricos-estruturais,
percebendo a importância da substituição e complementariedade das
importações e do nível de investimento. Ocorreria um processo mais amplo de
mudança estrutural da economia brasileira, que conteria a desindustrialização.
O limite dessas abordagens, para nosso propósito, é analisar o conjunto
da indústria brasileira sem compreender as dinâmicas regionais e urbanas
diferenciadas, portanto, sem perceber os distintos movimentos de
industrialização e desindustrialização que possam ocorrer em diferentes porções
do território brasileiro ou mesmo em seus principais centros industriais.

4
Nessa abordagem se destacam as perspectivas de Barros; Pereira (2008), Bonelli; Pessoa (2010),
Schwartsman (2008, 2012) e Pastore; Gazzano; Pinotti (2013).
5
Nessa perspectiva destacam-se Feijó; Carvalho; Almeida (2005), Nassif (2006), Squeff (2012) e IEDI
(2019).
6
Para mais detalhes desta abordagem ver Carneiro (2010) e Cunha; Lélis; Fligenspan (2013).
A industrialização brasileira está historicamente associada à urbanização
e à metropolização. As metrópoles brasileiras, com exceção de Brasília,
apresentaram seu crescimento econômico e urbano dinamizado pela presença
das atividades industriais. A conformação das metrópoles industriais, como
modelo de metropolização brasileira, seguindo a referência do Rio de Janeiro e
São Paulo, é o paradigma predominante que vigorou no país em todo o século
XX.
Seguindo o modelo do U invertido proposto por Rowthorn, a própria
dinâmica dos mercados metropolitanos, suas concentrações populacionais, e
suas externalidades, apontam para uma crescente diversificação produtiva,
favorecendo a concentração de atividades terciárias, principalmente do terciário
superior e com maior intensidade em conhecimento e tecnologia, resultando em
mais um elemento da metamorfose metropolitana.
Porém, este processo não pode ser generalizado para todas as
metrópoles brasileiras e nem para todos os compartimentos metropolitanos. Na
metrópole líquida, estendida na sua área e ocupação e concentrada nas
atividades de maior valor agregado, há uma tendência de deslocamento da
indústria para as coroas e entornos metropolitanos, sobretudo nos municípios
mais integrados e melhor conectados. Lencione, ao analisar a metropolização
de São Paulo, indica:
Por outro lado, o processo de metropolização associado ao de
desconcentração industrial não se desenvolveu de forma contínua; ao
contrário, privilegiou as cidades localizadas junto aos principais eixos
de circulação viária. Além do mais, algumas cidades, não importando
o seu porte, ou seja, quer fossem médias ou pequenas, passaram a
ser integradas diretamente à nova lógica da reestruturação produtiva,
enquanto outras o fizeram apenas indiretamente. (LENCIONE, 2011,
p. 140)

O país observou, em análises onipresentes na literatura regional e


urbana7, um processo de reversão da polarização econômica e industrial da
Região Metropolitana de São Paulo, com sua perda contínua de importância
relativa da indústria desde 1970. Ainda que tenha resultado em
desindustrialização da capital e de alguns municípios do entorno metropolitano,

7
Lencione (2015), Cano (2008) e Diniz (1993) e Azzoni (1986) .
cabe distinguir quanto desse movimento resultou em relocalização industrial,
tanto para o interior do estado, como para outras regiões da “aglomeração
poligonal da indústria brasileira”8, por uma multiplicidade de fatores que
conduziram a atividade industrial para outras regiões, conforme apontado por
Diniz:
Ao lado da reversão do processo de polarização da área metropolitana
de São Paulo, (...) vem ocorrendo a atração exercida por outras regiões
ou áreas do país. Essas estão ligadas a diferentes condições e
características: criação de economias de aglomeração e
externalidades em outras áreas; integração produtiva com as fronteiras
agropecuária e mineral; efeitos das políticas nacionais de
desenvolvimento regional e das políticas estaduais; melhoria da
infraestrutura; disponibilidade de matérias primas; estratégia de
barreiras a entrada ou de ocupação de mercados, entre outras. (DINIZ,
2013, p.19)

Cabe ainda salientar o efeito, sobretudo no período do fluxo de


investimentos internacionais observados a partir da segunda metade dos anos
1990, com a estabilização/abertura/privatização, a desconcentração industrial
induzida por políticas estaduais ativas na competição dos lugares (CANO, 2008),
utilizando instrumentos financeiros e creditícios na política de atração de
capitais. A esse maior dinamismo industrial de outras regiões, ocorre a
reestruturação produtiva da metrópole paulista, com maior presença de setores
dinâmicos associados à financeirização e internacionalização dos ciclos de
capital e aos segmentos intensivos em conhecimento e em alta tecnologia, dada
a concentração das atividades de Ciência, Tecnologia & Inovação (CT&I)
observada no estado de São Paulo e, principalmente, na macrometrópole
paulista. Segundo Tunes,
na escala nacional vemos uma reprodução da lógica capitalista que
reproduz as desigualdades a partir da seleção por parte do capital
inovador dos territórios que estão mais aptos a servir como base para
o processo de acumulação e reprodução do capital inovador.
Entendemos que esses territórios seletivos têm relação significativa
com as atividades relacionadas a ciência e o conhecimento com bases
para o processo de aprendizagem e inovação. (TUNES, 2015, p.303)

Com essa seletividade espacial, o estado de São Paulo concentrava, no


final da década passada, conforme dados trabalhados pela autora, 31,3% das

8
Diniz (1993)
empresas inovadoras do país e a macrometrópole paulista respondia por 73%
delas. Dessa forma, a macrometrópole conforma um território inovador, onde se
encontram condições específicas para o capital inovador, com as condições de
infraestrutura material, como a estrutura de P&D de apoio à inovação, e os
recursos de conhecimento, em especial os circuitos de difusão de
conhecimentos tácitos, a presença de ocupações em CT&I e a associação do
Estado com o capital privado inovador. (Tunes, 2015, Parte III, cap.3).
Assim, a macrometrópole estaria assistindo a um profundo processo de
reestruturação produtiva como território de inovação, que traz embutida a
desindustrialização, conforme apontado na abordagem da Restrição Externa.

3 - Metodologia e Análise da Desindustrialização nas Metrópoles


Brasileiras
Ainda que careçam informações mais precisas para a análise da dinâmica
industrial nas metrópoles, como a Pesquisa Anual da Indústria, cuja
desagregação territorial mínima é a Unidade Federativa, informações do Sistema
de Contas Regionais, fornecidas pelo IBGE, contendo dados de PIB e Valor
Adicionado setorial, retrabalhados pera agregar os dados por metrópole, e
utilizando os deflatores setoriais, permitem algumas inferências que contribuem
para a análise proposta.
O conceito de metrópole adotado neste trabalha utiliza as referências de
concentrações urbanas contidas em IBGE (2016), selecionando os nove
Arranjos Populacionais com população superior a 2,5 milhões de habitantes em
20109. Para os casos de São Paulo e Porto Alegre, tal como o IBGE, também se
considera a 2ª Integração do Arranjo Populacional.
Doravante denominaremos essas concentrações urbanas de metrópoles
e áreas metropolitanas, divididas em dois agrupamentos, o polo ou núcleo
metropolitano e o entorno, formado pelos demais municípios contidos na área
metropolitana.

9
Grupo formado pelas metrópoles de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre,
Salvador, Brasília, Fortaleza e Curitiba.
A tabela 1, a seguir, apresenta os dados de participação da Indústria10 e
dos serviços privados11 no total do Valor Adicionado Bruto (VAB) das metrópoles
brasileiras.
No conjunto das metrópoles a indústria perde participação relativa entre
2002 e 2013, de 25,24% para 21,35%, uma perda relativa de 0,35% ao ano,
revelando um processo de reestruturação produtiva com lenta perda de
importância relativa da indústria. Mas, no período da crise 2013-2016 a
contração foi de 21,35% para 19,59%, uma perda de participação próxima a
0,6% ao ano, revelando um maior impacto da crise sobre a indústria do que no
conjunto da economia, tanto nas metrópoles, em geral, como no país.
Em relação aos serviços privados, para o conjunto das metrópoles
selecionadas, assim como no total do país, a participação é crescente para todo
o período, com maior especialização relativa para os núcleos das metrópoles do
que para o entorno, evidenciando um processo de concentração conduzido pelas
economias urbanas facilitadas pela diversidade produtiva, efeito indutor entre
demanda e oferta especializadas, fertilidade cruzada (JACOBS, 1969),
infraestrutura dedicada, força de trabalho qualificada e ativos tecnológicos.
Tabela 1: Participação da Indústria no Valor Adicionado Bruto em territórios
selecionados, 2002, 2010, 2013 e 2016
Indústria Serviços Privados
Unidades Territoriais
2002 2013 2016 2002 2013 2016
Fortaleza (CE) 18,65 18,19 17,38 65,65 66,88 67,15
Metrópole Fortaleza 24,75 23,67 21,45 58,36 60,60 62,22
Recife (PE) 23,94 19,76 14,21 63,43 68,03 70,99
Metrópole Recife 27,27 26,28 22,93 54,94 58,24 59,12
Salvador (BA) 16,82 18,09 14,98 71,17 68,50 70,15
Metrópole Salvador 30,93 26,15 32,53 58,14 61,32 55,52
Belo Horizonte (MG) 19,02 22,15 15,71 68,35 65,82 70,22
Metrópole Belo Horizonte 28,15 30,13 26,20 57,95 57,54 59,35
Rio de Janeiro (RJ) 18,84 17,24 13,90 63,90 65,92 67,87
Metrópole Rio de Janeiro 18,97 18,57 15,96 59,35 60,83 62,74
São Paulo (SP) 17,42 14,06 11,11 75,43 78,36 81,53
Macrometrópole São Paulo 27,84 21,67 19,80 63,24 69,32 71,44

10
Conjunto da indústria extrativa, indústria de transformação, serviços industriais de utilidade pública e
construção civil, conforme adotado nas Contas Regionais do IBGE.
11
Classifica-se como serviços privados os serviços exclusive administração, defesa, educação e saúde
públicas e seguridade social, conforme os dados disponíveis nas Contas Regionais do IBGE. Assim o
grupamento setorial é composto tanto pelo comércio e outros serviços de distribuição, serviços pessoais
e serviços empresariais.
Curitiba (PR) 25,01 23,68 18,86 65,91 66,06 68,14
Metrópole Curitiba 33,35 29,49 27,71 56,08 59,01 58,60
Porto Alegre (RS) 13,25 13,84 10,84 76,50 74,67 78,36
Metrópole de Porto Alegre 27,05 22,79 23,89 61,25 63,27 62,89
Brasília (DF) 8,71 6,43 4,68 46,68 48,88 50,31
Metrópole de Brasília 8,96 7,09 5,23 46,53 48,64 50,13
Metrópoles Selecionadas 25,24 21,35 19,59 59,81 63,97 65,18
Brasil 26,37 24,85 21,23 50,73 53,49 55,66
Fonte: IBGE – Contas Regionais. Elaboração própria.
Nota: Em 2013 o município de São Francisco do Conde apresentou Valor Adicionado da Indústria
negativo, em grande proporção. Assim adotou-se, nesta e demais tabelas, para este município,
os dados de 2012, para evitar distorções na análise.

Ainda que este movimento de perda relativa da indústria no VAB também


seja percebido na totalidade da economia brasileira, ele se dá em ritmos distintos
entre as metrópoles e dentro das metrópoles. Podemos distinguir este
movimento nas metrópoles por pelo menos duas perspectivas. A primeira é
diferenciar as metrópoles que mantiveram ou observaram um decréscimo menor
que 1% de participação da indústria no VAB entre 2002-13 e perceberam uma
contração maior entre 2013-16, como reflexo da crise. Enquadram-se nesse
caso as metrópoles de Fortaleza, Recife, Salvador Belo Horizonte e Rio de
Janeiro. Enquanto há uma perda praticamente contínua, em todos os períodos,
de participação da indústria no VAB metropolitano para São Paulo, Curitiba,
Porto Alegre e Brasília.
Outra perspectiva é observar as cidades polos aquelas que expandiram
mantiveram ou observaram um pequeno decréscimo relativo da atividade
industrial entre 2002-13 e depois sofreram maior impacto com a crise. Neste
caso estão Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre. Já nos polos
metropolitanos de Recife, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Brasília a
indústria perde continuamente importância relativa em todos os períodos.
Cabe observar, que em todos os casos analisados, a participação da
indústria no polo metropolitano é inferior a participação da indústria no conjunto
da metrópole, indicando um processo de dispersão e especialização industrial
do entorno metropolitano. Há ainda os casos do Rio de Janeiro e São Paulo que
a participação da indústria no Estado é superior à participação da indústria na
metrópole, indicando que a industrialização está dispersa também para além do
arranjo populacional metropolitano.
A Tabela 2, a seguir, apresenta a participação das metrópoles no PIB e
no VAB do país, para o período entre 2002 e 2016. Ela revela que em conjunto
as nove metrópoles observaram uma queda de participação no PIB nacional de
51% para 48%, entre 2002-16 e que no VAB Industrial a participação relativa é
pouco menor e no período caiu de 47% para 39% entre 2002-13 e depois
recuperou a participação para 42,8% em 2016.
Tabela 2: Participação dos territórios selecionados no PIB e VA Industrial do Brasil, 2002, 2013
e 2016.
PIB VA Indústria
Unidades Territoriais
2002 2013 2016 2002 2013 2016
Fortaleza (CE) 0,90 0,93 0,96 0,63 0,68 0,79
Metrópole Fortaleza 1,15 1,26 1,30 1,06 1,17 1,30
Recife (PE) 0,95 0,88 0,79 0,84 0,68 0,52
Metrópole Recife 1,57 1,70 1,59 1,59 1,75 1,68
Salvador (BA) 1,06 1,00 0,97 0,67 0,74 0,69
Metrópole Salvador 1,77 1,69 1,83 1,28 1,73 1,91
Belo Horizonte (MG) 1,57 1,54 1,41 1,13 1,38 1,03
Metrópole Belo Horizonte 2,86 3,04 2,74 2,90 3,69 3,36
Rio de Janeiro (RJ) 6,33 5,33 5,26 4,29 3,38 3,16
Metrópole Rio de Janeiro 9,00 7,88 7,99 6,34 5,62 5,80
São Paulo (SP) 12,68 10,92 10,96 8,07 5,91 5,50
Macrometrópole São Paulo 27,00 24,81 24,82 27,10 20,48 22,18
Curitiba (PR) 1,43 1,50 1,34 1,31 1,35 1,11
Metrópole Curitiba 2,31 2,50 2,33 2,76 2,76 2,86
Porto Alegre (RS) 1,23 1,09 1,17 0,61 0,60 0,59
Metrópole de Porto Alegre 2,62 2,34 2,53 2,63 2,06 2,76
Brasília (DF) 3,62 3,30 3,76 1,22 0,86 0,84
Metrópole de Brasília 3,75 3,46 3,94 1,30 1,00 0,97
Metrópoles Selecionadas 50,97 47,53 48,02 46,96 39,05 42,82
Brasil 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00
Fonte: IBGE – Contas Regionais. Elaboração própria.

Pode-se, novamente, analisar os dados segundo dois agrupamentos. Por


um lado, há as metrópoles que, antes da crise (2002-13), vinham perdendo
participação na indústria e no PIB nacional, como Rio de Janeiro, São Paulo,
Porto Alegre e Brasília. Destas, as três maiores, durante a crise 2013-16,
observaram um retorno na concentração industrial relativa. De outro lado as
metrópoles que vinham ganhando participação na indústria nacional e no PIB,
mas que observaram comportamentos difusos durante a crise, como as áreas
metropolitanas de Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Curitiba. O
comportamento difuso durante a crise, característico destes momentos, está
associado a especificidades da estrutura industrial de cada metrópole, do
refreamento dos investimentos industriais típico destes períodos, dos impactos
difusos da desvalorização cambial de da variação do preço do minério e petróleo,
também observadas entre 2013 e 2016.
Uma relação regional simples, o Quociente Locacional12, relacionando as
atividades industriais em relação ao PIB, ainda revela uma tendência crescente
de especialização industrial nas regiões metropolitanas de Fortaleza, Recife,
Belo Horizonte, Curitiba e Porto Alegre.
Se focalizarmos os entornos metropolitanos, o que se observa é ainda
mais revelador. Todos os entornos metropolitanos, exceto na macrometrópole
paulista, observam no período analisado, uma expansão contínua na
participação na indústria brasileira, de 9,2% em 2002 para 11,9% em 2016.
Nesse mesmo período, os polos metropolitanos, exceto São Paulo, reduziram
sua participação de 10,7% para 8,7% (ainda que nesse caso, o processo não é
uniforme em todos os núcleos).
Finalmente os dados da Tabela 3 apresenta as taxas reais de crescimento
do PIB e do VA Industrial para as unidades territoriais selecionadas.
As taxas de crescimento, ajustadas pelos deflatores e calculadas em
termos reais para médias anuais, indicam que os dois períodos analisados
apresentam um comportamento quase homogêneo. Entre 2002-13, em que o
PIB nacional cresceu em média 3%, a indústria nacional evoluiu pouco menos,
cerca de 2,5%. Porém nas metrópoles selecionadas, o PIB cresceu em média
2,4% e a indústria somente 0,9%. como efeito da contração da indústria em São
Paulo e Brasília, e baixo dinamismo industrial em Recife e Rio de Janeiro e nos
entornos metropolitanos de Salvador e Porto Alegre. Há casos inclusive que o
VA Industrial supera o crescimento do PIB, como na metrópole de Belo

12
Quociente Locacional: razão entre a participação da região na atividade específica do país em relação a
participação da região na atividade global do país. No caso QL(i) = (Mi/BRi)/(Mpib/BRpib), sendo QL(i) o
quociente locacional da indústria, Mi/BRi a participação do Valor Adicionado da Indústria na Metrópole
em relação ao Valor Adicionado da Indústria no Brasil, e Mpib/BRpib a participação do PIB metropolitano
em relação ao PIB brasileiro.
Horizonte, no entorno metropolitano do Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, e
nos polos de Salvador e Porto Alegre.
Tabela 3. Taxas Anuais de Crescimento do PIB real e VA Industrial real, em territórios
selecionados, 2003-2013 e 2014-2016.
Taxas Anuais de Crescimento
Unidades Territoriais 2003-2013 2014-2016
PIB real VA Industrial PIB real VA Industrial
Fortaleza (CE) 3,4% 3,2% -2,6% -3,5%
Metrópole Fortaleza 3,8% 3,4% -2,1% -4,8%
Recife (PE) 2,2% 0,6% -6,8% -16,3%
Metrópole Recife 3,7% 3,3% -5,2% -9,1%
Salvador (BA) 2,5% 3,5% -4,4% -10,2%
Metrópole Salvador 2,2% 0,9% -24,5% -3,4%
Belo Horizonte (MG) 2,8% 4,4% -6,4% -16,6%
Metrópole Belo Horizonte 3,7% 4,7% -6,7% -10,6%
Rio de Janeiro (RJ) 1,4% 0,3% -4,0% -10,1%
Metrópole Rio de Janeiro 1,8% 1,4% -3,0% -7,2%
São Paulo (SP) 1,6% -0,4% -3,4% -10,2%
Macrometrópole São Paulo 2,3% -0,1% -3,5% -5,6%
Curitiba (PR) 3,4% 2,7% -7,1% -13,7%
Metrópole Curitiba 3,7% 2,5% -5,9% -7,0%
Porto Alegre (RS) 1,8% 2,3% -1,1% -8,7%
Metrópole de Porto Alegre 1,9% 0,2% -1,0% 1,2%
Brasília (DF) 2,2% -0,8% 0,7% -8,7%
Metrópole de Brasília 2,3% 0,0% 0,6% -8,5%
Metrópoles Selecionadas 2,4% 0,9% -3,9% -6,1%
Brasil 3,0% 2,5% -3,5% -8,1%
Fonte: IBGE – Contas Regionais. Elaboração própria.

Já no período entre 2014-2016, em que o PIB observa uma contração


média de -3,5%, a indústria nacional sofre uma pesada recessão, com queda de
-8,1% ao ano, em média. No conjunto das metrópoles a tendência não é
diferente, o PIB sofre mais, com queda anual de -3,9% e a indústria um pouco
menos terrível, com queda de -6,1% ao ano. Apenas em Brasília se observa
algum crescimento do PIB, dada a influência dos ganhos do Banco Central.
Enquanto na indústria, à exceção do entorno metropolitano de Porto Alegre,
todas as metrópoles e compartimentos metropolitanos sofrem, em menor ou
maior grau, com contração da atividade industrial.

4 - Considerações Finais
Os dados, apresentados num breve panorama para o início do século
XXI, cobrindo duas fases do ciclo econômico observado, indicam que o processo
de metropolização e desindustrialização não são perfeitamente combinados. O
que se observa, em geral, é um fenômeno de desindustrialização relativa, e não
absoluta, cabendo mais uma indicação de reestruturação produtiva, com reflexos
setoriais e territoriais. Por um lado há metrópoles em reestruturação produtiva,
em que a dinâmica econômica passa estar mais atrelada ao terciário superior e
atividades mais intensivas em conhecimento e tecnologia, por outro lado, e há
as metrópoles em reestruturação territorial, com deslocamento da indústria para
os eixos e entorno metropolitano que ofereçam redes de conexão menos
conurbadas e apresentem externalidades para a atividade industrial
semelhantes às observadas no polo.
Estão, nesse processo, presentes duas forças centrífugas. Por um
lado, atividades industriais de maior escala precisam de disponibilidade de área
e condições logísticas não mais presentes no polo metropolitano, promovendo a
relocalização de plantas produtivas. Na mesma direção, a dispersão da
população, motivada pelo acesso e preço da terra nas áreas mais distantes do
polo, conduz a presença de serviços sociais, distributivos e pessoais, de menor
intensidade em conhecimento. E também forças centrípetas, associadas à
concentração dos setores de maior intensidade em conhecimento e alta
tecnologia, que demandam fatores locacionais associados às economias
urbanas de diversidade produtiva, maior oferta de ativos tecnológicos, mercado
de trabalho mais qualificado e aos burburinhos das centralidades, configurando,
impulsionando as atividades dinâmicas vinculadas a possíveis sistemas de
inovação metropolitano.
Nesse sentido, as políticas de desenvolvimento econômico, nas
metrópoles, devem estar atentas as transformações estruturais do seu aparelho
produtivo, com vistas a rebater as tendências de concentração, fragmentação e
seletividade espacial, que ampliam as tensões metropolitanas, sobretudo nos
momentos de crise e estagnação econômica..

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