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Demonstrações
Contábeis
Indaial – 2022
2a Edição
Elaboração:
Prof. Sheila Jeane Schulz Persike
a
P466a
ISBN 978-85-515-0492-5
CDD 657
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, bem-vindo ao livro didático de Análise das Demonstrações
Contábeis. Albert Einstein dizia: tenha em mente que tudo que você aprende na escola
é trabalho de muitas gerações. Receba essa herança, honre-a, acrescente a ela e, um
dia, fielmente, deposite-a nas mãos de seus filhos.
Não é para menos, pois todas e quaisquer decisões tomadas pelos gestores de
empresas devem ser baseadas em resultados que a Contabilidade pode fornecer com a
aplicação desses indicadores. Assim, é importante avaliar se os recursos financeiros são
direcionados para a melhoria dos resultados operacionais da empresa, isso quer dizer,
aplicar recursos nas operações da empresa, com o objetivo de alavancar a rentabilidade
do capital próprio da empresa. Outrossim, é importante lembrar que o custo de captação
dos recursos de terceiros e do capital próprio não devem ser superiores à expectativa
dos sócios e investidores, pois ao longo do tempo o indicador de Kanitz irá proporcionar a
análise de solvência de acordo com o endividamento da empresa. O retorno econômico
para a empresa deverá estar vinculado no fortalecimento da sua marca no mercado.
Bons estudos!
GIO
Olá, eu sou a Gio!
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 69
UNIDADE 2 — INDICADORES PARA GESTÃO EMPRESARIAL.............................................73
TÓPICO 1 — TEORIA DOS CONTRATOS................................................................................75
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................75
2 OBSERVAÇÕES NO PROCESSO DE ANÁLISE...................................................................75
3 A RECLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS............................................................ 77
4 TIPOS DE ANÁLISE............................................................................................................79
4.1 ANÁLISE HORIZONTAL DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS................................................... 80
4.2 ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL.....................................................................87
RESUMO DO TÓPICO 1..........................................................................................................95
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................96
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 141
DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS E FINANCEIRAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
ASPECTOS INTRODUTÓRIOS DA ANÁLISE
DAS DEMONSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico. Estamos iniciando a disciplina de Análise das Demonstrações
Contábeis. Esta disciplina é fundamental para se analisar a situação patrimonial,
financeira e econômica de uma entidade. Qualquer tipo de tomada de decisão que seja
realizada quanto a uma empresa precisa se embasar em uma Análise das Demonstrações
Contábeis coerente. Mas como saber por onde iniciar?
CHAMADA
Preparado para esta jornada rumo ao conhecimento? Procure um
ambiente que ajude na concentração. Desta forma será mais fácil fixar o
conteúdo estudado.
3
Art. 1.179. O empresário e a sociedade empresária são obrigados a
seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base
na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com
a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço
patrimonial e o de resultado econômico (BRASIL, 2002).
Art. 176. Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base
na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações
financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio
da companhia e as mutações ocorridas no exercício:
I- balanço patrimonial;
II- demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados;
III- demonstração do resultado do exercício;
IV- demonstração das origens e aplicações de recursos.
IV- demonstração dos fluxos de caixa; e (Redação dada pela Lei nº
11.638, de 2007)
V- se companhia aberta, demonstração do valor adicionado.
(Incluído pela Lei nº 11.638,de 2007)
§ 1º As demonstrações de cada exercício serão publicadas com
a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do
exercício anterior.
§ 2º Nas demonstrações, as contas semelhantes poderão ser
agrupadas; os pequenos saldos poderão ser agregados, desde que
indicada a sua natureza e não ultrapassem 0,1 (um décimo) do valor do
respectivo grupo de contas; mas é vedada a utilização de designações
genéricas, como "diversas contas" ou "contas-correntes".
§ 3º As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros
segundo a proposta dos órgãos da administração, no pressuposto de
sua aprovação pela assembleia-geral.
§ 4º As demonstrações serão complementadas por notas explicativas
e outros quadros analíticos ou demonstrações contábeis necessárias
para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do
exercício (BRASIL, 1976).
Além do § 5º, que trata das exigências nas Notas Explicativas, que veremos de
forma mais aprofundada na Unidade 3.
Além das Leis citadas, há outros decretos, normas, resoluções, deliberações etc.,
que tratam das exigências para a elaboração das demonstrações, como o artigo 286 do
Decreto nº 9.580/2018 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda) e o Pronunciamento
Contábil CPC 26, que foi aprovado em resoluções/normas específicas para cada órgão
competente relacionado. Veremos mais adiante o assunto em detalhes.
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A Análise das Demonstrações Contábeis é a coleta de dados existentes nas
Demonstrações Financeiras “com vistas à apuração de indicadores que permitem
avaliar a capacidade de solvência (situação financeira), conhecer a estrutura patrimonial
(situação patrimonial) e descobrir a potencialidade da entidade em gerar bons resultados
(situação econômica)” (SILVA, 2019, p. 4). Dá para descobrir com tal análise se a empresa
está sendo bem administrada, se está tendo boa rentabilidade, se consegue quitar suas
dívidas, a forma como os saldos das contas contábeis vem evoluindo etc.
NOTA
Resumidamente, a Análise das Demonstrações é uma forma de transformar
os dados extraídos das Demonstrações Financeiras em informações úteis
para a tomada de decisões.
5
• Funcionários: podem verificar se a empresa tem condições de continuar arcando
com sua remuneração, ou até mesmo se podem contar com uma estabilidade
empregatícia.
6
A resposta é: cada usuário tem um objetivo diferente ao analisar as informações
contábeis. Mesmo dois investidores podem focar em aspectos diferentes; um pode
ter uma visão voltada ao curto prazo e busca analisar o retorno que a empresa vem
proporcionando, enquanto o outro investidor vislumbra o longo prazo, mais preocupado
em analisar os riscos envolvidos nesse investimento.
NOTA
Antes de seguirmos, é importante ressaltar que os autores utilizados nas
citações constantes no Tópico 1 são verdadeiros gênios da Contabilidade e
análise de balanços!
7
2.2 PADRONIZAÇÃO DOS REGISTROS CONTÁBEIS E DAS
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Para que se consiga tomar decisões com base na análise das informações
contábeis, precisa haver certa padronização, uma vez que analisar envolve uma
comparação entre a) dados históricos; b) padrões existentes em outros períodos da
empresa; e/ou c) indicadores de seus concorrentes (ALMEIDA, 2019). Dizemos ‘certa’
padronização porque mesmo os pronunciamentos técnicos e as normativas permitem
alternativas diferentes de escolha, podendo o contador definir qual critério mais se
aplica à situação de sua empresa.
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FIGURA 1 – COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS
Mas o que é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis? Ele foi criado no Brasil para
auxiliar na convergência internacional das normas contábeis, facilitando a centralização
da emissão das normas contábeis no Brasil e buscando um processo democrático,
no qual os profissionais da área consigam participar das audiências públicas sobre as
matérias abordadas nos pronunciamentos. Afinal, com a padronização, diminui-se o
risco de os contadores registrarem eventos iguais de formas extremamente diferentes,
o que dá mais segurança e comparabilidade ao processo.
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Esse processo iniciou-se com a harmonização mundial das práticas contábeis,
com a hoje chamada IASB – International Accounting Standards Board –, que emite e
revisa as normas internacionais de Contabilidade (IFRS – International Financial Reporting
Standards) (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2015). Consultando o site do IFRS, é possível
ver que uma das razões de sua existência é o lema ‘Padrões globais para mercados
globais’, pois “economias modernas dependem de transações além de suas fronteiras
e do livre fluxo de capital internacional. Mais de um terço das transações financeiras
ocorrem além das fronteiras, e é esperado que esse número cresça” (tradução livre)
(IFRS, 2022, s. p.). Além disso, complementam que “investidores buscam diversificação
e oportunidades de investimento ao redor do mundo, enquanto companhias aumentam
seu capital, realizam transações ou tem operações e subsidiárias internacionais em
múltiplos países” (tradução livre) (IFRS, 2022, s. p.). Pensando na globalização, mais
de 140 países aderiram às normas internacionais de contabilidade, e esse processo de
revisão e estudo das normas internacionais de Contabilidade é constante.
Além disso, o autor nos relembra que o analista externo à empresa utiliza os
relatórios gerados pela entidade e, “embora admitindo certa liberdade de manobra no
âmbito dos princípios contábeis, os relatórios [...] não poderão deixar de se basear em
tais princípios; ou, então, a gama de exceções e de desvios deve ser perfeitamente
enumerável e controlável” (IUDÍCIBUS, 2017, p. 19). No entanto, o analista interno, com
foco na análise de balanços para auxiliar o próprio administrador da empresa, tem acesso
a mais informações inseridas nos sistemas de informação gerencial do que o analista
externo e, por isso, pode considerá-las, devendo o analista interno “estar perfeitamente
a par dos conceitos de lucro admitidos e das mensurações necessárias, a fim de adequar
suas análises aos novos conceitos introduzidos no sistema” (IUDÍCIBUS, 2017, p. 19).
IMPORTANTE
Ser um bom analista das Demonstrações Financeiras exige conhecimentos
aprofundados. Afinal, escolhas precisarão ser feitas a fim de atingir a melhor
interpretação possível, e o analista deve estar ciente disso. Quão melhor
preparado estiver, mais fácil será atingir o objetivo esperado.
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2.3 FLUXOS DOS PROCESSOS DE ANÁLISE
DE DEMONSTRAÇÕES
Que tal esquematizarmos o processo para fixar melhor o conteúdo?
ESTUDOS FUTUROS
Neste primeiro tópico, vamos compreender os conceitos iniciais relacionados
às Demonstrações Financeiras, mas não para por aqui: as principais
demonstrações existentes serão explicadas mais detalhadamente adiante.
Será uma incrível caminhada!
a- ativos;
b- passivos;
c- patrimônio líquido;
d- receitas; e
e- despesas (CPC 00 (R2) 2019).
Vamos relembrar cada um deles? Afinal, eles já foram vistos em outras disciplinas
do curso anteriormente.
3.1 ATIVO
Sua definição conforme o CPC 00 (R2) é: “Recurso econômico presente
controlado pela entidade como resultado de eventos passados, que tenha potencial de
produzir benefícios econômicos futuros” (CPC, 2019, s. p.).
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3.2 PASSIVO
O CPC 00 (R2) define o Passivo como uma “obrigação presente da entidade de
transferir um recurso econômico como resultado de eventos passados”. Ou seja, são as
obrigações da entidade.
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3.3.1 Equação fundamental
Ribeiro (2020, p. 25) afirma que “o Passivo mostra a origem dos capitais que
estão à disposição da empresa e que o Ativo mostra em que esses capitais foram
aplicados”. Há também o diferencial entre capital próprio e capital de terceiros:
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Podemos ver que do lado esquerdo temos as contas do Ativo, enquanto do lado
direito temos as contas do Passivo + Patrimônio Líquido. O equilíbrio encontrado na
equação fundamental da contabilidade é que o valor total do Ativo sempre será igual ao
valor do Passivo + Patrimônio Líquido. Para entender melhor, veja a seguir o exemplo
de um Balanço Patrimonial fictício:
Pode-se notar que o valor total do Ativo é R$58.000, exatamente o mesmo valor
total do Passivo + Patrimônio Líquido. Sempre será assim, por causa do Método das
Partidas Dobradas, no qual basicamente “o registro de qualquer operação implica que
a um débito em uma ou mais contas deve corresponder um crédito equivalente em
uma ou mais contas, de forma que a soma dos valores debitados seja sempre igual à
soma dos valores creditados” (IUDÍCIBUS et al., 2019, p. 33). Exemplificando: se para
registrar um evento, realizo um ou mais lançamentos a débito que totalizam R$150, vou
obrigatoriamente ter como contrapartida um ou mais lançamentos a crédito totalizando
os mesmos R$150.
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Iudícibus et al. (2019, p. 45) explicam o que são Receitas e Despesas de uma
forma bem didática:
FIGURA 5 – RESULTADO
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Além disso, pelo reconhecimento se vinculam os elementos, o balanço
patrimonial e a demonstração do resultado e a demonstração do resultado abrangente
(CPC, 2019, s. p.): “As demonstrações estão vinculadas porque o reconhecimento de item
(ou mudança em seu valor contábil) exige o reconhecimento ou desreconhecimento de
um ou mais outros itens (ou mudanças no valor contábil de um ou mais outros itens)”.
Para melhor compreensão, vamos a um exemplo: se existir o reconhecimento de uma
despesa, ao mesmo tempo obrigatoriamente há:
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4.1 CRITÉRIOS DE RECONHECIMENTO
O CPC 00 (R2) – no qual o R2 significa que é a segunda revisão da Estrutura
Conceitual – estipula que os critérios de reconhecimento são relacionados com as
características qualitativas de informações financeiras úteis, que seriam 1) Relevância
e 2) Representação Fidedigna. É importante se atentar a isso, pois antes da revisão R2,
os critérios de reconhecimento eram que “a entidade deveria reconhecer um item que
atendesse à definição de um elemento se fosse provável que benefícios econômicos
fluiriam para a entidade e se o item tivesse um custo ou valor que pudesse ser
determinado com segurança” (RIOS; MARION, 2020, p. 39).
A explicação do CPC 00 (R2) (2019, s. p.) para essa definição atual encontra-se
no capítulo 5:
A Relevância quer dizer que um item até pode se enquadrar nas definições
de ativo, passivo, patrimônio líquido, receita e despesa, porém nem sempre ele é útil
para o usuário das demonstrações contábeis. Algumas razões para isso são, conforme
CPC 00 (R2):
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Já a Representação Fidedigna está relacionada com a incerteza na
mensuração, pois, muitas vezes, essa mensuração é estimada, e o uso de estimativas
razoáveis faz parte da elaboração das demonstrações e “não prejudica a utilidade das
informações se as estimativas são descritas e explicadas de forma clara e precisa.
Mesmo o elevado nível de incerteza na mensuração não impede, necessariamente, essa
estimativa de fornecer informações úteis” (CPC, 2019, s. p.). Há casos em que o nível de
incerteza chega a um ponto tão alto que nem mesmo a explicação das incertezas e a
descrição de como foi realizada a estimativa forneceriam informações úteis:
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QUADRO 5 – FORMAS DE MENSURAÇÃO DOS ELEMENTOS DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
20
5 CONCEITOS DE CAPITAL E MANUTENÇÃO DE CAPITAL
Quando se trata de Capital, pode-se pensar em dois tipos:
Capital financeiro = ativos líquidos ou patrimônio líquido. É a visão mais comum dos
usuários na análise das demonstrações, se estão “principalmente preocupados com
a manutenção de capital nominal investido ou com o poder de compra do capital
investido” (CPC, 2019, s. p.).
Capital físico = refere-se à capacidade operacional, ou seja, “a capacidade produtiva
da entidade com base, por exemplo, nas unidades de produção diária” (CPC, 2019, s. p.).
NOTA
É importante inicialmente compreender que se chama ‘moeda funcional’
aquela moeda do ambiente econômico principal no qual a entidade opera,
porém, a entidade pode apresentar suas demonstrações em quaisquer
moedas que desejar; nesse caso, sua posição financeira e seus resultados
devem ser convertidos para a moeda de apresentação (CPC, 2010).
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Vamos a um exemplo: um mesmo grupo econômico pode ser composto por entidades
individuais com diferentes moedas funcionais, porém para que possam ser apresentadas
as demonstrações contábeis consolidadas, há a necessidade de que sejam expressas
numa mesma moeda comum.
IMPORTANTE
Hiperinflação é o nome dado ao fenômeno inflacionário que ultrapassa os níveis considerados
como adequados. De forma mais objetiva, situações onde os índices de inflação atingem
mais de 50% ao mês podem ser considerados como hiperinflação. Muitos sabem que essa é,
normalmente, uma condição rara de se encontrar, no entanto ela ocorreu algumas vezes em
países como China, Brasil, Rússia, Argentina, Hungria, entre outros.
FONTE: <https://www.suno.com.br/artigos/hiperinflacao/>.
Acesso em: 24 fev. 2022.
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Já nos casos em que a moeda funcional seja de uma economia hiperinflacionária,
inicialmente a entidade precisa reelaborar suas demonstrações nos moldes do CPC 42
(2018, s. p.) – Contabilidade e Evidenciação em Economia Altamente Inflacionária e,
após, os procedimentos para a conversão são:
Mas como saber se uma empresa tem controle sobre outra? O CPC 36 (R3)
aponta que o investidor controla a investida se, e somente se, o investidor possuir todos
os atributos seguintes:
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(a) poder sobre a investida: possui direitos que lhe permitam dirigir as atividades
relevantes da investida.
(b) exposição a, ou direitos sobre, retornos variáveis decorrentes de seu
envolvimento com a investida: retornos resultantes do envolvimento com a investida
variam conforme o resultado de desempenho da investida.
(c) a capacidade de utilizar seu poder sobre a investida para afetar o valor de
seus retornos: consegue usar seu poder para afetar seus retornos.
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TABELA 1 – DEMONSTRAÇÃO CONSOLIDADA DA METISA S.A.
FONTE: <https://www.metisa.com.br/wp-content/uploads/2021/03/31-12-2020_RB_Balanco-
METISA-2020.pdf>. Acesso em: 25 mar. 2022.
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9 APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS COMBINADAS
As Demonstrações Combinadas não advêm de normas do IFRS, mas pela
necessidade da realidade das práticas brasileira, culminando na criação do CPC 44 (2011).
Também não há previsão legal na lei societária brasileira, por isso, não há obrigatoriedade
de elaboração dessas demonstrações. No CPC 44 (2011, s. p.), é explicado de forma bem
didática o que seriam as Demonstrações Combinadas:
FONTE: <https://www.blbbrasil.com.br/blog/cpc-44-cpc-36-demonstracoes-combinadas-
consolidadas/>. Acesso em: 25 mar. 2022.
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A análise das Demonstrações Financeiras acontece com a extração dos dados das
Demonstrações Financeiras, seguida do cálculo dos indicadores e interpretação de
informações quantitativas e qualitativas, e sua posterior utilização para a tomada
de decisões.
• Para garantir uma análise mais assertiva, há a padronização dos registros contábeis
e das demonstrações financeiras, a fim de deixar o mais claro possível a realidade
econômico-financeira da empresa.
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AUTOATIVIDADE
1 Os registros contábeis evidenciam os eventos ocorridos na entidade, mas não são
um fim em si mesmos. Tais registros agrupados fornecem saldos constantes nas
Demonstrações Contábeis/Financeiras. Qual é a importância da análise dessas
Demonstrações Contábeis? Justifique.
I- Ativo
II- Passivo
III- Patrimônio Líquido
IV- Receitas
V- Despesas
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( ) São reduções nos ativos, ou aumentos nos passivos, que resultam em reduções
no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de
direitos sobre o patrimônio.
( ) Participação residual nos ativos da entidade após a dedução de todos os seus
passivos.
( ) Obrigação presente da entidade de transferir um recurso econômico como resultado
de eventos passados.
( ) São aumentos nos ativos, ou reduções nos passivos, que resultam em aumentos
no patrimônio líquido, exceto aqueles referentes a contribuições de detentores de
direitos sobre o patrimônio.
( ) Recurso econômico presente controlado pela entidade como resultado de
eventos passados.
6 Há um longo caminho que precisa ser percorrido até que as Demonstrações estejam
prontas para serem utilizadas. Sobre os processos de análise das Demonstrações,
ordene os itens a seguir:
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS – PARTE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, vamos iniciar a compreensão de como é a Estrutura das
Demonstrações Financeiras, que são as seguintes:
DICA
Caso deseja verificar uma empresa que possui relatórios e informações
complementares em maior complexidade, sugerimos a do Bradesco S.A. para
o ano de 2020.
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informações trazidas pelo Balanço Patrimonial é a variação da conta Disponibilidades,
mas só saber quanto a conta variou de um ano para o outro em si pode não ser suficiente.
Para compreender o que levou ao aumento, diminuição ou estagnação do saldo da
conta, é importante consultar a Demonstração dos Fluxos de Caixa, que vai detalhar os
eventos que levaram à essa variação.
2 BALANÇO PATRIMONIAL
O Balanço Patrimonial demonstra a situação patrimonial de uma empresa em
um determinado momento. É muito utilizada a comparação com uma fotografia, pois
apresenta um momento estático da empresa. O Ativo (bens e direitos) da Entidade é
apresentado no lado esquerdo do BP, enquanto o Passivo (obrigações) e o Patrimônio
Líquido (diferença entre o Ativo e o Passivo) são apresentados do lado direito do BP.
ATENÇÃO
Caso deseja relembrar o que são esses elementos, aprendemos sobre eles no
Tópico 1 desta Unidade 1, em ‘Elementos das Demonstrações Contábeis’, é só
retomar as páginas e relê-las.
Para ilustrar melhor essa explicação sobre Origens e Aplicação de recursos, que
tal visualizar uma representação do Balanço Patrimonial?
33
Agora, vamos ver um Balanço Patrimonial real, divulgado pela empresa Metisa
S.A., que é listada na bolsa de valores:
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O nome é Balanço Patrimonial para demonstrar o equilíbrio entre os dois lados: o
total do Ativo (lado esquerdo do balanço) sempre é igual ao total do Passivo + Patrimônio
Líquido (lado direito do balanço). Fica claro na marcação inserida na imagem do BP da
Metisa. Na primeira coluna de valores, referentes a 2020 da Controladora, o valor tanto
do Ativo quanto do Passivo é R$356.254.072.
Ativo Não Circulante – Todos os demais ativos que não se enquadrem como
circulante, precisam ser classificados como não circulante.
Realizável a longo prazo – Itens semelhantes aos circulantes, mas que possuem
menor liquidez, logo, serão realizáveis no longo prazo (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020).
36
3 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DRE)
A Demonstração do Resultado (DRE) mostra o resultado líquido do período
(Lucro ou Prejuízo), através do confronto entre as receitas e despesas. “Em linhas
gerais, o resultado é apurado deduzindo-se das receitas todas as despesas (inclusive
os custos, que nesse momento se transformam em despesas) que a empresa incorreu
no referido período” (MARTINS, MIRANDA, DINIZ, 2020, p. 32). Por isso, é apresentado
como forma dedutiva, pois deduz-se das Receitas as Despesas.
ATENÇÃO
Caso deseja relembrar o que são esses elementos, aprendemos sobre eles na
Unidade 1 – Tópico 1 deste livro, em ‘Elementos das Demonstrações Contábeis’,
é só retomar as páginas e relê-las.
37
QUADRO 6 – EXEMPLO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DRE)
FONTE: A autora
38
Cada entidade estrutura a DRE da forma que apresentar melhor sua realidade,
desde que apresente os itens obrigatórios constantes nas normas contábeis. Como
são realizadas comparações entre períodos diferentes, é importante, apesar disso,
que a entidade mantenha um padrão para suas demonstrações, a fim de permitir a
comparabilidade. Vamos consultar uma DRE real da Metisa, publicada por ser empresa
aberta na Bolsa:
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A adoção dos padrões internacionais de contabilidade no Brasil trouxe
a obrigatoriedade da divulgação da Demonstração do Resultado
Abrangente. Sem dúvida nenhuma, foi um avanço o reconhecimento
de variações patrimoniais que ainda não transitaram pelo resultado.
No entanto, do ponto de vista da tomada de decisões, ainda é preciso
amadurecer o uso da referida demonstração. Não está consolidado
na literatura, por exemplo, o efeito dos resultados abrangentes nos
índices de rentabilidade, embora esteja claro que os valores nela
reconhecidos são uma prévia de resultados futuros.
Apesar de, neste livro, não nos aprofundarmos nos temas contábeis avançados
como os descritos na DRA, é importante verificar como a demonstração pode ser utilizada
para conhecer as especificidades da empresa, trazendo informações que podem ser
relevantes para a decisão do analista das demonstrações financeiras. Ressalta-se
que existem casos em que a empresa não possui eventos a relacionar em resultados
abrangentes ou os eventos são em pequena quantidade, então, se durante seu estudo
você consultar DRAs de empresas listadas na bolsa e a DRA não apresentar itens, não
há problemas.
40
DICA
Caso deseja estudar mais sobre o assunto, compreendendo melhor os aspectos básicos
da contabilidade, sugerimos a leitura do livro “Contabilidade Introdutória”, coordenado
pelo prof. Sérgio de Iudícibus, que possui livro-texto e livro de exercícios.
41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
42
AUTOATIVIDADE
1 Quando abordamos a expressão “Demonstrações Financeiras”, trata-se não
somente de demonstrações obrigatórias. Dependendo da empresa, pode existir
obrigatoriedade na publicação de uma determinada Demonstração, enquanto
para outra, sua divulgação é facultativa. Na sua visão, quais são as vantagens de
se elaborar uma demonstração, mesmo que não seja uma obrigatoriedade para a
empresa? Justifique.
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( ) O Resultado Financeiro é obtido após a dedução do Imposto de Renda e da
Contribuição Social.
( ) As Despesas Operacionais são aquelas relacionadas com a atividade-fim da empresa.
I- Ativo Circulante.
II- Realizável a Longo Prazo.
III- Imobilizado.
IV- Passivo Não Circulante.
V- Patrimônio Líquido.
44
Com base nas informações anteriores e após a estruturação correta do Balanço
de Pagamentos da Cia. Avitar, pode-se afirmar que o Ativo Circulante, o Passivo não
Circulante e o Patrimônio Líquido da empresa apresentam os respectivos valores:
FONTE: <https://cfc.org.br/exame-de-suficiencia-anteriores/1o-exame-de-suficiencia-de-2021/>.
Acesso em: 25 mar. 2022.
45
46
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS – PARTE 2
1 INTRODUÇÃO
Aprendemos no tópico anterior sobre o Balanço Patrimonial e a Demonstração
do Resultado, as mais conhecidas demonstrações financeiras. No entanto, há outras
demonstrações, e é sobre elas que vamos tratar agora. Como já conversamos, é
importante uma análise em conjunto de todas as demonstrações elaboradas pelas
empresas, pois cada uma esclarece pontos específicos, que ficariam pendentes se
fossem por acaso ignorados no processo.
47
TABELA 5 – DMPL 2020, DO BRADESCO S.A.
48
3 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO – DVA
A Demonstração do Valor Adicionado tem como objetivo demonstrar quanto
de riqueza foi produzida pela empresa e distribuída aos seus funcionários, ao governo,
aos proprietários e aos fornecedores de capital (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020). Os
autores também explicam que “a DVA tem suas raízes nos movimentos europeus que
impulsionaram a responsabilidade social no final do século XX. Seu objetivo é levar
à sociedade mais ampla os valores agregados pela entidade no desenvolvimento de
suas atividades” (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020, p. 57). Logo, consegue-se visualizar
na DVA a riqueza que foi efetivamente gerada pela empresa e de que forma ela foi
distribuída em prol da sociedade.
NOTA
Que legal é a relação da DVA com a Economia nacional! “Do ponto de vista
macroeconômico, se consolidássemos as DVAs de todas as entidades de
uma nação, teríamos outra metodologia, baseada em princípios e normas
contábeis, para o cálculo do PIB” (SALOTTI et al., 2019, p. 382).
49
Segundo o CPC 09 (2008, s. p.), as informações mínimas que devem ser
inclusas na DVA são: “(a) pessoal e encargos; (b) impostos, taxas e contribuições;
(c) juros e aluguéis; (d) juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos; e (e) lucros
retidos/prejuízos do exercício”. Que tal analisarmos uma DVA publicada pela empresa
Schulz S.A.?
50
Inicia-se com a geração de riqueza própria, composta pelas vendas deduzidas
dos insumos adquiridos de terceiros, ou seja, essa diferença é o que a entidade
efetivamente agregou de valor à cadeia produtiva. Entram a depreciação, amortização e
exaustão, pois podem ser considerados insumos de terceiros também, mas consumidos
no longo prazo. Ainda há o valor adicionado recebido em transferência, que é advindo de
outras empresas, por meio de equivalência patrimonial e receitas financeiras (conforme
apresentado na DVA da Schulz S.A.). Com isso, encontrou-se o Valor Adicionado a
Distribuir, que foi distribuído para Pessoal; Impostos, taxas e contribuições; Remuneração
de Capitais de Terceiros; e Remuneração de Capitais Próprios.
Com isso, “os usuários das demonstrações contábeis podem avaliar a capacidade
de gerar fluxos futuros de caixa da entidade, a capacidade de saldar obrigações e pagar
dividendos, a flexibilidade financeira da empresa e a taxa de conversão do lucro em
caixa entre outros aspectos” (MARTINS; MIRANDA; DINIZ, 2020, p. 47). A Demonstração
dos Fluxos de Caixa vai conseguir demonstrar a movimentação ocorrida entre os saldos
inicial e final do grupo Disponibilidades (caixa e equivalentes de caixa).
51
São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na
composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade.
Atividades de Exemplos:
Financimento Caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumentos
patrimoniais. Pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou
resgatar ações da entidade.
O próprio CPC 03 (R2), que trata da DFC, trouxe um exemplo de cada um dos
Métodos. O primeiro é o Método Direto:
52
TABELA 7 – EXEMPLO DE DFC PELO MÉTODO DIRETO
53
TABELA 8 – EXEMPLO DE DFC PELO MÉTODO INDIRETO
Por exemplo, o Método Indireto exibido traz a informação Aumento nas contas a
receber de clientes e outros, o que pode ser conferido no Balanço Patrimonial. Por isso,
acaba sendo o mais utilizado nas publicações de Demonstrações Financeiras. Agora,
vamos conferir uma Demonstração dos Fluxos de Caixa real, publicada pela empresa
Marcopolo S.A.:
54
TABELA 9 – DFC 2020, DA MARCOPOLO S.A.
55
TABELA 10 – RECORTE DA CONTA CAIXA E EQUIVALENTES DE CAIXA DO BALANÇO PATRIMONIAL
2020, DA MARCOPOLO S.A.
5 NOTAS EXPLICATIVAS
As Demonstrações Financeiras apresentam saldos contábeis de forma
estruturada, mas só olhando os valores constantes nos saldos é difícil ter informações
suficientes para uma tomada de decisão. É aí que entram as Notas Explicativas, que
apresentam a descrição sobre qual a base utilizada para a elaboração das demonstrações
financeiras, descrevem as práticas e estimativas contábeis escolhidas pela empresa,
trazem informações adicionais sobre a composição daquele saldo etc.
57
TABELA 12 – Passivo Circulante da empresa Renner S.A.
Podemos ver na coluna NOTA, que a Nota Explicativa que trata do assunto
é a 21, que simplesmente faz a decomposição do saldo total, especificando todas as
obrigações fiscais da entidade, conforme tabela a seguir.
58
TABELA 14 – NOTAS EXPLICATIVAS SOBRE DISTRIBUIÇÃO DE DIVIDENDOS DA EMPRESA RENNER S.A.
59
O principal objetivo da auditoria é a emissão de um parecer acerca das
demonstrações contábeis face aos princípios contábeis geralmente aceitos, normas
brasileiras de contabilidade, demais legislações aplicáveis e práticas adotadas no Brasil.
Ou seja, o auditor irá analisar e verificar se as demonstrações contábeis estão de acordo
com as práticas contábeis adotadas no Brasil (PEREZ JUNIOR; BEGALLI, 2020, p. 276).
60
6.2 RELATÓRIO DA ADMINISTRAÇÃO
O Relatório da Administração apresenta uma visão única da entidade e suas
operações, pois é nele que os administradores conversam com os usuários das
informações contábeis, tentando repassar de forma clara e objetiva informações
e conhecimentos que só eles possuem, por gerirem a empresa e conhecerem
profundamente suas especificidades, operações e processos.
Muitas vezes é essa visão interna e detalhada que fornece informações que
suportam o entendimento das Demonstrações e Notas Explicativas em si. Entender
por que os gestores optaram por certas decisões, ou definiram certas práticas em
detrimentos de outras (visto que há várias práticas legais que podem ser optativas aos
tomadores de decisão), é fundamental para criar uma base de critérios de análise para
os usuários da contabilidade.
61
dos administradores quanto ao futuro. Muitas vezes, nos focamos somente na teoria e
prática específica de nossos cursos, esquecendo de olhar para o mundo ao nosso redor,
que impacta diretamente nas nossas empresas. Essa visão geral é o faz a diferença no
sucesso de um empreendimento e, porque não dizer, no sucesso profissional de cada
um de nós.
62
LEITURA
COMPLEMENTAR
COMO NÃO SE DEIXAR ENGANAR PELO SEU PRÓPRIO CÉREBRO?
Na maioria das vezes, nosso maior inimigo na hora de investir somos nós mesmos
Aline Tavares
63
O fato é que todos nós somos munidos de sentimentos e instintos, e,
comprovadamente, não somos capazes de manter a racionalidade o tempo todo.
Tomamos decisões e fazemos escolhas a partir daquilo que é importante em determinado
momento. Naturalmente, para cada escolha que fazemos, renunciamos a algo. Não
temos e jamais teremos a quantidade total de informações completas do mercado para
avaliar todos os riscos que podemos correr.
Então, por meio dos estudos sobre o tema, foram identificados alguns vieses
comportamentais mais comuns nos quais nós, investidores, incorremos na hora de
investir. Vou tentar te ajudar a identificá-los e mostrar como não se deixar levar por eles.
Viés da confirmação
Excesso de autoconfiança
Ancoragem
Efeito manada
Vale ressaltar que existem outros vieses de comportamento além dos que foram
apresentados aqui. No entanto, acredita-se esses sejam os mais comuns e aqueles que
nos fazem cair com mais facilidade em algumas tomadas de decisões pouco favoráveis
aos nossos investimentos.
Muitas vezes pode ser difícil não se deixar levar pelos vieses, mas lembrar que
eles existem já é o primeiro passo para começar a mudar sua mentalidade em relação
aos investimentos e tomadas de decisão.
FONTE: <https://www.infomoney.com.br/colunistas/spiti-analise/como-nao-se-deixar-enganar-
pelo-seu-proprio-cerebro/>. Acesso em: 3 mar. 2022.
65
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
66
AUTOATIVIDADE
1 A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta todas as mutações
que tenham ocorrido no Patrimônio Líquido de uma entidade. Sobre o exposto, qual
alternativa apresenta um fato que não afeta o patrimônio total da empresa?
2 A empresa Apolo S.A. registrou os eventos a seguir em seu Patrimônio Líquido durante
o ano de 2022:
Com isso, assinale a alternativa CORRETA, que apresenta o valor da variação líquida
evidenciada na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido:
a) ( ) R$ 25.000.
b) ( ) R$ 12.000.
c) ( ) R$ 29.000.
d) ( ) R$ 37.000.
67
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – F – V.
b) ( ) V – F – F – V.
c) ( ) F – F – V – V.
e) ( ) V – V – F – V.
5 Cada uma das demonstrações financeiras divulga informações específicas, por isso,
ao se realizar uma análise, é importante considerá-las em conjunto. Como é chamada
a Demonstração que apresenta a geração de riqueza de uma entidade e a forma
como essa riqueza é distribuída?
a) ( ) Demonstração de Resultado.
b) ( ) Demonstração do Valor Adicionado.
c) ( ) Demonstração do Fluxo de Caixa.
d) ( ) Balanço Patrimonial.
68
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Contabilidade avançada em IFRS e CPC. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2020.
BRASIL. Lei 6.404/76. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 15 fev. 2022.
69
CPC. CPC 36 (R3) demonstrações consolidadas. 2012. Disponível em: http://www.
cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=67.
Acesso em: 15 fev. 2022.
CPC. CPC 02 (R2) Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão
de demonstrações contábeis. 2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=9. Acesso em: 15 fev. 2022.
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2018.
INFOMONEY. Como não se deixar enganar pelo seu próprio cérebro? 2021.
Disponível em: https://www.infomoney.com.br/colunistas/spiti-analise/como-nao-se-
deixar-enganar-pelo-seu-proprio-cerebro. Acesso em: 15 fev. 2022.
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
IUDÍCIBUS, S. de et al. Contabilidade introdutória. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
70
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
71
72
UNIDADE 2 —
• compreender qual é a relação dos estoques para apurar o indicador da liquidez seca;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
73
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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74
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
TEORIA DOS CONTRATOS
1 INTRODUÇÃO
O trabalho da análise das demonstrações contábeis é bastante técnico e
necessita do analista e de conhecimentos prévios da Contabilidade, para compreender
a elaboração dos diversos indicadores, assim como analisá-los. Há vários tipos de
indicadores que podem contribuir para a análise dos resultados econômicos e financeiros
da empresa.
Por esse motivo, o analista deve ter cuidado ao filtrar as informações, pois terá
que analisar muitos índices em conjunto.
75
DICA
Para garantir a credibilidade na análise das informações contábeis e avaliar essas
informações com qualidade, sugere-se os seguintes cuidados:
1- O ideal
a- Utilizar as Demonstrações Contábeis publicadas por meios físicos ou eletrônicos e
que estejam de acordo com a Lei das S/A e demais legislações fiscais, tributárias,
dentre outras.
b- Que as informações contábeis estejam validadas com a assinatura de um contador
responsável por elaborar essas Demonstrações Contábeis, além de assegurar a
existência do relatório da Diretoria e as Notas Explicativas na íntegra.
c- Verificar se consta o relatório de opinião do auditor independente, pois
esse relatório de opinião é o que torna válidas as informações contidas nos
Demonstrativos Contábeis.
76
3 A RECLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS CONTÁBEIS
Um dos principais procedimentos que o analista das informações contábeis deve
providenciar é o de executar uma nova classificação das contas contábeis no balanço
patrimonial. São realizados alguns ajustes (readequações) os quais não comprometem
a veracidade na legalidade das demonstrações contábeis, para facilitar a interpretação
da análise dessas informações.
O contador deve ser imparcial para realizar os ajustes necessários. Por exemplo,
ao agrupar as contas das receitas e despesas financeiras nas contas do resultado
operacional, o contador deve elaborar outro demonstrativo contábil para o analista, isso
porque estas contas são legalmente consideradas com valores a serem registrados nas
respectivas contas contábeis das atividades operacionais da empresa. Esses valores
constantes das receitas e despesas financeiras devem ser classificados como resultado
não operacional.
Por quê? Porque as empresas devem gerar resultados a partir das suas atividades
operacionais e não pela captação de recursos financeiros de terceiros. A reclassificação
das contas contábeis (receitas e despesas financeiras) para o resultado não operacional
permite ao gestor apurar a verdadeira taxa de rentabilidade da empresa.
77
A conta de Duplicatas Descontadas, que está classificada subtraindo o grupo
das contas de Duplicatas a Receber no Ativo Circulante, deverá ser reclassificada no
Passivo Circulante, pois, pelas características e peculiaridades da operação pode existir
o risco de a empresa desembolsar o dinheiro obtido junto com a instituição financeira,
caso o seu cliente não liquidar a dívida (quitar a duplicata que foi descontada). Com
essa reclassificação, fica evidente que existirá o compromisso da empresa junto ao
banco que efetuou a operação de desconto e não o cliente da empresa que irá quitar
o título. Isso demonstra a característica dessa operação onde a empresa passa a ser
fiadora do cliente.
Outro bom motivo para realizar as reclassificações das contas contábeis está
em padronizar os critérios no tratamento das informações para todas as empresas,
facilitando assim o trabalho do analista. Isso quer dizer que, se uma empresa A opera
com Duplicatas Descontadas e a empresa B opera com regime de Empréstimos
Bancários, ambas terão classificadas no grupo do Passivo Circulante um compromisso
financeiro com terceiros, pois as duplicatas descontadas representam uma coobrigação
dessa dívida junto com a instituição financeira.
78
Vejamos:
4 TIPOS DE ANÁLISE
Ao analisar um Balanço Patrimonial com apenas um exercício social, existirá um
determinado limite para a análise, podendo apenas aplicar a análise dos indicadores,
sem avaliar a evolução e redução dos saldos (análise horizontal) ou participação das
contas contábeis em cada grupo de contas (análise vertical). Apenas haverá a análise
de alguns indicadores isolados.
Poderá se tornar rica essa análise dos indicadores de apenas um exercício social,
quando puderem ser comparados com os resultados dos indicadores das empresas
concorrentes. Deve-se observar que o montante de apenas uma conta contábil ou de um
grupo patrimonial específico quando tratado isoladamente não retrata adequadamente
a relevância do valor apresentado e muito menos seu comportamento ao longo prazo.
79
Este é o caso dos custos da produção da empresa em que essa informação de
forma isolada representa pouca relevância para o analista, porém, ao se comparar esses
recursos com o montante das vendas realizadas ou com o valor desses custos apurados
em outros exercícios sociais da empresa, este refletirá com maior clareza e precisão a
sua informação.
Isso significa que a comparação dos valores entre si, bem como com outros
valores de diferentes períodos, irá oferecer um aspecto mais dinâmico quanto à
posição estática das demonstrações contábeis. Este processo de comparação torna-
se indispensável ao conhecimento da situação de uma empresa, e é representado pela
análise horizontal e pela análise vertical.
→ Demonstração de Resultado.
→ Balanço Patrimonial.
80
Com o uso da ferramenta de análise horizontal, o analista pode avaliar o
crescimento ao longo do tempo dos componentes patrimoniais e os que contribuíram
na geração do caixa, assim como dos desembolsos dos recursos que a empresa realizou,
sejam eles por consequência da atividade financeira, operacional ou de investimento.
As duas características da análise horizontal das demonstrações contábeis de uma
empresa são a comparação dos valores obtidos em determinado período com àqueles
apurados em períodos anteriores e o relacionamento destes valores com outros fins.
Podemos afirmar, desta forma, que o critério básico que norteia a análise
das demonstrações contábeis é a comparação. Para que isso possa ser realizado, é
necessário atentar para alguns detalhes, como manter com esmero os registros
contábeis da empresa. Ainda que o Departamento de Contabilidade da empresa
mantenha os registros contábeis de forma correta, os relatórios financeiros também
devem ser auditados por auditor independente ou que ao menos tenha uma minuciosa
revisão por parte da auditoria interna.
Com relação à análise horizontal, Bazzi (2020, p. 42) aborda que “a análise
horizontal tem a finalidade de evidenciar a evolução dos itens das demonstrações
contábeis ao longo do tempo”.
Conforme Souza (2015, p. 117), “a análise horizontal é uma técnica utilizada para
examinar a evolução histórica dos valores que compõem o patrimônio da empresa e para
evidenciar a relação de cada conta das demonstrações contábeis entre os períodos”.
81
QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE HORIZONTAL
FONTE: O autor
Percebeu como é importante realizar esse tipo de análise? Pois, além de apurar
os indicadores, é necessário conhecer o planejamento dos gestores da empresa para
evitar interpretações equivocadas.
83
FIGURA 1 – CALCULADORA FINANCEIRA HP 12 C
FONTE: <https://pixabay.com/pt/photos/contabilidade-adi%c3%a7%c3%a3o-preto-4900674/>.
Acesso em: 15 dez. 2021.
→ X1 = R$ 84.000 ENTER
→ X2 = R$ 35.000 ∆%
→ VARIAÇÃO = ( 58,33% )
IMPORTANTE
Observa-se que a variação horizontal serve para auxiliar a identificação da
variação (evolução ou retrocesso) da empresa em determinadas contas contábeis
que tiveram determinadas oscilações cada período avaliado. Essa variação deve
ser apurada durante vários exercícios sociais da empresa e comparar todos os
índices em relação a sua participação no mercado.
84
Há também a atividade da análise horizontal da DRE – Demonstração do
Resultado – que segue a mesma linha de trabalho da análise horizontal do Balanço
Patrimonial, porém é importante destacar que neste demonstrativo constam os valores
que são gastos para manter as atividades operacionais da empresa, contas contábeis
das despesas e contas contábeis dos custos, que permitem gerar as receitas de vendas
da empresa.
FONTE: O autor
85
No entanto, ao observar a conta Lucro Líquido, pode-se identificar uma redução
significativa de 53,00% de um período para outro.
Observe como é importante estudar a metodologia para apurar essa variação. Com
esses procedimentos é possível verificar quais foram as contas contábeis que tiveram maior
ou menor impacto nas receitas ou despesas apuradas durante o exercício social.
No entanto, há situações que não estão sob o controle dos gestores da empresa
e seus impactos são oriundos de fatores externos a ela, que muitas vezes podem ser
determinadas pelo governo, pelo mercado nacional ou pelo mercado internacional, que
é o caso da inflação e as variações cambiais.
Isso significa dizer que o gestor poderá tomar decisões baseadas na análise
vertical das demonstrações contábeis e identificar a necessidade de alocar recursos
financeiros de algum grupo de conta contábil para outro grupo de conta contábil, e
assim contribuir para a geração da riqueza da empresa.
87
A análise vertical facilita a avaliação das estruturas do ativo e do
passivo, além da participação de cada item da demonstração do
resultado na formação do lucro ou prejuízo.
IMPORTANTE
Objetivo: medir percentualmente cada componente com relação ao todo do
qual faz parte e fazer as comparações caso existam dois ou mais períodos.
88
QUADRO 3 – BALANÇO PATRIMONIAL – ANÁLISE VERTICAL
FONTE: O autor
89
O cálculo é realizado da seguinte forma:
É certo que sim! Todavia, temos de verificar se esse “endividamento” não irá
comprometer de forma significativa o Fluxo de Caixa da empresa.
É bem possível que parte do endividamento tenha sido alocado para a conta
caixa e bancos (com liquidez imediata).
90
Outra conta contábil que teve variação significativa foi a conta contábil
de Investimentos. Essa conta teve em X1 uma participação de 6,46% no total de
investimentos e em X2 a participação do total de investimentos foi para 10,66%.
91
Souza (2015, p. 122) contribui que:
FONTE: O autor
Padoveze (2010, p. 200) vai um pouco mais além com relação à análise vertical:
92
Vejamos um exemplo:
Uma conta contábil que teve variação significativa foi a conta contábil de
Custos das Vendas (C.M.V. – Custo das Mercadorias Vendidas). Essa conta teve em X1 a
participação de 65,69% no total das Vendas realizadas (pois parte-se do pressuposto que
as Vendas representam 100% do total gerado no grupo da Demonstração de Resultado),
e para X2 essa participação do total de custos foi para 71,51%.
Quanto à conta contábil Lucro Líquido do Exercício, esta teve uma redução no
resultado do exercício de 19,72% do total das receitas de vendas para 7,18%.
Logo,
Quanto a isso, corrobora Padoveze (2010, p. 206) sobre alguns fatores que
podem enviesar a comparação da análise vertical, conforme segue:
93
Desta forma, teremos oportunidade de verificar quais contas contábeis tiveram
maior ou menor impacto de receitas ou despesas no último exercício social.
94
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A análise horizontal e vertical com relação à demonstração dos fluxos de caixa evidencia
as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa,
estruturando a informação em três fluxos de atividades: atividades operacionais,
atividades de investimento e atividades de financiamento.
95
AUTOATIVIDADE
1 A análise das Demonstrações Contábeis é de fundamental importância para
contribuir na identificação de indicadores para encaminhar ações para a gestão das
empresas. Desta forma, o que é necessário para garantir a credibilidade na análise
das informações contábeis e avaliar essas informações com qualidade com relação
ao “Ideal”?
96
4 Ao analisar um Balanço Patrimonial com apenas um exercício social, existirá um
determinado limite para a análise, podendo apenas aplicar a análise dos indicadores,
sem avaliar a evolução e redução dos saldos (análise horizontal) ou participação das
contas contábeis em cada grupo de contas (análise vertical). Apenas haverá a análise
de alguns indicadores isolados. Desta forma, o que retrata o montante de apenas uma
conta contábil ou de um grupo patrimonial específico quando tratado isoladamente?
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
ANÁLISE DOS INDICADORES DE LIQUIDEZ
1 INTRODUÇÃO
A análise das Demonstrações Contábeis encontra sua relevância quando são
apurados os indicadores, principalmente ao comparar itens e grupos do Balanço e da
DRE – Demonstração do Resultado.
IMPORTANTE
Como foi estudado em análise horizontal e análise vertical, será aplicado
um Balanço Patrimonial e uma DRE – Demonstração de Resultado, onde
serão utilizados os mesmos dados para a solução dos índices no material
de estudos.
99
No próximo item serão apresentadas as fórmulas para o cálculo dos índices e o
resultado que cada um revela.
2 LIQUIDEZ IMEDIATA
Este índice informa a porcentagem das dívidas (obrigações) de curto prazo,
caso a empresa disponha de caixa, a dívida pode ser saldada imediatamente. Quanto
maior este índice se apresentar, maiores são os recursos que a empresa dispõe.
IMPORTANTE
Uma breve explicação sobre as diferenças entre os termos utilizados para: Disponibilidades
x Caixa e equivalentes de caixa.
100
A Lei das Sociedades por Ações estabelece que no Ativo as contas serão dispostas em ordem
decrescente de grau de liquidez e, dentro desse conceito, as contas de Disponibilidades são as
primeiras a serem apresentadas no Balanço, dentro do Ativo Circulante.
A intitulação Disponibilidade, dada pela lei, é usada para designar dinheiro em caixa e
bancos, bem como valores equivalentes, como cheques em mãos e em trânsito que
representam recursos com livre movimentação para aplicação nas operações da empresa
e que não haja restrições de uso imediato.
101
QUADRO 5 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
102
Liquidez Imediata
LI = Disponibilidades
Passivo Circulante
LI = 922.000
4.999.000
LI = 0,1844
IMPORTANTE
Quanto maior, melhor!
Apurou-se que para cada R$ 1,00 em dívidas de curto prazo, a empresa possui
R$ 0,18 para pagar os compromissos com o caixa disponível.
3 LIQUIDEZ CORRENTE
O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que consta
no Ativo Circulante em comparação com o Passivo Circulante. Em outras palavras,
significa dizer quanto a empresa possui de recursos em até um ano para quitar todos os
seus compromissos para o mesmo período apurado
103
É preciso considerar que no numerador estão incluídos itens tão diversos como:
disponibilidades, valores a receber a curto prazo, estoques e certas despesas pagas
antecipadamente. No denominador, estão incluídas as dívidas e obrigações vencíveis a
curto prazo.
FONTE: O autor
104
Liquidez Imediata
LC = Ativo Circulante
Passivo Circulante
LC = 8.996.000
4.999.000
LC = 1,7996
4 LIQUIDEZ SECA
O indicador da liquidez seca é um interessante resultado para ser analisado,
pois ele descarta da sua base de cálculo o valor dos estoques e o valor das despesas
antecipadas em função das seguintes características: a) os estoques possuem um
maior tempo para o giro, podendo não ser utilizados para liquidar os compromissos
financeiros da empresa de maneira rápida; b) as despesas antecipadas também
devem ser eliminadas da base de cálculo desse indicador. É importante ressaltar que
as despesas antecipadas poderão ser reclassificadas para as contas do resultado, pois
estas despesas serão classificadas para o grupo das despesas ou custo ao longo do
exercício social.
105
bastante conservador em função da alta rotatividade dos estoques. Este indicador
apresenta uma posição bem conservadora da liquidez da empresa em determinado
momento, sendo preferido pelas instituições financeiras.
Corrobora Voglino (2020) que o índice de liquidez seca indica quanto uma empresa
poderá dispor de recursos circulantes, sem levar em conta seus estoques, para realizar o
pagamento de suas obrigações de curto prazo. Este índice de liquidez é considerado mais
rigoroso, pois, além de calcular a capacidade de pagamento da empresa no longo prazo, o
Índice de Liquidez Seca não leva em consideração os estoques.
O índice de liquidez seca foi criado para a extração da análise de curto prazo
da empresa, a baixa liquidez dos estoques e das despesas antecipadas e é obtido por
meio do relacionamento dos ativos circulantes de maior liquidez com o total do passivo
circulante total.
106
QUADRO 7 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
Liquidez Seca
LS = 3.941.000
4.999.000
LS = 0,7884
107
A apuração do resultado indica que do resultado do Ativo Circulante ( - ) Estoque
e dividindo-se pelo valor do Passivo Circulante, obtêm-se o resultado de que para cada
R$ 1,00 em dívidas de curto prazo, a empresa dispõe de R$ 0,78 para pagar os seus
compromissos de curto prazo.
IMPORTANTE
O ideal deste indicador é estar acima de 0,80 visto que exclui os estoques
da base de cálculo.
Isso porque a realização dos estoques, na maioria das vezes, é mais demorada
e difícil de acontecer (giro dos estoques) do que os demais elementos. Apesar de serem
classificados como itens circulantes (curto prazo), não apresentam, na maioria das vezes,
liquidez compatível com o grupo patrimonial. As despesas pagas antecipadamente
representam serviços, utilidades e benefícios a receber e não valores monetários a
receber. Dessa maneira, são eliminadas desse cálculo.
5 LIQUIDEZ GERAL
Este indicador expõe a longo prazo a saúde financeira da empresa. Caso os
prazos dos ativos e passivos, em seu cálculo, forem muito diferentes, a análise da folga
financeira pode ser prejudicada.
Ativo Circulante +
Ativo Não Circulante
Indicador de Liquidez Geral =
Passivo Circulante +
Passivo Não Circulante
Este indicador serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez)
de longo prazo do empreendimento. Mais uma vez, o problema dos prazos empobrece
o sentido e a utilidade deste indicador, a não ser que seja explicitamente levado em sua
devida análise. Os prazos de liquidação do passivo e de recebimento do ativo podem
ser os mais diferenciados possíveis, ainda mais se considerarmos que a empresa possui
passivo e ativo em longo prazo.
108
O índice de liquidez geral mostra a solidez do embasamento
financeiro da empresa em longo prazo, considerando tudo o que ela
converterá em dinheiro em curto e longo prazo e relacionando com
tudo o que a empresa já assumiu como dívida, também em curto e
longo prazos. Como em qualquer índice, a liquidez geral não deve ser
vista isoladamente.
109
QUADRO 8 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
Liquidez Geral
LS = 33.974.000
18.282.000
LS = 1,8583
110
Com esse indicador, é possível identificar que para cada R$ 1,00 em dívidas totais,
a empresa dispõe de R$ 1,8583 de recursos do Ativo Circulante e Ativo Não Circulante
para pagar todos os seus compromissos do Passivo Circulante e Passivo Não Circulante.
111
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A liquidez geral serve para detectar a saúde financeira (no que se refere à liquidez) de
longo prazo do empreendimento.
112
AUTOATIVIDADE
1 A análise dos índices financeiros demonstra a relação heterogênea dentro de um
mesmo exercício, pois indica quantas vezes o divisor está contido no dividendo, como
uma simples operação matemática. O que permite identificar esses indicadores?
a) ( ) O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que consta
no Ativo Permanente em comparação com o Passivo Circulante. Em outras
palavras, significa dizer quanto que a empresa possui de recursos em até um
ano para quitar todos os seus compromissos para o mesmo período apurado.
b) ( ) O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que consta
no Ativo Circulante em comparação com o Passivo Circulante. Em outras palavras,
significa dizer quanto que a empresa possui de custo de produção em até um
ano para quitar todos os seus compromissos para o mesmo período apurado.
c) ( ) O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que consta
no Ativo Circulante em comparação com o Passivo Não Circulante. Em outras
palavras, significa dizer quanto que a empresa possui de recursos em até um ano
para quitar todos os seus compromissos para o mesmo período apurado.
113
d) ( ) O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que
consta no Ativo Circulante em comparação com o Passivo Circulante. Em outras
palavras, significa dizer quanto que a empresa possui de recursos em até um ano
para quitar todos os seus compromissos para o mesmo período apurado.
e) ( ) O índice da liquidez corrente utiliza como base para apuração o valor que consta
no Ativo Circulante em comparação com o Patrimônio Líquido. Em outras
palavras, significa dizer quanto que a empresa possui de recursos em até um
ano para quitar todos os seus compromissos para o mesmo período apurado.
114
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
INDICADORES DE ENDIVIDAMENTO E
FATOR DE INSOLVÊNCIA
1 INTRODUÇÃO
A principal característica para a análise das demonstrações contábeis de uma
empresa está em comparar os indicadores apurados de um determinado período com
os demais apurados em exercícios sociais anteriores, e correlacionar esses resultados
com as metas de gestão da empresa. Por exemplo, giro dos estoques para identificar
necessidades de novas compras de mercadorias, rentabilidade da empresa para
identificar o tempo do retorno dos investimentos, e assim por diante.
115
Como exemplo, ao apurar o valor do custo da produção isoladamente, este valor
não possui relevância, mas ao comparar com o valor total das vendas realizadas, ou seja,
participação dos custos da produção na geração das receitas de vendas da empresa é
possível extrair uma importante informação.
2 COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
A avaliação do endividamento da empresa é de fundamental importância
para identificar se ela se encontra dependente de recursos de terceiros ou consegue
desenvolver as suas atividades com o capital próprio ao longo do tempo.
Fórmula:
IE = ET
ET + PL
Com este índice, é possível relacionar o total dos recursos no exigível total
(capitais de terceiros) com os recursos aplicados pela captação das instituições
financeiras e pelos sócios providos (capitais próprios e capitais de terceiros).
116
No longo prazo, a porcentagem de capitais de terceiros sobre os fundos
totais não poderia ser muito grande, pois isto iria progressivamente
aumentando as despesas financeiras, deteriorando a posição de
rentabilidade da empresa.
Entretanto, muito irá depender da taxa de retorno ganha pelo giro
no ativo dos recursos tomados por empréstimo, quando comparada
com a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento.
Se a taxa de despesas financeiras sobre o endividamento médio
se mantiver menor que a taxa de retorno obtida pelo uso, no giro
operacional, dos fundos obtidos por empréstimo, a participação de
capitais de terceiros será benéfica para a empresa, desde que isto
não determine situação de liquidez insustentável em determinados
dias, semanas ou meses do ano”.
IMPORTANTE
Quanto maior o resultado apresentado, pior para a empresa porque isso
significa um elevado grau de endividamento da empresa.
117
QUADRO 9 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
118
IE = ET
ET + PL
IE = 18.282.000
33.974.000
IE = 0,5381
119
O gestor da empresa precisa cuidar para que o prazo da amortização ou os
pagamentos das dívidas de empréstimos e financiamentos de longo prazo ocorram
dentro do período do exercício social corrente (período circulante). A empresa precisa
ter capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos junto aos bancos e
instituições financeiras, caso contrário, ela estará atrelada a um volume de endividamento
cada vez maior, o que com certeza não é saudável para o seu desenvolvimento.
FONTE: O autor
120
O valor do Passivo Circulante em R$ 4.999.000,00 deve ser dividido pela
somatória do valor do Passivo Circulante de R$ 4.999.000,00 do exercício social de X2
com o valor do Passivo Não Circulante do exercício social de X2 em R$ 13.283.000,00,
que perfaz um total de R$ 18.282.000,00.
ECP = PC
PC + PNC
ECP = 4.999.000
18.282.000
ECP = 0,2734
IMPORTANTE
Quanto menor o resultado apresentado, melhor para a empresa, porque
representa menor volume de dívidas para serem pagas no curto prazo, se
comparado ao total das dívidas da empresa (curto prazo e longo prazo).
121
2.2 GRAU DE IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Outro indicador para análise na gestão das empresas está relacionado com a
apuração do índice do grau de Imobilização do Patrimônio Líquido.
Isso não é um mau sinal, muito pelo contrário, porque a aquisição do imobilizado
não estaria vinculada diretamente com a captação dos recursos de terceiros, portanto,
não haveria endividamento em função da compra do imobilizado.
Observe que é um importante indicador para a gestão, pois, com esse resultado,
é possível avaliar as condições de investimento de recursos em outros ativos (além do
imobilizado da empresa).
122
Isso é fato, pois quanto maior o volume de recursos investidos no imobilizado,
menores serão os volumes de recursos que a empresa poderá investir em ativos
circulantes, por consequência existirá uma maior dependência de capitais de terceiros
para financiar o ativo circulante para aquisição de estoques e financiar os clientes a prazo.
FONTE: O autor
123
O valor do Ativo Permanente (Imobilizado) em R$ 21.358.000,00 deve ser
dividido pelo valor do Patrimônio Líquido de R$ 15.692.000,00 do exercício social de X2.
O resultado será 1,3611.
IPL = 21.358.000
15.692.000
IPL = 1,3611
IMPORTANTE
Quanto menor o resultado apresentado, melhor é para a empresa, pois o
excedente do Patrimônio Líquido que não está aplicado no imobilizado deve
estar aplicado em outras contas do Ativo Circulante.
A fórmula é a seguinte:
124
IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS NÃO CORRENTES = (IMOB + Inv. + Int.) / (PL + PNC)
IMOB = Imobilizado
Inv. = Investimentos
Int. = Intangível
PL = Patrimônio Líquido
PNC = Passivo Não Circulante
Em regra geral, este indicador não poderá ser superior a 100%, se não, dessa
forma a empresa estará cada vez mais dependente de recursos de terceiros para
investir no seu imobilizado, o que em tese não é interessante, pois faltariam recursos
para investir em suas atividades operacionais.
125
QUADRO 12 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
126
Imobilizado +
Investimentos +
IRNC = Intangíveis
PL + PNC
IRNC = 24.978.000
28.975.000
IRNC = 0,8621
IMPORTANTE
Com relação a esse indicador, a interpretação é quanto menor for o
resultado apresentado, melhor para a empresa.
3 ANÁLISE DISCRIMINANTE
Análise de desempenho nas empresas está pautada em indicadores econômico-
financeiros, com uso bastante generalizado, porém há a necessidade de realizar
associações desses indicadores com aplicação de diagramas de índices, pois muitas
vezes o analista se depara com conclusões distintas sobre a performance dos gestores
que administram as empresas.
127
Basicamente, os principais indicadores econômico-financeiros são utilizados
para a análise da liquidez imediata, liquidez corrente, liquidez geral e os indicadores
de lucratividade, os indicadores do giro dos ativos da empresa e também da estrutura
de capital. A estrutura de capital envolve a captação dos recursos de capital de
terceiros e capital próprio que devem ser suficientes para alavancar o resultado
operacional da empresa.
IMPORTANTE
A prática da Análise Discriminante envolve ferramentas estatísticas que são
estudadas na disciplina de Estatística, conforme as seguintes etapas:
128
A análise discriminante pode servir como uma forte ferramenta de controle
interno. De acordo com os resultados apresentados, a análise discriminante pode ser
utilizada como uma ferramenta para antecipação de determinadas ocorrências que
podem aparecer com o tempo, e ainda há a possibilidade de corrigir possíveis desvios.
Para Assaf Neto (2021, p. 126), “os modelos de análise discriminante admitem
implicitamente que um estado de insolvência pode ser perfeitamente identificado nas
demonstrações contábeis, conforme publicadas pelas empresas. A análise estatística
efetuada nessas demonstrações permite que se identifiquem, claramente, as principais
características de um estado de insolvência ou de solvência”.
129
IMPORTANTE
O objetivo não é somente prever falências, mas dar uma nota média geral para
a empresa que concatene diversos índices.
FATOR DE INSSOLVÊNCIA DE KANITZ = (RSPL x 0,05) + (LG x 1,65) + (LS x 3,55) – (LC X
1,06) – (PCT x 0,33)
Onde:
RSPL = Rentabilidade sobre Patrimônio Líquido
LG = Liquidez Geral
LS = Liquidez Seca
LC = Liquidez Corrente
PCT = Participação de Capital de Terceiros
130
QUADRO 13 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
Observação:
131
c) O Patrimônio Líquido (PL) de X2 é de R$ 15.692.000,00.
d) O Ativo Circulante (AC) menos Estoques, assim, deve ser utilizado o valor de
X2 de R$ 8.996.000,00 do Ativo Circulante e descontar o valor que consta nos Estoques
em X2 com R$ 5.055.000,00, o que perfaz um saldo de R$ 3.941.000,00.
ANO X2
X1 = Lucro Líquido x 0,05 = 1.494.000 x 0,05 = 0,0048
PL 15.692.000
Fórmula Geral: X1 + X2 + X3 - X4 - X5
132
LEITURA
COMPLEMENTAR
CONTABILIDADE ASSERTIVA
Celso Masson
Para Castro, por acompanhar de perto a saúde financeira e fiscal dos clientes,
os contadores reúnem os requisitos necessários para atuarem também como agentes de
negócios, especialmente para micro e pequenas empresas.
Foi com essa visão que ele criou a fintech Contbank. “Nossa proposta de valor
é levar serviços financeiros a esse segmento por meio dos contadores, que neste caso
atuam como os assessores de investimento da XP”, disse. “A estratégia é que o contador
seja o protagonista dos negócios dessas empresas”. Criado em 2019, o Contbank
passou a cadastrar agentes em abril deste ano e já tem como parceiros 600 escritórios
de contabilidade. Juntos, eles atendem cerca de 200 mil clientes em 125 cidades de
todos os estados brasileiros. A estratégia é converter toda essa carteira em correntistas
133
Contbank, que hoje somam 5 mil – entre pessoas físicas e jurídicas. E, claro, seguir
ampliando a base de agentes de negócios: dos atuais 600 para 2,5 mil até o final de 2022,
e assim progressivamente até chegar aos 80 mil escritórios contábeis em atividade no
País. Isso representa uma carteira potencial de 8 milhões de clientes.
“O Contbank é uma startup que oferece solução única para empresas que
encontram dificuldades na hora de contratar serviços financeiros” – Gustavo Junqueira
Presidente da Investsp.
134
MERCADO PROMISSOR
O Brasil tem cerca de 18.2 milhões de CNPJs, dos quais 200 mil se referem a grandes
empresas e cerca de 10 milhões a MEIs - que, por lei, não precisam de contador.
Sobram, portanto...
8 milhões
de micro, pequenas e médias empresas, atendidas por...
80 mil escritórios
de contabilidade em todo o Brasil
20 mil empresas
é o total de clientes que eles atendem hoje, em...
125 cidades
das cinco regiões do País
5 mil correntistas
é a carteira com que o Contbank encerra 2021
135
Segundo ele, a familiaridade do contador com a empresa pode aliviar uma dor
constante de muitos negócios, que é a obtenção de crédito. “Queremos aproximar o
mercado financeiro da economia real. As micros e pequenas empregam mais de 50%
da população economicamente ativa, geram 30% do PIB e não acessam o mercado
financeiro de forma adequada”, afirmou. Como mudar isso? Aproveitando o conhecimento
que os contadores reúnem sobre os clientes para construir um “score” de crédito. “O que
ajuda a reduzir os riscos para quem pode fornecer empréstimos é conhecer a saúde
financeira, a eficiência da empresa em termos contábeis, se ela tem recebíveis”, dados
aos quais o contador tem acesso.
136
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O grau de Imobilização dos recursos não correntes significa quanto a empresa está
investindo dos recursos no ativo imobilizado, investimentos em outras empresas e
recursos dos intangíveis que são captados dos recursos do patrimônio líquido (Capital
Social dos sócios e do Passivo Não Circulante).
137
AUTOATIVIDADE
1 O indicador de endividamento da empresa é de fundamental importância para
identificar se a empresa está dependente de recursos de terceiros ou consegue
desenvolver as suas atividades com o capital próprio. Com relação a esses aspectos,
por que as decisões financeiras passam por esse indicador? Justifique.
a) ( ) O gestor da empresa deve cuidar para que, durante o prazo da cobrança ou dos
pagamentos das dívidas de empréstimos e financiamentos de longo prazo, a
empresa tenha capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos
junto aos bancos e instituições financeiras em geral. Caso contrário, ela estará
atrelada ao volume de endividamento cada vez maior que com certeza não é
saudável para o desenvolvimento da empresa.
b) ( ) O gestor da empresa deve cuidar para que, durante o prazo da amortização ou
dos pagamentos das dívidas de empréstimos e financiamentos de longo prazo,
a empresa tenha capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos
junto aos bancos e instituições financeiras em geral. Caso contrário, ela estará
atrelada ao volume de endividamento cada vez maior que com certeza é saudável
para o desenvolvimento da empresa.
c) ( ) O gestor da empresa deve cuidar para que, durante o prazo da amortização ou
dos recebimentos das dívidas de empréstimos e financiamentos dos clientes, a
empresa tenha capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos
junto aos bancos e instituições financeiras em geral. Caso contrário, ela estará
atrelada ao volume de endividamento cada vez maior que com certeza não é
saudável para o desenvolvimento da empresa.
d) ( ) O gestor da empresa deve cuidar para que, durante o exercício social vigente, a
empresa tenha capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos
junto aos bancos e instituições financeiras em geral. Caso contrário, ela estará
atrelada ao volume de endividamento cada vez maior que com certeza não é
saudável para o desenvolvimento da empresa.
e) ( ) O gestor da empresa deve cuidar para que, durante o prazo da amortização ou
dos pagamentos das dívidas de empréstimos e financiamentos de longo prazo,
a empresa tenha capacidade financeira suficiente para honrar os compromissos
junto aos bancos e instituições financeiras em geral. Caso contrário, ela estará
atrelada ao volume de endividamento cada vez maior que com certeza não é
saudável para o desenvolvimento da empresa.
138
3 A Imobilização do Patrimônio Líquido requer uma especial atenção porque
parte do valor captado dos sócios deve, em tese, estar investido em estoques ou
disponibilidades da empresa. Para esse indicador, o que é importante avaliar?
4 O grau de Imobilização dos recursos não correntes significa quanto a empresa está
investindo dos recursos do imobilizado, mais investimentos em outras empresas,
mais os recursos dos intangíveis que são captados pelos recursos do patrimônio
líquido (Capital Social dos sócios e do Passivo Não Circulante). Como esse indicador
deve se apresentar? Justifique.
139
5 A Solvência Geral de Kanitz leva em consideração a análise discriminante com
obtenção dos pesos e ao fornecimento de uma nota final que, comparada a uma
escala de avaliação, dará a classificação de risco da empresa. A insolvência de uma
empresa ocorre pela incapacidade de solver suas obrigações, ou seja, pela falta de
dinheiro no momento de vencimento de uma dívida. Com relação a esses aspectos,
quais fatores são motivadores da falta de dinheiro?
140
REFERÊNCIAS
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
141
142
UNIDADE 3 —
INDICADORES DE GESTÃO E
ETAPAS DE ANÁLISE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
143
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
144
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
INDICADORES DE RENTABILIDADE
E ALAVANCAGEM
1 INTRODUÇÃO
O trabalho de análise das demonstrações contábeis da empresa possui
cunho extremamente técnico e obriga que o analista tenha domínio das técnicas da
contabilidade, pois assim poderá com certa facilidade elaborar todos os indicadores
necessários e analisá-los.
2 GIRO DO ATIVO
Todas as empresas, sejam elas atuantes no mercado nacional ou Internacional
e que estejam envolvidas em atividades de indústria, comércio ou de serviços, estarão
sempre enfrentando o peso da concorrência como forças competitivas.
145
É bom ressaltar que essas características variam do mercado de atuação de cada
empresa, assim como a capacidade de gestão dos seus administradores, uma empresa
pode evoluir mais rápido que a outra, pois muitos fatores externos são determinantes
para alavancar os resultados das empresas, ou não. Um exemplo são as variações das
taxas cambiais que têm forte influência nos custos de aquisição das matérias-primas
importadas. O desembaraço aduaneiro das matérias-primas importadas do dia em que a
taxa cambial estiver elevada aumentará o custo de aquisição dos valores das matérias-
primas no estoque em moeda nacional.
GAT = RLV
AT
146
QUADRO 1 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
147
QUADRO 2 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
148
IMPORTANTE
Quanto maior o resultado, melhor para a empresa, pois os ativos da empresa
deverão gerar mais Receitas de Vendas.
O resultado ideal é que estivesse próximo de 1,00 ou acima de 1,00. Isso significa
que de acordo com os dados apurados, a empresa não conseguiu apurar um
giro completo de todos os ativos dispostos para as suas atividades operacionais.
Zdanowicz (1998) contribui dizendo que o giro sobre o ativo operacional líquido
(GAOL) é calculado, considerando as receitas operacionais líquidas (ROL) e todo o
ativo operacional líquido (AOL) necessário para gerar aquela receita, deduzindo-se
todos os elementos patrimoniais estranhos à atividade-fim da empresa (inclusive as
depreciações).
Fórmula:
GAO = RLV / AO
Onde:
GAO = Giro Ativo Operacional
RLV = Receita Líquida de Vendas
AO = Ativo Operacional (Ativo Permanente ou Imobilizado)
149
QUADRO 3 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
150
QUADRO 4 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
GAO = RLV
AO
GAO = 19.841.000
21.358.000
GAO = 0,9290
151
IMPORTANTE
O melhor para a empresa é que este indicador esteja sempre acima de 1,00.
4 MARGEM BRUTA
De acordo com Zdanowicz (1998), a margem bruta é obtida pela apuração do
resultado entre o lucro bruto (LB) e a receita líquida de vendas (RLV).
152
QUADRO 5 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
Fórmula:
MB = LB / RLV
Onde:
MB = Margem Bruta
LB = Lucro Bruto
RLV = Receita Líquida de Vendas
MB = LB
RLV
MB = 5.653.000
19.841.000
MB = 0,2849
153
De acordo com os dados apresentados, o resultado da margem bruta está em
0,28 ou 28,49%.
IMPORTANTE
Isso apenas demonstra que o custo das mercadorias vendidas está em um valor
extremamente elevado para a empresa, pois a margem bruta em 28,49% deve
cobrir todos os demais gastos operacionais e financeiros da empresa.
5 MARGEM OPERACIONAL
Quando for apurado o lucro bruto, este deve ser o suficiente para cobrir as
despesas operacionais (despesas administrativas, comerciais, financeiras, tributárias,
dentre outras). Para esse indicador, é necessário apurar o lucro operacional (LO) que é
calculado com o uso do valor do lucro operacional líquido (LOL) e a receita operacional
líquida (ROL), conforme Zdanowicz (1998).
154
QUADRO 6 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
Fórmula:
MO = LO / RLV
Onde:
MO = Margem Operacional
LO = Lucro Operacional
RLV = Receita Líquida de Vendas
MO = LO
RLV
MO = 2.565.000
19.841.000
MO = 0,1293
155
De acordo com os dados apresentados, o resultado da margem operacional
está em 0,12 ou 12,93%.
IMPORTANTE
Isso confirma que além do valor do custo das mercadorias vendidas (custo
das vendas) estar em um valor extremamente elevado para a empresa,
também as despesas operacionais se apresentam elevadas, o que reduz a
margem operacional para esse resultado.
IMPORTANTE
No entanto, esse é um assunto que é tratado exclusivamente na área de
custos. Neste Material de Estudos, nós vamos avaliar apenas como apurar
o percentual respectivo dessa margem líquida do exercício. O gestor deve
confrontar esse resultado com o que foi definido na área de custos da
empresa para a precificação dos produtos.
156
Zdanowicz (1998) explica que a margem líquida do exercício (MLE) pode ser
calculada após descontar a provisão para imposto de renda (PIR) do lucro antes dos
impostos (LAI) sobre a receita líquida de vendas (RLV).
FONTE: O autor
157
Portanto, o valor é de R$ 1.637.000,00 divididos por R$ 19.841.000,00.
A fórmula é:
MLE = (LO – PIR) / RLV
Onde:
MLE = Margem Líquida do Exercício
LO = Lucro Operacional
PIR = Provisão para o Imposto de Renda
RLV = Receita Líquida de Vendas
MLE = 1.637.000
19.841.000
MLE = 0,0825
IMPORTANTE
Quanto maior a Margem Líquida do Exercício, melhor. Isso porque apresenta
maior retorno para a empresa, e deve apresentar o resultado próximo ao
estipulado pela área de Custos no momento da precificação dos produtos.
Significa que na prática esse resultado foi atingido, do contrário, toda estimativa
da precificação dos produtos ao serem comparados com a margem líquida do exercício,
precisa ser revista periodicamente.
158
7 RENTABILIDADE DO ATIVO
A rentabilidade do ativo também pode ser caracterizada como a taxa do retorno
dos investimentos realizados pelos gestores na empresa, podendo comparar com a TIR
que é a taxa interna de retorno.
A fórmula aplicada é:
159
QUADRO 8 – BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
160
QUADRO 9 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
RA = LLE
Ativo Total Médio
RA = 1.425.000
30.469.500
RA = 0,0468
161
IMPORTANTE
O retorno do investimento aproximadamente em 21 anos é em razão do
Ativo Total envolver os recursos de Capital de Terceiros (independentemente
de ser motivado por empréstimos ou financiamentos, salários a pagar,
fornecedores a pagar, impostos, dentre outras contas contábeis) e o Capital
Próprio (recursos investidos pelos sócios da empresa).
IMPORTANTE
Quanto maior o índice do RA – Retorno do Ativo –, melhor para a empresa, pois o
tempo do retorno dos investimentos reduz.
Esse percentual a cada ano pode alterar visto que novos investimentos serão
realizados na empresa, novas vendas serão realizadas, novos resultados serão apurados
e dessa forma esse resultado poderá alterar constantemente.
A fórmula aplicada é:
162
Vejamos o quadro a seguir que apresenta o Balanço Patrimonial com as
informações do Patrimônio Líquido, para o cálculo da rentabilidade do Patrimônio
Líquido.
FONTE: O autor
163
QUADRO 11 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
RPL = LLE
PL
RPL= 1.425.000
15.692.000
RPL= 0,0908
164
→ Tempo aproximado do retorno de investimento = 100 % / 9,08%.
→ Tempo aproximado do retorno de investimento = 11 anos.
É um interessante retorno, mas vale lembrar que esse percentual pode alterar
a cada ano.
IMPORTANTE
A rentabilidade do Patrimônio Líquido é de aproximadamente 11 anos. Nesse
indicador, se utiliza apenas o valor do Lucro Líquido do exercício em X2 em
comparação apenas com o valor do Capital Próprio (recursos investidos pelos
sócios da empresa).
IMPORTANTE
Quanto maior o índice da Rentabilidade do Patrimônio Líquido, melhor para a
empresa, pois o tempo do retorno dos investimentos dos sócios reduz.
9 PAYBACK
Payback é uma interessante ferramenta para a análise de investimentos.
Sua função é apurar o tempo do retorno dos investimentos realizados pela empresa,
adotando perspectivas de retorno desses investimentos com taxa de atratividade ao
custo do capital investido. As taxas não podem estar muito além ou aquém das taxas
praticadas pelos órgãos oficiais, como o Banco Central.
165
A avaliação do retomo do investimento deve sempre estar relacionada com a
área de atuação da empresa. Alguns segmentos de mercado exigem altos volumes de
investimentos enquanto outros nem tanto, por exemplo, a área da tecnologia necessita
de enormes volumes de recursos investidos para que as empresas deste segmento
estejam sempre atualizadas.
FONTE: O autor
166
Quando o assunto é lucro líquido, entende-se como lucro final, ou seja, aquele
encontrado depois de deduzidos os tributos devidos. Recomenda-se discutir este
assunto com o seu contador.
→ os preços de venda são valores finitos. Não se conseguem praticar valores superiores
aos aceitos pelo mercado globalizado;
→ o lucro, antes dependente, tornou-se dominante e faz “guerra” para garantir o seu
espaço, conforme determinado pelo investidor, e
→ os custos e despesas, que se não bem controlados, tornam-se infinitos, passaram a
exigir atenção maior daquela que até então se praticou.
Vamos nos ater apenas ao primeiro método que consiste em incluir o custo de
capital ao longo do prazo de análise do projeto de investimento. Na prática, significa trazer
todas as entradas do fluxo de caixa para a data t = 0, ou, trazê-las para um valor presente.
167
Para demonstrar esse resultado, é necessário apurar o payback descontado
considerando que determinada empresa realizou um investimento na ordem de R$
600.000,00 com o custo de captação em 12% a.a., e o prazo máximo aceito para retorno
do investimento é de 4 anos:
FONTE: O autor
Para calcular os demais valores basta inserir o novo valor em PV e o novo período
em “n”. A taxa permanece a mesma. Pergunta-se o novo PV.
168
Exemplo: continuando o exercício, para saber o valor presente de R$ 150.000,00
do ano 2.
Para apurar o PBD, devemos utilizar o último ano do fluxo de caixa negativo e
somar ao resultado da divisão entre o valor desse fluxo de caixa negativo (transformá-lo
em saldo positivo) pela próxima entrada do fluxo de caixa a valor presente que está no
ano 6.
• Payback Descontado do projeto < Payback Descontado máximo, deve-se aceitar o projeto.
• Payback Descontado do projeto = Payback Descontado máximo, deve-se aceitar o projeto.
• Payback Descontado do projeto > Payback Descontado máximo, deve-se rejeitar o projeto.
169
10 ALAVANCAGEM DA EMPRESA
A alavancagem operacional é possível de ser efetivada em função da presença
de custos e despesas fixos na estrutura de resultados de uma empresa, explica
Assaf Neto (2020). Os custos (despesas) não sofrem variação diante de mudanças no
volume de atividade, mantendo-se constantes (fixos) ao longo do tempo. Exemplo: a
depreciação de uma máquina ocorre independentemente de o volume de atividade ter
assumido acréscimos ou reduções. O mesmo acontece com o valor de aluguel, salários,
despesas de juros de empréstimos e financiamento, dentre outros.
Demonstração do Resultado:
Receita Operacional
(-) Custo dos Produtos Vendidos
Lucro bruto → ALAVANCAGEM OPERACIONAL
(-) Custos/despesas operacionais variáveis
(-) Custos/despesas operacionais fixas
Lucro Operacional (LAJIR)
(-) juros
Lucro líquido antes do IR → ALAVANCAGEM FINANCEIRA
(-) Imposto de Renda
Lucro Líquido
170
10.1 ALAVANCAGEM FINANCEIRA
A Alavancagem Financeira pode ser definida como a capacidade da empresa
em utilizar os encargos financeiros fixos para aumentar os efeitos de variações no LAJIR
– Lucro Antes dos Juros e Imposto de Renda –, sobre o lucro líquido final.
ALAVANCAGEM FINANCEIRA
VARIAÇÃO PERCENTUAL SITUAÇÃO
- 20% + 20%
NO LAJIR INICIAL
LAJIR 800.000 1.000.000 1.200.000
(-) JUROS 400.000 400.000 400.000
LAIR 400.000 600.000 800.000
(-) IMPOSTO DE RENDA 100.000 150.000 200.000
LUCRO LÍQUIDO 300.000 450.000 600.000
VARIAÇÃO PERCENTUAL
- 33,33% + 33,33%
NO LUCRO LÍQUIDO
171
O efeito da alavancagem financeira faz com que uma variação de 20% no LAJIR
provoque uma variação no Lucro Líquido de 33,33% para mais ou para menos.
Risco financeiro é o risco que se corre de não se conseguir cobrir custos financeiros.
O GAF – Grau de Alavancagem Financeira – está relacionado com o Risco Financeiro, isto é,
o risco de não se cobrir os custos financeiros (LAJIR/Despesas com juros).
GAF = LAJIR
LAJIR – JUROS
172
Quando se altera o valor do LAJIR (por exemplo, +20%, +30%, +50%...), o grau de
alavancagem permanece o mesmo. O que altera é o resultado, porque a cada unidade
monetária de aumento haverá “tanto a mais” de resultado final.
ALAVANCAGEM OPERACIONAL
VARIAÇÃO PERCENTUAL DA SITUAÇÃO
- 20% + 20%
RECEITA OPERACIONAL INICIAL
RECEITA OPERACIONAL 800.000 1.000.000 1.200.000
(-) CUSTOS E DESPESAS
320.000 400.000 480.000
OPERACIONAIS VARIÁVEIS
(-) CUSTOS E DESPESAS
320.000 320.000 320.000
OPERACIONAIS FIXAS
(=) LUCRO ANTES DE JUROS E
160.000 280.000 400.000
IMPOSTO DE RENDA-LAJIR
VARIAÇÃO PERCENTUAL
- 42,9% - + 42,9%
DO LAJIR
173
IMPORTANTE
Grau de alavancagem operacional é a medida do impacto da alavancagem
operacional da empresa nos seus lucros operacionais – LAJIR.
GAO = RV - CDV
(RV - CDV) - CDF
Onde:
RV: Receitas de vendas
CDV: Custos e despesas variáveis
CDF: Custos e despesas fixas
Para evidenciar este fato, vamos considerar que determinada empresa reduziu
os seus custos operacionais variáveis de R$ 400.000,00 para R$ 300.000,00, enquanto
os custos operacionais fixos sofreram um acréscimo de R$ 320.000,00 para R$
420.000,00:
174
Todas as variações ocorridas nos custos operacionais fixos afetam diretamente
a alavancagem operacional da empresa.
Para evidenciar este fato, vamos considerar que determinada empresa reduziu
os seus custos operacionais variáveis de R$ 400.000,00 para R$ 300.000,00, enquanto
os custos operacionais fixos sofreram um acréscimo de R$ 320.000,00 para R$
420.000,00:
ALAVANCAGEM OPERACIONAL
VARIAÇÃO PERCENTUAL DA SITUAÇÃO
- 20% + 20%
RECEITA OPERACIONAL INICIAL
RECEITA OPERACIONAL 800.000 1.000.000 1.200.000
(-) CUSTOS E DESPESAS
240.000↓ 300.000 360.000↓
OPERACIONAIS VARIÁVEIS
(-) CUSTOS E DESPESAS
420.000↑ 420.000↑ 420.000↑
OPERACIONAIS FIXAS
(=) LUCRO ANTES DE JUROS E
140.000↓ 280.000 420.000↑
IMPOSTO DE RENDA-LAJIR
VARIAÇÃO PERCENTUAL DO LAJIR - 50% - + 50%
Observa-se que o LAJIR da “situação inicial” não sofreu tipo de alteração algum,
pois o acréscimo de R$ 100.000,00 nos custos fixos foi compensado pela redução nos
custos variáveis de também no valor de R$ 100.000,00.
175
IMPORTANTE
Grau de alavancagem operacional = Variação percentual no LAJIR = 50% = 2,5
Variação percentual nas receitas 20,0%
IMPORTANTE
O GAO está relacionado com o Risco do Negócio ou Risco Empresarial,
isto é, o risco de não se cobrir os custos operacionais (lucro operacional/
receitas líquidas).
IMPORTANTE
GAC = Variação percentual do Lucro Líquido ou GAO x GAF
Variação % Receitas∗
176
Esse tipo de indicador somente é válido quando o valor base das receitas de
vendas da empresa utilizado para calcular e comparar esses valores for o mesmo.
Isso significa que o valor das receitas de vendas deve ser mantido constante
para ser possível comparar a alavancagem total relacionada com os diferentes níveis
dos custos fixos existentes.
IMPORTANTE
Sempre que a variação percentual no Lucro Líquido resultante de uma
variação percentual nas vendas for maior do que a percentagem de variação
nas vendas, haverá alavancagem total.
IMPORTANTE
O GAC representa o risco total da empresa (risco de negócio + risco financeiro).
177
ALAVANCAGEM COMBINADA
VARIAÇÃO PERCENTUAL DA SITUAÇÃO
+ 15%
RECEITA OPERACIOANAL INICIAL
RECEITA OPERACIONAL 2.000.000 2.300.000
(-) CUSTOS E DESPESAS
800.000 920.000
OPERACIONAIS VARIÁVEIS
(-) CUSTOS E DESPESAS
500.000 500.000
OPERACIONAIS FIXAS
(=) LUCRO ANTES DE JUROS E
700.000 880.000
IMPOSTO DE RENDA-LAJIR
(-) JUROS 350.000 350.000
(=) LAIR 350.000 530.000
(-) Imposto de Renda – IR 87.500 132.500
(=) Lucro Líquido 262.500 397.500
Variação percentual no Lucro Líquido - 51,43%
Lucro por ação – LPA 17,50 26,50
Onde:
178
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A margem bruta é obtida pela apuração do índice entre o lucro bruto (LB) e a receita
líquida de vendas (RLV).
• A rentabilidade do ativo também pode ser caracterizada como a taxa do retorno dos
investimentos realizados pelos gestores na empresa, podendo comparar com a TIR
que é a taxa interna de retorno.
179
AUTOATIVIDADE
1 Todas as empresas, sejam atuantes no mercado nacional ou Internacional e que
estejam envolvidas em atividades de indústria, comércio ou de serviços, estarão
sempre enfrentando o peso da concorrência como forças competitivas. Quais são as
forças competitivas?
a) ( ) É utilizado para avaliar, conforme os custos das vendas são gerados, quantas
vezes ocorreu o giro dos ativos aplicados às atividades operacionais da empresa
entre outras palavras, o imobilizado.
b) ( ) É utilizado para avaliar, conforme as receitas líquidas de vendas geradas,
quantas vezes ocorreu o giro dos estoques aplicados às atividades operacionais
da empresa entre outras palavras, o imobilizado.
c) ( ) É utilizado para avaliar, conforme as receitas líquidas de vendas geradas, quantas
vezes ocorreu o giro dos ativos aplicados às atividades financeiras da empresa
entre outras palavras, o imobilizado.
180
d) ( ) É utilizado para avaliar, conforme as receitas líquidas de vendas geradas, quantas
vezes ocorreu o giro dos ativos aplicados às atividades operacionais da empresa
entre outras palavras, o imobilizado.
e) ( ) É utilizado para avaliar, conforme as receitas líquidas de vendas geradas, quantas
vezes ocorreu o giro dos ativos aplicados às atividades operacionais da empresa
entre outras palavras, o estoque.
1 INTRODUÇÃO
A análise das Demonstrações Contábeis encontra sua relevância quando são
apurados os indicadores, principalmente ao comparar itens e grupos do Balanço e da
DRE – Demonstração do Resultado.
183
Os prazos de rotação constituem-se em categoria de elevada importância para
o analista. O balanço da empresa representa sua situação patrimonial em determinado
momento, isto é, como se fosse uma fotografia que mostra algo de forma estática, sem
refletir sua mobilidade, seu dinamismo. A empresa, em suas operações, compra, produz,
estoca, vende e recebe num processo dinâmico e contínuo.
Onde:
PMRE = Prazo Médio de Renovação de Estoques
CMV = Custo de Mercadorias Vendidas
Estoque Médio = ( Saldo Estoque ano 1 + Saldo Estoque ano 2 ) / 2
IMPORTANTE
Não é regra, mas como na prática da gestão empresarial existe a adoção do
mês comercial de 30 dias, para o ano comercial muitas empresas adotam o
período de 360 dias (30 dias do mês multiplicado por 12 meses), mas há a
possibilidade de aplicar o período para a análise do giro em 365 dias sem
nenhum problema.
184
Conforme os dados do Balanço Patrimonial e DRE – Demonstração do Resultado
–apresentados a seguir, aplica-se a fórmula para identificar o prazo médio de rotação
dos estoques.
FONTE: O autor
185
QUADRO 15 – DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DE EXERCÍCIO
FONTE: O autor
PMRE = CMV
Estoque Médio
PMRE = 1.198.000
3.795.000
PMRE = 3,7412
De acordo com o resultado apurado, o estoque girou 3,74 vezes durante o ano.
Quanto maior este indicador, melhor é para a geração do fluxo de caixa da empresa.
186
Prazo = Período
PMRE
Prazo = 360
3,7412
Prazo = 96,2248
IMPORTANTE
Quanto maior o índice do PMRE – Prazo Médio de Renovação dos Estoques
–, melhor é para a empresa, pois o tempo do giro dos estoques reduz.
187
Onde:
FONTE: O autor
188
Para identificar o valor da Receita de Vendas da empresa, é necessário buscar
na DRE – Demonstração do Resultado – em X2 o valor de R$ 19.841.000,00.
FONTE: O autor
O valor da média dos saldos na conta contábil a receber de Clientes está em:
189
PMCR = (SI Clientes + Vendas) - (SF Clientes)
Média Valores Clientes à Receber
PMCR = 20.160.000
1.415.500
PMCR = 14,2423
Prazo = Período
PMCR
Prazo = 360
14.2423
Prazo = 25,2768
IMPORTANTE
Quanto maior este indicador, melhor para a geração do fluxo de caixa da empresa.
190
PMPF = Compras / Média de Fornecedores
Onde:
FONTE: O autor
191
Outra informação que deve ser tomada para a realização desse cálculo é o valor
do Custo das Vendas em X2, que consta na DRE – Demonstração do Resultado – em X2,
no valor de R$ 14.188.000,00.
FONTE: O autor
CMV = EI + Compras – EF
192
Em seguida, é possível apurar o coeficiente do Prazo Médio de Pagamentos a
Fornecedores.
PMPF = Compras
Média Fornecedores
PMPF = 16.718.000
2.099.000
PMPF = 7,9647
Prazo = Período
PMPF
Prazo = 360
7,9647
Prazo = 45,1992
IMPORTANTE
Quanto menor for esse índice, melhor para a geração do fluxo de caixa da
empresa, pois terá maior prazo para pagar seus fornecedores.
193
3 VALOR ECONÔMICO AGREGADO – EVA
Um dos papéis mais importantes para o gestor financeiro nas empresas é o de
estar atento ao planejamento financeiro, principalmente quando deve avaliar os prazos
do ciclo operacional, em função dos recursos financeiros no caixa ocorrerem apenas
conforme os prazos negociados da cobrança dos clientes, bem como da negociação
dos prazos do pagamento dos fornecedores.
Esse ciclo financeiro não pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores
precisam estar atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro
da empresa e tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
Quando a empresa não alcança êxito na geração dos recursos financeiros com
as suas atividades operacionais, algumas vezes provado devido à forte necessidade de
investimentos, estas optam por operar na Bolsa de Valores e vender as suas ações, que
é uma maneira de captar recursos financeiros.
O plano do fluxo de caixa de longo prazo também é utilizado, mas este não
necessita de muitos detalhes, apenas é necessária a análise por saldos gerais das contas.
194
Isso geralmente ocorre quando se está realizando um plano de investimento,
não necessitando de detalhes, apenas a avaliação dos recursos em saldos agrupados.
Os autores afirmam que “[...] neste caso, a instituição financeira não assume
o risco de crédito do agente deficitário, que é assumido integralmente pelo agente
superavitário” (OLIVEIRA JUNIOR; PACHECO, 2017, p. 21).
195
Para Kuhnen e Bauer (1994, p. 387), “o conceito de Análise de Investimentos
pode hoje ser um conjunto de técnicas que permitem a comparação entre os resultados
de tomada de decisões referentes a alternativas diferentes de uma maneira científica”.
Para agregar valor ao produto, a empresa deverá ser hábil suficiente para que os
clientes possam perceber o valor do produto pela qualidade que este oferece. Segundo
Schuler e Toni (2015, p. 47), é o modo como o consumidor avalia o preço:
De acordo com Kuhnen e Bauer (1994, p. 387), “[...] neste sentido é que muitos
autores consideram que a Engenharia Econômica é, em boa parte, uma aplicação
das técnicas de Matemática Financeira nos problemas de tomada de decisões,
envolvendo análise de investimentos, substituição de equipamentos e mesmo o
estudo da depreciação”.
196
3.3 CUSTO DO CAPITAL PRÓPRIO E CUSTO DO CAPITAL
DE TERCEIROS
Ao se constituir uma empresa, esta necessita primeiramente dos recursos
financeiros dos sócios, para que se possa estruturar as primeiras atividades operacionais.
No entanto, em caso de maior necessidade de caixa, há a possibilidade de buscar
recursos de terceiros (recursos das instituições financeiras.
197
Empresas podem estar contratualmente limitadas
quanto ao tipo de fundo que podem captar. Exemplo:
pode estar proibida de obter capital de terceiros
adicional, a não ser que os direitos dos fornecedores
Obrigações
dos novos recursos fiquem subordinados aos dos
contratuais
titulares das dívidas já existentes. Também podem
existir restrições contratuais à venda de novas
ações, bem como à capacidade de pagamento de
dividendos aos acionistas.
Custos de
Ocasionalmente, a empresa imporá alguma restrição
agency
interna sobre o uso de capital de terceiros, para
Preferência dos limitar sua exposição a risco a um nível considerado
administradores aceitável pela administração. Por força de aversão a
risco, a administração limita a estrutura de capital a
um nível considerado o verdadeiro ótimo ou não.
Em geral, somente em empresas fechadas ou
ameaçadas por tentativas de aquisição o controle
Controle
chega a ser uma questão importante na decisão a
respeito da estrutura de capital.
A capacidade de obter fundos rapidamente e a taxas
favoráveis depende das avaliações externas de
risco por fornecedores de recursos e por agências
de classificação de risco. Consequentemente, a
Avaliação externa
empresa deve considerar o impacto das decisões
de risco
relativas à estrutura de capital sobre o valor da ação
e sobre demonstrações financeiras publicadas, com
as quais os fornecedores de recursos e as agências
Informação de classificação avaliam o risco.
assimétrica Às vezes, quando o nível geral de taxas de juros
é baixo, o financiamento com capital de terceiros
pode ser mais atraente. Em algumas ocasiões,
tanto capital de terceiros como capital próprio
Oportunidade tornam-se indisponíveis em condições que seriam
consideradas razoáveis. As condições econômicas
gerais – em especial as do mercado de capitais –
podem assim afetar significativamente as decisões
relativas à estrutura de capital.
IMPORTANTE
Em nenhum mercado financeiro ou empresa existe uma fórmula mágica
que defina uma estrutura ideal de capital. Neste caso, deve-se apurar o
Custo Médio Ponderado de Capital e identificar o Resultado Operacional
mínimo que a empresa deve atingir para cobrir os seus gastos com custos
de captação de capital, que são os seguintes:
198
3.4 CÁLCULO DO CMPC – CUSTO MÉDIO
PONDERADO DE CAPITAL
Ao ser projetado o resultado operacional de uma empresa, deve se utilizar a média
ponderada da taxa de juros em relação ao capital de terceiros e a taxa de dividendos em
relação ao capital próprio que a empresa irá investir. Essa remuneração se chama custo
médio ponderado de capital (CMPC) e servirá para identificar o resultado operacional
mínimo necessário para a empresa pagar os custos de captação e o efeito tributário do
imposto de renda da pessoa jurídica e da contribuição social sobre o lucro líquido.
FONTE: O autor.
199
- Custo dos Capitais de Terceiros (bruto): 25% a.a.
- Custo dos Capitais Próprios (bruto): 15% a.a.
- Alíquota do IRPJ/CSLL: 34%.
Fórmulas:
CMPC (Bruto) = ((CP x Taxa CP) + (CT x Taxa CT)) / (CP + CT)
CMPC (Líquido) = ((CP x Taxa CP) + ((CT x Taxa CT) x (1-IR))) / (CP + CT)
Dados:
Capital Próprio X1 = R$ 16.723.208
Capital de Terceiros X1 = R$ 2.500.985 (Curto Prazo) + R$ 2.965.380 (Longo Prazo) = R$
5.466.265
Neste caso, a taxa do CMPC Bruto está na ordem de 17,4634% como custo de
capital para manter a empresa A. Isso quer dizer que, se o gestor necessitar identificar o
Resultado Operacional mínimo necessário que a empresa deve atingir para quitar o valor
dos juros de capital de terceiros, o Imposto de Renda Pessoa Jurídica e a Contribuição
Social sobre Lucro Líquido e, por final, os Dividendos ao acionista, devemos tomar o valor
de R$ 16.723.208 + R$ 5.466.265 = R$ 22.189.743 e multiplicar por 17.4634% para apurar
o Resultado Operacional mínimo de R$ 3.875.084.
200
O percentual de 15,3694% é líquido do efeito tributário do IRPJ – Imposto de
Renda da Pessoa Jurídica – e do CSLL – Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
–, pois na captação de recursos de terceiros há o benefício tributário de 34% sobre o
valor dos juros que a empresa deixará de pagar imposto de renda, para as empresas
enquadradas no Lucro Real.
4 CAPITAL DE GIRO
Administração do capital de giro envolve avaliação do capital circulante líquido
que é a somatória dos recursos que constam no ativo circulante descontado o passivo
circulante. Desta forma, o capital circulante líquido somente é vantajoso se a somatória
dos ativos circulantes for maior que a somatória dos passivos circulantes.
Isso significa que o saldo positivo dessa operação apresenta que a empresa
não necessita de maior volume de recursos de terceiros para o investimento nos seus
ativos operacionais.
IMPORTANTE
Capital de giro (CDG) ou Capital Circulante Líquido (CCL) = Ativo Circulante
– Passivo Circulante.
201
QUADRO 22 – EMPRESA COM CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO (C.C.L.) POSITIVO
FONTE: O autor
FONTE: O autor
202
No quadro anterior, o valor da sobra financeira é negativo porque as dívidas
de curto prazo da empresa (passivo circulante) estão financiando as aplicações com
valores maiores no ativo permanente (Imobilizado). O valor do CCL (Capital Circulante
Líquido) de R$ 50,00 indica que dos R$ 135,00 aplicados em ativo permanente R$ 50,00
são financiados por dívidas de curto prazo.
IMPORTANTE
Caso os investimentos forem direcionados para o ativo permanente, maior
será o retorno alcançado pela empresa, porém maior será o risco envolvido.
203
No que se refere à gestão da liquidez dos recursos financeiros da empresa, esta
permanece vinculada a uma escolha entre risco e lucratividade.
Sempre há expectativas de que essa relação do ativo circulante com o ativo total
seja elevada (AC/AT)↑, assim sendo, a lucratividade e o risco do negócio são menores.
No entanto, se essa situação for ao contrário, ativo circulante em relação ao ativo total
for menor (AC/AT)↓, a lucratividade da empresa e o risco existente serão maiores.
Por sua vez, o capital de giro permanente, que é o volume mínimo de ativo
circulante que a empresa precisa para manter as atividades em funcionamento, está
relacionado com o capital de giro variável, que indica que podem ocorrer necessidades
adicionais de recursos financeiros, muitas vezes motivados por compras antecipadas de
estoques, entre outros exemplos.
204
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O prazo médio de rotação dos estoques procura (mensurado pelo custo das vendas)
representar quantas vezes se “renovou” o estoque por causa das vendas.
• O ciclo financeiro não pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores precisam
estar atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro da
empresa e tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
205
AUTOATIVIDADE
1 O gestor financeiro precisa estar atento ao planejamento das finanças da empresa,
principalmente quando deve considerar os prazos do ciclo operacional, em função
dos recursos financeiros ocorrerem conforme os prazos negociados da cobrança dos
clientes, além dos prazos do pagamento dos fornecedores. Desta forma, o que é o
ciclo financeiro da empresa?
a) ( ) O ciclo financeiro não pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores precisam
estar atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro da
empresa e tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
b) ( ) O ciclo financeiro pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores precisam estar
atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro da empresa e
tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
c) ( ) O ciclo financeiro não pode afetar o capital de terceiros, desta forma, os gestores
precisam estar atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro
da empresa e tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
d) ( ) O ciclo financeiro não pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores precisam
estar atentos para tomarem decisões que prejudiquem o fluxo financeiro da empresa
e tenham necessidade de captar recursos no mercado financeiro.
e) ( ) O ciclo financeiro não pode afetar o capital de giro, desta forma, os gestores
precisam estar atentos para não tomarem decisões que prejudiquem o fluxo
financeiro da empresa e tenham necessidade de expandir os seus negócios.
2 Muitas vezes quando a empresa não consegue gerar recursos financeiros com as
suas atividades operacionais, devido à forte necessidade de investimentos, estas
optam por atuar na Bolsa de Valores e vender as suas ações, que é uma maneira de
captar recursos financeiros. Com relação ao retorno do capital da empresa, o que é
necessário apurar?
206
3 O orçamento de capital permite selecionar os investimentos de longo prazo que a
empresa necessita realizar e isto somente é possível com uma análise detalhada
do fluxo de caixa estimado. De acordo com esses aspectos, o que o orçamento de
capital permite identificar?
207
208
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
ETAPAS DA ANÁLISE
DE DEMONSTRAÇÕES
1 INTRODUÇÃO
Olá, acadêmico! Chegamos ao último tópico do livro. Foi uma incrível jornada
até aqui, que nos levou a aprender sobre as Demonstrações Contábeis/Financeiras, nos
ensinou como calcular indicadores e nos acompanhou durante a análise para a tomada
de decisão. No entanto, quando chega a nossa vez de realizar um processo de análise
das Demonstrações Financeiras sozinhos, fica a dúvida: por onde começar?
209
Para isso, a primeira etapa seria “averiguar se estamos de posse de todas as
Demonstrações Contábeis (inclusive Notas Explicativas). Também seria desejável
ter em mãos as Demonstrações Contábeis de três períodos” (MARION, 2019, p. 7). O
autor relembra que cada publicação possui colunas comparativas, logo, em uma única
publicação há informações sobre dois períodos: o exercício atual e o exercício anterior.
DICA
É fácil chegar à conclusão de que a primeira coisa a se realizar a partir do
momento em que se coloca as mãos nas Demonstrações é sair calculando
os índices. Mas não é assim. Inicialmente, deve-se olhar as demonstrações
atentamente, procurar se familiarizar com ela, procurar aspectos que
chamem a nossa atenção, tentar realizar algumas análises só tendo
como base o que nos é apresentado. Esse é um começo extremamente
eficiente para um trabalho de excelência. Sente-se confortavelmente e a
leia atentamente. Nenhuma informação foi descrita ali para ser dispensável
ou supérflua.
O que não quer dizer que só demonstrações que passaram por um processo
de auditoria sejam confiáveis. Nem mesmo que não há risco algum só porque uma
empresa é auditada. Alguns dos grandes escândalos contábeis ocorreram em entidades
auditadas por empresas globais. Enquanto algumas empresas pequenas se preocupam
o suficiente em utilizar as informações contábeis para tomada de decisões a ponto de
terem dados extremamente confiáveis.
210
2.3 TERCEIRA ETAPA – PREPARAR AS DEMONSTRAÇÕES
PARA A ANÁLISE
Apesar de a Lei das Sociedades por Ações e da convergência às normas
internacionais de Contabilidade terem gerado uma maior padronização das
Demonstrações para todos os tipos societários, há de se verificar se realmente a empresa
classificou suas contabilizações de forma a permitir uma análise sem realizarmos a
Reclassificação de Itens.
Marion (2019) exemplifica o fato com um registro que demonstra certa ‘esperteza’
da empresa para melhorar sua situação econômico-financeira: suponha que ela tinha
um imóvel contabilizado em seu Ativo Imobilizado e, a fim de melhorar seus indicadores
de liquidez, passa a contabilizá-lo no Ativo Circulante, justificando que passou a dispor
desse imóvel para venda. Nesse caso, o analista terá de reclassificar esse valor de volta
para o Ativo Imobilizado no momento de preparar sua análise, pois se mantiver como
Ativo Circulante, suas conclusões sobre a capacidade de pagamento da empresa serão
corrompidas. O autor também apresenta que:
211
2.4 QUARTA ETAPA – SELECIONAR QUAIS INDICADORES
SERÃO UTILIZADOS
A quarta etapa é selecionar os indicadores úteis para a tomada de decisão.
Aprendemos diversos indicadores nos tópicos anteriores, e ainda há outros tantos
existentes, mais avançados e/ou que demandam informações internas, que não foram
escopo deste livro. No entanto, calcular todos os existentes de forma mecânica e
sem critério não é interessante, o ideal é verificar quais são os mais apropriados para
o objetivo do analista. Afinal, cada analista tem um objetivo diferente com relação à
tomada de decisão.
Observe que diminuímos 49 no PC, uma vez que houve pagamentos das
obrigações e consequente redução da dívida. Para esse pagamento utilizamos 49
de dinheiro do AC e, assim, reduzimos o caixa da empresa. Na verdade, não houve
mudança na situação financeira da empresa. Somente uma redução de 49 do AC
no PC (a capacidade de pagamento da empresa é a mesma). Se dividirmos o AC
pelo PC, obteremos um índice de $ 51,00, o que não significa que houve melhora
na capacidade de pagamento da empresa de 25 vezes, pois a situação é a mesma.
Nesse caso, houve uma manipulação, não sendo considerada má-fé.
212
2.5 QUINTA ETAPA – COMPARAR OS RESULTADOS COM
OS DE OUTRAS EMPRESAS CONCORRENTES DENTRO DO
SEGMENTO DA EMPRESA
Só analisar os resultados da empresa não é o suficiente. Precisa-se comparar
os resultados externamente com outras empresas concorrentes que sejam do mesmo
segmento de negócio da entidade, a fim de entender se realmente aqueles resultados
podem ser considerados bons/ruins ou não (se eu não tiver fator de comparação,
considerando apenas a própria empresa, não há parâmetros suficientes para que uma
conclusão efetiva seja tomada). Ou seja, a quinta etapa exige que se tenha posse das
Demonstrações de concorrentes do mesmo setor, ou até mesmo que se obtenha os
resultados dos indicadores via ferramenta de dados, como a Economatica.
DICA
Economatica
213
Há mais ferramentas disponíveis para auxiliar no processo de Análise de
Demonstrações, e muitas outras surgirão, pois a tecnologia está evoluindo
muito em aspectos como Business Intelligence, Data Mining, Big Data, Data Lake,
entre outros. É fundamental que nos mantenhamos atualizados sobre métodos
que possam aprimorar e expandir nosso trabalho, para não ficar para trás na
evolução tecnológica. No entanto, o mais importante continua sendo ter uma
base teórica e prática profunda, pois sem ela, nem mesmo a melhor tecnologia
conseguirá por si só nos levar a uma tomada de decisões acurada.
FONTE: https://economatica.com/excel-gallery/?lang=portugues-br.
214
Num exemplo exageradamente simples: imagine o balanço de uma
instituição financeira que capta depósitos de poupança e aplica a maior parte
desses recursos em operações de empréstimos a longo prazo, financiando atividade
imobiliária; que tipo de “índice de liquidez corrente” apresenta, classificando esses
valores todos captados como depósitos de poupança no Passivo Circulante, como é a
normatização brasileira, e classificando suas operações de crédito no Ativo Realizável
a Longo Prazo? Ativo Circulante pequeno e Passivo Circulante enorme. Se não tem
ideia de quão estável (quase “permanente” em certas instituições estatais) é esse
Passivo Circulante, poderá concluir que essa instituição já quebrou e só não fechou
suas portas porque ninguém a avisou... (por aí se vê por que, em tantos países, não
se classificam em circulante e não circulante os ativos e passivos das instituições
financeiras e seguradoras).
DICA
É essa preparação que você está tendo ao ler e estudar com afinco este
livro de Análise das Demonstrações, e que vai perdurar durante toda a sua
vida profissional: procurar sempre aumentar sua capacidade e preparo para
enfrentar os desafios necessários para suas tomadas de decisão!
215
O texto deve ser objetivo e direto, podendo utilizar linguagem técnica,
mas focando principalmente em uma escrita simples, para que seja efetivamente
compreendido pelos leitores. Pode-se utilizar gráficos, quadros e imagens de forma a
sintetizar as informações que se quer repassar. Construir uma estrutura de apresentação
coerente faz toda a diferença, pois apresentar dados e informações em uma sequência
lógica auxilia na correta interpretação pelo leitor, pois este é o objetivo: repassar seu
diagnóstico e conclusão de forma que seja captado de forma correta e compreensível.
De nada vale ter realizado uma análise sensacional, se o leitor não conseguir entendê-la.
(Destinatário)
1. Situação financeira
Endividamento: a empresa apresenta grau de endividamento satisfatório, uma
vez que os Quocientes de Estrutura de Capitais se encontram abaixo do Quociente
Mediano de seus concorrentes. Isso pode ser comprovado pela preponderancia dos
capitais próprios sobre os capitais de terceiros, pela boa margem existente entre as
obrigações de longo prazo e as obrigações de curto prazo e pela não imobilização total
dos capitais próprios, revelando a existência de liberdade financeira para tomadas de
decisão sem a necessidade de se sujeitar a regras impostas por credores.
2. Situação econômica
Rentabilidade: a empresa apresenta situação econômica satisfatória em decorrência
da boa rentabilidade, que permite girar em 5,26 anos o capital total investido.
216
3. Situação econômica e financeira
A Comercial Seul S/A encontra-se muito bem estruturada sob os pontos de vista
económico e financeiro, em razão do baixo grau de endividamento, do alto grau de
liquidez e do grau de rentabilidade que permite o retorno do capital proprio investido
em apenas 2,63 anos, constituindo negócio altamente positivo para aqueles que
confiaram na empresa.
IMPORTANTE
Esse é só um modelo simples com fins de exemplificação. As informações
que serão incluídas no Relatório devem ser decididas pelo analista. Pode-se
incluir análise do cenário, discorrendo sobre a empresa, sobre o segmento
do qual faz parte e possíveis políticas governamentais que o afetem, eventos
subsequentes à data da demonstração que possam afetar a situação da
empresa positiva ou negativamente, entre outros (SILVA, 2019).
217
3 ESTUDO DE CASO – REALIZANDO UMA ANÁLISE EM
DEMONSTRAÇÃO PUBLICADA
Que tal realizarmos uma minianálise simplificada em uma demonstração
publicada? Simplificada porque, como vimos durante todo o livro, uma análise completa
depende de muita análise, estudo, preparação, conhecimento da empresa etc., mas é
útil ao menos conhecer como proceder para realizar o passo a passo de uma análise na
prática. Vamos lá?
218
FIGURA 3 – SITE RELAÇÕES COM OS INVESTIDORES DA SCHULZ S.A.
ATENÇÃO
É só aguçar a curiosidade e consultar todos os menus, ler os documentos,
se familiarizar com as nomenclaturas e documentos publicados. Obter
conhecimento de forma prática e autodidata pode ser extremamente divertido!
INTERESSANTE
Caso durante esse processo de verificação você note algo interessante ou curioso a
ressaltar, para pesquisar posteriormente ou utilizar em seu Relatório de Análise, é
interessante anotar as informações.
219
Após, pode-se avançar para a Segunda Etapa – Averiguar a qualidade das
Demonstrações. Se olharmos bem no finalzinho do arquivo das Demonstrações,
verificamos que há Parecer da Auditoria, o que já dá uma garantia maior da qualidade
e credibilidade do controle interno e das informações publicadas pela empresa. Como
constam os dados de quem elaborou o parecer, dá para pesquisar mais sobre a própria
empresa de auditoria, caso assim deseja.
FONTE: <https://www.metisa.com.br/wp-content/uploads/2021/03/31-12-2020_RB_Balanco-
METISA-2020.pdf>. Acesso em: 2 mar. 2022.
220
3.2 CÁLCULO DOS INDICADORES PARA A ETAPA 4
A quarta etapa é selecionar quais indicadores serão apurados. Para fins
educacionais, vamos escolher apenas alguns: a Análise Vertical (importância de cada
conta em relação ao valor total) e a Análise Horizontal (variação do saldo da conta dentro
do período analisado) dos grupos do Ativo, assim como os indicadores de Liquidez.
DICA
Caso queira retomar a explicação sobre o que é Análise Horizontal e Vertical
e Indicadores de Liquidez, o conteúdo está disposto na Unidade 2. É só
voltar lá e relembrar o conteúdo. Aqui vamos somente realizá-lo na prática.
221
Agora que os cálculos estão feitos, segue o gabarito para conferir a resposta
correta. Lembre-se de que só os cálculos não são o suficiente; precisa principalmente
saber interpretar tais resultados. Por isso, após o gabarito, há exemplos de interpretações
importantes a considerar, levando em conta os resultados obtidos. Não deixe de ler!
222
É bem melhor analisar em percentual do que considerando os valores reais,
não é? E assim, dependendo do que cada analista tem como objetivo, dá para verificar
diversas informações com base na Análise Vertical e Horizontal. Essa mesma análise
pode ser realizada em outras demonstrações, utilizamos somente um exemplo para
compreender o seu funcionamento em uma demonstração publicada.
223
FIGURA 8 – NOTA EXPLICATIVA 5, DA METISA S. A.
224
FIGURA 10 – NOTA EXPLICATIVA 5, DA METISA S.A.
IMPORTANTE
Dá para notar a complexidade de influências que atingem os negócios de
uma empresa, afetando consequentemente seus resultados financeiros,
econômicos e patrimoniais. Por isso, é essencial não considerar somente
os dados de âmbito contábil. Quanto mais antenados estivermos ao que
acontece ao redor do mundo, melhor nossas análises ficarão.
225
FIGURA 11 – BALANÇO PATRIMONIAL DA EMPRESA METISA S. A.
226
Liquidez Corrente (LC) = AC = 264.802.416 = 4,09
PC 64.759.076
É como se eu estivesse devendo R$1,00 para você, e tivesse R$4,09 para lhe
pagar. Ou seja, conseguiria pagar a dívida toda contigo e ainda sobraria R$3,09. Como
podemos verificar, a empresa tem uma quantidade boa de recursos de curto prazo para
pagar suas dívidas de curto prazo.
227
Esse índice de Liquidez Seca segue a mesma lógica da Liquidez Corrente,
porém excluindo-se os estoques. Isso porque: 1) ainda há um processo para o estoque
se converter em dinheiro; e 2) estoques muito facilmente se tornam obsoletos ou
inexistentes. Ou seja, subtraímos do valor do Ativo Circulante (R$264.802.416) o valor
dos Estoques (que é de R$67.337.467). Após essa subtração, divido o resultado pelo
valor do Passivo Circulante (R$64.759.076). O resultado dá 3,05.
228
FIGURA 12 – NOTA EXPLICATIVA SOBRE RISCO DE LIQUIDEZ, DA EMPRESA METISA S.A.
risco de liquidez
FONTE: Metisa S.A. (2021, s.p.)
FIGURA 13 – SITE DA B3
229
Se pesquisar pela Metisa S.A., veremos que sua classificação setorial é a seguinte:
230
FIGURA 15 – BUSCA POR SETOR DE ATUAÇÃO: MÁQ. E EQUIP. CONSTRUÇÃO E AGRÍCOLAS
231
FIGURA 17 – EXTRATO DO ATIVO CIRCULANTE E PASSIVO CIRCULANTE DA STARA S.A.
232
3.4 ANÁLISE FINAL – ETAPAS 7 E 8
A etapa 7 é a tão esperada elaboração do Relatório de Análise. Levando em
conta todas as informações obtidas durante nosso mini estudo de caso, é um bom
momento para treinar o preenchimento de algumas informações em um relatório. Os
espaços para preenchimento nesse exemplo foram somente a Análise de Cenário e a
Situação Financeira de Liquidez (que foi a única que realizamos o cálculo juntos nesse
tópico para a Metisa S.A.).
2. Situação Financeira
Liquidez: ___________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________
_____________________
4. CONCLUSÃO
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
233
DICA
Finalizaremos o livro com uma Leitura Complementar sobre fraudes nas Demonstrações.
Isso porque em casos de manipulações, como os dados não são confiáveis, uma análise
ficaria prejudicada. Infelizmente é uma realidade possível de ocorrer. Nos últimos anos,
escândalos em grandes corporações foram destaque na mídia e causaram inúmeros
prejuízos, como os das empresas Enron, Arthur Andersen, WorldCom e Lehman Brothers.
As histórias são facilmente encontradas na internet, porém, vamos deixar a indicação
de um documentário sobre o caso Enron, chamado: Enron – Os Mais Espertos da Sala,
disponível no Youtube:
234
LEITURA
COMPLEMENTAR
COMBATE A FRAUDES E CRIMES ECONÔMICOS: UMA BATALHA SEM FIM
Essas são algumas das provocações que estão no centro das conclusões da
Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos deste ano. A fraude atingiu seu
maior nível de ameaça em todos os tempos – causando também níveis inéditos de
prejuízos. Nesse cenário, é fundamental que você avalie seu grau de preparação para
enfrentá-la, adote medidas eficazes de combate e aja rapidamente quando for atingido.
Por mais de 20 anos, a Pesquisa Global sobre Fraudes e Crimes Econômicos da PwC
analisa vários crimes registrados no ambiente corporativo, como:
235
Fraude nas demonstrações
contábeis/financeiras
Violação da lei de
Fraude fiscal concorrência/antitruste
Lavagem de Suborno e
dinheiro corrupção
Roubo de
propriedade Fraude do cliente
intelectual
236
20% 17% 17% 11% 9%
14% 11% 16% 13% 16%
Brasil Global
Global Brasil
Suborno e corrupção
Fraude contábil
Roubo de ativos
Crime cibernético
Má-conduta empresarial
Fraude fiscal
Lavagem de dinheiro
Roubo de propriedade
intelectual
Fraude em compras
Insider trading
Outras
2018 2020
237
Os fraudadores: quem são eles
Terceiros
As empresas terceirizam cada vez mais competências não essenciais para
reduzir custos. Esses parceiros de negócios podem representar uma fonte de riscos,
que muitas organizações não avaliam de forma estruturada.
• 14% dos participantes brasileiros e 19% dos globais citam os fornecedores como
autores da fraude mais grave sofrida cometida por um agente externo.
• Metade ainda não tem um programa formal para gerenciar o risco de terceiros – e
24% (21% no mundo) não possuem um programa de monitoramento ou due diligence
de terceiros.
238
Alta administração
Esses crimes geralmente estão entre os piores por causa da capacidade que
os altos executivos têm de anular (ou conspirar para anular) os controles internos –
seja pelo nível de autoridade delegada, conhecimento do sistema ou influência. Quase
metade das fraudes relatadas no mundo que resultaram em prejuízo acima de US$ 100
milhões foram cometidas por pessoas de dentro da empresa.
Acusados
Pela primeira vez este ano, perguntamos aos entrevistados se suas organizações
haviam sido acusadas de cometer uma fraude. Globalmente, entre os que relataram ter
sido vítimas de um evento desse tipo, quase 30% também foram acusados de cometer
alguma fraude.
Ação: Prepare-se
O que você está fazendo para prevenir e identificar fraudes? Quais programas,
métodos e tecnologias estão funcionando – e quais não estão? Que falhas de percepção
ainda existem – e que oportunidades de melhoria podem ser aproveitadas?
Combater a fraude compensa…, mas o que você faz é suficiente? Embora 56%
das empresas brasileiras (64% das globais) tenham políticas e procedimentos em vigor e a
maioria (6 em 10) inclua treinamento e monitoramento, menos de metade das organizações
dedica recursos à avaliação de riscos, investigações e gerenciamento de terceiros.
239
Quais ações seriam mais eficazes?
3. Fique atento. A capacidade de reagir a uma fraude assim que ela é identificada
é um elemento importante de um programa eficaz de fraude. Mobilizar rapidamente a
combinação certa de pessoas, processos e tecnologia pode limitar o dano potencial.
Em alguns casos, uma fraude pode ser uma oportunidade – ou um ponto de inflexão
estratégico – para desencadear uma transformação organizacional mais ampla para a
proteção da marca.
Ação: Faça a coisa certa. Sua resposta a uma fraude pode fazer toda a diferença
para a continuidade da empresa. Os reguladores – e a opinião pública – estão cada vez
mais exigentes. Reagir de forma muito lenta pode não apenas causar danos imediatos,
como também ampliar a crise. Globalmente, quais foram as principais medidas adotadas
pelas organizações que saíram mais fortes de uma fraude?
O mais importante em todo esse cenário talvez seja que os reguladores estão
prestando mais atenção aos programas de compliance e esperam que as empresas
apresentem evidências de que eles são realmente eficazes. Também há consenso
que nenhum programa é capaz de identificar toda e qualquer atividade irregular. Não
existe uma abordagem de compliance padrão: um programa de uma grande empresa
de telecomunicações certamente deve ser diferente de outro de um pequeno varejista.
No entanto, ambos devem ser adequados para lidar com os riscos específicos que cada
organização enfrenta.
240
Da mesma forma, não há um método prescrito para avaliar a eficácia das ações.
Muitos artigos acadêmicos sobre como avaliar a eficácia do treinamento fornecem
informações úteis. No entanto, não há muitos recursos disponíveis sobre a avaliação
da eficácia de um programa de gerenciamento de terceiros, por exemplo. Isso cria uma
oportunidade para as empresas definirem seu próprio sistema de avaliação, que pode
incluir aspectos como: estatísticas de racionalização de fornecedores, estatísticas de
rejeição de fornecedores, participação de fornecedores em programas de treinamento,
certificações de fornecedores ou menor número de pontos de atenção levantados pela
auditoria de terceiros. A chave é adotar uma métrica defensável, capaz de demonstrar
que a área do programa foi testada e como ela impediria ou detectaria problemas de
conduta no futuro.
241
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Análise Vertical apresenta a importância de cada conta com relação ao valor total
do grupo, enquanto a Análise Horizontal informa a variação do saldo da conta dentro
do período analisado.
242
AUTOATIVIDADE
1 A empresa Arboral S. A. apresentou o seguinte Balanço Patrimonial em 31/12/2022:
1- Liquidez Corrente:
2- Liquidez Imediata:
3- Liquidez Seca:
4- Liquidez Geral.
243
Balanço Patrimonial (em Reais)
Em 31 de dezembro de 2022 e 2021 (em Reais)
AV 2022 AV 2021
31/12/2022 31/12/2021 AH (%)
(%) (%)
ATIVO 74.900 70.800
Disponibilidades 3.200 2.500
Contas a
8.300 11.000
Receber
Estoques 7.000 4.800
Total do ativo
18.500 18.300
circulante
Realizável a
1.400 2.500
Longo Prazo
Imobilizado 55.000 50.000
Total do ativo
56.400 52.500
não circulante
3 A empresa Raio de Sol adquiriu mercadorias para revender em sua loja de decorações,
a prazo, no valor de R$ 25.300, com vencimento para 90 dias. Sobre o momento da
contabilização desse evento isolado, analise as sentenças a seguir:
a) ( ) Giro do ativo.
b) ( ) Liquidez seca.
c) ( ) Composição do Endividamento.
d) ( ) Rentabilidade do patrimônio líquido.
244
5 (ENADE, 2018)
FONTE: <https://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/provas/2018/ciencias_
contabeis.pdf>. Acesso em: 15 fev. 2022.
245
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sistematizada. São Paulo: Atlas, 2019.
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BRASIL. Lei 6.404/76. Dispõe sobre as sociedades por ações. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em: 15 fev. 2022.
246
CPC. CPC 00 (R2) Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro. 2019.
Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/
Pronunciamento?Id=80. Acesso em: 15 fev. 2022.
CPC. CPC 02 (R2) Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão
de demonstrações contábeis. 2010. Disponível em: http://www.cpc.org.br/CPC/
Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=9. Acesso em: 15 fev. 2022.
247
GERDAU. Demonstrações Financeiras. 2020. Disponível em: https://api.mziq.com/
mzfilemanager/v2/d/21e1d193-5cab-456d-8bb8-f00a49a43c1c/23e3eb80-27bd-
cdaa-4525-10f55f55c4a7?origin=1. Acesso em: 15 fev. 2022.
HENDRIKSEN, E. S.; VAN BREDA, M. F. Teoria da contabilidade. São Paulo: Atlas, 2018.
INFOMONEY. Como não se deixar enganar pelo seu próprio cérebro? 2021.
Disponível em: https://www.infomoney.com.br/colunistas/spiti-analise/como-nao-se-
deixar-enganar-pelo-seu-proprio-cerebro. Acesso em: 15 fev. 2022.
IUDÍCIBUS, S. de. Análise de balanços. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2017.
IUDÍCIBUS, S. de et al. Contabilidade introdutória. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
MARION, J. C. Análise das demonstrações contábeis. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
248
OLIVEIRA JUNIOR, G. A. de; PACHECO, M. M. Mercado financeiro. 3. ed. São Paulo:
Editora Fundamento Educacional Ltda., 2017.
PWC. Combate a fraudes e crimes econômicos: uma batalha sem fim. 2020.
Disponível em: https://www.pwc.com.br/pt/publicacoes/servicos/assets/consultoria-
negocios/2020/pesquisa_sobre-fraudes-e-crimes-economicos-2020-pwc-brasil.pdf.
Acesso em: 15 fev. 2022.
249
STARA. Relações com investidores. s.d. Disponível em: https://stara.com.br/
relacoes-com-investidores/. Acesso em: 14 fev. 2022.
250