Você está na página 1de 19

ÁGUA DE LASTRO

DRA. IRMA NELLY GUTIERREZ RIVERA

LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA AMBIENTAL

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOMÉDICAS, USP

SEMINÁRIO INTERNACIONAL SOBRE MICROBIOLOGIA APLICADA


AO MEIO AMBIENTE – ANTECEDENTES HISTÓRICOS E
PERSPECTIVAS

INTRODUÇÃO

Lastro é definido como qualquer volume sólido ou


líquido colocado em um navio para garantir sua
estabilidade e condições de flutuação.

Tanques de Lastro

1
INTRODUÇÃO

TANQUES DE
LASTRO

INTRODUÇÃO

O transporte marítimo movimenta mais de


80% das mercadorias do mundo

2
INTRODUÇÃO

Estima
- seque 12 bilhões de toneladas de água de lastro
são transportadas anualmente ao redor do mundo

INTRODUÇÃO

O Brasil tem 8.500 Km de litoral

3
ECOLOGIA DOS ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS

• Biota Autóctone ou residente

• Biota Alóctone ou transitória

INTRODUÇÃO
Estima
- se que o movimento de água de lastro
proporcione o transporte diário de pelo menos 7 mil
espécies entre regiões do globo (Carlton, 1999).

PLANTAS E ANIMAIS

BACTÉRIAS, VIRUS,
FUNGOS,
PROTOZOÁRIOS

4
CONSEQUÊNCIAS
• Problemas para Saúde Pública
• Desequilíbrio ecológico
• Problemas Econômicos

IMPACTO ECOLÓGICO/ECONÔMICO - BRASIL


O mais recente relato de introdução com sucesso é o do
bivalve Limnoperna fortunei, o mexilhão dourado. Este
bivalve originário dos rios asiáticos, foi introduzido na
América do Sul em 1991 no Rio da Prata, em Buenos Aires,
Argentina. No Brasil, o primeiro registro ocorreu em 19 de
janeiro de 1999 ao sul do Lago Guaíba.

Limnoperna fortunei
(Mexilhão Doutrado)
Doutrado)

5
ORGANISMOS EXÓTICOS
Introdução de Competição com
nova espécie espécies nativas

Condições ambientais
favoráveis

Estabelecimento
da nova espécie

Impactos Impactos
econômicos ecológicos

Entupimento de
turbinas

Encrustação de Alteração do comércio de Homogeneização da


cascos de barcos peixes e frutos do mar flora e fauna estuarina

ORGANIZAÇÃO MARÍTIMA INTERNACIONAL


IMO

“The Marine Environment Protection Committee


-

MEPC”
MEPC”, da IMO, projeta uma sé
série de “Diretrizes para
o Controle e Gerenciamento da Água de Lastro dos

Navios para Minimizar a Transferência de

Organismos Aquá
Aquáticos Nocivos e Agentes
Patogênicos" . Futuro manual obrigató
obrigatório.
rio.

Todos os paises podem submeter propostas

6
ESTUDO EXPLORATÓ
EXPLORATÓRIO PARA IDENTIFICAÇ
IDENTIFICAÇÃO E
CARACTERIZAÇ
CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉ
ESPÉCIES PATOGÊNICAS EM
ÁGUAS DE LASTRO EM PORTOS SELECIONADOS NO
BRASIL.

“ESTUDO EXPLORATÓ
EXPLORATÓRIO PARA IDENTIFICAÇ
IDENTIFICAÇÃO
E CARACTERIZAÇ
CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉ
ESPÉCIES
PATOGÊNICAS EM ÁGUAS DE LASTRO”
LASTRO”

Entidades Participantes:

• Gerência de Portos, Aeroportos e Fronteiras


da ANVISA, M.S.
• Departamento de Microbiologia, ICB-
ICB-USP
• Universidade de Estadual de Santa Cruz–
Cruz–Ilhé
Ilhéus
• Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo
Moreira, Arraial do Cabo-
Cabo-RJ

7
1

PORTOS
4
1 . Porto de Belém
2 . Porto de Fortaleza
3. Porto de Suape 5
4. Porto de Salvador
5. Porto Ponta Ubu 6
6 . Porto de Sepetiba
7. Porto de Santos
7
8. Porto de Paranaguá
9 . Porto de Rio Grande

Localização dos portos ao longo do litoral brasileiro.


brasileiro.

TREINAMENTO NA COLETA DE AMOSTRAS DE


ÁGUAS DE LASTRO-

8
COLETA DE ZOOPLÂNCTON NOS TANQUES DE
ÁGUA DE LASTRO

ESTUDO EXPLORATÓ
EXPLORATÓRIO PARA IDENTIFICAÇ
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇ
CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉ
ESPÉCIES
PATOGÊNICAS EM ÁGUAS DE LASTRO

Parâmetros físico químicos:


salinidade, pH, temperatura, condutividade, e sólidos
totais dissolvidos

Parâmetros microbiológicos
1. Contagem de bactérias marinhas viáveis
2. Contagem de vibrios
3. Contagem de coliformes fecais
4. Contagem de E. coli
5. Contagem de enterococos fecais
6. Contagem de Clostridium perfringens
7. Contagem de fagos -F específicos
8. Pesquisa de Vibrio cholerae O1 e O139

9
Vibrio cholerae – BACTÉRIA MODELO

• Encontra-se em forma livre ou associado ao


plâncton (copépodes) no ambiente marinho.

A cólera é
endêmica na Ásia e
África

10
1999 Surto Paranaguá

HIPÓTESES DO SURGIMENTO DE
EPIDEMIAS DE CÓLERA

1. CORRENTES MARÍ
MARÍTIMAS
2. MUDANÇ
MUDANÇA CLIMÁ
CLIMÁTICA GLOBAL (EL NIÑ
NIÑO)
3. ÁGUA DE LASTRO
4. CAMINHONEIROS VINDOS DE ÁREAS EPIDÉ
EPIDÉMICAS
5. INCREMENTO DO NÚ
NÚMERO DE CEPAS NATIVAS
PATOGÊNICAS DE Vibrio cholerae O1 TOXIGÊNICO
DEVIDO AOS FATORES BIÓ
BIÓTICOS OU ABIÓ
ABIÓTICOS NO
ECOSSISTEMA AQUÁ
AQUÁTICO.

11
ESTUDO EXPLORATÓ
EXPLORATÓRIO PARA IDENTIFICAÇ
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇ
CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉ
ESPÉCIES
PATOGÊNICAS EM ÁGUAS DE LASTRO

RESULTADOS

Foram analisadas 105


amostras de água de
lastro

70,7% bacté
bactérias
Máximo: 5.400 ufc/mL
5 milhões por litro de água
Tanque = 200.000 m3 ou L

ESTUDO EXPLORATÓ
EXPLORATÓRIO PARA IDENTIFICAÇ
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇ
CARACTERIZAÇÃO DE ESPÉ
ESPÉCIES
PATOGÊNICAS EM ÁGUAS DE LASTRO

Coliformes fecais: 12,1%


(Máximo de 310 ufc/100mL)

V. cholerae O1:
7 amostras de água de lastro (CE, PA,PE, RJ, SP),
das quais 2 amostras continham os genes ctxA e/ou
tcpA = patogênicas (Belém-PA e Recife-PE).
EXISTE RISCO DE EPIDEMIA DE CÓLERA PELO TRANSPORTE DE
ESPÉCIES MICROBIANAS PATOGÊNICAS NA ÁGUA DE LASTRO

MEPC 47/Dec 2001

12
PROJETO
1 Belem, PA
2002-2003
2 Fortaleza, CE

3 Recife, PE
4 Sepetiba,RJ
Diagnóstico
Microbiológico
5 Santos, SP de áreas de risco

6 Rio Grande, RG
em portos
7 Paranagua, PR
brasilerios
selecionados

COLETA DE ÁGUA DO MAR


E ZOOPLÂNCTON

13
Diagnóstico Microbiológico de áreas de risco em
portos brasilerios selecionados
1 Belem, PA

2 Fortaleza, CE

3 Recife, PE
Belém
4 Sepetiba,RJ

5 Santos, SP

6 Rio Grande, RG
7 Paranagua, PR

Sepetiba
Padrões Balneabilidade

RESULTADOS

AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA DA TROCA DE ÁGUA


DE LASTRO EM PORTOS BRASILEIROS
ANVISA, Petrobrás, IEAPM, USP
Percurso: São Luis de Maranhão – Amapá
Navio petroleiro: Itaituba
Métodos: diluição, seqüencial, transbordamento

MEPC 48/Dec 2002

14
TREINAMENTO RÁPIDO NA
CARACTERIZAÇÃO DE AMOSTRAS
DE ZOOPLÂNCTON NA TENTATIVA
DE AVALIAR A TROCA OCEÂNICA

Dr. Rubens Lopes – Instituto Oceanogrâfico,


Oceanogrâfico, USP

MEPC 49/2003

Proposal for the standarization of indicators for the


assessment of the microbiological quality of ballast water

Absence of toxigenic Vibrio cholerae O1 and O139 in 100


ml of ballast water and in 1 g of zooplankton (wet weigth).
weigth).
Fecal enterococci:
enterococci: 500 cfu/100 mL
Escherichia coli:
coli: 800 cfu/100 mL

15
BWM/CONF/36-
BWM/CONF/36- 16 February 2004
International Convention for the control and management of
ships’
ships’ ballast water and sediment

Regulation D-Standards for ballast water management


Regulation D-1: Ballast water exchange standard
Regulation D-2: Ballast water performance standard

2. Indicators microbes,
microbes, as a human health standard,
standard, shall
include:
include:
.1 Toxigenic V. cholerae (O1 & O139)
O139) less than
1CFU/100mL or less than 1 CFU per 1 gram (wet weight)
weight)
zooplankton samples;
samples;
.2 Escherichia coli less than 250 cfu/100mL
.3 Intestinal enterococci less than 100 cfu/100mL

Experimento com Água de Lastro para Avaliação dos


Padrões D- 2da Convenção da IMO.

Março 2005
•Petrobrás
•Instituto de Estudos do Mar
Almirante Paulo Moreira
(IEAPM) Arraial do Cabo – RJ
•ICB
- USP

MEPC/julho 2005

16
17
PERSPECTIVAS

1. DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS RÁPIDAS


PARA AVALIAR A EFICIÊNCIA DA TROCA DE ÁGUA
DE LASTRO.

2. AVALIAÇÃO DAS DIVERSAS METODOLOGIAS DE


TROCA DE ÁGUA DE LASTRO APLICADOS A UMA
REALIDADE NACIONAL

3. PROCESSO INTEGRADO NO CONTROLE DE NAVIOS:


ANVISA, MINISTERIO DA MARINHA, MINISTERIO DO
MEIO AMBIENTE, POLICIA FEDERAL E OUTROS.

18
EQUIPE DO LABORATÓRIO
MICROBIOLOGIA AMBIENTAL, ICB-USP
Profª Drª Irma N.G. Rivera
Técnica: Zelma Fernandes Marinho

Pós-
Pós-graduandos:
Bianca Caetano de Almeida
Caroline Markman
Claudiana Paula de Souza
Edith Mariela Burbano Rosero
Gislaine Gomes Martins
Keili Maria Cardoso de Souza
Lilian Sauer Albertini
Mário Armando Dantas
Oyama Rodrigues da Silva
Solange Lessa Nunes

OBRIGADA!

19

Você também pode gostar