MINISTÉRIO DAS PESCASE RECURSOS

MARINHOS

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DAS PESCAS EAQUICULTURA

EMANGOLA

Victor Chilamba
26/07/2021
WorkshopdeformaçãodaCNUCEDsobredesenvolvimento da EconomiaAzul, dosectordaspescaseobservânciadasnormas Internacionaisparaaexportaçãodepescado
CONTEÚDO

CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR DAS PESCAS EM ANGOLA

OBJECTIVOS DA GESTÃO

DESAFIOS E PERSPECTIVAS

Ministério daAgricultura e Pescas

CARACTERIZAÇÃO DO SECTOR 1. Contexto Geográfico
e Ecológico
PESQUEIRO EM ANGOLA
200 Milhas náuticas offshore

7. Plano de Ordenamento

2. Recursos Marinhos Vivos

4. Frota e artes de pesca

5. Infraestruturas

1.650 km

3. Legislação

6. Aspetos socio económicos

OBJECTIVOS

Biológicos e
Econômicos
Ecológicos

Sociais

• Garantir a segurança alimentar e nutricional

• Garantir empregos e meios de subsistência
• Assegurar a actividade económica
• Manter a integridade ecológica
FROTA PESQUEIRA (EMBARCAÇÕES)
1 2

3 4 5

Total 270
11
CAPTURAS/DESEMBARQUES DO PESCADO (ANO 2021)

TOTAL:
550 mil Ton

15
CAPTURA/DESEMBARQUE (ANO 2021)

1. Pequenos Pelágicos
Desembarques 70% Valor $ 55%

Sardinella lombuda Sardinella palheta Cavala

Carapau do Cunene Carapau do Cabo

Nome científico: Trachurus capensis
CAPTURA/DESEMBARQUE (ANO 2021)

2. Peixes Demersais Desembarques 28% Valor $ 30%

❖ Pescaria multiespecífica
❖ 30 species de interesse commercial (INIP, 2017)
U. canariensis
Cachucho Pescada de Angola Corvina Preta Calafate
D. macrophthalmus M. polli A. hololepidotus

Marionga Garoupa Roncador de Pintas Linguado

B. auritus E. aenus P. jubelini D. cuneata
CAPTURA/DESEMBARQUE (ANO 2021)

3. Crustáceos e moluscos
Desembarques 2% Valor $ 15%

❖ Camarão ❖ Camarão (Alistado) ❖ Caranguejo ❖ Gamba Costeira

Aristeus varidens
Parapenaeus longirostris Chaceon maritae

❖ Lagosta ❖ Choco ❖ Polvo ❖ Lulas

31°N - 36°S, 26°W - 21°E

EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS DA PESCA

70% Total:
USD 80 Milhões

25%

5%

Victor Chilamba
16
DESAFIOSDAGESTÃOPESQUEIRA

→ Escala (dimensão do espaço marinho)

→ Diversidade,
→ Complexidade e a
→ Dinâmica do sector pesqueiro em Angola pressupõe grandes desafios
que concerne a monitorização, controlo e vigilância da actividade de
pesca.

31
DESAFIOS

1 2 3 4 5 6
Factores Ecológicase Factores Sociaise Factores Factores
Biológicos Ambientais Tecnológicos Culturais Econômicos impostos por
outros usuários
✓ Nãocumprimento de doespaço
✓ Poucasáreasde ✓ Desenvolvimento ✓ Regulamentos ✓ Falta de verbas
recomendações proibiçãode pesca inadequados marinho
tecnológico das relacionadas a
científicas (MPAs) embarcaçõeseartes ✓ Falta de gestãode pescas:
✓ Destruição de depescaoque implementação / ✓ Conflitos de espaços:
• Sobrepesca habitats resultano aumento aplicação • Investigação
(stock) doesforçodepesca ✓ Falta de Científica • Pescasvs.
✓ Poluiçãomarinha transparênciae • MCV (fiscaliz.) Exploraçãode
• Bycatch and ✓ Descarte do bycatch rastreabilidade: • Elaboraçãode minerais ou
descarte Planos de hidrocarboneto
✓ **Pescailegal Não Gestão s
✓
Declaradae Não
Regulamentada
Factores
mercadológicos
• Projetos de
(IUU) • Preço do Desenvolvimen
pescado to costeiro
✓ Aumento da • Custosde • Preservação
população produção ambiental
dependentedos
recursospesqueiros

34
PERSPECTIVAS ?

✓ Melhor implementação/aplicação dos instrumentos

existentes;

✓ Indicadores chave de desempenho dos instrumentos.

31
INSTRUMENTOSDAGESTÃOPESQUEIRA

A Lei 6-A / 04-Lei dos Recursos A Lei no. 20/11- Lei de Bases do
Investimento Privado
Biológicos Aquáticos,
▪ Decreto Presidencial anual que contém as medidas
de gestão detalhadas, incluindo o total admissível de
A Lei no. 14/10- Lei que define os Limites
capturas (TACs), o limite de esforço e os períodos e as
dos Espaços Marítimos sob soberania e
zonas de veda.
jurisdição nacional
▪ Resolução n.º 9/06, de 6 de Fevereiro (Publicado na I
Série do Diário da República n.º16, de 6 de Fevereiro)
Aprova o Plano de Ordenamento das Pecas e da
Aquicultura 2006/2010.
Estrategia Nacional do Mar de Angola

26/07/202 21
1
 INSTRUMENTOS LEGAIS INTERNACIONAIS RELEVANTES AGESTÃO PESQUEIRA
1 2 3 4 5 6 7
Direitos Humanos, Ambiente e Poluição Ambiental Embarcações
Oceanos e
Segurança Desenvolviment de Pescas e Trabalho Comércio
Pescas
Alimentar, e o Sustentável Segurança no
Desenvolvimento Mar

• Convenção de • Convenção das NU sobre • Programa das Nações • A Convenção sobre o •

• Tratado Internacional Convenção relativa • Acordo sobre a
Ramsar de 1971. o Direito do Mar Unidas para o Ambiente Regulamento à idade mínima aplicação de
sobre Direitos 1995 Internacional para
Econômicos, Sociais
sobre Zonas • Acordo das NU sobre para admissão no medidas sanitárias
Húmidas de Unidades Populacionais • A Convenção-Quadro das Prevenção de emprego de e fitossanitárias,
e Culturais Nações Unidas sobre Colisões no Mar ,1972 pescador • Acordo sobre
Importância de Peixes Transzonais e
• Tratado Internacional Mudanças Climáticas • Convenção sobre barreiras técnicas
Internacional Altamente Migratórias
sobre os Direitos Civis (UNFCCC, 1992) • Convenção o Exame Médico ao comércio,
• Convenção sobre • Acordo internacionais de
e Políticos • Convenção de Basileia Internacional de de Pescadores, • Acordo sobre
Conservação de conservação e gestão dos
• Declaração Universal sobre o Controle de Torremolinos para a
1959 Tarifas e Comércio
Espécies Migratórias navios de pesca no alto • Convenção 1994,
dos Direitos Humanos Movimentos Segurança dos Navios
• A Conferência sobre mar - 1993 relativa aos •
• Programa de Ação da Transfronteiriços de de Pesca -SFV, 1977
Acordo sobre
Cúpula Mundial para o
Pequenos Estados • Código de Conduta de certificados de Procedimentos de
Insulares em 1995 para a Pesca Resíduos Perigosos e sua competência dos Licenciamento de
Desenvolvimento Eliminação de 1989 • Convenção pescadores
Desenvolvimento, Responsável Importação
Social Internacional sobre • Convenção relativa •
• O Plano de • Plano de Ação Acordo sobre
• Conferência • Convenção sobre a Padrões de ao alojamento a Subsídios e
Implementação da Internacional para a
Internacional sobre a Prevenção da Poluição Formação, bordo dos navios Medidas
WSSD: abordagem Gestão da Capacidade
Contribuição Marinha por Alijamento de Certificação e de pesca Compensatórias.
ecossistêmica à Pesqueira •
Sustentável das Recomendação • Convenção sobre
gestão da pesca até • Plano de ação Resíduos Vigilância da sobre horas de
Pescas para a Comércio
2010 internacional para reduzir • Convenção Internacional Tripulação de Navios trabalho (pesca), Internacional de
Segurança Alimentar para a Prevenção da de Pesca
• Convenção sobre as capturas acidentais de • Recomendação Espécies
• Plano de Ação de Poluição por Navios, • As Diretrizes
Diversidade aves marinhas na pesca relativa a formação Ameaçadas de
Quioto MARPOL voluntárias para o profissional dos
Biológica de palangre Fauna e Flora
• Cúpula Mundial da • Convenção de Viena para projeto, construção e pescadores
• Conferência das • Plano de Ação Selvagens-
Alimentação a proteção da camada de equipamento de • Convenção sobre CIDADES de 1973
Nações Unidas Internacional para
• Objetivos de ozônio pequenas Trabalho Forçado • Acordo Geral de
sobre Ambiente e Conservação e Gestão de
Desenvolvimento do • Convenção Internacional embarcações de ou Obrigatório Tarifas e Comércio,
Desenvolvimento Tubarões • Convenção sobre
Milênio para o Controle e Gestão pesca: 12 e 24 m. 199
• Agenda 21: O • Plano de Ação Segurança e • Tratamento tarifário
Programa de Ação Internacional para de Água e Sedimentos de • Código de Segurança Saúde preferencial para os
para o Prevenir, Desencorajar e Lastro de Navios para Pescadores e Ocupacional e países menos
Desenvolvimento Eliminar a Pesca Ilegal, • Programa de Ação Global Embarcações de Ambiente de desenvolvidos
Sustentável Não Declarada e Não para a Proteção do Meio Pesca, 1968 Trabalho • Declar2a2ção
26/07/2021 Marinho de Atividades Ministerial de Doha
Regulamentada
Terrestres
INSTRUMENTOSDAGESTÃOPESQUEIRA
-→MEDIDAS DE GESTÃO
A menor unidade do “kit de ferramentas” do gestor de pescas

Medidas Controlo de Controlo da Direitos de Medidas Manipulação de

1 2 3quota/captura/ 4 5 Económicas 6 Ecossistemas
Técnicas inputs (esforço) Uso
(output)

✓ Modificações da arte de pesca: seletividade
✓ Restrições de área e períodos
✓ Controlo do impacto das artes nos habitats
✓ Eficiência energética e poluição
✓ Limitações de tamanh o e sexo dos peixes
✓ Captura Total Admissível (TAC) ✓ Incentivos econômicos:
✓ Quota individuais por Embarcação impostos e subsídios
✓ Quota Individual Transferível ✓ Taxa de exploração do recurso
✓ Quota de captura acessória ✓ Outros incentivos: rotulagem
✓ Controlo da mortalidade geral por pesca ecológica e direitos de propriedade
✓ Quota de pesca comunitária
✓ Controlo da captura e desembarques

✓ Modificações de habitat-
✓ Restrições de artes (tipo, tamanho, malhagem) ✓ Acesso livre à pesca ✓ proporcionando
✓ Restrições de embarcações ✓ Direitos de uso territorial ✓ Manipulação de populações:
(tipo, tamanho, HP, AB...) ✓ Sistemas de entrada limitada • Repovoamento
✓ Quota de esforço individual ✓ Acesso e uso regulados pelo Estado;
✓ Limitação da capacidade de esforço de pesca ✓ Acesso e uso regulamentados pela
comunidade;

✓ propriedade privada. 25
✓ Direito de uso territorial
AVALIAÇÃO DAEFICÁCIA DOS INSTRUMENTOS DAGESTÃO

Indicadores chave de desempenho dos instrumentos

Biológicos Pescas e Operacionais (CPUE)

Tamanho Médio do Peixe

Objectivos da gestão
Alvo

Volume da Captura
Limite
• Aumentodostock de peixe nas áreas de protegidas
• Aumento das capturas
• Crescimento econômico
Económicos Socio - cultural

Preço Médio de Mercado

• Segurançaalimentar

Consumo de Pescado
• Proteçãoambiental

29
PERSPECTIVAS
❑ ORGP responsáveis pela gestão de stocks de peixes por região:
1
3
9
2
8

5
4
6

✓1 Comissão de Pescas do Atlântico Nordeste (NEAFC) 6✓ Organização Regional de Gestão de Pescarias do Pacífico Sul (SPRFMO)
✓2 Organização das Pescarias do Noroeste do Atlântico (NAFO) ✓7 Comissão de Conservação dos Recursos Marinhos Vivos do Antártico (CCAMLR)
3✓ Organização para a Conservação do Salmão do Atlântico Norte (NASCO) ✓8 Comissão Geral das Pescas do Mediterrâneo (CGPM)
✓4 Organização das Pescarias do Atlântico Sudeste (SEAFO) ✓9 Convenção sobre Conservação e Gestão de Recursos de Pollock no Mar Bering Central (CCBSP)
5
✓ 2A
6c/0or7d/o2d0e21Pesca no Oceano Índico Sul (SIOFA) 32
PERSPECTIVAS

❑ ORGP responsáveis pela gestão de espécies de peixes altamente migradoras, principalmente o Atum:

8
1
3

4 2

✓1 Comissão Internacional para a Conservação do Atum Atlântico (ICCAT) 4✓ Comissão Interamericana de Atum Tropical (IATTC)
✓2 Comissão do Atum do Oceano Índico (IOTC) 5✓ Acordo sobre o Programa Internacional de Conservação de Golfinhos (AIDCP)
✓3 Comissão de Pescas do Pacífico Ocidental e Central (WCPFC) ✓6 Comissão de Conservação do Atum Rabilho do Sul (CCSBT)

33
Noções gerais

A Aquicultura é o sector produtivo que mais cresce ao nível mundial.

Este crescimento vinha sendo apresentado nos últimos anos como
uma alternativa aos tradicionais sistemas de produção de proteína
animal.
Actualmente, a Aquicultura não se apresenta como alternativa mas
sim como a SOLUÇÃO para superar o vazio provocado pelo declínio
da pesca extrativa.
Milhões de toneladas PRODUÇÃO MUNDIAL DA PESCA DE CAPTURA E DA AQUICULTURA

47%

1950 1990 2015

Captura Aquicultura

(FAO, 2018)
 CONTRIBUIÇÃO DA AQUICULTURA E DA PESCA DE CAPTURA DO PESCADO
PARA CONSUMO HUMANO
(FAO, 2018)
53%
Pescado para consumo humano
(kg/capita)

1956 1986 2016

Captura Aquicultura

1990 – Estagnação da pesca extrativa e aumento da produção aquícola

(A maior parte da produção foi da Pesca ocorreu nas aguas marinhas
e a maior parte da produção aquícola, nas águas continentais
Contribuição da produção mundial de
Aquicultura por região/continente

Região 1995 2000 2005 2010 2015 2016

África 110 (0.5) 400 (1.2) 646 (1.5) 1286 (2.2) 1772 (2.3) 1982 (2.5)
Europa 1581 (6,5) 2051 (6.3) 2135 (4.8) 2523 (4.3) 2941 (3.9) 2945 (3,7)
Américas 920 (3.8) 1423 (4.4) 2177 (4.9) 2514 (4.3) 3274 (4.3) 3348 (4.2)
Ásia 21.678 (88.9) 28423 (87.7) 39188 (88.5) 52452 (89) 67881 (89.3) 71.546 (89.4)
Oceânia 94 (0.4) 122 (0.4) 152 (0.3) 187 (0.3) 186 (0.2) 210 (0.3)
MUNDO 24.383 32.418 44.298 58.962 76.054 80.031

Ásia - é o continente com maior maior produção mundial

África - é o continente com uma produção promissora.
Américas – produção estagnada
Europa – Decrescente
Oceânia - é o continente com menor produção
 PRODUÇÃO AQUÍCOLA NA REGIÃO DA SADC, 2017

Zâmbia 32.000
Malawi 12.217
Tanzânia 11.802
Madagáscar 10.928
Zimbabwe 10.300
África do Sul 6.013
RD Congo 3.200
Moçambique 1.835
Angola
Angola 1.339
Lesoto 1.300
Maurícias 1.254
Namíbia 470
Eswatini 100
Botswana 15
Seychelles 0,1
Comores 0
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000
Ton
(FAO FishStat, 2018; SADC, 2018)
Dados de Produção geral 2013- Set 2022

3000 2013 47
2014 305
2015 872
2500 2016 655
2017 1339
2018 1753
2000 2019 1925
2020 2104
2021 2536
1500 Set 2022 1187

1000

500

0
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Set 2022
 PROJECÇÃO NACIONAL VS PROJECÇÃO PDN 2018-2022 Ton/Ano

PROJECÇÃO PRODUÇÃO OBTIDA CUMPRIMENTO

ANO
PDN 2018-2022 TON %
2018 2000 1.753 87,65
2019 2500 1.925 77,00
2020 3000 2.104 70,13
2021 4000 2.536 53,40
2022 5000 ?

PDN 2018-2022
Constrangimentos

Apoio insuficiente ao sector privado.

Pouca disponibilidade dos recursos financeiros (dificuldade para o
acesso ao crédito bancário para financiar projectos de Aquicultura.
Insuficiência de técnicos qualificados para o sector
Pouco incentivo (visibilidade) na sensibilização da actividade (Mídias)
Preços elevadíssimos e exagerados de venda da ração e outros inputs
aquícolas
Falta de implementação de uma cadeia de valor geral na Aquicultura
Perspectivas e Desafios

. Apostar no desenvolvimento da Maricultura sem prejudicar os avanços da Aquicultura continental.

(Reactivar o CLMR)
. Elaboração do plano de desenvolvimento da Maricultura sustentável atráves do Plano de Ordenamento do
Espaço Marinho (PDEM)
. Intensificar o treinamento, formação e capacitação dos extensionistas em todas as Províncias
. Transformar aquicultura de Fomento em Aquicultura de sustentabilidade
. Incentivar a cooperação entre o MINPERMAR e o Ministério da Edução para introduzir o curso de
Aquicultura no Plano Geral da Educação Nacional
. Incentivar a cooperação entre o MINPERMAR e o Ministério das Finanças para a assinatura do memorando
sobre as taxas a cobrar para o licenciamento dos projectos aquícolas
. Implementar o projecto sobre o Melhoramento das espécies nativas potenciais para aquicultura
. Incentivar o apetrechamento do Laboratório do IIV do Huambo para os testes sobre o TiLV e outras patologias
. Realização da IIIª Conferência Nacional sobre Aquicultura
“ O cão é um bom guarda. Mas, só age enquanto estiver solto”.