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PORTARIA Nº.

055/2020 – GAB/SUP

O SUPERINTENDENTE DOS SERVIÇOS PENITENCIÁRIOS, no uso


de suas atribuições legais;

CONSIDERANDO a Emenda Constitucional Nº 104, de 04 de dezembro de


2019, que criou as polícias penais federal, estaduais e distrital;

CONSIDERANDO a Lei Nº 10.826/03, e suas alterações, que dispõem sobre


registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de
Armas – SINARM, define crimes e dá outras providências;

CONSIDERANDO a Lei Nº 12.993/14, que incluiu o §1°-B ao art. 6° da Lei


n° 10.826/03, concedendo porte de arma funcional aos integrantes do quadro efetivo de
Agentes e Guardas Prisionais;

CONSIDERANDO o Decreto Federal Nº 9.845/19, que regulamenta a Lei nº


10.826/03, para dispor sobre a aquisição, o cadastro, o registro e a posse de armas de fogo e
de munição;

CONSIDERANDO o Decreto Federal N° 9.847/19, que regulamenta a Lei Nº


10.826/03, para dispor sobre aquisição, cadastro, registro, porte e a comercialização de armas
de fogo e munição e sobre o Sistema Nacional de Armas e o Sistema de Gerenciamento
Militar de Armas;

CONSIDERANDO o Decreto Federal Nº 10.030/19, que aprova o


regulamento de produtos controlados;

CONSIDERANDO a Lei Complementar Estadual N° 13.259/09, que dispõe


sobre o Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul, criado
pela Lei 9.228/91, e alterações;

CONSIDERANDO o Decreto Estadual Nº 53.281/16, que dispõe sobre a


autorização do porte de arma de fogo aos integrantes da categoria funcional de Agente
Penitenciário, do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do
Sul, criado pela Lei Nº 9.228/91, e alterações;

CONSIDERANDO a Portaria Nº 125 – COLOG/19, que dispõe sobre a


aquisição, o registro, o cadastro e a transferência de armas de fogo de competência do Sistema
de Gerenciamento Militar de Armas e sobre aquisição de munições;

CONSIDERANDO a necessidade de regulamentar e padronizar a carga


patrimonial e cautela institucional dos materiais bélicos restritos ou permitidos, bem como
disciplinar os respectivos procedimentos a serem seguidos pelos servidores efetivos
integrantes do Quadro Especial de Servidores Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul;

CONSIDERANDO a legislação aplicável à baixa, doação, cessão de uso e


transferência de bens móveis do Estado, constante na Lei Federal Nº 8.666/93, no Decreto
Estadual Nº 38.878/1998, com alterações efetivadas pelo Decreto Estadual Nº 43.954/2005, e
na Informação CAGE/DEO 104/2012;
CONSIDERANDO a necessidade de aprimorar a gestão do material bélico,
envolvendo padronização, aquisição, recebimento, armazenamento, distribuição, descarte de
inservíveis e responsabilidade dos estabelecimentos prisionais e demais unidades
administrativas da Superintendência dos Serviços Penitenciários – SUSEPE;

CONSIDERANDO que o material bélico institucional é um bem patrimonial


pertencente ao arsenal bélico do Estado do Rio Grande do Sul, cabendo a SUSEPE padronizar
o seu controle e viabilizar a responsabilização administrativa, civil e criminal;

RESOLVE:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º. Fica estabelecido o “Regulamento do Material Bélico da SUSEPE”,


que define as normas e os procedimentos para padronização, aquisição, recebimento,
armazenamento, segurança, distribuição, carga, cautela, manutenção, fiscalização, baixa
patrimonial, descarte e responsabilidade funcional pelos materiais bélicos no âmbito da
Superintendência dos Serviços Penitenciários – SUSEPE, bem como adota outras
providências.

§ 1º. Para os fins deste Regulamento, adotam-se as seguintes definições:


I - material bélico: armas de fogo, munições (letais e não letais) e
instrumentos de menor potencial ofensivo, bem como equipamentos de proteção balísticos e
algemas;
II - carga: material bélico institucional sob responsabilidade dos
estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais (carga patrimonial);
III - carga temporária: material bélico institucional sob responsabilidade dos
estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais recebido temporariamente, com prazo
preestabelecido, de outro estabelecimento ou unidade (empréstimo);
IV - cautela permanente: autorização de posse, com prazo indeterminado, de
material bélico institucional, de caráter pessoal e intransferível, concedida aos servidores
penitenciários que preencham os requisitos legais exigidos para o desempenho das atribuições
e funções;
V - cautela provisória: autorização de posse, com prazo determinado, de
material bélico institucional concedida aos servidores penitenciários que preencham os
requisitos legais exigidos para o desempenho de determinada atividade rotineira ou
excepcional, até o final do trabalho realizado ou término do prazo de cessão.

§ 2º. Este Regulamento aplica-se a todos os estabelecimentos prisionais e


unidades organizacionais, bem como a todos os integrantes do Quadro Especial de Servidores
Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul que possuam, sob sua responsabilidade, carga
ou cautela de materiais bélicos.

Art. 2º. O material bélico é considerado um bem patrimonial e deve seguir


todos os procedimentos administrativos inerentes aos controles patrimoniais institucionais.

Art. 3º. Cabe às chefias das unidades organizacionais e aos diretores dos
estabelecimentos prisionais, ou a quem for designado, a responsabilidade pelo
armazenamento, manutenção e atualização permanente do banco de dados de sua carga de
material bélico.
Parágrafo único. Cabe à Seção de Material Bélico – SMB, subordinada ao
Departamento de Segurança e Execução Penal – DSEP, a gestão do material bélico
institucional e, à Delegacia Penitenciária Regional, a gestão do material bélico na respectiva
Região Penitenciária.

Art. 4º. A Seção de Material Bélico – SMB é responsável pelo controle do


material bélico e, anualmente ou quando necessário, solicitará aos gestores o levantamento da
carga patrimonial bélica.

Parágrafo único. Serão realizadas inspeções ordinárias e extraordinárias pela


SMB, mediante conferência do material em carga e acautelado informado, e da respectiva
documentação.

Art. 5º. Todo material bélico deve ser armazenado em local seguro e
adequado, contendo cofre/armário de metal e caixa de municiamento e desmuniciamento para
manuseio de arma de fogo, quando da retirada e entrega.

§ 1º. A Seção de Material Bélico – SMB deve manter depósito central de


materiais bélicos, adequado e seguro.

§ 2º. A SMB deve armazenar reserva técnica de material bélico institucional


em uso, destinado a cursos, possíveis substituições ou novas cargas demandadas pelo
Departamento de Segurança e Execução Penal – DSEP, a qual deverá ser organizada por tipo
de material, devidamente identificado.

§ 3º. A SMB deve manter as caixas de munições separadas por calibre e


letalidade, acondicionadas sem contato com o solo, em palets ou prateleiras, não devendo
haver mais de uma caixa aberta de determinado tipo de munição, as quais somente poderão
ser abertas após a distribuição total da última caixa aberta.

CAPÍTULO II
PADRONIZAÇÃO, AQUISIÇÃO, TESTES E DISTRIBUÍÇÃO

SEÇÃO I
PADRONIZAÇÃO E AQUISIÇÃO

Art. 6º. Fica instituído o Comitê Gestor de Material Bélico, responsável pela
padronização do material bélico institucional e acessórios, a ser designado por portaria do
Superintendente dos Serviços Penitenciários, composto por dois representantes da Seção de
Material Bélico – SMB e um representante, respectivamente, do Departamento de Segurança
e Execução Penal – DSEP, do Grupo de Ações Especiais da SUSEPE – GAES e da Divisão
de Segurança e Escolta – DSE.

§ 1º. Sempre que houver interesse da administração, serão solicitadas amostras


dos materiais bélicos para que o Comitê Gestor possa realizar avaliações técnicas, inclusive
com testes práticos para verificar a qualidade e eficiência dos produtos.

§ 2º. O Comitê Gestor deverá estabelecer uma padronização, revisada no


mínimo anualmente, a qual deve ser respeitada tanto para as solicitações quanto para as
aquisições de material bélico, independente da origem do recurso.
§ 3º. Os integrantes do Comitê Gestor que não possuírem habilitações nos
armamentos a serem avaliados poderão participar somente como observadores nos testes
práticos.

§ 4º. As armas de fogo e algemas pertencentes à carga patrimonial da SUSEPE


devem ser numeradas e brasonadas com o emblema institucional, bem como os demais
materiais bélicos e instrumentos de menor potencial ofensivo deverão ser identificados por
seu número de série.

Art. 7º. As solicitações de material bélico e acessórios dos estabelecimentos


prisionais e unidades organizacionais devem ser encaminhadas para a SMB, com anuência da
respectiva Delegacia Penitenciária Regional e/ou do Departamento de Segurança e Execução
Penal.

Parágrafo único. No caso de estabelecimentos prisionais novos, reativados ou


ampliados, a solicitação deve ser realizada pelo DSEP, através da SMB, respeitados os prazos
exigidos.

Art. 8º. Compete à Seção de Material Bélico – SMB a análise e validação das
solicitações de material bélico e acessórios para a SUSEPE, assim como o planejamento da
aquisição e distribuição, por meio de justificativa e avaliação técnica, inclusive nos casos de
aquisição com verba externa ou mediante doações.

Art. 9º. Compete ao Departamento de Segurança e Execução Penal – DSEP a


responsabilidade pela solicitação de aquisição de material bélico e acessórios junto ao
Exército Brasileiro.

§ 1º. Cabe à SMB a elaboração da solicitação para o Exército Brasileiro.

§ 2º. Após a autorização do Exercito, cabe ao DSEP o encaminhamento ao


Departamento Administrativo, para aquisição e patrimonialização.

Art. 10. Todo material bélico permanente deverá ser cadastrado no sistema de
Administração do Patrimônio do Estado (APE) antes da distribuição.

Parágrafo único. Caso a aquisição seja realizada com verba externa ou


doação, os materiais devem ser encaminhados para a SMB juntamente com a nota fiscal ou
Termo de Doação, para controle, registros e posterior encaminhamento ao Departamento
Administrativo para patrimoniar o material bélico.

SEÇÃO II
TESTES E DISTRIBUIÇÃO

Art. 11. Cabe à Seção de Material Bélico – SMB o recebimento,


armazenamento, realização de testes, avaliação e distribuição da carga dos materiais bélicos
aos estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais, mediante autorização do DSEP.

§1º. O material bélico recebido será avaliado conforme protocolo de testes que
verificará as reais condições de funcionamento.

§2º. O material bélico avaliado com desconformidade técnica será


encaminhado ao fabricante para substituição total ou parcial.
§ 3º. A definição e distribuição prévia da carga dos materiais bélicos devem
priorizar o grau de risco do estabelecimento prisional ou unidade organizacional, a demanda
operacional, o número de servidores, o quantitativo de presos, entre outros critérios de
segurança.

§ 4º. Para efeitos de distribuição, as quantidades mínimas de material bélico


para cada estabelecimento prisional e unidade organizacional devem ser definidas pelo
DSEP, considerando o número de servidores, quantitativo de presos, assim como as
especificidades dos estabelecimentos e unidades.

Art. 12. Cabe aos estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais o


recebimento, distribuição, armazenamento, controle e segurança do material bélico e
acessórios de sua carga patrimonial.

§1º. Cabe aos diretores dos estabelecimentos prisionais e chefias das unidades
organizacionais a responsabilidade pela guarda, controle e segurança de sua respectiva carga
patrimonial.

§2º. É de responsabilidade dos estabelecimentos prisionais e unidades


organizacionais manter atualizados seus bancos de dados referentes às suas respectivas
cargas patrimoniais bélicas.

§3º. Cabe às Delegacias Penitenciárias Regionais o recebimento, distribuição e


controle do material bélico e acessórios de sua Região Penitenciária, mantendo atualizado o
banco de dados.

§4º. Cabe aos estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais


informar, quando solicitado pelos setores competentes, a relação de sua carga patrimonial
bélica e acessórios.

Art. 13. Cabe ao Diretor do DSEP a autorização da carga, distribuição e


transferência do material bélico, de acordo com a necessidade de cada Região Penitenciária.

§1º. Todas as redistribuições e transferências justificadas de carga do material


bélico entre estabelecimentos prisionais e/ou unidades organizacionais pertencentes à mesma
Região Penitenciária devem ser autorizadas pela respectiva Delegacia Penitenciária Regional
e informadas à SMB imediatamente após a transferência.

§ 2º. Compete ao DSEP a autorização das redistribuições e transferências


justificadas do patrimônio bélico entre as Delegacias Penitenciárias Regionais, as quais
devem informar a movimentação patrimonial à SMB imediatamente após a transferência.

§ 3º. A comunicação da movimentação de material bélico deve ser realizada


mediante utilização do Anexo VI - Transferência de Material Bélico, com as respectivas
autorizações, para ser lançada pela SMB nos controles do material bélico, mantendo
atualizado o banco de dados do material bélico da SUSEPE.

Art. 14. As distribuições e transferências de material bélico devem seguir as


normas e os procedimentos de transferência patrimonial do Estado e do sistema de
Administração do Patrimônio do Estado (APE).
Art. 15. No caso de empréstimo de material bélico entre unidades (carga
temporária), deve ser descrita a relação dos materiais disponibilizados, em duas vias,
constando quantidade, modelo, tipo, número de série, calibre, acessórios, estado de
conservação (visível), data e hora da retirada, data estimada da devolução, nome completo e
identidade funcional, a serem assinadas pelo recebedor no momento da retirada e, quando da
restituição, devem ser assinadas pelo emprestador, constando nome completo, identidade
funcional, local, estado de conservação (visível), data e hora da devolução.

CAPÍTULO III
REGRAS GERAIS DAS CAUTELAS

Art. 16. Somente é permitido o acautelamento dos materiais bélicos e


acessórios pertencentes ao patrimônio bélico da Superintendência dos Serviços Penitenciários
aos servidores penitenciários ativos integrantes do Quadro Especial de Servidores
Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul nos casos previstos pela presente Portaria,
desde que preencham os requisitos legais.

Art. 17. Compete aos diretores de estabelecimentos prisionais e as chefias de


unidades organizacionais a autorização de acautelamento permanente e provisório de material
bélico aos servidores penitenciários ativos integrantes do Quadro Especial de Servidores
Penitenciários do Estado do Rio Grande do Sul lotados e em exercício no respectivo
estabelecimento ou unidade.

Parágrafo único. Os diretores e chefias poderão delegar o acautelamento


provisório para instâncias inferiores de comando e controle.

Art. 18. Os servidores penitenciários somente poderão possuir em cautela


permanente as armas de fogo de porte, como pistolas e revólveres, juntamente com munições,
acessórios, equipamentos de proteção e algemas, mediante avaliação e aprovação do diretor
de estabelecimento prisional ou chefia de unidade organizacional, desde que não comprometa
as necessidades das atividades executadas por servidores mediante cautela provisória.

Parágrafo único. O servidor penitenciário que possuir material bélico em


cautela permanente poderá portá-lo ininterruptamente, mesmo fora de serviço.

Art. 19. Os servidores penitenciários deverão receber em cautela provisória os


materiais bélicos e acessórios disponíveis, conforme necessidade do serviço.

Parágrafo único. Os servidores penitenciários com acautelamento provisório


ficam obrigados a devolver o material bélico e acessórios sempre que findar suas atividades
operacionais ou plantão.

Art. 20. É dever do servidor penitenciário informar, quando solicitado pela


SMB, pelos delegados penitenciários regionais, diretores, chefias e corregedores, o material
bélico sob sua responsabilidade.

Art. 21. O acautelamento de material bélico possui caráter precário, podendo a


Administração revogar a autorização a qualquer momento e determinar sua devolução.

Art. 22. Compete à direção do estabelecimento prisional ou chefia da unidade


organizacional recolher ou determinar o recolhimento do material bélico institucional em
cautela com o servidor penitenciário quando constatada irregularidade no uso do armamento,
cometimento de infrações ou delitos, por razões disciplinares de segurança ou outra situação
que torne o servidor inapto para a concessão da cautela de materiais bélicos, conforme os
requisitos legais e regulamentares.

Parágrafo único. Conforme avaliação, poderá ocorrer a suspensão temporária


preventiva da cautela de material bélico até a elucidação ou resolução dos fatos que geraram a
suspensão.

Art. 23. Cabe aos diretores de estabelecimento e chefias de unidades


organizacionais, ou a quem for determinado, informar as transferências dos materiais bélicos
à Seção de Material Bélico, bem como para a Divisão de Patrimônio.

Parágrafo único. É de responsabilidade dos estabelecimentos prisionais e


unidades organizacionais controlar, manter organizados e seguros os materiais bélicos de sua
respectiva carga, assim como atualizar permanentemente as informações, arquivos e
documentos.

Art. 24. Compete ao chefe de segurança, supervisor de plantão ou responsável


pelo controle e guarda do material bélico do respectivo estabelecimento prisional ou unidade
organizacional a conferência e inspeção diária do armamento, munições e seus acessórios,
bem como as condições de uso e o estado de conservação.

Art. 25. Compete aos servidores penitenciários detentores das cautelas


permanente e provisória a conferência e inspeção do armamento, das munições, dos seus
acessórios, das condições de uso e do estado de conservação, bem como zelar pelas regras de
segurança e conservação do material que estiver sob sua responsabilidade, podendo responder
administrativamente, civil e/ou criminalmente pelo uso indevido.

SEÇÃO I
CAUTELA PERMANENTE

Art. 26. Compete aos diretores dos estabelecimentos prisionais e chefes das
unidades organizacionais autorizar a cautela individual permanente de arma de fogo
institucional, de caráter pessoal e intransferível, aos servidores penitenciários lotados no
respectivo estabelecimento ou unidade.

Art. 27. O servidor penitenciário que obtiver material bélico em sua cautela
permanente deve conferir e assinar o “Termo de Responsabilidade sobre Cautela
Permanente”, conforme Anexo II do presente Regulamento.

Parágrafo único. Os estabelecimentos prisionais e unidades organizacionais


devem registrar em planilha ou em sistema próprio os acautelamentos e armazenar, em
arquivo ativo, os formulários assinados e, em arquivo inativo, após o servidor devolver os
materiais, conforme artigos 36 e 37.

Art. 28. Será autorizada a cautela permanente aos servidores penitenciários


habilitados no respectivo calibre do armamento, conforme exigido em lei, desde que a
unidade organizacional ou estabelecimento prisional possua armas suficientes em sua carga
patrimonial e não prejudique a execução das atividades rotineiras.
§1º. Os servidores penitenciários poderão ter, a qualquer momento, suspensa a
autorização da cautela permanente, por razões de ordem disciplinar, necessidade da
Administração, assim como observadas as disposições da presente Portaria.

§2º. O servidor penitenciário que possuir material bélico em cautela permanente


deverá portá-lo obrigatoriamente em serviço.

§3º. Fica vedada a cautela permanente de armas longas e de dispositivos elétrico


incapacitantes, as quais poderão ser concedidas apenas em situações excepcionais, com
autorização do Superintendente.

SEÇÃO II
CAUTELA PROVISÓRIA

Art. 29. A autorização da cautela provisória de material bélico institucional


será concedida aos servidores penitenciários para execução de suas atividades rotineiras ou
excepcionais, em razão da necessidade do serviço.

Art. 30. Ficam instituídos quatro formulários para controlar o acautelamento


provisório conforme o tipo de material, definidos nos Anexos III-A, III-B. III-C e III-D do
presente Regulamento, e um formulário alternativo aos quatro supracitados (Anexo I –
Acautelamento Provisório de Materiais Bélicos) para controlar o acautelamento provisório
por servidor, especialmente para estabelecimentos médios e pequenos:
I- Anexo III-A – Acautelamento Provisório de Arma Curta;
II- Anexo III-B - Acautelamento Provisório de Arma Longa;
III- Anexo III-C - Acautelamento Provisório de Colete;
IV- Anexo III-D - Acautelamento Provisório de Dispositivo Elétrico
Incapacitante.

§1º. No momento do recebimento do material em sua cautela provisória, o


servidor penitenciário deve conferir o material e assinar o respectivo formulário.

§2º. No momento da devolução do material, o servidor responsável pelo


material bélico deve conferir o material e assinar o formulário, confirmando o recebimento.

§3º. Quando utilizados os Anexos III-A, III-B. III-C e III-D, eles devem ser
impressos frente e verso e encadernados.

§4º. Em substituição aos Anexos III (A, B, C e D), pode ser utilizado o Anexo I
ou realizados os registros de acautelamento provisório e devolução em livro próprio.

Art. 31. A autorização da cautela provisória compete ao Chefe de Segurança,


Supervisor de Plantão ou responsável pelo controle e guarda do material bélico do respectivo
estabelecimento prisional ou unidade organizacional.

Art. 32. O servidor penitenciário que possuir material bélico acautelado


provisoriamente deverá entregá-lo ao término da jornada de trabalho.

Art. 33. Cabe ao Chefe de Segurança, Supervisor de Plantão ou responsável


pelo controle e guarda do material bélico do respectivo estabelecimento prisional ou unidade
organizacional receber e inspecionar os materiais entregues, bem como preencher e assinar o
Anexo III, conforme tipo de material (A, B, C ou D), ou Anexo I do presente Regulamento ou
em livro próprio.

CAPITULO IV
INSTRUMENTOS DE MENOR POTENCIAL OFENSIVO

Art. 34. É vedado a qualquer servidor penitenciário o acautelamento


permanente de instrumentos de menor potencial ofensivo.

Art. 35. Poderão ser acautelados provisoriamente instrumentos de menor


potencial ofensivo nas seguintes condições:
I - aos instrutores habilitados, quando forem ministrar instrução em cursos e
estágios;
II - aos servidores habilitados, quando autorizados e conforme necessidade de
serviço.

CAPITULO V
RESTITUIÇÃO DOS MATERIAIS BÉLICOS SOB CAUTELA PERMANENTE

Art. 36. Todo o material bélico institucional em cautela deverá ser restituído,
de imediato, ao estabelecimento prisional ou unidade organizacional de lotação do servidor,
nos seguintes casos:
I - exoneração, demissão, readaptação, aposentadoria, falecimento, licença para
tratar de interesses particulares, licença para acompanhar o cônjuge, licença para desempenho
de mandato classista, licença para concorrer a mandato público eletivo, licença para o
exercício de mandato eletivo e licença especial para fins de aposentadoria;
II - licença saúde, nos casos de transtornos psiquiátricos ou psicológicos;
III - remoção do servidor para outro estabelecimento prisional ou unidade
organizacional;
IV - afastamento de natureza disciplinar;
V - determinação ou condenação judicial;
VI - punição em procedimento administrativo disciplinar que determine a
devolução do material bélico acautelado;
VII - cedência para outros órgãos ou instituições;
VIII - a qualquer momento, quando solicitado pela Administração.

Art. 37. O servidor penitenciário deverá seguir os seguintes procedimentos


para restituição do material bélico sob sua cautela permanente:

§ 1º. O servidor penitenciário deve devolver o material bélico no respectivo


estabelecimento prisional ou unidade organizacional detentora da carga onde foi acautelado.

§ 2º. O servidor penitenciário deve devolver o material bélico em sua cautela


ao final do último dia de serviço anterior à data de remoção para outro estabelecimento
prisional ou unidade organizacional.

§ 3º. A direção do estabelecimento prisional ou a chefia da unidade


organizacional deverá preencher os dados relativos à devolução do material bélico acautelado,
expedindo recibo de material ao servidor.

§ 4º. A não devolução de qualquer material bélico acautelado, no prazo


máximo de 72 horas, nas situações previstas no Art. 36, ocasionará em comunicação formal à
Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário – CGSP e a não devolução do material
acautelado, no prazo máximo de 15 (quinze) dias, ocasionará em registro de ocorrência
policial por parte do diretor do estabelecimento prisional ou chefia unidade organizacional
detentora da carga, com envio de cópia da Ocorrência para a CGSP, sendo passível a
responsabilização administrativa, civil e criminal.

CAPITULO VI
CONTROLE E MANUTENÇÃO

Art. 38. Cabe ao servidor penitenciário a responsabilidade pela conservação e


manutenção preventiva de primeiro escalão do material bélico acautelado para garantir as
condições adequadas de funcionamento.

Parágrafo único. A conservação e manutenção preventiva englobam ações de


desmontagem e montagem de primeiro escalão, limpeza e lubrificação.

Art. 39. Caberá ao Delegado Penitenciário Regional designar um servidor para


assessorá-lo e ser responsável pelo controle geral do material bélico de sua respectiva Região
Penitenciária.

Art. 40. Cabe ao servidor responsável pelo controle do material bélico da


Região Penitenciária:
I - ser responsável por centralizar todas as informações do material bélico;
II - controlar os dados da carga de material bélico;
III - prestar informações e assessorar o Delegado Penitenciário Regional nas
questões relacionadas ao material bélico;
IV - centralizar as necessidades dos estabelecimentos prisionais e unidades
organizacionais de sua região;
V - coordenar o levantamento patrimonial bélico da Região Penitenciária e
encaminhá-lo para o DSEP/SMB, DA e/ou DPR, quando solicitado.

Art. 41. Cabe ao diretor de estabelecimento prisional ou chefia de unidade


organizacional designar servidor penitenciário responsável pelo controle e manutenção do
material bélico, bem como estabelecer o local adequado para armazenar os materiais bélicos,
denominado de “Sala de Armas”.

Art. 42. Cabe ao servidor penitenciário designado pelo diretor do


estabelecimento prisional ou chefe da unidade organizacional como responsável pelo controle
e manutenção do material bélico:
I - ser responsável pelo controle, inspeção, conservação, organização e
manutenção preventiva de primeiro escalão do material bélico em carga para garantir o bom
funcionamento, aumento da vida útil dos materiais, bem como as condições adequadas de
funcionamento do material bélico;
II - solicitar carga ou substituição de material bélico;
III - organizar a sala de armas e os documentos relativos ao material bélico;
IV - controlar e inspecionar os materiais bélicos, registrando as entradas e
saídas das cargas patrimoniais do estabelecimento ou unidade;
V - orientar, respeitar e disseminar as normas e procedimentos relativos ao
material bélico;
VI - encaminhar o material bélico para a SMB quando a manutenção corretiva
não for possível de ser realizada no estabelecimento ou unidade, juntamente com o Anexo V -
Solicitação de Conserto ou Baixa de Material Bélico, bem como quando o material estiver em
desuso, inservível ou obsoleto.

Art. 43. Cabe à Seção de Material Bélico – SMB a manutenção corretiva do


material bélico.

§ 1º. A manutenção corretiva engloba ações de primeiro, segundo e terceiro


escalão, como consertos, reparos e recuperação do material danificado para repô-lo em
condições de funcionamento.

§ 2º. Caso não houver possibilidade de conserto na SMB, será encaminhado


para o fabricante ou armeiro autorizado.

§ 3º. Caso não houver a possibilidade de conserto do material bélico pelo


fabricante ou armeiro autorizado, será encaminhado conforme oficio para destruição do
material e baixa nos sistemas de controle de material bélico e de administração patrimonial.

CAPITLO VII
OCORRÊNCIAS

Art. 44. Nos casos de ocorrências com material bélico, tais como avaria,
disparo, acionamento, extravio ou subtração de material bélico acautelado ou sob sua
responsabilidade, o servidor penitenciário deve informar o fato ao diretor do estabelecimento
prisional ou chefia da unidade organizacional imediatamente após perceber os respectivos
fatos, independente do tipo de cautela.

§ 1º. Para registrar e informar o fato para o Diretor ou Chefia, o servidor


penitenciário deve utilizar o formulário “Comunicação de Ocorrência com Material Bélico –
COMAB”, instituído como Anexo IV do presente Regulamento, em duas vias, e anexar cópia
do registro de ocorrência policial nos casos previstos na legislação.

§ 2º. Em relação ao Anexo IV, descrito no §1º, as duas vias devem ser
assinadas pelo servidor penitenciário e pelo Diretor ou Chefia, sendo que a 1ª via deve ser
arquivada no estabelecimento ou unidade e a 2ª via deve ficar em posse do servidor
penitenciário.

§ 3º. O diretor do estabelecimento prisional ou chefia da unidade


organizacional deve digitalizar e remeter cópia do COMAB e da Ocorrência Policial para a
Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário e para a Seção de Material Bélico no prazo
máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis.

§ 4º. A Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário deve abrir procedimento


apuratório sobre os fatos.

§ 5º. A SMB deverá realizar o registro junto ao SINARM ou SIGMA, bem


como a eventual adoção de outras medidas atinentes ao fato.

Art. 45. Nos casos de extravio ou subtração de material bélico não acautelado
e com carga sob sua responsabilidade, o diretor do estabelecimento prisional ou chefia da
unidade organizacional deve registrar ocorrência policial em Delegacia de Polícia,
imediatamente após ter conhecimento dos respectivos fatos, e comunicar à Corregedoria-
Geral do Sistema Penitenciário mediante “Comunicação de Ocorrência com Material Bélico –
COMAB” (Anexo IV), anexando cópia da Ocorrência Policial.

§ 1º. O diretor do estabelecimento prisional ou chefia da unidade


organizacional deve digitalizar e remeter cópia do COMAB e da Ocorrência Policial para a
Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário e para a Seção de Material Bélico – SMB no
prazo máximo de 72 (setenta e duas) horas úteis.

§ 2º. A Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário é responsável pela


abertura de procedimento apuratório sobre os fatos.

§ 3º. A SMB deverá realizar o registro junto ao SINARM ou SIGMA, bem


como a eventual adoção de outras medidas atinentes ao fato.

Art. 46. Nos casos diversos do previsto nos arts. 44 e 45 deste Regulamento,
em que o servidor penitenciário estiver em posse de material bélico institucional, o qual sofrer
extravio ou subtração, o fato deverá ser comunicado pelo diretor do estabelecimento prisional
ou chefia da unidade organizacional à Corregedoria-Geral do Sistema Penitenciário e poderá
ser instaurado procedimento apuratório sobre eventual responsabilidade administrativa, civil e
criminal,

Parágrafo único. Haverá ressalvas na responsabilização do servidor nos casos


fortuitos ou de força maior resultantes de acontecimentos inevitáveis, alheios ou estranhos à
vontade do servidor, cujos efeitos ele não pode evitar ou impedir, tais como:
I - incêndios, desmoronamento, explosão, inundação, submersão, terremoto e
demais sinistros terrestres, aéreos, fluviais e marítimos;
II - acidente veicular em deslocamento de serviço e/ou instrução.

CAPITULO VIII
MATERIAL BÉLICO COM AVARIAS, OBSOLETO E/OU VENCIDO

Art. 47. Cabe aos diretores dos estabelecimentos prisionais e chefias das
unidades organizacionais o encaminhamento dos materiais bélicos que estejam com avarias,
obsoletos e/ou vencidos, mediante utilização do Anexo V - Solicitação de Conserto ou Baixa
de Material Bélico.

Parágrafo único. Os diretores e chefias devem agendar a entrega dos materiais


com a Seção de Material Bélico – SMB.

Art. 48. O material bélico que for recebido pela SMB para a manutenção ou
descarte será avaliado conforme protocolo de testes, o qual verificará as reais condições de
funcionamento.

§ 1º. Caso seja possível a recuperação na SMB, esta será realizada e,


posteriormente, o material deve ser devolvido à origem.

§ 2º. Não sendo possível a recuperação na SMB, será encaminhado para o


fabricante para que seja feita a recuperação e/ou substituição de peças.

§ 3º. Os materiais bélicos irrecuperáveis e inservíveis, após comunicação à


origem, serão encaminhados para destruição e registro de baixa.
Art. 49. Compete à Seção de Material Bélico o recebimento e a avaliação e
descarte dos materiais bélicos com avarias, obsoletos e/ou vencidos.

§ 1º. Os materiais bélicos entregues na SMB para descarte e baixa avaliados


como irreparáveis ou inservíveis serão relacionados em planilha para fins de doação para
outros órgãos públicos de segurança, leilão ou destruição.

§ 2º. No mínimo, um servidor penitenciário representante da SMB


acompanhará a destruição dos materiais bélicos e assinará, em conjunto responsável e
testemunha, o documento expedido comprovando a destruição.

§ 3º. Os critérios para descarte dos materiais bélicos são:


I - a obsolescência dos materiais e dos mecanismos;
II - as manutenções constantes do mesmo material;
III - os danos nos mecanismos; e
IV - as alterações na padronização institucional.

§ 4º. Para registrar as baixas patrimoniais, deve ser aberto um Processo


Administrativo (PROA) pela SMB, contendo relatório técnico do armeiro responsável com
dados que justifiquem a baixa, inclusive com imagens, quando pertinente, a ser encaminhado
ao DSEP, para homologação.

§ 5º. Após a homologação e destruição do material, deve ser anexada cópia do


documento recebido que comprove a destruição e, posteriormente, realizado o registro de
baixa patrimonial no sistema de Administração do Patrimônio do Estado (APE).

§ 6º. A Seção de Material Bélico e a Divisão de Patrimônio devem atualizar


seus respectivos bancos de dados.

§ 7º. As munições vencidas devem ser encaminhadas para a SMB, as quais


serão encaminhadas para destruição.

§ 8º. Os coletes vencidos devem ser encaminhados para a SMB, os quais


deverão ser recolhidos pelo fabricante ou revertidos em leilão para que sejam dadas as baixas.

CAPITULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 50. As unidades organizacionais e estabelecimentos prisionais devem


manter atualizados, em sistema de controle de material bélico ou em planilha eletrônica, todo
o material bélico e acessórios em sua carga, enquanto não for instituído um sistema de
controle padrão.

Parágrafo único. A SMB disponibilizará planilha padrão aos estabelecimentos


e unidades, de uso obrigatório.

Art. 51. A SMB deve orientar e promover a capacitação dos servidores


penitenciários responsáveis pelo material bélico nos estabelecimentos prisionais e unidades
organizacionais.
Parágrafo único. A Escola do Serviço Penitenciário – ESP deve incluir os
conteúdos do presente Regulamento nos cursos de formação, capacitação, habilitação e
qualificação aos servidores penitenciários.

Art. 52. Os registros e informações referentes ao arsenal bélico têm caráter


sigiloso e restrito.

Art. 53. Fica proibido o uso de material bélico acautelado em cursos sem
prévia autorização formal da direção do estabelecimento ou chefia da unidade organizacional
nas quais o material estiver em carga.

Art. 54. No caso de substituição da direção dos estabelecimentos prisionais ou


chefias das unidades organizacionais, o material bélico deve ser conferido e inspecionado.

Parágrafo único. No caso de constatada alguma irregularidade, deverá ser


realizada a expedição do COMAB e tomadas as demais providências que se fizerem
necessárias, constantes no Capítulo VII da presente Portaria.

Art. 55. O servidor penitenciário que portar arma de fogo deve conduzir sua
Carteira de Identidade Funcional e, no caso de arma não brasonada, deve transportar consigo
também o respectivo Certificado de Registro da Arma de Fogo – CRAF.

Art. 56. Ficam definidos os seguintes anexos no presente Regulamento:


I - Anexo I – Acautelamento Provisório de Materiais Bélicos;
II - Anexo II - Termo de Responsabilidade sobre Cautela Permanente;
III - Anexos III (A, B, C e D) - formulários de acautelamento provisório;
IV - Anexo IV - Comunicação de Ocorrência com Material Bélico – COMAB;
V - Anexo V - Solicitação de Conserto ou Baixa de Material Bélico;
VI - Anexo VI - Transferência de Material Bélico.

Art. 57. Qualquer descumprimento do presente Regulamento poderá implicar


em abertura de procedimento apuratório pela Corregedoria Geral do Sistema Penitenciário.

Art. 58. Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogando-se a
Portaria 011/2018 – GAB/SUP e as disposições em contrário.

César Augusto Ouriques da Veiga


Superintendente dos Serviços Penitenciários

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