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Alemão: ações que mobilizam Arte e cultura para o protagonismo Circulador: 6a edição | Jul 2014 | 10.000 exemplares
a comunidade 6 juvenil 13 Coordenação: Viviane Manso Castello Branco
Edição: In Media Comunicação Integrada
Campo Grande: adultos, jovens e Articulação no território:
adolescentes juntos pela promoção da saúde 7 estratégia fundamental 14 Reportagem: Bel Levy e Renata Fontoura
Revisão: Marina Schneider
Fotografia: Cristiane Lima e acervo RAP da Saúde
Jacarezinho: conhecimento
e autonomia para promover saúde 8 Projeto gráfico: Metara
Diagramação: Rodrigo Ávila
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Promoção da saúde e
PROTAGONISMO JUVENIL
em rede
Trabalho em equipe e visão orgânica da rede articulam interação entre centenas jovens e adolescentes,
profissionais de saúde, governo e terceiro setor
3
Educação
e gestão
permanente
compartilhada
Como um projeto de formação de cidadania, RAP da Saúde envolve jovens e adolescentes em ações
de capacitação, gestão, planejamento, execução e avaliação
N
o RAP da Saúde, adolescentes valores da promoção da saúde. A partir dis-
e jovens interagem diretamente so, planejamos coletivamente as ações nos
territórios”, explica Luiza Cromack, assesso-
vale a pena!
com a população carioca para pro-
mover saúde a partir das deman- ra técnica das Equipes Territoriais.
das das comunidades e do calendário da Participam das reuniões de formação os “Participar do RAP -
saúde, organizado pela Secretaria Municipal facilitadores, profissionais que orientam as ou SER RAP - é algo
de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-Rio). O equipes territoriais, e os dinamizadores - para a vida toda. O
projeto valoriza o dinamismo dos jovens e jovens com mais experiência, responsáveis conhecimento agre-
investe na sua capacidade de desenvolver por dinamizar a atuação dos multiplicado- gado é riquíssimo:
atividades criativas que ampliem o diálogo res, adolescentes que atuam nos territórios o olhar qualitativo
entre os serviços de saúde, as escolas, as co- difundindo informações e promovendo se amplia de ma-
munidades e as políticas públicas. reflexões. “A experiência demonstra que neira natural frente
estamos no caminho certo, promovendo a à oportunidade de
Para dar conta deste trabalho, os jovens
criar e protagonizar ações que impactam
e adolescentes passam por um programa de autonomia e o protagonismo das equipes”,
na realidade das comunidades envolvidas
formação, com encontros quinzenais que aponta Livia Rodrigues, da Assessoria Téc- e na cidade como um todo. O RAP simbo-
aprofundam a discussão sobre promoção nica das Equipes Territoriais. liza a chance de preservarmos o sentimen-
da saúde por meio de metodologias parti- Tudo isso é viabilizado por um convênio to de deslumbramento constante, pois
cipativas. “A formação é um espaço para entre a SMS-Rio e o Centro de Promoção “esfrega na nossa cara de adulto” que
aproximar os jovens e adolescentes do re- da Saúde (Cedaps), entidade responsável investimento no potencial do adolescente
pertório da saúde e para rever conceitos e pelo gerenciamento do recurso financeiro e do jovem não é “jogar dinheiro fora”,
disponibilizado pela Secretaria, pelo apoio mas colaborar na produção de tecnologias
logístico às equipes territoriais e pelo siste- sociais inovadoras”.
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Acari: NOVOS vale a pena!
Horizontes
para cidadania
“O RAP da Saúde é
inspirador. A atuação
dos jovens e adoles-
centes promotores da
saúde contribuiu para
qualificar os grupos
Jovens e adolescentes ganham conhecimento e independência de convivência desta
ao promover saúde dentro e fora da comunidade faixa etária em nossa
Área Programática,
”O RAP da Saúde mudou a minha vida. Co- como fizemos, por exemplo, durante o Mês por meio de estratégias mais dinâmicas e
nheci lugares e vivi experiências que levarei de Valorização da Paternidade, comemora- criativas”.
como bagagem para sempre”. A fala é da do em agosto. Trabalhamos para proporcio- Adriana Souza, apoiadora da CAP 3.3
dinamizadora Tawany de Jesus Santos, de nar a reflexão sobre o que é ser pai, primeiro
20 anos, que se tornou uma jovem promo- entre os jovens e adolescentes promotores
tora da saúde da equipe territorial de Acari da saúde e, depois, entre eles e os profissio-
e descobriu que, além de conhecimento, o nais e usuários da clínica”, explica a facilita-
projeto pode proporcionar novos horizontes dora local da equipe Acari, Ana Deise Pre-
não só para ela, mas também para a comu- nholato dos Santos.
nidade onde vive. As atividades para pro- Outra ação de destaque é o Camelô Le-
mover saúde, realizadas em espaços como gal. “Montamos uma banca em frente à
o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) Clínica da Família Marcos Valadão para ex-
e o Arpoador – um dos mais belos cartões por nossos materiais informativos e chamar
postais do Rio de Janeiro –, fazem com que a atenção das pessoas para os temas de
estes jovens e adolescentes ganhem inde- saúde. Em uma dessas atividades, apresen-
pendência e exerçam sua cidadania, já que tamos diferentes métodos contraceptivos e
passam a integrar-se à cidade de forma res- percebemos uma curiosidade muito grande
ponsável e cuidadosa. Em seu território, as das mulheres da comunidade em relação
ações e dinâmicas promovidas nas salas de ao Dispositivo Intrauterino, o DIU. Assim,
espera de unidades de saúde são o ponto pudemos conversar abertamente com elas
forte dessa turma, que tem sua trajetória sobre mais esse recurso e, posteriormente,
marcada pelo desenvolvimento pessoal de levamos esta demanda para a reunião se-
seus integrantes. manal de planejamento familiar da unida-
“Nosso trabalho está concentrado na Clíni- de”, aponta Ana Deise.
ca da Família Marcos Valadão, onde temos A equipe Acari do RAP da Saúde tam-
liberdade total para realizar as dinâmicas, bém está presente nas escolas do território.
Na Escola Municipal Monte Castelo, foram
desenvolvidas atividades sobre gravidez na
fala, jovem! adolescência e a importância da higiene em
quatro turmas. “Promovemos a dinâmica
Equipe Acari: apropriação do território da cidade
para promover saúde
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Alemão: ações que mobilizam
A COMUNIDADE A dimensão do território não é obstáculo para conscientizar a população sobre temas de saúde
C
aminhada da Tuberculose para xo do Alemão, que reuniu a população
conscientizar comunidades que local na estação do teleférico para escu-
sofrem com altos índices da doen- tar histórias de moradores antigos, alguns
ça e um jogo de tabuleiro humano com mais de 90 anos. “Percebemos que
para abordar, de forma lúdica, a prevenção a atividade sensibilizou tanto os jovens e
de doenças sexualmente transmissíveis. Es- adolescentes quanto o público, criando
sas são algumas das ações desenvolvidas um maior senso de pertencimento com
pela equipe territorial do RAP da Saúde no a comunidade”, pontua o facilitador do
Complexo do Alemão, região que abriga 14 Núcleo de Arte e Cultura do RAP, Wallace
comunidades e 100 mil habitantes, segun- Lino, que conduziu a atividade.
do dados do Instituto de Pesquisa Econômi-
ca Aplicada (IPEA). O desafio de promover
Família unida
saúde em uma área tão extensa não é um para promover saúde
obstáculo para os mais de quinze jovens e Mãe de dois jovens promotores da saú-
adolescentes que integram o projeto. de da equipe do RAP no Alemão, Lina Os-
“O contato próximo com os moradores carina de Jesus acompanha o trabalho dos
de todas as comunidades do Complexo do filhos e declara o seu orgulho. “Só minha
Alemão é fundamental porque consegui- filha, Ingrid, participava do RAP. O irmão,
mos identificar suas demandas de saúde e Ingridson, via a irmã envolvida no projeto
entender como podemos colaborar. Os te- e insistiu em fazer parte. Nos esforçamos
mas abordados em nossas ações são defi- Lina Oscarina de Jesus e os filhos promotores
da saúde, Ingrid e Ingridson: “Meus filhos para trocar o turno dele na escola e hoje
nidos a partir disso”, ressalta a facilitadora amadureceram muito, estão mais responsáveis e ele também é um jovem promotor de saú-
local do RAP da Saúde no Alemão, Kelly trazem conhecimento para toda a família”. de”, conta Lina . “Meus filhos amadure-
Gregório. Segundo ela, ações como a Ca- ceram muito, estão mais responsáveis e
minhada da Tuberculose – que mobilizou siva para introduzir o tema com as meni- atentos. Além disso, trazem conhecimento
as comunidades dos Mineiros e do Mati- nas, tarefa que havia se tornado um desa- para toda a família”, ressalta a mãe.
nho – mostram esse comprometimento. fio para os agentes comunitários de saúde. Ingrid conta que, antes de entrar para o
“Conversando com os profissionais de Outra iniciativa marcante foi a contação RAP, a timidez impedia a sua comunicação
saúde, descobrimos que essas duas co- de histórias sobre as origens do Comple- com outras pessoas. “Agora me expresso me-
munidades apresentam os maiores índices lhor porque tenho mais autoconfiança. Me
da doença na região. Criamos a oportuni- sinto segura porque sei o que estou falando.
dade de falar sobre prevenção, sintomas,
diagnóstico e a importância da realização
fala, jovem! Consigo levar o que aprendo no RAP para
casa e para a escola, conversando com todo
do tratamento até o fim”, avalia Kelly. mundo - o que há pouco tempo seria impossí-
A interação do RAP com as unidades de “No RAP eu conheci
vel para mim”, declara a multiplicadora.
saúde localizadas no Complexo do Alemão potencialidades mi-
O irmão Ingridson, recém-chegado à
é permanente. Os jovens e adolescentes nhas que eu mesma
desconhecia. Des- equipe, já tem histórias para contar. “Me
promotores da saúde participam das reu- marcou muito a ação chamada Primeira
cobri que eu posso
niões quinzenais com os profissionais da Vez. Quando falamos em primeira vez,
cuidar dos outros,
Clínica da Família Bibi Vogel, quando são logo pensamos em relação sexual. Com
contribuir com infor-
planejadas as ações. O protagonismo ju- mação, com conheci- essa atividade mostramos que a primeira
venil do RAP também está presente nas mento para que ou- vez de tudo é sempre importante”, lembra
escolas. A importância da vacina contra tras pessoas tenham melhores condições o jovem.
o HPV foi tema de ações desenvolvidas de vida e saúde”.
em seis escolas da rede pública na região. Larissa Sabino, de 15 anos, multiplicadora
Neste caso, a atuação dos jovens foi deci- da equipe do RAP da Saúde no Alemão
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Campo Grande: conta Gabrielle Martins, 14 anos, multi-
plicadora da equipe Campo Grande.
ADULTOS, JOVENS E ADOLESCENTES A psicóloga Ana Beloni, coordenadora
juntos pela promoção de Programas do CMS Mario Rodrigues
DA SAÚDE
Cid comemora esta interação. “No início
do trabalho precisávamos estimular os
profissionais de saúde a interagirem com
os integrantes do RAP, pois eles não es-
tavam acostumados a lidar de igual para
Integrantes do RAP da Saúde acolhem demandas dos profissionais igual com jovens e adolescentes. Hoje
de saúde e atuam diretamente na Atenção Básica isso acontece de forma muito natural,
tanto nos grupos de convivência de ado-
lescentes e de idosos quanto nos progra-
mas da unidade”, relata.
No CMS Mario Rodrigues Cid, os jo-
vens e adolescentes promotores da saúde
conferem mais dinamismo para as ações
desenvolvidas com idosos, como a cam-
panha de vacinação contra a gripe e a
oficina de artesanato. Também são rea-
lizadas dinâmicas lúdicas, como esquetes
e rodas de conversa sobre planejamento
familiar, violência doméstica e prevenção
de doenças sexualmente transmissíveis.
Uma das estratégias utilizadas pelo
RAP é a Dinâmica da Caixa. “Nesta ativi-
dade, cada participante deposita na caixa
uma pergunta sobre um tema específico.
Em seguida, os promotores da saúde vão
sorteando e respondendo as perguntas,
Em Campo Grande, jovens e adolescentes promotores da saúde apostam na informação sem revelar a identidade do autor. Foi
para promover saúde com usuários do SUS uma abordagem muito bem sucedida
quando precisamos conversar sobre se-
P
romover o protagonismo juvenil em inestimável para a unidade de saúde e para xualidade e doenças sexualmente trans-
um contexto de grande vulnerabili- a comunidade”, reconhece. missíveis com o grupo de idosos”, avalia
dade social, reconhecendo jovens e Luciana conta que o trabalho dos jovens Carlos Alexandre Dias, facilitador local da
adolescentes como agentes de trans- e adolescentes é realizado em sintonia com equipe Campo Grande.
formação de seu território. Foi com este de- os profissionais de saúde. “Eles participam
safio que, durante o terceiro ciclo do proje-
to, o RAP da Saúde apostou na criação da
das reuniões de planejamento, acolhem
nossas demandas e ajudam a abordar te- vale a pena!
equipe Campo Grande, vinculada ao Centro mas delicados, como a exploração sexu-
Municipal de Saúde Mario Rodrigues Cid, al de crianças e adolescentes”, aponta. A
na Área de Planejamento 5.2 (AP 5.2). equipe do RAP participa, ainda, de cam- “A parceria com o
A diretora do CMS Mario Rodrigues Cid, panhas de vacinação e de conscientização RAP da Saúde e a
Luciana Fernandes Rodrigues, conta que a sobre a cultura da paz, por exemplo, para nossa certificação
parceria com o RAP trouxe uma nova vi- prevenção das violências no namoro. como Unidade de
são sobre o papel de jovens e adolescentes “Além de aprendermos sobre promo- Saúde Amiga do Jo-
vem e do Adolescente
nas unidades de saúde e, também, a certi- ção da saúde e prevenção de doenças,
tem um significado
ficação do CMS como Unidade de Saúde participando do RAP ganhamos mais
especial. Aprendemos
Amiga do Adolescente. “Nosso território é autonomia, aprendemos a circular pela que jovens e adoles-
muito extenso e concentra uma grande po- cidade e interagimos com instituições centes têm uma sensibilidade especial para
pulação nesta faixa etária. Contemplar esse públicas e do terceiro setor. Como mul- lidar com as pessoas - e isso é essencial para
público com ações de promoção da saúde tiplicadora, preciso estar presente na co- aproximar os usuários da unidade de saúde e
sempre foi um desafio para nós, por isso munidade para conversar com as pesso- dos profissionais”.
percebemos que trazer o RAP para cá se- as e passar informações sobre saúde de Luciana Fernandes Rodrigues, diretora do
ria estratégico. E, realmente, foi um ganho uma forma interessante, prática e eficaz”, CMS Mario Rodrigues Cid
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Jacarezinho: conhecimento No RAP da Saúde há quatro anos, o hoje
E AUTONOMIA
dinamizador Vitor Cândido, de 19 anos,
reforça a fala de Daniel. “Como multipli-
cador, passei pela fase de entender o que é
o projeto, de aprender sobre saúde, sobre
Parcerias no território
O trabalho desenvolvido pelo RAP da
No Jacarezinho, o teatro é a porta de entrada para promover o Saúde no Jacarezinho conta com a parce-
protagonismo juvenil e, assim, a saúde e a cidadania
ria da Clínica da Família Anthídio Dias da
“Antes de entrar para o RAP da Saúde Em alguns momentos, nossos jovens se Silveira, que abraçou o projeto. Os jovens
eu era órfão de sabedoria”. O depoimen- deparam com questões que não sabem e adolescentes promotores da saúde fa-
to do multiplicador Vitor Hugo Ramos, de resolver e mostram que são capazes de zem parte da equipe da unidade de saúde
18 anos, reflete a intensidade do trabalho buscar a solução, perguntando, pesqui- e interagem com todos os profissionais,
desenvolvido pelo projeto no Jacarezinho. sando. Essa autonomia, senso de res- propondo ações e acolhendo demandas.
Hoje integrante do Núcleo de Comunica- ponsabilidade e pertencimento à comu- Outras unidades de saúde também re-
ção do RAP da Saúde, Vitor é responsável nidade são heranças que eles recebem cebem as atividades. No dia das mães,
por disseminar informações e contribuir do RAP”, finaliza. uma esquete sobre violência doméstica
para a articulação de sua equipe territorial foi encenada na Clínica da Família Bar-
com os demais jovens e adolescentes pro-
motores da saúde. Utilizando sobretudo a eu aposto! bara Starfield. “Uma das mães se propôs
a entrar na cena para mudar a narrativa.
linguagem do teatro, os mais de trinta jo- Essa possibilidade de intervenção, que
vens e adolescentes promotores da saúde vem da metodologia do Teatro do Opri-
do Jacarezinho se dedicam a transformar “A possibilidade de mido, é muito interessante para se co-
falar de jovem para locar no lugar do outro”, explica Daniel
realidades que ainda desafiam a comuni-
jovem é o grande
dade: os altos índices de tuberculose e a Souza. As aulas de teatro e os ensaios do
diferencial do RAP
intensa circulação de drogas, como o crack. RAP são realizados no Centro de Refe-
da Saúde. Por essa
Oficineiro do Centro de Atenção Psi- característica, a ini- rência da Juventude (CRJ), outro parceiro
cossocial Raul Seixas (CAPS ad), o faci- ciativa se torna, de da equipe no território.
litador local do RAP da Saúde no Jaca- fato, um agente ca- As ações de promoção de saúde e pro-
rezinho, Daniel Souza, já dava aulas de talisador das ações tagonismo juvenil garantiram uma par-
teatro na comunidade antes de integrar de saúde no território. Os jovens e ado- ceria importante com a Escola Municipal
o projeto. “Depois de conhecer o RAP da lescentes têm conhecimento e responsa- Pernambuco. “Optamos por investir em
Saúde em uma palestra, decidimos trazer bilidade para trabalhar com saúde e, além atividades que envolvessem os alunos em
disso, utilizam técnicas efetivas para o di- todo o processo, como a elaboração de
o projeto para cá. Começamos com cin-
álogo com a comunidade, como o teatro.
co jovens e hoje a equipe do Jacarezinho vídeos”, relata Daniel. “Produzimos um
É uma tecnologia social estratégica, que
conta com 14 multiplicadores, três dina- vídeo falando sobre perspectivas de fu-
precisa ser multiplicada”.
mizadores e 18 observadores”, conta. turo e despertamos essa reflexão nos alu-
Jeanne Carvalho Azeiro, coordenadora da nos. Hoje, percebemos que a ação trouxe
Segundo o facilitador, os jovens e
Divisão da Linha de Cuidado da Área Pro- uma mudança concreta em suas vidas,
adolescentes promotores da saúde já
gramática 3.2
se tornaram referência na comunidade. repercutindo em seu comportamento e
“Me orgulho desse reconhecimento. desempenho escolar”, avalia o facilitador.
8
Maré: CRIATIVIDADE Contação de Histórias
Realizada semanalmente desde 2008, a
para promoção
saúde
contação de histórias do CMS Américo Velo-
so conta com a participação do RAP desde a
sua sessão inaugural. Toda quinta-feira mora-
da dores de todas as idades se reúnem para ou-
vir e contar histórias. “Durante essa trajetória,
RAP da Saúde dá asas à imaginação e surpreende a comunidade com ações que crianças, adolescentes, jovens, adultos e ido-
suscitam o debate sobre temas de saúde sos vêm experimentando, na prática, a inter-
face entre cultura e saúde. A atividade reforça
os vínculos com a unidade e com a equipe de
saúde”, informa a coordenadora do projeto,
a fonoaudióloga Clarisse Lopes.
A atividade é de livre demanda. Recebe-
mos um público que vem por vontade pró-
pria, basta ser curioso para participar!. As
histórias são abordadas por meio de contos
da literatura que estimulam a concentração, a
memória e a linguagem. A escolha do reper-
tório é completamente livre. A ideia é promo-
ver um ambiente agradável que incentive a
leitura” informa a fonoaudióloga.
Desde 2009, o morador da Maré, Julio Ca-
margo, leva seu filho David, hoje com doze
Contação de Histórias na Sala Encantada do CMS Américo Veloso: Julio Camargo e o filho David, anos, para participar da atividade. “David
moradores da Maré, se divertem enquanto desenvolvem a fala e as habilidades de comunicação tinha problemas fonoaudiológicos e desde
C
que começamos a participar ele já melhorou
antar. Esta foi a estratégia esco- intervenção, sensibilizamos os profissionais bastante! Além do desenvolvimento da fala,
lhida pela equipe Maré do RAP de saúde da unidade a abordar o tema da é uma oportunidade para ele se envolver com
da Saúde para comemorar o Dia prevenção das violência no namoro com o um atividade cultural”, avalia o pai. Atual-
Mundial da Voz, 16 de abril, sur- grupo de jovens”, lembra a dinamizadora mente 30 pessoas participam, em média, de
preendendo profissionais e usuários do Rafaela Silveira, de 20 anos. cada sessão.
Centro Municipal de Saúde Américo Ve- As atividades reforçam a parceria com
loso, em Ramos. Os jovens e adolescentes a unidade de saúde. “A direção do CMS
promotores da saúde realizaram um flash-
mob – performance previamente planejada
Américo Veloso conhece muito bem o RAP
e valoriza o nosso trabalho. Somos cha- fala, jovem!
e desenvolvida por um grupo de pessoas mados para participar de diversos eventos,
em um local público – para conscientizar como bloco de carnaval e a festa junina da “Minha relação com
sobre a importância da saúde da voz. Che- unidade, sempre com a abordagem da pro- a comunidade mudou
garam à sala de espera da unidade como moção da saúde”, ressalta o dinamizador muito desde que eu
se fossem usuários e, de repente, começa- Paulo Victor Lino, de 19 anos. entrei para o RAP da
ram a cantar e a dançar e logo foram se- A dinamizadora Renata Alves, de 20 anos, Saúde. Antes, eu era
guidos pelo público, bastante animado. A conta que a equipe está presente em todas simplesmente uma
criatividade presente em ações como essa, as Clínicas da Família do território: “Realiza- moradora da comu-
também utilizadas para suscitar o debate mos um circuito para apresentar o projeto nidade e não dava o
menor valor para isso. Hoje, depois de pas-
de outros temas, é a marca do protagonis- aos profissionais de saúde. Visitamos unida-
sar por tantas capacitações e formações,
mo juvenil na comunidade. des do Parque União, Baixa do Sapateiro, que realmente abriram os meus olhos para o
“Em junho, promovemos um flashmob Ramos e Nova Holanda”, aponta. mundo, eu vi que não sou apenas uma mo-
sobre gentileza no namoro durante a reu- A facilitadora da equipe do RAP na Maré, radora. Percebi que posso ajudar a transfor-
nião dos profissionais do CMS Américo Jaqueline Andrade, reforça a importância de mar a minha comunidade, a melhorar a vida
Veloso, para planejar as ações com o gru- incentivar as ideias dos jovens e adolescen- de todos, através da informação. Porque
po de jovens vinculados ao Cartão Família tes promotores da saúde. “Cada um deles, quando a gente tem informação, conheci-
Carioca. No meio do encontro, um adoles- com suas particularidades, move o mundo mento, a nossa vida melhora”.
cente do RAP começou a cantar a música e transforma o seu redor. Possuem uma vi- Luana Pereira de Oliveira, 15 anos, multipli-
‘Já sei namorar’, dos Tribalistas. Logo esta- são ímpar do mundo, muita capacidade de cadora da equipe Maré do RAP da Saúde
vam todos cantando juntos. A partir dessa aprender e trocar”, dispara Jaqueline.
9
Rocinha: criatividade, planejamento e saúde e a articulação comunitária é a marca
do espaço, que atua em parceria com ou-
Q
ual seria sua reação ao presen- sões cristalizadas, eles quebram paradigmas “Valorizamos o saber e as tradições das pes-
ciar uma briga entre um casal e mostram que a relação com os usuários soas mais velhas como forma de resgatar a
de namorados na sala de espera pode ser diferente”, avalia. cultura popular. Os jovens e adolescentes
de uma unidade básica de saú- Nas escolas, as ações do RAP também são fazem toda a diferença neste processo, pois
de? Provavelmente, o episódio provocaria a inovadoras. Em um período de oito sema- atuam como elos entre as diferentes faixas
reflexão sobre a falta de respeito nos rela- nas, formações sobre prevenção de doenças etárias”, aponta.
cionamentos. A encenação foi a estratégia sexualmente transmissíveis, sexualidade e Escolhido no processo seletivo para
utilizada pela equipe Rocinha do RAP da violência foram promovidas para alunos da compor o Laboratório de Inovação em
Saúde para envolver os usuários da Clínica Escola Municipal Manoel Cícero, na Gávea. Boas Práticas na Saúde de Adolescentes
da Família Rinaldo de Lamare em um deba- Para a dinamizadora Joyce Kely Dias da e Jovens – iniciativa do Ministério da Saú-
te durante o Mês da Gentileza no Namoro, Costa, de 20 anos, mostrar que saúde não de em parceria com a Organização Pan-
comemorado em junho. A ação, planejada significa apenas a ausência de doenças é Americana de Saúde (OPAS) –, o Adoles-
e executada por dois jovens promotores de motivação extra. “Abordar temas que não centro e o RAP da Saúde receberam, em
saúde, reflete o potencial do protagonismo são considerados sob a ótica da saúde, como junho de 2014, a visita de uma equipe do
juvenil na promoção da saúde. a prevenção das violências no namoro, é Ministério da Saúde.
“No RAP da Saúde aprendi que podemos muito gratificante. Saúde não é só corpo, “Sabemos que não há um esforço político
realizar qualquer tipo de evento ou ativida- também inclui o emocional, o mental e esses central bem organizado nessa área. Por isso,
de. Utilizamos linguagens e abordagens di- aspectos precisam ser trabalhados”, dispara. precisamos conhecer e compartilhar as ex-
ferentes para cada público e cada situação e periências de sucesso”, apresenta a consul-
isso faz a diferença”, conta o multiplicador Adolescentro Paulo Freire: tora do Ministério da Saúde, Maria Helena
Carlos Eduardo Miranda Silva, de 15 anos, troca de experiências e novas Ruzany. O RAP da Saúde e o Adolescentro
que participou da encenação ao lado da di- Paulo Freire estão entre as 32 experiências
namizadora Evelyn Vital, de 18 anos.
possibilidades que receberam a visita e concorrem para es-
Para a gerente da Clínica da Família Ri- Espaço de troca de experiência e de co- tar entre as 18 que serão selecionadas.
naldo de Lamare, Janne Nogueira, a parceria nhecimento para os jovens e adolescentes
com o RAP da Saúde garante o cuidado que promotores da saúde, o Adolescentro Pau-
vai além do monitoramento da saúde. “Os
jovens e adolescentes promotores da saúde
lo Freire, em São Conrado, se tornou uma
âncora para o trabalho desenvolvido pela
vale a pena!
participam das reuniões semanais com nos- equipe do RAP na Rocinha. A união do
sa equipe. Desprovidos de preconceitos e vi- protagonismo juvenil com a promoção da
“Minha atuação
no Adolescentro
foi a coroação do
meu trabalho na
Secretaria Munici-
pal de Saúde. Me
impressionou mui-
to trabalhar com
protagonismo
juvenil, perceber
que os jovens são capazes - e têm grande
talento - para planejar, organizar e executar
ações de promoção da saúde”.
Ana Beloni, psicóloga e coordenadora de
Programas do CMS Mario Rodrigues Cid,
Durante o Mês da Gentileza no Namoro, comemorado em junho, jovens e adolescentes oferecem o foi diretora do Adolescentro Paulo Freire
Cardápio da Gentileza aos usuários do SUS: dentre as opções estão abraços, poesias e rosas. de 2009 a 2013.
10
Sulacap:
protagonismo juvenil fala, jovem!
EM SAÚDE
para a
“Conheci o RAP da
equidade Saúde na Clínica da
Família Olympio Este-
ves, em Padre Miguel,
Jovens e adolescentes promotores da saúde apostam na valorização das durante uma apresen-
diversidades como forma de desenvolver potencialidades e promover saúde tação do projeto. Esta-
va lá para participar do
A
grupo de convivência
valorização das diversidades e a Verônica Lima, conta que o trabalho fo- para jovens que rece-
participação em fóruns políticos cado nas diversidades surgiu da neces- bem o Cartão Família Carioca. Fui convida-
são as marcas da equipe Sulacap sidade de incluir jovens surdos que fre- da e aceitei participar do projeto. Já aprendi
do RAP da Saúde, que integra quentam o Centro Municipal de Saúde muito sobre saúde, sobre Libras e, também,
jovens e adolescentes surdos e ouvintes Professor Masao Goto, em Sulacap. “As a respeitar e valorizar as diferenças entre os
no trabalho de promoção da saúde jun- informações precisam chegar aos jovens seres humanos”.
to a unidades de saúde e comunidades surdos da mesma forma que para nós, Julia Silva Coelho, 14 anos, multiplicadora
situadas na Área de Planejamento 5.1. ouvintes, porém com a acessibilidade da do RAP da Saúde
Nesta equipe, a cidadania e a igualdade Língua Brasileira de Sinais - Libras. Va-
de direitos são experimentadas primei- lorizando as diversidades e garantindo a
ro dentro do projeto para, então, serem equidade, todos da equipe têm condições professores surdos ou professores para
multiplicadas externamente. iguais de promover saúde por onde an- surdos em uma escola bilíngue é um di-
A atuação do RAP no território é reco- dam”, defende Verônica. reito que precisamos defender. Surdos
nhecida e valorizada pela Coordenadoria Apostando na interação entre surdos também têm direito à educação pública
de Área Programática 5.1 (CAP 5.1). “A e ouvintes, o RAP garantiu participação de qualidade e vamos lutar, sempre, con-
equipe do RAP atua junto com os profis- na Conferência Nacional de Educação tra as desigualdades”, aponta Luana.
sionais em ações de promoção da saúde em fevereiro de 2014, em Brasília. Na Foi preciso compromisso, seriedade
interagindo com outros adolescentes e etapa estadual do evento, os adolescen- e respeito para chegar até lá. “Esclares-
jovens, acolhendo e respeitando as diver- tes multiplicadores Luana Fernandes, de cemos sobre as etapas da Conferência,
sidades, especialmente os surdos. O RAP 17 anos, ouvinte, e Leonardo Ramos, de além de conversamos sobre os direitos
é hoje um referencial para nossos profis- 16 anos, surdo, foram eleitos delegados já constituídos pela comunidade surda e
sionais e favorece reflexões sobre diversos do Rio de Janeiro para representar o seg- sobre o que ainda precisamos defender”,
temas de interesse dos jovens, promoven- mento Estudantes da Educação Básica resume a fonoaudióloga Cristina Justo,
do o protagonismo juvenil e o trabalho em Pública no encontro nacional. Ao todo, que atua no Centro Municipal de Saúde
rede”, destaca Lúcia Brandão, da CAP 5.1. oito adolescentes promotores da saúde Professor Masao Goto.
A facilitadora local da equipe Sulacap, participaram do processo. A equipe do
RAP contou também
11
Tijuca:
comprometimento e segurança
para encarar novos
DESAFIOS
A dimensão do território não é obstáculo para conscientizar a população sobre temas de saúde
12
eu aposto!
Arte e cultura para o “Trabalhar com o RAP
Produção audiovisual e
O RAP da Saúde está no Facebook! Curta a nossa página e fique por dentro de todas as novidades:
comunicação na internet
www.facebook.com/JovensRapdaSaude O RAP da Saúde investe em atividades
e metodologias que aprimoram a forma
como os jovens se expressam e comunicam
Q
ue a arte e a cultura são A facilitadora local da equipe Maré, suas verdades. O Núcleo de Comunicação
indispensáveis na vida dos Jaqueline Andrade, que compartilha com busca desenvolver essas habilidades e refle-
homens, ninguém duvida. Wallace a experiência de ter sido jovem tir sobre o direito à comunicação como par-
Mas como podem contri- promotora da saúde, explica que o re- te da cidadania. “Entendemos a comunica-
buir para ações de protagonismo juvenil conhecimento da identidade favelada é ção como uma forma de estar no mundo e
e promoção da saúde? Para o RAP da fundamental para a formação de pesso- esse empoderamento é o principal resulta-
Saúde, essa relação é fundamental! É o as mais saudáveis, com mais autoestima do do trabalho”, considera a facilitadora do
que mostram as experiências dos núcle- e capazes de transformar o mundo à sua núcleo, Thamyra Thamara.
os de Arte e Cultura e de Comunicação, volta. “E a arte é perfeita para esse pro- Em oficinas quinzenais, os jovens e ado-
que desenvolvem linguagens artísticas e cesso, porque não é pretensiosa: existe lescentes promotores da saúde aprendem
trabalham a autoconfiança e a expressão em qualquer contexto. O teatro é uma técnicas de apuração de informações, pro-
dos adolescentes e jovens. Com a super- excelente metodologia para a promoção dução de entrevistas e fotografia, além de
visão e orientação de equipes técnicas, da saúde, porque ajuda a expressar o desenvolverem um olhar crítico sobre os
eles se tornam protagonistas de ações que incomoda, promovendo uma refle- meios de comunicação e trabalharem na
culturais e descobrem talentos que po- xão que é fundamental para a qualidade página do projeto no Facebook.
dem inspirar caminhos profissionais. de vida”, aponta. Eles também expressam suas visões so-
Para o facilitador do Núcleo de Arte O Núcleo de Arte e Cultura também bre juventude e saúde em vídeos produ-
e Cultura do RAP, Wallace Lino, que no proporciona aos jovens e adolescentes zidos com a supervisão e orientação dos
ano 2000 atuou como jovem promotor da oportunidades para se apropriarem do arte-educadores Anna Rosaura Trancoso e
saúde, uma das principais potencialidades território da cidade.“Para muitos deles, Cláudio Doreto. “Realizar um vídeo desde
do trabalho é promover a cidadania a par- ir ao Centro era um desafio. Para ven- o argumento até sua finalização é uma ex-
tir da reflexão sobre a identidade cultural cer essa limitação e colocar o pessoal periência muito divertida, apesar de todos
e territorial dos jovens. “O mais marcante para circular, começamos a promover os desafios. O sucesso deste trabalho se dá
para mim, como jovem promotor da saú- os encontrões - oficinas de teatro en- pelo prazer da produção aliado à serieda-
de, foi a construção de minha identidade volvendo todas as equipes territoriais, de com que os jovens abraçam cada tarefa.
como morador da Maré. No RAP eu pre- sempre em um lugar diferente da cida- E, claro, à coragem, muito característica da
cisei me apropriar da Maré e reconhecer de, como o Parque Madureira e o Mu- idade, com que tratam questões delicadas,
a minha identidade como favelado para seu de Arte Moderna (MAM)”, desta- expondo suas opiniões e histórias pesso-
promover saúde no território”, conta. ca Wallace. ais”, avalia Anna Rosaura.
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Articulação no território:
estratégia fundamental
da saúde
para a promoção
Oficinas de Articulação Intersetorial, mapeamento digital de parceiros nas comunidades e apoio a iniciativas
juvenis promovem a intersetorialidade nos territórios
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eu aposto! O protagonismo de jovens e adoles- bala e jogarem o papel no chão, porque
centes também é a marca do projeto Can- elas tiveram esse exemplo dos adultos”,
tando, Contando e Reciclando, iniciativa conta Aline. Outro tema trabalhado pelos
“Apoiar iniciativas, juvenil apoiada pelo RAP em Sulacap, de- Agentes Comunitários de Saúde Mirins é o
ou melhor, políticas senvolvida em parceria com a Clínica da da violência doméstica. “Essa é uma situa-
públicas com ado- Família Armando Palhares Aguinaga. En- ção delicada e muito comum entre irmãos,
lescentes e jovens e tre as ações desenvolvidas está a encena- pais e filhos e marido e mulher. Com muito
para adolescentes e ção do espetáculo Chapeuzinho Verde da cuidado, conversamos sobre a importância
jovens é possibilitar Mata Atlântica - uma adaptação do conto do respeito ao próximo e, também, sobre
o aprimoramento da infantil que chama a atenção para a pre- cuidar do próximo”, explica Aline.
capacidade crítica e
servação do meio ambiente. Com o apoio Todas as atividades têm as crianças
do exercício de cida-
dania, características tão necessárias para
do RAP, o grupo pôde investir em cenários como protagonistas. Na contação de his-
o desenvolvimento político, econômico e e figurinos - todos reciclados. tórias, elas são os personagens e partici-
social do nosso país. Antes de tudo, é um “Somos um projeto de música e artesa- pam diretamente do desenrolar da narrati-
direito de todos adolescentes e jovens e nato e, antes de tudo, um projeto de pro- va. “O retorno é fantástico. Além do que
um dever do Estado”. tagonismo juvenil e cidadania. Em parceria percebemos em nosso dia a dia, nos olhos
Jeanne Lima, assessora de Articulação In- com o RAP podemos abordar também das crianças, costumamos receber um re-
tersetorial do RAP da Saúde temas como qualidade de vida, sexuali- torno muito positivo dos pais sobre como
dade, gravidez na adolescência, doenças as crianças estão mais educadas, mais res-
sexualmente transmissíveis, dengue e ali- ponsáveis, menos agitadas”, avalia a dina-
mentação saudável, dentre outros… Com mizadora do RAP.
Iniciativas juvenis: desdobra- esta interação, os dois grupos de jovens só Moradora da Comunidade dos Minei-
mentos para o território têm a ganhar: enquanto os jovens e ado- ros, Márcia Guimarães da Silva reforça
lescentes promotores da saúde aprendem o depoimento de Aline: sua filha de dez
A vocação e a sensibilidade para trabalhar sobre música e sobre como confeccionar anos, Gisele Guimarães da Silva, participa
com jovens e adolescentes é um dos princi- seus próprios instrumentos, os integran- do projeto de Agentes Comunitários de
pais requisitos para receber o apoio do RAP. tes do Cantando, Contando e Reciclando Saúde Mirins. “O RAP da Saúde é ma-
Um exemplo desta dedicação é o trabalho vão aprendendo sobre saúde e como se ravilhoso, porque é um projeto de infor-
desenvolvido por Eliane Ramos Oliveira da comunicar pela Língua Brasileira de Sinais mação e de formação. Além de receber
Silva, em Campo Grande. “Há dois anos eu (Libras). Uma experiência muito rica para as informações, os jovens são formados
atuo com um grupo de jovens neste terri- todos!”, comemora a agente comunitá- para passar conhecimentos de saúde para
tório, a partir de um trabalho que começou ria de saúde Vania Maria do Nascimento outras pessoas. Minha filha assistiu a uma
quando eu era interlocutora da Clínica da Sena, que coordena o projeto. palestra sobre lixo e agora tem, realmente,
Família Agenor de Miranda Araújo Neto essa preocupação sobre o que vamos fazer
“Cazuza” no Programa Saúde na Escola. com o nosso lixo”, revela Márcia.
Nesta época, eu percebi que havia muitos Agentes Comunitários
adolescentes e jovens à toa, na comunidade
de Saúde Mirins
do Mato Alto. Eu me disponibilizei para tra-
balhar com eles e demos início ao grupo de fala, jovem!
jovens O Tempo Não Pára”, lembra Eliane. Aplicar a filosofia e a metodologia do RAP
Assim como no RAP, a proposta é que os para crianças de 7 a 12 anos, contribuindo “Para mim, foi mui-
jovens e adolescentes sejam protagonistas para que elas atuem como promotoras da to importante parti-
dos debates, escolhendo os temas, trazendo saúde em seu território. Essa foi a ideia de cipar das atividades
referências e confrontando pontos de vista. Aline Vieira da Silva, dinamizadora da equi- de formação do RAP,
A iniciativa possui grupos de música, dança e pe Alemão do RAP, colocada em prática para que eu pudesse
teatro e promove ações em escolas e creches por meio do projeto Agentes Comunitários aprender os conceitos
de saúde, saber o que
na comunidade do Mato Alto, por exemplo, de Saúde Mirins, desenvolvido em parceria
é promoção da saú-
sobre prevenção e tratamento da infestação com o Centro Municipal de Saúde Alemão. de, a diferença entre
por piolho. “O apoio do RAP é essencial. “Até então, a Comunidade dos Minei- sexo e sexualidade, conhecer os direitos
Além de todo suporte em infraestrutura, ros não contava com nenhum projeto vol- humanos. E, além de aprender sobre tudo
para a compra de armários e a confecção de tado para as crianças. Havia somente uma isso, aprender sobre como passar esse co-
camisetas, a interação entre os dois grupos biblioteca desativada. Eu percebi que as nhecimento adiante. Com tudo isso que
de jovens enriquece a todos. Eles estão se crianças estavam crescendo e não estavam aprendi hoje posso exercer o meu prota-
conhecendo, trocando informações e expe- recebendo informações importantes, como gonismo juvenil”.
riências sobre como trabalham com promo- o cuidado que precisamos ter com o lixo. Aline Vieira da Silva,
ção de saúde”, reconhece Eliane. Era muito comum ver crianças abrirem uma dinamizadora do RAP da Saúde
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Circulando Informações
PROTAGONISMO JUVENIL MultiRio
A mídia educativa da cidade
RAP da Saúde http://www.multirio.rj.gov.br
Rede de Adolescentes e Jovens Promotores da Saúde
https://www.facebook.com/JovensRapdaSaude Naves do Conhecimento
http://www.pracadoconhecimento.org.br
Vídeos sobre protagonismo juvenil, saúde e cidadania
www.youtube.com/elosdasaude - playlist RAP da Saúde
https://elosdasaude.files.wordpress.com/2015/03/circulador-6-fev2015.pdf