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SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................................. 2

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................. 3
1.1 Passagem ........................................................................................................................ 3
1.2 Definição do problema ................................................................................................. 3
1.3 Propósito ........................................................................................................................ 3
1.4 Significância (relevância do tema) .............................................................................. 3
1.5 Limitações ...................................................................................................................... 3
1.6 Metodologia ................................................................................................................... 3

2 RESOLUÇÃO DO PROBLEMA ................................................................................ 4


2.1 Delimitação da Perícope ............................................................................................... 4
2.2 Crítica Textual .............................................................................................................. 4
2.3 Tradução e Traduções .................................................................................................. 4
2.4 Contexto Histórico/Cultural ........................................................................................ 5
2.4.1 Autoria ............................................................................................................................ 5
2.4.2 Datação........................................................................................................................... 5
2.4.3 Destinatário .................................................................................................................... 5
2.4.4 Propósito e Tema do Livro ............................................................................................. 6
2.5 Contexto Literário ........................................................................................................ 6
2.5.1 Gênero do Texto ............................................................................................................. 6
2.5.2 Esboço do Livro .............................................................................................................. 6
2.5.3 Relações do Texto com O Contexto Imediato e Amplo ................................................... 7
2.5.4 Análise Gramatical de Sentenças e Palavras Importantes............................................. 8
2.6 Análise Teológica .......................................................................................................... 9

3 RESUMO E CONCLUSÕES..................................................................................... 11
3.1 Aplicação ..................................................................................................................... 11

4 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 12
3

1 INTRODUÇÃO
1.1 Passagem
“Também disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança [...]” (Gn 1.26).

1.2 Definição do problema


Quando se contrasta Gênesis 1: 26 onde se encontra que o homem foi feito a imagem e
semelhança de Deus com S. João 4: 24 onde vemos que Deus é espírito parece que temos uma
contradição bíblica, pois como o Senhor não tem corpo se fomos feito a sua imagem e
semelhança? Existem alguns comentaristas como Paul Hoff que dizem que “o ser humano foi
feito a imagem e semelhança de Deus apenas no sentido de caráter, algo abstrato que não
chega a ser nada concreto, pois Deus não tem corpo”1.

1.3 Propósito
O presente trabalho pretende defender a teoria de que este pensamento é equivocado e
que existe algo de concreto na imagem e semelhança de Deus e que Ele possui um corpo,
mesmo que este corpo não seja semelhante ao de um ser humano e investigar dentro do
Contexto o real sentido das palavras imagem e semelhança dentro do original.

1.4 Significância (relevância do tema)


É extremamente relevante o estudo deste assunto para se compreender melhor a
natureza humana e sua relação com o importante fato de sermos feitos a imagem e
semelhança de Deus e o valor que Este deu ao Ser Humano: de sermos feitos “por um pouco,
menor que os anjos, e de sermos constituídos sobre as obras das mãos de Deus” (Hb 2.7).

1.5 Limitações
A pesquisa não teve como propósito abranger muito a área da Antropologia como
ciência que estuda o homem em sua totalidade, mas se limitou em pesquisar como já foi
abordado o real significado de imagem e semelhança de Deus no Contexto e no original.

1.6 Metodologia
O seguinte artigo exegético é resultado de uma pesquisa em fontes diferenciadas sobre
a Imago Dei (imagem de Deus), foram utilizadas inclusive Bibliotecas Digitais como a The
Word - V. 3.1, Bible Work 9 e Libronix Digital Library System.

1
HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Vida, 2007. Pág. 33.
4

2 RESOLUÇÃO DO PROBLEMA
2.1 Delimitação da Perícope
A Unidade Trabalhada se inicia no Livro de Gênesis, Capitulo 1, o verso primeiro até
o Capitulo 2, o verso 3 que se trata da Criação dos céus e da terra e de tudo o que neles há, já
que a partir do verso 5 se discorre o assunto exclusivo da formação do homem e do jardim
que o Senhor criou para este.

2.2 Crítica Textual

Na BHS aparece anterior a palavra “semelhança” em hebraico “ ” a preposição

“ ” (sendo a leitura, conforme a nossa semelhança), porém no Pentateuco Samaritano aparece

uma conjunção acompanhada posteriormente da preposição “‫( ”וכ‬sendo a leitura, e conforme

a nossa semelhança) o qual acaba concordando com a LXX e a Vulgata.2

2.3 Tradução e Traduções


O Texto Hebraico Massorético encontra-se da seguinte forma (Stuttgartensia)

‫ש ַַ֗מיִּם‬
ָּׁ ‫מּותנּו ְּוי ְִּּרּד ּּ֩ו בִּדְּ ַַ֨גת ַה ָָּּׁ֜ים ּובְּעֹּ֣ ֹוף ַה‬
ֵ֑ ְּ‫ָאדָ֛ם ְּב ַצל ְֵּ֖מנּו כִּד‬
ָּׁ ‫ֲשה‬
ֶׂ֥ ֶ ‫וַיֹּ֣א ֶמר אֱ ֹל ִִּ֔הים נַ ַֽע‬
‫ּו ַבבְּהמָּׁה֙ ּו ְּבכָּׁל־ ָּׁה ִָּׁ֔א ֶרץ ּו ְּבכָּׁל־ה ֶ ֵָּׁ֖רמֶש הַֽ ָּׁרמֶׂ֥ש עַל־הָּׁאָּׁ ֶַֽרץ׃‬
(Versão Analítica Pessoal) E [Conjunção ‫ַו‬ ] Falou [Verbo no Qal ‫]ָאמַר‬ Deus

[Substantivo ‫ ]אֱֹלהִּים‬Prepararemos [Verbo no Qal ‫שה‬


ָּׁ ‫ ] ָּׁע‬o Ser Humano [Substantivo ‫]ָאדַ ם‬
Conforme [Preposição ‫] ְּב‬ Nossa [Pronome ‫] ֲאנַחְּנּו‬ Imagem [Substantivo ] Conforme

[Preposição ] Nossa [Pronome ‫אנַחְּנּו‬


ֲ ] Semelhança [Substantivo ]3

(Nova Tradução na Linguagem de Hoje): Aí ele disse: — Agora vamos fazer os seres
humanos, que serão como nós, que se parecerão conosco. Eles terão poder sobre os peixes,
sobre as aves, sobre os animais domésticos e selvagens e sobre os animais que se arrastam
pelo chão.
Obs.: Outras versões da Língua Portuguesa não possuem diferencias relevantes.

2
BÍBLIA. Gênesis. Hebraico. Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Original em Hebraico e Aramaico.
Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1997. Cap. 1 Pág. 3.
3
CHÁVEZ, Moisés. Diccionario De Hebreo Bíblico. El Paso: Mundo Hispano, 1992. S. 24, 44, 51, 54,
73, 141, 161, 269, 529 e 577.
5

(Español: Biblia de Jerusalén (1976) Y dijo Dios: Hagamos al ser humano a nuestra
imagen, como semejanza nuestra, y manden en los peces del mar y en las aves de los cielos, y
en las bestias y en todas las alimañas terrestres, y en todas las sierpes que serpean por la tierra.
(LXX) καὶ εἶπεν ὁ θεός Ποιήσωμεν ἄνθ ωπον κα εἰκόνα ἡμε έ αν καὶ καθ
ὁμοίωσιν, καὶ ἀ χέ ωσαν ῶν ἰχθύων ῆς θαλάσσης καὶ ῶν πε εινῶν οῦ οὐ ανοῦ καὶ ῶν
κ ηνῶν καὶ πάσης ῆς γῆς καὶ πάν ων ῶν ἑ πε ῶν ῶν ἑ πόν ων ἐπὶ ῆς γῆς.

2.4 Contexto Histórico/Cultural


2.4.1 Autoria
Embora o Gênesis não tenha um autor explícito, o livro tem forte associação à figura
de Moisés, conforme sugerem referencias do NT (ex., At. 15: 1 se refere à circuncisão como
“o costume de Moisés”; ver também Jo. 7: 22). Ao longo da história, a maioria dos interpretes
cristãos e judeus tem identificado Moisés como autor/editor do Pentateuco. Todavia, nos
últimos dois séculos, paralelamente a ascensão do racionalismo, essa ideia foi questionada.
Usando o método literário da alta critica da Bíblia, eruditos sugeriram que o Pentateuco seria
resultado de uma complexa história editorial baseada em no mínimo quatro fontes escritas por
autores anônimos entre o 10º século e o 15º século a. C4.

2.4.2 Datação
Considerando a cronologia bíblica e as evidencias internas de Gênesis, é mais
provável que o livro (e o restante do Pentateuco) tenha, de fato, sido escrito por Moisés em
algum momento do século 15 a. C. uma vez que ele certamente não foi testemunha ocular dos
acontecimentos narrados em Gênesis (criação, queda, dilúvio e história dos patriarcas), é mais
provável, que além de haver recebido orientação divina e visões, Moisés também tenha
consultado coleções de histórias, notas, registros, e tradições genealógicas5.

2.4.3 Destinatário
O livro foi escrito e destinado primeiramente para que o povo de Israel (Povo
escolhido do Senhor) soubessem suas origens patriarcais e reconhecessem a YHWH como o
único Deus criador.

4
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Andrews. Tradução de João Ferreira de Almeida. Tatuí - SP.
Casa Publicadora Brasileira, 2015. Pág. 3.
5
Bíblia de Estudo Andrews. Pág. 3.
6

2.4.4 Propósito e Tema do Livro


O pecado do homem e os passos iniciais destinados à sua redenção, mediante uma
aliança divina feita com uma raça escolhida, cuja história primitiva ali se descreve.

2.5 Contexto Literário


2.5.1 Gênero do Texto
O gênero do contexto está em forma de Prosa, pois o texto foi escrito em parágrafos e
trata-se de um discurso direto, livre, em linha reta. Um texto escrito sem divisões rítmicas
intencionais alheias à sintaxe sem grandes preocupações com ritmo, métrica, rimas,
aliterações e outros elementos sonoros.

2.5.2 Esboço do Livro


Segundo Jr. Archer e L. Cleason, a melhor forma de se esboçar o livro a qual se deve
concordar pela riqueza de detalhes é a seguinte:
“I. O Começo da Humanidade, 1: 1 – 11: 32.
A. A Criação do Mundo, 1: 1 – 2: 3.
B. O lugar do homem no mundo, 2: 4 – 25.
C. A entrada do pecado, e a queda resultante, 3: 1 – 4: 26.
(Instituição da Aliança da graça).
D. As raças antediluvianas e os patriarcas (Adão a Noé), 5: 1 – 32.
E. A pecaminosidade do mundo expurgada pelo Dilúvio, 6: 1 – 9: 29.
F. A posteridade de Noé, e as raças primitivas do Oriente Próximo, 10: 1 – 11: 32.
II. A Vida de Abraão, 12: 1 – 25: 18.
A. A chamada de Abraão, e sua aceitação da aliança pela fé, 12: 1 – 14: 24.
B. Renovação e confirmação da aliança, 15: 1 – 17: 27.
C. Ló é poupado de Sodoma, 18: 1 – 19: 38.
D. Abraão e Abimeleque, 20: 1 – 18.
E. Nascimento e casamento de Isaque, o filho da promessa, 21: 1 – 24: 67.
F. A posteridade de Abraão, 25: 1 – 18.
III. A vida de Isaque e sua Família, 25: 19 – 26: 35.
A. Nascimento de Esaú e Jacó, 25: 19 – 28.
B. Esaú vende a primogenitura a Jacó, 25: 29 – 34.
C. Isaque e Abimeleque II, 26: 1 – 16.
D. A disputa em Berseba, 26: 17 – 33.
7

E. Os casamentos de Esaú, 26: 34, 35.


IV. A Vida de Jacó, 27: 1 – 37: 1.
A. Jacó no lar paterno, 27: 1 – 46.
B. Exilio e viagem de Jacó, 28: 1 -22.
C. Jacó com Labão na Síria, 29: 1 – 33: 15.
D. Jacó volta à terra da promissão, 33: 16 – 35: 20.
E. A posteridade de Jacó e Esaú, 35: 21 – 37: 1.
V. A Vida de José, 37: 2 – 50: 26.
A. José como menino, 37: 2 – 36.
B. Judá e Tamar, 38: 1 – 30.
C. José promovido no Egito, 39: 1 – 41: 57.
D. José e seus irmãos, 42: 1 – 45: 15.
E. José recebe Jacó no Egito, 45: 16 – 47: 26.
F. Últimos dias de Jacó e suas profecias finais, 47: 27 – 50: 14.
G. José garante aos seus irmãos seu perdão completo, 50: 15 – 26”6.

2.5.3 Relações do Texto com O Contexto Imediato e Amplo

O verso encontra-se no contexto do relato da criação do mundo onde Deus (‫אֱֹלהִּים‬

forma plural apontando uma divindade triuna)7 criou (‫ ב ָָּּׁׁרא‬criar do nada, sem matéria pré-

existente, atributo único de Deus)8 tudo em seis dias literais, uma coisa diferenciada em cada
dia (Gênesis 1: 1 - 25) dando ênfase no homem como coroa da criação. “O fato de que os
membros da Trindade falaram entre si (1: 26), indica que este foi o ato transcendental e a
consumação da obra criadora”9. E o capitulo 2 aclara mais nos dando a revelação de que O

Senhor formou (‫ יָּׁצַר‬verbo no qal que pode ser melhor traduzido por moldar como uma obra

artística de uma moldagem de argila (Is 45 : 9)10 o homem do pó da terra lhe soprando o
folego de vida passando o homem a se tornar uma alma vivente (2: 7) e depois, de sua costela,

transformou-a (‫בנָּׁה‬
ָּׁ verbo no qal que pode ser melhor traduzido por construir ou obra de

6
ARCHER, Jr., CLEASON, L. Merece Confiança o Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 2008.
Págs. 89 e 90.
7
BAKER, Warren. The Complete Word Study Dictionary: Old Testament. Chattanooga, TN: AMG
Publishers, 2003. S. 54.
8
BAKER, S. 161.
9
HOFF, Pág 32.
10
Idem S. 465.
8

arquitetura)11 em uma mulher (2: 22). Já o verso 26 nos apresenta a ênfase da narração
inspirada quando menciona que fomos feitos não só a imagem mas também a semelhança de
Deus assim como Sete foi gerado a semelhança de Adão conforme a sua imagem apontando
também para uma aparência física (5: 3). Radmacher acrescenta:
A nossa imagem: qual é a imagem de Deus no homem? A visão tradicional é que a
imagem de Deus é certas habilidades morais, éticas e intelectuais. Uma visão mais
recente, baseada em gramatica hebraica e do conhecimento do antigo oriente
próximo, interpreta a frase fazendo um paralelo com os tempos antigos, quando um
imperador podia comandar estátuas de si mesmo para ser colocada em partes
remotas do seu império. Estes símbolos iriam declara que estas áreas estavam sob
seu poder e reinado. Então Deus colocou a humanidade como símbolo de si mesmo
vivendo na terra para representar o seu reinado. Esta interpretação se encaixa bem
com o comando que se segue: tenha ele domínio sobre toda criação.12

Discordando com esse comentário MacDonald comenta:

A coroa da obra de Deus foi à criação do homem à Sua imagem e conforme a sua
semelhança. Isto significa que o homem foi posto sobre a terra como representante
de Deus, e que Ele se assemelha a Deus de determinadas maneiras. Assim como
Deus é uma trindade (pai, filho e espirito santo), o homem é um ser tripartite
(espirito, alma e corpo). Como Deus, o homem tem intelecto, uma natureza moral, o
poder de comunicar com os outros, e uma natureza emocional que transcende o
instinto. Não há nenhum pensamento de semelhança física aqui. Em contraste com
os animais, o homem é um adorador, um comunicador articulado e um criador. 13

Porém deve-se discordar de tal pensamento, pois é notável que o ser humano criado a
imagem e semelhança também física de Deus embora tal semelhança tenha sido manchada
pelo pecado da desobediência de nossos primeiros pais ao darem ouvido ao engano da
serpente no jardim do Éden (Gn. 3).

2.5.4 Análise Gramatical de Sentenças e Palavras Importantes


Sobre a palavra imagem no original Warren Baker comenta:
A palavra para imagem em hebraico é ‫ ֶצלֶם‬que se trata de um substantivo masculino
que significa uma imagem, uma semelhança, uma estátua, um modelo, um desenho,
uma sombra. A palavra significa imagem ou semelhança; seu uso teológico e
antropológico mais célebre era retratar os seres humanos como feitos à própria
imagem de Deus (Gn. 1: 26, 27; 5: 3). As pessoas continuam a estar em Sua
imagem, mesmo após a queda, embora a imagem seja marcada (Gn. 9: 6), e ainda
serve como a base da proibição de não matar seres humanos. Ele é usado
metaforicamente para descrever pessoas como sombras, fantasmas, ou sem saber,
sem sentido, seres fugazes que realizam os movimentos da vida (Sal. 39: 6. [7]); a
menos que tenham esperança em Deus (veja Salmo 39: 7. [8]). 14

11
Idem S. 145.
12
RADMACHER, Earl D.; ALLEN, Ronald Barclay; HOUSE, H. Wayne. Nelson’s New Illustrated
Bible Commantary. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1999, S. Gn 1: 26.
13
MACDONALD, William; FARSTAD, Arthur. Believer’s Bible Commentary: Old and New
Testaments. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1997, S. Gn 1: 26.
14
Idem S. 952.
9

Na mesma linha, os ímpios diante do Senhor são considerados como meros sonhos ou
fantasias (Sal. 73: 20). A palavra também é utilizada num sentido concreto para representar
imagens cortadas ou moldadas a partir de vários materiais. A palavra descreve as imagens ou
ídolos de deuses estrangeiros ou estranhos (2 Rs. 11: 18; Amós 5: 26). O povo de Israel
produziu imagens utilizadas como ídolos de suas próprias joias (Ez. 7: 20; 16: 17). Israel foi,
em sua entrada em Canaã, para destruir todas as imagens de fundição dos gentios (Num. 33:
52). Em Ezequiel 23: 14 esta palavra refere-se a imagens de babilônios que seduziram o povo
de Israel em apostasia quando viram eles (Ez. 23: 14).

Já a palavra Semelhança, do hebraico ‫“ = ּדָּׁ מָּׁה‬ser como”, “assemelhar-se”, “ser ou agir

como”, “comparar”. Este verbo aparece no hebraico bíblico por volta de vinte e oito vezes. O

substantivo ‫ּדְּ מּות‬ = “feitio”, “figura”, “forma”, “padrão”; expressa a ideia do “original

segundo o qual uma coisa é moldada”. Já a LXX traduziu esta palavra por ὁμοίωμα, denota
“aquilo que é feito como algo”, “feitura como” (cf. Tiago 3: 9 – “os homens feitos à
semelhança de Deus”). Traduzindo o trecho bíblico citado de forma bem literal, temos: “ οὺς
ἀνθ ώπους οὺς καθ᾽ ὁμοίωσιν θεου γεγονό ας”, isto é, “as pessoas as (que) segundo feitura
como de Deus foram feitas”.15

2.6 Análise Teológica


I Cor. 15: 40 diz: “Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida,
uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres”. Se Paulo está dizendo que existem dois
tipos de corpos (celestes e terrestres) então Gênesis 1: 26 e S. João 4: 24 não se contradizem.
Pelo contrario eles apenas afirmam o que Paulo disse. A Bíblia está repleta de histórias de
Anjos (espíritos) que se assentaram com homens. Estes espíritos falaram, comeram e lutaram
com homens. Como isto seria possível se eles não tivessem corpos? Quando Jesus diz que um
espirito não tem corpo (Lucas 24: 39), ele disse isto porque os apóstolos pensavam que ele era
um fantasma ou algo parecido. O texto está dizendo que anjos (espíritos) e o próprio Deus não
tem um corpo como o dele (humano). Eles não têm ossos e nem carne humanos. Ou seja, eles
têm corpos celestes e não corpos terrestres (humanos). Jesus tinha um corpo humano e não
um corpo angelical. Deus tem um “corpo”. Como é este corpo? Não sei, e a Bíblia não diz
como é. O que sei é que o filho hoje tem um corpo humano ressurreto.16

15
http://www.keryxestudosbiblicos.com.br/files/O-SIGNIFICADO-DA-IMAGO-DEI.pdf
16
http://www.dc.golgota.org/contradicoes/genesis/genesis11.html
10

O Apostolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios nos revela que “o homem é a
imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem” (11: 7) ou seja, a autoridade e o
governo de Deus se reflete no homem.
O Comentário Bíblico Adventista acrescenta:
No caso da mulher, usa-se somente a palavra “glória”. Omiti-se a palavra “imagem”,
embora ela também tenha sido criada à imagem de Deus (ver Gn 1: 27). Aqui se fala
da relação entre homem e mulher, não a relação dela com Deus. Mediante a
aceitação do plano de Deus para a família humana, a mulher reflete a glória de seu
marido e, por meio dele, a glória de Deus, que fez tão sábia provisão para a
humanidade. A mulher foi feita do homem, sendo ossos de seus ossos e carne de sua
carne. Portanto, em certo sentido, a beleza e pureza feminina refletem a dignidade e
a honra do homem (ver Gn 2: 22, 23).17
.

17
DORNELES, Vanderlei (Ed.). Comentário Bíblico Adventista. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2014. (Logos, 6). Pág. 832.
11

3 RESUMO E CONCLUSÕES
Viu-se, portanto que embora o mundo cristão se divirja com relação à imagem de
Deus no homem e no corpo de Deus a posição bíblica apresentada no presente artigo nos
mostra que a palavra imagem aponta também para uma estrutura física bem como o governo
de Deus refletido no homem. Assim, portanto podemos concluir que O Senhor Deus possui
um corpo celestial diferente do corpo físico humano e nós somos o símbolo vivo do governo
de Deus e podemos ser considerado seus filhos porque viemos dEle.

3.1 Aplicação
Hoje vivemos em um tempo onde o problema da baixa autoestima tem se agravado
cada vez mais, pessoas estão cansadas de perceberem que a mídia bombardeia as pessoas com
uma estética segundo ela ideal, porem não param para pensar que nós fomos feitos a imagem
e semelhança de Deus, que Ele nos amou tanto que nos moldou a sua imagem e hoje somos
parecidos com Ele não só no aspecto físico mais também por termos a capacidade de amar
mesmo estando na situação de pecadores e sabermos que o pecado sujou essa imagem de
Deus em nós, mas temos a esperança de que um dia voltaremos a sermos perfeitos assim
como Ele é perfeito.
12

4 BIBLIOGRAFIA
ARCHER, Jr., CLEASON, L. Merece Confiança o Antigo Testamento. São Paulo:
Vida Nova, 2008.
BAKER, Warren. The Complete Word Study Dictionary: Old Testament.
Chattanooga, TN: AMG Publishers, 2003.
BÍBLIA. Hebraico. Bíblia Hebraica Stuttgartensia. Original em Hebraico e
Aramaico. Barueri – SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1997.
BÍBLIA. Português. Bíblia de Estudo Andrews. Tradução de João Ferreira de
Almeida. Tatuí - SP. Casa Publicadora Brasileira, 2015.
BÍBLIA. Português. Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida. Barueri –
SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.
CHÁVEZ, Moisés. Diccionario De Hebreo Bíblico. El Paso: Mundo Hispano, 1992.
DORNELES, Vanderlei (Ed.). Comentário Bíblico Adventista. Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2014. (Logos, 6).
HOFF, Paul. O Pentateuco. São Paulo: Vida, 2007.
http://www.dc.golgota.org/contradicoes/genesis/genesis11.html
http://www.keryxestudosbiblicos.com.br/files/O-SIGNIFICADO-DA-IMAGO-
DEI.pdf
MACDONALD, William; FARSTAD, Arthur. Believer’s Bible Commentary: Old
and New Testaments. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1997.
RADMACHER, Earl D.; ALLEN, Ronald Barclay; HOUSE, H. Wayne. Nelson’s
New Illustrated Bible Commantary. Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1999.

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