Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2016/2017
É precisamente esta transformação da superfície da terra numa superfície plana a operação mais difícil
de conseguir. No entanto, pode-se projectar a superfície física da terra, sobre um elipsóide de
referência, por meio de projectantes normais ao elipsóide em cada um dos seus pontos (método de
projecção de Helmert). Deste modo, cada um dos pontos da superfície terrestre fica definido por 3
coordenadas, a latitude φ (ângulo entre a normal do lugar e o plano do equador) e a longitude λ (ângulo
entre o meridiano do lugar e o meridiano de referência, medido no plano do equador) das respectivas
projecções sobre o elipsóide, e, pela altitude elipsoidal h.
Existem três critérios cartográficos que são aplicados para a avaliação das propriedades das projecções
cartográficas:
a) Equidistância – representação correcta das distâncias;
b) Conformidade – representação correcta das formas;
c) Equivalência – representação correcta das áreas.
Estes três critérios são básicos e mutuamente exclusivos, sendo do ponto de vista cartográfico,
irrelevantes quaisquer outras características de uma dada projecção. Dado isto, de notar que não existe
uma representação ideal, apenas a melhor representação para um determinado propósito.
A transformação da superfície datum na superfície projecção pode ser de natureza geométrica, semi-
geométrica ou matemática (convencional). Muito poucas projecções são projecções verdadeiramente
perspectivas em sentido geométrico.
É conveniente definir uma projecção cartográfica com um arranjo sistemático de linhas que se
intersectam no plano, que representam e têm uma correspondência de um para um com os meridianos
e paralelos da superfície datum. Este arranjo obedece a algum princípio consistente de modo a verificar
determinadas condições pré-definidas. Cada conjunto de novas condições resulta numa projecção
cartográfica diferente e, consequentemente, existe um número ilimitado de projecções cartográficas.
Contudo, na prática, os três critérios cartográficos mencionados anteriormente – equidistância,
conformidade e equivalência - são aplicados com um número limitado de outras condições resultando
num número de cerca de duzentas projecções distintas criadas para fins específicos (Maling, 1968).
As classes podem ser consideradas de diferentes pontos de vista, sendo estes não mutuamente
exclusivos. As variedades são as subdivisões de cada classe e são mutuamente exclusivas. Para facilitar o
processo de construção de um esquema de classificação das projecções cartográficas composto por
classes e variedades deverão ser consideradas determinados factores específicos:
Quanto à sua natureza, as projecções podem ainda ser dividida em três variedades, representando, cada
uma, as superfícies básicas de projecção, nomeadamente o plano, o cone e o cilindro (Figura 1.3). A
mais simples destas superfícies de projecção é o plano, que quando tangente à superfície datum tem
um único ponto de contacto que corresponde ao centro da área de distorção mínima. O cone e o
cilindro, que são ambos planificáveis, foram introduzidos com o objectivo de aumentar a zona de
contacto e consequentemente a área de mínima distorção.
Figura 1.3. Classificação das projecções cartográficas quanto à natureza: a) plana, b) cónica e c) cilíndrica.
A classe coincidência pode ser dividida em três variedades representando os três tipos de coincidência
entre a superfície datum e a superfície projecção, nomeadamente tangente, secante e polisuperficial
(Figura 1.4). Verifica-se facilmente que a tangência entre a superfície datum e a superfície projecção
resulta num ponto ou numa linha de contacto, o primeiro no caso da superfície projecção ser um plano
e a segunda no caso da superfície ser um cilindro ou um cone. Para aumentar a área de contacto entre
as duas superfícies, e consequentemente a área de distorção mínima, é introduzido o modo secante,
resultando numa linha de contacto no caso em que a superfície é o plano e em duas linhas de contacto
no caso do cilindro ou do cone. Para uma ainda maior área de contacto é introduzido o múltiplo
contacto designado por polisuperficial. Neste caso uma série de planos sucessivos produzirá uma
projecção poliédrica, uma sequência de cones produzirá uma projecção policónica e uma série de
cilindros produzirá uma projecção policilíndrica.
Quanto à posição as projecções são subdivididas em três variedades representando as três posições
básicas ou alinhamentos da superfície de projecção relativamente à superfície datum, nomeadamente,
normal, transversa e oblíqua (Figura 1.5). Caso o propósito da projecção seja a representação de uma
área limitada da superfície datum, é então vantajoso alcançar uma distorção mínima nessa área
particular. Tal é possível através da variação da atitude da superfície de projecção. Se o eixo de simetria
da superfície de projecção coincide com o eixo de rotação do elipsóide ou da esfera, temos uma
projecção normal. Com o eixo de simetria perpendicular ao eixo de rotação, obtêm-se um projecção
transversa e para qualquer outra atitude do eixo de simetria, obtêm-se uma projecção oblíqua.
Figura 1.5. Classificação das projecções cartográficas quanto à posição: a) normal, b) transversa e c) oblíqua.
V. Modo de construção
Quanto às propriedades cartográficas, esta classe divide-se em três variedades mutuamente exclusivas
que representam os três critérios cartográficos básicos : equidistância, conformidade e equivalência. A
equidistância significa que existe uma correcta representação da distância entre dois pontos na
superfície datum e na superfície projecção, de modo que a escala é mantida ao longo de linhas que
liguem quaisquer dois pontos. Esta característica é naturalmente limitada a um número específico de
pontos e não é de forma alguma uma característica geral destas projecções. A conformidade representa
a manutenção da forma dos elementos, e consequentemente a manutenção dos ângulos (direcções),
sendo esta propriedade limitada a áreas infinitamente pequenas e não certamente a figuras
geométricas de grandes dimensões. A equivalência de áreas significa a manutenção das áreas dos
elementos representados, mas à custa da deformação da sua forma e dos seus ângulos que são neste
caso deformados. A última classe pode ser dividida em três variedades mutuamente exclusivas
representando os três principais modos de construção de uma projecção: geométrica, semi-geométrica
e convencional (matemática). As projecções geométricas ou semi-geométricas resultam de uma
representação geométrica ou perspectiva pura ou por meio de um processo parcialmente projectivo.
Neste caso enquadram-se as projecções gnonómica e estereográfica. Nas projecções convencionais não
existe qualquer relação do tipo projectivo ou geométrico sendo a representação obtida por um processo
puramente matemático.
Classes Variedades
Tabela 1.2.Variedades que caracterizam algumas das projecções utilizadas na cartografia portuguesa.
Embora o geóide seja um meio conveniente para o estudo do campo gravítico da terra, este apresenta
desvantagens quando se pretendem calcular coordenadas horizontais de pontos, distâncias e ângulos,
dado que a formulação matemática necessária para esse cálculo é extremamente complexa.
Dado isto, é introduzida uma superfície de revolução simétrica considerada como a melhor aproximação
ao geóide. Esta superfície é um elipsóide cujas dimensões dependem das condições que proporcionam o
melhor ajustamento em relação à superfície do geóide que se pretende representar. Uma das
propriedades mais comum consiste em fazer coincidir o seu eixo de revolução e centro,
respectivamente, com o eixo de rotação e o centro de gravidade do geóide – datum global (Figura 2.1a).
No entanto, para a representação de uma região parcial do geóide é considerado um elipsóide, tangente
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 2-1
à superfície do geóide no ponto central dessa região, cuja superfície constitua o melhor ajustamento
regional e cujo eixo de revolução seja paralelo ao eixo de rotação do geóide – datum local (Figura 2.1b).
O eixo-z corresponde ao eixo de revolução. Um plano que passe por este eixo intersecta a superfície ao
longo de uma elipse meridional. O centro do elipsóide é O; o Polo Norte e Sul são indicados por NP e SP,
respectivamente. O semi-eixo maior da elipse meridional (a) é igual ao raio equatorial representado na
figura por OA ou OC (OA=OC=a). O semi-eixo menor da elipse meridional (b) é representado na figura
por ONP=b. De seguida são apresentadas as relações matemáticas entre os diversos parâmetros do
elipsóide.
a −b
f = (2.1)
a
a2 −b2
e= (2.2)
a2
e 2 = 1 − (1 − f ) 2 (2.3)
ρ=
(
a. 1 − e 2 ) (2.4)
(1 − e . sin φ )
3
2 2 2
O raio do círculo paralelo (r) que passa por P (com φ constante), representado na figura por PO’ , é igual
a:
a
N= (2.6)
(1 − e )
1
2
. sin φ
2 2
O meridiano que passa por P é indicado pelo ângulo λ, designado por longitude de P, contado a partir
do meridiano de referência. Por regra considera-se o meridiano de Greenwich como sendo o meridiano
de referência. No entanto, no caso das representações cartográficas pode ser mais conveniente
considerar o meridiano central da projecção de uma dada região como origem da contagem das
longitudes. O ângulo λ é considerado positivo na direcção Este e negativo na direcção Oeste a partir do
meridiano de origem.
A equação do elipsóide no sistema de coordenadas rectangulares tridimensional (Figura 2.2) é dada por:
x2 + y2 z2
+ =1 (2.7)
a2 b2
ou em coordenadas polares:
x = N ⋅ cos φ . cos λ
y = N ⋅ cos φ . sin λ (2.8)
(
z = N ⋅ 1 − e ⋅ sin φ
2
)
O azimute de um arco arbitrário PP’ sobre a superfície do elipsóide é designado por α e é contado no
sentido dos ponteiros do relógio a partir da direcção do Norte. Tal é mostrado na figura 2.3.
As correspondentes fórmulas para a esfera são obtidas colocando e=0 nas expressões anteriores (Figura
2.4). No caso da esfera existe apenas um raio de curvatura pelo que ρ = N= R e é óbvio que a latitude
geodésica φ é coincidente com a latitude geocêntrica.
Quer no caso do elipsóide quer no caso da esfera a posição dos pontos sobre a superfície é dada pela
latitude φ contada positiva a partir do equador até ao Norte e a longitude λ, ambas expressas em graus,
minutos e segundos de arco.
De acordo com o teorema de Clairaut verifica-se a seguinte relação em cada ponto P da geodésica: “o
producto do raio de um círculo paralelo que passe por um dado ponto P pelo seno do azimute da
geodésica é uma constante”, ou
(1) Para φ= 0, N= a e
C
sin α = (2.10)
a
{N . cos φ = C
(2.11)
N . cos (−φ ) = C
a solução destas equações devolve dois valores para φ simétricos em relação ao equador.
Quer as secções normais entre dois pontos quer a geodésica correspondem a partes de círculos
máximos na esfera dado que esta corresponde a um caso particular do elipsóide, isto é quando o semi-
eixo maior e menor são iguais. Logo, o caminho mais curto entre 2 pontos é parte de um círculo
máximo. No entanto, esta curva só é projectada como uma linha recta nas projecções gnomónicas (à
projecção da geodésica é dado o nome de ortodrómica).
2.2.2. A loxodrómica
A loxodrómica entre dois pontos P1 e P2 é uma curva que intersecta os meridianos com um azimute α
constante (Figura 2.6).
2.6. A loxodrómica.
1
dλ = tan α ⋅ dφ (2.12)
cos φ
λ 2 − λ1
tan α = (2.13)
1 1
ln tan(45° + φ 2 ) − ln tan(45° + φ 1)
2 2
Qualquer outro ponto P (ϕ, λ) ao longo da curva pode ser calculado através da integração de (2.12) com
os limites λ1 e λ:
1 1
λ1 − λ = tan α ln tan(45° + φ 2 ) − ln tan(45° + φ 1) (2.14)
2 2
(3) Se φ= 90°, λ –λ1 tende para infinito, resultando numa espiral em direcção ao polo (Figura 2.8).
A loxodrómica é de especial importância na navegação dado que é projectada como uma linha recta
entre pontos na projecção cilíndrica conforme de Mercator. As Figuras 2.9 e 2.10 mostram a
ortodrómica e a loxodrómica numa projecção gnomónica e numa projecção conforme de Mercator,
respectivamente.
z v3 z1 v 10
v2 v 11
v v 12
v0 1 v 13
u0 u 13
u1 u 12
u2 u 11
u3 u 10
y y1
x x1
x = p1 (u, v )
y = p 2 (u , v ) (3.1)
z = p (u , v )
3
Por conveniência, a essa superfície irá chamar-se superfície datum. A mesma relação pode ser escrita
para uma segunda superfície à qual se irá chamar superfície de projecção (Figura 3.2).
x1 = p1′ (u1 , v1 )
y1 = p 2′ (u1 , v1 ) (3.2)
z = p ′ (u , v )
1 3 1 1
As curvas paramétricas da superfície datum estão relacionadas com um sistema de curvas na superfície
de projecção se existir uma relação matemática entre os parâmetros (u, v) e (u1, v1), e vice-versa.
u1 = q1 (u , v )
(3.3)
v1 = q 2 (u, v )
É óbvio que para representarmos a superfície da Terra, ou qualquer outra superfície curva, numa esfera
ou num plano, duas condições devem ser satisfeitas
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 3-1
(1) a projecção deve ser única (condição de unicidade);
Tal significa que a um dado ponto na superfície datum deve corresponder um único ponto na superfície
de projecção e vice-versa. Matematicamente, tal pode ser expresso pela condição de que os parâmetros
u e v devem ser resolúveis a partir das equações (3.3), tendo-os como função de u1 e v1.
u = q1 (u1 , v1 )
(3.4)
v = q 2 (u1 , v1 )
Sem mais restrições, as curvas paramétricas u e v por norma não correspondem ao sistema (u1, v1),
constituíndo um outro sistema arbitrário diferente. No entanto, a relação entre (u, v) e (u1, v1) pode ser
estabelecida eliminando u1 e v1 das equações (3.1) e (3.2) com a ajuda de (3.3), obtendo-se a fórmula
geral da transformação
x = p1 (u , v ) x1 = p1 (u, v )
y = p 2 (u, v ) y1 = p 2 (u, v ) (3.5)
z = p (u, v ) z = p (u, v )
3 1 3
ds 2 = dx 2 + dy 2 + dz 2 (3.6)
∂x ∂x
dx = ∂u ⋅ du + ∂v ⋅ dv
∂y ∂y
dy = ⋅ du + ⋅ dv (3.7)
∂u ∂v
∂z ∂z
dz = ∂u ⋅ du + ∂v ⋅ dv
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2 ∂x ∂x ∂y ∂y ∂z ∂z
= + + ⋅ du 2 + 2 ⋅ + ⋅ + ⋅ ⋅ dudv (3.8)
∂u ∂u ∂u ∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
∂x 2 ∂y 2 ∂z 2
+ + + ⋅ dv 2
∂v ∂v ∂v
Os coeficientes de du2, du.dv e dv2 são designados por primeiros coeficientes superficiais de Gauss e são
designados na literatura por E, F e G, respectivamente. Deste modo a expressão (3.6) passa e escrever-
se da seguinte forma
ds 2 = E ⋅ du 2 + 2 F ⋅ dudv + G ⋅ dv 2 (3.9)
Considerando que uma dada curva sobre uma dada superfície é uma curva coordenada u= const., então
du=0, logo substituíndo em (3.9) obtemos
ds u = G ⋅ dv 2 ⇔ ds u = G ⋅ dv
2
ds v = E ⋅ du 2 ⇔ ds v = E ⋅ du
2
As quantidades E e G actuam como unidades de medida ao longo das curvas u e v sobre uma dada
superfície. Na figura 3.3 é apresentado um paralelogramo diferencial num ponto P de uma dada curva
u+du
E ⋅ du ds
α1
P α2
u
v
G ⋅ dv v+dv
α1 + α 2 = θ (3.10)
ds 2 = ( ) (
2
E ⋅ du + ) (
2
G ⋅ dv − 2 E ⋅ du ⋅ )( )
G ⋅ dv ⋅ cos(180o − θ ) ⇔
2 F = 2 EG ⋅ cos θ ⇔
F
cos θ = (3.12)
EG
A igualdade (3.12) mostra que a condição necessária e suficiente para que as curvas coordenadas u e v
sejam ortogonais é que F= 0. Considerando que cos 2 θ + sin 2 θ = 1 , resulta que
2
F EG − F 2
sin θ = 1 − cos θ = 1 −
2
= (3.13)
EG EG
O ângulo α1 entre a tangente à curva coordenada v= const. e a tangente a uma curva ds num dado ponto
P, denominado azimute de ds, obtem-se aplicando novamente a lei do coseno
( ) (
2
G ⋅ dv = ) 2
( )
E ⋅ du + ds 2 − 2 E ⋅ du ⋅ ds ⋅ cos α1 ⇔
1 du dv
cos α 1 = ⋅E ⋅ +F⋅ (3.14)
E ds ds
1 du dv
cos α 2 = ⋅F ⋅ +G⋅ (3.15)
G ds ds
E ⋅ G − F 2 dv
sin α1 = ⋅ (3.16)
E ds
E ⋅ G − F 2 du
sin α 2 = ⋅ (3.17)
G ds
A = EG ⋅ du ⋅ dv ⋅ sin θ
A = EG − F 2 ⋅ du ⋅ dv (3.18)
A = EG ⋅ du ⋅ dv
ds 2 = E ⋅ du 2 + 2 F ⋅ dudv + G ⋅ dv 2
(3.19)
ds1 = E1 ⋅ du1 + 2 F1 ⋅ du1dv1 + G1 ⋅ dv1
2 2 2
Derivando as expressões (3.3) que estabelecem a correspondência entre os pontos das duas superfícies,
obtem-se que
Substituíndo estas expressões na segunda expressão em (3.19), vamos obter o elemento linear ds1 em
termos das cooordenadas u e v
∂u ∂u ∂u ∂u ∂v ∂v
2
ds1 = E1 ⋅ 1 ⋅ du + 1 ⋅ dv + 2 F1 ⋅ 1 ⋅ du + 1 ⋅ dv ⋅ 1 ⋅ du + 1 ⋅ dv +
2
∂u ∂v ∂u ∂v ∂u ∂v
∂v ∂v
2
G1 ⋅ 1 ⋅ du + 1 ⋅ dv = L = e1 ⋅ du 2 + 2 f 1 ⋅ dudv + g 1 ⋅ dv 2
∂u ∂v
onde
∂u ∂u ∂v ∂v
2 2
e1 = E1 ⋅ 1 + 2 F1 ⋅ 1 ⋅ 1 + G1 ⋅ 1
∂u ∂u ∂u ∂u
∂u ∂u ∂u ∂v ∂u ∂v ∂v ∂v
f 1 = E1 ⋅ 1 ⋅ 1 + F1 ⋅ 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 + G1 ⋅ 1 ⋅ 1 (3.20)
∂u ∂v ∂u ∂v ∂v ∂u ∂u ∂v
∂u ∂u ∂v ∂v
2 2
g1 = E1 ⋅ 1 + 2 F1 ⋅ 1 ⋅ 1 + G1 ⋅ 1
∂v ∂v ∂v ∂v
A relação entre os coeficientes e1, f1 e g1 e os coeficientes E1, F1 e G1 pode ser expressa em notação
matricial da seguinte forma
2⋅ ⋅
e1 ∂ u ∂u ∂ u ∂ u E1
f = ∂u ∂ u ∂u ∂v ∂u ∂v ∂v ∂v1
∂u ∂v ∂u ∂v ∂v ∂u ∂u ∂v ⋅ F1
⋅ ⋅ + ⋅ ⋅
1 1 1 1 1 1 1
1 (3.21)
g 1 G1
∂u1 ∂u1 ∂v1 ∂v1
2 2
∂v 2⋅ ⋅
∂v ∂v ∂v
sendo esta matriz designada por matriz fundamental da transformação. O termo e1 ⋅ g 1 − f1 pode ser
2
deduzido a partir das expressões anteriores, podendo também ser expresso como o produto de dois
determinantes
∂u1 ∂u1
2
( ) ∂u ∂v ∂u ∂v
( )
2
E1 F1 ∂u ∂v
e1 ⋅ g 1 − f 1 = ⋅ = E1 ⋅ G1 − F1 ⋅ 1 ⋅ 1 − 1 ⋅ 1 = E1 ⋅ G1 − F1 ⋅ ∆2
2 2 2
F1 G1 ∂v1 ∂v1 ∂u ∂v ∂v ∂u
∂u ∂v
(3.22)
Com as funções descritas desta forma pode garantir-se que a cada par (u, v) corresponde um ponto
sobre a superfície datum e outro sobre a superfície de projecção, dado que este determinante é sempre
∂u1 ∂v1 ∂u1 ∂v1
diferente de zero (∆≠ 0, pois ⋅ ≠ ⋅ ). Caso fosse nulo o determinante, uma função
∂u ∂v ∂v ∂u
dependeria da outra e a correspondência não era unívoca.
2
du du
e1 + 2 f 1 + g1
e1 du + 2 f 1 dudv + g1 dv
2 2 2
ds1
k = 2 =
2
= dv dv
(3.23)
ds Edu 2 + 2 Fdudv + Gdv 2 du
2
du
E + 2F +G
dv dv
du
de notar que k depende da direcção da tangente ao ponto P e que é diferente em cada direcção. No
dv
entanto, existe uma excepção, nomeadamente, quando os coeficientes do denominador são
respectivamente proporcionais aos do numerador:
e1 f g
k2 = = 1 = 1 (3.24)
E F G
du
O factor de escala é então independente de e é o mesmo em todas as direcções. Esta condição
dv
deve ser satisfeita para todas as projecções conformes. Esta mesma condição mantém os ângulos livres
de distorções na imagem. Tal pode ser observado a partir das expressões (3.13) e (3.16) em combinação
com (3.24), resultando em:
considerando k=1.
A = EG − F 2 dudv
se a imagem (projecção) deste paralelogramo tiver a mesma área, a seguinte condição deve ser
satisfeita:
∂u1 ∂u1
2
1 E F1 ∂u ∂v
EG − F 2 = ⋅ (e1 ⋅ g1 − f1 ) = e1 ⋅ g1 − f1 = 1 ⋅
2 2
(3.25)
k 4
F1 G1 ∂v1 ∂v1
∂u ∂v
X = N cos φ cos λ
Y = N cos φ sin λ (3.26)
(
Z = N 1 − e sin φ
2
)
sendo N o raio de curvatura na direcção da primeira vertical perpendicular à direcção do meridiano.
As curvas paramétricas sobre a superfície do elipsóide são os meridianos e as trajectórias ortogonais são
os círculos de paralelo (u= φ e v= λ). A expressão do elemento linear sobre a superfície datum é dada
por:
ds 2 = Edu 2 + Gdv 2
2 2
dX dY dZ
2
E = + + = K = ρ 2
dφ dφ dφ
F = 0
(3.27)
2 2 2
dX dY dZ
G = dλ + dλ + dλ = (− N cos φ sin λ ) + ( N cos φ cos λ ) = K
2 2
= N cos φ = r
2 2 2
X = R cos φ cos λ
Y = R cos φ sin λ (3.29)
Z = R sin φ
dX
2
dY
2
dZ
2
dφ dφ dφ
= R2
F = 0
(3.30)
2 2 2
dX dY dZ
G = dλ + dλ + dλ = (− R cos φ sin λ ) + (R cos φ cos λ ) = K
2 2
= R cos φ
2 2
e consequentemente:
No plano tem-se a seguinte expressão para o elemento linear ds1, considerando u1= x e v1= y:
pelo que:
as unidades de medida ao longo dos eixos coordenados são iguais. Tal não se verifica nas expressões
(3.28) e (3.31), pois E ≠ G.
No caso do elipsóide, o sistema de coordenadas (φ, λ) não é um sistema isométrico, i. e. não tem a
mesma métrica ao longo dos dois eixos principais. No entanto, estas coordenadas podem ser
submetidas a uma transformação com vista a tornar as unidades de medida iguais. Considerando a
expressão (3.28):
ρ dφ 2 ρ dφ 2
ds = N cos φ ⋅
2 2 2
+ d λ 2
= r 2
⋅ + d λ 2
(3.34)
N cos φ r
Introduzindo uma nova variável Φ, designada por latitude isométrica, cuja relação com a latitude
geodésica é dada por:
ρ (1 − e 2 )
dΦ = dφ = dφ (3.35)
N cos φ (1 − e 2 sin 2 φ ) cos φ
ρ 1 1 − e sin φ 2
e
Φ=∫ dφ = ln tg 45° + φ ⋅ =K
N cos φ 2 1 + e sin φ
(3.36)
1 e 1 − e sin φ
= ln tg 45° + φ + ln +c
2 2 1 + e sin φ
(
ds 2 = N 2 cos 2 φ dΦ 2 + dλ2 ) (3.37)
1
Φ esf = ln tg 45° + φ (3.38)
2
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 3-10
O elemento linear, no caso da esfera, é então dado por:
(
ds 2 = R 2 cos 2 φ dΦ 2 + dλ2 ) (3.39)
Num sistema de coordenadas polares plano, onde o elemento linear ds1é dado por, considerando u1= R
e v 1= θ :
ds1 = E1 dR 2 + G1 dθ 2
2
x = R cos θ
y = R sin θ
2 2
dx dy
E1 = + = cos θ + sin θ = 1
2 2
dR dR
F1 = 0
2 2
dx dy
G1 = + = R 2 sin 2 θ + R 2 cos 2 θ = R 2
dθ dθ
ds1 = dR 2 + R 2 dθ 2 (3.40)
2
onde R é o raio polar e θ o ângulo polar. Os primeiros coeficientes de Gauss E1 e G1 não são iguais aos
da equação (3.32), pelo que o sistema também não é isométrico. De igual forma se pode transformar
este sistema num outro sistema equivalente que seja isométrico. Colocando R2 em evidência, obtem-se:
dR 2
ds1 = R 2 + dθ 2 = R 2 dµ 2 + dθ 2
2 2
( ) (3.41)
R
dR
onde dµ = . Integrando dµ, obtem-se que:
R
µ = ln R + c
µ − c = ln R ⇔
R = e µ −c = e µ ⋅ e −c = e µ ⋅ p
(
ds1 = e 2 µ ⋅ p 2 dµ 2 + dθ 2
2
) (3.42)
Num sistema de coordenadas rectangulares os paralelogramos elementares são rectângulos, logo θ =90°
e F=0. Estes paralelogramos tornam-se quadrados num sistema de coordenadas isométrico.
e du 2 + 2 f1dudv + g1dv 2
2
ds
k = 12 = 1
2
ds ds 2
Atendendo às expressões do cos (3.14) e do sin (3.16) do azimute α de uma linha qualquer sobre uma
superfície, omitindo o índice 1 em α por conveniência, e considerando que F=0, obtem-se que
e1 f1 g
sendo e = , f = e g= 1.
E EG G
No entanto, Tissot (1881) provou que em cada ponto da superfície datum existe um conjunto de curvas
paramétricas rectangulares, as quais têm um conjunto de curvas correspondentes com as mesmas
características na superfície de projecção. Estas curvas são designadas por curvas paramétricas
principais (f1=0). Consequentemente, a expressão de k pode então ser simplificada passando a
e1 du 2 + g1 dv 2
2
ds1
k = 2 =
2
2
= e ⋅ cos 2 α + g ⋅ sin 2 α (3.44)
ds ds
Para determinar o valor máximo e minímo para a deformação linear, anula-se a derivada do segundo
membro da expressão em ordem a α, obtendo-se
( )
d k2
( )
= −2 ⋅ e ⋅ cos α sin α + 2 ⋅ f ⋅ cos 2 α − sin 2 α + 2 ⋅ g ⋅ sin α cos α =
dα (3.45)
( g − e ) ⋅ sin 2α + f ⋅ cos 2α = 0
f
tg 2α = (3.46)
(e − g )
1 1 1
e⋅ 2
⋅ cos 2 α + 2 f ⋅ 2 ⋅ cos α ⋅ sin α + g ⋅ 2 ⋅ sin 2 α = 1 ⇔
k k k
e⋅ x + 2 f ⋅ x⋅ y + g ⋅ y =1
2 2
calculando os valores próprios desta expressão, obtem-se o valor máximo e minímo para a deformação
linear
1
k 1 = ⋅ ( e + g ) + ( e − g )2 + 4 ⋅ f 2
2
(3.47)
1
k 2 = ⋅ ( e + g ) − ( e − g )2 + 4 ⋅ f 2
2
k 2 + k1 = e + g
2 2
(3.48)
g1
k1 = (3.49)
G
de igual forma, a deformação linear ao longo da curva v (onde dv=0, α = 0°)) é igual a
e1
k2 = (3.50)
E
dv du
sin α = G cos α = E (3.51)
ds ds
2 2
Ek 2 du 2 + Gk1 dv 2 2 cos α 2 sin α
2 2
Para determinar o valor máximo e minímo para a deformação linear, anula-se a derivada do segundo
membro da expressão (3.52) em ordem a α, obtendo-se:
( )
d k2
= −2k 2 cos α sin α + 2k1 sin α cos α = (k1 − k 2 ) sin 2α = 0
2 2 2 2
dα
k ext = k 2 (3.53)
e com α= 90°
k ext = k1 (3.54)
Estas expressões são particularmente importantes dado que demonstram que as direcções onde a
deformação linear é máxima e mínima correspondem às direcções das curvas paramétricas u e v, e são
consequentemente ortogonais.
δ = β −α (3.55)
E ⋅ du ds
e1 ⋅ du ds1
α β
P P’
G ⋅ dv g1 ⋅ dv
(a) (b)
Figura 3.4. O paralelogramo diferencial, (a) Superfície datum, (b) Superfície de projecção
dv du
sin α = G cos α = E
ds ds
dv du
sin β = g 1 cos β = e1
ds1 ds1
tem-se que
G dv g 1 dv
tgα = tgβ =
E du e1 du
escrevendo a expressão da tgβ em função de tgα e considerando as expressões (3.49) e (3.50), obtemos
g 1 dv g1 E 1 k
tgβ = = tgα = k1 ⋅ tgα = 1 tgα
e1 du e1G k2 k2
k1
de onde se pode observar que, para α= β, se tem que = 1 e consequentemente k1 = k 2 , como se
k2
verifica em todas as projecções conformes.
k1
tgα − tgα
tgβ − tgα k k tgα
tgδ = tg (β − α ) = = 2 = 1 − 1 (3.56)
1 + tgβ ⋅ tgα k k2 k
1 + 1 tg 2α
1 + 1 tg 2α
k2 k2
de notar que, como seria esperado, para α= 0 e α= 90° a deformação angular é nula (tgδ = 0 e δ = 0).
Para achar o valor do azimute αm correspondente à deformação angular máxima, anula-se a derivada do
segundo membro da expressão (3.56) em ordem a α, obtendo-se
d (tgδ ) k
= 0 ⇔ tgα m = ± 2 (3.57)
dα k1
substituíndo este valor na expressão da deformação angular, obtem-se a expressão para a deformação
angular máxima
k2
±
k k1 1 k k
tgδ m = 1 − 1 =K= ± 1 − 2 (3.58)
k1
k2 1 + k1 ⋅ k 2 2 k2
k 2 k1
k 2 = k 2 cos 2 α + k1 sin 2 α
2 2
e a expressão (3.57)
k2
tgα m = ±
k1
obtem-se que
k1 2 k
kα m = k 2 cos 2 α + k1 sin 2 α = k 2 sin 2 α m + k1 2 cos 2 α m = k1 ⋅ k 2
2 2 2 2
(3.59)
k2 k1
pelo que a deformação linear para o azimute αm correspondente à máxima deformação angular é igual a
k1 ⋅ k 2 .
AD = EG − F 2 dudv
AP eg
m= = 1 1 = k1 ⋅ k 2 (3.60)
AD EG
k1 ⋅ k 2 = 1
logo, com base na expressão (3.59) pode concluir-se que nas projecções equivalentes as distâncias na
direcção da máxima deformação angular são representadas sem deformação, pois kα m = k1 ⋅ k 2 = 1 .
x
x1
dx α β
ds ds1
y P
P dy
y1
(a) (b)
Figura 3.5. A elipse de deformação (elipse de Tissot), (a) Superfície datum, (b) Superfície de projecção
Considerando um círculo com centro em P num sistema de coordenadas rectangulares (x, y) e a sua
projecção num sistema rectangular correspondente (x1, y1), os eixos coordenados são então as
tangentes aos correspondentes sistemas (u, v) em ambas as superfícies. Com base na expressão (3.51) e
na figura 3.5.
dv du
sin α = G cos α = E
ds ds
e correspondentemente
Substituíndo
1
du = E ⋅ cos α ⋅ ds
dv = 1 ⋅ sin α ⋅ ds
G
em (3.62), obtem-se
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 3-17
e1
dx1 = ⋅ cos α ⋅ ds
E
dy = g 1 ⋅ sin α ⋅ ds
1 G
dx1 = k 2 ⋅ cos α ⋅ ds
(3.63)
dy1 = k1 ⋅ sin α ⋅ ds
dx1 dy1
colocando e ao quadrado e somando estes dois termos, obtem-se
k2 k1
2 2
dx1 dy1
+ = cos 2 α ⋅ ds 2 + sin 2 α ⋅ ds 2 = ds 2 (3.64)
k
2 1 k
Esta expressão corresponde à equação de uma elipse com semieixo maior (menor) igual a k2.ds e
semieixo menor (maior) igual a k1.ds. Considerando que ds é igual a 1, a expressão anterior assume a
seguinte forma
2 2
dx1 dy1
+ = 1 (3.65)
k 2 k1
Esta elipse é designada por indicatriz de Tissot, dado que indica as características da projecção na
vizinhança de um dado ponto P.
Sabe-se que a área da superfície da Terra que se pode considerar como plana tem um raio de
aproximadamente 10 km, podendo até ser maior caso os requisitos de precisão sejam menos exigentes.
No interior desta região, pode então escrever-se a equação (3.65) em função das coordenadas (x1, y1) de
um sistema de coordenadas rectangulares omitindo as derivadas
2 2
x1 y1
+ = 1 (3.66)
k 2 k1
1 k k
tgδ m = ± 1 − 2
2 k2 k1
A deformação angular num determinado azimute arbitrário α é calculada com base na expressão (3.52)
kα = k 2 cos 2 α + k1 sin 2 α
2 2 2
sendo a deformação linear no azimute correspondente à deformação angular máxima αm dada pela
expressão (3.59)
k α m = k1 ⋅ k 2
AP
m= = k1 ⋅ k 2
AD
4.1.1. Introdução
Uma projecção diz-se equivalente se a deformação areal m tiver um valor constante em todos os pontos,
tem-se então que
e g − f1
2
A
m= P = 1 1 = const.
AD EG − F 2
∂u1 ∂u1
2
E1 F1 ∂u ∂v
EG − F 2 = (e1 ⋅ g1 − f1 ) = ⋅
2
F1 G1 ∂v1 ∂v1
∂u ∂v
No caso das projecções equivalentes as áreas não sofrem distorção, a deformação linear varia e os
ângulos são deformados. Como anteriormente mencionado, a equivalência e a conformidade não
podem ser verificadas completamente em simultâneo. Tal pode ser demonstrado, no caso de uma
projecção equivalente, considerando a expressão (3.55)
m = k1 ⋅ k 2 = 1
para que esta projecção fosse simultaneamente conforme ter-se-ia que verificar, em cada ponto, a
seguinte igualdade
k1 = k 2
se a deformação linear máxima e mínima forem iguais, e se se designar esse valor por k, tem-se que
m = k2 =1
logo, pode concluir-se que esta última expressão não é possível de ser verificada em todos os pontos da
superfíce.
e1dφ 2 + 2 f1 ⋅ dφ dλ + g1dλ2
2
ds1
k2 = = (4.1)
ds 2 Edφ 2 + Gdλ2
ρ ⋅ dφ e1 ⋅ du
ds ds1
α β
N ⋅ cos φ ⋅ dλ g1 ⋅ dv
(a) (b)
Figura 4.1. O paralelogramo diferencial, (a) Superfície datum, (b) Superfície de projecção
Considerando a figura 4.1 e as expressões (3.12) e (3.28), a expressão (4.1) passa a escrever-se da
seguinte forma
com
f1
cos Ω = (4.3)
e1 ⋅ g1
N ⋅ cos φ dλ
tan α = ⋅ (4.4)
ρ dφ
g1 ⋅ sin Ω ⋅ dλ
tan β = (4.5)
e1 ⋅ dφ + g1 ⋅ cos Ω ⋅ dλ
ρ ⋅ g1 ⋅ tan α ⋅ sin Ω
tan β = (4.6)
N ⋅ cos φ ⋅ e1 + ρ ⋅ g1 ⋅ tan α ⋅ cos Ω
ρ ⋅ N ⋅ cos φ = e1 ⋅ g 1 − f1 2 ⇔
(
ρ ⋅ N ⋅ cos φ = e1 ⋅ g 1 − e1 ⋅ g1 ⋅ cos Ω )
2
⇔
ρ ⋅ N ⋅ cos φ = e1 ⋅ g1 ⋅ sin Ω
Logo,
ρ ⋅ N ⋅ cos φ 1 1
sin Ω = = = (4.7)
e1 ⋅ g 1 e1 g1 k 2 ⋅ k1
⋅
E G
Multiplicando a expressão (4.6) por ρ, a expressão da tanβ passa a escrever-se da seguinte forma
tan β =
ρ 2 ⋅ g 1 ⋅ tanα ⋅ sin Ω
=
(
g1 ⋅ sin Ω ⋅ ρ 2 ⋅ tanα ) =
ρ ⋅ N ⋅ cos φ ⋅ e1 + ρ ⋅ g 1 ⋅ tanα ⋅ cos Ω
2
(
g1 ⋅ sin Ω ⋅ e1 + ρ ⋅ tan α ⋅ cot Ω
2
)
ρ 2 ⋅ tan α tan α (4.8)
=
e1 k2 2
+ tanα ⋅ cot Ω
ρ 2 ⋅ + tan α ⋅ cot Ω
ρ
2
Numa direcção qualquer, contada a partir do eixo k2, tem-se segundo a expressão (3.52) que
k 2 = k 2 cos 2 α + k1 sin 2 α
2 2
k 2 = k 2 cos 2 α + k1 sin 2 α = 1 = k1 ⋅ k 2
2 2
pelo que
k 2 cos 2 α = k1 sin 2 α
ou
k2
tan α = ± (4.9)
k1
que é idêntica à expressão (3.57), a qual devolve o valor do azimute α correspondente à deformação
angular máxima.
No caso das projecções equivalentes, com k1 ⋅ k 2 = 1 , a expressão anterior passa a ser a seguinte
e sobre o plano, o elemento linear em coordenadas cartesianas x e y (com u1= x e v1= y) é dado por
ds1 = dx 2 + dy 2
2
eg −f
( )
2
m = 1 1 12 ⇔ m 2 ⋅ EG − F 2 = e1 g1 − f1 ⇔
2 2
EG − F
∂u1 ∂u1
2
( )
m 2 ⋅ EG − F 2 = e1 g1 − f1 =
2 E1
F1
F1 ∂u
⋅
G1 ∂v1
∂v
∂v1
∂u ∂v
obtem-se
∂x ∂x
2
∂x ∂y ∂x ∂y
(
m 2 ⋅ EG − F 2 =) E1
F1
F1 ∂φ
⋅
G1 ∂y
∂λ
∂y
⇔ m⋅ρ ⋅r = . − .
∂φ ∂λ ∂λ ∂φ
(4.11)
∂φ ∂λ
Considerando agora sobre o plano as coordenadas polares R e θ (com u1= R e v1= θ), o elemento linear é
dado por
ds1 = dR 2 + R 2 dθ 2
2
∂R ∂R
2
∂R ∂θ ∂R ∂θ
(
m 2 ⋅ EG − F 2 =) E1
F1
F1 ∂φ
⋅
G1 ∂θ
∂λ
∂θ
⇔ m⋅ ρ ⋅r = R⋅ . − .
∂φ ∂λ ∂λ ∂φ
(4.12)
∂φ ∂λ
4.3.1. Introdução
A projecção de Bonne é uma projecção cónica, equivalente, normal com uma linha de contacto tangente
ao paralelo de referência. Nesta projecção apenas o meridiano central de referência é uma linha recta e
os meridianos e círculos de paralelo não formam um sistema ortogonal no plano. A deformação linear
ao longo do meridiano central e ao longo de todos os paralelos é igual a 1, não sendo preservada a
escala ao longo dos restantes meridianos.
O arco de meridiano σ entre o paralelo de latitude φ0 e um paralelo de latitude φ (os quais são
projectados como círculos concêntricos em torno do vértice do cone) é calculado por
φ
σ = ∫ ρ ⋅ dφ (4.13)
φ0
Como tal os círculos paralelos não são igualmente espaçados, tendo ρ um valor diferente em função da
latitude. A distância ao longo de um paralelo à latitude φ desde o meridiano central λ0 até ao meridiano
de longitude λ é igual a
(λ − λ0 ) ⋅ N ⋅ cos φ (4.14)
Tal é ilustrado na figura 4.2, onde a rede paramétrica é desenhada na projecção de Bonne.
PN
(λi-λ0).N.cosφ
φ
φ0
(λi-λ0).N.cosφ0
0
λi
Meridiano central
λ0
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 4-5
Figura 4.2. A rede paramétrica na projecção de Bonne.
Os eixos principais da indicatriz de Tissot não coincidem com o sistema de curvas paramétricas (φ, λ). Tal
requer cálculos adicionais com vista à determinação de k1 e k2 conforme já mostrado na secção 4.1.2.
Os sistemas cartográficos equivalentes têm como se sabe um interesse geodésico reduzido para mapas
de escala média em virtude das grandes deformações lineares e angulares. No entanto, para regiões
alongadas na direcção Norte-Sul e estreitas na direcção Este-Oeste, como é o caso de Portugal
continental, a projecção de Bonne tem deformações angulares pequenas, sendo praticamente
conforme. De facto, a projecção de Bonne é mesmo rigorosamente conforme sobre o meridiano central
e sobre o paralelo central.
R = R(φ ) (4.15)
Impondo esta condição, a equação geral das projecções equivalentes (4.12) reduz-se a
∂R ∂θ
m⋅ρ ⋅r = R⋅ . (4.16)
∂φ ∂λ
donde
∂θ m⋅ ρ ⋅r
=± (4.17)
∂λ ∂R
R⋅
∂φ
R = R(φ )
m⋅ρ ⋅r
θ = ± ⋅ λ + const. (4.18)
∂R
R⋅
∂φ
Considerando que esta constante é nula, resulta que para λ= 0 o valor de θ=0 e portanto tem-se o
meridiano origem das longitudes, o qual se vai tomar como sendo o meridiano central da projecção e
que será representado pelo eixo polar (apenas o meridiano central da projecção é ortogonal a todos os
círculos paralelos). As fórmulas de transformação (4.18) ficam então
Nestas fórmulas dispomos de dois graus de liberdade, representados pela função arbitrária R(φ) e pela
constante m. Os elementos lineares sobre o elipsóide e sobre o plano são respectivamente
ds 2 = ρ 2 dφ 2 + r 2 dλ2
ds1 = dR 2 + R 2 dθ 2
2
ρ ⋅r
F (φ ) = (4.20)
∂R
R⋅
∂φ
R = R (φ )
(4.21)
θ = ± m ⋅ λ ⋅ F (φ )
∂R
dR = ⋅ dφ
∂φ
∂θ ∂θ
⋅ dφ + m ⋅ F (φ ) ⋅ dλ = (4.22)
dF
dθ = ⋅ dφ + ⋅ dλ = m ⋅ λ ⋅
∂φ ∂λ dφ
dF
= m ⋅ λ ⋅ ⋅ dφ + F (φ ) ⋅ dλ
dφ
2 2
∂R dF
ds1 = ⋅ dφ 2 + R 2 ⋅ m 2 . λ ⋅ ⋅ dφ + F (φ ) ⋅ dλ
2
(4.23)
∂φ dφ
A deformação linear sobre o meridiano central (λ= 0) e na direcção do meridiano central (dλ= 0) será
então dado por
∂R ∂R
⋅ dφ
ds ∂φ ∂φ
k= 1= = (4.24)
ds ρ ⋅ dφ ρ
∂R
∂φ
k= = const. > 0
ρ
R = ± k ⋅ ∫ ρ ⋅ dφ + const. (4.25)
correspondendo o sinal positivo ao caso de R crescer com φ e o sinal negativo ao caso de R decrescer
com φ (Figura 4.3).
+ + φ + + φ
Figura 4.3. Sinal a atribuir ao raio polar R consoante no caso de o seu valor crescer com a latitude (a) e no caso de
o seu valor decrescer com a latitude (b).
R0 = ± k ⋅ ∫ ρ ⋅ dφ + const. (4.26)
φ =φ0
Sendo const. uma constante qualquer, esta pode ser eliminada conjugando as expressões (4.25) e (4.26),
obtendo-se
φ
R = R0 ± k ⋅ ∫ ρ ⋅ dφ (4.27)
φ0
φ
Note-se que o integral ∫ ρ ⋅ dφ
φ0
representa o arco de meridiano σ (Figura 4.4) entre o paralelo de
R0
φ
σ
φ0
Figura 4.4. Relação entre o raio vector (R) de um dado paralelo e o raio vector do paralelo de referência (R0).
φ
R = R0 − k ⋅ ∫ ρ ⋅ dφ (4.28)
φ0
Numa tentativa de fazer com que o sistema seja conforme no meridiano central e na direcção dos
paralelos vamos impor que a deformação linear no meridiano central (λ =0) e na direcção dos paralelos
(dφ= 0) seja igual , obtendo-se deste modo os seguintes elementos lineares sobre o elipsóide e sobre o
plano, respectivamente
ds 2 = r 2 dλ2
ds1 = R 2 ⋅ m 2 .F 2 (φ ) ⋅ dλ2
2
ρ ⋅r
R⋅m⋅
∂R
R⋅
R ⋅ m.F (φ ) ∂φ m⋅ ρ
k= = =
r r ∂R
∂φ
m⋅ ρ m
k= = ⇔k= m (4.29)
∂R k
∂φ
φ
R = R0 − k ⋅ ∫ ρ ⋅ dφ
φ0
(4.30)
m ⋅r
θ = ± ⋅λ
R
Na expressão do θ poderia ter sido omitido o sinal, bastando escolher o sentido crescente de θ de
acordo com o sentido de crescimento de λ para que a carta não fique invertida.
A última etapa consiste em impor que a deformação linear seja tanto quanto possível constante, ou
seja, que a projecção seja tanto quanto possível conforme. Vai-se então impor como condição que a
deformação linear k respeitante aos elementos lineares sobre o paralelo central (φ=φ0) e sobre o
meridiano central (dλ= 0) seja igual a m . Deste modo, sobre o elipsóide tem-se a seguinte expressão
para o elemento linear
ds 2 = ρ 0 dφ 2
2
ds1 = dR 2 + R0 ⋅ dθ 2
2 2
(4.31)
∂R
dR = ⋅ dφ
∂φ
pode obter-se uma nova expressão para dR com base nas expressões (4.24) e (4.29)
dR = k ⋅ ρ 0 ⋅ dφ = m ⋅ ρ 0 ⋅ dφ ⇔
dR 2 = m ⋅ ρ 0 ⋅ dφ 2
2
∂θ
dθ = ⋅ dφ
∂φ
2
m ⋅ λ ⋅ sin φ0 ⋅ ρ 0 m ⋅ λ ⋅ r0 ⋅ ρ 0
ds1 = m ⋅ ρ 0 ⋅ dφ + R0 ⋅ − ⋅ dφ 2
2 2 2 2
R R0
2
0
2
m ⋅ λ ⋅ sin φ0 ⋅ ρ 0 m ⋅ λ ⋅ r0 ⋅ ρ 0
m ⋅ ρ 0 ⋅ dφ + R0 ⋅ − ⋅ dφ 2
2 2 2
2
R R0
2
ds1
k = 2 =
2 0 =
ds ρ 0 dφ
2 2
2
m ⋅ sin φ0 m ⋅ r0
= m + R0 ⋅ λ ⋅ − =m
2 2
2
R 0 R0
Para que esta igualdade seja verificada para qualquer valor de λ, tem que se verificar a seguinte
condição
2
m ⋅ sin φ0 m ⋅ r0
R0 ⋅ λ ⋅ − =0⇔
2 2
2
R 0 R0
m ⋅ r0 m ⋅ N 0 ⋅ cos φ0
R0 = = = m ⋅ N 0 ⋅ cot φ0
m ⋅ sin φ0 sin φ0
φ
R = R0 − m ⋅ ∫φ ρ ⋅ dφ
0
R0 = m ⋅ N 0 ⋅ cot φ0 (4.32)
θ = ± m ⋅ r ⋅ λ
R
Estas são as fórmulas da projecção de Bonne. Fazendo m= 1, como é o caso da cartografia portuguesa
continental, obtem-se
O
R0
R
A P φ0
R0
φ
A P1
σ
1 φ0
R0 = N 0 ⋅ cot φ0
Desta forma temos representado o paralelo central. Note-se que R0 é o lado do cone circunscrito ao
elipsóide e tangente ao longo do paralelo central de latitude φ0.
R = R0 − σ
sendo σ o arco de meridiano entre as latitudes φ0 e φ. O arco traçado é a imagem do paralelo que passa
por P. Marcando sobre ele um comprimento A1P1 igual ao correspondente AP sobre o elipsóide, fica
assim definido o mecanismo geométrico da correspondência.
θ R
P1
yP
R0
xP x
em que
R0 = N 0 ⋅ cot φ0
R = R0 − σ
r ⋅λ
θ=
R
A transformação directa fica resolvida pelas expressões anteriores. Para a transformação inversa têm-se
as seguintes expressões
x P1
θ = arctan
R0 − y P
1
(4.35)
R0 − y P1 xP
R = = 1
cos θ sin θ
em que
5.1.1. Introdução
Uma projecção diz-se conforme ou isogónica se a deformação linear k for independente do azimute, isto
é, o seu valor terá de ser o mesmo em todas as direcções. Foi anteriormente demonstrado que a
combinação da matriz de transformação fundamental com a condição de conformidade conduz à
equação (3.24).
e1 f g
k2 = = 1 = 1
E F G
e1 g1
k2 = = (5.1)
E G
∂u1
2
∂v1
2
e1 = ⋅ E1 + ⋅ G1
∂u ∂u
∂u1 ∂u1 ∂v ∂v
f1 = ⋅ E1 + 1 1 ⋅ G1 = 0 (5.2)
∂u ∂v ∂u ∂v
∂u1
2
∂v1
2
g1 = ⋅ E1 + ⋅ G1
∂v ∂v
∂u1
2
∂v1
2
e1 = ⋅ E1 + ⋅ G1 = E ⋅ k
2
∂u ∂u
∂u1 ∂u1 ∂v ∂v
f1 = ⋅ E1 + 1 1 ⋅ G1 = 0 (5.3)
∂u ∂v ∂u ∂v
∂u1
2
∂v1
2
g1 = ⋅ E1 + ⋅ G1 = G ⋅ k
2
∂v ∂v
Para que a deformação linear k seja independente do azimute, a derivada de k em ordem a α tem de ser
nula. Sendo a deformação linear dada pela expressão (3.43) na secção 3.4.1
logo
2f
tan 2α = (5.4)
(e − g )
Devendo esta equação ser verificada para qualquer valor de α, verifica-se, em particular, que para α= 0
e α= 45º, o valor da expressão (5.4) é igual a
α = 0 ⇒ tan 2α = 0 ⇒ f = 0
α = 45° ⇒ tan 2α = +∞ ⇒ e − g = 0 ⇔ e = g
Assim, para uma representação conforme a expressão (3.43) passa a escrever-se da seguinte forma
A indicatriz da deformação linear será então uma circunferência; sendo k1= k2 a expressão da
deformação angular (3.56) reduz-se a
k tgα
tgδ = 1 − 1 =0 (5.6)
k
k 2 1 + 1 tg 2α
k2
ou seja, a deformação angular é nula para todos os azimutes. Sendo assim, o ângulo entre dois
elementos não é alterado pela representação.
ds 2 = E ⋅ du 2 + G ⋅ dv 2
e sobre o plano
tem-se que
(
ds 2 = G ⋅ du 2 + dv 2 )
com
e também que
2
(
ds1 = G1 ⋅ du1 + dv1
2 2
)
com
E1 G1
du1 = du1 ⇔ du1 = du1
G1 E1 (5.8)
dv1 = dv1
2 2
G1
d u1
E1 ∂v1
e1 = ⋅ E1 +
⋅ G1 = E ⋅ k 2
G G
du du
E E
G1 G1
du1 du1
E1 E1 ∂v1 ∂v1
f1 = ⋅ ⋅ E1 + ⋅ ⋅ G1 = 0
G ∂v G ∂v
du du
E E
2
G1
du1
∂v1
2
g = E1
1 ⋅ E1 + ⋅ G1 = G ⋅ k 2
∂v ∂v
+ = + (5.9)
∂u ∂u ∂v ∂v
∂u1 ∂u1 ∂v ∂v
⋅ = − 1 ⋅ 1 (5.10)
∂u ∂v ∂u ∂v
representando porη o valor comum das duas fracções. Separando as duas fracções desta expressão,
resulta que
∂u1 ∂v ∂v1 ∂u
=η ⋅ 1 = −η ⋅ 1
∂u ∂u ∂v ∂v
∂v1 ∂u
=± 1 (5.11)
∂u ∂v
∂u1 ∂v
=± 1 (5.12)
∂u ∂v
Existindo parâmetros isométricos tanto na superfície datum como na superfície de projecção, então a
projecção
u1 = q1 (u , v )
(5.13)
v1 = q 2 (u , v )
As equações (5.11) e (5.12) contêm as condições de Cauchy-Riemann que definem a condição necessária
e suficiente para que uma qualquer função seja analítica, sendo por isso designadas por equações de
Cauchy-Riemann. Deste modo, as derivadas parciais em (5.11) e (5.12) podem ser consideradas como as
derivadas parciais da parte real e imaginária da equação
u1 + i ⋅ v1 = q(u + i ⋅ v ) (5.14)
u1 + i ⋅ v1 = (u + i ⋅ v ) + ( A + i ⋅ B) ⋅ (u + i ⋅ v ) + (C + i ⋅ D) ⋅ (u + i ⋅ v ) + K (5.15)
2 3
( ) ( ) (
u1 = u + A ⋅ u 2 − v 2 − 2 ⋅ B ⋅ u ⋅ v + C ⋅ u 3 − 3 ⋅ u ⋅ v 2 + D ⋅ − 3 ⋅ u 2 ⋅ v + v 3 + K ) (5.16)
( ) ( ) (
v1 = v + 2 ⋅ A ⋅ u ⋅ v + B ⋅ u 2 − v 2 + C ⋅ 3 ⋅ u 2 ⋅ v − v 3 + D ⋅ u 3 − 3 ⋅ u ⋅ v 2 + K )
Os elementos lineares sobre a superfície datum e sobre a superfície de projecção podem ser escritos,
respectivamente, em termos de parâmetros isométricos
(
ds 2 = G ⋅ du 2 + dv 2 )
e
2
(
ds1 = G1 ⋅ du1 + dv1
2 2
)
A deformação linear, em termos de coordenadas isométricas, é então
k2 =
(
G1 ⋅ du1 + dv1
2 2
)
(
G ⋅ du 2 + dv 2 ) (5.17)
sendo
∂u1 ∂u1
du1 = ∂u ⋅ du + ∂v ⋅ dv
dv = ∂v1 ⋅ du + ∂v1 ⋅ dv
∂u ∂v
1
k =
2
⋅ + = ⋅ + (5.18)
G ∂u ∂u G ∂v ∂v
∂ 2 u1 ∂ 2 v1 ∂ 2 v1 ∂ 2 u1
+ = + =0 (5.19)
∂u 2 ∂v 2 ∂u 2 ∂v 2
5.2.1. Introdução
A projecção de Gauss, também designada por tranversa de Mercator, é uma projecção conforme,
cilíndrica e transversa que se presta à representação de zonas alongadas na direcção N-S e estreitas na
direcção E-W (Figura 5.1). Sendo uma projecção conforme, esta mantem a forma dos elementos
infinitamente pequenos e consequentemente os ângulos (direcções), no entanto esta mantem também
os comprimentos ao longo do meridiano central da projecção.
A projecção de Gauss difere da de Mercator no que diz respeito à posição da superfície de projecção
relativamente à superfície datum, sendo que nesta última o cilindro fica numa posição normal à
superfície datum. Deste modo, a projecção de Mercator presta-se à representação de zonas alongadas
na direcção E-W e mantem os comprimentos ao longo do equador.
y + i ⋅ x = f (Φ + i ⋅ λ ) (5.20)
x=0
y = f (Φ )
dσ = ρ ⋅ dφ = r ⋅ dΦ (5.21)
resultando esta igualdade da definição de Φ. Este elemento será representado na carta por
df
dσ 1 = dy = dΦ (5.22)
dΦ
Querendo que sobre o meridiano central não haja deformação linear, então o valor de k tem de ser igual
a1
df
dσ dy dΦ 1 df
k= 1= = = ⋅ =1
dσ dσ r r dΦ
df
=r (5.23)
dΦ
Φ φ
f (Φ ) = ∫ r ⋅ dΦ = ∫ ρ ⋅ dφ (5.24)
0 0
Desenvolvendo a expressão (5.20) em série de Mac-Laurin e separando a parte real da imaginária, tem-
se que
λ2 d 2 f λ4 d 4 f λ6 d 6 f
y = f (Φ ) − ⋅ + ⋅ − ⋅ +L
2! dΦ 2 λ = 0 4! dΦ 4
λ = 0 6! dΦ
6
λ =0
(5.25)
df λ3 d3 f λ5 d5 f λ7 d7 f
x = λ ⋅ − ⋅
+ ⋅
− ⋅
+L
dΦ λ = 0 3! dΦ λ = 0 5! dΦ λ = 0 7! dΦ
3 5 7
λ =0
φ φ
f (Φ ) = ∫ ρ ⋅ dφ = ∫ dσ = σ
0 0
df
= r = N ⋅ cos φ
dΦ
d3 f
=
d
(− r ⋅ sin φ ) = − dr . sin φ − r ⋅ cos φ. dφ = −r ⋅ sin 2 φ − r ⋅ cos φ ⋅ r =
dΦ 3
dΦ dΦ dΦ ρ
N
= − N ⋅ cos 3 φ ⋅ − tan 2 φ = − N ⋅ cos 3 φ ⋅ k1
ρ
d4 f N N2
= N ⋅ sin φ ⋅ cos 3
φ ⋅ + 4 ⋅ − tan 2 φ = N ⋅ sin φ ⋅ cos 3 φ ⋅ k 2
dΦ ρ ρ
4 2
d5 f N3 N2 N
= N ⋅ cos 5
φ ⋅ 4 ⋅ ⋅ (1 − 6 ⋅ tg 2
φ ) + ⋅ (1 + 8 ⋅ tg 2φ ) − 2 ⋅ ⋅ tg 2φ + tg 4φ = N ⋅ cos 5 φ ⋅ k 3
dΦ ρ ρ ρ
5 3 2
d6 f N4 N3
= N ⋅ sin φ ⋅ cos 5
φ ⋅ 8 ⋅ ⋅ (11 − 24 ⋅ tg 2
φ ) − 28 ⋅ ⋅ (1 − 6 ⋅ tg 2φ ) +
dΦ ρ ρ
6 4 3
N2 N
+ ⋅ (1 − 32 ⋅ tg 2φ ) − 2 ⋅ ⋅ tg 2φ + tg 4φ = N ⋅ sin φ ⋅ cos 5 φ ⋅ k 4
ρ 2
ρ
d7 f
dΦ 7
[ ]
= N ⋅ cos 7 φ ⋅ 61 − 479 ⋅ tg 2φ + 179 ⋅ tg 4φ − tg 6φ = N ⋅ cos 7 φ ⋅ k5
d8 f
dΦ 8
[ ]
= N ⋅ sin φ ⋅ cos 7 φ ⋅ 1385 − 3111 ⋅ tg 2φ + 543 ⋅ tg 4φ + tg 6φ = N ⋅ sin φ ⋅ cos 7 φ ⋅ k 6
λ2 λ4 λ6
y =σ + ⋅ N ⋅ sin φ . cos φ + ⋅ N ⋅ sin φ . cos 3 φ .k 2 + ⋅ N ⋅ sin φ . cos 5 φ .k 4
2 24 720
λ 8
+ ⋅ N ⋅ sin φ . cos 7 φ .k 6 (5.26)
40320
λ3 λ5 λ7
x = λ ⋅ N ⋅ cos φ + ⋅ N cos 3 φ .k1 + ⋅ N cos 5 φ .k 3 + ⋅ N cos 7 φ .k 5
6 120 5040
t
( )
+ 180ψ ⋅ 5t 2 − 3t 4 − 360t 4 + ) ⋅
M8
(
⋅ 1385 + 3633t 2 + 4095t 4 + 1575t 6
)
k 0 ⋅ ρ 40320 ⋅ k 0 ⋅ N
7 7
M M3
(λ − λ0 ) ⋅ cos φ ′ = −
⋅ ψ + 2t 2 +
3
( )
k0 ⋅ N 6 ⋅ k 0 ⋅ N
3
+
M5
( ( ) (
⋅ − 4ψ 3 ⋅ 1 − 6t 2 + ψ 2 ⋅ 9 − 68t 2 + 72ψt 2 + 24t 4 −
5
) )
120 ⋅ k0 ⋅ N
5
−
M7
(
⋅ 61 + 662t 2 + 1320t 4 + 720t 6
7
)
5040 ⋅ k0 ⋅ N
7
N
sendo M a distância à meridiana, ψ = (com N e ρ calculados com um valor aproximado para a
ρ
latitude φ’) e t = tan φ ′ . A determinação de φ’ é feita através de um processo iterativo, o qual é
descrito de seguida
1) toma-se como ponto de partida um valor aproximado para o arco de meridiano σap
P
σ ap =
k0
sendo P a distância à perpendicular;
2) com base neste valor calcula-se uma primeira aproximação para φ (φap), a qual é dada por
σ ap
φ = φ0 +
A ⋅ a ⋅ 1 − e2( )
3) com este valor aproximado para a latitude recalcula-se o comprimento de arco de
meridiano σ usando a seguinte expressão
σ = a ⋅ (1 − e 2 ) ⋅ A ⋅ (φ − φ 0 ) −
⋅ (sin 2φ − sin 2φ0 ) + ⋅ (sin 4φ − sin 4φ0 ) −
B C
2 4
⋅ (sin 6φ − sin 6φ0 )+ ⋅ (sin 8φ − sin 8φ 0 ) − ⋅ (sin 10φ − sin 10φ0 )
D E F
−
6 8 10
4) com este novo valor para σ determina-se a correcção a aplicar a φ’ através de:
(σ −σ )
∆φ =
ap
ρ
onde
ds 2 = r 2 ⋅ dλ2 (5.28)
ds1 = dx 2 + dy 2
2
(5.29)
∂x 1
dx = ⋅ dλ = r + ⋅ λ2 ⋅ r ⋅ cos 2 φ ⋅ k1 ⋅ dλ
∂λ 2
∂y
dy = ⋅ dλ = λ ⋅ r ⋅ sin φ ⋅ dλ
∂λ
desprezando os termos de ordem igual ou superior a λ3. Substituíndo estas expressões em (5.29),
resulta que
2
ds1
k2 = 2
= 1 + cos 2 φ ⋅k 1⋅λ2 + sin 2 φ ⋅ λ2 (5.30)
ds
N r 2 ⋅ λ2
k 2 = 1 + cos 2 φ ⋅ − tan 2 φ ⋅ λ2 + sin 2 φ ⋅ λ2 = 1 +
ρ ρ⋅N
r 2 ⋅ λ2
k = 1+ (5.31)
ρ⋅N
1 r 2 ⋅ λ2
k = 1+ ⋅
2 ρ⋅N
atendendo a que
x ≈ N . cos φ ⋅ λ = r ⋅ λ
pela sua expressão em (5.26), então a deformação linear k em coordenadas rectangulares é dada por
x2
k = 1+ (5.32)
2⋅ ρ ⋅ N
x2
k = 1+ (5.33)
2 ⋅ ρ0 ⋅ N0
B
dx
α dy
dn
α L
β
A x
1 dk
Γ= ⋅ (5.34)
k dn
dk
sendo a derivada de k segundo a normal à linha, a qual se pode escrever da seguinte forma
dn
dk dk dx dk dy
= ⋅ + ⋅
dn dx dn dy dn
dk dk dx
= ⋅
dn dx dn
logo
1 dk dx
Γ= ⋅ ⋅
k dx dn
dk x
=
dx ρ 0 ⋅ N 0
dx
dx = dn ⋅ cos α ⇔ = cos α
dn
e ainda que
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 5-12
yB − y A y − yA
= L ⇔ cos α = B
cos α L
1 x y − yA
Γ= ⋅ ⋅ B
k ρ0 ⋅ N 0 L
1
β= ⋅ Γ1 ⋅ L (5.35)
2 3
onde L é o comprimento de linha AB e Γ1/3 é a curvatura num ponto a 1/3 da distância AB. Trata-se de
uma fórmula aproximada mas, como a curvatura é muito pequena e o erro desprezável, considera-se
suficientemente rigorosa nas aplicações cartográficas. Atendendo a que k é próximo de 1 e fazendo
2 ⋅ x A + xB
x 1 = x A + ⋅ (x B − x A ) =
1
3 3 3
tem-se que
Γ1 =
(2 ⋅ x A + x B ) ⋅ ( y B − y A )
3 3 ⋅ ρ0 ⋅ N 0 ⋅ L
⋅ (2 ⋅ x A + x B ) ⋅ ( y B − y A )
1
β ′′ = (5.36)
6 ⋅ ρ 0 ⋅ N 0 ⋅ sin 1′′
Nesta expressão o valor de β” é maior ou menor que zero consoante o sinal que convencionalmente se
tenha adoptado para o sentido positivo dos eixos. No caso da projecção de Gauss a transformada de
uma geodésica volta sempre a concavidade para o meridiano central.
ds1 ds1
ds = =
k x2
1+
2 ⋅ ρ0 ⋅ N0
x2
ds = 1 − ⋅ ds1
2 ⋅ ρ0 ⋅ N0
xB - xA
B
dx
yB - yA dy α
ds1
α
(s1=sAB)
A
dx
ds1 =
sin α
e que
xB − x A x − xA
s1 = ⇔ sin α = B
sin α s1
logo
x2 s1
ds = 1 − ⋅ ⋅ dx
2 ⋅ ρ0 ⋅ N0 xB − x A
s1 B
x
x2 s1 x3
xB
s= ∫
⋅ 1 − ⋅ dx =
⋅ [x ]x A −
xB
=L
xB − x A x 2 ⋅ ρ0 ⋅ N 0 xB − x A 6 ⋅ ρ 0 ⋅ N 0 x A
A
= s1 −
s1
6⋅ ρ0 ⋅ N0
(
⋅ x B2 + x B ⋅ x A + x A2 )
s1 − s =
s1
6⋅ ρ0 ⋅ N0
(
⋅ x B2 + x B ⋅ x A + x 2A ) (5.37)
k = 1 + 12305 ⋅ 10 −18 ⋅ x 2
β ′′ = 84606 ⋅ 10 −14 ⋅ (2 ⋅ x A + x B ) ⋅ ( y B − y A )
(
s1 − s = 41018 ⋅ 10 −19 ⋅ s1 ⋅ x B2 + x B ⋅ x A + x A2 )
y
dx
dy
γ
dx dy dx
= ⇔ tan γ =
sin γ cos γ dy
x = x (φ , λ )
y = y (φ , λ )
são, para cada valor fixo de λ, as equações paramétricas (parâmetro φ) da transformada do meridiano
fixado, donde
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 5-15
dx
dφ
tan γ = (5.38)
dy
dφ
y =σ
x = λ ⋅ N ⋅ cos φ = λ ⋅ r
donde se obtem
dy
=ρ
dφ
dx dr dσ
=λ⋅ ⋅ = −λ ⋅ sin φ ⋅ ρ
dφ dσ dφ
− λ ⋅ sin φ ⋅ ρ
tan γ = = −λ ⋅ sin φ
ρ
sendo assim, a convergência de meridianos é dada pela seguinte expressão dado que γ é um ângulo
muito pequeno
γ = −λ ⋅ sin φ
sendo λ a diferença de longitude entre o ponto e o meridiano central da projecção. Dado isto, tem-se a
seguinte expressão para o cálculo da convergência de meridianos
5.3.1. Introdução
A projecção de Mercator é uma projecção cilíndrica conforme. Gerardo Kramer (1512-1591), cartógrafo
flamengo, tenta corrigir a representação do Mediterrâneo de Ptolomeu e constroí um Mapa Mundo
com base numa projecção matemática, em que os paralelos e os meridianos se projectam num plano
perpendiculares entre si.
Para sabermos qual o azimute α da loxodrómica que une dois pontos (Figura 5.5), dispondo de uma
carta com esta projecção basta unir os dois pontos por uma recta e medir o ângulo α. A formulação
existente na projecção de Mercator baseia-se fundamentalmente no elipsóide sobre o qual escolhemos
as coordenadas Φ e λ, respectivamente a latitude isométrica e a longitude, e nas coordenadas
cartesianas x, y sobre o plano, cuja relação com a latitude isométrica e longitude é obtida por uma
função analítica qualquer f que obedece à condição geral das projecções conformes.
y + i ⋅ x = f (Φ + i ⋅ λ )
que para λ= 0 se tem x= 0, o que significa que o meridiano central é representado pelo eixo oy das
ordenadas, logo os outros meridianos terão de ser representados por rectas paralelas a esse eixo. Sendo
assim, para λ= constante tem-se que x= constante.
λ2 d 2 f
y = f (Φ ) − ⋅ +L
2! dΦ 2 λ =0
df λ3 d 3 f
x = λ ⋅ − ⋅ +L
dΦ λ =0 3! dΦ λ =0
3
df
=C (5.40)
dΦ λ =0
f = C ⋅ Φ + C1 (5.41)
f = C (Φ + iλ ) + C1 (5.42)
logo
y + ix = C (Φ + iλ ) + C1 (5.43)
y = f (Φ) = C ⋅ Φ + C1
df (5.44)
x = λ ⋅ = λ ⋅C
dΦ λ = 0
y = C ⋅Φ
(5.45)
x = λ ⋅C
Um elemento linear sobre o equador (φ=0, dφ=0) e o seu correspondente sobre a carta (y=0, dy=0)
serão, respectivamente
ds = r ⋅ dλ = a ⋅ dλ
ds1 = dx = C ⋅ dλ
Por outro lado, os elementos lineares, sobre o elipsóide e sobre o plano são
ds 2 = r 2 ⋅ (dΦ 2 + dλ2 )
C
k= (5.46)
r
Pretendendo que sobre o equador o módulo da deformação linear seja igual a 1, então r é igual a a logo
C deverá ser igual a a, sendo a o raio equatorial do elipsóide.
y = a⋅Φ
(5.47)
x = a ⋅λ
a2
m = k2 = (5.48)
r2
Considerando uma esfera de raio a, e atendendo que r = a. cos φ , tem-se neste caso que
a2 1
m = k2 = = (5.49)
a . cos φ cos 2 φ
2 2
Para valores da latitude geodésica de φ=0°, 45°, 60° obtêm-se os seguintes valores de deformação areal
de m=1, 2, 4, respectivamente. Verifica-se que as deformações areais assumem rapidamente valores
muito elevados com o afastamento em relação ao equador ou ao paralelo origem da projecção.
Tendo como objectivo a obtenção de uma expressão para a deformação linear que seja função directa
do afastamento ao equador, desenvolve-se a fórmula (5.47) em série de Taylor em função do
comprimento do arco de meridiano, obtendo-se
dy σ2 d2y σ3 d3y
y = σ ⋅ + ⋅
2
+ ⋅
3
+L (5.50)
dσ σ =0 2! dσ σ = 0 3! dσ σ = 0
Fazendo φ=0 e substituíndo estas expressões na expressão (5.50) desprezando os termos de grau
superior a 3, obtem-se
σ3
y =σ + (5.51)
6 aρ 0
ds 2 = ρ 2 ⋅ dφ 2
ds1 = dy 2
2
dy dy σ2
k= = = 1+ (5.52)
ρ ⋅ dφ dσ 2 aρ 0
Em que ρ0 é o raio de curvatura do meridiano num ponto do equador. Esta expressão mostra que k
cresce muito rapidamente com a distância ao equador pelo que o sistema é indicado para zonas
equatoriais alongadas na direcção EW mas estreitas na direcção NS. Tem-se então, pela expressão
(5.51), que
y ≈σ
pelo que
y2
k = 1+ (5.53)
2 aρ 0
y = k0 ⋅ a ⋅Φ
x = k0 ⋅ a ⋅λ
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 5-20
pelo que a deformação linear é dada por
dy a y2
k= = k 0 ⋅ = k 0 ⋅ 1 +
r ⋅ dΦ r 2 aρ 0
y2 1 1
1+ = ⇔ y = ± 2aρ 0 ⋅ − 1 (5.54)
2 aρ 0 k 0 k0
y
Φ=
a
(5.55)
x
λ=
a
B
dx
α dy
dn
α L
β
A x
A curvatura geodésica Γ é dada pelo teorema de Schols de acordo com a expressão (5.34)
1 dk
Γ= ⋅
k dn
Cartografia – Ana Navarro Ferreira (2016/2017) 5-21
dk
sendo a derivada de k segundo a normal à linha, a qual se pode escrever da seguinte forma
dn
dk dk dx dk dy
= ⋅ + ⋅
dn dx dn dy dn
dk dk dy
= ⋅
dn dy dn
logo
1 dk dy
Γ= ⋅ ⋅
k dy dn
dk y
=
dy a ⋅ ρ 0
dy
dy = dn ⋅ sin α ⇔ = sin α
dn
e ainda que
xB − x A x − xA
= L ⇔ sin α = B
sin α L
1 y xB − x A
Γ= ⋅ ⋅
k a ⋅ ρ0 L
Através da expressão (5.35), sabe-se que a correcção tangente à corda é dada por
1
β= ⋅ Γ1 ⋅ L
2 3
onde L é o comprimento de linha AB e Γ1/3 é a curvatura um ponto a 1/3 da distância AB. Trata-se de
uma fórmula aproximada, mas como a curvatura é muito pequena e o erro desprezável considera-se
suficientemente rigorosa nas aplicações cartográficas. Atendendo a que k é próximo de 1 e fazendo
tem-se que
Γ1 =
(2 ⋅ y A + y B ) ⋅ (xB − x A )
3 3 ⋅ a ⋅ ρ0 ⋅ L
⋅ (2 ⋅ y A + y B ) ⋅ ( x B − x A ) (5.56)
1
β ′′ =
6 ⋅ a ⋅ ρ 0 ⋅ sin 1′′
Nesta expressão o valor de β” é maior ou menor que zero consoante o sinal que convencionalmente se
tenha adoptado para o sentido positivo dos eixos.
ds1 ds1
ds = =
k y2
1+
2 ⋅ a ⋅ ρ0
y2
ds = 1 − ⋅ ds1
2 ⋅ a ⋅ ρ 0
xB - xA
B
yB - yA dy α
ds1
α
(s1=sAB)
A
Figura 5.7. Correcção de um elemento finito.
e que
yB − y A y − yA
s1 = ⇔ cos α = B
cos α s1
logo
y2 s1
ds = 1 − ⋅
y − y ⋅ dy
2⋅ a ⋅ ρ0 B A
s1
yB
y2 s1 y3
yB
s= ∫
⋅ 1 − ⋅ dy =
⋅ [ y ] yy BA − =L
yB − y A y 2⋅ a ⋅ ρ0 yB − y A 6 ⋅ a ⋅ ρ 0 y A
A
= s1 −
s1
6⋅ a ⋅ ρ0
(
⋅ y B2 + y B ⋅ y A + y A2 )
s1 − s =
s1
6⋅ a ⋅ ρ0
(
⋅ y B2 + y B ⋅ y A + y A2 ) (5.57)
Meridiano
dσ B
α
Loxodrómica
A
1 σ
s=
cos α ∫
dσ =
cos α
(5.58)
que permite determinar o comprimento de um arco de loxodrómica bastando para isso dividir o
comprimento do arco de meridiano, entre duas latitudes, pelo coseno do azimute da loxodrómica.
Gaspar, J. A. (2000). Cartas e projecções cartográficas, 2ª edição, Lidel-Edições Técnicas, Lda., 292 pp.
Goussinsky, B. (1951). On the classification of map projections, Empire Survey Review, 11.
Maling, D. H. (1992). Coordinate systems and map projections, 2nd edition, Pergamon Press, Oxford.
Maling, D.H. (1968). The terminology of map projections, International Yearbook of Cartography VIII.
Richardus, P. and R. K. Adler (1972). Map projections, North-Holland Publishing Company, Amesterdam,
174 pp.