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No modulo “Soteriologia e escatologia”

vamos falar de “soteriologia e escatologia”. Vou trabalhar da seguinte forma: vou começar
com quatro unidades sobre o tema da escatologia e depois irei avançar e falar sobre a
soteriologia; então, hoje, teremos a nossa primeira aula. Nossos objetivos para a aula de hoje
são:

1) Ter uma primeira visão panorâmica dos dois temas;

2) Articular a relevância do tema da soteriologia e da escatologia/apocalíptica em nosso


cotidiano e em nossas igrejas.

Nos próximos slides mostramos imagens de diversas épocas: idade medieval; modernidade;
modernidade tardia ou pós modernidade. Percebemos que cada época possui a sua ênfase.
Iremos olhar para a cosmologia, para cartografia e para outros elementos que articulam
angústias e esperanças. Depois, iremos fazer distinções entre narrativas de discursos religiosos
e releituras seculares contemporâneas e temas da escatologia ou apocalíptica cristã, do fim ou
do começo do mundo.

Então, irei trabalhar dentro de uma ideia de paradigmas; paradigmas são ideias que por um
certo tempo marcou uma época e paradigmas podem mudar; uma forma para sinalizar
mudanças são novos nomes para os períodos. Então, Medieval é um certo paradigma na
historiografia que começa mais ou menos em 450 e vai até o ano de 1500; mas, se
considerarmos a renascença italiana vai até o ano de 1350.

Paradigma Moderno – Progresso Americano: Depois da renascença italiana, da modernidade


francesa e inglesa, inicia-se o século norteamericano. Fala do Professor Helmut: No final do
paradigma moderno, nós temos o apocalipse de uma época com o advento da 1ª e da 2ª
Guerras Mundiais; esse foi o fim que marcou o fim do século 19 e começo do século 20; é
importante dizer que ao redor desses eventos nós iremos ter muitos discursos apocalípticos e
pós 1945, isso é uma ferida aberta e vai, por muito tempo, dominar a discussão. Fala do
Professor Helmut: Transição para a Modernidade Tardia – Aqui também temos essa oposição
de utopias terrestres, agora trazidas não mais pela religião, mas sim por sistemas políticos,
como por exemplo: o nacional socialismo alemão; também operava com a ideia de que ele
mesmo representaria o “reino dos mil anos”, que é obviamente uma linguagem escatológica e
na perspectiva socialista e comunista aparece o conceito do “paraíso terrestre”; são ambos
sistemas a princípio, a-religiosos e, às vezes, até antirreligiosos e, de certo modo, são
radicalmente antropocêntricos. Por outro lado, temos uma lista de aspectos “apocalípticos”
criados por este sistema, tais como: holocausto; gulag, destruição da Europa e partes da Ásia
com mais de 60 milhões s de mortes; sistemas tecnocratas e burocratas altamente eficazes na
modernidade em sua letalidade. Então, mais uma vez, ao final de uma época, temos um
embate de ideias utópicas que trazem consigo comportamentos apocalípticos.

: Paradigma Pós-moderno – Cosmovisão “cíclica” – À nova cosmologia corresponde a


reconsideração das religiões “cíclicas” ou dos aspectos cíclicos da religião. [Tempo de
Aquárius: “Nova Era”]; pensamento chinês [ano do boi, ano do porco, ano do dragão]. Fala do
Professor Helmut: Paradigma Pós-Moderno – Conquista do “espaço” – 1968: Chegada na lua;
1980: busca de extraterrestres; 2000: busca de planetas parecidos com a terra. Esses
acontecimentos também trazem utopias e apocalipses. Chamou minha atenção que
recentemente, começa-se uma nova fase de discutir isso em termos cosmológicos e religiosos
também, que é na verdade, de fato, uma reavaliação impositiva de propostas cíclicas.

este tema é um tema bastante existencial que envolvem perguntas que as pessoas nos fazem,
mas também envolvem nossas próprias perguntas

Fala do Professor Helmut: Perspectivas no AT: Fase Textos Bíblicos Expectativas Esperanças
Pré-escatológico Antes dos profetas clássicos Sobrevivência geral; libertação; Terra / pátria –
nacional [estrutura de promessa para a vida; um caminhar na história] individual - tribal Proto-
escatológico Isaías e contemporâneos Visão de um novo povo e de um novo reino; surgindo
através de forças espirituais nacional Período Escatológico Dêutero – Isaías e seu Tempo O
reino de deus transformará o mundo; não somente visto, mas experienciado com vindouro
nacionaluniversal EscatológicoTranscendental Daniel Não no mundo (?) mas no céu, através de
uma catástrofe cósmica; mundo. Apocalíptico Texto entre AT e NT Totalmente transcendente;
cosmológico

Então, esse é o mundo da esperança, esse é o mundo da escatologia e neste mundo ainda não
há fim; este mundo tem, na verdade, a esperança em uma presença cheia de impacto de deus
no mundo e Jerusalém como seu centro. Fala do Professor Helmut: Antigo Testamento – O AT
contém textos escatológicos [deus na história] e textos apocalípticos [deus além da história];
Ao longo do tempo, a esperança de Israel aumenta e acompanha o seu desenvolvimento e sua
esperança; então, essa é uma primeira sensação

: Agora, um breve resumo do que vimos na aula de hoje: primeiro, fizemos uma comparação
de três textos bíblicos parecidos, as chamadas “apocalipses sinóticas”; depois, eu trouxe
conceitos que se usam para se articular aspectos da escatologia apocalíptica na linguagem do
Novo Testamento; depois, demonstrei que existe uma interessante dialética do “já” e do
“ainda não” e da presença do divino, inclusive na pessoa de Jesus em Mateus ou na presença
do Espírito Santo em Lucas; e, depois, finalmente, eu conceituei um pouco dentro daquilo
como eu trabalho a escatologia e a apocalíptica. Hoje, vimos muito conteúdo, com muita
informação.

Tema: Soteriologia e Escatologia III – Calendários e Sensações Apocalípticas Fala do Professor


Helmut: Boa noite a todos! Espero que o tema de nossa aula de hoje seja instigante e que
responda suas perguntas sobre a questão da escatologia apocalíptica e soteriologia. Então,
hoje, teremos a nossa terceira aula. Na primeira aula que tivemos, trabalhamos um pouco
sobre esses dois temas e como eles transparecem nas mídias, nos filmes, nos seriados de tv e
percebemos como esse tema está presente de verdade em nossa cultura. Na segunda aula nós
olhamos para algumas pistas bíblicas; tentei demonstrar para vocês que existe certa
diversidade e esta diversidade não é resultado de uma decadência, mas na verdade, é
resultado de uma variedade, de fato, que os textos bíblicos documentam para nós. Hoje, quero
trazer algo que é muito interessante e, de certo modo, sabemos tudo que irei fazer, mas por
outro lado, talvez percebamos que, às vezes, faltam algumas informações que nos ajudam a
entender melhor como certas sensações, por exemplo, de emergência do fim do mundo já
foram construídas por um conjunto de aspectos que a gente nem sempre vemos nestas
relações entre eles. Então, estamos em nossa terceira aula de um total de oito aulas que
teremos: escatologia III e o nosso tema específico é o assunto dos “calendários e sensações
apocalípticas”; os nossos objetivos para a aula de hoje são: 1) Mostrar como calendários
garantiam épocas sem e com grandes expectativas escatológicas; 2) Intuir a relação entre o
sistema cronológico dos sete milênios com os sistemas de Fiory e a proposta
dispensacionalista.

Calendários e Apocalíptica – Vamos começar com “Calendários e uma Sensação Apocalíptica”;


sensação apocalíptica é quando as pessoas começam a dizer que o fim está próximo. Olhando
por outro ângulo, nós percebemos que esta sensação apocalíptica é um pouco mais complexa,
pois ela não se relaciona somente com o anúncio de certos eventos, mas também com um
sistema, como por exemplo, o sistema numérico

Apocalíptica e Escatologia – A distinção contínua entre a promessa da salvação eterna e “o


cumprimento terrestre”, capacita-nos a estudar, criticamente, todos os projetos salvíficos
terrestres ou seculares. Nesta perspectiva, a tensão entre o “já” e o “ainda não” precisa ser
mantida. Propomos, então, uma leitura dialética dessas duas vertentes: primeiro, por fazer
parte dos textos bíblicos (princípio da fieldade às Escrituras); segundo, pelo seu efeito
corretivo para com a ação humana. Então, a apocalíptica já definimos como algo que sinaliza
uma ruptura, não para abandonar o mundo, mas para sinalizar que atrás dessa ruptura ainda
existe uma lei.

Apocalíptica e Escatologia - A apocalíptica nos faz questionar qualquer anúncio da plena


realização do Reino, seja ele apresentado de formas seculares ou religiosas. Apesar disso,
precisa ser omitida a impressão de que o caráter finito de toda a criação divina e humana
significa uma desqualificação do penúltimo. A apocalíptica nos preserva da confusão entre a
criatura, a criação e o criador. Fala do Professor Helmut: Apocalíptica e Escatologia - A
escatologia nos providencia um horizonte de esperança [utópico] que nos faz discernir,
projetar e investigar a direção que a história deve tomar. Apesar disso, precisa ser omitida
qualquer impressão de que a proximidade do Reino, a presença de Jesus na comunidade, a
presença do Espírito na comunidade ou a presença de deus na história sejam levadas até o
ponto de uma divinização plena de pessoas, instituições ou sistemas sociais. A criação, a
criatura e as criações de criaturas – culturas, etnias, classes sociais, sistemas políticos ou
econômicos – não são divinas, mas construções humanas, ou seja, questionáveis e corrigíveis.

Reações – Proposta Apocalíptica: aceita-se o pragmatismo e descarta-se a escatologia de


desenvolvimento; o mundo está falindo, o fim resolve tudo em um só golpe. Proposta da
Prosperidade: Imagina-se a escatologia dentro dos parâmetros da nova economia – a
esperança é ter sucesso econômico dentro das suas promessas de consumo. O sentido da vida
é consumir; deus dá acesso ao Reino do consumo aos seus fiéis.

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