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Aplicada
à Dança
Indaial – 2021
1a Edição
Elaboração:
Prof.ª Katia Franklin da Silva
S586c
ISBN 978-65-5663-991-8
ISBN Digital 978-65-5663-992-5
CDD 612
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico, bem-vindo ao Livro Didático Cinesiologia Aplicada à Dança.
Na Unidade 1: Compreendendo o corpo, abordaremos o conceito de cinesiologia e
as relações com o corpo que dança, bem como o sistema musculoesquelético e
articular humano. No tópico 1, estudaremos o corpo estruturante para compreender o
esqueleto humano, os músculos e as articulações. No tópico 2, nosso estudo remete
ao corpo consciente para identificar as principais relações entre esqueleto, músculos
e articulações. No tópico 3, apresentaremos o corpo movente para estabelecer relação
entre a cinesiologia e a dança.
Bom estudo!
Prof.ª Katia Franklin da Silva
GIO
Olá, eu sou a Gio!
QR CODE
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ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 80
UNIDADE 2 — COMPREENDENDO O CORPO – ESTRUTURAS MUSCULOESQUELÉTICAS
E ARTICULARES DOS MEMBROS SUPERIORES......................................................................83
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 141
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................201
UNIDADE 1 -
COMPREENDENDO
O CORPO – SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO E
ARTICULAR HUMANO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• compreender a cinesiologia;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
O CORPO ESTRUTURANTE
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, a cinesiologia é o estudo do movimento do corpo humano, de
suas implicações e estruturas; esse termo vem do grego, Kinein (mover) e Logos (estudar).
O estudo da cinesiologia objetiva analisar as forças que agem sobre o corpo humano e
manipular tais forças em procedimentos de tratamento de modo que o desempenho
humano possa ser melhorado e que uma lesão adicional possa ser prevenida.
2 CINESIOLOGIA NA DANÇA
Na dança, conhecer o processo cinesiológico dos movimentos corporais pode
proteger as principais estruturas utilizadas, como: as estruturas da coluna, quadril, pé,
escápulas e as articulações; assim como otimizar a qualidade dos movimentos, nos
equilíbrios, nas trocas de peso, nos impulsos para saltos e eixos para os giros.
3
FIGURA 1 – ANDAR NA DANÇA
Podemos dizer que a perna de apoio sofre uma adução, e, que a perna em
movimento, uma adução muito leve, estando fletida no quadril e joelho, para se erguer
da superfície e iniciar um novo ciclo.
FONTE: <https://www.wefashiontrends.com/wp-content/uploads/2019/02/caminhar-faz-bem-para-saude.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
4
Compreender o processo, ou seja, como funciona a movimentação corporal na
dança, é estimar os impactos que podem ser causados no corpo que dança, bem como as
possibilidades de movimentos que o corpo dançante pode superar. O movimento humano
é complexo e na dança essa complexidade é buscada, provocada e experimentada,
porque é por meio de coreografias que desafiamos a gravidade com ondulações,
diferentes velocidades, ritmos, transferências de pesos e formas de equilíbrio.
FIGURA 3 – SHIMMY
5
realização de um exercício que provoque extensão excessiva, enquanto a musculatura
estava se contraindo. A má execução de shimmies, deslocamentos ou movimentos mal
estruturados, ondulações da coluna que exijam um preparo que não foi respeitado ou
desenvolvido, podem levar ao desenvolvimento destas patologias ou semelhantes.
Caro acadêmico, você já deve ter percebido que um ato mecânico, aparentemente
simples como o andar, pode ser tão complexo, pois envolve articulações, músculos,
centro de gravidade, equilíbrio, sistema nervoso central e periférico, vida psicológica e
emocional.
FONTE: <https://blogpilates.com.br/wp-content/uploads/2016/10/Coluna-Neutra-6.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
Para o estudo, considera-se três planos, nos quais os movimentos são realizados.
O primeiro é o plano Sagital, que divide o corpo em metades direita e esquerda. O
segundo plano de movimento é o plano frontal, que divide o corpo em porções anterior
(a parte da frente) e posterior (a parte de trás). Os movimentos realizados neste plano
são laterais: a abdução e a adução. O terceiro e último plano é o plano transversal ou
horizontal, que divide o corpo em porção superior e inferior.
7
A linha mediana, que pode ser identificada na Figura 6, passa longitudinalmente
pelo centro do corpo. Na abdução, a região que se move se afasta lateralmente da linha
mediana. Já na adução, a região que se move se aproxima da linha mediana.
FIGURA 7 – SALTO
NOTA
Linha Mediana do corpo, partindo de 0 grau (a posição anatômica). Geralmente,
a região que se move é levada para frente. Na extensão, acontece o contrário.
A região que se move se afasta do centro do corpo e, geralmente, é levada para
trás. Retirado do E-book Laboratório de cinesiologia da Dança I, disponível em:
http://www.danca.ufba.br/arquivos_pdf/Livros/LCD_I_E-book.pdf.
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TABELA 1 – PLANOS CORPORAIS
No plano sagital, a flexão do joelho, ou seja, a região que se move é levada para
trás (o movimento de dobrar o joelho) e na extensão para frente (esticando o joelho).
FONTE: <https://dhg1h5j42swfq.cloudfront.net/2020/09/20120848/MOV-2-FLEX.png>.
Acesso em: 1º set. 2021.
9
FIGURA 9 – MOVIMENTO NO PLANO SAGITAL
FONTE: <https://cdn.pixabay.com/photo/2013/02/21/19/11/active-84646_960_720.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
10
NOTA
Veremos ao longo do estudo, além dos termos lateral e medial, os termos
proximal e distal. Um segmento é proximal em relação a outro quando está
mais próximo da cabeça; se estiver mais afastado, ele é distal. Exemplo: o
cotovelo é proximal em relação ao joelho, mas distal em relação ao ombro.
4 CARACTERIZANDO AS ESTRUTURAS
O corpo humano é dividido em quatro sistemas que compõem o aparelho
locomotor: esquelético, articular, muscular e nervoso. Vamos precisar fragmentar o
corpo para estudá-lo.
11
FIGURA 12 – SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO VISTA ANTERIOR
12
Veremos, a seguir, algumas generalidades sobre três dos quatro sistemas.
FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/01/esqueleto-axial-apendicular.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
De acordo com Souza (2016, p.19) “uma criança apresenta cerca de 70 ossos
a mais que uma pessoa adulta. Isso acontece porque, durante o desenvolvimento,
alguns ossos fundem-se. Os ossos longos são constituídos de duas extremidades, as
epífises, e um corpo alongado, a diáfise”. Nas crianças, há uma região cartilaginosa entre
as epífises e a diáfise, denominada metáfise (quando nascemos, apenas as metáfises
estão presentes; as epífises vão se formando de acordo com o crescimento). Com o
crescimento, ocorre a calcificação, ou seja, a metáfise é paulatinamente substituída
por tecido ósseo, chamado processo de calcificação da cartilagem. Este processo
de ossificação, chamado de endocondral, é acelerado na puberdade devido à ação
hormonal, uma das razões pelas quais observamos nesta fase o famoso “estirão”. Nas
meninas, ele ocorre entre o início do crescimento das mamas e a primeira menstruação;
nos meninos, se inicia um pouco mais tarde.
14
FIGURA 16 – CARTILAGEM, DIÁFISE E EPÍFISE
15
FIGURA 17 – SISTEMA MUSCULAR
16
FIGURA 18 – FUNÇÕES DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO
Souza e Auharek (2017, p. 22) afirmam que “Para movimentar e estabilizar essas
estruturas, temos um intrincado sistema de músculos que trabalham em sinergia.
Esses músculos formam um centro de força, que possibilita que nos movimentemos
com segurança e controle, chamado de core (palavra em inglês que significa centro,
coração). O core é formado pelos músculos abdominais, dorsais intrínsecos e pelo
assoalho pélvico. Uma aula de dança é projetada para ajudar os alunos a aperfeiçoar seu
alinhamento postural, aumentar a flexibilidade articular, além de criar força muscular.
Aprender uma técnica de dança exige esforço físico e consciência corporal para
identificar e ativar certos músculos enquanto trabalham, através de uma série lógica de
exercícios na barra e no centro da sala. Como resultado de um treinamento frequente e
consistente, desenvolvem força significativa em vários grupos musculares importantes.
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FIGURA 19 – MÚSCULOS DO ABDÔMEN
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FIGURA 20 – MOVIMENTO DE DANÇA
FIGURA 21 – ARTICULAÇÕES
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As articulações possibilitam que partes do corpo se movimentem em resposta
à contração muscular. Embora apresentem consideráveis variações entre elas, segundo
Souza (2016, p. 21), as articulações possuem certos aspectos estruturais e funcionais
em comum, que permitem classificá-las em três grandes grupos:
20
• Sinoviais (diartrose): a mobilidade exige livre deslizamento e para que haja o grau
desejável de movimento, em muitas articulações, o elemento que se interpõe às
peças que se articulam é um líquido denominado sinóvia ou líquido sinovial. Além da
presença deste líquido, as articulações sinoviais possuem três outras características
básicas: cartilagem articular, cápsula articular e cavidade articular.
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/90/10/d1/9010d144fea0167bcbbc2a6655a8b33b.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
ATENÇÃO
A cartilagem articular é a porção do osso que não foi invadida pela ossificação. Em virtude
deste revestimento, as superfícies articulares se apresentam lisas, polidas e de cor
esbranquiçada, facilitando o deslizamento entre as superfícies ósseas. A cartilagem articular
é avascular, ou seja, não possui irrigação sanguínea. Sua nutrição, portanto, principalmente
nas áreas mais centrais, é precária, o que torna a regeneração, em caso de lesões, mais
difícil e lenta.
A cápsula articular é uma membrana conjuntiva que envolve a articulação
sinovial como um manguito. Apresenta-se com duas camadas: a membrana
fibrosa (externa) e a membrana sinovial (interna). A primeira é mais
resistente e pode estar reforçada, em alguns pontos, por ligamentos
destinados a aumentar sua resistência. Em muitas articulações sinoviais,
todavia, existem ligamentos independentes da cápsula articular e em
algumas, como na do joelho, aparecem também ligamentos intra-
articulares. A cavidade articular é o espaço existente entre as superfícies
articulares, estando preenchido pelo líquido sinovial.
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Ligamentos e cápsula articular têm por finalidade manter a união entre os ossos,
mas, além disso, impedem movimentação em planos indesejáveis e limitam a amplitude
dos movimentos considerados normais.
22
FIGURA 26 – EIXO DE MOVIMENTOS
NOTA
Os movimentos executados pelos segmentos do corpo recebem nomes
específicos, e aqui serão definidos, a seguir, apenas os mais comuns: flexão e
extensão, adução e abdução, rotação e circundução.
5 O ESQUELETO HUMANO
A Dança, apesar de ser originada em um movimento corporal, passa a sensação
de que são os ossos que se movem no espaço. Os músculos não devem encarcerar os
ossos, mas serem seus servidores. O movimento que ocorre no corpo, pois tudo nele
está em contato interno, toca-se, é tátil: os ossos tocam os músculos, os músculos
tocam a pele de todo o corpo, a pele toca o ar (VIANNA, 2005).
23
FIGURA 27 – NÚMERO DE OSSOS DO ESQUELETO AXIAL E APENDICULAR
FONTE: <https://i.pinimg.com/564x/d7/04/17/d7041711795c45cf42560a3be0913fb2.jpg>.
Acesso em: 1º set. 2021.
• Os membros superiores são constituídos pelo úmero (osso do braço), ulna e rádio
(ossos do antebraço), carpos (ossos do punho), metacarpos (ossos da palma da
mão) e falanges (ossos dos dedos).
• A cintura escapular é constituída pela clavícula e pela escápula.
• Os membros inferiores são constituídos pelo fêmur (osso da coxa), tíbia e fíbula
(ossos da perna), patela (osso do joelho), tarsos, metatarsos e falanges (ossos dos
dedos).
• A cintura pélvica é constituída pelos ossos do quadril, também chamados de ossos
pélvicos.
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FIGURA 28 – ESQUELETO APENDICULAR
25
Em qualquer modalidade ou estilo de dança o conhecimento da cinesiologia
possui um papel importantíssimo para otimizar conhecimento das técnicas. A execução
dos movimentos de forma consciente proporciona ser a performance em dança
aprimorada, assim se pode dar vida ao movimento pelas relações entre a arte e a ciência
do movimento.
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Para Merleau Ponty (1996 apud OLIVIER, 1995, p.72): “O homem é um ser
encarnado: é consciente de ter um corpo e todos os seus atos de autoconsciência são
filtrados através do corpo. Este mesmo autor, ao abordar a relação consciência e corpo,
afirma: toda consciência é consciência perceptiva, mesmo a consciência de nós mesmos”.
27
AUTOATIVIDADE
1 Coloque uma música relaxante da qual você goste. Deixe seu corpo se movimentar ao som
da música, a partir do plano e das ações que você escolheu. Descubra novas possibilidades
para essas ações: varie níveis (baixo, médio e alto), velocidade (lenta, rápida), direções (reta,
sinuosa, angular) e intensidade do movimento (forte, moderado, fraco) e salte!
28
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
29
AUTOATIVIDADE
1 Observe a figura a seguir. Em seguida, assinale a alternativa CORRETA que nomeia o
que ela representa:
a) ( ) O plano que divide o corpo humano em duas partes iguais (direito e esquerdo) é
denominado sagital mediano.
b) ( ) O plano frontal são todos os planos que dividem o corpo horizontalmente,
dividindo o corpo em duas metades diferentes, superior e inferior.
c) ( ) O plano transversal são todos os planos verticais com trajeto paralelo à sutura
coronal do crânio, dividindo o corpo em anterior e posterior.
d) ( ) O termo lateral deve ser utilizado para referir-se às estruturas mais próximas do
plano sagital mediano.
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3 Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o plano em que os movimentos de
abdução e adução de uma articulação são realizados no plano:
a) ( ) Horizontal.
b) ( ) Frontal.
c) ( ) Sagital.
d) ( ) Oblíquo.
4 De acordo com seus estudos, descreva como é definido o esqueleto humano e quais
nomenclaturas recebem as principais partes que o compõe.
31
32
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
O CORPO CONSCIENTE
1 INTRODUÇÃO
Quando um jovem decide dançar, seus pais ou ele mesmo pode determinar
quem será o professor e, com certeza, os primeiros movimentos sugeridos por esse
profissional serão flexões, estiramentos, saltos e agachamentos. Qual o segredo dos
poucos dançarinos que executaram uma série de exigentes exercícios físicos por muitos
anos e no decorrer do tempo acumularam poucas lesões? A resposta é sem dúvida que
utilizaram a consciência corporal motivada por professores bem preparados. A cinesiologia
é um conhecimento importante para professores de dança e é um estudo que passa por
atualizações constantes, pois leva em conta cada indivíduo e suas peculiaridades para
a prevenção ou a recuperação de lesões. Na medida em que o conhecimento avança,
a cinesiologia pode também ajudar na otimização da potencialidade dos corpos que
dançam. Dessa forma, possibilita o conhecimento corporal que, por auxiliar atletas,
bailarinos, performances diversas ou até mesmo pessoas comuns a melhorarem seus
desempenhos físicos, melhoram também a qualidade de vida e a longevidade na prática
de exercícios.
Conforme aponta Haas (2010, p. 4), “a maioria dos bailarinos tem maior
porcentagem de fibras de contração lenta, enquanto dançarinos que possuem aspecto
mais corpulento ou musculoso tem maior porcentagem de fibras de contração rápida”.
A unidade estrutural de um músculo é a fibra muscular, enquanto a unidade funcional é
uma unidade motora. Os músculos esqueléticos agem principalmente em antagonismo,
o que significa que quando algum deles se contrai para gerar o movimento (agonista), o
correspondente oposto relaxa (antagonista).
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2.1 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO DAS ESTRUTURAS
AXIAIS
Segundo Infante (2011, p. 14) “a rotação da cabeça sobre o pescoço, através
dos movimentos dos olhos e dos ouvidos, é um dos fatores que irá contribuir para
estruturar uma forma em curvas da coluna vertebral, possibilitando vários movimentos
ao corpo, pois a musculatura interna que envolve as vértebras começa a se fortalecer
e qualquer pequeno movimento da cabeça reverbera em toda a sua estrutura”. Sendo
assim, nossa coluna vertebral dificilmente será reta e estática, ao contrário, será sempre
flexível e ondulada, em constante transformação, pois sempre estamos nos mexendo e
movimentando nossa cabeça.
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vertebral. A prática consciente e com orientação de profissionais conhecedores da
arte e da ciência para os movimentos do corpo, seja por meio da dança, das práticas
esportivas ou mesmo no dia-a-dia, possibilitam a longevidade e qualidade de vida.
NOTA
Nas aulas de dança, quando citada a musculatura abdominal, fala-se
sobre os músculos: reto abdominal, oblíquo interno, oblíquo externo e
transverso do abdômen.
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A estrutura chamada de assoalho pélvico e os pelvitrocantéricos constituem a
base da bacia. São compostos por um grupo de músculos curtos e fortes que compõem,
juntamente com os ossos da pelve, o assoalho pélvico.
37
FIGURA 35 – MOVIMENTOS DE ANTEVERSÃO E RETROVERSÃO
FIGURA 36 – PELVICANTÉRICOS
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A participação da pélvis e das articulações do quadril nos movimentos da
coluna, aumentam quando o peso recai sobre uma das pernas como em arabesques ou
giros em uma só perna. Esses movimentos podem provocar uma incidência significativa
de lesões entre bailarinos. Isso acontece porque muitas vezes, na ânsia de realizar
movimentos para os quais o corpo ainda não está preparado, há uma sobrecarga sobre
algum membro em particular.
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Por essa razão, a dança e todas as técnicas que trabalham com o aprendizado
corporal também são experiências de aprendizado que transpassam o corpo através de
suas práticas aplicadas ao movimento.
Apesar de a dança ser uma área das artes, é também de estudos teóricos e
reflexivos sobre a Anatomia, a Cinesiologia e a História; o ato de dançar atravessa uma
prática constante e diária de autoconhecimento.
40
FIGURA 39 – TREINO DE GINASTAS
41
FIGURA 40 – PLIÉ
FIGURA 41 – EM DEHORS
42
• Panturrilhas e Pés: fortalecer os músculos das pernas e pés é importante para
auxiliar nas pontas ou na elevação sobre os dedos dos pés. Exercícios que enfatizam
a flexão plantar exigem que o dançarino envolva os músculos da panturrilha e
trabalhe lenta e deliberadamente através dos pés, usando o chão como resistência.
Ao saltar, ele usa a mesma técnica de empurrar forte contra o chão para sair, e
quando ele retorna, há uma preocupação em articular seus pés para suavizar seu
pouso. O resultado é a construção de uma força muscular significativa em suas
panturrilhas e pés.
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FIGURA 46 – MÚSCULOS DO ABDÔMEN RETO E OBLÍQUO
3 A CABEÇA
A cabeça e o pescoço são constituídos por uma série de conexões muito fortes,
que formam a região cervical, especialmente chamados de nuca. Esse sistema é formado
por muitas estruturas, advindas de vários sistemas como o esquelético, o muscular, o
nervoso, o digestório etc. As conexões se prendem de forma muito complexa ao que
está abaixo e estão firmemente unidas tanto pela frente como por trás, proporcionando
o livre movimento da cabeça.
3.1 CARACTERIZAÇÃO
Segundo as estimativas de Lourenço (2021), a cabeça é resiliente o suficiente
para suportar um peso de cinco quilogramas, 24 horas por dia, no entanto, móvel o
suficiente para girar em todas as direções e tem a função de proteger o frágil cérebro.
• ossos do crânio: frontal, dois parietais, dois temporais, occipital, esfenoide e etmoide;
• 14 ossos da face: dois zigomáticos, dois maxilares, dois nasais, mandíbula, dois
palatinos, dois lacrimais, vômer, duas conchas nasais inferiores.
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A mandíbula constitui uma exceção dos ossos na cabeça por ser móvel e auxiliar
no movimento da boca durante a fala e a mastigação. Ainda na região da cabeça existe
o osso hioide, o qual funciona como ponto de apoio para os músculos da língua e do
pescoço.
FIGURA 47 – A CABEÇA
Segundo Lourenço (2021) o crânio é formado por uma série de ossos divididos em
duas partes: o neurocrânio (caixa craniana) envolve o cérebro, as meninges, as porções
proximais dos nervos cranianos e os vasos sanguíneos. O viscerocrânio é constituído
por 14 ossos que formam as órbitas oculares, as cavidades nasais, e incluem o maxilar e
a mandíbula. Na parte da frente da cabeça, estruturando nossa face, vamos destacar os
seguintes ossos: osso frontal, osso zigomático, maxila, mandíbula e osso nasal.
46
FIGURA 48 – MÚSCULOS DO PESCOÇO
47
FIGURA 49 – ATLAS (C1) E AXIS (C2)
FONTE: <https://www.spine-health.com/conditions/spine-anatomy/c1-c2-vertebrae-and-spinal-segment>.
Acesso em: 2 set. 2021.
4 A COLUNA VERTEBRAL
A coluna é formada por vértebras que são ligadas entre si por articulações, o
que torna a coluna bem flexível. Possui curvaturas que ajudam a equilibrar o corpo e
amortecem os choques durante os movimentos. Ela é constituída por 24 vértebras
independentes e nove que estão fundidas. Observe a figura a seguir e veja como as
vertebras estão agrupadas:
49
As vértebras são estruturas ósseas arredondadas, presentes desde o crânio até
o osso da bacia e são conectadas entre elas através de músculos e ligamentos os quais
permitem a flexibilidade ou elasticidade da coluna. Esses ossos da coluna (vértebras)
são interligados e protegem a medula e os nervos que estão presentes dentro da coluna.
A dança contemporânea é uma modalidade que faz o uso do cóccix, que é, por
vezes, exigido demasiadamente; assim, os cuidados para não se lesionar devem ser
constantes.
50
As curvaturas cervical e lombar que são convexas ventralmente, ou seja, se
deslocam para frente no sentido ventral ou anterior do corpo, se chamam lordoses. A
torácica e a sacral são côncavas ventralmente e deslocam-se para trás, se chamando
cifoses.
DICA
Independente da modalidade de dança que você pratique, é muito
importante preservar as curvaturas da coluna, buscando o que chamamos
de coluna neutra. Conforme aponta Haas, “a alteração das curvaturas
para o posicionamento do corpo causa estresse excessivo nos discos
e atividade muscular desnecessária para manter este desalinhamento”
(HASS, 2011, p. 19).
51
FIGURA 56 – COLUNA EM POSIÇÃO NEUTRA
AUTOATIVIDADE
1 Propomos que você realize o exercício a seguir, utilizando as sensações internas como
guia:
a) Deite-se no chão, de barriga para cima (chamamos esta posição de decúbito dorsal), com
os joelhos dobrados, pés no chão e braços relaxados ao longo do corpo. Faça algumas
respirações profundas, voltando sua atenção para si e para o local onde está.
b) Inspire e, na expiração, tente “grudar” toda a sua coluna no chão. Você observará que
sua pelve será ligeiramente projetada para cima e seus joelhos tenderão a
dobrar-se. Esse movimento da pelve é denominado retroversão.
c) Volte à posição inicial e inspire novamente. Dessa vez, na expiração, você
vai afastar a região lombar do chão, com movimento de anteversão.
d) Volte à posição inicial. Com o auxílio dos músculos abdominais,
mantenha a sua cintura ligeiramente afastada do chão, de modo
que você consiga deslizar os dedos por baixo dela. Se sua cervical
estiver alinhas corretamente, você conseguirá deslizar sua mão,
mas não o pulso, por baixo dela. Caso ela esteja muito afastada,
deslize seu queixo (um pouquinho apenas) para baixo, em direção
52
ao queixo. Se ela estiver muito próxima do chão, você poderá projetar o queixo um pouco
para cima. Você agora está com a coluna na posição neutra. Você notará que ao alterar a
posição de uma região as outras também serão afetadas, pois estão interconectadas e se
movimentam de maneira interdependente.
c) Fique em pé, com os membros superiores e inferiores na primeira posição. Mantenha a
coluna ereta, ou seja, na posição neutra. Contraia suavemente os músculos abdominais
e, enquanto inspirar, traga para a frente a pelve no movimento de retroversão; e quando
expirar, volte a posição neutra. Ao inspirar, leve a pelve para trás no movimento de
anteversão. Retorne à posição neutra expirando, e repita nas posições segunda, terceira,
quarta e quinta.
ATENÇÃO
Você não deverá sentir nenhum tipo de dor ao realizar esta última prática
sugerida. Caso sinta algum incômodo, não continue. Se tiver dúvidas, entre
em contato com o tutor, que poderá auxiliá-lo nessa investigação.
53
4.1 ESTRUTURA DA VÉRTEBRA TÍPICA
A coluna vertebral se move, não em conjunto, mas sim por segmentos que
deslizam e transpassam as vértebras umas sobre as outras. A mobilidade depende da
forma original do conjunto, a longitude das articulações e a flexibilidade dos músculos
que produzem os movimentos. Uma vértebra típica é formada por corpo, arco e processos
vertebrais. O corpo é a parte da vértebra que suporta o peso e é constituído por osso
esponjoso, apresentando nas bordas osso compacto. Ele está localizado na parte anterior
da estrutura. Os processos vertebrais são pontas ósseas que saem das lâminas.
54
• Vértebras Torácicas: o processo espinhoso não é bifurcado e se apresenta
descendente e pontiagudo. As vértebras torácicas se articulam com as costelas,
sendo que as superfícies articulares dessas vértebras são chamadas fóveas e
hemifóveas. As fóveas podem estar localizadas no corpo vertebral, pedículo ou nos
processos transversos.
55
FIGURA 60 – VERTEBRA LOMBAR
56
AUTOATIVIDADE
Procure reproduzir os movimentos do tronco indicados na figura a
seguir. Observe como seu corpo se comporta em cada um deles e se há
tensões ou dores.
FIGURA 62 – A COLUNA
5 O TÓRAX
O tórax é formado por 12 pares de costelas, unidas pela parte posterior das
vértebras e ligadas umas às outras pelos músculos intercostais. As costelas são
formadas por ossos chatos e encurvados que, devido as suas disposições, asseguram
tanto a flexibilidade como a elasticidade ao se movimentarem durante a respiração.
57
FIGURA 63 – OSSOS DO TÓRAX HUMANO
AUTOATIVIDADE
Procure reproduzir os movimentos da nuca e do tórax, indicados na figura
a seguir. Observe como o seu corpo se comporta em cada um deles e se
há tensões ou dores.
58
FIGURA 64 – MOVIMENTOS BÁSICOS DA COLUNA VERTEBRAL
59
FIGURA 65 – DANÇA FLAMENCA
FONTE: <https://revistacampinas.com.br/wp-content/uploads/2017/11/Alma-Flamenca-4-300x200.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2021.
AUTOATIVIDADE
1 Colocar suas mãos abaixo do peito, para sentir suas costelas. Manter as mãos nas
costelas e, de olhos fechados, fazer algumas respirações profundas, observando como a
região se expande na inspiração e se retrai na expiração.
a) Com as pontas dos dedos, apalpar a região e identificar, na parte anterior, os limites
inferiores da caixa torácica, na qual estão a sétima costela e as costelas flutuantes.
b) Repouse sua mão bem no centro de seu peito. É o corpo do esterno. Deslizar sua mão
para cima, até sentir um afundamento na pele, próximo ao pescoço é o manúbrio.
c) Procure, no YouTube, as diferentes abordagens de dança e observe como a coluna e a
caixa torácica se comportam.
61
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A coluna é formada por vértebras que são ligadas entre si por articulações, o que
torna a coluna bem flexível.
62
AUTOATIVIDADE
1 A coluna vertebral é uma estrutura extremamente importante que atua protegendo a
medula espinhal e sustentando nosso corpo.
Sobre a figura que representa a coluna vertebral e a opção que indica o nome correto
das vértebras indicadas pelos números 1, 2 e 3, assinale a alternativa CORRETA:
2 Analise a figura a seguir que representa um desvio na coluna que se caracteriza por
uma alteração no plano frontal. Sobre esse tipo de acidente ósseo, assinale a
alternativa CORRETA:
63
a) ( ) Cifose.
b) ( ) Lordose.
c) ( ) Escoliose.
d) ( ) Hérnia de disco.
5 De acordo com seus estudos, descreva a constituição muscular que compõe o tórax
e qual a relação dela com a respiração.
64
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
O CORPO MOVENTE
1 INTRODUÇÃO
As articulações do corpo humano, pertencentes ao sistema articular, são
responsáveis por muitos movimentos que realizamos e são responsáveis pela garantia
dos movimentos realizados com flexibilidade. As articulações do corpo humano ligam os
ossos da estrutura esquelética a outros ossos e cartilagens.
FONTE: <https://www.anatomiadocorpo.com/wp-content/uploads/2019/05/sistema-articular_2.png>.
Acesso em: 2 set. 2021.
De acordo com Souza (2016, p. 210) “as articulações fibrosas que possibilitam
pouco ou nenhum movimento são chamadas de sinartroses”. Como exemplos de
sinartroses, indicamos as suturas do crânio. As articulações cartilaginosas são chamadas
de anfiartroses, pois (Idem, p.111) “elas permitem pequenos movimentos, e nelas a união
dos ossos se dá por meio de cartilagem hialina (remanescente do esqueleto embrionário)
65
ou através de discos de fibrocartilagem. A sínfise púbica é um exemplo de anfiartrose”.
As chamadas diartroses ou articulações sinoviais são as articulações que proporcionam
maior mobilidade ao corpo.
Em uma articulação sinovial, “as duas partes ósseas que entram em contato
têm uma forma que lhes permite ajustar-se uma sobre a outra, bem como mover-se
uma sobre a outra” (CALAIS-GERMAIN, 2010b, p. 14). Essas partes ósseas são recobertas
por cartilagem articular e chamadas de superfícies articulares. Na articulação do quadril
(coxofemoral), por exemplo, uma parte (a cabeça do osso fêmur) tem a forma de uma
esfera enquanto a outra (o acetábulo da pelve) tem a forma de uma cavidade.
Em volta das superfícies articulares está a cápsula articular que é recoberta por
uma membrana, a chamada membrana sinovial, uma estrutura fibrosa de ligamentos
articulares que transforma a articulação em uma “câmara vedada” (CALAIS-GERMAIN,
2010b, p. 17). Essa câmara secreta um líquido chamado de sinovial. Esse líquido preenche
a cavidade articular, lubrificando as superfícies articulares, nutrindo a cartilagem articular
e facilitando o movimento. A cápsula articular é geralmente reforçada por ligamentos
formados por fibras colágenas, que unem dois ossos adjacentes. Os ligamentos são
maleáveis e flexíveis, o que confere liberdade de movimento às articulações. No entanto,
são também fortes, resistentes e inelásticos para que não cedam à ação de forças
(SOUZA, 2016, p. 23).
66
FIGURA 69 – MOVIMENTOS DAS ARTICULAÇÕES
DICAS
É muito comum ouvirmos que determinada pessoa “torceu” o tornozelo.
Trata-se de uma entorse, lesão produzida por um movimento excessivo,
na qual há um rompimento parcial dos ligamentos.
3 A RESPIRAÇÃO
O sistema respiratório é um sistema relacionado com a captação de oxigênio e
liberação de gás carbônico para o meio. De acordo com Souza e Auharek (2017, p. 36)
“a respiração é um processo fisiológico automático, ou seja, que não depende de nossa
vontade, e é fundamental para a manutenção da vida”. O sistema respiratório humano
é formado pelos seguintes órgãos, em sequência: nariz, faringe, laringe, traqueia,
brônquios e pulmões.
67
FIGURA 70 – OS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DO SISTEMA RESPIRATÓRIO
FONTE: <https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/04/orgaos-do-sistema-respiratorio.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2021.
FONTE: <https://i.pinimg.com/originals/6c/ec/0a/6cec0ac16c33461b3e9ccaf15a8fc35e.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2021.
68
Na respiração restringida pode ocorrer a contração muscular que pode ocasionar
a má postura; já a respiração profunda, também conhecida como diafragmática, ao
inspirar, o diafragma se contrai, empurrando as costelas para as laterais e abaixando
os músculos abdominais. Dessa forma, os pulmões têm mais espaço para se expandir
e absorver o ar em maior volume. São esses movimentos os responsáveis por levar o
oxigênio para todas as células do corpo. Ocorrem trocas gasosas na respiração, ou seja,
o oxigênio inspirado é retirado do meio ambiente e é disponibilizado para o sangue,
e o gás carbônico entra no sistema respiratório para realizar o caminho inverso e ser
eliminado na expiração, para o meio.
O valor de respirar profundamente é vital, pois a pessoa que respira mal não
utiliza o diafragma, respirando apenas com o movimento da caixa torácica, limitando as
possibilidades motoras. Quando isso acontece, os pulmões dispõem de menos espaço
para se expandir, ficando pressionados pelas costelas, o que torna deficiente a absorção
de ar e por consequência a possibilidade de bom funcionamento de todo sistema corporal.
69
FIGURA 73 – INSPIRAÇÃO NA POSE E EXPIRAÇÃO NO MOVIMENTO
4 A INSPIRAÇÃO
Na inspiração são ativados os músculos inspiratórios que se contraem para
atrair ar para os pulmões. Os pulmões são órgãos em formato de cone que apresentam
consistência esponjosa e apresentam maior parte de seu parênquima formado pelos
alvéolos, sendo estimada a presença de cerca de 300 milhões de alvéolos nos pulmões.
Cada pulmão é revestido por uma membrana chamada de pleura.
FIGURA 74 – OS PULMÕES
70
Esses condutores permitem a entrada e saída de ar, limpo, umedecido e aquecido. A
parte respiratória do sistema respiratório é formada pelos bronquíolos respiratórios,
ductos alveolares e alvéolos, que são as partes responsáveis pela ocorrência das
trocas gasosas. É nessa porção que o oxigênio inspirado passará para o sangue e o gás
carbônico presente no sangue passará para o sistema respiratório.
FONTE: <https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/sistema-respiratorio.jpg>.
Acesso em: 2 set. 2021.
5 O DIAFRAGMA
A respiração pulmonar deve-se aos movimentos do diafragma, que é um
músculo que movimenta expandindo e contraindo as costelas.
71
FIGURA 76 – O DIAFRAGMA
6 A EXPIRAÇÃO
Para Souza e Auharek (2017, p. 40):
72
“Os Intercostais Internos, quando em contração, fazem as costelas se
moverem para baixo e para dentro, semelhante ao ato de abaixar uma
alça de balde, sendo, portanto, expiratórios. Dessa forma, a contração
abdominal na expiração pode associar-se a outros grupos musculares
para abaixar a caixa torácica” (SOUZA; AUHAREK, 2017, p. 40).
FONTE: <https://files.passeidireto.com/90ba0134-73a2-43dc-a811-bc2c8542bb23/bg2.png>.
Acesso em: 2 set. 2021.
IMPORTANTE
A respiração pode influenciar no seu desempenho na dança e evitar
lesões. Isso acontece porque o nosso corpo precisa de níveis mais altos
de ventilação durante a prática de atividades físicas. Além disso, alguns
músculos que ativamos durante a respiração são essenciais para a
estabilização da nossa coluna.
73
• Respire com o core: o core também é conhecido como musculatura do centro e
centro de força, sendo constituído pelo diafragma, transverso do abdômen, os
oblíquos interno e externo do abdômen, reto abdominal e assoalho pélvico. Sua
contração proporciona a estabilidade da coluna vertebral e suas curvaturas, como se
fosse uma cinta abdominal, sendo essencial manter esses músculos fortes e ativos
durante a sua dança, não apenas para o controle do posicionamento, mas também
para prevenção de lesões.
• Exercite a sua consciência corporal e o controle da musculatura abdominal:
deite-se de barriga para cima (mantendo a curvatura natural da coluna), apoie
os pés no chão e coloque seus braços ao lado do corpo ou suas mãos sobre seu
abdômen; inspire pelo nariz enquanto expande os pulmões e as costelas e imagine
que seu umbigo indo na direção das costas, mantendo a coluna na posição neutra; na
expiração forçada, contraia o core como se estivesse apertando um espartilho, sem
expandir o abdômen. Pratique esse exercício várias vezes, sentado ou em pé.
• Inspire e expire no momento certo: na expiração, a contração do core é intensificada,
ou seja, você precisa expirar com força quando realiza um trabalho mais intenso (como
na descida de um grande salto). Nos grand battements, expire e contraia o core
cada vez que executar o lançamento. Nos giros, inspire ao preparar e expire ao girar,
estabilizando o tronco. Nos pequenos saltos, use o ritmo da combinação para manter o
equilíbrio entre inspiração e expiração, respirando confortavelmente. Inspire pelo nariz
e use o princípio da expiração forçada para acionar o core. Tente expirar pelo nariz na
maioria dos exercícios, mas se começar a sentir muito cansaço não há problema em
expirar pela boca. Lembre-se: controle é fundamental, e o controle vem do core.
DICAS
O corpo sujeito ou o corpo coletivo, contam uma história. No corpo sujeito é que se
manifestam as histórias de vida; e no corpo coletivo percebe-se a manifestação da cultura.
Como corpo sujeito entende-se o indivíduo; e como corpo coletivo as expressões das
sociedades. Sugerimos a leitura do texto do fisioterapeuta:
74
LEITURA
COMPLEMENTAR
A DANÇA QUE NOS ESCAPA – O INSTANTE DA PRESENÇA
75
Este estudo ainda nos leva a perceber a competência relacional da dança, que
promove encontros intersubjetivos para além da linguagem falada. Neste momento, o
interesse é pela reflexão a partir da dança contemporânea e da dança contemporânea
improvisada, composta no instante da ação inventiva.
Até o início do século XX, a arte em geral teve que se esforçar para ser
reco¬nhecida como campo de conhecimento. A arte era vinculada apenas às emoções,
e a importância na construção de conhecimento era conferida ao pensamento e à
mente, sendo a matéria corpo considerada imperfeita e relacionada às paixões. Portanto,
não participante das ações cognoscitivas. Imaginar, apreciar, emocionar-se, sentir
não eram associadas a atos cognitivos, mas sim a estados corporais compreendidos,
pejorativamente, como subjetivos. Percebemos aí não somente a cisão entre mente e
corpo como também entre razão e emoção. Como resquício de sintomas cartesianos
provenientes da separação mente e corpo, a dança, arte do corpo, fora relacionada
apenas ao entretenimento.
76
um tipo de conhecimento que demandava não apenas emoções e sentimentos, mas
principalmente diver¬sos aspectos cognitivos, como se pode perceber pelos estudos
de Lev Vygotsky, Elliot Eisner, Hower Gardner, Arthur Efland, entre outros. Considerar a
dança como campo de conhecimento, premissa para a reflexão que aqui se apresenta,
implica reiterar que mente e corpo são aspectos distintos da mesma matéria, que há
dimensão mental na dança e corporal no pensamento. Com isso, o ato de dan¬çar
pode ser estudado não somente por meio da investigação sobre sua condição sócio-
histórica que permite que saibamos do mundo pela dança, como também pelos modos
de articulação de movimentos ou não movimentos, pela observação atenta e afetiva
dos estados do corpo em situação de dança. Observação essa que pode nos viabilizar a
percepção e construção de subjetividades no e pelo movimento dançado. Além disso,
com Antônio Damásio (1996), penso que é necessário considerar a forte imbricação
existente entre razão e emoção, sendo ambos processos corporais presentes no ato de
construção de todo conhecimento.
77
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
78
AUTOATIVIDADE
1 Denominamos de articulações os pontos de união entre um osso e outro. Sobre a
característica funcional das articulações, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Líquido Articular.
b) ( ) Líquido Pleural.
c) ( ) Líquido Sinuvial.
d) ( ) Líquido Neural.
79
REFERÊNCIAS
BRASIL ESCOLA. Anatomia da Cabeça e Pescoço. c2021. Disponível em: https://
brasilescola.uol.com.br/odontologia/anatomia-da-cabeca-e-pescoco.htm.
Acesso em: 2 set. 2021.
80
MAÇANEIRO, C. H. Coluna cervical alta – Anatomia e cinesiologia. Clin Ortop, v.
1, p. 781-786, 2000.
81
82
UNIDADE 2 —
COMPREENDENDO O
CORPO – ESTRUTURAS
MUSCULOESQUELÉTICAS E
ARTICULARES DOS MEMBROS
SUPERIORES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
83
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
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84
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
A CINTURA ESCAPULAR
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 2 estudaremos as estruturas que fazem as conexões entre os
nossos membros e o tronco. Essas estruturas são denominadas Axial e Apendicular.
Também aprenderemos que o termo Axial se refere aos ossos do crânio, do pescoço e
tronco. Já o termo apendicular, refere-se aos ossos dos membros superiores e membros
inferiores. O conjunto destas estruturas é classificado em dois: cíngulo do membro
superior ou cintura escapular; e o cíngulo do membro inferior ou cintura pélvica.
85
FIGURA 1 – MEMBROS SUPERIORES
3.1 CARACTERIZAÇÃO
Os braços são, muitas vezes, modeladores do movimento dos bailarinos, mas
também desempenham um importante papel de força e sustentação de impactos em
danças como o breakdance ou hip hop. Esses estilos de dança exigem trabalhar com
mais intensidade as três partes superiores do corpo: o ombro, o cotovelo e o punho.
FONTE: <https://blogfisioterapia.com.br/wp-content/uploads/2020/02/anatomia-do-ombro.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
87
As lesões de ombro são muito comuns em dançarinos e atletas, pois geralmente
acontecem na cabeça do úmero, no colo anatômico ou no colo cirúrgico. Assim, conforme
a posição dos fragmentos de fratura dupla, ou seja, em quantas partes dos quatro tipos
que ocorrem (colo anatômico, colo cirúrgico, tuberosidade maior e tuberosidade menor)
ou na posição dos fragmentos de fratura tripla que envolvem a grande tuberosidade
ou a tuberosidade menor em conjunto com a fratura do colo cirúrgico. Já a fratura de
quatro partes é caracterizada pelo deslocamento de todos os quatro segmentos.
88
FIGURA 4 – COLO ANATÔMICO
89
permite a aproximação ao tórax, ou seja, desliza-a sobre o tórax na direção anterior.
“Para toda ação de força do membro superior, que necessita da escápula fixada, ele
trabalha em conjunto com a parte média do trapézio, que é adutor: suas ações opostas
permitem estabilizar a escápula” (CALAIS-GERMAIN, 2010, p. 121).
AUTOATIVIDADE
1 Observe a figura 4 e procure executar a posição de prancha. Caso seja
difícil ficar nessa posição com o quadril alinhado, apoie os joelhos no
chão, mas mantenha o alinhamento do corpo.
2 Mantendo os braços esticados, desça o quadril até o solo, mantendo os
braços esticados.
3 Flexione os braços e leve o peito ao solo, percebendo o movimento do
músculo serrátil.
90
FIGURA 6 – POSIÇÃO DE PRANCHA
A força muscular para baixar o tronco é concentrada nos braços e nas costas.
Para que a flexão do braço seja realizada, os músculos envolvidos estão na parte anterior
do corpo, por consequência, os músculos extensores do braço estão na parte posterior.
91
O Deltoide participa tanto da extensão como da contração do braço. Já o músculo
denominado Redondo Maior atua na extensão do braço, pois ele vai da margem inferior
da escápula à face anterior do úmero. Outro músculo participante da extensão do braço
é o Latíssimo do Dorso, que se insere na coluna, desde a vértebra T.VII até o sacro, além
das quatro últimas costelas e crista ilíaca. “Em sua porção distal e superior, suas fibras
se agrupam e, antes de chegar ao úmero, torcem-se para se inserirem anteriormente no
osso através de um tendão achatado” (CALAIS-GERMAIN, 2010, p. 125).
4 O COTOVELO
O chamado cotovelo é um conjunto de articulações que unem o braço e o
antebraço. Os ossos envolvidos nessa junção são o úmero, a ulna e o rádio.
FIGURA 8 – O COTOVELO
FONTE: <https://www.ricardokaempf.com.br/wp-content/uploads/2015/01/Anatomia-do-Cotovelo.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
92
FIGURA 9 – MÚSCULO BRAQUIAL
94
FIGURA 12 – O MÚSCULO ANCÔNEO EM DESTAQUE
NOTA
Alguns músculos do antebraço também participam da flexão e da extensão do
cotovelo como acessórios.
5 O ANTEBRAÇO E A PRONO-SUPINAÇÃO
A circundução com o antebraço é possível porque, neste movimento, a flexão e a
extensão são combinadas com a pronação e a supinação. Estas últimas são movimentos
que ocorrem entre os ossos do antebraço, ou seja, entre o rádio e a ulna, e não no cotovelo.
A denominada incisura radial localiza-se na extremidade proximal do antebraço e a cabeça
cilíndrica do rádio se insere em uma superfície côncava na ulna. Em volta da cabeça
cilíndrica do rádio, o ligamento anular do rádio forma um anel, forrado por cartilagem.
FIGURA 13 – PRONO-SUPINAÇÃO
95
A estrutura do cotovelo permite o movimento de rotação da cabeça do rádio em
torno de seu próprio eixo. Esta estrutura também é reforçada na base, pelo ligamento
quadrado e, essa articulação, chamada de radioulnar proximal é do tipo trocoide,
permitindo amplos movimentos de rotação. Nessa estrutura há uma cavidade cilíndrica,
chamada incisura ulnar do rádio, possibilitando sua rotação em volta da cabeça da ulna.
Os ossos encontram-se unidos em toda a sua extensão pela membrana interóssea
do antebraço, que é relaxada na pronação e tensionada na supinação, freando-a e
impedindo o deslizamento dos dois ossos, um sobre o outro.
FONTE: <https://maestrovirtuale.com/wp-content/uploads/2019/10/Pronador-redondo.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
FONTE: <https://maestrovirtuale.com/wp-content/uploads/2019/10/Pronador-cuadrado.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
96
O músculo pronador redondo se insere no úmero e na face anterior da ulna em
sua porção proximal. Suas fibras cruzam o antebraço e ele tem sua inserção distal na face
lateral do rádio. Já o músculo pronador quadrado insere-se no rádio e na ulna em seu
quarto distal. Suas fibras transversais vão de um osso ao outro, formando um quadrado.
97
FIGURA 17 – BÍCEPS BRAQUIAL
FONTE: <https://www.mundoboaforma.com.br/wp-content/uploads/2020/12/anatomia-do-biceps.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
DICA
O músculo braquiorradial leva o braço a uma posição intermediária entre a
pronação e a supinação, participando da volta do movimento.
6 PUNHO E MÃO
De acordo com Olsen (2004, p. 77) “Nossas mãos evoluíram a partir de
patas, alterando sua função de descarga de peso e de propulsão para articulação e
manipulação. [...] O polegar, nessa transição, desenvolveu um padrão de oposição com
os dedos para agarrar [...]”.
98
FIGURA 18 – PUNHO E MÃO
Segundo Olsen (2004, p. 77) “nossas mãos são, assim como nossos olhos,
poderosos canais de expressão dos processos internos, assim como captadoras das
informações do ambiente”. As mãos possuem grande quantidade de músculos e
receptores nervosos, e sua organização estrutural possibilita uma enorme quantidade
de movimentos especializados e precisos.
Para Olsen (2004, p. 78) “assim como outros primatas, como o chimpanzé e
o gorila, nossa espécie possui polegar opositor, ou seja, o polegar consegue se opor
aos demais dedos da mão”. Constatamos que apenas nós, humanos, conseguimos
realizar o movimento de pinça, tocando o polegar com os demais dedos, por cima da
palma da mão. A mão pôde, então, enviar mensagens ao cérebro, e este, por sua vez,
pôde reconstruir e multiplicar suas capacidades práticas e simbólicas, como podemos
constatar na língua gestual dos deficientes auditivos.
99
Nossas mãos são muito hábeis em movimentos, pois possuem um sistema
complexo. Dessa forma, temos músculos extrínsecos, ou seja, aqueles que se inserem
tanto no braço e antebraço quanto na mão e músculos intrínsecos, que se inserem
apenas na mão. Sobre esses músculos, nosso estudo será mais detalhado no Tópico 3.
Uma das principais patologias da mão é a síndrome do túnel do carpo.
NOTA
O túnel do carpo é o espaço formado entre os ossos do carpo e o
retináculo dos músculos flexores, ligamento horizontal do punho sobre
o qual se inserem fáscias e tendões. Sob o retináculo também passam
os tendões de alguns músculos extrínsecos da mão. Nos movimentos de
extensão, temos um músculo responsável pelos últimos quatro dedos e
dois músculos bastante especializados, responsáveis apenas pelo dedo
indicador e pelo dedo mínimo, respectivamente.
Para Souza (2016, p. 50) “o dedo indicador é muito importante e sua perda
diminui significativamente a capacidade de preensão (agarrar) da mão”. A musculatura
do dedo indicador é bastante independente e ele possui grande capacidade de abdução,
força e precisão no movimento de pinça com o polegar.
100
FIGURA 21 – FLEXORES DO PUNHO E DA MÃO
DICAS
Aqui, sugerimos a você, acadêmico, um vídeo indicado sobre o músculo
extensor dos dedos. As imagens lhe ajudarão na compreensão. Para assistis
ao vídeo, acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=FQzNiTiGhWY.
101
AUTOATIVIDADE
1 Você vai precisar de uma pessoa que lhe auxilie de forma a poder tocar nessa pessoa
para identificar o que estudamos.
a) Repouse uma das mãos sobre a clavícula dele ou dela e a outra sobre a escápula. Se tiver
dificuldade em encontrá-la, observe que podemos ver duas protuberâncias em nossas
costas, comumente chamadas de “asinhas de anjo”.
b) Peça ao seu parceiro que realize os movimentos com os ombros de forma
criativa, você notará como clavícula e escápula se movem juntas.
c) Experimente em você os movimentos de flexão, extensão, adução,
abdução, rotação lateral e medial em seus braços, sem movimentar
a escápula. Perceba que, a certa altura ou amplitude, é necessário
mobilizar a escápula para completar o movimento.
102
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O principal músculos que realiza a extensão do cotovelo é o tríceps braquial, que vai
da escápula e do úmero à ulna.
103
AUTOATIVIDADE
1 Dentre as funções que podem ser atribuídas às articulações, existe uma que
corresponde à característica funcional das articulações do ombro e do punho. Sobre
essa função, assinale a alternativa CORRETA:
2 O punho pode realizar diversos movimentos, alavancas e suporte de peso, mas esses
movimentos não caracterizam uma rotação. Sobre a denominação dos movimentos
que o punho não consegue realizar, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Circundação.
b) ( ) Flexão e extensão.
c) ( ) Adução e abdução.
d) ( ) Circunflexão.
a) ( ) Metacarpos e as falanges.
b) ( ) Carpo e metacarpos.
c) ( ) Úlna e rádio.
d) ( ) Apenas metacarpos.
104
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
MOVIMENTOS: ABDUÇÃO, ADUÇÃO E
ROTAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, você se perguntar agora: qual é o motivo de esses termos
estarem sendo referidos desde o início de nossos estudos e só agora um tópico que o
conceitua? A intensão foi proposital, pois se você já tinha apropriação desses termos:
ótimo! Caso não tenha ouvido falar ou muito pouco sabia deles, este é o momento de
reler os estudos anteriores a esses termos da linguagem anatômica, que apareceram.
Preparamos este tópico para você fazer a melhor apropriação possível acerca
do estudo dos termos que designam os movimentos do corpo.
2 CONCEITOS DE MOVIMENTOS
Os denominados movimentos de flexão envolvem reduzir o ângulo entre as
duas entidades que participam do movimento (ossos ou partes do corpo).
105
Os movimentos de extensão ocorrem em oposição à flexão, ou seja, acontecem
ao redor do eixo transverso, no eixo horizontal. Toda flexão ou extensão envolve uma
modificação do ângulo, aumentando-o ou diminuindo-o.
Nossos pés são a base para todos deslocamentos possíveis, pela flexão dorsal
(dorsiflexão) ou flexão plantar; ambos os movimentos acontecem na articulação do
tornozelo. A dorsiflexão significa a flexão do dorso, ou seja, a parte superior do pé, ao
se reduzir o ângulo entre o mesmo e a superfície anterior da perna (popularmente
chamado pé de palhaço na dança). Acontece quando levantamos a parte da frente do
pé; enquanto mantemos, o calcanhar permanece no chão. A flexão plantar é a flexão da
parte plantar do pé, movendo-a quando o apoio é na chamada meia ponta do pé. Esse
movimento é muito executado para o aquecimento dos pés e tornozelo, bem como para
o preparo do uso de sapatilhas de pontas no ballet.
Quanto aos braços, esses também executam movimentos que são denominados
abdução, que é o movimento para longe da linha média do corpo; e a adução, que é o
movimento de lateralização do braço. Para que a adução aconteça, o braço se encontra
na lateral ao corpo ou próximo da linha média do corpo, e retorna de qualquer ângulo
que se encontre direção ao plano do corpo. As rotações também podem acontecer nos
planos mediais ou laterais. Esses movimentos somados ao giro do tronco produzem
grande amplitude de espaço para os braços nas coreografias, bem como possibilidade
de impulso para giros e saltos.
108
FIGURA 28 – MOVIMENTOS DE ABDUÇÃO E ADUÇÃO DOS BRAÇOS
109
FIGURA 29 – MANDÍBULA
Na dança, esses termos podem ser aplicados como mostra a figura 26, devido a
isso, é muito importante observar os movimentos de pronação e supinação, pois muitas
lesões estão relacionadas aos desvios.
110
FIGURA 30 – MOVIMENTOS DOS PÉS
111
FIGURA 32 – CIRCUNDUÇÃO DO MEMBRO SUPERIOR – VISTA ANTERIOR
112
NOTA
Hiperflexão e hiperextensão são movimentos exagerados (além do normal)
permitidos por uma articulação. Isso pode acontecer nos membros ou na coluna
vertebral, e pode resultar em uma ruptura, dano ou luxação de ligamentos.
A hiperextensão da coluna vertebral, que pode acontecer durante súbitas
acelerações ou desacelerações, é particularmente perigosa. A hiperextensão
da parte cervical da coluna pode resultar em uma lesão em chicoteamento,
e pode ser uma ameaça potencial à integridade da medula espinhal. Para
saber mais, acesse o link: https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/
tipos-de-movimentos-do-corpo-humano.
INTERESSANTE
Sufistas são pessoas que buscam encontrar o “divino” em rituais de meditação com orações,
dança e música, para tentar uma comunhão direta e em êxtase com Alá (que é o Deus dos
islâmicos). Uma das vertentes do sufismo é a Mevlevi, que é bem conhecida pois seus integrantes
são os dervixes rodopiantes. Esses movimentos de rodopio são para entrar em transe. Eles
caracterizam-se por usar saias longas e coloridas e uma espécie de turbante na cabeça.
Esses giros sequenciais são possíveis devido ao treino e técnicas para não ficar tonto. As pessoas
se sentem tontas porque os órgãos de equilíbrio presentes no ouvido têm câmaras preenchidas
com fluido. Quando uma pessoa gira, o fluido se move por um tempo depois do rodopio, o que
cria a sensação de que ainda estamos nos movendo, mesmo que estejamos parados.
A “dança” dos dervixes rodopiantes (em inglês, whirling dervixes) é chamada de Sema, que é a
busca por Deus e pela verdade, do amor e união com Deus.
Para saber mais, acesse o link: https://www.viciadaemviajar.com/rodopiando-para-entrar-em-
transe-em-istambul/.
113
Sobre o movimento de girar, a técnica de fazer a cabeça girar em um ritmo diferente do
corpo, evita a sensação de desequilíbrio. “Nas diferentes danças, executar piruetas, faz com
que o labirinto (órgão localizado no ouvido e responsável pelo equilíbrio do corpo) se adapte
aos movimentos bruscos e repetitivos sem desequilibrar o dançarino”.
FONTE: <http://www.correalimasaude.com.br/blog/como-bailarinas-nao-ficam-tontas-quando-
giram/>. Acesso em: 9 set. 2021.
DICAS
Ainda sobre a dança dos dervixes rodopiantes, por ser mais forte e ter
o corpo em forma de pião, o homem tende a girar mais, mas a evolução
dos treinamentos e auxílio de materiais que aceleram o rodopio, também
influenciam, então é possível ver bailarinas girando como bailarinos. Para
saber mais, acesse o link: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/
como-bailarinas-nao-ficam-tontas-quando-giram/.
AUTOATIVIDADE
1 Trazemos um tutorial ilustrativo de um dos giros mais usados no
ballet clássico. Desafiamos vocês a tentar fazer uma Pirouette em
passè relevè. Vamos lá?! Caso tenha dúvidas, pesquise em vídeos de
aulas de dança, pois esse giro pode ser encontrado nas diversas
modalidades de dança com algumas variações de braços ou pernas,
deslocamento de eixos e até de cabeça para baixo.
114
FIGURA 34 – PIROUETTE
AUTOATIVIDADE
1 Caro acadêmico, para aprofundar seus estudos e compreensão das diversas possibilidades
de movimento corporal que possuímos, apresentamos uma sugestão de prática. Nessa
ação, você vai compreender como se dá o girar em qualquer dança, de forma a não perder
o equilíbrio ou ficar tonto.
a) Olhar fixo: com o corpo e a cabeça voltados para a mesma direção, fixe o
olhar em um ponto à frente.
b) Girar: primeiro girar só o corpo, sem mexer a cabeça, e sem tirar o olhar
do ponto escolhido, até o limite máximo da torção do pescoço.
c) Rodar Cabeça: quando não conseguir mais manter o olhar no ponto fixo,
rode a cabeça. O corpo também termina a pirueta, ajudando a cabeça a
retornar à posição inicial.
d) Próximo Giro: iniciar outro giro, retornando o olhar para o ponto fixo.
A cabeça deve ser sempre a última a sair e a primeira a chegar.
115
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
116
AUTOATIVIDADE
1 O esqueleto humano é formado por uma grande quantidade de ossos, que garantem,
entre outras funções, nossa movimentação, além de protegerem órgãos internos.
Sobre a outra função do esqueleto, assinale a alternativa CORRETA:
2 Nos estudos dos planos anatômicos, no plano sagital, em torno do eixo frontal, o
movimento possível de acontecer no punho possui uma denominação. Sobre o
exposto, assinale a alternativa CORRETA:
1 INTRODUÇÃO
Os braços são muito importantes para o equilíbrio nos giros e no impulso
para os saltos, direcionando movimentos, e, não menos, atuando na estética desses
movimentos. Os bailarinos executam os exercícios de fortalecimento e flexibilidade
musculares, sempre acompanhados de movimentos dos braços. De acordo com a
posição em que estão, eles podem fazer toda a diferença na movimentação e equilíbrio
do bailarino. Além disso, os braços auxiliam em giros e tornam a postura mais bonita e
harmoniosa. Nesse tópico, estudaremos as principais características dos componentes
dos braços e suas possibilidades motoras.
2 COTOVELOS
Pode-se observar, na figura 36, que a extremidade proximal do úmero participa
da formação do ombro. A extremidade distal é bifurcada e possui dois acidentes ósseos,
o epicôndilo lateral e o epicôndilo medial, que delimitam um espaço triangular que são
percebidas por serem saliências ósseas.
119
FIGURA 36 – POSIÇÃO DOS BRAÇOS
120
Uma estrutura articular com duas superfícies, a tróclea do úmero, mais medial,
que tem a forma de um carretel e o capítulo do úmero, mais lateral, que tem forma
esférica formam a chamada Crista, como a crista supracondilar do úmero.
FONTE: <https://www.bibliomed.com.br/bibliomed/bmbooks/cirurgia/livro13/fig02-20.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
FONTE: <http://marciocavalcanti.med.br/wp-content/uploads/2019/11/antebra%C3%A7o-165x300.jpg>.
Acesso em: 3 set. 2021.
121
2.1 FLEXÃO E EXTENSÃO
A articulação do cotovelo realiza apenas duas ações: a flexão e a extensão.
Como vimos no estudo anterior, isso se deve a ela ser do tipo gínglimo, ou seja, em
dobradiça, o que permite o movimento apenas no plano sagital. Apenas um dos flexores
do cotovelo se insere na cintura escapular. Ele é o mais perceptível e palpável, sendo um
músculo de duas cabeças, chamado bíceps braquial.
Observe a figura 40. Para localizá-las, faça um experimento: segure seu bíceps
com uma mão e movimente seu braço para os lados, em movimentos similares ao que
você faria num braço de ferro. Fica fácil perceber a diferença no recrutamento das duas
cabeças.
FIGURA 40 – BÍCEPS
122
FIGURA 41 – MÚSCULO BRAQUIAL E BRAQUIORADIAL
123
FIGURA 43 – MÚSCULO ACÔNEO
AUTOATIVIDADE
1 Nesta experimentação, você poderá investigar na sua prática de dança ou em movimentos
diários que solicitem a coordenação dos flexores e extensores do cotovelo. Selecione
uma sequência de movimentos com os quais você tenha familiaridade e analise seus
movimentos, prestando atenção no seu cotovelo.
a) Movimente seu cotovelo e identifique as partes onde há movimentos de
flexão e extensão.
b) Mantendo o úmero imóvel, mova o antebraço.
c) Realize movimentos percebendo os músculos flexores e extensores
do cotovelo.
d) Identifique movimentos funcionais no dia a dia, que podem passar
despercebidos, mas são feitos com muita frequência.
e) A qualidade dos movimentos de dança pode ser otimizada pelos
braços, pois são eles elementos de grande expressividade.
124
2.2 A PRONO-SUPINAÇÃO
Os movimentos de supinação e pronação acontecem no antebraço, envolvendo
as articulações entre o rádio e a ulna. “Os músculos que agem no movimento, ou seja, os
agonistas da pronação são o pronador redondo e o pronador quadrado” (ROCHA, 2012,
s.p.). Para virarmos a palma da mão para baixo e para cima, realizamos os movimentos
de pronação e supinação, respectivamente, isso é possibilitado pelas fibras que cruzam
o antebraço inseridas na face lateral do rádio. O denominado pronador quadrado, insere-
se no rádio e na ulna e é chamado de quadrado, porque suas fibras transversais vão de
um osso a outro, formando um quadrado.
125
3 PUNHOS
De acordo com Olsen (2004, p. 77) “nossas mãos evoluíram a partir de patas,
alterando sua função de descarga de peso e de propulsão para articulação e manipulação
[...]. O polegar nessa transição desenvolveu um padrão de oposição com os dedos para
agarrar [...]”. Assim, entendemos que o sistema nervoso também foi se refinando neste
processo evolutivo, permitindo que as mãos, assim como a face, sejam importantes
meios para nossa sensibilidade, comunicação e expressão.
Segundo Olsen (2004, p. 77) “Se realizar círculos com seu pulso você sentirá
os pequenos movimentos bruscos dos ossos articulados; esta estrutura proporciona
mobilidade, mantendo a estabilidade com a musculatura mínima”. Os oito ossos juntos
formam o carpo, que participa da formação do punho juntamente com o rádio e com a
fibrocartilagem que liga a ulna e o rádio transversalmente.
DICAS
Para saber mais, acesse o link: https://educapes.capes.gov.br/bitstream/
capes/174969/2/eBook_Laboratorio_de_Cinesiologia_na_Danca_II-Licenciatura_
em_Danca_UFBA.pdf
O punho realiza a flexão, a extensão, a adução e a abdução, mas não a rotação
e, quando realizamos movimentos circulares com ele, estamos realizando a
circundução. Para realizar as ações de flexão e extensão do punho, acionamos
músculos que se inserem distalmente braço e antebraço e proximamente
no próprio punho. Esses músculos são parte do grupo extrínseco da mão,
mas, como não atuam diretamente sobre os dedos, serão estudados
separadamente.
126
Os três músculos que atuam sobre o antebraço, dentre eles os flexores do
punho se inserem no epicôndilo medial do úmero e se estendem até o carpo, à exceção
de um deles, que se insere no segundo metacarpal.
FIGURA 45 – MÚSCULOS QUE ATUAM SOBRE O ANTEBRAÇO, DENTRE ELES OS FLEXORES DO PUNHO
4 MÃOS
Os ossos que compõe as mãos e, também, os pés são chamados de carpo,
metacarpo e as falanges. Conforme Souza (2016, p. 50):
127
DICAS
Lembre-se: no polegar não há falange média. Há somente a proximal e a distal.
128
FIGURA 47 – OSSOS DA MÃO (POSTERIOR)
Segundo Olsen (2004, p. 73) “Se realizar círculos com seu pulso você sentirá
os pequenos movimentos bruscos dos ossos articulados; esta estrutura proporciona
mobilidade, mantendo a estabilidade com a musculatura mínima.” O carpo abrange oito
ossos pequenos e irregulares, cujas superfícies admitem o deslizamento de uns sobre
os outros, permitindo a mobilidade do pulso. Os oito ossos juntos compõem um volume
chamado maciço carpal, o qual participa da formação do punho, junto ao rádio e ao
disco articular, fibrocartilagem que liga a ulna e o rádio transversalmente (SOUZA, 2016).
129
4.1.1 Os dedos: músculos extrínsecos
Calais-Germain (2010, p. 176) afirma “Os dois músculos flexores dos dedos
estão dispostos um sobre o outro na região anterior do antebraço, com seus tendões
inserindo-se nas falanges”. Os tendões de ambos os músculos passam pelo túnel do
carpo, daí a grande incidência de lesão por esforço repetitivo manual.
130
FIGURA 49 – OS MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA MÃO
5 OS DEDOS
Os dedos das mãos e dos pés são importantes instrumentos para a dança, pois
são capazes de abdução e adução, o que proporciona uma vasta gama de movimentos e
sustentações de peso. Os movimentos também se dão sobre o plano medial em relação
ao plano medial da palma da mão ou sola do pé.
Os músculos intrínsecos das mãos, conforme figura 49, são pequenos e precisos.
Os interósseos ocupam o espaço entre os dedos e nos possibilitam abri-los e fechá-los.
Os lumbricais nos possibilitam realizar pinças de precisão.
5.1 O POLEGAR
A liberdade do polegar permite a precisão da preensão de objetos pela mão.
Estudos indicam que a anatomia da mão humana significou uma evolução em ruptura
com os antecedentes, que permitiu a utilização de instrumentos e consequente melhor
adaptação humana ao meio ambiente. O complexo sistema dos dedos proporciona
131
tanto estabilidade quanto controle da direção, que são necessários para os movimentos
de precisão. “O polegar também é útil no controle da força da preensão, formando um
contraforte que resiste à pressão do objeto, que é mantido junto pela pressão dos outros
dedos” (FERREIRA; SILVA; VERRI, 2011, p. 31).
Em certos tipos de dança as mãos são muito utilizadas. Assim como as mãos, o
punho, o braço, o ombro e todo o sistema apendicular superior é solicitado na execução
das coreografias.
132
FIGURA 51 – DANÇA HIP HOP
DICA
Para aprofundar seus estudos, acesse o link:
http://www.cpaqv.org/cinesiologia/planos_eixos_movimentos.pdf.
133
LEITURA
COMPLEMENTAR
OS JOGOS DE MÃOS: UM ESTUDO SOBRE O PROCESSO DE PARTICIPAÇÃO
ORIENTADA NA APRENDIZAGEM MUSICAL INFANTIL
Fernanda de Souza
Violeta Gainza (1996, p. 13) define a modalidade jogos de mãos como um jogo
que envolve,
[...] mímicas e outros gestos que se executam geralmente a partir de
uma rima ou de uma canção. Em alguns casos, constitui um aspecto
inerente à canção, tendo sido originado de maneira simultânea.
Outras vezes, os gestos são agregados pelas próprias crianças a
certas canções tradicionais.
Segundo Marsh e Young (2006), especialmente por conta dos estudos feitos
pelo compositor romeno Brailoiu, por muito tempo acreditou-se que os jogos musicais,
incluindo os jogos de mãos realizados no pátio escolar pelas crianças apresentavam
características rítmicas, melódicas e formais simples. O autor, apoiando-se em suportes
de um trabalho etnomusicológico, analisou canções e ritmos realizados pelas crianças
134
nesses jogos em diferentes lugares do mundo (Europa, Rússia, Canadá, África, Japão,
entre outros) e concluiu com seus resultados a existência de um ritmo universal nos
jogos musicais das crianças. Trata-se de um ritmo binário equivalente a oito colcheias.
Segundo Marsh e Young (2006), esse ritmo “universal” também foi encontrado em
estudos posteriores nos jogos musicais das crianças aborígenes australianas por
Kartomi, em 1980, e de crianças javanesas, por Romet, no mesmo ano.
135
frequentemente entre sol e lá e até uma oitava acima. A tonalidade
é definida pelo líder do jogo ou pela criança de voz mais grave
(CAMPBELL, 1998, p. 48, tradução nossa).
136
Esse processo de transmissão oral ocorre integralmente pelos três elementos que
envolvem os jogos de mãos: música, texto e movimento (HARWOOD, 1998; MARSH, 1995).
[...] como parte de uma tradição oral ativa, os brinquedos cantados das
crianças realizados no recreio são compostos oralmente combinando
fórmulas culturalmente pré-determinadas, a fórmula sendo definida
como um padrão de sons que evocam sentidos implícitos para os
que são daquela cultura. No caso dos jogos cantados, eles incluem
pequenos textos, ritmos e frases melódicas e padrões de movimento
(MARSH, 1999, p. 3, tradução nossa).
137
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os braços são muito importantes para o equilíbrio nos giros, no impulso para os saltos,
para direcionar movimentos, e, não menos, na estética dos movimentos.
• Os dedos das mãos e dos pés também são capazes de abdução e adução, mas de
uma maneira mais específica. Os movimentos também se dão em relação ao plano
medial, mas dessa vez o plano medial da palma da mão ou sola do pé, não do corpo.
138
AUTOATIVIDADE
1 É a denominação do músculo presente nos humanos e que não é encontrado em
alguns primatas, e possui sua origem na superfície anterior média do rádio e da
membrana interóssea. Sua inserção ocorre na porção anterior proximal da falange
distal do polegar. E sua principal ação é a flexão da falange distal, além de flexionar e
aduzir o metacarpo e punho. Sobre o que se refere o exposto, assinale a alternativa
CORRETA:
2 Os ossos dos membros superiores são ligados pelas articulações que possibilitam a
formação de nossos braços, antebraços e mãos, portanto, fazem parte principal da
habilidade de pegar algum objeto. Sobre o nome de ossos da palma da mão ou do
punho, assinale a alternativa CORRETA:
FONTE: O autor
O braço humano caracteriza-se por um complexo sistema articular que liga os ossos,
bem como dá mobilidade a eles. Sobre a denominação do osso que está numerado com
1, assinale a alternativa CORRETA:
139
a) ( ) Úmero.
b) ( ) Escápula.
c) ( ) Radio.
d) ( ) Ulna.
4 Os membros superiores são compostos pelos ossos que formam a cintura escapular, o
braço, o antebraço, o punho e a mão. Sobre os ossos que se cruzam quando fazemos
os movimentos de supinação e pronação do braço, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Ulna e Rádio.
b) ( ) Rádio e Carpo.
c) ( ) Úmero e Ulna.
d) ( ) Carpo e Metacarpo.
5 O dedo mínimo possui três músculos intrínsecos, que contribuem para o aumento
significativo em sua mobilidade, permitindo sua abdução dissociada, o aprofundamento
da escavação palmar e flexões mais precisas. Já o polegar localiza-se completamente
oponível aos outros dedos. Isso significa que sua função é muito importante para a
precisão da preensão de objetos pela mão. Descreva o que você estudou sobre o
processo de formação anatômica do polegar em humanos.
140
REFERÊNCIAS
CALAIS-GERMAIN, B. Anatomia para o Movimento: introdução para à análise
das técnicas corporais. 4. ed. São Paulo: Manole, 2010. 2 v.
141
142
UNIDADE 3 —
COMPREENDENDO
O CORPO – SISTEMA
MUSCULOESQUELÉTICO E
ARTICULAR HUMANO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
143
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
144
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
A CINTURA PÉLVICA
1 INTRODUÇÃO
O Cíngulo do Membro Inferior, também conhecido como cintura pélvica, tem
a forma de um anel ósseo e compreende o sacro, o cóccix e os ossos do quadril, bem
como suas respectivas articulações. O cíngulo do membro inferior possibilita que as
estruturas apendiculares dos MMII se conectem com o esqueleto axial.
Para Vilela Junior (2011, p. 75) “O Cíngulo do Membro Inferior é composto pelos
ossos chamados Ilíaco, que é um osso par, grande, chato e irregular, formado pela união
de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis”. A união desses três ossos se dá em uma cavidade
articular, denominada acetábulo.
Segundo Souza (2016, p. 53) “O Fêmur é um osso longo, que compõe nossas
pernas, e é o maior e mais forte osso do corpo humano. Sua forma é ligeiramente
encurvada, estando sua convexidade voltada para a face anterior da estrutura óssea”.
A Patela, componente do joelho, é um osso chato, arredondado e triangular, formando
uma base e um ápice. A Tíbia, encontrada na parte da perna que está abaixo do joelho,
na sua extremidade superior, funciona como uma base para a articulação do fêmur, e
sua extremidade distal é menor, ligeiramente escavada para formar a articulação do
tornozelo. A Fíbula, também fazendo parte do osso abaixo do joelho, é um osso longo e
fino, situado do lado lateral da perna. O esqueleto do pé pode ser dividido em três partes:
ossos do tarso, ossos do metatarso e falanges (ossos dos dedos).
DICAS
Para visualização da imagem Cíngulo do Membro Inferior, acesse o conteúdo
na WEB.
FONTE: SOBOTTA, J. Atlas de Anatomia Humana. 22. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2000.
145
Para Souza e Auharek (2017, p. 74) “Outro aspecto é a importância do glúteo
máximo que é motor primário da extensão, da abdução e da rotação externa do quadril,
além de ser acessório na adução do mesmo”. Vamos aprofundar melhor os nossos
estudos sobre isso a seguir.
2 O QUADRIL
O quadril é constituído por dois lados: o esquerdo e o direito. Este osso se chama
Ilíaco e é formado pela fusão de três ossos: o Ìlio, o Ísquio e o Púbis. Nas crianças,
estes três ossos estão separados, e se conectam através de tecido cartilaginoso. Com a
puberdade, começa o processo de fusão óssea, que só será completado na idade adulta.
O professor de dança que trabalha com crianças e adolescentes deve estar atento para
que a sobrecarga no treinamento não interfira neste processo, acelerando-o.
146
2.1 A ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
De acordo com Portela et al. (2017, p. 98) “O quadril é uma articulação esferoidal.
Possui três planos de movimento, constituída pela articulação da cabeça do fêmur com
o acetábulo, que se apresenta em um formato côncavo, proporcionando um encaixe
profundo”. O acetábulo é constituído de forma a estar recoberto por cartilagem articular
hialina, na qual “é encontrada mais espessa nas (adjacências ou contornos) do mesmo,
região em que se encontra uma estrutura denominada como lábio do acetábulo, que
favorece o equilíbrio e a estabilidade da articulação”. A articulação do quadril apresenta,
na sua constituição, o ligamento transverso, que atua como uma resistente ponte
sobreposta à incisura acetabular, estruturando a circunferência do acetábulo.
Portela (2017, p. 98) diz que “O ligamento iliofemoral, também denominado como
ligamento Y, é caracterizado pela presença de fibras muito resistentes, com função de
promover movimentos de extensão e rotação”. O movimento de abdução é controlado
pelo ligamento pubofemoral, e este também ajuda no desenvolvimento dos movimentos
de extensão e rotação lateral. Já o ligamento isquifemoral é caracterizado por controlar
a rotação medial e a abdução.
147
DICAS
Para aprofundar os estudos e ampliar as possibilidades de visualização das
imagens da Articulação do Quadril, faça uma pesquisa sobre este conteúdo
na WEB.
O professor de dança deve ter em mente que pelve feminina é mais larga que a
masculina. Sendo assim, ao propor atividades, devemos pensar sempre em adaptações
para que a diversidade dos alunos seja respeitada e todos possam realizar os
movimentos. Por isso, é importante que o professor tenha em mente as potencialidades
e as possibilidades de cada bailarino, para que possa desenvolver estratégias de
aprimoramento de forma individual.
FONTE: <https://www.infoescola.com/wp–content/uploads/2020/06/pelve–1060712348.jpg>.
Acesso em: 8 set. 2021.
A articulação entre o Fêmur e o Ilíaco, que une nossas coxas ao nosso tronco,
chama-se pelve. A extremidade proximal do fêmur é formada pelos seguintes elementos:
a cabeça esférica, na qual está a superfície articular; uma tuberosidade maciça lateral, o
trocânter maior; o colo do fêmur, entre a cabeça e o trocânter maior; o trocânter menor,
uma pequena tuberosidade situada inferiormente ao colo.
148
FIGURA 4 – CABEÇA DO FÊMUR
“De fato, as pessoas cuja disposição óssea limita estes movimentos, correm
o risco, para efetuá-los, de ‘forçar’ as articulações suprajacentes (coluna lombar) ou
subjacentes (joelho)” (CALAIS-GERMAIN, 2010, p. 205).
149
Na Extensão, agem os músculos extensores do quadril, que são: os músculos da
região glútea e posteriores da coxa: glúteo máximo, fibras posteriores de glúteo médio,
fibras posteriores de glúteo mínimo, porção longa do bíceps femoral, semitendinoso,
semimembranoso e porção extensora do adutor magno.
DICAS
Para aprofundar seus estudos, acesse os vídeos sugeridos:
• http://www.youtube.com/watch?v=siuBuGCleh4&feature=related.
• http://www.youtube.com/watch?v=P8lekbas2ig&feature=fvsr.
• https://www.youtube.com/watch?v=_Z–LKpoBLeo.
• https://www.youtube.com/watch?v=ROQKT_5UN4g.
152
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O Cíngulo do Membro Inferior, também conhecido como cintura pélvica, tem a forma
de um anel ósseo e compreende o sacro, o cóccix e os ossos do quadril, bem como
suas respectivas articulações.
• Os componentes Ósseos do Cíngulo do Membro Inferior são o Ilíaco, que é um osso par,
grande, chato e irregular, formado pela união de três ossos: o ílio, o ísquio e o púbis.
153
AUTOATIVIDADE
1 Compreenderemos que os educadores físicos têm um olhar especial nas ações
musculares sobre o aspecto anatômico funcional. No entanto, muitas profissões
também consideram os princípios das disciplinas como a biomecânica e cinesiologia
para a análise do movimento humano em suas especialidades. Disserte sobre como
você aplicaria o que considerou o mais importante sobre Cinesiologia para sua
profissão?
3 O Cíngulo do Membro Inferior, também conhecido como cintura pélvica, tem a forma
de um anel ósseo e compreende o sacro, o cóccix e os ossos do quadril, bem como
suas respectivas articulações. Sobre o osso que não faz parte dos membros inferiores,
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fêmur.
b) ( ) Patela.
c) ( ) Tíbia.
d) ( ) Ulna.
4 O Fêmur é um osso longo, que compõe nossas pernas, e é o maior e mais forte osso
do corpo humano. Sua forma é ligeiramente encurvada, estando sua convexidade
voltada para a face anterior da estrutura óssea. Sobre a denominação dos ossos que
também compõe os membros inferiores, assinale a alternativa CORRETA:
154
a) ( ) Patela, Tíbia e Fíbula.
b) ( ) Tíbia, Fíbula e Ulna.
c) ( ) Patela, Tíbia e Úmero.
d) ( ) Úmero, Rádio e Ulna.
155
156
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
OS JOELHOS, TORNOZELOS E PÉS
1 INTRODUÇÃO
Segundo Olsen (1995, p. 105 apud SOUZA; AUHAREK 2012, p. 87), “nossos pés
nos informam constantemente sobre a estabilidade de nossa base”. Sendo assim, a
mobilidade, fortalecimento e alinhamento de joelhos, tornozelos e pés são fundamentais
para todos, pois estão conectados com todo o corpo.
Assim como nossas mãos, os pés são movimentados por músculos extrínsecos
e intrínsecos. Os músculos extrínsecos se inserem nos pés, na tíbia e na fíbula, atuando
sobre o tornozelo, dedos e, em alguns casos, também sobre o joelho.
2 OS JOELHOS
O fêmur participa também da formação do joelho. Visto de lado, o corpo do
osso é ligeiramente côncavo posteriormente. Em Calais-Germain (2010, p. 212) “A
extremidade distal do osso é maciça e possui superfícies articulares arredondadas, que
se parecem com os suportes de uma cadeira de balanço. São os côndilos do fêmur que
se articulam com os côndilos da tíbia”.
157
Os denominados côndilos do fêmur são superfícies ovais, em forma de trilhos
côncavos, separados por uma zona óssea anterior e posterior. Colocadas sobre os
côndilos da tíbia, estão duas lâminas de cartilagem fibrosa em forma de meia-lua.
Podemos identificar três grupos musculares que atuam nesta articulação, são eles:
• Grupo do quadríceps, composto pelo reto femoral, vasto lateral, vasto medial e vasto
intermédio.
• Grupo isquiopopliteo, composto pelo semitendinoso, semimembranoso e bíceps
femoral.
• Grupo não classificado, composto pelo sartório, poplíteo, plantar, grácil e gastrocnêmio.
FONTE: <https://www.fiqueinforma.com/wp–content/uploads/2017/06/Posteriores–da–coxa–isquiotibiais.jpg>.
Acesso em: 8 set. 2021.
Durante a flexão ativa, haverá uma contração dos músculos flexores na parte de
trás da coxa, limitando a flexão; já na flexão passiva, a movimentação é mais ampla, ou
seja, permitindo durante o movimento que a nádega toque o calcanhar.
158
O músculo denominado poplíteo é conhecido como liberador da trava do joelho,
pois possui uma ação de rodar lateralmente o fêmur em relação à tíbia.
De acordo com Vilela Junior (2011, p. 80) “Os músculos biarticulares são aqueles
que passam por duas articulações e, no joelho, constituem a maioria dos músculos, pois
aumentam a eficiência do movimento realizado através da transferência de energia”.
Os músculos biarticulares possuem uma característica denominada de Paradoxo de
Lombard; nele, o torque na articulação está na direção oposta ao causado pelo músculo.
FONTE: O autor
159
Vilela Junior (2011, p. 78) afirma que “As articulações no joelho são complexas
e caracterizam–se por ser uma articulação do tipo sinovial, que são responsáveis por
realizar a comunicação entre duas extremidades ósseas, permitindo movimento”. Os
ossos envolvidos nessa estrutura são: Tíbia; Fêmur e Patela.
FIGURA 11 – JOELHO
160
A Articulação tibiofemoral permite movimentos de flexão e extensão, e alguns
rotacionais e laterais. Os côndilos laterais e medias da tíbia e do fêmur formam duas
articulações chamadas de elipsoideas, na quais uma extremidade côncava entra
em contato com uma convexa, limitando o movimento. Nossas características são
individuais, assim, algumas pessoas podem apresentar esse giro maior, ou seja, essa
estrutura que se assemelha a um pivô pode apresentar diferentes graus de extensão,
resistência a impactos e também a lesões.
161
A rótula ou patela não forma parte da articulação do joelho, mas está ligada à tíbia
por meio de ligamentos abaixo e acima, por um tendão denominado quadrado femoral. Esse
atua complementando a estrutura e possibilitando os movimentos que os bailarinos estão
familiarizados. Segundo Bluner (2018), a patela realiza uma série de funções biomecânicas.
O platô tibial é uma região cuja função é a sustentação de peso durante o apoio. O
glúteo médio contribui para a compressão no platô tibial medial, pois sua superfície possui
uma área maior e uma cartilagem articular mais espessa que do platô tibial lateral – fato
que contribui para a proteção da articulação de um desgaste. A fricção entre as superfícies
ósseas da rótula e o fêmur é evitada por uma grande bolsa contendo fluído, abaixo da
rótula; e outra bolsa menor, que cobre a frente e serve para proteção de impactos.
162
Quando o bailarino recebe a instrução de contrair os músculos, isso faz com que
as articulações se fechem, ou seja, a anatomia do joelho possui considerável grau de
estabilidade articular e é estabilizado por ligamentos, músculos e pela cápsula articular.
Os joelhos dão sua máxima estabilidade e força, permitindo movimentos que requerem
a contração e terminando em forte extensão, como Rond de jambé em l’air. Seus quatro
ligamentos possuem um importante papel nessa estabilização. São eles:
INTERESSANTE
Para saber mais sobre patologias dos ligamentos do joelho, acesse o link:
https://adrianoleonardi.com.br/joelho/ligamentos/ligamentos-joelho/.
163
A anatomia do joelho possui, principalmente, um grau de liberdade, a flexoextensão;
e de forma acessória, como um segundo grau de liberdade, a rotação sobre o eixo longitudinal
da perna, porém, este último, somente aparece quando o ele está flexionado.
INTERESSANTE
Pelo fato de o joelho estar posicionado sobre as duas alavancas ósseas
mais longas do corpo, que são a tíbia e o fêmur, é importante conhecermos
mais sobre a complexidade do joelho. Para complementar seus estudos,
acesse o link: https://www.auladeanatomia.com/novosite/pt/sistemas/
sistema–articular/diartroses/joelho/.
3 OS TORNOZELOS E OS PÉS
Além de participar da articulação do joelho, a tíbia participa, junto com a fíbula,
da formação do tornozelo. Estes dois ossos, que formam as nossas pernas, são longos
e unidos entre si em dois pontos.
Os ossos do tornozelo são unidos por uma membrana interóssea em toda a sua
extensão, e na extremidade distal são unidos por duas superfícies sem cartilagem, os
maléolos lateral e medial.
164
FIGURA 15 – ANATOMIA DO TORNOZELO
165
A forma que podemos comparar é a pinça tornozelo, que faz com que ele se
movimente apenas no plano sagital, realizando a flexão dorsal e a flexão plantar. Os
demais movimentos do pé são possibilitados por outras articulações, entre os ossos
que o compõe.
166
FIGURA 16 – ANATOMIA DO PÉ (DE CIMA)
167
• Articulações interfásicas: deslizam entre si e conectam os ossos do tarso que
deslisam entre si.
• Articulações tarsometatársicas: conectam os ossos do tarso com as extremidades
proximais dos cinco ossos metatársicos, também realizam movimentos de deslize
entre si.
• Articulações metatarsofalângicas – conectam as extremidades distais metatarsianas
e as falanges proximais. Realizam flexão e extensão, abdução e adução.
• Articulações Interfalângicas: conectam as falanges e realizam a flexão e extensão
das falanges.
168
Conforme Souza (2016, p. 64):
Assim, para a extensão dos dedos, agem os músculos extensor longo dos dedos
(quatro dedos menores) e músculo extensor longo do hálux (dedo grande).
Os pés são a base de todo nosso esqueleto e desempenham uma função muito
importante no corpo humano, pois auxiliam a deslocação de um indivíduo. A anatomia
do pé é composta por ossos, músculos, nervos e articulações que permitem, ainda, o
sustento do peso do corpo, e fornecem o apoio que o mantém na posição vertical.
DICAS
Para aprofundar seus estudos, sugerimos que acesse os vídeos a seguir:
• A Biomecânica da Contração muscular. Disponível em: https://www.
youtube.com/watch?v=nFRfnbznwc8.
• A Biomecânica Humana. Disponível em: https://www.youtube.com/
watch?v=wtpvLLAE17Y.
169
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
170
AUTOATIVIDADE
1 Os meniscos lateral e medial são estruturas interpostas entre o fêmur e a tíbia,
constituídos de fibras colágenas, tendo como funções a absorção de choques e
melhora da congruência articular, entre outras. Sobre a anatomia e biomecânica dos
meniscos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Fêmur.
b) ( ) Patela.
c) ( ) Tíbia.
d) ( ) Tarso.
a) ( ) Tarso.
b) ( ) Tálus.
c) ( ) Metatársico.
d) ( ) Carpos.
171
4 São muitos os nossos movimentos cotidianos como os de sentar e levantar, deitar
e levantar, subir ou descer escadas etc. Qualquer movimento envolve um sistema
conjunto de ossos, articulações e músculos. Descreva três ossos e três articulações
envolvidas no movimento de subir escadas.
172
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PROPOSIÇÕES PARA EXPERIENCIAR
MOVIMENTOS DE RELAÇÕES ENTRE O SISTEMA
AXIAL E OS SISTEMAS APENDICULARES
1 INTRODUÇÃO
Considerando o grande número de horas que um bailarino usa seu corpo, o
número de acidentes e tensões são relativamente pequenos. Isso pode indicar que nosso
corpo é muito forte e se o treinarmos corretamente, poderemos desfrutar de melhor
qualidade de vida. Sabemos que a manutenção e o controle postural são contínuos e
permanentes em toda a atividade humana, e que em duas fases da vida o equilíbrio é
uma habilidade instável.
DICAS
Para saber mais, acesse o link: http://www.saosebastiao.sp.gov.br/ef/pages/
Corpo/Habilidades/index.html.
173
a) Esportes, seja escolar ou de alto nível de rendimento, otimizando
a sistematização do rendimento esportivo, diagnose da técnica de
movimento e condição física, redução de sobrecargas excessivas
ao aparelho locomotor, regime de treinamento ótimo e relação
estímulo-resposta, bem como estudo da eficiência de processos
de aprendizagem e autoaprendizagens.
b) Prevenção e reabilitação orientados à saúde: desenvolvimento
de métodos, procedimentos e técnicas aplicados à terapia, bem
como adequação e desenvolvimento de equipamentos.
c) Atividades do cotidiano e do trabalho com estudo da postura e da
locomoção humana, classificação e sistematização de grupos de
movimentos em dependência de estações de trabalho, saúde e
segurança nas tarefas da vida diária e do trabalho (VILELA JUNIOR,
2011, p. 136).
Os movimentos musculares, por mais simples que sejam, possuem uma grande
complexidade interna corporal. Eles também sofrem influências externas, ou seja, do meio
ambiente, como a gravidade, umidade do ambiente, pressão atmosférica e mesmo ações
geradas pelo próprio movimento, como a concentração concêntrica, excêntrica e estática.
• Resistência
A resistência muscular e a resistência circulatória e respiratória são fatores separados no
desempenho humano; o desenvolvimento de um, não é, necessariamente, acompanhado
pelo desenvolvimento do outro.
O aumento da potência e da destreza contribuem, significativamente, na resistência
muscular, particularmente, pelo aumento da eficiência e pela redução do gasto de energia
e da fadiga associados a uma tarefa determinada.
O desenvolvimento da resistência depende, principalmente, do treinamento e dos
mecanismos de absorção e transporte do oxigênio. A capacidade do coração para impulsionar
o sangue é o fator limitante mais comum na resistência circulatória e respiratória, mas não
é o único fator importante.
A resistência circulatória e respiratória requer uma capacidade aeróbia e anaeróbia elevada.
Embora a capacidade aeróbia seja, em parte, um fator inato, os programas de treinamento
devem tencionar as duas capacidades, a aeróbia e a anaeróbia.
• Flexibilidade
A flexibilidade está relacionada com o tipo corporal, o sexo, a idade, a estrutura óssea e
articular e com outros fatores que escapam do controle do indivíduo. A flexibilidade é,
predominantemente, uma função dos hábitos de movimento, da atividade e da inatividade.
O trabalho e o exercício, que limitam uma articulação a uma amplitude de
movimento restrita, tendem a reduzir a flexibilidade. A falta de flexibilidade
normal perturba a extensão e a qualidade do desempenho podendo ser
responsável por transtornos específicos; a diminuição da flexibilidade
que, normalmente, acompanha o envelhecimento é causada pela
falta em manter o movimento numa amplitude completa.
• Velocidade de movimento
A rapidez máxima de movimento é, em parte, uma característica
individual. A rapidez de movimento está influenciada pelos
tempos de reação e resposta que são, em parte, características
individuais inatas, mas que podem ser minimizadas pelo
treinamento da atenção, do estado mental e da destreza.
FONTE: <http://www.cpaqv.org/cinesiologia/livro_cinesiologia_
guanis.pdf>. Acesso em: 8 set. 2021.
175
INTERESSANTE
A Educação Somática é um campo interdisciplinar, surgido no século XX, que se interessa pela
consciência do corpo e seu movimento. Sob essa denominação, reagrupam-se diferentes
métodos educacionais de conscientização corporal, dentre os quais se destacam
a Técnica Alexander, o Método Feldenkrais, a Antiginástica, a Eutonia, a Ginástica
Holística, os Bartenieff Fundamentals, a Ideokinesis, o Body-Mind Centering, a
Técnica Klauss Vianna, entre outros, que têm o corpo enquanto experiência
como força motriz. Os criadores dessas técnicas foram motivados pelo desejo
de curar-se, rejeitando as respostas oferecidas pela ciência dominante e
passando a investigar o movimento nos seus próprios corpos.
176
o desbloqueio também são utilizadas para provocar e servir de caminho para a criação
de movimentos. Os recursos técnicos não estão em função de uma determinada
estética, mas à disposição da expressão de cada corpo.
3 A EXPERIÊNCIA
Nessa parte de nossos estudos, sugerimos que você, acadêmico, acompanhe
relacionando a teoria até agora apresentada com a ação prática em seu próprio
movimento, ou se tiver outra pessoa realizando o movimento para sua observação.
3.1 ATIVIDADE 1
Os flexores do quadril: dentre os músculos flexores do quadril, o Psoas é um
importante exemplo. Tem enorme importância postural, pela sua ação conjunta nos
membros inferiores e no posicionamento da pelve. Lembre–se que um músculo que está
inserido em dois segmentos ósseos pode mover qualquer uma de suas extremidades,
dependendo de qual está mais fixa e qual está mais móvel em cada situação.
177
FIGURA 18 – GRAND BATTEMENT
FONTE: <https://www.naspontas.com.br/wp-content/uploads/2016/04/grand-battement.jpg>.
Acesso em: 8 set. 2021.
AUTOATIVIDADE
1 Fique em decúbito dorsal com as pernas dobradas e pés apoiados no chão.
2 Traga as pernas em direção ao seu tronco. Esse movimento tem como agonista os
músculos flexores do quadril em contração concêntrica. A carga sobre eles é o próprio
peso das pernas.
3 Desça a perna. Nesse movimento, você estará realizando uma ação excêntrica dos seus
músculos flexores (caso você tenha dúvida sobre ação concêntrica e excêntrica, retorne à
prática sobre o tema e refaça-a para uma melhor compreensão desse exercício).
4 Mantenha a perna fixa e mova a inserção proximal dos flexores (que estão no quadril
e, no caso do Psoas, também na coluna lombar). Partindo da posição inicial, faça uma
anteversão da pelve, ou seja, “arrebite o bumbum”. Nesse movimento, você também estará
colocando os seus flexores em posição de encurtamento. Seguindo esse
raciocínio, para alongar seus flexores nessa posição, você deverá realizar
uma retroversão da pelve.
5 Fique em pé e traga a perna flexionada a 90 graus. Nesse movimento,
você ativará os músculos flexores do lado da perna levantada.
6 Para ativar os flexores, porém com as pernas fixas no chão e sem
mover as duas pernas do chão, faça uma anteversão do quadril
(“arrebite o bumbum”). Agora, nessa posição, você também realizará
um encurtamento dos flexores, porém mantendo a parte distal
(fêmur) fixa.
178
3.2 ATIVIDADE 2
O glúteo máximo é “um dos músculos mais volumosos e potentes do corpo”
(CALAIS-GERMAIN, 2010, p. 249). Ele é responsável por um grande número de ações
sobre a pelve e o quadril, trabalhando em sinergia com vários outros músculos, tanto
superficiais quanto profundos. Ele se origina no sacro e parte posterior do ilíaco e se
insere no fêmur e em uma fáscia longa, chamada trato iliotibial, que fica na lateral da
coxa e vai do quadril até o joelho. O glúteo máximo é o mais superficial dos glúteos
e atua, além da rotação lateral, na extensão do quadril, na retroversão da pelve e em
movimentos mais complexos, envolvendo estas estruturas.
AUTOATIVIDADE
Sente-se encostado na parede, com as pernas totalmente estendidas, juntas
e paralelas. Você vai imaginar que não tem nem joelhos nem tornozelos, que
suas pernas são dois cilindros. Agora, “rode” esses dois cilindros para fora e
observe que esse movimento é feito na articulação do quadril. Esteja atento
para não apertar as nádegas uma contra a outra. Volte à posição inicial e
repita o movimento, algumas vezes.
179
3.2 ATIVIDADE 3
É fundamental que tenhamos uma musculatura glútea forte para estabilização e
organização do corpo. No entanto, muitas vezes, durante a prática de exercícios, alguns
grupos musculares podem, sem nos darmos conta, estar sendo pouco trabalhados.
Devemos estar cientes de que, a longo prazo, se os músculos não são acionados de
forma correta, podem-se inibir suas conexões neuromusculares e, quando isso ocorre,
o corpo adota outro padrão de movimento, criando, assim, hábitos de compensação.
180
AUTOATIVIDADE
Ativando os Glúteos: vamos fazer uma prática para refletir a forma como estamos utilizando
essa musculatura. Lembre-se que em nenhum movimento devemos tensionar demais a nossa
musculatura, devemos buscar sempre um equilíbrio de esforço para otimizar nossas ações.
1 Fique em posição de quatro apoios, para trabalho de glúteo máximo pela extensão do
quadril. Você deverá levar a perna para cima, realizando uma extensão do membro
inferior.
2 Experimente realizar esse movimento com pouca ou nenhuma contração do glúteo. Sem
a ação do glúteo, quais outras musculaturas você sente contrair para realizar a ação?
Não se preocupe em identificar os nomes dos músculos, busque apenas as regiões de
contração, como parte posterior das coxas, ou região lombar da coluna.
3 Experimente agora realizá-la com uma boa contração do glúteo. O que você sente?
4 Agora vamos mudar de ação. Em pé, faça uma extensão da perna. Como
está a ativação, a contração dos seus glúteos? Você consegue ativar e
desativar conscientemente os seus glúteos nesse movimento?
5 Experimente realizar esse movimento com pouca ou nenhuma
contração dos glúteos. Qual musculatura do seu corpo você sente
contrair para realizar a ação? Novamente, não se preocupe em
identificar os nomes dos músculos, busque apenas as regiões de
contração.
6 Experimente agora realizá-la com uma boa contração dos glúteos. O
que você sente?
3.4 ATIVIDADE 4
Os músculos adutores do quadril formam a parte interna das coxas. Este grupo
é formado por cinco músculos, que se originam no púbis e se inserem no corpo do
fêmur. Além de motores primários na adução do fêmur, os adutores participam da flexão
e rotação lateral e, alguns deles, até mesmo da rotação medial e extensão do joelho. Os
adutores do quadril são objeto de exercícios intensos de alongamento em muitas danças,
para que a amplitude da articulação coxofemoral seja aumentada. “No entanto, isso
pode levar a frequentes rupturas, principalmente do músculo grácil” (CALAIS-GERMAIN,
2010, p. 259), quando o exercício não é desenvolvido e orientado corretamente.
181
AUTOATIVIDADE
Trabalhando a flexibilidade do quadril: apresentaremos, aqui, algumas estratégias seguras
para o alongamento dos adutores do quadril e o aumento de flexibilidade na articulação
coxofemoral. Para melhores resultados, eles devem ser combinados com os exercícios de
alongamento da cadeia posterior. Lembre-se: o aquecimento é essencial para evitar lesões!
Você pode fazer esses exercícios de duas a três vezes por semana.
AUTOATIVIDADE
1 Deite em decúbito dorsal, com as pernas estendidas e encostadas na
parede. Você deverá “transformar a parede em chão”, ou seja, seu
bumbum também estará encostado na parede, seu tronco estará
apoiado no chão e seu corpo formará um “L” maiúsculo. Se sentir
dificuldade, coloque uma almofada sob a lombar.
2 Abra as pernas até a amplitude máxima (sem forçá-las com as mãos) e
permaneça nesta posição de 40 segundos a um minuto. Você verá que, com
o tempo e a força da gravidade, a articulação vai aos poucos “cedendo” e a
amplitude aumentando.
3 Atenção: não deixe de seguir está instrução para não se machucar! Segure a
parte interna das coxas com as mãos, dobre lentamente os joelhos e, só então,
também lentamente, feche as pernas.
182
3.5 ATIVIDADE 5
Veja a seguir mais sugestões para atividades em decúbito dorsal.
AUTOATIVIDADE
No chão, em decúbito dorsal, faça um número “4” com as pernas. Mantendo a perna que
está por cima nesta posição, flexione o joelho da perna de base e a traga, com as mãos,
para perto do tronco, flexionando também o quadril. Você deverá passar um
de seus braços por dentro da abertura do número “4”, formada pela perna
que está por cima.
Ao trazer a perna para perto do tronco, você conseguirá sentir o
alongamento do glúteo máximo.
Em decúbito dorsal, com os joelhos dobrados, os pés no chão e os braços
abertos em cruz, deixe as pernas caírem para o lado direito, enquanto
a cabeça vira para o lado oposto. Você deverá manter os dois ombros
no chão. Ajuste a posição da perna esquerda para que ela passe por
cima da direita e mantenha a posição por 30 segundos, alongando os
abdutores do quadril. Repita o exercício para o outro lado.
183
3.6 ATIVIDADE 6
A mobilidade da perna para frente, ou seja, a amplitude de movimento, em
flexão, dos membros inferiores, é bastante valorizada e desejada por bailarinos. Para
alcançá-la, é preciso mobilidade em toda a cadeia muscular posterior, na qual os
músculos isquiotibiais cumprem um importante papel.
AUTOATIVIDADE
1 Sente-se com as pernas abertas e estendidas e o tronco ereto. Você deverá
conseguir sentir os dois ísquios por baixo de seu corpo. Caso não seja
possível manter o tronco ereto, você ainda não está pronto para esta etapa.
Continue na etapa anterior, combinando-a com exercícios de alongamento
da parte posterior da coxa.
2 Deixe seu tronco dobrar-se para frente, mantendo as pernas como
estão, e permaneça nesta posição de 40 segundos a um minuto. Não é
necessário “tentar alcançar mais longe”, deixe que a força da gravidade
aja, “puxando” seu tronco para o chão.
3 Alongue a musculatura antagonista.
184
O encurtamento destes músculos impede que o bailarino realize várias ações
e movimentos, tais como: elevar uma perna a mais de 90º; tocar o chão com as
mãos, mantendo os joelhos estendidos; sentar-se com as pernas estendidas à frente,
mantendo o tronco ereto; realizar grandes abduções do quadril, mantendo os joelhos
estendidos. Sendo assim, o alongamento dos isquiotibiais deve ser parte constante da
rotina de exercícios do profissional de dança.
3.7 ATIVIDADE 7
Alongamento de ísquios-tibiais e possíveis compensações musculares: nesta
prática, analisa-se o alongamento dos isquiotibiais, chamando a atenção para possíveis
compensações musculares.
AUTOATIVIDADE
1 Escolha uma posição de alongamento, da parte posterior da coxa, familiar para você. Pode
ser qualquer uma: sentado, deitado, ou em pé.
2 Uma vez posicionado no alongamento, respire algumas vezes, colocando a atenção nas
suas sensações, e perceba seus pontos de tensão.
3 Vamos, agora, provocar algumas compensações musculares. Toda
compensação é uma maneira de mover os ossos de forma a diminuir o
comprimento de um músculo e, assim, evitar que ele fique em posição de
alongamento. Muitas vezes nosso corpo as faz inconscientemente, o que
pode prejudicar o correto alinhamento e a eficácia de um alongamento.
4 Leve devagar e sutilmente a pelve para uma retroversão. Nesse
movimento, você estará aproximando a inserção proximal da distal, ou
seja, folgando seu músculo na parte de cima próxima à pelve.
5 Volte também lentamente para a posição inicial.
AUTOATIVIDADE
Faça esse movimento algumas vezes, concentrando-se nas sensações percebidas nos seus
isquiostibiais.
1 Dobre devagar e sutilmente o seu joelho. Nesse movimento, você estará aproximando a
inserção distal da proximal, ou seja, folgando o músculo na parte de baixo,
próxima a tíbia.
2 Volte também lentamente para a posição inicial. Faça esse movimento
algumas vezes, concentrando-se nas sensações percebidas nos seus
isquiostibiais. Vimos, então, duas compensações que podem ser
realizadas para folgar os ísquios-tibiais, quando eles estão em posição
de alongamento.
185
3 Reflita as compensações musculares na prática de dança, aquelas realizadas
inconscientemente. No caso analisado anteriormente, é mais comum realizarmos
compensações inconscientes com a pelve do que com os joelhos. A longo prazo, isso
pode causar lesões e fixar padrões posturais nocivos para sua saúde e/ou atrapalhar a
qualidade técnica de seus movimentos.
3.8 ATIVIDADE 8
Nesta próxima prática, vamos experimentar a ação sinérgica entre o tríceps e
os músculos fibulares, conforme quando desejamos ficar na ponta dos pés e manter o
alinhamento do tornozelo.
AUTOATIVIDADE
1 Fique de frente para a parede ou se apoie em uma cadeira, como se ela fosse
uma barra. Realize lentamente a flexão plantar, com os dois pés, algumas
vezes. Você notará que seus tornozelos tenderão a “cair para fora”, ou seja,
tenderão à inversão.
2 Realize a ação novamente, mas, desta vez, mobilize a musculatura lateral
das pernas, como se quisesse aproximar os maléolos mediais. Você verá
que conseguirá manter o tornozelo alinhado e o equilíbrio muito mais
facilmente.
3 Identifique, nas danças que você pratica/ensina, como você poderá
aplicar o que experimentou com esta prática.
3.9 ATIVIDADE 9
Na próxima prática, vamos experimentar a ação integrada dos músculos
extrínsecos e intrínsecos dos pés! Você vai precisar de uma toalha de rosto ou outro
tecido mais ou menos neste tamanho.
186
AUTOATIVIDADE
1 Sente-se em uma cadeira com os pés apoiados no chão e deixe a toalha (ou
o tecido) estendida à frente de seus pés.
2 Usando o movimento dos dedos e sola do pé, você deverá puxar a toalha/
tecido para debaixo de seus pés.
3 Repita a prática, mas, desta vez, procure identificar as ações que estão
sendo realizadas por seus dedos e demais regiões do pé e quais os
grupos musculares que estão sendo mobilizados. Use as ilustrações
deste livro ou de outras fontes para lhe ajudar.
3.10 ATIVIDADE 10
A seguir, veremos um exercício acerca do alongamento ativo dos músculos
eretores da espinha e extensores para aumentar a mobilidade lombar: em decúbito
dorsal com joelhos fletidos e pés juntos.
AUTOATIVIDADE
1 Traga um joelho e depois o outro em direção ao tórax; una as mãos ao
redor das coxas; tracione para o tórax, elevando o sacro do solo. Realize
três repetições, permanecendo por 30 segundos.
187
3.11 ATIVIDADE 11
Veremos, a seguir, um exercício acerca do alongamento para ganho de flexão
lateral da coluna: em decúbito ventral com a crista ilíaca estabilizada manualmente no
lado da concavidade.
AUTOATIVIDADE
1 Estenda a mão em direção ao joelho com o braço no lado convexo da
curva, enquanto estende o braço oposto acima da cabeça.
2 Inspire e expanda a caixa torácica no lado que está sendo alongado. O
exercício deverá ser realizado em três repetições, permanecendo por 30
segundos.
3.12 ATIVIDADE 12
A seguir, veremos um exercício sobre o alongamento para ganho de extensão
lombar.
188
AUTOATIVIDADE
1 Em decúbito ventral com as mãos colocadas embaixo dos ombros, estenda
os cotovelos e levante o tórax do colchonete, realizando uma flexão de braço
em decúbito ventral, e mantendo a pelve embaixo. Este exercício também
alongará os músculos flexores do quadril e os tecidos moles anteriores
do quadril. O exercício deverá ser realizado em três repetições de 30
segundos.
3.13 ATIVIDADE 13
A seguir, veremos um exercício sobre a estabilização lombar básica com carga
progressiva dos membros, com ênfase nos músculos extensores do tronco e lombares:
na posição de quadrupedia e posição neutra da coluna lombar e cervical, mantendo os
olhos focados no solo.
AUTOATIVIDADE
1 Faça a manobra de “encolher a barriga”, ou seja, contração abdominal, e realize movimento
com os membros.
2 Eleve um dos membros superiores e faça quatro séries de 15 repetições
cada membro.
3 Estenda somente os membros inferiores, também em séries de 15
repetições cada membro, para, assim, obter um ganho de equilíbrio
e conseguir realizar o último exercício da série, que será a elevação de
um dos membros superiores, juntamente com o outro membro inferior
contralateral, permanecendo na posição isométrica em quatro séries de
30 segundos.
189
FIGURA 26 – FORTALECIMENTO COM ESTABILIZAÇÃO DE CARGA DOS PRÓPRIOS MEMBROS PARA
PROGRESSÃO DA ESTABILIZAÇÃO BÁSICA DOS MÚSCULOS EXTENSORES DO TRONCO E LOMBARES
3.14 ATIVIDADE 14
A seguir, veremos um exercício acerca do fortalecimento dos músculos
abdominais e tronco: em decúbito dorsal.
AUTOATIVIDADE
Realize flexão de joelho mantendo os pés apoiados ao chão e coluna lombar em posição
neutra.
190
FIGURA 27 – FLEXÃO DE TRONCO PARA FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS, TÓRAX É
FLETIDO EM DIREÇÃO AO JOELHO
3.15 ATIVIDADE 15
A seguir, veremos um exercício sobre o fortalecimento isométrico de tronco e
extensores do quadril.
AUTOATIVIDADE
1 Em decúbito ventral, faça a extensão dos membros superiores, juntamente
com os membros inferiores, mantendo o abdômen contraído e apoiado
no colchonete. O exercício deverá ser realizado em quatro séries, até a
máxima do paciente.
191
Esse estudo demanda de maior aprofundamento, pois aqui visamos apresentar
uma abordagem que instrumentasse o profissional da dança em termos técnicos, bem
como em possibilidades de aprimorar seus planos de aula e suas propostas de exercícios.
192
LEITURA
COMPLEMENTAR
Ramiro Marques Inchauspe
INTRODUÇÃO
CAPACIDADES FUNCIONAIS
193
A figura 1 mostra as capacidades funcionais que são resultantes da relação
harmônica entre saúde física, mental, independência na vida diária, integração social,
suporte familiar e independência econômica, interagindo de forma multidimensional
FONTE: O autor
CINESIOTERAPIA FUNCIONAL
194
estabilização interna ativa, inclusive através de implementos que produzam ou acrescentem
instabilidade, como “bozu” ou “fitball” (comumente associados a este tipo de treinamento).
FONTE: O autor
196
DO TREINAMENTO FUNCIONAL À CINESIOTERAPIA FUNCIONAL
197
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A Educação Somática, no princípio, era vista como uma alternativa para tratamento
de lesões, a exemplo da dança, ocorridos durante o exercício da profissão.
• Em sua técnica, ele desenvolveu instruções para o desbloqueio das tensões musculares
e articulares que possibilitam colocar o corpo em um maior estado de disponibilidade. Ao
mesmo tempo, as instruções trabalhadas para o desbloqueio também são utilizadas para
provocar e servir de caminho para a criação de movimentos.
198
AUTOATIVIDADE
1 Segundo o Instituto de Assistência às Américas “o envelhecimento é um processo
progressivo biológico”. Com relação ao processo de envelhecimento, assinale a
alternativa CORRETA:
FONTE: <https://institutoaa.org.br/>. Acesso em: 9 set. 2021.
2 American College of Sports Medicine afirma que “os benefícios da prática regular
de atividade física são atribuídos a vários mecanismos, que incluem redução da
inflamação sistêmica, atividade imune e hormonal, redução da adiposidade, ganho
de massa muscular isenta de gordura e aumento da aptidão cardiorrespiratória,
através da melhora do VO2 (taxa de consumo de oxigênio) máximo, entre diversos
outros”. Sobre os efeitos do exercício físico para a prevenção de quedas, assinale a
alternativa CORRETA:
FONTE: <https://www.iespe.com.br/>. Acesso em: 9 set. 2021.
3 Klauss Vianna foi um profissional da dança que buscou em sua própria experiência a
pesquisa de movimentos e registros das suas impressões. Os registros apresentam
conexões entre a didática desenvolvida por Vianna, a estética por ele percebida, estudos
anatômicos dos movimentos em questão e seus aspectos estruturais. Disserte sobre o
legado de Claus Vianna para o aperfeiçoamento da performance na dança.
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4 O quadril é constituído por dois lados, o esquerdo e o direito. Este osso se chama
Ilíaco e é formado pela fusão de três ossos: o Ìlio, o Ísquio e o Púbis. Esses ossos são
envoltos por articulações e músculos, os quais são responsáveis pelos movimentos.
Os músculos adutores do quadril formam a parte interna das coxas. Disserte sobre os
músculos que o formam e quais as suas funcionalidades.
a) ( ) Correr.
b) ( ) Levantamento de peso.
c) ( ) Apoio em um pé ou na meia ponta dos pés.
d) ( ) Agachamentos.
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REFERÊNCIAS
BLUNER, M. Guia definitivo da anatomia do joelho. 2018. Disponível em:
https://blogfisioterapia.com.br/anatomia-do-joelho/. Acesso em: 9 set. 2021.
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