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Aula 6
Elementos da Criação Coreográfica
A Forma
• A construção da seqüência-básica.
- Concepção
- Manipulação
- Desenvolvimento = Espaço e Energia
• A Música = tempo, ritmo, melodia, harmonia, fraseado
A maioria dos coreógrafos, porém, diz que sua motivação parte da música. É muito
comum entre nós, profissionais de dança, estarmos ouvindo uma música e, de repente,
começarmos a visualizar uma dança, quando então diversas formas, cores, luzes, figurinos
invadem nossos pensamentos. Talvez já seja indício de que é possível criar!
Mas a idéia para uma composição coreográfica pode surgir também de um poema,
uma história, uma peça, um quadro, um acontecimento, ou até mesmo dos movimentos
feitos por um bailarino. Um bom exemplo é o do crítico e escritor francês Theóphile Gautier
que, sabe-se, tinha tanta admiração pela bailarina Carlota Grisi que sugeriu para ela dois
temas de ballet que originaram “Giselle”.
Inspiração e pesquisa
Temas que não podemos imaginar que serviriam como inspiração a uma dança –
principalmente ao ballet – foram base de belas criações. É isso que você está vendo ao
final de cada Unidade deste curso em Inspiração, curiosidades históricas sobre o impulso
criador de alguns clássicos.
“Ballets brancos”
tenha sido a fonte da inspiração, saia do plano subjetivo. É preciso que ela seja
exteriorizada, mostrada e se materialize em dança.
Para que uma peça seja coerente e tenha sentido, devemos organizar os seus
componentes estruturantes da mesma maneira que concatenamos as palavras em frases
para expor nosso pensamento de modo lógico e funcional.
Unidade
Variedade e Contraste
Conseguir esta unidade vai depender de várias forças operantes, como variedade
e contraste, necessários para provocar interesse e dar realce à coreografia. Sem eles a
composição poderá tornar-se enfadonha. E para trabalhar com variedade de movimentos é
preciso que o coreógrafo domine a técnica com que está trabalhando.
Equilíbrio
Porém, se a variedade for procurada por si só, haverá o risco de se introduzirem
detalhes banais que poderão sacrificar uma outra parte integrante deste quadro: o
equilíbrio – a necessidade de obter-se a exata proporção entre as partes.
Clímax
Trabalhar de modo a equilibrar, dosar as dinâmicas, a energia, a ocupação do
espaço etc, não significa seguir um processo totalmente linear: mesmo equilibrada a
combinação de movimentos deverá ser capaz de levar a um ponto máximo, ou seja, ao
clímax. Assim, o trabalho terá um começo, uma ascensão e uma conclusão.
Seqüência
Então, organização demanda sequência nos movimentos empregados, ou seja, a
ordem em que um movimento segue o outro. Isso deve ser mais do que um mero arranjo.
Um simples movimento é expressivo por si próprio, mas se não for colocado em justa
posição a outros movimentos, formando uma unidade ou uma frase, não terá nenhum
significado – da mesma maneira que uma nota musical isolada não constitui uma melodia.
Transição
A maneira como um movimento nasce de outro ou continua o seu precedente e o
modo como as frases são concatenadas e relacionadas entre si, constituem o problema da
transição. E, apesar de transição também poder ser tratada como um assunto de execução
é necessário que seja também incluída na estrutura.
Repetição
Acima mencionamos a necessidade da proporção bem equilibrada entre as partes
do todo mas não podemos esquecer da repetição, necessária para focalizar partes
dominantes que devem ser priorizadas, destacadas, destinadas a dar significado especial
ao todo. É, possivelmente, o princípio básico de toda estrutura rítmica, encontrado na
periodicidade dos acentos, ou seja, de acordo com a música.
Harmonia
Finalizando este quadro, uma boa composição obriga a um trabalho de harmonia
entre as partes que a compõem. Nada deverá estar fora de sintonia ou não estar
relacionada com o todo. Isto significa que, qualidades e propósitos idênticos devem ser
personificados nos vários elementos.
Até então, falamos sobre a parte subjetiva da criação, digamos assim, e apenas
“demos um passeio” pela organização de uma coreografia. A partir de agora, falaremos da
“forma”, outro dos elementos fundamentais da criação coreográfica, e começaremos a
aprofundar cada questão.