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Musicoterapia
Prof. Daniel Santana
daniel.musicoterapia@gmail.com
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Tipos de Experiência Sonoro-Musical
2. Técnicas de Improvisação
3. Dicas
TERMOS DE APLICAÇÃO
TÉCNICA - operação ou interação singular que um terapeuta utiliza
para extrair uma reação imediata do cliente ou para moldar o curso
imediato da experiência do cliente
PROCEDIMENTO - sequência organizada de operações e interações
que o terapeuta utiliza ao conduzir o cliente pela experiência musical
MÉTODO - tipo particular de experiência
Apresentação musical usada para avaliação
do vídeo institucional
diagnóstica, tratamento e/ou avaliação
MODELO - abordagem ampla para avaliação diagnóstica, tratamento
e avaliação que inclui princípios teóricos, indicações e
contraindicações clínicas, metas, diretrizes e especificações
metodológicas e o uso característico de certas técnicas e sequências
procedurais
Bruscia, 2017
TIPOS DE EXPERIÊNCIA
SONORO-MUSICAL
EXPERIÊNCIAS DE AUDIÇÃO
Em experiências receptivas, o cliente ouve a música e responde à
experiências silenciosamente, verbalmente ou em outra modalidade.
A experiência de audição pode estar focada nos aspectos físicos,
emocionais, intelectuais, estéticos ou espirituais da música, e a
resposta do cliente varia de acordo com o propósito terapêutico da
experiência.
Apresentação do vídeo institucional
Bruscia, 2017
Metas de Audição
Promover receptividade
Evocar respostas corporais específicas
Estimular ou relaxar a pessoa
Desenvolver habilidades auditivas/motoras
Evocar estados e experiências afetivas
Explorar ideias e pensamentos dos outros
Facilitar a memória, a reminiscência e a regressão
Evocar o imaginário e as fantasias
Conectar o ouvinte à comunidade ou ao grupo sociocultural
Estimular experiências culminantes e espirituais
Bruscia, 2017
Variações de Audição
Escuta Somática Audição Subliminar
Entrainment (entrar em Audição para a Estimulação
ressonância com o ritmo do
outro) Audição Eurítmica
Ressonância Audição Perceptiva
Música Vibro-acústica Ação-Escuta
Biofeedback Musical
Audição Contingente
Música e Controle da Dor Audição Mediativa
Relaxamento Musical Atividades de Apreciação
Audição Meditativa Musical
Bruscia, 2017
Variações de Audição
Reminiscência através da Audição Projetiva
Canção Identificação projetiva sonora
Regressão através da Canção Associação livre
Recordação Induzida através Narração Projetiva
da Canção Dramatização Musical
Comunicação através da Escolha de Canção
Canção Projeção de Movimentos
Discussão através da Canção através da Música
Projeção de Desenhos através
da Música
Bruscia, 2017
Variações de Audição
Audição Imagética
Imagem musical Direcionada
Imagem Musical Não-Guiada
Imagem Musical Guiada
Imagem Musical Guiada
Interativa
Auto-Audição
Bruscia, 2017
EXPERIÊNCIAS DE RECRIAÇÃO
Na recriação, o cliente aprende, canta, toca ou executa música
composta previamente ou reproduz qualquer tipo de forma musical
apresentada como modelo. Também estão incluídos atividades ou
jogos musicais estruturados nos quais o cliente cumpre papéis ou
apresenta comportamentos que foram especificamente definidos
Bruscia, 2017
Metas de Recriação
Desenvolver habilidades sensório-motoras;
Adotar comportamento adaptativo, ordenado no tempo;
Aprimorar atenção e orientação à realidade;
Desenvolver capacidade de memória;
Desenvolver a habilidade de escutar e monitorar a si mesmo;
Promover identificação e empatia com os outros;
Experimentar e liberar sentimentos em um ambiente seguro e
apropriado;
Bruscia, 2017
Metas de Recriação
Desenvolver habilidades para distinguir, interpretar e comunicar
ideias e sentimentos;
Aprender funções chave em diferentes situações interpessoais;
Aprimorar habilidades interativas e de grupo;
Desenvolver um senso de comunidade;
Identificar-se com um valor ou crença de um grupo, comunidade,
sociedade ou cultura.
Bruscia, 2017
Variações de Recriação
Recriação Instrumental (tocando um instrumento)
Recriação Vocal (cantando uma canção)
Performance
Produções Musicais
Jogos e Atividades Musicais
Condução
Bruscia, 2017
EXPERIÊNCIAS DE COMPOSIÇÃO
Na composição, o terapeuta ajuda o cliente a escrever canções, letras
ou peças instrumentais, ou a criar qualquer tipo de produto musical,
tais como clipes de música ou gravações de áudio.
Bruscia, 2017
Metas de Composição
Desenvolver habilidades na criação de estruturas onde se possa
expressar os pensamentos e sentimentos seus e/ou que compartilha com
outros
Desenvolver habilidades na organização de pensamentos e sentimentos
de modo que se encaixem na estrutura adotada
Desenvolver a habilidade de explorar diferentes formas de expressar
pensamentos e sentimentos dentro da estrutura
Desenvolver habilidades de tomada de decisão
Desenvolver a habilidade de documentar e comunicar a maneira que os
outros devem recriar sua composição;
Promover a exploração de temas terapêuticos através da letra;
Desenvolver a habilidade de integrar e sintetizar partes em um todo
Bruscia, 2017
Variações de Composição
Transformação de Canções
Escrever Canções
Composição Instrumental
Atividades de Notação
Colagens Musicais
Bruscia, 2017
EXPERIÊNCIAS DE IMPROVISAÇÃO
Na improvisação, o cliente faz música ao tocar ou cantar, criando
extemporaneamente uma melodia, um ritmo, uma canção ou uma
peça instrumental. O cliente pode improvisar sozinho, num dueto ou
em um grupo que inclui o terapeuta, outros clientes e, às vezes,
parentes.
Bruscia, 2017
Metas de Improvisação
Estabelecer um canal de comunicação não verbal e uma ponte
para a comunicação verbal
Fornecer meios gratificantes de autoexpressão e formação de
identidade
Explorar diferentes aspectos do eu em relação aos outros
Identificar, expressar e trabalhar emoções difíceis
Desenvolver a capacidade de respeito interpessoal e intimidade
Bruscia, 2017
Metas de Improvisação
Desenvolver habilidades interpessoais ou de grupo
Resolver problemas interpessoais ou de grupo
Desenvolver a criatividade, expressar liberdade, espontaneidade e
ludicidade dentro de diferentes níveis de estrutura
Estimular e desenvolver os sentidos
Desenvolver habilidades perceptivas e cognitivas
Bruscia, 2017
Variações de Improvisação
Instrumental sem referencial
Instrumental com referencial
Improvisação de Canções
Improvisação Vocal sem referencial
Improvisações corporais
Improvisações com mídias mistas
Improvisações conduzidas
Bruscia, 2017
TÉCNICAS DE IMPROVISAÇÃO
TÉCNICAS DE IMPROVISAÇÃO
Descriminadas por Kenneth E. Bruscia, descrevem procedimentos que
podem ser utilizados nas intervenções de improvisação para alcançar
ações ou objetivos específicos.
As técnicas se utilizam normalmente para:
• transmitir empatia
Apresentação do vídeo institucional
• proporcionar uma estrutura musical para a improvisação do paciente
• organizar o processo de improvisação
• estimular a improvisação referencial
• explorar emoções
• discutir temas terapêuticos
Bruscia, 2002
Técnicas de Empatia
Imitar - fazer eco ou reproduzir uma resposta do paciente, depois de
a resposta estar completa.
Sincronizar - fazer o que o paciente está fazendo ao mesmo tempo.
Incorporar - utilizar um motivo ou comportamento musical do
paciente como tema para uma improvisação, ou composição pessoal,
e elaborá-lo.
Regular/Ajudar (movimento regulado) - Ajustar-se ao nível de
energia do paciente (intensidade e velocidade).
Refletir - ajustar-se ao estado de ânimo, atitude e sentimento
exibidos pelo paciente.
Amplificar/Exagerar - extrair algo que seja diferente ou único sobre a
resposta ou comportamento do paciente e exagerá-lo.
Bruscia, 2002
Técnicas de Facilitação
Repetir - reiterar o mesmo padrão rítmico, melódico ou de
movimento, ou de letra etc., contínua ou intermitentemente.
Modelar - apresentar ou demonstrar algo para o paciente o imitar ou
imitá-lo.
Criar Espaços - deixar espaços em toda estrutura da improvisação
própria para o que o paciente se interponha.
Interpor - esperar que haja um espaço na música do paciente para
preenchê-lo.
Estender - adicionar alguma coisa ao final da resposta do paciente
para complementá-la.
Completar - responder ou completar a pergunta musical do paciente,
ou a frase antecedente.
Bruscia, 2002
Técnicas de Intimidade
Compartilhar Instrumentos - utilizar o mesmo instrumento que o
paciente, ou tocá-lo cooperativamente.
Dar - presentear o paciente com um regalo como uma execução
musical, um instrumento, etc.
União - desenvolver uma peça ou uma canção curta baseada na
resposta do paciente e utilizá-la como tema para a relação.
Solilóquio - improvisar uma canção como se falasse a si mesmo sobre
o paciente.
Bruscia, 2002
Técnicas de Procedimento
Permitir/Capacitar - instruir o paciente sobre a improvisação ou
ajudá-lo de alguma outra maneira.
Trocar - mudar de uma modalidade e/ou meio de expressão para
outro.
Fazer Pausas - fazer com que o paciente descanse em diversos
momentos da improvisação.
Retirar-se - desempenhar um papel menos ativo ou de controle e
permitir que o paciente dirija a experiência.
Experimentar - proporcionar uma estrutura ou ideia para guiar a
improvisação do paciente e fazê-lo experimentar esta.
Conduzir - dirigir uma improvisação musical por meio de gestos ou
sinais.
Bruscia, 2002
Técnicas de Procedimento
Ensaiar - O terapeuta faz com que o paciente participe em uma parte
ou da totalidade de uma improvisação.
Executar - fazer com que o paciente refaça uma improvisação depois
de ter ensaiado.
Rebobinar - fazer com que o paciente escute uma gravação de sua
própria improvisação.
Informar/Relatar - O terapeuta pede ao paciente que relate vários
aspectos da experiência de improvisação.
Reagir - após uma improvisação perguntar ao paciente o que ele
gostou, o que ele não gostou.
Analogia - após uma improvisação pedir ao paciente que cite uma
situação em sua vida que seja análoga à experiência de improvisação.
Bruscia, 2002
Técnicas de Referenciais
Parear/Nivelar - o terapeuta improvisa diferentes motivos musicais
para respostas selecionadas do paciente e depois toca o motivo cada
vez que o cliente emite uma resposta.
Simbolizar - fazer com que o paciente utilize algo musical
(instrumento, motivo) para descobrir ou representar algo mais
(acontecimento ou pessoa).
Recordação - fazer com que o paciente recorde ou imagine sons que
acompanharam uma situação ou acontecimento particular e os
reproduza.
Associação Livre - levar o paciente a dizer o que quer que venha à
mente ao escutar uma improvisação, incluindo imagem, lembranças
ou associações.
Bruscia, 2002
Técnicas de Referenciais
Projetar - fazer com que o paciente improvise música que descreva
uma situação real, sentimento, acontecimento ou relação.
Fantasiar - fazer com que o paciente a improvise uma fantasia,
estória, mito ou sonho.
Contar uma estória - improvisar música e estimular o paciente a
inventar uma estória.
Bruscia, 2002
Técnicas de Exploração Emocional
Conter (Holding) - quando o paciente improvisa, o terapeuta fornece
um fundo musical que ressoe com os sentimentos do paciente,
enquanto os contém.
Substituir (sósia, fazer/ dobrar o papel de) - expressar sentimentos
que o ele tenha dificuldade de reconhecer, ou liberar completamente.
Contrastar - fazer com que o paciente improvise qualquer dos seus
sentimentos opostos.
Fazer Transições - fazer com que o paciente a encontre diversas
maneiras, dentro de uma improvisação, de ir de uma qualidade de
sentimento para seu oposto.
Interagir - introduzir elementos de contraste na improvisação,
combiná-los, equilibra-los e depois fazê-los compatíveis.
Bruscia, 2002
Técnicas de Debate/Discussão
Conectar - verbalizar ou perguntar ao paciente quantos aspectos da
experiência ou expressão se relacionam entre si.
Indagar - fazer perguntas ou afirmações para facilitar a informação
precedente do paciente.
Esclarecer - fazer com que o paciente elabore, esclareça ou verifique
informação que já tenha sido oferecida.
Resumir - recapitular verbalmente os acontecimentos da terapia e
colocá-los concisamente, ou revisar as experiências ou respostas do
paciente durante uma fase particular da terapia ou situação de vida.
Feedback - verbalizar como o paciente soar, sentir ou parecer para
outra pessoa.
Bruscia, 2002
Técnicas de Debate/Discussão
Interpretar - oferecer possíveis explicações para as experiências do
paciente.
Metaprocessar - fazer com que o paciente mude para um nível de
consciência que o capacite a observar e reagir sobre o que está
fazendo ou sentindo.
Reforçar - recompensar paciente positivamente ou negativamente de
acordo com seu comportamento.
Confrontar - desafiar o paciente a indicar discrepâncias, ou
contradições em suas respostas.
Revelar - revelar algo pessoal ao paciente, falar sobre si mesmo
durante uma sessão.
Bruscia, 2002
Indicações de Livros
Indicações de Redes Sociais
@atravezopodcast
@ubam.musicoterapia
BV Musicoterapia
UBAM Musicoterapia
ATIVIDADE DE AVALIAÇÃO
Referências
• BENENZON, R. Teoria da musicoterapia. Grupo Editorial Summus, 1988.
• BONNY, Helen Lindquist. Sound as symbol: Guided imagery and music in clinical practice.
Music Therapy Perspectives, v. 6, n. 1, p. 7-10, 1989.
• BRUSCIA, Keneth E.; MUSICOTERAPIA, Definindo. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000. Definindo
Musicoterapia, 2017.
• _______. Improvisational models of music therapy. Charles C Thomas Pub Ltd, 1987.
• ESCHEN, J. T. Analytical music therapy. Jessica Kingsley Publishers, 2002.
• MADSEN, Clifford K.; COTTER, Vance; MADSEN, C. H. A behavioral approach to music
therapy. Journal of Music Therapy, v. 5, n. 3, p. 69-71, 1968.
• NORDOFF, Paul; ROBBINS, Clive. Creative music therapy: A guide to fostering clinical
musicianship. Barcelona Pub, 2007.
• SCHAPIRA, D.; SÁNCHEZ, V.; HUGO, M. El abordaje plurimodal en musicoterapia. Ediciones
ADIM. Buenos Aires, 2007.
• THAUT, Michael; HOEMBERG, Volker (Ed.). Handbook of neurologic music therapy. Oxford
University Press (UK), 2014.