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DIÁLOGO DIÁRIO

DE SEGURANÇA
(DDS)

ACIDENTE DE
TRAJETO
Também conhecido como acidente de percurso é o acidente ocorrido durante a
ida do empregado ao trabalho ou a volta dele para casa, sendo considerado
acidente de trabalho. O mais comum são os acidentes de trânsito, mas
acidentes de qualquer natureza se enquadram na mesma legislação (uma
queda no meio fio, uma bala perdida, um escorregão, entre outros).
Para ser caracterizado como acidente de trabalho é necessário que o
empregado esteja dentro do horário e num percurso correto. Ou seja,
considera-se o tempo médio que ele gasta nesta locomoção e o trajeto
realizado.
Para exemplificar: o empregado saiu de casa para o trabalho, mas como estava
adiantado resolveu passar antes na casa da namorada que fica em outro
trajeto, na ida sofre um acidente. Não será caracterizado como acidente de
trabalho já que ele estava fora do percurso. 
No entanto, se desviar algumas quadras apenas, pra passar numa padaria por
exemplo, e sofrer o acidente, será acidente de trabalho. Ou seja, para
descaracterizar o percurso o desvio deve ser significativo como podemos ver
neste outro exemplo: o empregado sai do trabalho para casa, mas antes
resolve ir ao shopping. Sofre um acidente e como está fora do seu trajeto não
será acidente de trabalho. 
Como acidente deve ocorrer no trajeto também não se encaixa o acidente
sofrido na residência do empregado mesmo que seja saindo ou chegando do
trabalho, quer dizer: abriu o portão e escorregou numa casca de bananas, caiu
e se machucou, estava em casa, portanto não é acidente de trabalho. Se
tivesse acontecido a mesma cena na rua, seria considerado um acidente de
trabalho.
A forma de locomoção não influencia na caracterização do acidente: o
empregado pode estar de moto, a pé, de bicicleta, carro, transporte coletivo, ou
outro de qualquer natureza. No entanto, quando o empregado é quando usuário
de vale transporte deve tomar alguns cuidados. Vamos supor que o funcionário
se declara usuário de transporte coletivo e utiliza o vale transporte, mas utiliza a
bicicleta para ir e voltar do trabalho. Se sofrer um acidente, pode ser entendido
como desvio de trajeto e mais sério ainda, desvio de conduta (declaração
mentirosa) o que pode causar demissão por justa causa.
Ao sofrer o acidente o empregado tem 24 horas para comunicar a empresa
para que ela preencha corretamente a CAT – Comunicado de Acidente de
Trabalho a ser apresentada ao INSS. O empregador e mesmo a perícia pode
exigir provas, por isto, a vítima deverá trazer comprovantes de atendimento
hospitalar, ou um boletim de ocorrência da PM, ou comprovante de atendimento
do SAMU, testemunhas, entre outros.
O acidente de trajeto (desde que o afastamento necessário seja superior a 15
dias) garante ao empregado a estabilidade no emprego por 12 meses a partir
da volta do acidentado ao trabalho, ou seja, a mesma estabilidade concedida
em casos de acidente de trabalho.
A empresa não responde pela culpa neste tipo de acidente, ou seja, não deve
nenhuma indenização nem pode ser responsabilizada civilmente. No entanto,
pode gerar indenização caso não cumpra o prazo garantido de estabilidade ao
funcionário.
Muitas empresas acreditam que não possuem nenhuma responsabilidade sobre
este tipo de acidente. No entanto, existem fatores que os empregadores devem
observar pois geram responsabilidade sobre este tipo de acidente. Um dos
mais comuns é a sobrecarga de trabalho que pode gerar acidentes de percurso:
carga horária exagerada (mais de duas horas extras ao dia), sem descanso
semanal, sem tirar férias a mais de um ano, viagens cumulativas sem período
de descanso. Nestes casos, confirmada a falta da empresa, se o funcionário
sofrer um acidente devido a fadiga, bater o carro por desatenção, por exemplo,
a empresa responde civilmente pelo acidente, podendo, desta forma, ser
responsabilizada pelo acidente.

https://sipatshow.com.br/seguranca-do-trabalho-acidente-de-trajeto/

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