Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos
termos da GNU Free Documentation License.
Nas Teses de Abril, Lênin deu uma resposta clara e completa a todas as questões que
agitavam, então, o Partido Bolchevique e toda a Rússia revolucionária.
Nesse período, em todo o enorme trabalho de Lênin na Suíça, suas "Cartas de Longe"
ocupam um lugar especial. Ele escreveu cinco, mas só a primeira carta, sob a denominação
de "A Primeira Etapa da Primeira. Revolução", foi publicada a 21 e 22 de março (3 e 4 de abril)
de 1917, na "Pravda", que tinha ressurgido com a revolução. As outras cartas de Lênin
ficaram em manuscritos e só foram publicadas depois de sua morte.
Lênin escreveu:
Antes de partir da Suíça, ele escreveu a "Carta de Despedida aos Operários Suíços",
aprovada na reunião dos bolcheviques emigrados que voltavam à Rússia, ao mesmo tempo
que Lênin.
As grandes idéias de Lênin sobre a guerra, a paz e a revolução, foram as idéias que
orientaram os bolcheviques em todo o seu trabalho.
Stálin escreveu:
"Com a rapidez do raio, avança o carro da revolução russa. Por toda parte,
crescem e ampliam-se os destacamentos dos lutadores revolucionários. Os
esteios do antigo poder são abalados pela base e caem"(4).
Stálin perguntou: que é necessário para manter os direitos conquistados e fazer avançar
a revolução russa.
"Operários, camponeses, soldados ! Unificai-vos, por toda parte, nos Soviéts dos
deputados operários e soldados, nos órgãos da aliança e do poder das forças
revolucionárias da Rússia!"(6).
Alguns militantes do Partido, que estiveram muito tempo nas prisões e lugares de
deportação, orientavam-se mal na situação política que se tinha criado, vacilavam e não
viam claramente a atitude que os bolcheviques deveriam tomar.
"Foram necessárias as célebres "Teses de Abril" de Lênin para que o Partido, com
um rápido impulso, pudesse atingir o novo caminho(7).
Lênin caiu aí nas mãos dos ingleses que dominavam a fronteira russa. Eles o
submeteram a uma busca minuciosa e grosseira. Mas todos os vexames terminaram. Lênin
estava na terra da Rússia revolucionária. Os soldados revolucionários que guardavam a
fronteira russa, em Tornéo, foram os primeiros que acolheram Lênin com entusiasmo e aos
quais Lênin saudou no território da Rússia revolucionária. Em Tornéo, Lênin foi acolhido por
uma delegação especial enviada pelos bolcheviques de Helsinki e pelo Soviét desta cidade.
No primeiro trem que seguiu de Tornéo para o sul, Lênin partiu, alta noite, a 2 de abril,
para Petrogrado.
Logo que o trem se pôs em movimento, Lênin mandou abrir todas as portas internas do
vagão e realizou um comício original, cujos participantes principais eram soldados que
voltavam da fronteira para Helsinki e Petrogrado.
Duas horas ante da chegada do trem da Finlândia com Lênin, em Sestroretzk, perto de
Bieloostrov, que era um ponto da fronteira com a Finlândia, teve lugar uma reunião
convocada pela organização bolchevique de Sestroretzk. O representante do Comitê de
Petrogrado comunicou aos participantes da reunião que, duas horas depois, Lênin passaria
perto de Sestroretzk. Preparando faixas vermelhas e cartazes saudando Lênin, os operários
e as operárias revolucionários de Sestroretzk, num trem especial de ramal, partiram para
Bieloostrov. Na plataforma da estação de Bieloostrov, eles se fundiram com a massa, com o
povo cheio de alegria, que esperava com impaciência a chegada de Lênin. Ali, entre os
delegados dos operários de Petrogrado, estavam o camarada Stálin e Maria Ilinitchna.
O encontro de Lênin com Stálin foi profundamente emocionante. Lênin deu um forte
abraço em Stálin e beijaram-se.
A notícia da chegada de Lênin espalhou-se pela cidade com uma rapidez extraordinária.
Nas usinas Obukov, Putilov e outras da capital, foram convocados comícios relâmpagos dos
bolcheviques, a fim de organizar a recepção a Lênin. Milhares de operários, com os
bolcheviques à frente, decidiram dirigir-se à estação da Finlândia.
Pouco depois, toda a praça e as ruas vizinhas da estação tinham sido completamente
invadidas pelas colunas de operários, operárias, soldados, marinheiros e guardas-vermelhos.
À frente das organizações operárias, marchava a milícia operária armada.
Onze horas da noite. O povo esperava, num estado de grande tensão, a chegada do trem
com Lênin. Na plataforma da estação, havia inúmeras bandeiras, arcos ornados com panos
vermelhos e inscrições saudando Lênin. No fim da plataforma, com flores nas mãos,
encontravam-se os parentes e amigos de Lênin, os membros do Comitê Central do Partido e
do seu Comitê de Petrogrado. Através dos dois lados da plataforma, estavam os delegados
das unidades blindadas, os soldados da Companhia de metralhadoras, dos regimentos de
Moscou e Preobrajenski, e os marinheiros com orquestras.
O TREM chegou à meia noite. Lênin, com Stálin, saiu do vagão e foi saudado
calorosamente pelos membros do Bureau Russo do Comitê Central do Partido — os
camaradas Molotov e Kalinin, pelos membros do Comitê de Petrogrado e pelos parentes.
Saudado com entusiasmo pelas tropas e pela milícia operária, Lênin terminou seu
discurso com um viva à revolução socialista. Os operários e os soldados levaram Lênin nos
braços para a sala da terceira classe. Ali, diante do povo em delírio, Lênin pronunciou um
novo discurso, breve, acentuando ser impossível que os operários se satisfizessem com o
que existia na Rússia, e que o povo precisava do poder da classe operária, da revolução
socialista.
Finalmente, levaram Lênin às salas nobres, "do tzar", que existiam na estação. Ali o
esperavam os representantes das organizações das zonas e sub-zonas de Petrogrado e
diversas delegações, entre os quais a do Comitê Executivo do Soviét de Petrogrado, tendo à
frente os mencheviques Tchkeidze e Skobelev.
Depois, Lênin deu uma volta brusca, dirigiu-se ao automóvel que o esperava e,
aproximando-se dele, começou seu discurso. Operários e soldados cercaram-no por todos
os lados. Milhares de olhos voltaram-se para ele. Todos queriam escutar sua voz e sua
palavra. Todos queriam ver o grande tribuno e o chefe da revolução.
Foi um momento inesquecível. Uma das pessoas que escutaram o discurso de Lênin,
recorda:
O povo via exatamente na pessoa de Lênin aquele que estava em condições de unificar
em torno de si todos os trabalhadores da Rússia e conduzir o povo pelo novo caminho, para
a vida livre e feliz.
Lênin desceu do auto-blindado e dirigiu-se para o palácio. O povo ficou muito tempo na
praça. Lênin dirigiu-lhe a palavra três vezes, falando-lhe do balcão do segundo andar, com
breves discursos. Milhares de ouvintes apreendiam, comovidos, cada palavra do chefe.
A chegada de Lênin teve uma importância imensa para o Partido Bolchevique, para a
revolução. Como um gigante do pensamento criador, da vontade revolucionária inabalável,
apareceu Lênin diante das massas revolucionárias do povo.
Cheio de alegria e estímulo, Lênin surgiu na sede do Comitê Central do Partido. Saudou
uns e reconheceu outros. Palestrou longa e amistosamente com o camarada Stálin.
No andar superior do edifício, foi preparado um chá fraternal para Lênin e os camaradas.
Os bolcheviques de Petrogrado começaram a fazer discursos de saudação, mas Lênin
desviou-os para as tarefas que se levantavam diante do Partido e da classe operária na
revolução.
Decidiram descer ao andar térreo, à ampla sala onde, num momento às três da
madrugada, se reuniram centenas de militantes do Partido, representantes das zonas da
capital, de Kronstadt, dos arredores e membros da Conferência dos Soviéts de toda a Rússia.
Lênin falou aos presentes, num longo discurso sobre as perspectivas da revolução e, em
particular, sobre as idéias que, no mesmo dia, ele desenvolveu em suas Teses de Abril, de
importância histórica mundial. Este discurso foi, para muitos camaradas, uma verdadeira
revelação. Os assistentes aplaudiram Lênin, amistosa e prolongadamente. O rosto dos
presentes iluminava-se cheio de entusiasmo e da decisão de marchar com Lênin para a luta
de vida e de morte pela revolução socialista.
A 4 (17) de abril de 1917, no palácio de Taurida, Lênin leu e explicou em dois informes
que se sucederam um ao outro, suas célebres teses "Sobre as Tarefas do Proletariado na
Atual Revolução". Coube a estas teses históricas de importância mundial, a tarefa de
acelerar a marcha da revolução russa, orientando as massas trabalhadoras da Rússia para a
luta abnegada pelo poder dos Soviéts, pela vitória do socialismo no país. Lênin leu suas
teses, a princípio, na reunião dos militantes dirigentes do partido e, depois, numa reunião
conjunta dos bolcheviques e mencheviques. Três dias depois, a 7 (20) de abril, foram
publicadas na "Pravda".
Nas Teses de Abril, Lênin, antes de tudo, deu uma resposta complete à questão mais
aguda do momento: a atitude dos bolcheviques diante da guerra então existente. O destino
da Rússia, sua independência como Estado e sua integridade dependiam da solução justa
desta questão. Lênin disse que a guerra, também sob o novo Governo Provisório, imperialista
por seu caráter, continuava a ser uma guerra de rapina e usurpação. Por isto, disse ele, eram
inadmissíveis as mínimas concessões ao chamado "defensismo revolucionário", isto é, a
pregação mistificadora, feita pelos mencheviques e social-revolucionários, segundo a qual,
com o derrubamento da autocracia, a guerra tinha deixado de ser usurpadora e,
pretensamente, não era travada com vistas a usurpações, e sim por necessidade — para a
defesa do Estado.
Mesmo antes da derrubada do tzarismo, Lênin tinha assinalado:
Numa de suas cartas escritas no estrangeiro e enviadas à Rússia. Lênin, tendo sido
informado da criação do governo do príncipe Lvov & Cia., esclareceu: a guerra, do lado da
Rússia, não deixou de ser imperialista e não poderá deixar de sê-lo, enquanto no poder se
encontrarem os proprietários rurais e os capitalistas, os representantes da classe burguesa;
enquanto no poder se encontrarem agentes e serviçais tão diretos dessa burguesia como
Kerenski e outros social-patriotas; enquanto os tratados do tzarismo com os imperialistas
anglo-francêses estiverem em vigor e não forem publicados; enquanto não for liquidada a
aliança com o imperialismo anglo-frances; enquanto o poder do Estado não passar da
burguesia imperialista para as mãos do proletariado.
Lênin nunca disse que os bolcheviques são inimigos de quaisquer guerras. Eles são
inimigos das guerras injustas, usurpadoras, espoliadoras. Mas Lênin acentuava não estar
excluída a possibilidade de uma guerra com a qual o proletariado consciente concordaria.
Entretanto, isto só teria lugar quando a guerra fosse revolucionária, que justificasse o
verdadeiro defensismo revolucionário, isto é, uma guerra em que o povo revolucionário
defendesse os seus verdadeiros interesses e conquistas. Em que circunstâncias isto poderia
ter lugar? Lênin respondeu: com a condição de que o poder passasse para as mãos do
proletariado e para as camadas mais pobres do campesinato, próximos do proletariado,
quando não se tivesse de defender o Estado burguês, e sim o seu querido Estado soviético,
quando tivesse lugar uma ruptura completa com todos os interesses do imperialismo.
Lênin tinha em conta que, entre as amplas camadas das massas populares, enganadas
pela burguesia, camadas que tinham caído sob a influência da política conciliadora dos
social-revolucionários e mencheviques, havia muita gente que se enganava
conscientemente, aceitava a guerra como necessidade e não com fins de conquistas. Em
relação a essa gente, Lênin exigia que os bolcheviques explicassem, de modo especialmente
circunstanciado, tenaz e paciente, a ligação indissolúvel do capital com a guerra imperialista.
Numa de suas "Cartas de Longe", Lênin assinalou: fazer ao Governo Provisório burguês a
proposta de concluir uma paz democrática, é completamente inútil. Por isto, Lênin
estabeleceu para os bolcheviques, como uma obrigação, provarem ao povo, aos operários e
soldados, de modo convincente, que só era possível terminar a guerra com uma paz
verdadeiramente democrática, sem violências, com a condição de derrubar o capitalismo.
Nas Teses de Abril, Lênin revelou a essência da originalidade da situação característica
da Rússia, surgida em abril de 1917. Lênin definiu esta originalidade como a passagem da
primeira etapa da revolução, que deu o poder à burguesia em virtude da consciência e da
organização insuficientes do proletariado, para a segunda etapa da revolução, que deveria
dar o poder ao proletariado e ao campesinato mais pobre. Em que consistia a primeira etapa
da revolução?
Depois desta revolução, o poder passou para as mãos de outra classe, da nova
classe, exatamente da burguesia.
A passagem do poder do Estado, das mãos de uma classe para as mãos de outra
classe, é o primeiro índice, o principal, o fundamental da revolução, tanto na
significação rigorosamente científica desta noção, como na significação prática
política.
Tudo isto exigia que as massas populares e, sobretudo, as massas proletárias, fossem
levadas a desenvolver uma grande atividade política. Lênin sempre ensinou que a política
começa onde as massas, milhões de homens, atuam. Por isto, Lênin exigiu que os
bolcheviques criassem formas de organização que pudessem abarcar esses milhões e os
elevassem ao nível da compreensão justa do que tinha lugar no país.
Lênin fez a primeira caracterização ampla do Governo Provisório, no "Borrão das teses
de 17 de março de 1917". Falando sobre "o novo governo", como um governo de
imperialistas conscientes, ele acentuou que esse governo:
"não pode dar aos povos da Rússia (nem às nações com as quais a guerra nos
ligou) nem paz, nem pão, nem completa liberdade"(14).
A característica individual dos negocistas políticos do Governo Provisório, foi feita por
Lênin, já em Zurich, na mensagem ao proletariado internacional — "A Revolução na Rússia e
as Tarefas dos Operários de Todos os Países", e na folha volante "Aos camaradas que
sofrem como prisioneiros". Lênin escreveu sobre o Governo Provisório:
Lênin considerava que a primeira tarefa dos bolcheviques era esclarecer e desmascarar,
diante das amplas massas, a falsidade de todas as promessas do Governo Provisório, que
não podia deixar de ser imperialista. Por isto, Lênin proclamou:
Lênin concedeu uma atenção especial aos Soviéts, criação revolucionária das massas
operárias russas.
Em suas Teses de Abril, Lênin lançou a palavra de ordem "Todo o poder aos Soviéts",
pois os Soviéts constituíam a única forma possível de governo revolucionário. Lênin
declarou: mas enquanto esse governo sofrer influência da burguesia, será necessário que os
bolcheviques expliquem paciente, sistemática e tenazmente os erros da tática dos Soviéts,
adaptando o seu trabalho de esclarecimento às necessidades práticas das massas.
Lênin tinha em vista o fato de que, se o poder passasse para os Soviéts, embora nas
mãos dos mencheviques e social-revolucionários, as massas, baseando-se na própria
experiência, se livrariam de seus erros e ilusões.
Nas Teses de Abril, Lênin exprimiu a idéia genial de que, na Rússia revolucionária, não
deveria ser estabelecida a República Parlamentar — pois seria um passo atrás, voltar do
Soviét dos deputados operários, para ela — e sim a República dos Soviéts dos deputados
operários, soldados e camponeses, em todo o país, de cima a baixo.
Três semanas antes do aparecimento das Teses de Abril, Lênin escreveu: a desilusão
das massas populares no Governo Provisório, faz com que se aproxime "a hora da
substituição deste governo pelo poder do Soviét dos Deputados Operários"(17).
Partindo da experiência das duas revoluções russas, no processo das quais as massas
criaram os Soviéts, Lênin propôs que a república-democrática parlamentar fosse substituída
pela república dos Soviéts como a forma mais conveniente da organização política da
sociedade no período de transição do capitalismo para o socialismo.
Lênin descobriu que os Soviéts são a forma estatal da ditadura do proletariado. Esta
descoberta foi uma contribuição imensa para o tesouro da teoria marxista. Exatamente
Lênin, como verdadeiro, autêntico marxista, que impele para a frente a teoria, combina a
prática com a teoria, não temeu atentar contra um dogma que se tinha enraizado, que
passara de tempo e que, na situação histórica, formada concretamente na primavera de
1917, só poderia ser nocivo.
Exatamente os Soviéts foram a única forma política que poderia realizar a libertação,
econômica e política do proletariado.
Na luta histórica contra a burguesia, o proletariado só podia triunfar numa aliança com o
campesinato mais pobre. Por isso, Lênin determinou assim, as tarefas do Partido
Bolchevique nos campos: a nacionalização de todas as terras do país, com a confiscação
das terras dos grandes proprietários rurais e a criação de estabelecimentos modelares nos
grandes domínios rurais, sob o controle dos deputados operários agrícolas e por conta da
sociedade.
O programa econômico dos bolcheviques, formulado por Lênin nas Teses de Abril,
também previa a fusão imediata de todos os bancos do país num único banco geral da
nação, controlado pelos Soviéts. A idéia de Lênin era minar a base econômica da burguesia e
orientar a atividade dos bancos no interesse das massas trabalhadoras, em nome da
revolução socialista. Lênin declarou que os bolcheviques não deviam estabelecer como
tarefa imediata a "introdução" do socialismo, e sim, apenas, passar imediatamente, ao
controle dos Soviéts dos deputados operários sobre a produção social e a distribuição dos
produtos.
Nas Teses de Abril, Lênin deu grande atenção aos problemas da construção do Partido.
Ele propôs que, na parte teórica do programa máximo, fossem introduzidas secções
especiais sobre a atitude em face do Estado e a reivindicação do "Estado-comuna". Quanto
ao programa mínimo, ele deveria ser corrigido, tendo em conta a experiência da revolução
democrática burguesa, que tinha sido realizada.
Lênin concentrou nas Teses de Abril toda a imensa experiência do Partido Bolchevique e
desenvolveu as idéias geniais sobre a guerra e a revolução. Ele não deixou sem resposta
uma única questão do período de transição e, à luz da teoria marxista, iluminou claramente a
situação extremamente complexa, variada e contraditória da Rússia revolucionária.
"As Teses de Abril, de Lênin, traçaram o plano genial da luta do Partido pela
passagem da revolução democrático-burguesa à revolução socialista, pela
passagem da primeira etapa da revolução à segunda etapa — a etapa da
revolução socialista. Com toda a sua história anterior, o Partido estava preparado
para essa grande tarefa. Já em 1905, na brochura "Duas Táticas da Social-
Democracia na Revolução Democrática", Lênin disse que, depois da derrubada do
tzarismo, o proletariado passaria a realizar a revolução socialista. Nas teses, o
que havia de novo é que elas traçavam o plano concreto, fundamentado
teoricamente, da passagem para a revolução socialista".
O caminho indicado por Lênin nas Teses de Abril, conduziu os trabalhadores do nosso
país, dirigidos pelo Partido Bolchevique. à vitória da Grande Revolução Socialista de Outubro,
à criação do Estado socialista soviético.
Lênin tinha passado pela escola severa da luta política e conhecia muito bem o
verdadeiro valor de seus adversários.
Não foram, apenas, a burguesia russa e os oportunistas russos que se lançaram, então,
contra Lênin, contra os bolcheviques. Toda a burguesia internacional e seus agentes os
apoiaram energicamente. O jornal "Temps", órgão da grande burguesia francesa, órgão
oficioso do governo francês, revelando a verdade de seus pensamentos secretos, escreveu a
22 de abril de 1917:
Em torno de Lênin, congregou-se todo o Partido Bolchevique. Ele foi preparado para a
luta pelas Teses de Abril, por todo o seu passado glorioso, por toda a atividade do Bureau do
Comitê Central do Partido na Rússia, tendo à frente os camaradas Stálin, Molotov e outros.
As teses de Lênin conquistaram as organizações do Partido, uma após outra, em Petrogrado,
em Moscou e em toda a Rússia. Dois dias depois, a 10 de abril, foram aprovadas pelo Comitê
da zona de Vassili Ostrov e pelas organizações do Partido nas outras zonas de Petrogrado. A
14 de abril, realizou-se a Conferência dos bolcheviques de Petrogrado, que aprovou as teses
e as colocou na base de seu trabalho.
Inaugurando a Conferência, Lênin, num breve discurso, assinalou que a grande honra de
começar a revolução cabia ao proletariado russo. Em seus relatórios na conferência, Lênin
desenvolveu as idéias que ele tinha formulado nas Teses de Abril.
Lênin condenou a posição de Zinoviev, que era contrário à criação da nova Internacional, a
Internacional Comunista. Lênin caracterizou a tática de Zinoviev como "arqui-oportunista e
nociva".
A Rússia foi o primeiro país do mundo que abriu o caminho para o socialismo. Agora
que o esmagamento dos focos principais do fascismo conduziu a um vasto
desenvolvimento do movimento democrático no mundo inteiro, muitos povos da Europa,
depois da guerra, não querendo viver como antigamente, chamaram a si o destino de seus
Estados, criaram novos regimes, democráticos. A questão do socialismo está na ordem do
dia, em muitos países da Europa. Atualmente, repercutem com uma nova força as profundas
Teses de Abril e as palavras magníficas de Lênin sobre a originalidade, o caráter sui-generis
dos caminhos do desenvolvimento da democracia e do socialismo nos diferentes países do
mundo.
Durante os anos do poder soviético, sob a sábia direção do Partido de Lênin e Stálin, foi
construído o novo Estado socialista verdadeiramente popular que resistiu a provas
extraordinárias e demonstrou sua força invencível e sua vitalidade. Defendendo, como a
menina dos olhos, a potência soviética, o nosso grande povo soviético, dirigido pelo seu
chefe e mestre, o camarada Stálin, marcha firmemente para a completa vitória do
comunismo.
Início da página
Notas de rodapé:
(1) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, tomo XX, pág. 18 — Edição russa — Moscou. (retornar ao texto)
(5) J. Stálin — OBRAS, pg. 2 tomo III, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(6) J. Stálin — OBRAS, pg. 2 tomo III, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(7) "Nos Caminhos de Outubro" — "Artigos e Discursos", pg. 9, edição russa, Moscou, 1925. (retornar ao texto)
(8) V. Molotov — "Lênin e o Partido durante a Revolução", pg. 4, edição russa, Moscou, 1924. (retornar ao texto)
(9) V. Molotov — "Lênin e o Partido durante a Revolução" pg. 4, edição russa, Moscou, 1924. (retornar ao texto)
(10) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 199, tomo XIX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(11) V.I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 313, tomo XVIII, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(12) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 100, tomo XX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(13) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 32, tomo XX, edição russa, Moscou.(retornar ao texto)
(14) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pgs. 9 e 10, tomo XX. edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(15) V. I. Lênin — "Obras de 1917", pg. 75, edição russa, Moscou, 1938. (retornar ao texto)
(16) J. Stálin — "Cuestiones del Leninismo", pg. 121, Ediciones en Lenguas Extranjeras, Moscou. (retornar ao
texto)
(17) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 40; tomo XX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(18) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 45, tomo XX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(20) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 46, tomo XX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(21) V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 90, tomo XX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
(22) J. Stálin - "Sobre Lênin", pg. 84, edição russa, Moscou, 1940.(retornar ao texto)
(23) — V. I. Lênin — OBRAS COMPLETAS, pg. 203, tomo XIX, edição russa, Moscou. (retornar ao texto)
Inclusão 06/09/2008