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PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO – UNYLEYA

Curso: Língua Portuguesa para Profissionais


Mês de início na turma/Local de residência: março/Goiânia
Disciplina: Recursos Estilísticos – Unidade II
Professor/Tutor: Fabrício Gomes
Nome completo: Flávia Fernanda de Oliveira
Atividade: Unidade II - Tarefa 2.1

Tarefa 2.1

Na Unidade 2, Marcelo Paiva explora os principais recursos de estilo: dos níveis de


linguagem às figuras de pensamento. Leia o texto a seguir, interprete-o e analise-
o,abordando os seguintes parâmetros: níveis de linguagem, elementos da
comunicação, sentido conotativo e denotativo, funções da linguagem, gêneros
literários, tipos de discurso, figuras de linguagem ou de estilo, figuras de
pensamento, de palavras e harmonia.
Utilize as teorias estudadas nesta disciplina e insira sempre as referências utilizadas para
a elaboração do seu texto, inclusive o conteúdo da disciplina. (Mínimo 30 e máximo 50
linhas).
Produção e análise textual

O texto “Liginha virou anjo” de Conceição de Freitas pertence ao gênero textual


Crônica, em que a autora, nós dois primeiros parágrafos, relata sua visão sobre vida e
morte, ao retratar como se sente perante a morte de pessoas queridas (“Antigamente, eu
morria com a morte de cada um dos meus queridos. Agora, já estou morta quando um
deles morre.”). Segundo ela, quando vivemos também estamos morrendo (“Viver muito
é também morrer muito”), e com o passar do tempo adquirimos “a consciência de que a
morte já está em nós”. Nos parágrafos posteriores ela narra sua amizade com Ligia, e no
final, diante de tudo que foi narrado na crônica, aceitar/conformar-se com a morte dela,
como se Ligia já estivesse preparada (“Ligia já pode voar”).
Esta crônica apresenta uma linguagem simples, despojada, de fácil compreensão, com
predomínio da linguagem informal, sem muita preocupação em seguir as normas
gramaticais da língua portuguesa (“... a gente adquirisse a consciência de que...”), sendo
próxima da linguagem oral, de fácil entendimento para o leitor. O discurso indireto em
que o narrador usa suas palavras para reproduzir uma fala de outrem, está nesse trecho
do texto: “Ela dizia que ele era um dos poucos que realmente tinham lido a maioria dos
grandes clássicos da literatura” e o discurso direto em “Cadê você? Eu perguntava”.
Os elementos que compõem a comunicação são: o emissor, a autora do texto que emite
a mensagem (a Crônica) para os receptores, os leitores da Crônica. O código representa
o conjunto de signos que serão utilizados na mensagem, nesse caso é a língua
portuguesa. O referente (situação comunicativa em que estão inseridos o emissor e
receptor) é a morte de Ligia Cademartori; e o canal é o Blog da Conceição.
Cada elemento da comunicação trabalha uma função de linguagem e nesse texto temos
duas. A primeira é a emotiva/expressiva pela subjetividade da autora ao revela sua
opinião, emoções e sentimentos na primeira pessoa do singular.. A segunda, a
predominante, é a função poética pela forma que as palavras são usadas no texto, pela
recorrência de elementos no sentido figurado (conotativo) para dar maior expressividade
ao texto, (“Liginha virou anjo”, Liginha já pode voar”, “vivo a morte”, “antenas
ligadas”); pela presença das figuras de linguagem ou de estilo, de pensamento, de
palavras e harmonia na construção textual, como analisaremos a seguir.
O título do texto apresenta a figura de linguagem denominada Eufemismo para atenuar
uma verdade tida como desagradável, no caso “virou um anjo” equivale a morte, assim
como também na frase “Ligia já pode voar”.
No primeiro parágrafo temos a figura de pensamento: antítese (viver, morrer; morte,
vida; mais, menos), hipérbole (morrer muito, em demasia), prosopopéia (“a morte vai
guiando a vida”); figuras de linguagem ou de estilo: a anáfora (tanto e tanto) e o
pleonasmo “morria com a morte”; e figura de harmonia: aliteração com a repetição da
consoante m (Viver muito é também morrer muito, em demasia; ou eu morria com a
morte de cada um dos meus queridos).
No segundo e terceiro parágrafos temos a figura de estilo elipse ((eu) “revivo no
confronto do meu corpo”; (Eu) “vivo a morte”); antítese (corpo animado, corpo inerte;
viva, morte) e paradoxo (vivo a morte...)
No quarto parágrafo temos a prosopopeia “doce simpatia”, a assonância “Eu a olhava
de baixo para cima e a ouvia com todas as antenas ligadas”, no quinto parágrafo tem-
se a anáfora, pela repetição da palavra tão e assíndeto, pela presença de vírgulas na
seguinte passagem “Tão alegre, tão triste, tão crítica, tão terna, tão generosa, tão
discreta.” E, neste parágrafo há a Metáfora “Ligia era uma cozinha do sertão goiano”.
Na frase “Era gaúcha, Ligia”, há um hipérbato, com o sujeito (Ligia) no final da frase.
No nono e décimo parágrafos a frase “Perpassa,pasma, completa, passa”, temos a
aliteração pela repetição da letra p, a gradação e assíndeto.

REFERÊNCIAS:

 PAIVA, Marcelo. Apostila Recursos Estilísticos. Brasília-DF, 2019


 DIANA, Daniella; Elementos da Comunicação. Toda Matéria. Disponível em
https://www.todamateria.com.br/elementos-da-comunicacao/ Acesso em 20 de
março de 2023.
 OLIVEIRA, Rafael Camargo de. Crônica narrativa. Português. Disponível em
https://www.portugues.com.br/redacao/cronica-narrativa.html#:~:text=A%20cr
%C3%B4nica%20narrativa%20%C3%A9%20um%20texto%20em%20que
%20predomina%20a,o%20tempo%20e%20o%20espa%C3%A7o. Acesso em:
20 de março de 2023.
 OLIVEIRA, Rafael Camargo de. Tipos de discurso: direto, indireto e indireto
livre. Mundo Educação. Acesso em:
https://mundoeducacao.uol.com.br/redacao/tipos-de-discurso-direto-indireto-e-
indireto-livre.htm#:~:text=quando%20o%20narrador%20utiliza , Acesso em 20
de março de 2023.

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