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Como Funciona
Aparelhos, Circuitos e
Componentes Eletrônicos
Volume 9
Newton C. Braga
Patrocinado por
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São Paulo - Brasil - 2021
Instituto NCB
www.newtoncbraga.com.br
leitor@newtoncbraga.com.br
Nosso Podcast
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos - Volume 9
Autor: Newton C. Braga
São Paulo - Brasil - 2021
Palavras-chave: Eletrônica – aparelhos eletrônicos –
componentes – física – química – circuitos eletrônicos – como
funciona
Copyright by
INTITUTO NEWTON C BRAGA.
1ª edição
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Índice
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE..........................................................8
APRESENTAÇÃO......................................................................10
ANTENAS – COMO FUNCIONAM.................................................11
DIPOLO DE MEIA ONDA...........................................................18
DIPOLO DOBRADO...................................................................18
YAGI........................................................................................19
HELICOIDAL.............................................................................19
PLANO-TERRA..........................................................................20
O TELÉGRAFO E O CÓDIGO MORSE...........................................22
TELEGRAFIA HOJE E O SOS.....................................................23
BAUD E BPS.............................................................................24
QUANDO BAUD E BPS SÃO DIFERENTES.................................25
A LEI DE MOORE......................................................................27
DO TRANSISTOR AO CIRCUITO INTEGRADO............................30
AS OBSERVAÇÕES DE GORDON MOORE..................................33
BARÔMETRO TECNOLÓGICO...................................................35
A IMPORTÂNCIA DOS COMPUTADORES...................................38
ATÉ QUANDO A LEI DE MOORE SERÁ VÁLIDA?........................38
CONCLUSÃO............................................................................40
COMPARADORES DE TENSÃO E DISCRIMINADORES DE JANELA...44
OS AMPLIFICADORES OPERACIONAIS......................................44
O 741......................................................................................46
COMPARADORES DE TENSÃO..................................................47
DISCRIMINADORES DE JANELA................................................50
A TECNOLOGIA DO CIRCUITO INTEGRADO.................................55
VOLTANDO UM POUCO NO TEMPO..........................................55
FABRICANDO UM CIRCUITO INTEGRADO.................................57
CONCLUSÃO............................................................................63
GERAÇÃO DE CALOR NOS CIRCUITOS ELETRÔNICOS E A LEI DE
JOULE.....................................................................................65
GERAÇÃO DE CALOR...............................................................65
a) contato...................................................................68
b) Convecção.............................................................69
c) Irradiação...............................................................70
5
LEI DE JOULE...........................................................................71
SUPERCAPACITORES................................................................73
OS ELETROLÍTICOS DE ALUMÍNIO............................................74
CAPACITORES DE TÂNTALO.....................................................76
SUPER E HIPER CAPACITORES................................................76
CAPACITORES DE TÂNTALO......................................................81
INTRODUÇÃO..........................................................................81
O ELETROLÍTICO COMUM DE ALUMÍNIO...................................82
O CAPACITOR DE TÂNTALO.....................................................84
CÓDIGOS DE LEITURA.............................................................85
SENSORES DE IMAGENS...........................................................87
COMO ENTÃO TUDO ISSO FUNCIONA?....................................88
O Princípio de Funcionamento....................................88
Sensores de Imagem..................................................90
MULTIPLEXADORES/DEMULTIPLEXADORES DIGITAIS...............91
4051/4052/4053......................................................................91
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO.................................93
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS....................................96
CIRCUITOS EQUIVALENTES......................................................97
TERMOPILHAS – FONTES ALTERNATIVAS DE ENERGIA..............100
TERMOPILHAS.......................................................................101
EQUIPAMENTO EEG ALIMENTADO POR TERMOPILHA.............103
O UTILÍSSIMO INJETOR DE SINAIS...........................................105
O INJETOR.............................................................................107
COMO USÁ-LOS.....................................................................108
ENCONTRANDO PROBLEMAS COM O INJETOR.......................112
CONCLUSÃO..........................................................................115
RUMO A IOP (INTERNET DAS PESSOAS)..................................116
CHAVES E ACOPLADORES ÓPTICOS.........................................120
ACOPLADORES ÓPTICOS.......................................................120
CIRCUITOS PRÁTICOS COM ACOPLADORES ÓPTICOS...........122
Circuito básico com optoacoplador:.........................122
Disparo de SCR.........................................................124
Excitando Amplificador Operacional.........................125
Acoplador de Alta Velocidade...................................126
Monoestável com Optoacoplador.............................127
Schmitt Trigger........................................................128
6
Flip-Flop R-S.............................................................128
Excitação de Triacs..................................................129
TIPOS COMUNS.....................................................................130
4N25/4N25A/4N26/4N27/4N28.................................131
MOC3009/MOC3010/MOC3011/MOC3012................132
MOC3020/MOC3021/MOC3022/MOC3023................133
CHAVES ÓPTICAS.................................................................135
CIRCUITOS PRÁTICOS...........................................................139
Chave Óptica para 10 mm........................................139
Chave Óptica para 15 mm........................................139
Chave Óptica Disparadora (Schmitt) para 15 mm....140
Chave Óptica para 30 mm........................................141
Interface Reconhecedora de Direção........................142
Contador Dependente da Direção............................143
Controle Digital de Rotação......................................144
HVT-JFET-POWERMOS-THY-GTO-IGBT.....................................146
VOCÊ CONHECE TODOS ESTES SEMICONDUTORES DE
POTÊNCIA?.................................................................................146
DISPOSITIVOS DE 3 CAMADAS...............................................147
TRANSISTOR DE ALTA TENSÃO (HVT).......................148
O JFET.......................................................................149
O TRANSISTOR MOS.................................................150
DISPOSITIVOS DE 4 CAMADAS..................................152
O TIRISTOR (THY).....................................................153
O GTO......................................................................154
O SITh......................................................................154
O IGBT......................................................................155
CONCLUSÃO..........................................................................157
OS ULTRASSONS...................................................................158
INTRODUÇÃO........................................................................158
APLICAÇÕES PRÁTICAS..........................................................166
CONCLUSÃO..........................................................................170
OUTROS MAIS DE 160 LIVROS DE ELETRÔNICA E TECNOLOGIA DO
INCB.....................................................................................171
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
APRESENTAÇÃO DA SÉRIE
Esta é uma série de livros que levamos aos nossos leitores
sob patrocínio da Mouser Electronics (www.mouser.com). Os
livros são baseados nos artigos que ao longo de nossa carreira
como escritor técnico publicamos em diversas revistas, livros e no
nosso site. São artigos que representam 50 anos de evolução das
tecnologias eletrônicas e, portanto, têm diversos graus de
atualidade. Os mais antigos foram analisados com eventuais
atualizações. Outros pela sua finalidade didática, tratando de
tecnologias antigas e mesmo de ciência não foram muito
alterados a não ser pela linguagem que sofreu modificações. Os
livros da série consistirão numa excelente fonte de informações
para nossos leitores.
Os artigos têm diversos níveis de abordagem, indo dos
mais simples que são indicados para os que gostam de
tecnologia, mas que não possuem uma fundamentação teórica
forte ou ainda não são do ramo. Neles abordamos o
funcionamento de aparelhos de uso comum como
eletroeletrônicos, não nos aprofundando em detalhes técnicos
que exijam conhecimento de teorias que são dadas nos cursos
técnicos ou de engenharia.
Outros tratam de componentes, ideais para os que
gostam de eletrônica e já possuem uma fundamentação quer seja
estudando ou praticando com as montagens que descrevemos
em nossos artigos. Estes já exigem um pequeno conhecimento
básico da eletrônica. Estes artigos também vão ser uma
excelente fonte de consulta para professores que desejam
preparar suas aulas.
Temos ainda os artigos teóricos que tratam de circuitos e
tecnologias de uma forma mais profunda com a abordagem de
instrumentação e exigindo uma fundamentação técnica mais alta.
São indicados aos técnicos com maior experiência, engenheiros e
professores.
Também lembramos que no formato virtual o livro conta
com links importantes, vídeos e até mesmo pode passar por
atualizações on-line que faremos sempre que julgarmos
necessário.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
APRESENTAÇÃO
Saber como funcionam componentes, circuitos e
equipamentos eletrônicos é fundamental não apenas para os
profissionais da eletrônica que usam de forma prática a
tecnologia em seu dia a dia como também para aqueles que não
sendo técnicos, mas possuindo certo conhecimento, precisam
conhecer o funcionamento básico das coisas.
São os profissionais de outras áreas que, para usar melhor
equipamentos e tecnologias precisam ter um conhecimento
básico que os ajude.
Assim, tratando de conceitos básicos sobre componentes e
circuitos neste primeiro volume e depois de equipamentos
prontos num segundo, levamos ao leitor algo muito importante
que já se tornou relevante em recente estudo feito por
profissionais.
A maior parte dos acidentes que ocorrem com o uso de
equipamentos de novas tecnologias ocorre com pessoas que não
tem um mínimo de conhecimento sobre o seu princípio de
funcionamento.
A finalidade deste livro não é, portanto, ajudar apenas os
estudantes, professores e profissionais, mas também os que
usam tecnologia no dia a dia e desejam saber um pouco mais
para melhor aproveitá-la e não cometer erros que podem
comprometer a integridade de seus equipamentos e até causar
acidentes graves.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
pois a reatância capacitiva Xc e a reatância indutiva XL se
cancelam.
Esta característica resistiva pode ser calculada resultando
na impedância da antena que é de 73 ohms. No entanto, para
maior facilidade de utilização, o valor adotado nos cálculos é 75
ohms. Lembramos que a impedância de uma antena ou de
qualquer dispositivo que deva receber ou transmitir sinais é muito
importante em qualquer projeto. Só ocorre a máxima
transferência de energia de um transmissor para uma antena, por
exemplo, quando as suas impedâncias são iguais.
Como a finalidade de uma antena é transferir para o
espaço o máximo de energia quando utilizada num transmissor, a
sua construção deve ser tal que isso ocorra. Assim, os diversos
tipos de antena que existem visam não apenas esta característica
como também a possibilidade de concentrar energia com maior
intensidade numa determinada direção. Isso nos leva ao conceito
de ganho de uma antena.
Uma antena é um elemento passivo de um circuito de
transmissão ou de recepção de sinais, isto é, ela não amplifica os
sinais. Neste caso então, o conceito de ganho tem um significado
diferente. O termo ganho, para uma antena, é utilizado para
designar sua capacidade de transmitir ou receber com mais
facilidade os sinais numa determinada direção. Desta forma, se a
antena irradia os sinais com a mesma intensidade em todas as
direções, ou seja, ela é uma antena unidirecional (1), conforme
mostra a figura 2, podemos dizer que esta antena tem ganho
unitário e ela pode servir de referência para comparação com
antenas que podem concentrar os sinais em uma determinada
direção, se forem transmissoras, ou receber melhor os sinais que
venham de uma certa direção, se forem receptoras.
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Onde:
G é o ganho da antena em dB
Log é o logaritmo na base 10
P1 é a potência da antena considerada em mW
P2 é a potência da antena padrão em mW
G = 10 log (20/1) = 17 dB
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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a intensidade que a antena padrão recebe o mesmo sinal. Na
figura 3 mostramos o diagrama típico de diretividade de uma
antena onde podem ser observados na plotagem os ganhos em
diversas direções.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Uma outra característica importante de uma antena é a
sua polarização. Conforme vimos, uma onda eletromagnética
possui componentes magnética e elétrica que são
perpendiculares entre si. Quando esta onda é irradiada, o sinal
avança segundo uma certa orientação que depende da
construção da antena. Para receber de forma apropriada estes
sinais, a antena receptora deve ter uma disposição de elementos
que corresponda à orientação destes sinais.
Dizemos então que as antenas possuem polarizações que
devem ser observadas quando da sua instalação. Se uma antena
tem uma polarização vertical, por exemplo, a antena receptora
deve ter a mesma orientação, conforme mostra a figura 6.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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DIPOLO DOBRADO
O dipolo dobrado é um tipo de antena cuja forma e
dimensões são mostradas na figura 9. O diagrama de diretividade
desta antena é bastante semelhante ao dipolo de meia onda e
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YAGI
Nesta antena temos elementos ativos, um elemento
refletor e diversos elementos diretores. O número de diretores
determina sua diretividade e portanto seu ganho. A antena da
figura 10 é uma antena yagi. Sua impedância típica é de 50 ohms.
HELICOIDAL
Trata-se de um tipo de antena muito utilizado em sistemas
de comunicação por micro-ondas dadas as dimensões que o
elemento helicoidal deve ter. Na figura 11 temos um exemplo de
antena helicoidal.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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PLANO-TERRA
Um tipo de antena bastante empregada em sistemas de
telecomunicações é a plano-terra que possui uma impedância de
30 ohms, conforme mostra a figura 13.
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– Volume 9
a invenção da telegrafia sem fio (TSF) Marconi diante de
convenção inadequadas da época redigiu uma nota em que dizia
que o sinal a ser usado pelos navios em caso de perigo seria CQD.
Este sinal só poderia ser emitido por ordem do comandante. Em
Julho de 1908 o sinal CQD foi substituído por SOS segundo
decisão da Convenção Radio Telegráfica Internacional dado que
empregava uma sequência pouco usada. A primeira vez que o
sinal SOS foi usado foi no naufrágio do SS Arapahoe no Atlântico
Norte, em 1909, com o sinal sendo captado numa estação dos
Estados Unidos.
BAUD E BPS
Antigamente, o principal meio de se enviar dados através
de fios elétricos era o telégrafo. Um operador manipulava uma
chave produzindo pulsos elétricos que atuavam sobre uma
campainha ou receptor do outro lado da linha produzindo
estalidos ou toques. Um toque curto era interpretado como um
ponto e um toque longo como um traço. Traços e pontos (que
poderiam ser associados aos zeros e uns da comunicação digital)
formavam então as letras, números, e outros símbolos.
A recepção da mensagem dependia principalmente do
bom ouvido de quem deveria anotar os cliques curtos e longos
correspondentes aos pontos e traços.
O operador, por outro lado deveria ter a capacidade de
enviar estes impulsos com grande velocidade. Um francês
denominado J. M. Emile. Baudot foi o primeiro que criou uma
maneira de se medir a velocidade das transmissões telegráficas
dando origem a unidade denominada Baud e que inventou o
teletipo. Quando o telegrafista toca no manipulador ele produz
uma transição de sinal na linha em que a tensão passa de 0 a 12
Volts, por exemplo, tantas vezes quantas ele atue sobre o
manipulador.
Cada vez que ele aciona o manipulador dizemos que um
baud é transmitido. Indo além, e passando para a era digital em
que não transmitimos pontos e traços, mas zeros e uns para
formar os bytes, podemos associar uma tensão de -12 V ao bit 0 e
uma tensão de +12 V a um bit 1. Assim, se quisermos transmitir
uma sequência de dados na forma digital como 11001101 a
tensão no fio vai sofrer o mesmo número de transições quantos
sejam os bits transmitidos.
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em bauds quando a linha admite, mas em geral eles "ajustam"
sua velocidade para valores menores dependendo das condições
locais da linha de modo a conseguir uma operação segura, sem
perdas de dados.
Existem ainda os moderms para a porta serial que operam
em velocidades maiores como 19,2, 28,8, 33,6, 57,6 e 115,2 k
bps e em alguns casos valores de 230,5 k bps são possíveis.
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A LEI DE MOORE
Foi em 1965 que Gordon Moore observou que a eletrônica
dos semicondutores seguia um processo evolutivo regido por um
comportamento muito bem definido.
Esse comportamento, que foi posteriormente descrito em
pormenores por Moore num artigo técnico, acabou sendo
conhecido por "Lei de Moore" e hoje tem uma importância
fundamental na determinação de novos produtos que são
lançados continuamente com base nos semicondutores,
principalmente os computadores.
Como um "termômetro da indústria de semicondutores, a
Lei de Moore trata basicamente do aumento da densidade dos
dispositivos semicondutores nos chips influenciando diretamente
na estratégia de ação dos fabricantes de uma forma que ficará
mais clara com o artigo que estamos levando aos leitores.
O artigo original é de 2002, mas sua importância é grande,
pois alguns aspectos da Lei de Moore ainda são válidos e o
assunto ainda é centro de muitas discussões quando se fala nas
tendências da eletrônica dos próximos anos. Assim, atualizamos o
artigo no final, com informações de 2013 e para depois ainda
existe mais.
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Gordon More
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especulava então, que em torno de 1975 seria possível
concentrar num único chip algo em torno de 65 000
componentes, ocupando uma área de 1/4 de polegada quadrada.
Na ocasião ele afirmava que:
"A complexidade para um mínimo custo de componentes
tem crescido numa taxa que se aproxima do fator dois por ano.
Certamente, a curto prazo, espera-se que essa taxa continue,
senão aumente. A longo prazo, a taxa de crescimento pode um
pouco mais incerta, apesar de que não há razão para acreditar
que ela permaneça constante por pelo menos 10 anos." (Moore,
1965)
Dez anos mais tarde, Moore reexaminava a taxa de
crescimento anual da densidade de componentes. Essa alteração
deveu-se ao aparecimento de novas tecnologias como os
dispositivos MOS e as memórias CCDs (charge-coupled devices).
No documento ele mostrava tendência em aceitar o
crescimento exponencial por diversos motivos, dentre eles:
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BARÔMETRO TECNOLÓGICO
Talvez a mais importante das implicações da Lei de Moore
é o fato de que ela funciona como um verdadeiro barômetro
tecnológico. Algumas publicações referem-se à Lei de Moore
como "benchmark", padrão ou mesmo regra, mas
definitivamente, podemos dizer que se trata de uma forma de se
"medir" a tendência de inovações de desenvolvimento da
indústria de semicondutores e, por tabela, dos computadores.
Um alto executivo de empresa fabricante de
semicondutores chegou a afirmar que a Lei de Moore: "é
importante porque é a única regra estável que temos hoje para
saber que os concorrentes vão fazer daqui a 18 meses e também
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aquilo que também temos de fazer para não sucumbir à
concorrência".
Se levarmos em conta que o custo tanto é medido pelo
tamanho como pela complexidade do chip, com a redução do
tamanho temos a redução do custo e como resultado final, os
chips vão se tornando cada vez mais acessíveis.
Hoje, temos uma infinidade de aplicativos em que eles são
usados, indo desde brinquedos, e aparelhos de uso doméstico,
até equipamento médico, satélites e armas. Isso significa que a
Lei de Moore também tem implicações sociais e econômicas que
devem ser levadas em conta. Mas, além de possibilitar uma
previsão do que vai acontecer no futuro, a Lei de Moore também
serve como uma espécie de alavanca que propulsiona os novos
desenvolvimentos, pois qualquer empresa sabe que, se não
seguir suas tendências, ela será abandonada.
Acompanhar a Lei de Moore, para as empresas
desenvolvedoras e fabricantes de semicondutores, não é
simplesmente uma curiosidade, para saber o que se deve fazer e
o que os outros estão fazendo; é uma questão absoluta de
sobrevivência. É importante notar que, além das variáveis físicas,
existem as varáveis não físicas que podem estar envolvidas na
validade da Lei de Moore.
Veja que, a Lei de Moore, em si não é somente baseada
nas propriedades físicas e químicas dos semicondutores assim
como nos seus processos de produção, mas também em fatores
não técnicos. Podemos colocar no rol desses fatores as influências
dos sistemas sociais e econômicos, como já afirmamos.
Podemos tomar como exemplo o que ocorre com os chips
dos computadores pessoais, como por exemplo, os
microprocessadores, sistema de software e memória. Enquanto
os microprocessadores, a partir do 8086/8088 até o Pentium IV se
tornaram mais rápidos, mais poderosos e proporcionalmente
menos caros escapando levemente da previsão pela Lei de
Moore, as memórias DRAM e suas formas derivadas, seguiram um
padrão mais regular.
Na figura 8 temos uma curva que mostra a evolução das
características das DRAMs, quando comparadas com uma curva
que mostra como deveria ser o crescimento se a sua capacidade
dobrasse a cada 21 meses (valor inicialmente previsto para esse
tipo de componente).
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Figura 9 - curva de evolução dos transistores pode chip até o ano 2000.
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A IMPORTÂNCIA DOS COMPUTADORES
Quando falamos na Lei de Moore para os computadores
devemos incluir o software como elemento que pode influir na
sua aplicação. Hoje em dia a maior parte do consumo de chips é
representado pela indústria de computadores. Em segundo lugar
vem a indústria de telecomunicações e depois todo o restante.
Duas leis paralelas, que levam certo tom humorístico,
relacionam o desenvolvimento dos chips com o desenvolvimento
do software e são denominadas "Leis de Parkinson". Elas dizem
que "O software expande para preencher a memória disponível, e
o Software está se tornando mais lento na proporção direta que o
hardware se torna mais rápido". Na verdade, alguns chegam até a
dizer que todas as vezes que se aumenta a quantidade de
transistores disponíveis no chip de um microprocessador, Bill
Gates "arranja" um meio para seus softwares desperdiçá-los.
Outros vão além de definem a "Lei de Gates (Bill)" que diz que a
"velocidade dos softwares se reduz à metade a cada 18 meses".
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Assim, o uso da tecnologia EUV (Extreme Ultraviolet)
estende a validade da Lei de Moore, com a possibilidade de
criação de dispositivos que estão além dos limites que o próprio
Moore imaginava quando estabeleceu sua lei.
Na figura 11 mostramos o processo de gravação de um
chip usando a tecnologia do EUV.
CONCLUSÃO
A Lei de Moore, apesar de contestações, da colocação em
jogo de seu tempo de validade, tem permanecido firme nas
últimas décadas, apesar da aproximação teórica dos limites de
integração dados pelas leis da física. A criação de novas
tecnologias, vencendo barreiras colocadas pelas limitações físicas
tem mantido a sua validade e importância.
A principal importância da Lei de Moore se mantém, já que
se trata de um dos poucos parâmetros confiáveis e estáveis que a
indústria de semicondutores pode usar nas suas previsões. Como
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COMPARADORES DE TENSÃO E
DISCRIMINADORES DE JANELA
Os amplificadores operacionais permitem o
desenvolvimento de uma infinidade de aplicativos. Dentre eles
focalizamos neste artigo os discriminadores de janela e os
comparadores de tensão. Dentre as inúmeras aplicações para
estes circuitos destacamos os controles industriais, termostatos,
alarmes de temperatura ou luz e outros circuitos de precisão em
que deva haver uma comutação rápida em um ou mais níveis de
sinais de um sensor ou de um circuito de processamento.
A base dos circuitos que analisamos é o 741 que, pelo seu
baixo custo e versatilidade, permite a implementação fácil de
qualquer projeto.
O que se pode fazer com um amplificador operacional? Na
verdade, não há limite para isso e tanto no caso da eletrônica
para amadores como para profissionais, podemos encontrar uma
infinidade de projetos. A maioria destes projetos leva por base o
mais conhecido de todos os amplificadores operacionais que é o
741.
Baseados também neste amplificador daremos neste
artigo alguma teoria sobre os chamados comparadores de tensão
e os discriminadores de janela, que são configurações com
aplicações muito importantes tanto na eletrônica profissional
como para amadores.
Completaremos o artigo com alguns diagramas imediatos
que, sem dúvida, poderão servir de base para projetos mais
complexos. Iniciamos nossas explicações com a análise do próprio
741.
OS AMPLIFICADORES OPERACIONAIS
Na figura 1 temos o símbolo adotado para representar um
amplificador operacional.
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O 741
O 741 pode ser encontrado no comércio com designações
que dependem do fabricante tais como LM741, MC1741,
SN72741, uA741 etc., consistindo num amplificador operacional
dos mais populares e versáteis.
No nosso país ele pode ser encontrado com extrema
facilidade, pois é importado por muitas empresas distribuidoras.
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Figura 5 – O 741
COMPARADORES DE TENSÃO
Uma das aplicações interessantes para os amplificadores
operacionais é o comparador de tensão. O primeiro tipo é
mostrado na figura 6, vemos a seguir o seu de funcionamento.
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Figura 6 – O comparador de tensão
Fixamos na entrada não inversora a tensão de referência
por meio de um diodo zener. No nosso caso, esta tensão é de 5,1
V dada por um zener de 400 mW. Assim, quando aplicamos uma
tensão na entrada, o amplificador operacional a amplifica,
comparando-a com a tensão de referência.
Como o ganho do amplificador é muito alto, bastará que a
diferença de tensão entre as duas entradas seja de alguns
milivolts para que tenhamos na saída a saturação, ou seja,
obtenhamos valores próximos de zero ou da tensão positiva de
alimentação.
Se então a tensão de entrada for menor que a tensão de
referência, temos sua amplificação com inversão de fase,
resultando assim numa tensão positiva próxima da tensão de
alimentação.
É o trecho 1 do gráfico mostrado na fig. 7
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DISCRIMINADORES DE JANELA
Combinando os dois circuitos comparadores de tensão
podemos elaborar uma configuração bastante interessante que é
o chamado discriminador de janela. Ele recebe esta denominação
porque deixa passar apenas uma estreita janela de valores de
tensão que são fixados pelos elementos de referência.
Assim, para o circuito da figura 10, a janela vai de 5,1 a
6,2V, quando então a saída vai à saturação perto de zero.
Para quaisquer outros valores da tensão de entrada, a
tensão de saída estará próxima da tensão de alimentação. Os
diodos D1 e D2 fixam os limites ou a “largura" da janela de
tensão. A curva correspondente é mostrada na figura 11.
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A TECNOLOGIA DO CIRCUITO
INTEGRADO
No artigo em que focalizamos a Lei de Moore, ficou claro
que toda a tecnologia moderna dos semicondutores está ligada a
dois fatores: o tamanho dos elementos que podem ser integrados
num chip e a sua quantidade máxima. Para entender como as
especificações tão comuns hoje de tecnologia de “tantos
mícrons”, usadas para indicar o processo de fabricação de chips,
funcionam é interessante fazermos uma breve revisão do modo
como são fabricados os circuitos integrados, ou seja, as
tecnologias usadas nos circuitos integrados.
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Basicamente existem três tipos de wafers: tipo puro que é
usado para a fabricação de CIs, Epitaxial (Epi) que é um wafer
formado por um cristal único com um filme depositado na sua
superfície e Silicon on Insulator (SOI) que consiste num filme de
cristal silício depositado num filme isolante sobre o wafer que
serve de base.
Quando se analisa as tecnologias usadas na fabricação de
circuitos integrados, as dimensões dos elementos são
extremamente pequenas. Com frequência estaremos falando de
mícron, nanômetros e dimensões até menores. Será importante
que o leitor tenha uma ideia dessas dimensões através da tabela
seguinte:
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– Volume 9
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– Volume 9
para que ela se torne um fio ou uma interligação de componente
e até mesmo a armadura de um capacitor.
Essa implantação é feita numa câmara de vácuo. O wafer
é ligado a um eletrodo e os íons a serem implantados são
acelerados pela tensão do wafer de modo a penetrarem na
profundidade desejada, difundindo-se pelo material.
Um ponto importante no processo de fabricação está
justamente na possibilidade de se fazer os íons penetrarem
exatamente na profundidade desejada e no controle exato da
quantidade deles. As impurezas implantadas nesse processo não
penetram mais do que uns poucos mícrons de profundidade no
wafer.
Continuando com o processo de fabricação, além da
implantação de íons, diversas substâncias são depositadas na
superfície do wafer formando filmes muito finos. Esses filmes,
como nitreto de silício, são usados para preservar a camada
protegendo-a no final do processo de fabricação. Polisilicon é uma
outra substância usada para fabricação de transistores de
MOSFETs. Metais como alumínio e cobre também podem ser
depositados para formar interligações entre elementos do
circuito.
Meios químicos ou físicos são usados para depositar o
metal, dependendo da tecnologia e do tipo de componente que
está sendo fabricado.
Finalmente, o wafer passa por um banho químico. Diversas
tecnologias que vão do simples uso de líquidos até plasma foram
desenvolvidas, conforme o tipo de circuito integrado que está
sendo fabricado.
Uma forma de banho é feita a seco com o uso de ondas de
rádio, microondas de alta energia aplicadas a um gás de modo a
torná-lo reativo. Gases que podem ser ionizados resultando em
íons de cloro, bromo e flúor são usados em alguns processos.
No final de todas essas etapas, num único wafer podem
ser formados muitos circuitos integrados. A quantidade depende
justamente das dimensões de cada. Num wafer comum podem
ser fabricados mais de 200 circuitos integrados de uma vez.
Evidentemente, a presença de impurezas no próprio
material, falhas do processo, fazem que nem todos sejam
aproveitados. Assim, antes de se passar ao corte e
encapsulamento de cada um dos circuitos integrados, eles
passam por um teste de funcionamento.
62
NEWTON C. BRAGA
CONCLUSÃO
As tecnologias de fabricação dos circuitos integrados têm
evoluído no sentido de se poder gravar cada vez detalhes
menores nas pastilhas de silício e assim aumentar a densidade
dos componentes que podem ser integrados. Essa capacidade é
especificada nas tecnologias existentes e normalmente expressa
na forma da medida do menor detalhe que pode ser integrado
com definição.
Assim, para a DRAM e para os microprocessadores que
representam os componentes que encabeçam toda a eletrônica
dos circuitos integrados, passamos de uma escala de integração
63
Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
de 100 mícron em 1970 para menos de 0,18 mícron em nossos
dias.
Na figura 7 temos o gráfico que mostra essa evolução das
tecnologias de integração.
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NEWTON C. BRAGA
GERAÇÃO DE CALOR
A maioria dos componentes eletrônicos converte energia
elétrica em calor, em maior ou menor quantidade, dependendo
de suas características ou regime de operação. Se este calor não
for convenientemente transferido para o meio ambiente, o
componente se aquece além dos limites previstos e com isso
pode "queimar".
Os radiadores ou dissipadores de calor são os elementos
que ajudam a fazer esta transferência, sendo por isso, de enorme
importância nas montagens eletrônicas. Vamos analisar sua
função.
Quando uma corrente elétrica deve vencer uma resistência
para sua circulação, ou seja, encontra uma oposição, o resultado
do "esforço" de sua passagem é a produção de calor. Energia
elétrica se converte em calor e isso é válido para a maioria dos
componentes eletrônicos comuns.
O calor liberado neste processo tende a aquecer o
componente e em consequência da diferença de temperatura que
65
Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
se estabelece entre ele e o meio ambiente, tem início a uma
transferência de calor para esse meio ambiente, conforme mostra
a figura 1.
66
NEWTON C. BRAGA
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
energia seja convertida em calor e transferida (dissipada) para o
meio ambiente de modo eficiente.
a) contato
Os metais são bons condutores de calor. Assim, a
montagem de componentes eletrônicos em contato com
superfícies maiores de metal, desde que não haja contato
elétrico, mas somente contato térmico ajuda na transferência do
calor.
Assim, para pequenos transistores, transistores de média
potência, MOSFETs, SCRs e mesmo circuitos integrados, uma
solução para o problema da transferência do calor é montá-los
68
NEWTON C. BRAGA
b) Convecção
O componente aquecido transfere o calor para o ar
ambiente que então se aquece. O ar aquecido é mais leve que o
ar frio a sua volta e por isso tende a subir. Forma-se então uma
corrente de ar quente ascendente sobre o componente que "leva
o calor" para cima.
Nos aparelhos de alta potência é importante deixar
orifícios de ventilação para que esse ar quente seja expelido.
Temos então furos por baixo por onde entra o ar frio e furos por
cima por onde sai o ar quente.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
c) Irradiação
Parte do calor gerado por qualquer corpo é irradiada na
forma de ondas eletromagnéticas. Uma boa parte desta radiação
está na faixa dos infravermelhos e para sua propagação não se
necessita de um meio material.
Verifica-se que os corpos negros irradiam muito melhor o
calor do que os corpos de outras cores. Por este motivo, os
componentes pintados de preto possuem uma capacidade maior
de irradiação de calor do que os equivalentes que tenham
invólucros de cores mais claras, conforme sugere a figura 6.
70
NEWTON C. BRAGA
LEI DE JOULE
Todo dispositivo eletrônico, que não apresente uma
resistência nula, gera uma certa quantidade de calor ao ser
percorrido por uma corrente elétrica.
Para o caso de um resistor, a potência elétrica
desenvolvida que é convertida em calor é determinada pela Lei
de Joule. O que esta lei estabelece é que a quantidade de calor
gerado, ou potência dissipada (medida em watts), é proporcional
ao produto da corrente pela tensão no resistor, conforme a
fórmula:
P = V x I (1)
Onde:
P é a potência em watts (W)
V é a tensão em volts (V)
I é a corrente em ampères (A)
P = R x I2 (2)
P= V2/R (3)
Exemplo de cálculo:
Calcular a potência dissipada por um resistor de 10 ohms
quando ligado a um gerador de 12 volts.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
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NEWTON C. BRAGA
SUPERCAPACITORES
A capacidade de armazenamento dos capacitores está
aumentando rapidamente rumo ao que denominamos
supercapacitores, hiper capacitores e ultra capacitores.
E, acompanhando essa evolução rumo a capacitores
menores e com maior capacitância, as aplicações práticas se
multiplicam, abrindo uma gama que até há pouco tempo não era
imaginada.
A Mouser Electronics (www.mouser.com), além de uma
linha de supercapacitores também oferece soluções para o
desenvolvimento de projetos que utilizam estes componentes.
Neste artigo trataremos do funcionamento desses componentes e
de suas novas aplicações práticas.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
OS ELETROLÍTICOS DE ALUMÍNIO
Um capacitor é formado por duas armaduras (de materiais
condutores) separadas por um isolante (dielétrico).
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Figura 3 – O eletrolítico de alumínio
CAPACITORES DE TÂNTALO
Usando o metal tântalo em lugar de alumínio podemos
também fazer capacitores usando a mesma tecnologia, com uma
vantagem: o óxido de tântalo tem uma constante dielétrica muito
maior do que a do óxido de alumínio. Isso significa que podemos
obter capacitores de valores muito maiores ocupando menos
espaço.
É o que ocorre hoje, onde se usa o capacitor de tântalo nas
aplicações em que o espaço é crítico. Mas, uma nova geração de
capacitores com capacitâncias gigantescas, permitem armazenar
1 Farad num espaço que cabe em sua mão.
São os super e os hiper capacitores de que trataremos no
próximo item.
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Uma aplicação que já encontramos na prática é a
alimentação de pequenos helicópteros radio controlados, como o
da figura 7.
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NEWTON C. BRAGA
CAPACITORES DE TÂNTALO
Escrito em 2008 este artigo trata de
um dos tipos de capacitores que se
torna cada vez mais comum em todos
os equipamentos eletrônicos. Falamos
dos capacitores eletrolíticos de
tântalo, que por serem menores que
os equivalentes de alumínio, são
ideais para os equipamentos
miniaturizados que hoje tomam conta
do mercado. Recomendamos a leitura
deste artigo por todos os técnicos que
desejam se familiarizar com este tipo
de componente.
INTRODUÇÃO
Os capacitores de tântalo são cada vez mais utilizados em
lugar dos capacitores eletrolíticos de alumínio, pois eles têm a
vantagem de fornecerem uma capacitância muito maior por
unidade de volume. Dessa forma, os capacitores de tântalo são
muito menores do que os eletrolíticos de mesmo valor, o que é
muito importante para as aplicações em que o espaço é
importante.
Nas aplicações portáteis em que o espaço é muito
importante, é vantagem utilizar capacitores de tântalo em lugar
dos eletrolíticos tradicionais de alumínio.
Muito menores que os equivalentes, eles também são mais
estáveis, o que é uma característica de grande importância em
muitas aplicações. Na figura 1 comparamos os tamanhos de dois
capacitores eletrolíticos, sendo um de tântalo e outro de alumínio
de mesmo valor e mesma tensão de trabalho.
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– Volume 9
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– Volume 9
O CAPACITOR DE TÂNTALO
O óxido de tântalo tem uma constante dielétrica muito
maior do que a do óxido de alumínio. Isso significa que, com a
mesma superfície efetiva e com a mesma espessura do dielétrico
podemos obter uma capacitância muito maior.
Da mesma forma, dois capacitores de mesmo valor, um
eletrolítico de alumínio e outro de tântalo, o de tântalo será muito
menor, conforme já comparamos no início do artigo.
Até há algum tempo, os eletrolíticos de tântalo eram pouco
usados tanto pelo seu custo mais elevado como pela própria
dificuldade de fabricação. Hoje, com tecnologias mais modernas e
com a necessidade de termos componentes cada vez menores,
pois o espaço se torna crítico, principalmente nas aplicações
portáteis, os eletrolíticos de tântalo são absolutamente comuns.
Na figura 5 temos a construção em corte de um capacitor
eletrolítico de tântalo.
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NEWTON C. BRAGA
CÓDIGOS DE LEITURA
Da mesma forma que outros componentes de dimensões
muito pequenas, os capacitores de tântalo menores usam um
código de cores (faixas colorias e pintas) indicando seu valor e
tensão de trabalho.
Na figura 7 temos os dois códigos mais comuns usados
para esses componentes no invólucro epóxi.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
a) Tipos tubulares
Faixa de temperaturas: - 55º C a + 125º C
Tensões de trabalho: 6,3 V, 10 BV, 16 V, 25 V, 40 v, 63 V e
100 V
Faixa de capacitâncias: 100 nF a 470 uF
tolerância: +/-205 (Série de valores E6)
b) Tipos epóxi
Faixa de temperaturas: - 55º C a +125º C
Tensões de trabalho: 3 V a 50 V
Capacitâncias: 10 uF a 4 700 uF
Tolerância: +/- 20% (E6)
86
NEWTON C. BRAGA
SENSORES DE IMAGENS
Os sensores de imagem de contato são usados em
diversas aplicações modernas como, por exemplo Fax e Scanners
de computadores. Estes componentes se baseiam num princípio
simples, mas que exige precisão que é conseguida através de
tecnologia moderna. Diversos fabricantes disponibilizam sensores
de imagens como, por exemplo, a ROHM. Neste artigo damos
uma breve descrição de seu princípio de funcionamento e
focalizamos os tipos produzidos pela ROHM como exemplo.
A digitalização de uma imagem para envio através de uma
linha telefônica ou ainda pela porta serial para gravação em
disquetes ou no disco rígido de um computador é feita segundo
um princípio semelhante utilizado na transmissão de imagem de
televisão.
A imagem é dividida em linhas e as linhas em pontos que
são então enviados um a um em sequência, conforme sugere a
figura 1.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
posicionar uma câmera de TV completa sobre o documento para
se fazer a digitalização de uma imagem no caso de um fax ou de
um escaner de mesa ou mesmo de mão.
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NEWTON C. BRAGA
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Sensores de Imagem
A ROHM é um dos principais fornecedores de cabeças
sensoras de imagem usadas em fax e escâner. Na figura 6 temos
um exemplo de cabeça sensora colorida para escâners de alta
velocidade e copiadoras pessoais.
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NEWTON C. BRAGA
MULTIPLEXADORES/DEMULTIPLEXADORES
DIGITAIS
4051/4052/4053
Chaves que controlam sinais analógicos a partir de
comandos digitais, totalmente de estado sólido, podem ser
utilizadas numa infinidade de projetos. Os três componentes que
descrevemos neste artigo são muito versáteis, fáceis de obter e
podem ser usados numa ampla gama de aplicações, mas para
isso é preciso conhecer seu princípio de funcionamento e suas
91
Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
características. A finalidade deste artigo, que o leitor deve
guardar com carinho para consulta, é justamente esta.
Descrevemos neste artigo três circuitos integrados CMOS
que contém multiplexadores e demultiplexadores com as
seguintes características:
92
NEWTON C. BRAGA
PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
Vamos supor que tenhamos um multiplexador /
demultiplexador de 4 canais, conforme representado na figura 2.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
uma saída. Temos também entradas de controle digital, conforme
mostra a figura 3.
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NEWTON C. BRAGA
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Um circuito de duas entradas e uma saída também poderia
ser usado para a multiplexação dos sinais de áudio de um
amplificador estéreo para que eles fossem aplicados num
transmissor de FM.
Inversamente, pode-se usar os componentes como
demultiplexadores (DEMUX) para dirigir sinais de uma fonte a
amplificadores determinados num sistema de som.
CARACTERÍSTICAS ELÉTRICAS
Para operar com sinais digitais os circuitos analisados
precisam de fonte simétrica. A tensão de alimentação pode variar
entre +5 e +15V para fonte não simétrica e deve ficar na faixa de
-5 a +5V para operação com sinais analógicos.
Temos então as seguintes características a destacar:
96
NEWTON C. BRAGA
CIRCUITOS EQUIVALENTES
Na figura 6 temos o diagrama de blocos equivalente ao
4041, observando-se que este possui uma entrada/saída e 8
saídas/entradas. Os terminais de programação são 4.
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100
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TERMOPILHAS
Outro tipo de fonte alternativa de energia, menos
poderosa e mais problemática, é a que aproveita o calor, quer
seja ele gerado por um processo de combustão, concentrado com
uma lente ou espelho a partir do sol, ou mesmo gerado pelo
próprio corpo humano.
Esse tipo de gerador, denominado termoelétrico, não
encontra muitas aplicações práticas pelo seu baixo rendimento.
Quantidades muito pequenas de energia são obtidas a partir de
dispositivos relativamente caros.
Ocorre, entretanto, que uma das características da
eletrônica moderna é justamente desenvolver circuitos
eletrônicos cujo consumo seja cada vez menor. Assim, temos
microcontroladores e mesmo microcircuitos transmissores de
rádio que não operam com potências de miliwatts (o que era
típico há alguns anos), mas que se enquadram na faixa dos
microwatts e mesmo nanowatts.
Para esses dispositivos, uma quantidade mínima de
energia, como a obtida do próprio corpo humano através de um
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
transdutor apropriado é suficiente para colocá-los em
funcionamento e é isso que já está ocorrendo em algumas
aplicações práticas interessantes.
Uma termopilha aproveita o Efeito Seebeck mostrado na
figura 2.
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IMEC
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NEWTON C. BRAGA
O INJETOR
O injetor consiste simplesmente em um oscilador de prova
com características especiais. Normalmente utiliza-se no circuito
do injetor um multivibrador astável que tem a configuração
mostrada na figura 3.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
COMO USÁ-LOS
Para facilitar o uso do injetor sua montagem é feita do
modo mais prático possível. Assim, para o caso do injetor da
figura 5, a alimentação consiste numa única pilha, existe uma
ponta de aplicação direta e um fio de ligação à terra (nem sempre
necessário) e pelo simples pressionar com os dedos da alça,
ligamos a alimentação.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
com mais lógica para o uso do multímetro e que veremos a
seguir.
Tomamos como exemplo para isso um receptor de rádio
completo, do tipo "super-heteródino" que é o mais comum. Este
procedimento serve para reparar todos os rádios deste tipo tanto
AM como FM.
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NEWTON C. BRAGA
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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NEWTON C. BRAGA
CONCLUSÃO
Enfim, sempre que tivermos um equipamento qualquer
que amplifique sinais de áudio ou RF tais como rádios,
transceptores, amplificadores, gravadores, walkman etc. a
utilização do injetor de sinais facilita a localização de falhas.
O técnico deve então determinar a etapa inoperante com a
ajuda do injetor e depois com a ajuda de um instrumento de
medida (multímetro) chegar aos componentes defeituosos. Com o
tempo o técnico adquire prática suficiente para saber pelos tipos
de sinais de que falhas podem lhe dar origem e ir direto aos
componentes, mais isso vai requerer paciência e muita
observação.
Na verdade, é sempre importante que o bom técnico faça
um fichário de seus trabalhos, do tipo que mostramos na Seção
Service do site ou em nossos livros Como testar Componentes e
Conserte Tudo.
Anotando o aparelho, o defeito e a peça culpada, isso pode
ser de ajuda nos futuros trabalhos. Outro ponto importante para o
trabalho com o injetor é ter sempre à disposição o diagrama do
aparelho analisado. É através dele que determinamos os pontos
de aplicação dos sinais.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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ACOPLADORES ÓPTICOS
Os acopladores ópticos são dispositivos optoeletrônicos
formados por um emissor de luz (que pode ser visível ou
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NEWTON C. BRAGA
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
As aplicações para este dispositivo são facilmente
percebidas: podemos controlar algum dispositivo a partir de um
sinal aplicado ao LED sem ter conexão elétrica com o circuito de
controle, ou seja, podemos ter um isolamento total entre os dois,
conforme mostra a figura 3.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Disparo de SCR
Na figura 6 mostramos o circuito básico para se usar um
optoacoplador 4N26 no disparo de um SCR da série 106 como por
exemplo o MCR106 ou TIC106.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
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Schmitt Trigger
Os disparadores de Schmitt são elementos importantes
dos projetos pois fornecem uma saída retangular de qualidade
mesmo quando a entrada não seja um pulso perfeitamente
retangular. O circuito mostrado na figura 11 é sugerido pela
Motorola e tem por base o acoplador óptico 4N26 além de um
transistor comutador de alta velocidade que pode ser substituído
por equivalente.
Flip-Flop R-S
Na figura 12 temos um flip-flop R-S sugerido pela Motorola
para fazer uso do acoplador óptico 4N26.
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NEWTON C. BRAGA
Excitação de Triacs
Para excitação de Triacs podemos usar optoacopladores
como o MOC3010 e MOC3020 (110 V e 220 V) que possuem em
seu interior como elemento sensível à luz um opto-diac. Assim,
temos na figura 13 uma aplicação típica do MOC3010 para a rede
de 110 V (120 VAC 60 Hz) excitando um triac a partir de saídas
lógicas.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
TIPOS COMUNS
Existem diversos tipos de optoacopladores que se
tornaram populares e por isso podem ser encontrados com a
marca de diversos fabricantes. Sempre é interessante fazer
projetos com tais componentes pois sabemos que na falta de um
deles de uma marca podemos substituí-lo com facilidade pelo
mesmo tipo de outro fabricante.
130
NEWTON C. BRAGA
4N25/4N25A/4N26/4N27/4N28
Estes acopladores fazem parte de uma ampla família com
características bastante próximas utilizando como emissor um
LED infravermelho e como receptor um fototransistor. Na figura
15 temos o invólucro e a pinagem comum a todos estes tipos
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Para o componente total (máximos)
Característica Símbolo Valor Unidade
Dissipação Total Pd 250 mW
Tensão de Isolação Viso 7500 V
Características Elétricas:
Característica Símbolo Min. Tip. Max. Unidade
Corrente de saída (coletor) 4N25,25 A,26
4N27, 4N28 Ic 2 7 - mA
1 5 - mA
Capacitância de isolação Ciso - 0,2 - pF
MOC3009/MOC3010/MOC3011/MOC3012
Os componentes desta série consistem em
optoacopladores com LED emissor infravermelho e um optodiac
como receptor. Este componente se destina ao controle de Triacs
na rede de 110V (117/125V). Na figura 16 temos a pinagem e o
invólucro dos componentes desta série.
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NEWTON C. BRAGA
MOC3020/MOC3021/MOC3022/MOC3023
Estes dispositivos consistem em optoacopladores com LED
emissores infravermelhos e na parte receptora, optodiacs. O que
diferencia os dispositivos desta família dos anteriores é que estes
são destinados à rede de 220 (240 V).
Na figura 17 temos a pinagem e o invólucro dos
componentes desta série.
133
Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Outras características:
134
NEWTON C. BRAGA
CHAVES ÓPTICAS
As chaves ópticas têm o mesmo princípio de
funcionamento dos acopladores: são formadas por um LED
emissor (tanto visível como infravermelho) e um sensor que
normalmente é um fototransistor.
A diferença está no fato de que existe uma fenda que
permite interromper com um objeto a luz que é emitida pelo LED
e que incide no sensor, conforme mostra a figura 18.
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tipo de aplicação. Na figura 22 temos os invólucros típicos que
possibilitam sua montagem de diversas maneiras.
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CIRCUITOS PRÁTICOS
Para os circuitos que usam fototransistores sugerimos o
emprego de tipos comuns como os da série TIL da Texas
Instruments que inclusive podem ser encontrados em versões
Darlington de alto ganho.
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pelo menos 50 ohms. O fototransistor pode ser substituído por
equivalentes.
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HVT-JFET-POWERMOS-THY-GTO-IGBT
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DISPOSITIVOS DE 3 CAMADAS
A ideia básica para a criação de novos dispositivos
semicondutores é a da utilização de 3 camadas de materiais
semicondutores com estruturas diferentes. estas estruturas vão
determinar as características básicas de tais dispositivos que são
mostrados na figura 2.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
que flui pelo terminal de controle (base). seu funcionamento é,
portanto, semelhante ao de qualquer transistor bipolar comum.
No segundo caso existe uma abertura na segunda camada
(P) pode onde pode fluir a corrente principal que passa a ser
controlada pela tensão aplicada ao terminal de comporta (gate).
Neste caso temos um transistor de efeito de campo de junção ou
JFET.
Outra denominação para este dispositivo é SIT ou Static
Induction Transistor já que a intensidade da corrente entre os
eletrodos principais (fonte e dreno) é determinada pela
intensidade de um campo estático na região do canal por onde
passa a corrente.
Finalmente temos a terceira possibilidade que consiste em
se colocar o eletrodo de controle (gate) muito perto da região P
mas sem tocá-la (é isolado por uma capa de material isolante que
lhe dá nome). Uma tensão no eletrodo de comporta atrai os
portadores de carga da região N e com isso controla o fluxo de
corrente entre os eletrodos principal. Este dispositivo é conhecido
como Transistor MOS (Metal Oxide Semiconductor).
Analisemos separadamente estes dispositivos.
148
NEWTON C. BRAGA
O JFET
Uma vantagem deste dispositivo é que existe uma
resistência ôhmica pura entre os terminais pelos quais deve
circular a corrente principal. Isso significa uma capacidade maior
de corrente já que não existem junções a serem percorridas.
Como a corrente principal é controlada por uma tensão, o
controle exige uma potência muito menor. Como o que se tem de
fazer neste controle é simplesmente carregar e descarregar os
149
Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
diodos formados pelas junções, o que pode ser feito de forma
muito rápida, os dispositivos deste tipo são capazes de comutar
com velocidades muito maiores do que os equivalentes bipolares.
Uma dificuldade construtiva para este dispositivo está no
fato de que os eletrodos de controle (gate) devem ser colocados
em aberturas próximas dos eletrodos de fonte e a
capacidade/velocidade do dispositivo vai depender de sua
quantidade. Assim, quanto mais regiões alternadas forem
colocadas conforme mostra a figura 4, maior será a velocidade e
a capacidade de corrente do dispositivo.
O TRANSISTOR MOS
Quando uma tensão positiva é aplicada ao eletrodo de
comporta este dispositivo é polarizado no sentido de haver a
condução de uma corrente entre a fonte e o dreno.
Para se obter uma capacidade de corrente elevada o
dispositivo deve ter a estrutura mostrada na figura 4 onde o
eletrodo de controle (gate) é colocado praticamente junto do
eletrodo de fonte na grande região N que caracteriza os
dispositivos de potência, conforme falamos na introdução.
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– Volume 9
DISPOSITIVOS DE 4 CAMADAS
Os dispositivos que vimos são de três camadas, ou seja,
equivalentes a transistores. No entanto, estes dispositivos ainda
possuem certas limitações que podem ser melhoradas com
aperfeiçoamentos na sua estrutura.
Uma possibilidade importante e que é utilizada na criação
de novos dispositivos é a adoção de estruturas de quatro
camadas.
Isso implica na criação de um transistor NPN virtual numa
estrutura de três camadas que corresponde na verdade a um
transistor NPN, conforme mostra a figura 6.
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O TIRISTOR (THY)
Um exemplo de dispositivo desta família é o SCR ou Silicon
Controlled Rectifier que consiste basicamente num transistor de
alta tensão (HVT) com uma camada adicional do tipo P.
Assim, basta polarizar o transistor NPN para que ele sature
para que, por realimentação ele sature o PNP, provocando o
disparo do dispositivo que se mantém neste estado mesmo
depois que a corrente inicial de comutação desaparece.
Se bem que estes dispositivos sejam construídos com a
capacidade de comutar correntes elevadas, sua velocidade é
pequena. Isso limita bastante seu dV/dt. Uma característica nem
sempre desejável do SCR é que ele precisa ter a corrente entre o
anodo e o catodo reduzida a zero por um instante para que ele
desligue.
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
O GTO
Uma variação do SCR que pode ser desligada por um sinal
elétrico é o GTO ou Gate Turn Off Thyristor que tem a estrutura
mostrada na figura 9.
O SITh
O Static Induction Thyristor é um tipo de tiristor que
também é chamado de FCT (Field Controlled Thyristor) e que
consiste basicamente num JFET com uma camada adicional do
tipo P conforme mostra a figura 9.
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O IGBT
IGBT significa Insulated Gate Bipolar Transistor ou
Transistor Bipolar de comporta isolada. Sua estrutura e símbolo
são mostrados na figura 10 e conforme podemos ver ele consiste
num "misto" de transistor bipolar com FET daí, apenas de ser um
componente que possui "emissor" e "coletor" o eletrodo de
controle não é uma base, mas sim um "gate" (comporta).
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Como Funciona - Aparelhos, Circuitos e Componentes Eletrônicos
– Volume 9
Na operação normal, uma tensão positiva é aplicada ao
seu anodo (A) em relação ao catodo (CK). Quando a comporta (G)
se encontra com tensão nula em relação ao catodo, não circula
nenhuma corrente pelo anodo desde que a tensão aplicada esteja
abaixo do limite suportado pelo componente.
Quando a tensão de comporta atinge certo valor mínimo
os elétrons passam pela região n da base do transistor PNP
fazendo com que o transistor seja polarizado no sentido de
conduzir. Isso faz com que lacunas sejam injetadas do substrato
para a região n- do dispositivo. O excesso de elétrons e lacunas
modula a condutividade da região n- de alta condutividade, que
rapidamente reduz a sua resistência no sentido de fazer o
dispositivo conduzir intensamente a corrente.
Na operação normal o resistor de derivação (shunt Rs)
mantém a corrente de emissor do transistor NPN muito baixa e
com isso o ganho deste transistor também baixo. No entanto,
para correntes de anodo suficientemente intensas, uma injeção
de corrente suficientemente intensa pode ocorrer no transistor
NPN fazendo com seu ganho alfa aumente. Neste caso, o
dispositivo de quatro camadas trava ocorrendo então uma perda
de seu controle pela porta MOS. Neste caso, o dispositivo deve
ser desligado por uma diminuição da corrente de anodo para um
valor que esteja abaixo do denominado valor de manutenção,
como num tiristor típico.
Na figura 11 mostramos as curvas características de um
MOSFET e de um IGBT para que o leitor possa fazer comparações.
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CONCLUSÃO
Estes novos dispositivos (alguns nem tanto) devem
aparecer com frequência cada vez maior em projetos que
envolvam comutação de cargas de potências elevadas como
fontes chaveadas, controles de solenoides e motores de passo.
Os técnicos e engenheiros devem estar aptos não só a
reconhecer estes novos dispositivos como também avaliar suas
características quando necessitarem fazer novos projetos, service
ou simplesmente procurarem um tipo de reposição.
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– Volume 9
OS ULTRASSONS
Este artigo foi publicado em 2008,
mas versões anteriores já haviam
sido publicadas muitas outras vezes,
algumas antes de 1980. É claro que à
medida que o tempo passou o artigo
teve melhorias e atualizações, como
esta que é uma das últimas. Os
ultrassons são importantes tanto em
aplicações eletrônicas como para a
física, assim o artigo serve também
como base para uma apostila dos
cursos fundamental e médio que
tratam do assunto, como para a
própria iniciação tecnológica e em
cursos técnicos. Recomendamos este
artigo também para professores que
desejam saber um pouco mais sobre
o assunto, principalmente as ligações
dos ultrassons com a tecnologia.
INTRODUÇÃO
Utilizamos os ultrassons numa grande quantidade de
aplicações eletrônicas importantes. Podemos citar como
exemplos, o sensoriamento de objetos, medida de distâncias,
controles remotos, limpeza de objetos, aplicações médicas e até
mesmo na transmissão de informações, essas vibrações
inaudíveis ocupam lugar de destaque no amplo espectro das
vibrações mecânicas.
Como gerar ultrassons e como utilizá-los? Essas são
algumas das questões que procuraremos abordar neste artigo.
Respondendo a essas perguntas, levaremos nossos leitores a uma
dimensão maravilhosa, que nossos sentidos não podem alcançar,
mas que podem explorar com a ajuda da eletrônica.
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pessoais e até mesmo eventuais doenças, vão deixando de ouvir
o som que está sendo emitido.
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podendo se chocar contra ela. O que ocorre é que a vara em
vibração provoca um fenômeno denominado "Efeito Doppler".
Quando uma vibração sonora reflete num objeto que se
move em relação à fonte que emite o som, na reflexão ocorre
uma alteração da frequência. Se o objeto estiver se
movimentando em direção à fonte, a alteração é no sentido de
haver uma diminuição do comprimento de onda e, portanto, um
aumento da frequência.
Efeito inverso ocorre se o objeto estiver se afastando. Tudo
isso é mostrado na figura 7.
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que apresenta rendimento bom nesta faixa, para a aplicação
visada.
APLICAÇÕES PRÁTICAS
Aparelhos que emitam ou recebam ultrassons não são
simples curiosidades. Na indústria, na medicina, ou mesmo no lar
encontramos diversos dispositivos que operam com ultrassons.
Na indústria, por exemplo, os ultrassons podem ser usados para
detectar falhas de materiais como, por exemplo peças usadas em
aviões ou ainda estruturas especiais.
Um transdutor aplica os ultrassons de altíssima frequência
no material. Se existirem cavidades interna, falhas ou rachaduras
ocorrem reflexões que mudam o padrão do sinal captado por
outro transdutor e visualizado num osciloscópio, conforme mostra
a figura 9.
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CONCLUSÃO
As aplicações que vimos são apenas algumas das muitas
possíveis para os ultrassons. Em nosso site temos projetos com
este tipo de vibração como por exemplo detectores, alarmes,
aparelhos para escutar o inaudível, emissores com a finalidade de
espantar animais etc. O importante para o leitor é saber o que é o
ultrassom e como ele pode ser usado.
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