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CAP.

2 – LIMITES E CONTINUIDADE
• Limite de uma função no ponto. Definição. • Continuidade.
• Propriedades dos limites. • Propriedades das funções contínuas.
• Limites laterais. • Continuidade em intervalos.
• Teorema do confronto. • Teorema de Weierstrass
• Unicidade do limite. • Teorema de Bolzano
• Cálculo de limites.
• Levantamento de indeterminação.
• Limites infinitos.
• Limites no infinito.
• Propriedades de limites infinitos e no infinito.
• Limites fundamentais.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 1


Limite de uma função no ponto
Definição: Seja f uma função definida em algum intervalo aberto que contenha o número
a, excepto possivelmente no próprio a. Então dizemos que o limite de f(x) quando x tende
à a é L, e escrevemos:
𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝑳 , se para todo número 𝜀 > 0 existir um número 𝛿 > 0 tal que se
𝒙→𝒂
0 < 𝑥 − 𝑎 < 𝛿 então 𝑓 𝑥 − 𝐿 < 𝜀.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 2


Limite de uma função no ponto
Exemplo 1: Determine:

𝑎) lim 2𝑥 − 1
𝑥→3
𝑥 2 −1
b) lim
𝑥→1 𝑥−1

Exemplo 2: Usando a definição, prove que:

𝑎) lim 4𝑥 − 5 = 3
𝑥→2

𝑏) lim 5 − 2𝑥 = −3
𝑥→4

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Propriedades dos limites
Supondo que C seja uma constante e os limites lim 𝑓 𝑥 e lim 𝑔 𝑥 existam, então:
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

1. lim 𝑓 𝑥 ± 𝑔 𝑥 = lim 𝑓 𝑥 ± lim 𝑔 𝑥


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
2. lim 𝐶. 𝑓 𝑥 = 𝐶. lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
3. lim 𝐶 = 𝐶
𝑥→𝑎
4. lim 𝑓 𝑥 . 𝑔 𝑥 = lim 𝑓 𝑥 . lim 𝑔 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

𝑓 𝑥 lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎
5. lim = ; 𝑐𝑜𝑚 lim 𝑔 𝑥 ≠ 0
𝑥→𝑎 𝑔 𝑥 lim 𝑔 𝑥 𝑥→𝑎
𝑥→𝑎
𝑛
𝑛
6. lim 𝑓 𝑥 = lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

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Propriedades dos limites
𝑛
7. lim 𝑓 𝑥 = 𝑛 lim 𝑓 𝑥 ; 𝑐𝑜𝑚lim 𝑓 𝑥 ≥ 0 para 𝑛 par.
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

8. lim 𝑙𝑛 𝑓 𝑥 = ln lim 𝑓 𝑥 ; 𝑐𝑜𝑚lim 𝑓 𝑥 > 0.


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
9. lim 𝑠𝑒𝑛 𝑓 𝑥 = sen lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
10. lim 𝑐𝑜𝑠 𝑓 𝑥 = cos lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
lim 𝑓 𝑥
11. lim 𝑒 𝑓 𝑥 = 𝑒 𝑥→𝑎
𝑥→𝑎
12. lim 𝑓 𝑥 = lim 𝑓 𝑥
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
13. lim 𝑥 = 𝑎
𝑥→𝑎

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Exemplos: Calcule os seguintes limites aplicando as propriedades:

a) lim 2𝑥 2 − 3𝑥 + 4
𝑥→5
𝑥 3 + 2𝑥 2 − 1
b) lim
𝑥→−2 5 − 3𝑥
c) lim 𝑥 4 − 4𝑥 + 1
𝑥→−2
𝑥3 − 1
d) lim
𝑥→1 𝑥 − 1

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Limites laterais
Definição 1: Seja f(x) definida em um intervalo aberto ]a;b[, onde a<b. Se f(x) se
aproximar cada vez mais de L a medida que x se aproximar de a nesse intervalo, dizemos
que L é o “limite lateral à direita” da função f(x).
Escrevemos:
𝐥𝐢𝐦+ 𝒇 𝒙 = 𝑳
𝒙→𝒂

Usamos a notação 𝑥 → 𝑎+ para indicar que os valores de x são sempre maiores do que a.

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Limites laterais
Definição 2: Seja f(x) definida em um intervalo aberto ]c;a[, onde c<a. Se f(x) se
aproximar cada vez mais de L a medida que x se aproximar de a nesse intervalo, dizemos
que L é o “limite lateral à esquerda” da função f(x).
Escrevemos:
𝐥𝐢𝐦− 𝒇 𝒙 = 𝑳
𝒙→𝒂

Usamos a notação 𝑥 → 𝑎− para indicar que os valores de x são sempre menores do que a.

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Limites laterais
Teorema: Se f(x) é definida em um intervalo aberto contendo a, excepto possivelmente o
ponto a, então:

𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝑳 , se e só se 𝒍𝒊𝒎+ 𝒇 𝒙 = 𝒍𝒊𝒎− 𝒇 𝒙 = 𝑳


𝒙→𝒂 𝒙→𝒂 𝒙→𝒂

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Limites laterais
Exemplo 1: Seja dada f(x) representada na figura abaixo:

Encontre os limites:
𝒂) lim 𝒇 𝒙
𝒙→𝟏
b) lim 𝒇 𝒙
𝒙→𝟐
c) lim 𝒇 𝒙
𝒙→𝟑

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Limites laterais
Exemplo 2: Diga se são verdadeiras ou falsas as seguintes afirmações:

𝒂) lim 𝒇 𝒙 𝒆𝒙𝒊𝒔𝒕𝒆
𝒙→𝟎
𝒃) lim 𝒇 𝒙 = 𝟎
𝒙→𝟎
𝒄) lim 𝒇 𝒙 = 𝟏
𝒙→𝟎
𝒅) lim 𝒇 𝒙 = 𝟏
𝒙→𝟏
𝒆) lim 𝒇 𝒙 = 𝟎
𝒙→𝟏

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Limites laterais
Exercícios: Calcule os seguintes limites:
𝑥
𝑎) lim
𝑥→0 𝑥
𝑏) lim 𝑥
𝑥→0
𝑐) lim 1 − 𝑥 − 3
𝑥→3
𝑥 2 + 5𝑥 + 1
𝑑) lim 2
𝑥→3 𝑥 − 2𝑥 − 3
𝑥 − 3, 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 4
𝑒) lim 𝑓 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑓 𝑥 = ቊ
𝑥→4 5, 𝑠𝑒 𝑥 = 4
𝑥 2 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 < 2
𝑓) lim 𝑓 𝑥 , lim+ 𝑓 𝑥 𝑒 lim− 𝑓 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑓 𝑥 = ቐ 2, 𝑠𝑒 𝑥 = 2
𝑥→2 𝑥→2 𝑥→2
9 − 𝑥2, 𝑠𝑒 𝑥 > 2

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Limites laterais
Exercícios:
𝑥 − 4, 𝑠𝑒 𝑥 > 4
𝑔) lim 𝑓 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑓 𝑥 = ቐ 𝑘, 𝑠𝑒 𝑥 = 4
𝑥→4
8 − 2𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 < 4
1
, 𝑠𝑒 𝑥 < 0
𝑥
ℎ) 𝑆𝑒𝑗𝑎 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 , 𝑠𝑒 0 ≤ 𝑥 < 1 . Esboce o gráfico e calcule os limites:
2, 𝑠𝑒 𝑥 = 1
2 − 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 > 1
lim + − 𝑓 𝑥
+ −
𝑥→{−1,1,0 ,0 ,0,2 ,2 ,2}
3𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 4
𝑖) Dada 𝑓 𝑥 = ቊ . Ache 𝐤 para que 𝑙𝑖𝑚𝑓 𝑥 exista.
5𝑥 + 𝑘, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 4 𝑥→4

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Teorema do confronto
Seja 𝒈 𝒙 ≤ 𝒇 𝒙 ≤ 𝒉 𝒙 para qualquer x em um itervalo aberto com c, excepto em
x=c.
𝑺𝒆 lim 𝒈 𝒙 = lim 𝒉 𝒙 = 𝑳, 𝒆𝒏𝒕ã𝒐 lim 𝒇 𝒙 = 𝑳
𝒙→𝒄 𝒙→𝒄 𝒙→𝒄

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Teorema do confronto
Exemplo 1:
𝑥2 𝑥2
Ache lim 𝑓 𝑥 , 𝑠𝑒 1 − ≤ 𝑓 𝑥 ≤ 1 + ,∀ 𝑥 ≠ 0
𝑥→0 4 4

Exemplo 2:
1
Calcule lim 𝑥 2 𝑠𝑒𝑛
𝑥→0 𝑥

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Unicidade do limite
O valor do limite é único, ou seja:

𝑆𝑒 lim 𝑓 𝑥 = 𝐿1 𝑒 lim 𝑓 𝑥 = 𝐿2 , 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝐿1 = 𝐿2 .


𝑥→𝑎 𝑥→𝑎

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Cálculo de limites
Ao calcularmos certos limites podemos muitas vezes obter “expressões
indeterminadas” que são expressões que não têm sentido. Nestes casos devemos fazer
algumas operações algébricas para transformar a expressão indeterminada em outra
equivalente a ela, para a qual seja possível o cálculo do limite. Este processo é denominado
por “levantamento de indeterminação”.
Exemplo: Calcule os seguintes limites:

𝑥2 − 9
𝑎) lim
𝑥→3 𝑥 − 3

𝑥−3
𝑏) lim
𝑥→9 𝑥 − 9

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Levantamento de indeterminação
São consideradas indeterminações as seguintes expressões:

𝟎 ∞
; ; ∞ − ∞; 𝟎. ∞; 𝟎𝟎 ; ∞𝟎 ; 𝟏∞
𝟎 ∞

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Levantamento de indeterminação
0
Indeterminação do tipo :
0

Neste caso transforma-se os polinómios do numerador e do denominador em produto de


dois ou mais factores. Para isso, podemos usar a factorização ou a regra de Ruffini.

No caso de haver expressões irracionais (expressões com radicais) no numerador e/ou no


denominador faz-se a racionalização ou aplica-se a regra do conjugado.

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𝟎
Indeterminação do tipo :
𝟎

Calcule os seguintes limites:


𝒙𝟑 − 𝟓𝒙𝟐 + 𝟔𝒙
𝒂) lim 𝟐
𝒙→𝟐 𝒙 − 𝟕𝒙 + 𝟏𝟎
𝒙𝟑 − 𝟑𝒙 + 𝟐
𝒃) lim 𝟒
𝒙→𝟏 𝒙 − 𝟒𝒙 + 𝟑
𝟖𝒙𝟑 − 𝟏
𝒄) lim
𝒙→𝟏/𝟐 𝟔𝒙𝟐 − 𝟓𝒙 + 𝟏
𝟏+𝒙− 𝟏−𝒙
𝒅) lim
𝒙→𝟎 𝒙
𝟑− 𝟓+𝒙
𝒆) lim
𝒙→𝟒 𝟏 − 𝟓 − 𝒙
𝟑
𝟏 + 𝒙𝟐 − 𝟏
𝒇) lim
𝒙→𝟎 𝒙𝟐
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𝟎
Indeterminação do tipo :
𝟎

Calcule os seguintes limites (continuação):


𝟑
𝒙+𝒉− 𝟑 𝒙
𝒈) lim
𝒉→𝟎 𝒉
𝟑
𝒙−𝟏
𝒉) lim
𝒙→𝟏 𝒙 − 𝟏
𝒙−𝟖
𝒊) lim 𝟑
𝒙→𝟖 𝒙 − 𝟐
𝒙𝟐 − 𝒙
𝒋) lim
𝒙→𝟏 𝒙 − 𝟏
𝟑
𝟕 + 𝒙𝟑 − 𝟑 + 𝒙𝟐
𝒌) lim
𝒙→𝟏 𝒙−𝟏

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Limites no infinito

Definições:
1-Dizemos que f(x) possui “limite L quando x tende à mais infinito” e escrevemos
lim 𝒇 𝒙 = 𝑳 se, à medida que x se distancia da origem no sentido positivo, f x fica
𝒙→+∞

Cada vez mais próximo de L.

2-Dizemos que f(x) possui “limite L quando x tende à menos infinito” e escrevemos
lim 𝒇 𝒙 = 𝑳 se, à medida que x se distancia da origem no sentido negativo, f x fica
𝒙→−∞

Cada vez mais próximo de L.

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Limites no infinito

Interpretação geométrica:
Ex1: Ex2:

lim 𝒈 𝒙 = 𝟐 lim 𝒇 𝒙 = 𝟑
𝑥→+∞ 𝑥→+∞
lim 𝒈 𝒙 = −𝟐
𝑥→−∞

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Limites no infinito

Teorema: Se n é um número inteiro positivo, então:


𝟏
𝒊) lim 𝒏 = 𝟎 𝒊𝒊) lim 𝒌 = 𝒌
𝑥→±∞ 𝒙 𝑥→±∞

Exemplos:
𝟐
𝒂) lim 𝟒 −
𝑥→∞ 𝒙
𝒙+𝟏
𝒃) lim
𝑥→−∞ 𝒙𝟐
𝟑𝒙 + 𝒙
𝒄) lim
𝑥→+∞ 𝟕𝒙 − 𝟓 𝒙
𝟑𝒙 + 𝒙𝟐
𝒅) lim
𝑥→−∞ 𝟕𝒙 − 𝟓 𝒙

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 24


Limites no infinito
Propriedades: Seja k ∈ ℝ, teremos as seguintes igualdades:

𝒌
𝒌 + +∞ = +∞; 𝒌 + −∞ = −∞; ∞ + ∞ = ∞; −∞ − ∞ = −∞; ∞. ∞ = ∞; =𝟎
±∞

∞, 𝑘>1 0, 𝑘>1 𝑘 +∞, 𝑘 > 0 𝑘 −∞, 𝑘 > 0


𝒌+∞ −∞
= ቐ 0, 0 < 𝑘 < 1 ; 𝒌 = ቐ∞, 0 < 𝑘 < 1 ; + = ቊ ; −=ቊ ;
0 −∞, 𝑘 < 0 0 +∞, 𝑘 < 0
∄, 𝑘 < 0 ∄, 𝑘 < 0

∞, 𝑘 > 0
∞𝑘 = ቊ
0, 𝑘 < 0

+∞, 𝒌 > 𝟎 +∞, 𝒌 < 𝟎 +∞ +∞, 𝑘 > 0 −∞ +∞, 𝑘 < 0


𝒌. +∞ = ቊ ; 𝒌. −∞ = ቊ ; =ቊ ; =ቊ
−∞, 𝒌 < 𝟎 −∞, 𝒌 > 𝟎 𝒌 −∞, 𝑘 < 0 𝒌 −∞, 𝑘 > 0

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 25


Limites no infinito
Limites de funções racionais quando x→±∞
Neste caso, podemos dividir o numerador e o denominador pela maior potência de x que
aparece no denominador.
1.Numerador e denominador de mesmo grau:
5 3
2
3𝑥 + 5𝑥 − 3 3 + −
𝑥 𝑥2 3
lim = lim =
𝑥→+∞ 2𝑥 2 + 1 𝑥→+∞ 1 2
2+ 2
𝑥
2.Grau do numerador menor que o grau do denominador:
2 3
2𝑥 + 3 2 + 3
lim = lim 𝑥 𝑥 =0
𝑥→−∞ 3𝑥 3 − 2 𝑥→−∞ 2
3− 3
𝑥
3.Grau do numerador maior que o grau do denominador:
5
2
2𝑥 + 4𝑥 − 5 2𝑥 + 4 − 𝑥 = −∞
lim = lim
𝑥→−∞ 3𝑥 + 4 𝑥→−∞ 4
3+𝑥

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 26


Limites no infinito
Observação:
No cálculo de limites no infinito de funções racionais, poderemos considerar apenas o limite
no infinito do quociente entre os termos de maiores graus, tanto do numerador como do
denominador.
Ex:
3𝑥 5 − 2𝑥 2 + 5𝑥 − 1 3𝑥 5 3 3
lim = lim 7 = lim 2 = =0
𝑥→∞ 2𝑥 7 + 5𝑥 3 − 2𝑥 2 𝑥→∞ 2𝑥 𝑥→∞ 2𝑥 2. ∞2
Conclusão:
Sejam 𝑃𝑛 𝑥 = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + ⋯ + 𝑎2 𝑥 2 + 𝑎1 𝑥 + 𝑎0 e
𝑄𝑚 𝑥 = 𝑏𝑚 𝑥 𝑚 + 𝑏𝑚−1 𝑥 𝑚−1 + ⋯ + 𝑏2 𝑥 2 + 𝑏1 𝑥 + 𝑏0 :
𝒂𝒏
𝑷𝒏 𝒙 , 𝒔𝒆 𝒏 = 𝒎
𝒃𝒎
𝐥𝐢𝐦 =
𝒙→±∞ 𝑸𝒎 𝒙 𝟎, 𝒔𝒆 𝒏 < 𝒎
±∞, 𝒔𝒆 𝒏 > 𝒎

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Limites no infinito
Exercícios:
3−𝑥
𝑎) lim
𝑥→+∞ 5 + 4𝑥 2
2𝑥 2 − 3𝑥 − 4
𝑏) lim
𝑥→∞ 𝑥4 + 1
2𝑥 2 − 7
𝑐) lim
𝑥→−∞ 𝑥 + 3
− 𝑥 6 + 12𝑥 3 − 4𝑥
𝑑) lim
𝑥→−∞ 9 + 9𝑥 + 0,5𝑥 3
3
𝑛3 − 2𝑛2 + 1 + 𝑛4 + 1
𝑒) lim 4
𝑛→∞ 𝑛6 + 6𝑛5 + 2 − 5 𝑛7 + 3𝑛3 + 1
𝑛+1 3− 𝑛−1 3
𝑓) lim
𝑛→∞ 𝑛 + 1 2 + 𝑛 − 1 2
𝑛+2 !+ 𝑛+1 !
𝑔) lim
𝑛→∞ 𝑛+3 !
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 28
Limites infinitos
Seja f uma função definida em ambos os lados de a, excepto possivelmente em a.
Então lim 𝑓 𝑥 = +∞ (ou lim 𝑓 𝑥 = −∞) significa que podemos fazer os valores de f(x)
𝑥→𝑎 𝑥→𝑎
ficarem arbitrariamente grandes (ou pequenos), tomando x suficientemente próximo de a,
mas não igual à a.

Nota: Não significa que ±∞ seja um valor numérico do limite, ou seja, é uma das formas
de afirmar que o limite não existe.

Teorema:
1
𝑖) lim+ 𝑛 = +∞
𝑥→0 𝑥
1 −∞, 𝑛 ímpar
𝑖) lim− 𝑛 = ቊ
𝑥→0 𝑥 +∞, 𝑛 par

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 29


Limites infinitos
Exemplos:

𝟏
𝒂) lim+ 𝟐
𝒙→𝟎 𝒙
𝟏
𝒃) lim−
𝒙→𝟏 𝒙 − 𝟏
𝒄) lim+ 𝒕𝒈 𝒙
𝝅
𝒙→ 𝟐
𝒅) lim− 𝒄𝒐𝒕𝒈 𝒙
𝒙→𝟎
𝟏
𝒆) lim
𝒙→𝟎 𝒙
𝟏
𝒇) lim 𝟐
𝒙→𝟎 𝒙
𝒈) lim 𝒍𝒏 𝒙
𝒙→𝟎

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Limites fundamentais
1.Limite fundamental trigonométrico:

𝒔𝒆𝒏 𝒙
𝐥𝐢𝐦 =𝟏
𝒙→𝟎 𝒙

Exemplos:
𝒔𝒆𝒏 𝟑𝒙
𝐚) 𝐥𝐢𝐦
𝒙→𝟎 𝒙

𝒕𝒈 𝟐𝒙
𝐛) 𝐥𝐢𝐦
𝒙→𝟎 𝒔𝒆𝒏 𝟓𝒙

𝟐𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏 𝒙
𝐜) 𝐥𝐢𝐦
𝒙→𝟎 𝟑𝒙

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Limites fundamentais
2.Limite fundamental exponencial:
Proposição:
𝒙
𝟏
𝐥𝐢𝐦 𝟏 + = 𝒆, no qual 𝒆 é um número irracional e ≈ 2,7182 .
𝒙→±∞ 𝒙

Propriedades:
𝒙+𝑪
𝟏
𝐥𝐢𝐦 𝟏 + =𝒆
𝒙→±∞ 𝒙
𝒙+𝒃
𝒌
𝐥𝐢𝐦 𝟏+ = 𝒆𝒌
𝒙→±∞ 𝒙+𝒂
𝟏 𝒍𝒏 𝟏 + 𝒙
𝐥𝐢𝐦 𝟏 + 𝒙 𝒙 = 𝒆 ⇒ lim =𝟏
𝒙→𝟎 𝒙→𝟎 𝒙

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Limites fundamentais
2.Limite fundamental exponencial:
Indeterminação do tipo: 𝟎𝟎 ; ∞𝟎 ; 𝟏∞
Faz-se:
𝒈(𝒙) 𝐥𝐢𝐦 [𝒈 𝒙 .𝐥𝐧 𝒇(𝒙)]
𝐥𝐢𝐦 𝒇(𝒙) =𝒆 𝒙→𝒂
𝒙→𝒂
Exemplos:
𝒙 𝒙
𝒂) lim
𝒙→∞ 𝟏 + 𝒙

𝒙
𝒙𝟐 − 𝟐𝒙 + 𝟏
𝒃) lim 𝟐
𝒙→∞ 𝒙 − 𝟒𝒙 + 𝟐

𝒄𝒐𝒔𝒆𝒄 𝒙
𝒄) lim 𝟏 + 𝒔𝒆𝒏 𝒙
𝒙→𝟎

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 33


Limites fundamentais
3.Limite fundamental do logarítimo neperiano:
𝒆𝒙 = 𝒂 ⇒ 𝒙 = 𝐥𝐧 𝒂;
Proposição:
𝒂𝒙 − 𝟏
𝐥𝐢𝐦 = 𝐥𝐧 𝒂 ; (𝑎 > 0, 𝑎 ≠ 1)
𝒙→𝟎 𝒙
Exemplos:
𝒆𝒂𝒙 − 𝒆𝒃𝒙
𝒂) lim
𝒙→𝟎 𝒙

𝒍𝒏 𝒙 − 𝟏
𝒃) lim
𝒙→𝒆 𝒙 − 𝒆

𝒆𝒙 − 𝒆−𝒙
𝒄) lim
𝒙→𝟎 𝒔𝒆𝒏 𝒙

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 34


Limites fundamentais
Cálculo de limites fundamentais usando infinitésimos:
As seguintes proposições são válidas quando u→0:
𝒔𝒆𝒏 𝒖 ~ 𝒖
𝒕𝒈 𝒖 ~ 𝒖
𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏 𝒖 ~ 𝒖
𝒂𝒓𝒄𝒕𝒈 𝒖 ~ 𝒖
𝒆𝒖 − 𝟏 ~ 𝒖
𝒍𝒏 𝟏 + 𝒖 ~ 𝒖
𝒖𝟐
𝟏 − 𝐜𝐨𝐬 𝒖 ~
𝟐
𝒖𝟑
𝒖 − 𝒔𝒆𝒏 𝒖 ~
𝟔
𝒖𝟑
𝒕𝒈 𝒖 − 𝒖 ~
𝟑
𝒏
𝟏 + 𝒖 − 𝟏 ~ 𝒏. 𝒖
Ex:
𝒙
𝒂𝒓𝒄𝒔𝒆𝒏
𝟏 − 𝒙𝟐 𝒍𝒏 𝒄𝒐𝒔 𝒙 − 𝟏
𝒂) 𝐥𝐢𝐦 𝒃) 𝐥𝐢𝐦
𝒙→𝟎 𝒍𝒏 𝟏 − 𝒙 𝒙→𝟏 𝒔𝒆𝒏𝟐 𝟑𝝅𝒙
CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 35
Continuidade
O limite de uma função quando x tende à a pode muitas vezes ser encontrado
simplesmente calculando-se o valor da função em a. As funções com essa propriedade são
chamadas “contínuas em a”.
Definição: Uma função f é continua em um número a se 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝒇(𝒂).
𝒙→𝒂

Para tal, deve-se cumprir o seguinte:


1.f(a) está definida (a ∈ Df)
2. 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 existe.
𝒙→𝒂
3. 𝐥𝐢𝐦 𝒇 𝒙 = 𝒇(𝒂).
𝒙→𝒂

Observação: Não basta que os limites laterais sejam iguais.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 36


Continuidade
Exemplos de funções descontínuas:

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 37


Continuidade
Ex1: Estude a continuidade das seguintes funções:
3 + 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 1
𝑎) 𝑓 𝑥 = ቊ
3 − 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 > 1
1 1
𝑏) 𝑓 𝑥 = ; 𝑓 𝑥 = ቐ𝑥 − 2 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 2
𝑥−2
3, 𝑠𝑒 𝑥 = 2
𝑥 − 3 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 3
𝑐) 𝑓 𝑥 = ቊ
2, 𝑠𝑒 𝑥 = 3
𝑥−2
𝑑) 𝑓 𝑥 = ൞ 𝑥 − 4 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 4
1/4, 𝑠𝑒 𝑥 = 4
𝑥2 − 4
𝑒) 𝑓 𝑥 = ቐ 2 − 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 2
−4, 𝑠𝑒 𝑥 = 2
1/𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 1
𝑓) 𝑓 𝑥 = ቊ
1, 𝑠𝑒 𝑥 > 1 CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 38
Continuidade
Ex2: Diga, justificando, se a seguinte função é contínua:

𝑠𝑒𝑛 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
−𝑥, 𝑠𝑒 − 1 ≤ 𝑥 < 0
𝑓 𝑥 =
−𝑥 2 − 4𝑥 − 2, 𝑠𝑒 − 3 ≤ 𝑥 < −1
1, 𝑠𝑒 𝑥 < −3

Ex3: Seja a função:

−2cos 𝑥 , 𝑠𝑒 𝑥 ≤ −𝜋
𝑓 𝑥 = ቐ𝐴𝑐𝑜𝑠 𝑥 + 𝐵, 𝑠𝑒 − 𝜋 < 𝑥 < 0 ,
𝑠𝑒𝑛 𝑥, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 0
Determinar A e B para que a função seja contínua e esboçar o gráfico.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 39


Teorema de Weierstrass

Se f é continua em [a;b], então f possui um máximo absoluto e


um mínimo absoluto neste intervalo. Quer dizer, existem os
números c e d no intervalo [a;b] para os quais se cumprem que
qualquer que seja x∈[a;b], f(d)≤f(x)≤f(c).

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 40


Teorema de Weierstrass

Exemplo 1: Considere a função 𝑓 𝑥 = 𝑥 2 − 1.


Mostre que a função f possui um máximo e mínimo absoluto no
intervalo [-1;1].
Resolução: A função f é continua em [-1;1] pois está definida
em todos os pontos do intervalo e 𝑓 −1 = 0 = lim + 𝑥 2 − 1 = 0
𝑥→−1
e 𝑓 1 = 0 = lim− 𝑥 2 − 1 = 0.
𝑥→1
Pelo teorema de Weierstrass f(x) possui pelo menos um máximo
e mínimo absoluto em [-1;1].

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 41


Teorema de Weierstrass

O valor mínimo é assumido em f(0) e máximo(s) em f(-1) e f(1).

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 42


Teorema de Weierstrass

Exemplo 2: Para qual das funções reais de variável real definidas a seguir
é possível garantir que admite máximo e mínimo absolute no intervalo
[-1;1]?
𝑥2 − 2𝑥 + 1 𝑥2 − 1
𝑎) 𝑓 𝑥 = 𝑏) 𝑔 𝑥 = ቐ 𝑥 − 1 , 𝑠𝑒 𝑥 > 1
𝑥−1
𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 1

𝑥 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≥ 1 𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 > 0
𝑐) 𝑔 𝑥 = ቊ 𝑑) 𝑔 𝑥 = ቊ
−𝑥 + 2, 𝑠𝑒 𝑥 < 1 −𝑥 − 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 43


Teorema de Bolzano

Este teorema vai nos permitir concluir que uma função continua
pode ter pelo menos um zero (raiz) num intervalo fechado,
mesmo que não conseguimos determinar.
Teorema: Seja f uma função contínua em [a;b] e k∈ℝ
compreendida entre f(a) e f(b). Então, existe um c ∈ ]a;b[ tal
que f(c)=k.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 44


Teorema de Bolzano

Corolário (consequência) do teorema de Bolzano:


Seja f uma função continua em [a;b]. Se f(a).f(b)<0, então
existe um c ∈ ]a;b[ tal que f(c)=0. Isto é, existe pelo menos um
zero (raiz) da função f.

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 45


Teorema de Bolzano

Exemplo 1: Demonstre que a função 𝒇 𝒙 = −𝒙𝟒 + 𝟒𝒙 + 𝟑 toma


valor -3 no intervalo ]1;2[.

Exemplo 2: Verificar em qual dos intervalos a função


𝒇 𝒙 = 𝒙𝟑 − 𝟏𝟎 possui pelo menos uma raiz.

a) [0;1]; b) [2;4]

CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL 1 46

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