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Cálculo I

Cálculo Diferencial e Integral

Aula 2

Limites

Noções de Limites: Funções de várias sentenças e


noções geométricas de limites

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

➢ Identificar e esboçar gráficos de funções elementares de uma variável


real: funções constantes, potência, afim, quadrática, exponencial,
logarítmicas e trigonométricas.
➢ Construir gráficos de funções utilizando movimentação gráfica.
➢ Identificar e construir gráfico de funções definidas por várias sentenças.
➢ Analisar gráfico de funções definidas por várias sentenças e reconhecer os
limites laterais, limites e continuidade no ponto, limites infinitos e no
infinito.

Profa. Me. Alessandra Azzolini


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Profa. Me. Alessandra Azzolini
INTRODUÇÃO

O Cálculo Diferencial e Integral é um ramo importante da matemática,


desenvolvido a partir da Álgebra e da Geometria. Foi desenvolvido por Isaac
Newton (1643-1727) e Gottfried Leibniz (1646-1716) simultaneamente em
trabalhos independentes.

O Cálculo Diferencial e Integral é a base para o curso de computação e afins,


muitas funções são implementadas com bases matemáticas, essas operações
auxiliam a entende a variação de condições matemática de situações reais com
relação as mudanças dessas próprias condições.

Limites é uma teoria matemática que estuda o comportamento das funções para
valores próximo de um número dado.

Exemplo: Suponha que um físico deseja obter determina medida quando a pressão
do ar é zero. Como, no laboratório, é extremamente difícil obter a pressão
exatamente igual a zero, isto é, vácuo perfeito. O físico deverá obter medidas a
pressões cada vez menores. Se, quando as pressões tendem para zero, as
medidas correspondentes tendem para um número n, então ele concluirá,
naturalmente, que se a pressão for zero, o valor da medida será n.

NOÇÃO INTUITIVA DE LIMITE – LIMITES LATERAIS

Seja a função 𝒇: ℝ → ℝ, definida por 𝑓(𝑥) = 𝑥 + 4. Vamos dar valores a x que se


aproximem de 1, pela sua direita (valores maiores que 1) e pela esquerda (valores
menores que 1) e calcular o valor correspondente de y:

X y=x+4
0,5
0,7
0,9
0,95
0,98
0,99

X y=x+4
1,5
1,3
1,1
1,05
1,02
1,01

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Notamos que:

• o limite de 𝑓(𝑥), quando x tende para 1, pela esquerda, é igual a 5 ou,


abreviadamente:

lim 𝑓 (𝑥) =
𝑥→1−

• o limite de 𝑓(𝑥), quando x tende para 1, pela direta, é igual a 5 ou,


abreviadamente:

lim 𝑓 (𝑥) =
𝑥→1+

Estes dois limites são chamados de limites laterais.

Quando existirem os limites laterais e forem iguais, dizemos que existe o


limite de 𝒇(𝒙) quando 𝒙 tende para 1 e escrevemos, simplesmente:

lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

De forma geral, escrevemos:

lim 𝑓 (𝑥) = 𝑏
𝑥→𝑎

se, quando x se aproxima de a (𝑥 a), 𝑓(𝑥) se aproxima de b (𝑓(𝑥) b).

O limite de uma função existe se e somente se os limites laterais existirem e forem iguais.
Simbolicamente:
lim f ( x) = L  lim− f ( x) = lim+ f ( x) = L
x →a x →a x →a

Como x² + x - 2 = (x - 1) (x + 2), temos:

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Podemos notar que quando x se aproxima de 1 (x 1), f(x) se aproxima de 3,
embora para x = 1 tenhamos f(x) = 2. o que ocorre é que procuramos o
comportamento de y quando x 1. E, no caso, y 3. Logo, o limite de f(x) é 3.

Escrevemos:

Se 𝒈: ℝ → ℝ, definida por 𝑔(𝑥) = 𝑥 + 2, lim 𝑔(𝑥) = lim(𝑥 + 2) = 3, embora


𝑥→1 𝑥→1
g(x) f(x) em x = 1. No entanto, ambas têm o mesmo limite.

EXEMPLO 1 - Observando o gráfico da função presente na figura a seguir, podemos


determinar os seus limites:

𝑎) lim+ 𝑓(𝑥 ) =
𝑥→0

𝑏) lim− 𝑓(𝑥 ) =
𝑥→0

𝑐) lim 𝑓(𝑥 ) =
𝑥→0

𝑑) 𝑓(0) =

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EXEMPLO 2 - Seja 𝑓(𝑥) a função definida pelo gráfico:

Intuitivamente, encontre se existir:

𝑎) lim+ 𝑓(𝑥 ) = 𝑏) lim− 𝑓 (𝑥 ) = 𝑐) lim 𝑓 (𝑥 ) =


𝑥→2 𝑥→2 𝑥→2

𝑑) lim+ 𝑓(𝑥 ) = 𝑒) lim− 𝑓(𝑥 ) = 𝑓) lim 𝑓(𝑥 ) =


𝑥→1 𝑥→ 1 𝑥→1

EXERCÍCIOS

1) O gráfico a seguir representa uma função 𝒇 de [-𝟔, 𝟗] em ℝ. Determine:

𝑎) 𝑓(2) =

𝑏) lim− 𝑓(𝑥 ) =
𝑥→2

𝑐) lim+ 𝑓 (𝑥 ) =
𝑥→2

𝑑) lim 𝑓(𝑥 ) =
𝑥→2

𝑒) 𝑓(−2) =

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a) lim− 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

b) lim+ 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

d) 𝑓(1) =

a) lim− 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

b) lim+ 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

d) 𝑓(1) =

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Considere a função

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𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 ≠ 1
4) Dada a função 𝑓(𝑥) = { , determine:
3, 𝑠𝑒 𝑥 = 1

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1−

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1+

c)lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

𝑑) 𝑓 (1) =

𝑥 − 2, 𝑠𝑒 𝑥 ≤ 0
5) Dada a função 𝑓(𝑥) = { , determine:
𝑥 2 , 𝑠𝑒 𝑥 > 0

a) lim 𝑓(𝑥)
𝑥→0−

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→0+

c)lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→0

3𝑥 − 3, 𝑠𝑒 𝑥 < 2
6) Dada a função 𝑓(𝑥) = { , determine:
𝑥 + 1, 𝑠𝑒 𝑥 > 2

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2−

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2+

c)lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

Propriedades dos Limites de Funções

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v

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Exemplo 1

𝐥𝐢𝐦(𝟐𝒙𝟐 − 𝟕𝒙 + 𝟒)
𝒙 →𝟐

Obs: Toda vez que se calcula um limite deve-se iniciar aplicando o valor na qual deseja-se
saber o limite. Somente se der alguma indeterminação deve-se recorrer a outros métodos
e técnicas. Ou seja, a ideia é literalmente substituir o valor para o qual 𝒙 está tendendo
dentro do limite. Então, isso é possível porque temos um polinômio e um teorema que
garante que

𝐥𝐢𝐦 𝒑(𝒙) = 𝒑(𝒂)


𝒙 →𝒂

onde 𝑝(𝑥)é um polinômio de ordem n.

𝐥𝐢𝐦(𝟐𝒙𝟐 − 𝟕𝒙 + 𝟒) = 𝟐𝐥𝐢𝐦 𝒙𝟐 − 𝟕𝐥𝐢𝐦 𝑥 + 𝐥𝐢𝐦 4


𝒙 →𝟐 𝒙 →𝟐 𝒙 →𝟐 𝒙 →𝟐

Exemplo 2

𝒙𝟐 + 𝟕𝒙 − 𝟐
𝐥𝐢𝐦
𝒙 →𝟏 −𝟑𝒙 + 𝟓

Da mesma forma, como no exemplo anterior, deve-se abrir em vários limites


aplicando as propriedades:

Exemplo 3

Resolve-se este exemplo da mesma forma que os anteriores.

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Exercícios

7) Dada a função 𝑓(𝑥) = 3𝑥 − 2, determine:

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→0

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→−1

8) Dada a função 𝑓(𝑥) = 𝑥 2 − 3𝑥 + 2, determine:

a) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→2

b) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→1

c) lim 𝑓(𝑥) =
𝑥→−2

9) Determine os limites

a) lim(4𝑥 2 − 7𝑥 + 5) =
𝑥 →1

𝑥 2 + 2𝑥 − 3
𝑏) lim =
𝑥 →−3 5 − 3𝑥
3
3𝑥2 − 2𝑥 − 5
c) lim ( 2 ) =
𝑥 →2 −𝑥 + 3𝑥 + 4

2
2𝑥 + 3𝑥 − 3
d) lim √ =
𝑥 →−1 5𝑥 − 4

√2𝑥 2 + 3𝑥 + 2
𝑒) lim =
𝑥 →2 6 − 4𝑥

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LIMITES INDETERMINADOS

Em alguns casos não é possível calcular o valor do limite por simples substituição. Ao
0 
adotar tal procedimento nos deparamos com resultados do tipo ou .
0 

0 ∞
𝐼𝑛𝑑𝑒𝑡𝑒𝑟𝑚𝑖𝑛𝑎çã𝑜 𝑜𝑢
0 ∞
Exemplo 1

Seja a função
3 x 2 −4 x −4
f (x ) = , com x → 2 , isto é,
x −2
3 x 2 −4 x −4 0
f ( x ) = lim = Indeterminação,
x→ 2 x −2 0

estudando-se esta função, tem-se que o domínio de f (x) abrange todos os números
reais, com exceção de x = 2 que anula o denominador e o numerador. O que significa
que a função é indefinida neste ponto. Porém, ao se utilizar “Bhaskara” no numerador,
ou seja,

− b b 2 −4ac
ax + bx + c = 0 
2
x= . Assim,
2a

4 16+48 48 x = 2
x= =   1
6 6 x2 = − 2 3

3x 2 −4 x−4 (3x+ 2)( x−2)


f (x ) = = = 3x+2
x −2 x −2
f (x) = 3x + 2 x  2 Ponto ( 2 , 8 )
deve ser excluído do gráfico, pois
naquele ponto a função é indefinida.

O gráfico mostra que para x aproximando de 2 , f (x ) se aproxima de 8 , mas se


substituir-se x = 2 na 1a expressão, f (x ) não está definida naquele ponto.
Desta forma, tem-se que

3 x 2 −4 x −4 (3x+2)( x−2)
f (x ) = lim = lim = lim 3x+2 = 8 ,
x→ 2 x −2 x→ 2 x −2 x→ 2

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Exemplo 2

Aqui encontra-se um dos casos de indeterminação nos limites. Assim, para superar
esta indeterminação, propõe-se utilizar o método de decompor a expressão do
denominador como produto de suas raízes. Assim, caso uma das suas raízes seja
igual ao numerador, então se simplifica.

Para encontrar as raízes podemos utilizar a Formula de Bháskara ou Soma e

Produto ou até mesmo o algoritmo de Briot-Ruffini.

Simplificando os termos iguais encontramos facilmente o limite dado por:

Produtos notáveis:

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10) Determine os valores de:

𝑥2 − 9
a) lim =
𝑥→3 𝑥 + 3

𝑥2 − 9
b) lim =
𝑥→ −3 𝑥 + 3

𝑥−2
c) lim
𝑥→2 𝑥2 − 4

1 − 𝑥2
d) lim =
𝑥→1 1−4

𝑥 2 + 𝑥 − 20
e) lim =
𝑥→4 𝑥−4

𝑥2 − 1
f) lim =
𝑥→1 𝑥 − 1

4 − 𝑥2
g) lim =
𝑥→−2 2 + 𝑥

𝑥 2 − 6𝑥 + 9
h) lim =
𝑥→3 𝑥−3

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LIMITES NO INFINITO

Introdução:

1
Consideremos a função f definida por f ( x) =
e analisemos, mediante uma
x
tabela, o seu comportamento quando os valores de x crescem ilimitadamente
através de valores positivos.

x 1 1 1 1 2 3 4 10 100 1.000 10.000 100.000


4 3 2
f (x) 4 3 2 1 1 1 1 0,1 0,01 0,001 0,0001 0,00001
2 3 4

Pela tabela constatamos que quando x cresce ilimitadamente através de valores


positivos, os valores da função se aproximam cada vez mais de 0 (zero).
Simbolicamente, representamos tal fato por: lim f ( x) = 0 , que se lê: “limite de f
x → +

de x , quando x tende a mais infinito, é igual a zero”.

Observação: Quando uma variável independente x está crescendo


ilimitadamente através de valores positivos, escrevemos: “ x → + ”. Devemos
enfatizar que +  não é um número real. O símbolo + indica, portanto, o
comportamento da variável independente x .

Consideremos agora, para a mesma função, uma tabela onde os valores da


variável x decrescem ilimitadamente através de valores negativos.

x -
1
-
1
-
1 -1 -2 -3 -4 -10 -100 -1.000 -10.000 -100.000
4 3 2

f (x) -4 -3 -2 -1 -
1
-
1
-
1 -0,1 -0,01 -0,001 -0,0001 -0,00001
2 3 4

Observando a tabela anterior verificamos que à medida em que os valores de x


decrescem ilimitadamente através de valores negativos, os valores da função se
aproximam cada vez mais de 0 (zero). Usando o simbolismo “ x → − ” para indicar
os valores de x que estão decrescendo ilimitadamente, representamos
simbolicamente o fato acima por um lim f ( x) = 0 , que se lê: “limite de f de x ,
x → −

quando x tende a menos infinito, é igual a zero.

Analogamente, observando o comportamento da função através do seu gráfico


(figura indicada acima), constatamos que quando x decresce ilimitadamente
através de valores negativos ( x → − ), os valores da função f (x) aproximam-se
1
cada vez mais de 0 (zero). Simbolicamente, escrevemos: lim f ( x) = 0 ou lim = 0
x → − x→− x

.
1
f ( x) = 1 −
Observe o gráfico da função x apresentado na Figura a seguir:

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Observando o gráfico e as tabelas, vemos que esta função tende para o valor 1,
quando x tende para o infinito. Isto é, y → 1 quando x → . Denotamos por
 1
lim 1 −  = 1
x→
 x

Limite de uma função Polinomial

Consideremos a função polinomial P( x) = −4 x 3 + 6 x 2 − 7 x + 13 , podemos escrevê-la na


seguinte forma:

 6 7 13 
P( x) = −4 x 3  1 + − 2 + 3 
 4x 4x 4x 
Portanto,
 6 7 13 
lim P( x) = lim (−4 x 3 )  lim 1 + − 2 + 3 
x → x→ x →
 4x 4x 4x 
Ora, é claro que:
 6 7 13 
lim 1 + − 2 + 3  = 1
x →
 4x 4x 4x 
Temos, então:
lim P( x) = lim (−4 x 3 )
x→ x→

Assim, temos dois casos:

lim P( x) = lim (−4 x 3 ) = − e lim P( x) = lim (−4 x 3 ) = +


x→+ x→+ x→− x→−

Generalizando, sendo P( x) = an x n + an−1 x n−1 + ... + a2 x 2 + a1 x + a0 , podemos sempre


escrever:

lim P( x) = lim an x n
x→ x→

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11) Calcule os limites indicados:

a) lim (2𝑥 + 1) = 𝑥 2𝑥 + 1
𝑥→+∞ 1
2
3
10
100
b) lim (−3𝑥 + 2) =
𝑥→+∞ 𝑥 −3𝑥 + 2
1
2
3
4
10
b) lim 𝑥 3 =
𝑥→−∞

c) lim 𝑥 2 =
𝑥→−∞

5
d) lim =
𝑥→−∞ 𝑥

1
e) lim =
𝑥→−∞ 𝑥 2

1+𝑥
g) lim =
𝑥→+∞ 5

1
h) lim (2 + ) =
𝑥→−∞ 𝑥
−𝑥
1
i) lim ( ) =
𝑥→+∞ 4

7 𝑥
j) lim ( ) =
𝑥→+∞ 5

𝑘) lim 𝑥 2 + 3𝑥 − 1 =
𝑥→−∞

3
l) lim =
𝑥→0− 𝑥3

−2
m) lim =
𝑥→0+ 𝑥2

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Referências Bibliográficas

GUIDORIZZI, Hamilton L. Um Curso de Cálculo: Volume 1. Rio de Janeiro: Editora


LTC, 2001.
PISKUNOV, N. Cálculo Diferencial e Integral: Volume 1. Moscou: Editora Mir, 1977.
ROGAWSKI, Jon. Cálculo: Volume 1. Porto Alegre: Bookman, 2009.

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