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RESOLUÇÃO Nº 002/2004

Fixa normas para o credenciamento,


autorização de funcionamento e
supervisão das instituições de
educação infantil integrantes do
Sistema Municipal de Educação.

O PRESIDENTE DO CONSELHO
MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SÃO BENTO DO SUL, no
uso de suas atribuições, de acordo com a Lei nº 737, de 14 de
novembro de 2003, Lei Orgânica do Município, lei nº 9.394,
de 20 de dezembro de 1996.

RESOLVE:

CAPÍTULO I
DA EDUCAÇÃO INFANTIL

Art. 1º - A Educação Infantil, primeira etapa da Educação


Básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança, em seus aspectos: físico, psicológico, emocional,
intelectual e social, completando a ação da família e da
sociedade.

Art. 2º - A autorização de funcionamento e a supervisão das


instituições de Educação Infantil, que atuam na educação de
crianças de zero a seis anos, serão regulamentadas pelas
normas desta Resolução.

Parágrafo Único – Entende-se por instituições privadas de


educação infantil as enquadradas nas categorias particulares,
comunitárias, confessionais ou filantrópicas, nos termos do
artigo 20 da Lei nº 9.394/96.
Art. 3º - A Educação Infantil será ofertada nas instituições
de educação pública de 0 a 5 anos em:

I – creches ou entidades equivalentes para crianças de até


três anos de idade;
II – pré-escolas, para crianças de quatro até cinco anos de
idade.
Art. 4º - A Educação Infantil será ofertada nas instituições
da rede privada de ensino em:

I – creches ou entidades equivalentes para crianças de até


quatro anos de idade;
II – pré-escolas, para crianças de quatro até seis anos de
idade.

Parágrafo Único – Serão considerados Centros de Educação


Infantil os que incorporam as atividades educacionais de
creches e pré-escolas numa única instituição de educação.

Art. 5º - Os parâmetros para a organização de grupos


decorrerão das especificidades da proposta pedagógica,
recomendada a seguinte relação professor/criança:

Crianças de 0 a 09 meses – até 06 crianças


Crianças de 09 meses a 18 meses – até 08 crianças
Crianças de 18 meses a 27 meses – até 08 crianças
Crianças 27 meses a 36 meses – até 10 crianças
Crianças até 4 anos – 20 crianças
Pré-escola – 25 crianças

§ 1º - No que se refere a relação professor/criança de 0 à 09


meses, recomenda-se a inclusão de uma auxiliar para
promover auxílio nos trabalhos à serem desenvolvidos pela
atendente de berçário junto às crianças, buscando atender os
objetivos da Educação Infantil quanto ao bem estar da
criança, seu desenvolvimento físico, motor, emocional,
intelectual, moral e social, ampliação de suas experiências e
estimular o interesse da criança pelo processo do
conhecimento do ser humano, da natureza e da sociedade.

§ 2º - Aos portadores de necessidades especiais cuja inclusão


se fará nas classes comuns de ensino regular, deverão as
instituições de Educação Infantil reduzir a relação
professor/criança em: duas crianças até 36 meses, e 5
crianças de 4 a 5 anos.

CAPÍTULO II
DOS RECURSOS HUMANOS

Art. 6º - Para a direção da instituição de Educação Infantil


recomenda-se que seja exercida por profissional formado em
curso de graduação ou em nível de pós-graduação em
educação.

Art. 7º - O docente para atuar na Educação Infantil, deverá


ser formado em curso em nível médio superior (licenciatura
de graduação plena) admitida como formação mínima a
oferecida em nível médio (modalidade normal).

Art. 8º - As mantenedoras das instituições de Educação


Infantil poderão organizar equipes multiprofissionais para
atendimentos específicos às turmas sob sua responsabilidade,
tais como pedagogo, psicólogo, pediatra, nutricionista,
assistente social, dentista, fonoaudiólogo, fisioterapeuta e
outros.

CAPÍTULO III
DO ESPAÇO, DAS INSTALAÇÕES E DOS
EQUIPAMENTOS

Art. 9º - Os espaços serão projetados de acordo com a


proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil, a
fim de favorecer o desenvolvimento das crianças de zero a
seis anos, respeitadas as suas necessidades e capacidades.
Parágrafo Único – Em se tratando de turmas de educação
infantil, em escolas de ensino fundamental e/ou médio,
alguns destes espaços deverão ser de uso exclusivo das
crianças de zero a seis anos, podendo outros serem
compartilhados com os demais níveis de ensino, desde que a
ocupação se dê em horário diferenciado, respeitada a
proposta pedagógica da escola, e com observância do
disposto na Lei nº 737/2003.

Art. 10 – Todo o imóvel destinado à educação infantil pública


ou privada, dependerá de aprovação pelo órgão oficial
competente.

§ 1º - O prédio deverá adequar-se ao fim que se destina a


atender, no que couber, às normas e especificações técnicas
da legislação pertinente.

§ 2º - O imóvel deverá apresentar condições adequadas de


localização, acesso, segurança, salubridade, saneamento e
higiene, em total conformidade com a legislação que rege a
matéria.

Art. 11 – O imóvel deverá atender às diferentes funções da


instituição de educação infantil e conter uma estrutura básica
que contemple:

I – espaços para recepção;


II – salas para professores e para serviços administrativo-
pedagógicos e/ou de apoio;
III – salas para atividades das crianças, com boa ventilação e
iluminação, com mobiliário e equipamentos adequados;
IV – refeitório, instalações e equipamentos para o preparo de
alimentos que atendam às exigências de nutrição, saúde,
higiene e segurança, nos casos de oferecimento de
alimentação;
V – instalações sanitárias completas, suficientes e próprias
para o uso das crianças e para uso de adultos;
VI – berçário, provido de berços individuais, área livre para
movimentação das crianças, locais para amamentação e para
higienização, com balcão e pia, e espaço para banho e sol das
crianças;
VII – área coberta, para atividades externas, compatível com
a capacidade de atendimento, por turno, da instituição.

Parágrafo Único – Recomenda-se que a área coberta


mínima para as salas de atividades das crianças seja de 1,50
m2 por criança atendida.

Art. 12 – Para as áreas ao ar livre recomenda-se conter


dimensão mínima de 3m2 por criança em atividade,
compostas de equipamentos adequados a idade em bom
estado de conservação, que deverão possibilitar as atividades
de expressão física, artísticas e de lazer.

Art. 13 – O imóvel destinado a atender as diferentes funções


da instituição de Educação Infantil será vistoriado por
comissão de avaliação de caráter específico de verificação in
loco para emissão de parecer conclusivo.

CAPITULO IV
DA CRIAÇÃO E DA AUTORIZAÇÃO DE
FUNCIONAMENTO

Art. 14 – Entende-se por criação o ato próprio pelo qual o


mantenedor formaliza a intenção de criar e manter uma
instituição de educação infantil e

se compromete a sujeitar o seu funcionamento as normas do


respectivo Sistema de Ensino.

§ 1º O ato de criação se efetiva para as instituições de


Educação Infantil, mantidas pelo poder público, por decreto,
e para as mantidas pela iniciativa privada através do contrato
social, registrado no órgão competente.
§ 2º - O ato de criação a que se refere este artigo não
autoriza o funcionamento, que depende da aprovação do
Conselho Municipal de Educação.

Art. 15 – Entende-se por autorização de funcionamento o ato


pelo qual o Conselho Municipal de Educação permite o
funcionamento da instituição de Educação Infantil, enquanto
atendidas as disposições legais pertinentes.

Parágrafo Único – As unidades de Educação Infantil terão o


prazo de 05(cinco) anos para revalidar a autorização de
funcionamento, a contar da data da concessão da
autorização.

Art. 16 – O processo para a autorização de funcionamento


será encaminhado ao Conselho Municipal de Educação,
instruído com os documentos abaixo descritos:

I – requerimento dirigido ao titular do órgão ao qual compete


a autorização, subscrito pelo representante legal da entidade
mantenedora;
II – registro do mantenedor, junto aos órgãos competentes:
Cartório de Títulos e Documento; Junta Comercial e Cadastro
Geral dos Contribuintes do Ministério da Fazenda;
III – Certidões Negativas de Débito Municipal, Estadual e
Federal.
IV – Certidão de bons antecedentes dos sócios da instituição
de Educação Infantil;
V – Demonstrativo de capacidade de autofinanciamento e
prova de idoneidade econômico-financeira da entidade
mantenedora e de seus sócios, consistindo em Certidão
Negativa do Cartório de Distribuição pertinente, com
validade na data de apresentação do processo;

VI – identificação da instituição de educação infantil e


endereço;
VII – comprovação da propriedade do imóvel, da sua locação
ou cessão, por prazo não inferior a dois anos;
VIII – planta baixa ou croqui dos espaços e das instalações;
IX – relação do mobiliário, equipamentos, materiais didático-
pedagógico e acervo bibliográfico;
X – relação dos recursos humanos e comprovação de sua
habilitação e escolaridade;
XI – previsão de matrícula com demonstrativo da organização
de grupos;
XII – plano de capacitação permanente dos recursos
humanos;
XIII – proposta político-pedagógica;
XV – laudo da inspeção sanitária;
XVI – alvará expedido pelo órgão próprio da Prefeitura
Municipal.

§ 1º - O prazo para encaminhamento do pedido de


autorização de funcionamento será de 120 (cento e vinte)
dias antes do início das atividades.

§ 2º - A comissão de avaliação de caráter específico terá o


prazo de 60 (sessenta) dias a contar da data do recebimento
do pedido de autorização de funcionamento, para promover a
verificação in loco e a emissão de parecer conclusivo.

CAPÍTULO V
DA SUPERVISÃO

Art. 17 – A supervisão que corresponde ao acompanhamento


sistemático do funcionamento das unidades escolares de
educação infantil, integrantes do Sistema Municipal de
Ensino, será exercida pela Secretaria Municipal de Educação,
a quem cabe zelar pela observância da legislação da
educação e do ensino e das decisões do Conselho Municipal
de Educação.

Art. 18 – A supervisão compete acompanhar e avaliar:


I – o cumprimento da legislação educacional;
II – a execução da proposta pedagógica;
III – condições de matrícula e permanência das crianças na
creche, pré-escola ou centro de educação infantil;
IV – o processo de melhoria da qualidade dos serviços
prestados, considerando o previsto na proposta político
pedagógica da instituição de educação infantil e o disposto na
regulamentação vigente;
V – a qualidade dos espaços físicos, instalações e
equipamentos e a adequação às suas finalidades;
VI – a regularidade dos registros de documentação e arquivo;
VII – a oferta e execução de programas suplementares de
material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde nas instituições de educação infantil,
mantidas pelo poder público na rede pública;
VIII – a articulação da instituição de educação infantil com a
família e a comunidade.

Art. 19 – a supervisão cabe também propor às autoridades


competentes o cessar efeitos dos atos de autorização da
instituição, quando comprovadas irregularidades que
comprometam o seu funcionamento ou quando verificado o
não cumprimento da proposta pedagógica.

Parágrafo Único – As irregularidades serão apuradas e as


penalidades aplicadas de acordo com a legislação específica
do sistema de ensino, assegurando o direito à ampla defesa.

Art. 20 – O Conselho Municipal de Educação supervisionará


as instituições de educação infantil sempre que solicitado por
escrito, pelos seguintes órgãos representativos:
a) Comunidade escolar – representada pelos pais ou seu
órgão representativo (APP)
b) Secretaria Municipal de Educação
c) 2/3 dos profissionais da instituição de educação
infantil
CAPÍTULO VI
MUDANÇA DE MANTENEDOR (A),
SEDE E DENOMINAÇÃO

Art. 21 – A mudança de mantenedor(a) e sede deverá ser


submetida à apreciação do Conselho Municipal de Educação,
através de processo, assim instruído:

I – Quanto à mudança de mantenedor(a):


a) no caso de pessoa jurídica de direito privado, deverá
atender o disposto nos incisos I, II, III, IV, V, VI, VII,
IX, X, XV, XVI do artigo16, da presente Resolução;
b) cópia da documentação referente ao ato jurídico que
legalizou a transferência.
II – Quanto à mudança de sede:
a) no caso de pessoa jurídica de direito privado, deverá
atender o disposto nos incisos I, VI, VII, VIII, IX, XV,
XVI do artigo 16, da presente Resolução;

Art. 22 – O mantenedor deverá oficializar, no prazo de 30


dias, junto ao Conselho Municipal de Educação a mudança de
denominação (nome fantasia) da instituição de educação
infantil para fins de atualização de cadastro.

CAPÍTULO VII
DA DESATIVAÇÃO

Art. 23 – Desativação é o ato pelo qual o Conselho Municipal


de Educação determinará a paralisação temporária ou
definitiva, total ou parcial de instituições e de educação
infantil autorizada, constatada a inobservância dos preceitos
estabelecidos no inciso II do artigo 209 da Constituição
Federal e inciso II do artigo 7º da Lei 9.394/96, do artigo 17
da Resolução nº 002/2004.

Art. 24 – A desativação das atividades educacionais das


instituições de educação infantil, autorizados a funcionar,
poderá ocorrer:
I – por decisão da entidade mantenedora, entendida como
desativação voluntária;
II – por determinação da autoridade competente, entendida
como desativação compulsória.

§ 1 º - A desativação das atividades, em ambas as formas


previstas neste artigo, poderá ocorrer em caráter:

I – temporário ou definitivo;
II – parcial ou total se se tratar de estabelecimento.

§ 2º - Do ato de desativação definitiva, caberá pedido de


reconsideração à autoridade que o determinar, dentro do
prazo de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação.

Art. 25 – A desativação voluntária dar-se-á a partir da


decisão do mantenedor(a) que encaminhará, no prazo de
06(seis) meses, processo próprio ao Conselho Municipal de
Educação, instruído de:

I – justificativa;
II – cronograma de desativação;
III – cópia da ata de reunião de comunicação aos alunos, pais
ou responsáveis quanto à desativação.

Art. 26 – A desativação temporária dar-se-á quando


verificado o descumprimento do disposto na legislação
vigente, a qual será constatada pela comissão de caráter
específico convocada para promover a verificação in loco e a
emissão de parecer conclusivo.

§ 1º - Após contatado o descumprimento do disposto na


legislação vigente, o(a) mantenedor(a) será notificado para
no prazo de 06(seis) meses a contar do recebimento da
notificação, promover a regularização, admitindo-se a
prorrogação do mesmo.
§ 2º - A prorrogação do prazo para regularização, poderá ser
concedida, excepcionalmente, desde que requerida
formalmente ao Conselho Municipal de Educação, pelo(a)
mantenedor(a), com as devidas justificativas, até 45(quarenta
e cinco) dias antes da data do término do prazo fixado no
parágrafo primeiro.

§ 3º - Não efetuada regularização no prazo legal concedido,


será promovida a desativação definitiva ou total do(a)
mantenedor(a).

CAPÍTULO VIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 27 – As instituições de educação infantil da rede pública


e privada em funcionamento na data de publicação desta
Resolução, deverão integrar-se ao respectivo sistema de
ensino, em dois anos a contar da data da publicação da
presente resolução.

§ 1º - A Secretaria Municipal de Educação estimulará a


antecipação na integração das instituições de educação ao
sistema de ensino, em benefício da manutenção e da
melhoria do atendimento.

§ 2º - A integração será acompanhada e verificada pela


supervisão exercida pelo órgão próprio do sistema de ensino,
que encaminhará ao Conselho Municipal de Educação,
parecer conclusivo, baseado em relatório que comunique
estágio de adaptação às disposições desta Resolução.

§ 3º - À vista do relatório a que se refere o § 2º deste artigo,


o Conselho Municipal de Educação poderá conceder
prorrogação do prazo para a instituição sob exame adequar-
se às normas desta Resolução.
Art. 28 – Verificado irregularidades no funcionamento das
instituições de educação infantil a Comissão de Educação
Infantil solicitará ao Presidente do Conselho Municipal de
Educação de São Bento do Sul, a constituição de Comissão de
caráter específico de verificação in loco para emissão de
parecer conclusivo.

Art. 29 – Esta Resolução entrará em vigor na data de sua


publicação, revogadas as disposições em contrário.

São Bento do Sul, 09 de dezembro de 2004.

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