Você está na página 1de 28

Material organizado pelo Prof.

Ricardo Henrique
Encontro 1: Conhecimentos sobre Educação Infantil

CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988

DA EDUCAÇÃO
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração
da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantido, na forma da lei, plano de carreira para o magistério público, com
piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, assegurado regime
jurídico único para todas as instituições mantidas pela União;
V - valorização dos profissionais do ensino, garantidos, na forma da lei, planos de carreira para o magistério público,
com piso salarial profissional e ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos; (Redação dada
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei
federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. (Incluído pela Emenda Constitucional nº
108, de 2020)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação básica e
sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)

Art. 207. As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial,
e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
§ 1º É facultado às universidades admitir professores, técnicos e cientistas estrangeiros, na forma da lei. (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 11, de 1996)
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e tecnológica. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 11, de 1996)

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria;
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para todos os que a ele não
tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996)
I - educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009) (Vide Emenda Constitucional nº 59, de 2009)
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de
1996)
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de
ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade; (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006)
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-
escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
VII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares de
material didáticoescolar, transporte, alimentação e assistência à saúde. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 59, de 2009)
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade
da autoridade competente.
§ 3º Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto
aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.

Art. 209. O ensino é livre à iniciativa privada, atendidas as seguintes condições:


I - cumprimento das normas gerais da educação nacional;
II - autorização e avaliação de qualidade pelo Poder Público.
LDB

Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da
criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da
família e da comunidade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)

Art. 30. A educação infantil será oferecida em:


I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de
2013)

Art. 31. A educação infantil será organizada de acordo com as seguintes regras comuns: (Redação dada pela Lei
nº 12.796, de 2013)
I - avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção,
mesmo para o acesso ao ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
II - carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho
educacional; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
III - atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a
jornada integral; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
IV - controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta
por cento) do total de horas; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)
V - expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da
criança. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

ALGUNS DOCUMENTOS

RCNEI DCNEI
BNCC
CONCEPÇÃO DE CRIANÇA CONCEPÇÃO DE CRIANÇA - Amplia o olhar
sobre a criança, considerando as CONCEPÇÃO DE CRIANÇA - Reforça
- Foco está no
interações sociais como condições a visão da criança como
desenvolvimento integral
essenciais para o aprendizado. Ao mesmo protagonista em todos os
da criança, mas ela ainda
tempo, a criança está no centro do contextos de que faz parte: ela não
é vista como alguém que
processo de aprendizagem, como sujeito apenas interage, mas cria e
responde aos estímulos
das diferentes práticas cotidianas. Trata a modifica a cultura e a sociedade.
dados pelos adultos (no
caso da escola, os criança com toda complexidade e potência OBJETIVO - A partir de um
professores). e situa a Educação Infantil em relação ao significativo avanço no
desenvolvimento de princípios éticos, entendimento de como a criança
OBJETIVO - Esclarecer o estéticos e políticos. aprende, oferecer referências para
que deve ser ensinado
OBJETIVO - Trazer mais subsídios sobre a construção de um currículo,
nessa etapa da Educação
como a criança aprende para que, a partir baseadas em direitos de
Básica.
daí, possa se pensar em como garantir o desenvolvimento e aprendizagem
COMO ESTÁ ORGANIZADO que ela tem direito de aprender, nessa bem definidos. C
- Em eixos, que devem ser fase. Reforça a importância de que o aluno OMO ESTÁ ORGANIZADO - As
considerados de forma tenha acesso ao conhecimento cultural, diversas áreas de conhecimento e
integrada: movimento, rém, preservando o modo de a criança as diferentes linguagens são
identidade e autonomia, aprender. integradas por meio dos Campos
conhecimento de mundo,
COMO ESTÁ ORGANIZADO - Considera, de Experiência. Parte-se do
artes visuais, música,
como eixos estruturantes, a interação e a pressuposto de que a criança
linguagem oral e escrita,
brincadeira, mas propõe a articulação das aprende por meio das experiências
natureza/sociedade e
diferentes linguagens para a organização vividas no contexto escolar.
matemática
curricular e didática.
DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL – DCNEI
 Resolução nº 5, de 17 de dezembro de 2009 fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil.
1- Conforme estabelece a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9394/96), na Educação Infantil a
avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro:
A) Com aprovação e/ou reprovação para acesso ao Ensino Fundamental.
B) Promovendo ou reprovando a criança se o Regimento da Instituição de Educação Infantil determinar.
C) Reprovando a criança se seu desempenho for considerado insatisfatório.
D) Sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao Ensino Fundamental.

2- O currículo na educação infantil deverá, exceto:


A) incluir tudo o que se oferece intencionalmente para a criança aprender.
B) abranger não apenas conceitos, mas também princípios, procedimentos, e formas de avaliação.
C) orientar práticas pedagógicas.
D) apresentar ações para a conservação do espaço da instituição de educação infantil.

3- CPCON- 2019. Considerando definições estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Infantil – DCNEI (Resolução nº 5 de dezembro de 2009), associe as colunas abaixo:
I- Criança
II- Currículo
III- Educação Infantil
IV- Proposta Pedagógica
V- Avaliação

( ) Acompanhamento ao desenvolvimento da criança, sem objetivo de seleção ou promoção.


( ) Caracteriza-se como espaços institucionais não domésticos, que constituem estabelecimentos educacionais públicos
ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade.
( ) Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem
parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico.
( ) Plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretende para aprendizagem e desenvolvimento
das crianças que nela são educadas e cuidadas.
( ) Sujeito histórico e de direitos, que brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona,
constrói sentidos, produz cultura.

A sequência CORRETA dessa associação, pela ordem, é:


a) V, III, IV, I e II.
b) III, II, I, Ve IV.
c) IV, III, V, II e I.
d) V, III, II, IV e I.
e) II, III, V, IV e I.

4- (REME-2007) A Constituição Federal de 1988 assegura como direito de todos e dever do Estado e da família,
a ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando:
a) ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
b) ao desenvolvimento humano, conforme as capacidades individuais; seu preparo à ação pública e ao mercado de
trabalho.
c) Ao desenvolvimento da pluralidade de pensamentos; assegurada a percepção subjetiva da educação e o acesso á
escola.
d) Ao desenvolvimento de habilidades e competências necessárias ao mundo globalizado; o preparo para atuação na
vida pública e o estímulo à ética profissional.
e) Ao desenvolvimento das atitudes, das habilidades e conhecimentos necessários ao trabalhador contemporâneo.

5- CPCON- 2019. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil – DCNEI (BRASIL, 2009), além
de apresentarem concepções que devem nortear práticas curriculares e pedagógicas de creches e pré-escolas,
determinam princípios e objetivos de propostas pedagógicas para este nível da educação, bem como apontam
condições para a efetivação desses objetivos. Quanto a esses princípios, objetivos e condições, analise as
afirmações que seguem e coloque V para verdadeiro, e F para falso.

( ) As propostas pedagógicas de Educação Infantil devem respeitar os princípios: éticos, políticos, estéticos.
( ) O princípio estético corresponde ao respeito a autonomia, a responsabilidade, a solidariedade, ao bem comum, ao
ambiente e as diferentes culturas identidades e singularidades.
( ) A proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve ter como objetivo garantir uma efetiva preparação
para o ensino regular.
( ) Para que os objetivos da proposta pedagógica de instituições de Educação Infantil sejam efetivados, faz-se necessário,
dentre outros, que se assegure condições para a educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo
indissociável ao processo educativo.
( ) As propostas pedagógicas da Educação Infantil das crianças filhas de agricultores, extrativistas, pescadores,
ribeirinhos, assentados e acampados da reforma agrária, quilombolas, caiçaras, povos da floresta, devem ter vinculação
com a realidade dessas populações, e seus modo próprios de vida no campo.

Marque a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses.


a)F, V, F, V e V.
b) V, F, F, F e V.
c)V, F, F, V e V.
d)V, V, F, F e V.
e)F, V, F, V e F.

6- CONSCAM- 2018. Segundo as Diretrizes curriculares nacionais para educação infantil, o atendimento em
creches e pré-escolas como direito social das crianças se afirma na Constituição de 1988, com o reconhecimento
da Educação Infantil como dever do Estado com a Educação. O processo que resultou nessa conquista teve
ampla participação dos:

I. Movimentos de trabalhadores.
II. Movimentos comunitários.
III. Movimentos de mulheres.

Está correto o que se afirma em:


a) Somente I e II.
b) Somente I e III.
c) Somente II e III.
d) I, II e III.
e) Nenhuma das alternativas.

7- CONSCAM- 2018. “Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura”. (Diretrizes
curriculares nacionais para educação infantil, p. 12). A definição acima se trata da(o):

a) Contador de histórias.
b) Criança.
c) Professor.
d) Adolescente.
e) Diretor de escola.

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR – EDUCAÇÃO INFANTIL


 O QUE É?
“[...]é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e
progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao
longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham
assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com
o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Este documento normativo
aplica-se exclusivamente à educação escolar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996)1, e está
orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam à formação humana
integral e à construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva, como
fundamentado nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (DCN)2.”
(BRASIL, 2018, p.7)

“Ao longo da Educação Básica, as aprendizagens essenciais definidas na BNCC devem concorrer para
assegurar aos estudantes o desenvolvimento de dez competências gerais, que consubstanciam, no âmbito
pedagógico, os direitos de aprendizagem e desenvolvimento. ” (BRASIL, 2018, p.8)

“Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos),


habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. ” (BRASIL, 2018, p.8)

 ESTRUTURA
 EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA

“Nas últimas décadas, vem se consolidando, na Educação Infantil, a concepção que vincula
educar e cuidar, entendendo o cuidado como algo indissociável do processo educativo. Nesse
contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos
pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas
propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos
e habilidades dessas crianças, diversificando e consolidando novas aprendizagens, atuando de
maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos
bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois
contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação.” (BRASIL,
2018, p.36)

“Ainda de acordo com as DCNEI, em seu Artigo 9º, os eixos estruturantes das práticas
pedagógicas dessa etapa da Educação Básica são as interações e a brincadeira, experiências
nas quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos por meio de suas ações
e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens,
desenvolvimento e socialização. ” (BRASIL, 2018, p.37)

 DIREITOS DE APRENDIZAGEM
“Tendo em vista os eixos estruturantes das práticas pedagógicas e as competências gerais da
Educação Básica propostas pela BNCC, seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento
asseguram, na Educação Infantil, as condições para que as crianças aprendam em situações
nas quais possam desempenhar um papel ativo em ambientes que as convidem a vivenciar
desafios e a sentirem-se provocadas a resolvê-los, nas quais possam construir significados
sobre si, os outros e o mundo social e natural. ” (BRASIL, 2018, p.37)

 CAMPOS DE EXPERIÊNCIA E OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM


“Os campos de experiências constituem um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências
concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem
parte do patrimônio cultural. ” (BRASIL, 2018, p.40).
São eles:

O eu, o outro e
o nós

Espaço, tempo,
Corpo, gestos e
relações e
movimentos
transformações

Criança
Protagonista

Escuta, fala,
Traços, sons,
pensamento e
cores e formas
imaginação

Os Campos de Experiência e os objetivos não têm caráter de currículo, mas servem para auxiliar o
professor a planejar atividades com maior clareza do que deve ser desenvolvido em cada fase.
Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto comportamentos,
habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e
desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a
brincadeira como eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como
objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. (BRASIL, 2018, p.44)

 A TRANSIÇÃO DA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O ENSINO FUNDAMENTAL


A transição entre essas duas etapas da Educação Básica requer muita atenção, para que haja
equilíbrio entre as mudanças introduzidas, garantindo integração e continuidade dos processos
de aprendizagens das crianças, respeitando suas singularidades e as diferentes relações que
elas estabelecem com os conhecimentos, assim como a natureza das mediações de cada etapa.
(BRASIL, 2018, p.53)
“[...] considerando os direitos e os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento, apresenta-
se a síntese das aprendizagens esperadas em cada campo de experiências. Essa síntese deve
ser compreendida como elemento balizador e indicativo de objetivos a ser explorados em todo
o segmento da Educação Infantil, e que serão ampliados e aprofundados no Ensino
Fundamental, e não como condição ou pré-requisito para o acesso ao Ensino Fundamental. ”
(BRASIL, 2018, p.53)
8- MSCONCURSOS – 2021. À luz da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), analise as assertivas e assinale
a incorreta.

a) É uma das Competências Gerais da Educação Básica, exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos
conhecimentos das diferentes áreas.
b) Consoante aos marcos legais anteriores, o PNE afirma a importância de uma base nacional comum curricular para o
Brasil, com o foco na aprendizagem como estratégia para fomentar a qualidade da Educação Básica em todas as etapas
e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento.
c) O conceito de competência, adotado pela BNCC, marca a discussão pedagógica e social das últimas décadas e pode
ser inferido no texto da LDB, especialmente quando se estabelecem as finalidades gerais da Educação Básica e Superior.
d) Independentemente da duração da jornada escolar, o conceito de educação integral com o qual a BNCC está
comprometida, refere-se à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas
com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade
contemporânea. Isso supõe considerar as diferentes infâncias e juventudes, as diversas culturas juvenis e seu potencial
de criar novas formas de existir.

9- MSCONCURSOS – 2021. Na BNCC, _____________________ como a mobilização de conhecimentos


(conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para
resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
Marque a alternativa que completa o texto corretamente.

a) projeto político pedagógico é definido


b) currículo é definido
c) avaliação é definida
d) competência é definida

10- MSCONCURSOS- 2019. “Na Educação Infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto
comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e
desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e a brincadeira como
eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento (Base Nacional Comum Curricular (BNCC).” Em conformidade com a BNCC, informe qual
alternativa é incorreta.

a) Bebês (zero a 1 ano e 6 meses) - Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
b) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) - Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na
interação com crianças e adultos.
c) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses) - Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm
diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
d) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses) - Perceber as possibilidades e os limites de seu corpo
nas brincadeiras e interações das quais participa.

11- CPCON- 2019. Interações e brincadeiras são consideradas eixos estruturantes das práticas pedagógicas que
compõem a proposta curricular da Educação Infantil, conforme as DCNEI (BRASIL, 2009). A Base Nacional
Comum Curricular – BNCC (BRSIL, 2017) define esses eixos estruturantes, como:

a) Experiências por meio das quais as crianças podem construir e apropriar-se de conhecimentos, por meio de suas
ações e interações com seus pares e com os adultos, o que possibilita aprendizagens, desenvolvimento e socialização.
b) Experiências que não precedem de planejamento docente e não favorecem registros avaliativos.
c) Situações espontâneas que eventualmente ocorrem no interior de práticas pedagógicas na Educação Infantil, que
podem favorecer o desenvolvimento das crianças.
d) Experiências que ganham significados apenas no ambiente domiciliar, pois a boa interação com pais ou cuidadores
possibilita o desenvolvimento.
e) Experiências próprias da infância, pela capacidade que a criança tem de imaginar, brincar e aprender.

12- CPCON- 2019. A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017), ao considerar que o desenvolvimento e
aprendizagem das crianças tem como eixos estruturantes as interações e brincadeiras, e ao definir os direitos de
conviver, brincar, participar, explorar, expressar-se, e conhecer-se, de crianças que frequentam a Educação
Infantil, propõe uma organização curricular em cinco campos de experiências para vivência desses direitos. Tais
campos são definidos pela Base como:

a) Os campos de experiências são ações lúdicas que não estabelecem relação com a vida cotidiana da criança, mas que
se entrelaçam com conhecimentos do patrimônio cultural.
b) Situações didáticas, planejadas por docentes, para exploração de conteúdos pré-estabelecidos.
c) Campos de experiências são situações espontâneas da rotina pedagógica, em que a criança é a única protagonista.
d) Um arranjo curricular que acolhe as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes,
entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.
e) Arranjo curricular planejado por docentes, para explorar conhecimentos necessários ao futuro ingresso da criança no
ensino fundamental.

13- CPCON- 2019. A Base Nacional Comum Curricular para a Educação Infantil traz campos de experiências que
buscam entrelaçar as experiências e situações da vida cotidiana das crianças e seus saberes aos conhecimentos
que fazem parte do patrimônio cultural. São campos de experiências que organizam essa BNCC, exceto:

A) o eu, o outro e todos.


B) corpo, gestos e movimentos.
C) escuta, fala, pensamento e imaginação.
D) traços, sons, cores e formas.

14- UNILAVRAS- 2018. Segundo a BNCC, na educação infantil, as aprendizagens essenciais compreendem tanto
comportamentos, habilidades e conhecimentos quanto vivências que promovem aprendizagem e
desenvolvimento nos diversos campos de experiências, sempre tomando as interações e as brincadeiras como
eixos estruturantes. Essas aprendizagens, portanto, constituem-se como objetivos de aprendizagem e
desenvolvimento. Esses objetivos estão organizados em três grupos por faixa etária, que correspondem,
aproximadamente, às possibilidades de aprendizagem e às características do desenvolvimento das crianças.
Assinale a alternativa que não corresponde a esses três grupos.

A) Bebês (zero a 1 ano e 6 meses).


B) Crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos e 11 meses).
C) Crianças pequenas (4 anos a 5 anos e 11 meses).
D) Crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos.
15- Conforme o artigo 26 da Lei no 9.394/96, LDB em vigor, logo afirma que os currículos da educação infantil
devem contemplar a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Enquanto em dezembro de 2017, o Conselho
Nacional de Educação a aprovou. Sobre esse tema todavia é correto afirmar que a BNCC logo seja um
documento de caráter:

a) reflexivo, uma vez que define o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito
das crianças, jovens e adultos
b) normativo, uma vez que define o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito
das crianças, jovens e adultos.
c) opcional, uma vez que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como direito
das crianças, jovens e adultos
d) sugestivo, uma vez que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais como
direito das crianças, jovens e adultos

Fonte: https://pedagogiaconcursos.com/questoes-de-concursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/

16- Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) no quadro das mudanças provocadas pela Base
Nacional Comum Curricular (BNCC), é correto afirmar que os PCNs:
a) deixam de ser obrigatórios por conflitarem com a Base, sendo substituídos pela BNCC
b) tiveram as expectativas de aprendizagem substituídas por direitos de aprendizagem na BNCC
c) perderam sua função uma vez que a edição das Diretrizes Curriculares Nacionais
d) não são tornados inválidos pela BNCC, contudo permanecendo documentos orientadores.
e) foram automaticamente revogados pela Portaria MEC no 1.570 que aprova a BNCC

Fonte: https://pedagogiaconcursos.com/questoes-de-concursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/

17- Em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, logo a Base Nacional
Comum Curricular define os direitos e objetivos de aprendizagem das crianças, orientando as instituições
educativas na elaboração do currículo. Acerca dessas orientações, considere as seguintes afirmativas:

1. O primeiro passo à elaboração do currículo da Educação Infantil, que garanta, em sua proposta pedagógica, o respeito
às crianças, promovendo seu desenvolvimento, consiste em estudar a Resolução CNE/CBE no 05/09.
2. Para planejar o trabalho no cotidiano, visto que os professores precisam analisar e identificar as conquistas e as
dificuldades percebidas nas práticas com as crianças.
3. De modo mesmo que a orientar os projetos pedagógicos das unidades de Educação Infantil, a BNCC propõe que
neles as crianças tenham garantidos como direitos mediadores de aprendizagens significativas:
Conviver – Brincar – Explorar – Expressar – Participar – Conhecer-se.
4. O currículo por campos de experiência propõe a organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil com
práticas essenciais para cada grupo etário, a fim de contemplar suas necessidades, demandas e interesses

Assinale a alternativa correta abaixo.

a) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras


b) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras
c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras

Fonte: https://pedagogiaconcursos.com/questoes-de-concursos/10-questoes-sobre-a-base-nacional-comum-curricular-bncc-2/

EDUCAÇÃO INFANTIL: REFERENCIAL CURRICULAR - REME


 OBJETIVO:

“[...] orientar a elaboração dos projetos político-pedagógicos das instituições que ofertam a educação
infantil favorecendo a promoção de vivências e conhecimentos essenciais e significativos para todas as
crianças inseridas nas escolas municipais. ” (CAMPO GRANDE, 2020, p.19)
 EIXOS NORTEADORES

 OBJETIVOS DA ED. INFANTIL E OS DIREITOS DE APRENDIZAGEM


“Os direitos de aprendizagem e desenvolvimento são apresentados como os modos pelos quais
as crianças aprendem e, por isso, precisam ser garantidos a todas. Eles se apresentam na
educação infantil pela BNCC, no entanto, tiveram sua origem nas DCNEIs (2009b) a partir
dos princípios que regem a educação, quais sejam: ético, estético e político. Os direitos de
conviver e conhecer-se decorrem do princípio ético, os de brincar e explorar do estético e os
de participar e expressar, do político.” (CAMPO GRANDE, 2020, p.28)

 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO

A BNCC apresenta cinco campos de experiências, no entanto, desde o ano de 2017,


as Orientações Curriculares da Reme já apresentavam seis campos, uma vez que houve
a necessidade de chamar a atenção dos professores e dar visibilidade maior a
conhecimentos relacionados, tanto ao pensamento matemático quanto às questões que
dizem respeito ao mundo social e natural. Para tanto, houve a dissociação do campo
denominado “espaços, tempos, quantidades, relações e transformações” em dois.
Assim, os campos de experiências propostos para o trabalho com educação infantil na
REME são:
Espaços, tempos,
quantidades,
relações e
transformações;

Mundo social e
Escuta, fala, natural:
escrita, investigação,
pensamento e relação,
imaginação; transformação e
preservação.

CAMPOS DE
EXPERIÊNCIAS
REME

Traços, sons, O eu, o outro e o


cores e formas; nós;

Corpo, gestos e
movimentos;

(CAMPO GRANDE, 2020, p.31)

“Cada turma da educação infantil é nomeada como grupo, uma vez que grupo é um conjunto
de crianças reunidas numa convivência e interação diária, movidas por necessidades e
interesses que se aproximam em torno dos acontecimentos e atividades que ocorrem no
cotidiano institucional (CAMPO GRANDE, 2017). A identidade das crianças será constituída
pela presença e relação com o outro, pois o grupo encontra e ocupa um lugar, uma maneira
de estar, constituindo sua maneira de ser.” (CAMPO GRANDE, 2020, p.35)

 CAMPO DE EXPERIÊNCIAS COMO POSSIBILIDADE DE ARRANJO CURRICULAR PARA A


EDUCAÇÃO INFANTIL

Outra alteração realizada foi a nomenclatura do campo “Escuta, fala, pensamento e


imaginação”, que passou a ser denominado “Escuta, fala, escrita, pensamento e
imaginação”, uma vez que é relevante dar visibilidade aos processos de escrita que compõem
os conhecimentos necessários às crianças nesta etapa da educação básica. Cabe ressaltar
que essas duas alterações, o desmembramento do campo de experiência e a alteração na
nomenclatura, foram realizadas quando a Geinf elaborou o documento “Orientações
curriculares para educação infantil: jeitos de cuidar e educar”, em 2017, e mantidas neste
Referencial. (CAMPO GRANDE, 2020, p. 43)

Em consonância com a BNCC, a Gerência da Educação Infantil (Geinf) elaborou tabelas


estruturando-as por campo de experiências e grupos etários da organização da Reme.
Esclarecemos que as tabelas são compostas pelos objetivos definidos pela BNCC com os 44
respectivos códigos alfanuméricos, acrescidas de outros objetivos que correspondem a
desdobramentos dos primeiros, elaborados pela Geinf. Além disso, as tabelas também
trazem os saberes e conhecimentos essenciais para os grupos de acordo com cada campo de
experiências e as recomendações para o trabalho do professor com este campo. (CAMPO
GRANDE, 2020, p44)
Por existir diferenças entre os grupos etários propostos pela BNCC e os da Reme, foi
necessária uma adequação entre os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento. Assim,
os objetivos correspondentes na BNCC às crianças bem pequenas (1 ano e 7 meses a 3 anos
e 11 meses) atendem aos Grupos 2 (2 a 3 anos) e 3 (3 a 4 anos) da Rede Municipal de
Educação do município de Campo Grande. Já os correspondentes às crianças pequenas (4
anos a 5 anos e 11 meses) atendem aos Grupos 4 (4 a 5 anos) e 5 (5 a 6 anos). Em
atendimento à especificidade de cada Grupo, foram elaborados objetivos complementares,
visando a atender às necessidades das faixas etárias da Reme e ampliar as possibilidades de
organização do trabalho docente. Segue abaixo o quadro demonstrativo da equivalência
entre os grupos etários. (CAMPO GRANDE, 2020, p.45)

CONCEPÇÃO DE INFÂNCIA E EDUCAÇÃO INFANTIL

Introdução

A Educação infantil sofreu grandes transformações nos últimos tempos. O processo de aquisição de uma nova
identidade para as instituições que trabalham com crianças foi longo e difícil. Durante esse processo surge uma nova
concepção de criança, totalmente diferente da visão tradicional. Se por séculos a criança era vista como um ser sem
importância, quase invisível, hoje ela é considerada em todas as suas especificidades, com identidade pessoal e
histórica.
Essas mudanças originaram-se de novas exigências sociais e econômicas, conferindo à criança um papel de
investimento futuro, esta passou a ser valorizada, portanto o seu atendimento teve que acompanhar os rumos da
história. Sendo assim, a Educação Infantil de uma perspectiva assistencialista transforma-se em uma proposta
pedagógica aliada ao cuidar, procurando atender a criança de forma integral, onde suas especificidades (psicológica,
emocional, cognitiva, física, etc…) devem ser respeitadas. Nessa perspectiva este artigo propõe uma discussão sobre
a evolução histórica da concepção de infância e sua repercussão no atendimento destinado ás crianças em instituições
de Educação Infantil.

Concepção de Infância
A concepção de infância dos dias atuais é bem diferente de alguns séculos atrás. É importante salientar que a visão
que se tem da criança é algo historicamente construído, por isso é que se pode perceber os grandes contrastes em
relação ao sentimento de infância no decorrer dos tempos. O que hoje pode parecer uma aberração, como a
indiferença destinada à criança pequena, há séculos atrás era algo absolutamente normal. Por maior estranheza que
se cause, a humanidade nem sempre viu a criança como um ser em particular, e por muito tempo a tratou como um
adulto em miniatura.
De um ser sem importância, quase imperceptível, a criança num processo secular ocupa um maior destaque na
sociedade, e a humanidade lhe lança um novo olhar. Para entender melhor essa questão é preciso fazer um
levantamento histórico sobre o sentimento de infância, procurar defini-lo, registrar o seu surgimento e a sua evolução.
Segundo Áries: o sentimento de infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças, corresponde à consciência
da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem (
Áries, 1978 : 99).
Nessa perspectiva o sentimento de infância é algo que caracteriza a criança, a sua essência enquanto ser, o seu modo
de agir e pensar, que se diferencia da do adulto, e portanto merece um olhar mais específico.
Na Idade Média não havia clareza em relação ao período que caracterizava a infância, muitos se baseavam pela
questão física e determinava a infância como o período que vai do nascimento dos dentes até os sete anos de idade,
como mostra a citação da descrição feita por Le Grand Propriétaire (Ariès, 1978 : 6 )
A primeira idade é a infância que planta os dentes, e essa idade começa quando a criança nasce e dura até os sete
anos, e nessa idade aquilo que nasce é chamado de enfant (criança), que quer dizer não-falante, pois nessa idade a
pessoa não pode falar bem nem tomar perfeitamente as palavras, pois ainda não tem seus dentes bem ordenados
nem firmes…
Até o século XVII a sociedade não dava muita atenção às crianças. Devido às más condições sanitárias, a mortalidade
infantil alcançava níveis alarmantes, por isso a criança era vista como um ser ao qual não se podia apegar, pois a
qualquer momento ela poderia deixar de existir. Muitas não conseguiam ultrapassar a primeira infância. O índice de
natalidade também era alto, o que ocasionava uma espécie de substituição das crianças mortas. A perda era vista
como algo natural e que não merecia ser lamentada por muito tempo, como pode ser constatado no comentário de
Áries “ …as pessoas não podiam se apegar muito a algo que era considerado uma perda eventual…” (1978 : 22 ).
Na Idade Média a criança era vista como um ser em miniatura, assim que pudesse realizar algumas tarefas, esta era
inserida no mundo adulto, sem nenhuma preocupação em relação à sua formação enquanto um ser específico, sendo
exposta a todo tipo de experiência.
Segundo Áries, até o século XVII, a socialização da criança e a transmissão de valores e de conhecimentos não eram
assegurados pelas famílias. A criança era afastada cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos,
ajudando-os em suas tarefas. A partir daí, não se distinguia mais desses. Nesse contato, a criança passava dessa fase
direto para a vida adulta. ( Áries, 1978 ).
A duração da infância não era bem definida e o termo “infância” era empregado indiscriminadamente, sendo utilizado,
inclusive, para se referir a jovens com dezoito anos ou mais de idade ( Áries, 1989 ). Dessa forma, a infância tinha uma
longa duração, e a criança acabava por assumir funções de responsabilidade, queimando etapas do seu
desenvolvimento. Até a sua vestimenta era a cópia fiel da de um adulto. Essa situação começa a mudar, caracterizando
um marco importante no despertar do sentimento de infância:
No século XVII, entretanto, a criança, ou ao menos a criança de boa família, quer fosse nobre ou burguesa, não era
mais vestida como os adultos. Ela agora tinha um traje reservado à sua idade, que a distinguia dos adultos. Esse fato
essencial aparece logo ao primeiro olhar lançado às numerosas representações de criança do início do século XVII (
Áriès, 1978: 33 ).
As grandes transformações sociais ocorridas no século XVII contribuíram decisivamente para a construção de um
sentimento de infância. As mais importantes foram as reformas religiosas católicas e protestantes, que trouxeram um
novo olhar sobre a criança e sua aprendizagem. Outro aspecto importante é a afetividade, que ganhou mais
importância no seio na família.
Essa afetividade era demonstrada, principalmente, por meio da valorização que a educação passou a ter. A
aprendizagem das crianças, que antes se dava na convivência das crianças com os adultos em suas tarefas cotidianas,
passou a dar-se na escola. O trabalho com fins educativos foi substituído pela escola, que passou a ser responsável
pelo processo deformação. As crianças foram então separadas dos adultos e mantidas em escolas até estarem
“prontas” para a vida em sociedade. ( Ariès, 1978 ).
Surge uma preocupação com a formação moral da criança e a igreja se encarrega em direcionar a aprendizagem,
visando corrigir os desvios da criança, acreditava-se que ela era fruto do pecado, e deveria ser guiada para o caminho
do bem. Entre os moralistas e os educadores do século XVII, formou-se o sentimento de infância que viria inspirar toda
a educação do século XX (Áries, 1989). Daí vem a explicação dos tipos de atendimento destinados às crianças, de
caráter repressor e compensatório.
De um lado a criança é vista como um ser inocente que precisa de cuidados, do outro como um ser fruto do pecado.
Segundo kramer :
Nesse momento, o sentimento de infância corresponde a duas atitudes contraditórias: uma
considera a criança ingênua, inocente e graciosa e é traduzida pela paparicação dos adultos,
e a outra surge simultaneamente à primeira, mas se contrapõe à ela, tornando a criança um
ser imperfeito e incompleto, que necessita da “moralização” e da educação feita pelo adulto
( kramer, 2003:18 ).
Esses dois sentimentos são originados por uma nova postura da família em relação à criança, que passa a assumir mais
efetivamente a sua função, a família começa a perceber a criança como um investimento futuro, que precisa ser
preservado, e portanto deve ser afastada de maus físicos e morais. Para Kramer ( 2003 : 18 ) “não é a família que é
nova, mas, sim o sentimento de família que surge nos séculos XVI e XVII, inseparável do sentimento de infância.”
A vida familiar ganha um caráter mais privado, e aos poucos a família assume o papel que antes era destinado à
comunidade. É importante salientar que esse sentimento de infância e de família representa um padrão burguês, que
se transformou em universal. Segundo Kramer :

1. …a idéia de infância (… ) aparece com a sociedade capitalista, urbano-industrial, na medida em


que mudam a sua inserção e o papel social da criança na comunidade. se, na sociedade feudal, a
criança exercia um papel produtivo direto (“de adulto”) assim que ultrapassava o período de alta
mortalidade, na sociedade burguesa ela passa a ser alguém que precisa de ser cuidada,
escolarizada e preparada para uma função futura. Este conceito de infância é pois, determinado
historicamente pela modificação das formas de organização da sociedade ( 2003 : 19 ).

No século XVIII, além da educação a família passou a se interessar pelas questões relacionadas à higiene e à saúde da
criança, o que levou a uma considerável diminuição dos índices de mortalidade.
As mudanças beneficiaram as crianças da burguesia, pois as crianças do povo continuaram a não ter acesso aos ganhos
representados pela nova concepção de infância, como o direito à educação e a cuidados mais específicos, sendo
direcionadas para o trabalho.
A criança sai do anonimato e lentamente ocupa um espaço de maior destaque na sociedade. Essa evolução traz
modificações profundas em relação à educação, esta teve que procurar atender as novas demandas que foram
desencadeadas pela valorização da criança, pois a aprendizagem além da questão religiosa passou a ser um dos pilares
no atendimento à criança. Segundo Loureiro : …nesse período começa a existir uma preocupação em conhecer a
mentalidade das crianças a fim de adaptar os métodos de educação a elas, facilitando o processo de aprendizagem.
Surge uma ênfase na imagem da criança como um anjo, “testemunho da inocência batismal” e, por isso, próximo de
Cristo ( 2005 : 36 ).
Percebe-se o caráter cristão ao qual a educação das crianças foi ancorado. Com o surgimento do interesse nas crianças,
começou a preocupação em ajudá-las a adquirir o princípio da razão e a fazer delas adultos cristãos e racionais. Esse
paradgma norteou a educação do século XIX e XX.
Hoje, a criança é vista como um sujeito de direitos, situado historicamente e que precisa ter as suas necessidades
físicas, cognitivas, psicológicas, emocionais e sociais supridas, caracterizando um atendimento integral e integrado da
criança. Ela deve ter todas as suas dimensões respeitadas. Segundo Zabalza ao citar Fraboni: a etapa histórica que
estamos vivendo, fortemente marcada pela “transformação” tecnológico-científica e pela mudança ético-social,
cumpre todos os requisitos para tornar efetiva a conquista do salto na educação da criança, legitimando-a finalmente
como figura social, como sujeito de direitos enquanto sujeito social” (1998:68).
Assim, a concepção da criança como um ser particular, com características bem diferentes das dos adultos, e
contemporaneamente como portador de direitos enquanto cidadão, é que vai gerar as maiores mudanças na
Educação Infantil, tornando o atendimento às crianças de 0 a 5 anos ainda mais específico, exigindo do educador uma
postura consciente de como deve ser realizado o trabalho com as crianças pequenas, quais as suas necessidades
enquanto criança e enquanto cidadão.

O histórico da educação infantil no mundo


Durante muito tempo, o cuidado e a educação das crianças pequenas eram vistas como tarefas da família,
principalmente das mães e de outras mulheres. Depois do desmame, a criança era percebida como um pequeno
adulto, quando já alcançava certo grau de independência, passava a ajudar os adultos nas atividades cotidianas e a
aprender o básico para sua inserção social. Não se considerava a identidade pessoal da criança.
Devido ao caráter familiar do atendimento à criança pequena, as primeiras denominações das instituições infantis
fazem uma referência a esse aspecto, como o termo francês “creche” que significa manjedoura, presépio. E o termo
italiano “asilo nido” que significa um ninho que abriga.
Nas sociedades primitivas, as crianças que se encontravam em situações desfavoráveis, como o abandono, eram
cuidadas por uma rede de parentesco, ou seja, dentro da própria família. Na Idade Antiga, os cuidados eram oferecidos
por mães mercenárias, que não tinham nenhum tipo de preocupação com as crianças, sendo que muitas morriam sob
os seus cuidados. Na Idade Média e Moderna, existiam as “rodas” ( cilindros ocos de madeira, giratórios ), construídos
em muros de igrejas ou hospitais de caridade, onde as crianças deixadas eram recolhidas. Dentro dessa perspectiva,
fica evidenciado nas palavras de Oliveira que: as idéias de abandono, pobreza, culpa e caridade impregnam assim, as
formas precárias de atendimento a menores nesse período e vão permear determinadas concepções a cerca do que
é uma instituição que cuida da Educação Infantil, acentuando o lado negativo do atendimento fora da família
(OLIVEIRA, 2002 : 59 ).
Diante dessa situação, ficam claras as raízes da desvalorização do profissional de Educação Infantil, que precisa mudar
esse esteriótipo, de que para se trabalhar com crianças não é necessário qualificação profissional, pois grande parte
dos profissionais que atuam nessa área é de leigos, o que demonstra que, mesmo com tanto avanço no que diz respeito
ao conceito de criança, ainda persiste um tipo de atendimento que só visa os cuidados físicos, deixando de lado os
aspectos globais no atendimento das crianças.
Na Europa com a Revolução Industrial, a sociedade agrário-mercantil transforma-se em urbano-manufatureira, num
cenário de conflitos, onde as crianças eram vítimas de pobreza, abandono e maus-tratos, com grande índice de
mortalidade. Aos poucos o atendimento às crianças torna-se mais formal, como resposta a essa situação, foram
surgindo instituições para o atendimento de crianças desfavorecidas ou crianças cujos pais trabalhavam nas fábricas
(OLIVEIRA, 2002 ).
Nos séculos XVIII E XIX é originado dois tipos de atendimento às crianças pequenas, um de boa qualidade destinado
às crianças da elite, que tinha como característica a educação, e outro que servia de custódia e de disciplina para as
crianças das classes desfavorecidas.
Dentro desse cenário aumenta-se a discussão de como se deve educar as crianças. Pensadores como Comênio,
Rousseau, Pestalozzi, Decroly, Froebel e Montessori configuram as novas bases para a educação das crianças. Embora
eles tivessem focos diferentes, todos reconheciam que as crianças possuíam características diferentes dos adultos,
com necessidades próprias (OLIVEIRA, 2002).
No século XX, após a primeira Guerra Mundial, cresce a idéia de respeito à criança, que culmina no Movimento das
Escolas Novas, fortalecendo preceitos importantes, como a necessidade de proporcionar uma escola que respeitasse
a criança como um ser específico, portanto, esta deveria direcionar o seu trabalho de forma a corresponder as
características do pensamento infantil.
Na psicologia, na década de 20 e 30, Vygotsky defende a idéia de que a criança é introduzida no mundo da cultura por
parceiros mais experientes. Wallon destaca a afetividade como fator determinante para o processo de aprendizagem.
Surgem as pesquisas de Piaget, que revolucionam a visão de como as crianças aprendem, a teoria dos estágios de
desenvolvimento. As teorias pedagógicas se apropiam gradativamente das concepções psicológicas, especialmente na
Educação Infantil, impulsionando o seu crescimento.
No contexto de pós-segunda Guerra mundial, surge a preocupação com a situação social da infância e a idéia da criança
como portadora de direitos. A ONU promulga em 1959, a Declaração dos Direitos da Criança, em decorrência da
Declaração dos Direitos Humanos, esse é um fator importante para a concepção de infância que permeia a
contemporaneidade, a criança como sujeito de direitos.

O histórico da educação infantil no Brasil


A história da Educação Infantil no Brasil, de certa forma, acompanha os parâmetros mundiais, com suas características
próprias, acentuada por forte assistencialismo e improviso. As crianças da área urbana eram colocadas nas “rodas
expostas” para serem recolhidas pelas instituições religiosas, muitas dessas crianças eram de mães que pertenciam às
famílias tradicionais.
No início do século XIX, para tentar resolver o problema da infância, surgem iniciativas isoladas, como a criação de
creches, asilos e internatos, que eram vistos como instituições destinadas a cuidar de crianças pobres. Estas
instituições apenas encobriam o problema e não tinham a capacidade de buscar transformações mais profundas na
realidade social dessas crianças.
No final do século XIX, com o ideário liberal, inicia-se um projeto de construção de uma nação moderna. A elite do país
assimila os preceitos educacionais do Movimento das Escolas Novas, elaboradas nos centros de transformações
sociais ocorridas na Europa e trazidas ao Brasil pela influência americana e européia. Surge no Brasil a idéia de “jardim-
de-infância” que foi recebida com muito entusiasmo por alguns setores sociais, mas gerou muito discussão, pois a elite
não queria que o poder público não se responsabilizasse pelo atendimento às crianças carentes. Com toda polêmica,
em 1875 no Rio de Janeiro e em 1877 em São Paulo, eram criados os primeiros jardins-de-infância, de caráter privado,
direcionados para crianças da classe alta, e desenvolviam uma programação pedagógica inspirada em Froebel
(OLIVEIRA, 2002).
Na metade do século XX, com a crescente industrialização e urbanização do país, a mulher começa a ter uma maior
inserção no mercado de trabalho, o que provoca um aumento pelas instituições que tomam conta de crianças
pequenas. Começa a se delinear um atendimento com forte caráter assistencialista.
Nos anos 70, o Brasil absorve as teorias desenvolvidas nos Estados Unidos e na Europa, que sustentavam que as
crianças das camadas sociais mais pobres sofriam de “privação cultural” e eram colocadas para explicar o fracasso
escolar delas, esta concepção vai direcionar por muito tempo a Educação Infantil, enraizando uma visão
assistencialista e compensatória, como afirma Oliveira: conceitos como carência e marginalização cultural e educação
compensatória foram então adotados, sem que houvesse uma reflexão crítica mais profunda sobre as raízes
estruturais dos problemas sociais. Isso passou a influir também nas decisões de políticas de Educação Infantil
(OLIVEIRA, 2002:109).
Dessa forma, pode-se observar a origem do atendimento fragmentado que ainda faz parte da Educação Infantil
destinada às crianças carentes, uma educação voltada para suprir supostas “carências”, é uma educação que leva em
consideração a criança pobre como um ser capaz, como alguém que não responderá aos estímulos dados pela escola.
Nos anos 80, com o processo de abertura política, houve pressão por parte das camadas populares para a ampliação
do acesso à escola. A educação da criança pequena passa a ser reivindicada como um dever do Estado, que até então
não havia se comprometido legalmente com essa função. Em 1888, devido à grande pressão dos movimentos
feministas e dos movimentos sociais, a Constituição reconhece a educação em creches e pré-escolas como um direito
da criança e um dever do Estado.
Nos anos 90, ocorreu uma ampliação sobre a concepção de criança. Agora procura-se entender a criança como um ser
sócio-histórico, onde a aprendizagem se dá pelas interações entre a criança e seu entorno social. Essa perspectiva
sócio-interacionista tem como principal teórico Vigotsky, que enfatiza a criança como sujeito social, que faz parte de
uma cultura concreta (OLIVEIRA,2002).
Há um fortalecimento da nova concepção de infância, garantindo em lei os direitos da criança enquanto cidadã. Cria-
se o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente); a nova LDB, Lei nº9394/96, incorpora a Educação Infantil como
primeiro nível da Educação Básica, e formaliza a municipalização dessa etapa de ensino.
Em 1998, é criado RCNEI (Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil), um documento que procura nortear
o trabalho realizado com crianças de 0 a 5 anos de idade. Ele representa um avanço na busca de se estruturar melhor
o papel da Educação Infantil, trazendo uma proposta que integra o cuidar e o educar, o que é hoje um dos maiores
desafios da Educação Infantil. É preciso afirmar que as propostas trazidas pelo RCN só podem se concretizar na medida
em que todos os envolvidos no processo busquem a efetiva implantação das novas propostas, se não ele vai se tornar
apenas um conjunto de normas que não saem do papel.

Considerações finais
Através desse estudo histórico, pode-se constatar que o conceito de infância repercute fortemente no papel da
Educação Infantil, pois direciona todo o atendimento prestado à criança pequena. Dessa maneira, a Educação Infantil
está intrisicamente ligada ao conceito de infância, tendo a sua evolução marcada pelas transformações sociais que
originaram um novo olhar sobre a criança.
A educação voltada para criança pequena só ganhou notoriedade quando esta passou a ser valorizada pela sociedade,
se não houvesse uma mudança de postura em relação à visão que se tinha de criança, a Educação Infantil não teria
mudado a sua forma de conduzir o trabalho docente, e não teria surgido um novo perfil de educador para essa etapa
de ensino. Não seria cobrado dele especificidade no seu campo de atuação, e a criança permaneceria com um
atendimento voltado apenas para questões físicas, tendo suas outras dimensões, como a cognitiva, a emocional e a
social despercebidas.
Não se pode perder de vista, que o conceito de infância construído pela humanidade ocasionou uma padronização da
criança, como se esta fosse um ser universal, sem características próprias de cada sociedade e de cada contexto
histórico.
Por isso, a Educação infantil terminou sendo um bem da criança burguesa, e uma proposta distante das crianças
pobres. Apesar da Educação Infantil no Brasil ter sido institucionalizada como direito das crianças, poucas têm acesso
a um atendimento de qualidade, com professores que desconhecem os pressupostos pedagógicos que devem
direcionar o trabalho com crianças pequenas, descaracterizando a especificidade da Educação Infantil.

Referência bibliográfica
ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família. Rio de Janeiro. LTC,1978.
FRABBONI, Franco. A Escola Infantil entre a cultura da Infância e a ciência pedagógica e didática. In: ZABALZA, Miguel A. Qualidade em Educação Infantil. Porto
Alegre. Artmed, 1998.
KRAMER, Sônia. A Política do pré-escolar no Brasil: A arte do disfarce. 7ª edição. São Paulo: Cortez, 2003
LOUREIRO, Stefânie Arca Garrido. Alfabetização: uma perspectiva humanista e progressista. Belo Horizonte. Autêntica, 2005.
OLIVEIRA, Zilma Rams de Oliveira. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2005.
Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretária de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF,1998.
Vol.1.

Autora: Angela da Silva Soares. Disponível em: Concepção de Infância e Educação Infantil. Pedagogia ao Pé da Letra, 2018. Disponível em:
<https://pedagogiaaopedaletra.com/concepcao-de-infancia-e-educacao-infantil/>. Acesso em: 8 de novembro de 2021.

Em Campo Grande, o atendimento da criança na educação infantil, até o ano de 2007,


estava a cargo do município e do estado, entretanto, a partir do Decreto nº 10.000 de 27 de
junho de 2007, essa responsabilidade passou a ser apenas da gestão municipal, de maneira
compartilhada entre as Secretarias de Assistência Social e de Educação. Já em 2014, o
cuidado e a educação das crianças se tornaram responsabilidade integral da Semed. No
início de 2019, os chamados Centros de Educação Infantil (CEINFs) receberam a
nomenclatura de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEIs), pelo Decreto nº 13.755,
de 08 de janeiro de 2019, reiterando o compromisso desta Secretaria com a educação das
crianças. Assim, a legislação vigente consolida uma nova concepção sobre a educação
infantil, assegura como direito a todas as crianças, visando ao desenvolvimento integral e
entendendo o cuidado e a educação como algo indissociável ao processo educativo.

CAMPO GRANDE, 2020, p.22

GABARITO
Vamos praticar!
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
D D D A C D B C D D A D A D B D C
Vamos Praticar!
1 2 3 4 5 6 7 8
D C C C A B C B
1-A educação infantil no Brasil conta, nas discussões sobre as políticas educacionais com a ampla participação dos
membros dos fóruns de Educação infantil, nos in municipal estadual do Movimento Interforuns de Educação Infantil
do Brasil (MEB) MIE, constituído em 1990, apresenta princípios que vem norteando o desenvolvimento da legislação
e de políticas educacionais para a área. Sobre o assunto, leia afirmações

I. O atendimento prioritário a crianças com vulnerabilidade socioeconômica na rede pública


de ensino

II. O reconhecimento do direito constitucional das crianças de 0 a 6 anos


(independentemente de raça, idade, gênero, etnia credo, origem socioeconômica e
cultural) ao atendimento em instituições públicas gratuitas e de qualidade

III. Destinação de recursos públicos específicos e adequados imprescindíveis ao bom


funcionamento dos sistemas de Educação infantil

IV. A dissociabilidade entre o cuidar e o educar, visando bem-estar, crescimento e pleno


desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos.

V. A identificação da Educação Infantil enquanto campo intersetorial interdisciplinar


multidimensional em permanente evolução.

Os princípios defendidos no MIEIB estão expostos nas seguintes afirmativas:


a) I,II e III
b) III, IV e V
c) II e V somente
d) II, III e V
e) I e V

2- A educação infantil em sua importância reconhecida em estudos e pesquisas no mundo inteiro que ratificam a sua
relevância para o desenvolvimento humano. No Brasil é considerada, segundo a Constituição Federal vigente:

A) dever do Estado, sendo obrigatória e gratuita a partir dos seis (6) anos de idade, mas não obrigatória para as familias,
pois figura como direito público subjetivo.
B) dever do Estado, que deve garantir a oferta de educação infantil pública e gratuita, em creche e pré-escola, às
crianças até cinco (5) anos de idade.
C) dever do Estado e da família, de matricula obrigatória de zero (0) a cinco (5) anos, sendo pública e gratuita para
todos.
D) dever do Estado, da família e das instituições públicas e privadas, sendo obrigatória a sua oferta, a partir dos quatro
(4) anos, em creches e, a partir dos cinco (5) anos, nas escolas de pré-escolar.
E) dever do Estado e da família, sendo sua oferta obrigatória de zero (0) a sete (7) anos de idade.

3- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional em vigor, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelece
regras comuns para a organização da Educação Infantil no Brasil. Assinale, entre as alterativas abaixo, aquela que NÃO
apresenta uma dessas regras:

A) avaliação mediante acompanhamento e registro do desenvolvimento das crianças, com o objetivo de promoção,
para o acesso ao ensino fundamental.
B) carga horária mínima anual de 800 (oitocentas) horas, distribuída por um mínimo de 200 (duzentos) dias de trabalho
educacional.
C) atendimento à criança de, no mínimo, 4 (quatro) horas diárias para o turno parcial e de 7 (sete) horas para a jornada
integral. D) controle de frequência pela instituição de educação pré-escolar, exigida a frequência mínima de 60%
(sessenta por cento) do total de horas.
E) expedição de documentação que permita atestar os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança.

4- O Estatuto da Criança e do Adolescente, instituído por meio da Lei nº 8.096, de 13 de julho de 1990, garante às
crianças e aos adolescentes o direito à educação, assegurando lhes:

A) I- prioridade para o acesso e a permanência na escola aos estudantes cotistas; II - direito de ser respeitado pelos
professores; III direito de elaborar os critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores: IV
direito de participação em entidades estudantis pacificas; V- acesso à escola pública e gratuita.
B) I- igualdade de condições para o ingresso na escola; Il- direito de ser respeitado pelos funcionários da escola; III -
direito de recorrer às instâncias escolares superiores; IV - direito de organizar mobilizações; V- acesso à escola pública
próxima de sua residência.
C) I- igualdade de condições para a permanência na escola; II-direito de respeitar os seus educadores: III- direito de
contestar critérios avaliativos, que não favoreçam o seu desempenho escolar, IV- acesso à escola próxima de sua
residência; V-direito de se manifestar publicamente.
D) I- igualdade de condições nas atividades escolares; Il direito de ser respeitado pela direção da escola: III-direito de
solicitar a revisão de critérios avaliativos: IV-direito de fale nas entidades estudantis; V- acesso à escola próxima de
sua residência.
E) I- igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias escolares superiores; IV direito de
organização e participação em entidades estudantis; V- acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência.

5- Leia as afirmativas abaixo:

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, instituídas por meio da Resolução CNE/CEB n° 5, de 17
de dezembro de 2009, salientam a importância do lúdico,

POIS

definem que as práticas pedagógicas que compõem a proposta curricular da Educação Infantil devem ter como eixos
norteadores as interações e a brincadeira, bem como garantir experiências que promovam para as crianças o
conhecimento de si e do mundo por meio da ampliação de experiências sensoriais, expressivas, corporais que
possibilitem movimentação ampla, expressão da individualidade e respeito pelos ritmos e desejos da criança;
favoreçam a imersão das crianças nas diferentes linguagens e o progressivo domínio por elas de vários géneros e
formas de expressão: gestual, verbal, plástica, dramática e musical.

Considerando as duas asserções, é correto afirmar que:

A) as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.


B) as duas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si.
C) primeira é uma proposição falsa, e a segunda, verdadeira.
D) a primeira é uma proposição verdadeira, e a segunda, falsa.
E) as duas são falsas e a segunda não é justificativa correta da primeira

6- O currículo da Educação Infantil, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil, é concebido
como:

A) uma lista de conteúdos articulada aos indicadores de avaliação em larga escala, prevendo o desenvolvimento dos
estudantes de zero a seis anos de idade, com indicadores específicos a cada etapa.
B) um conjunto de habilidades e competências a ser atingido gradualmente, que começa com as atividades sensoriais e
instintivas desenvolvidas nas creches e se aprofunda para o desenvolvimento de habilidades e normas de conduta nas
escolas de pré-escolar.
C) um documento subjetivo a ser definido pelo coletivo de cada instituição de educação infantil, pois a organização do
currículo requer conhecimento prévio das condições especificas de cada educando, das suas demandas e necessidades,
que variam conforme a cultura, o momento histórico e as condições socioeconómicas.
D) um conjunto de práticas que busca articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que
fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover o
desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. E) um conjunto de regras de conduta que propiciem o
desenvolvimento do aspecto central da educação infantil, ou seja, as relações interpessoais, que abrangem o "ser" e o
“conviver”.

7- A concepção de criança e de infância tem variado muito ao longo do processo histórico. o que influencia diretamente
as propostas educativas desenvolvidas para essa faixa etária. Atualmente, no Brasil, observada a legislação vigente e os
documentos oficiais da União, a criança é percebida como:

A) uma tábula rasa, um ser indefeso que se constitui à medida que recebe influências do meio social adulto, já definido,
com regras claras com instituições e normas consolidadas.
B) um sujeito de relações, que atribui significados ao mundo, aos objetos e as relações humanas de forma própria
subjetiva, partindo de suas percepções pessoais, já que só poderá aprender e construir informações por meio da
experiência.
C) um sujeito que deverá ser preparado para assumir a sua condição de cidadania no futuro e, por tal necessidade, precisa
ter seu desenvolvimento mediado pela sociedade civil organizada para que sejam construídas nesse sujeito as percepções
positivas e necessárias para a coletividade e o bem comum.
D) um animal que, sobre a base biológica, construirá, de forma autónoma e não mediada. a sua base social
E) um sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e
constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura

8- A Lei de Diretrizes e Bases da Educação vigente exige que todos os estabelecimentos de ensino estruturem a sua
proposta pedagógica, o que inclui as instituições de Educação Infantil. Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil, a proposta pedagógica das instituições de Educação Infantil deve garantir que elas cumpram
plenamente sua função sociopolítica e pedagógica. Sobre o assunto, leia as afirmativas a seguir:

I- Construir novas formas de sociabilidade e de subjetividade comprometidas com a ordem, a disciplina, o respeito aos
símbolos pátrios e aos limites típicos do controle social.
II - Assumir a responsabilidade de compartilhar e complementar a educação e cuidado das crianças com as famílias.
III- Possibilitar a convivência dos estudantes da educação infantil com crianças de sua faixa etária, evitando o contato
com adultos e adolescentes que possam trazer riscos ao processo de desenvolvimento da infância, especialmente aos
aspectos lúdicos.
IV- Promover a igualdade de oportunidades educacionais entre as crianças de diferentes classes sociais no que se
refere ao acesso a bens culturais e as possibilidades de vivência da infância.
V- Oferecer condições e recursos para que as crianças usufruam seus direitos civis, humanos e sociais.

Assinale a alternativa que indica quais são os aspectos necessários para que a proposta pedagógica da escola cumpra
as suas funções sociopolítica e pedagógica:

A) I, II e Ill.
B) II, IV e V.
C) III, V e ll.
D) I, II e V.
E) l e V, somente.

9- Luciana é professora do nível II em um Centro de Educação Infantil. Ela atua em uma turma com crianças de três
anos e teve muitas dificuldades em trabalhar com elas, pois entendia que cuidar do corpo da criança era ação da
assistente de turma, cabendo-lhe exclusivamente as ações de natureza pedagógica. Dadas as dificuldades, buscou um
curso de Especialização na área de Educação Infantil. Luciana passou, então, a aplicar muitos dos conteúdos
aprendidos na pós-graduação em sua prática pedagógica. Ela percebeu que seria impossível trabalhar bem com as
crianças sem estabelecer um laço com as famílias, por isso fez reuniões e buscou conhecer a condição concreta e as
expectativas de cada uma delas. Começou a trabalhar com projetos, articulando todas as áreas de conhecimento a
partir de temas do interesse das crianças e tomando o lúdico e as interações como eixos estruturantes de seu trabalho.
Ela, que nunca saia da sala de aula, passou a realizar brincadeiras cantadas com as crianças no pátio e a visitar os
demais espaços da escola. Foi conhecer a sala de recursos e localizou vídeos interessantes que contribuíam para a
fixação de algumas informações. Passou a dividir as ações de cuidado com a assistente, pois conta com dez crianças
em sala e entendeu que nesse processo também podem ser trabalhados conhecimentos atitudinais e ligados a fatos
e conceitos.

A atuação recente de Luciana atende a quais dos princípios indicados abaixo?

I- A educação em sua integralidade, entendendo o cuidado como algo indissociável ao processo educativo.
II- A participação, o diálogo e a escuta cotidiana das famílias, o respeito e a valorização de suas formas de organização.
III- O reconhecimento das especificidades etárias, das singularidades individuais e coletivas das crianças, promovendo
interações entre crianças de mesma idade e crianças de diferentes idades.
IV- Os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças nos espaços internos e externos ás salas de referência das
turmas e à instituição.
V- A acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência,
transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.
VI- A apropriação pelas crianças das contribuições histórico-culturais dos povos indígenas, afrodescendentes, asiáticos,
europeus e de outros países da América.

Assinale a alternativa que indica os itens contemplados na prática recente de Luciana:

A) I, II, III, IV e V.
B) I, II e IV.
C) II, III e IV.
D) I, III e V.
E) II, IV e VI.

10- Veja as tirinhas de Armandinho, criadas por Alexandre Beck, para responder a questão que segue:

Leia os princípios a serem respeitados no currículo da Educação Infantil, segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais
para a Educação Infantil:

1- Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática.


II - Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações
artísticas e culturais.
III- Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às
diferentes culturas, identidades e singularidades.

Assinale a alternativa que indica o(s) principio(s) ilustrado(s) nas tirinhas de Armandinho:

A) I, somente.
B) II e III, somente.
C) I, II e III.
D) II, somente
E) III, somente.

11- Observe a tirinha de Alexandre Beck e leia o texto de Philippe Ariés para responder à questão a seguir.

A passagem da criança pela família e pela sociedade era muito breve e muito insignificante para que
tivesse tempo ou razão de forçar a memória e tocar a sensibilidade. Contudo, um sentimento
superficial da criança a que chamei "paparicação era reservado à criancinha em seus primeiros anos
de vida, enquanto ela ainda era uma coisinha engraçadinha. As pessoas se divertiam com a criança
pequena como com um animalzinho, um macaquinho impudico. Se ela morresse então, como muitas
vezes acontecia alguns podiam ficar desolados, mas a regra geral era não fazer muito caso, pois uma
outra criança logo a substituiria. A criança não chegava a sair de uma espécie de anonimato. Quando
ela conseguia superar os primeiros perigos e sobreviver ao tempo da "paparicação" era comum que
passasse a viver em outra casa que não a de sua família. [...]
Essa família antiga tinha por missão sentida por todos a conservação dos bens, a prática comum de
um oficio a ajuda mútua quotidiana num mundo em que um homem, e mais ainda uma mulher,
isolados, não podiam sobreviver e ainda nos casos de crise, a proteção da honra e das vidas. Ela não
tinha função afetiva [...]

A partir de um certo período [...] e, em todo o caso, de uma forma definitiva e imperativa a partir do
fim do século XVII, uma mudança considerável alterou o estado de coisas que acabo de analisar
Podemos compreende-la a partir de duas abordagens distintas. A escola substituiu a aprendizagem
como meio de educação. Isso quer dizer que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de
aprender a vida diretamente, através do contato com eles. A despeito das muitas reticências e
retardamentos, a criança foi separada dos adultos e mantida à distância numa espécie de quarentena,
antes de ser solta no mundo. Essa quarentena foi a escola, o colégio. Começou então um longo
processo de enclausuramento das crianças [...] que se estenderia até nossos dias, e ao qual se dá o
nome de escolarização

Fonte ARIES, Philippe. História Social da Criança e da Família, 2. ed. Rio de LTC, 1981.

Assinale a alternativa que melhor sintetiza as ideias de Becker e Aries:

A) Ariès esclarece que, de uma situação marginal, a infância passou a ter um papel de destaque e valorização por meio
do processo de escolarização, que garantiu imunidade à criança e visibilidade dos seus direitos.
B) O direito à infância é algo relativamente recente no processo histórico mundial. Para Ariès, as crianças saíram de
uma posição de invisibilidade social para um processo marcado pela formação prática para o trabalho e depois, nas
sociedades industriais, a partir do século XVII, para a escolarização, que garantiu uma quarentena entre a infância e o
trabalho adulto.
C) Ariès salienta que, nas sociedades tradicionais, a criança tinha um papel de relevância sendo cercada de cuidados e
"paparicações", algo que muda drasticamente a partir do século XVII, quando é enclausurada nas escolas e forçada ao
trabalho doméstico.
D) Ariès observa o importante papel da escola no processo de valorização e criação de uma identidade para as crianças,
destacando que a criança deixou de ser misturada aos adultos e de aprender a vida diretamente através do contato
com eles, sendo encaminhada para um espaço protegido e adequado ao seu pleno desenvolvimento.
E) Ariès narra a incessante luta das crianças nas sociedades tradicionais, indicando que apenas aquelas que superavam
a possibilidade iminente da morte por causa do descaso, do descuido e das doenças eram encaminhadas a outras
famílias para que aprendessem um oficio e então passassem a ser valorizadas socialmente, algo que se mantém nas
sociedades contemporâneas.
GABARITO
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
D B A E A D E B B C B

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal:
Centro Gráfico, 1988.

_______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB. 9394/1996. BRASIL.

_______. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2017. Disponível em:
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNC C_20dez_site.pdf. Acesso em: 8 de novembro de 2021.

______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a
educação infantil /Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010

CAMPO GRANDE. Educação Infantil Referencial Curricular - Reme. Secretaria de educação: 2020.

Você também pode gostar