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MONOGRAFIA
MONOGRAFIA
Economia e Gestão
(Provérbios 29:23).
I
DEDICATÓRIA
II
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Deus...
Sou grato à minha família pelo apoio que sempre me concedeu durante toda a minha vida
pessoal e académica.
Ao meu orientador Phd, Julian David Zanzala, por aceitar de braços abertos e com muito
carinho na feitura deste trabalho, “muito obrigado, meu mentor”.
Aos meus amigos e colegas que durante este tempo labutamos juntos na trincheira
académica, sou infinitamente agradecido pelas constantes trocas de ideias.
III
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do Regulamento de
Elaboração do Trabalho de Fim de Curso. O trabalho é original excepto onde indicado
por referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não
representam de modo algum, quaisquer visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em
parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais
ou estrangeiras.
Mas informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma APA.
Assinatura:_________________________________________________
IV
LISTA DE SÍGLAS E ABREVIATURAS
Ed. – Edição
H. - Hipóteses
N.º - Número
P. – Página
Pp. – Páginas
DEF. – Défice
G. – Gastos Do Governo
V
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo geral analisar a inflação, bem como as políticas de
combate pelo BNA e a sua influência sobre os investidores privados. Desta feita, foram
delineados os seguintes objetivo especifico: (1) Compreender a inflação; (2) Descrever
os tipos de inflação; (3) identificar os principais factores da inflação e a sua influência
nos investidores privados. Quanto á fundamentação teórica, a pesquisa buscou
atempadamente fazer uma breve explicação relativamente as causas explicativas da
inflação, onde se enfatizou as causas da inflação numa economia, abordou-se ainda
relativamente as diferentes visões sobre a inflação, visão monetarista, visão keynesiana,
onde se verificou a visão de cada autor relativamente a inflação, posteriormente falou-se
das consequências da inflação sobre várias áreas da economia, e buscou-se os modelos
anti-inflacionários que servem para prevenir e combater a inflação, falou-se finalmente
da inflação em Angola e a sua influência sobre os investimentos privados, citou-se os
tipos de investimento privados em Angola. Relativamente a metodologia, optou-se pelo
método misto, isto é uma abordagem qualitativa quantitativa. Usou-se como instrumentos
de investigação, a recolha de dados documentais, que permitiu termos informações, que
serviram de suporte e sustentabilidade do conteúdo apresentado. Nesta senda, os dados
foram tratados com base na análise descritiva onde foi possível demostrar que a inflação
tem um impacto muito significativo sobre os investimentos privados. Uma vez que os
indicadores verificados assim apontam.
VI
ABSTRACT
The present study had as general objective to analyze inflation, as well as the combat
policies by the BNA and its influence on private investors. This time, the following
specific objectives were outlined: (1) Understand inflation; (2) Describe the types of
inflation; (3) identify the main factors of inflation and their influence on private investors.
As for the theoretical foundation, the research sought in time to make a brief explanation
regarding the explanatory causes of inflation, where the causes of inflation in an economy
were emphasized, it was also relatively addressed the different views on inflation,
monetarist view, Keynesian view, where it verified the vision of each author regarding
inflation, afterwards the consequences of inflation on various areas of the economy were
discussed, and anti-inflationary models that serve to prevent and fight inflation were
sought, and inflation in Angola was finally discussed. and its influence on private
investments, the types of private investment in Angola were cited. Regarding the
methodology, we opted for the mixed method, that is, a qualitative and quantitative
approach. It was used as research instruments, the collection of documentary data, which
allowed us to have information, which served as support and sustainability of the content
presented. In this way, the data were treated based on descriptive analysis where it was
possible to demonstrate that inflation has a very significant impact on private investments.
Since the indicators verified so point.
VII
ÍNDICE GERAL
EPÍGRAFE ........................................................................................................................ I
DEDICATÓRIA ............................................................................................................... II
RESUMO ....................................................................................................................... VI
INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 1
VIII
1.4.1 Visão monetarista ............................................................................................... 15
1.9.2 Riscos que podem estar associados aos Fundos de Investimentos. .................... 41
IX
1.10.1. Taxa Real Vs Taxa Nominal............................................................................... 43
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 53
RECOMENDAÇÕES..................................................................................................... 54
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 55
ANEXOS ........................................................................................................................ 57
X
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1; Determinantes da Inflação de Custo................................................................ 7
XI
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1; Inflação Anual em Angola .............................................................................. 38
XII
INTRODUÇÃO
Vários instrumentos de políticas foram e têm sido aplicados para controlar a inflação
e aumentar os investimentos privados; o que se pretende nesta pesquisa é analisar a
tendência da inflação entre 2017 a 2020, os instrumentos de políticas que influenciaram
essa tendência, os impactos destas políticas de combate à inflação e os seus efeitos nos
investidores Privados
Identificação Do Problema
Objectivos do estudo:
Objectivo Geral:
Analisar a inflação, bem como as políticas de combate adoptadas pelo BNA e a sua
influência sobre os investidores privados.
1
Objectivos Específicos:
1) Compreender a Inflação;
2) Descrever os tipos de Inflação;
3) Identificar os principais factores da inflação e a sua influência nos
investimentos privado;
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Quanto à delimitação temporal, o presente trabalho compreende o período que vai de 2017
a 2020.
2
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
3
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
4
1. CAUSAS EXPLICATIVAS E TIPOS DE INFLAÇÃO
Inflação é um dos termos sobre economia mais falado, além disso os efeitos dela são
sentidos facilmente pela população no nosso dia-dia, sendo o índice que apresenta o
aumento de preços de bens e serviços, é indispensável saber as causas e tipos de inflação.
A primeira causa apresenta por Mattos tem a ver com a quantidade excessiva de
moedas no mercado que por sua vez provoca uma subida no nível geral de preços, pois os
produtores precisariam responder a procura elevada, o que nem sempre é possível devido
à escassez de recursos.
Aumento da renda disponível, aumento dos gastos públicos, expansão do credito e redução
das taxas de juros, as expectativas dos agentes econômicos e aumento da quantidade de
moeda em circulação. Contudo nem sempre é possível aumentar a produção como resposta
ao aumento da demanda. (Samuelson 2005, p.120),
Existem vários factores que podem provocar pressões da demanda na economia,
entre eles:
5
Sabe-se que variação da demanda agregada tem efeito significativos sobre o produto,
Por exemplo no curto prazo, um aumento da demanda agregada é respondido com o
aumento dos preços e de produtos, isto ocorre devido a rigidez de elementos de custos de
produção como, por exemplo, salário, neste caso os agentes econômicos, tal como
produtores, aproveitam para produzir mais quando os níveis de demanda elevam.
A perspectiva clássica que quando os trabalhadores sentirem o aumento dos preços resultante
da resposta de um aumento da demanda, pressionarão para o aumento dos salários e uma vez
que os custos aumentarem tanto quanto os preços, as empresas não haverá qualquer incentivo
para aumentarem o seu produto. (Vianna 2003, p 89)
A ideia dos economistas clássicos como Adam Smith, é baseada numa perspectiva
de longo prazo, eles acreditam que no longo prazo tudo se estabelece, isto é, os custos que
na análise Keynesiana são considerados rígidos por se tratar de curto prazo, aqui se ajustam
e tornam-se variáveis
6
Gráfico 1; Determinantes da Inflação de Custo
Tal como já foi mencionado acima, um dos objectivos dos mentores de política
económica é alcançar elevado nível de emprego, portanto para levar o produto a funcionar
no nível de taxa natural de pleno emprego:
Uma vez que a sua demanda foi acomodada, os sindicatos pressionarão novamente o
aumento dos salários e o cenário será o mesmo tal como foi descrito: retacção da oferta
aumento dos preços e expansão da demanda.
7
“Se o processo continuar os preços vão aumentar cada vez mais gerando assim a
inflação de custo.” (Mishkin, 2000, Bravo 1992, P 42).
O autor defende que o banco central não pode ser visto como uma instituição que
nada tem a ver com a inflação, passando a ser considerado (banco central) como um
guerreiro contra a inflação.
Essa categoria de inflação não acarreta consequências graves para a economia, pois
a este nível verifica-se uma relativa estabilidade dos preços e permite que os agentes
económicos planeiem os seus negócios com certa segurança. A inflação moderada pode ser
estimulante sobretudo em economias em via de desenvolvimento
ii) “É caracterizada como uma inflação de dois ou três dígitos, ou seja, 20, 100
ou 200% ao ano.” (Samuelson, 2005, p. 614)
8
Este tipo de inflação traz consigo grave distorções económicas no ponto de vista
técnico. A esses níveis as consequências económicas são graves, os preços são instáveis, o
dinheiro perde muito rapidamente o seu valor, mas a sobrevivência da economia não é
posta em causa.
iii) Quase nada de bom se pode dizer acerca de uma economia em que os preços estão a
aumentar um milhão ou até mil milhões porcento ao ano. Em parte, a hiperinflação tem sido
interessante para os estudantes de inflação por evidenciar os seus efeitos desastrosos na
economia, a hiperinflação é caracterizada por um aumento muitíssimo rápido e
extremamente violento do nível geral dos preços, as taxas de inflação podem variar de 201%
para cima. Por exemplo, as taxas podem vir a atingir um milhão ou um bilhão por cento ao
ano (Samuelson, 2005, p. 614).
As consequências económicas são drásticas, o poder de compra reduz drasticamente,
ao contrário das duas primeiras categorias em que a economia consegue ainda sobreviver,
aqui a situação é fatal, a economia se abate.
Tal como apresenta a Figura 1.2, a curto prazo 𝒀𝒏 representa o produto no nível de
taxa natural, como a meta é alcançar um nível bastante reduzido de desemprego, os
mentores de política económica recorrem a política monetária expansionista.
A curva da demanda desloca-se de ADI para AD2 tendo como consequência um nível
de produto mais elevado, e quando o produto aumenta os salários e preços tendem aumentar
rapidamente, o que vai resultar numa retração da oferta, deslocando a curva AS1 para AS2
(situação 2), se o processo continuar vamos verificar que os níveis de preços tornam-se
cada vez mais elevados (P1 a P4), mas o produto não aumenta na mesma proporção. A
conclusão é que quando se pretende alcançar elevado nível de produto (baixo nível de
desemprego) através da política monetária expansionista o que se consegue mesmo silo
níveis de preço cada vez mais elevados.
Uma política monetária contracionista produz efeitos contrários, não permite que os
mentores de política económica alcancem os seus objectivos, pois ela tem como
consequência a retração da demanda agregada, quando isso acontece os níveis de preço são
mais baixos, porém o desemprego é mais elevado.
10
1.2 DÉFICE ORÇAMENTAL
Tal como as famílias e as empresas, o estado também com as suas de suportá-las. Para
suportarem suas despesas, as famílias e as empresas em duas alternativas: trabalhar para
geras receitas ou fazer empréstimos, porém o estado pelo dessas alternativas tem mais uma,
que é a emissão de moda. (Mishkin. 2000, p. 79).
Quando estado arrecada uma quantia de receitas inferior ao necessário para suportar
as suas despesas, dizemos que se está perante uma situação, de défice, isto é, as despesas
são superiores as receitas.
De acordo com Mishkin (2000, p.73) “As maneiras do estado financiar os seus gastos
podem ser descritas por uma expressão denominada restrição orçamentária de BV
segundo a qual.”
DEF = G -T = ∆𝐵𝑀 + ∆𝐵
Onde: DEF - significa défice, equivalente a diferença entre os gastos do governo (G)
e os impostos arrecadados (T)
Quando o défice é financiado pela emissão de títulos não tem nenhuma influência sobre a
base monetária nem sobre a oferta de moda, porém se o défice for financiado pela emissão
de moeda, influencia a base monetária, aumenta a quantidade de moeda e pode levar a
inflação. (Samuelson, 2005, p.82)
Vale salientar que o défice é considerado fonte de inflação quando se verificam duas
situações a persistência do défice e o seu financiamento através da criação de moda. Isto
significa que quando uma situação de défice é superada através de um único financiamento
com a criação da moeda não gera inflação, é certo que os níveis de preço serão mais
elevados devido ao aumento verificado da quantidade de moeda em circulação e que faz
deslocar a curva da demanda para cima tal como mostra a Figura 1.3. mas a inflação
sustentada só se verificará caso o défice for financiado várias vezes com a criação de
moeda.
11
Gráfico 3; Aumento da Moeda
A análise da evolução dos níveis de preços pode ser feita através de diferentes índices de
preços como: índice de preços do produto interno bruto (PIB) também denominado deflator
do PIB, índice de preço no produtor (IPP), que mede o nível de preço ao produtor, e o mais
frequentemente utilizado e que aqui interessa aprofundar é o índice de preço ao consumidor
(IPC) (Samuelson, 2005, p.78).
A maior parte dos países utiliza o índice de preços ao consumidor para medir a
evolução dos níveis de preço na economia.
Este índice consiste em determinar o custo da cesta básica dos bens e serviços consumidos
na economia de um ano em relação ao outro ano tido como base, e a cesta básica
normalmente inclui bens consumidos pelo cidadão de classe média tais como: bens
alimentares, vestuário, habitação, transporte e saúde. (Bravo, 1992, p.80).
E assim podemos usar para observar a tendência da inflação. É calculando com a
base no preço médio necessário para comprar um conjunto de bens de consumo e produto.
12
1.3.1 Determinação do índice de preços ao consumidor (IPC)
Este inquérito ditará também a ponderação a ser dada a cada bem ou serviço no total
das despesas do consumidor, isto é, qual é a percentagem do rendimento que o consumidor
despende para a compra de cada bem ou serviço, por outro lado, através da realização de
inquéritos registam-se durante um determinado período de tempo os preços e a
periodicidade com que as despesas são realizadas (mensal, trimestral ou anual), o período
de realização das despesas ajuda a determinar os bens que vão constituir a cesta e por fim
calcula-se o IPC (BCV, 2008).
Fonte: Elaboração
13
𝑝𝐴 𝑃𝐵 𝑃𝐶
IPCn = 𝑃𝑛𝐴 ⋅ 100 (% relativa de A) + 𝑃𝑛𝐵 x 100 (% relativa B) + 𝑃𝑛𝐶 × 100 ( % relativa
𝑛 𝑏 𝑛
𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟
𝐼𝑃𝐶2018 = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟2018 × 100 (eq.1.4)
2017
Este índice é conhecido como índice de Taspeyres, utilizado pela maioria dos institutos de
estatística do mundo, por ser mais fácil de calcular em relação aos outros (tal como índice de
Paasche), pois considera as ponderações fixas, ou seja, o peso de cada bem corresponde aos
do ano base, não há necessidade de se conhecer constantemente as mudanças na estrutura de
consumo tal como no índice de Paasche (Bravo, 1992, p.72).
Uma vez calculado o IPC, pode-se calcular a taxa de inflação (conforme já
apresentado nas pontes antecedentes) que é expressa por:
𝐼𝑃𝐶𝑛−𝐼𝑃𝐶(𝑛−1)
Taxa de inflação = 𝐼𝑃𝐶(𝑛−1)
Apesar do índice de preços no consumidor ser adoptado por grande parte dos
países para medir a inflação e ser utilizado para determinados fins como, indicador do custo
de vida, ele apresenta algumas ineficiências.
Estudos sobre este índice revelaram que o IPC pode sobrestimar a verdadeira taxa de inflação
em um ou dois pontos percentuais, isto é, se a inflação for de 7%, o IPC pode apresentar
taxas de 8 ou 9%, isto acontece devido a factores como: (i)Dificuldade de medir as mudanças
na qualidade dos bens; (i) Ponderação fixa para cada bem. (Abel, 2008, p. 92).
Quando o preço de um bem ou serviço aumenta por proporcionar mais satisfação,
não se pode considerar esse aumento como inflação, quando os estatísticos não fazem essa
distinção sobrestimam a inflação.
Esse problema é denominado por viés de ajuste da qualidade. isto é, considera-se que
os bens e serviços da cesta dos consumidores não variam ao longo do tempo. O custo de
vida é sobrestimado na medida em que não se considera que os consumidores podem
substituir bens e serviços mais caros por outros mais barato, quando verificam o aumento
de um bem ou serviço da cesta, a conclusão é que o custo de vida aumentou. Este problema
é denominado viés de substituição
14
Este problema faz com que a taxa de inflação calculada usando-se uma cesta fixa de
produtos ao longo do tempo exagere o aumento real do custo de vida tendo em vista que
considera que as pessoas podem substituir os produtos que tiverem seus preços aumentados
desproporcionalmente
Os monetaristas consideram que a oferta da moeda é o único factor que influência a demanda
agregada, os keynesianos consideram que para além da oferta da moeda existem outros
factores que influenciam a demanda agregada como: a variação dos gastos do governo,
variações dos impostos disponibilidade das empresas e consumidores gastarem. (Samuelson,
2005, p. 90).
Esta é uma das principais diferenças entre as duas visões reside nas abordagens sobre
os determinantes da demanda agregada.
P - Nível de preços
Y- Produto agregado;
15
PX Y - total das despesas, renda nominal ou PIB nominal
“A teoria quantitativa da moeda, no curto prazo, diz que existe uma relação
proporcional entre a quantidade da moeda e o nível de preços”. (Kato, 2014, p. 89).
Uma vez que se considera que no longo prazo a oferta da moeda não influencia a
velocidade de circulação nem o produto, isto é, a moeda é neutra. Para além da hipótese da
neutralidade da moeda, existem ainda outras duas que garantem a relação proporcional
entre a oferta da moeda e os níveis de preço: A moeda é uma variável exógena (determinada
pelas autoridades monetárias) e a velocidade de circulação é previsível ou constante
Portanto, uma das premissas principais da teoria da moeda é que quando o governo
aumenta a quantidade de moeda em circulação a renda disponível aumenta, a demanda por
bens e serviços aumentam, o que cria uma pressão sobre o aumento dos preços.
“Os economistas clássicos, tal como David Hume, consideram que os movimentos
nos níveis de preços são resultado exclusivamente das variações da oferta da moeda.”
(Samuelson 2005, p. 977).
Para Keynes a inflação não existiria se o produto não se situasse no nível de pleno
emprego, Mas essa preposição foi desacreditada quando em 1970 a economia norte
americana se deparou com níveis de preço muito elevado e ao mesmo tempo elevado nível
de desemprego, o que ficou conhecido como o fenómeno da estagflação.
Keynes não explicou a inflação com base na teoria quantitativa da moeda, apesar de tê-la
estudado e revolucionado. Para Keynes, a inflação tem origem no excesso de demanda,
provocada pelo défice e pelo endividamento do sector privado”. (Keynes, 1930, p. 900).
Contudo esses factores não provocam inflação tal como já foi demonstrado nas
causas explicativas de inflação, para que haja inflação é necessário um deslocamento
16
continuo da curva da demanda agregada e através desses factores mencionados por Keynes
não é possível deslocar continuamente a curva da demanda agregada.
O governo não pode aumentar continuamente os seus gastos devido a restrição orçamental,
não pode reduzir os impostos continuamente, pois, precisa deles para suportar os seus gastos
e por outro lado choques de oferta podem provocar uma elevação temporária do nível de
preços, mas não resulta em inflação. (Mishkin, 2000, p.79).
Segundo Mankiw (2004, p.57) “um índice de inflação elevado na economia pode ser
considerado prejudicial devido aos diversos problemas e distorções geradas pelo mesmo
na economia.”
Nestas condições, a moeda perde valor muito rapidamente pelo que as pessoas apenas
detêm o montante mínimo de moeda necessária para as transações diárias e os mercados
estrangeiros tendem a verificar um esvaziamento com a fuga de capitais para o exterior, as
pessoas armazenam bens, compram habitações, não se registar empréstimos de dinheiro a
taxas de juro nominais reduzidas.
Alguns outros detonadores, como aumentos nos salários dos trabalhadores que nem
sempre refletem em um aumento real de sua renda), também passam a ser considerados
como ameaças em potencial, devendo, portanto, estar sempre sob o zeloso e atento
escrutínio do banco central.
17
O efeito do aumento de moeda em circulação na economia, possibilita que as primeiras
pessoas que adquiram essa moeda recém-criada tenham seu poder de compra elevado, sem
que tenham produzido bens ou prestado serviço equiparados.” (Shostak 2011, p, 98).
Ou seja, elas agora podem adquirir mais bens, gerando uma concorrência desleal com
os reais produtores de riqueza da economia, ou seja, aquelas pessoas que realmente
precisam produzir algo para poderem adquirir outro bem em troca. Essa distorção altera a
alocação de recursos na economia, privilegiando os reais beneficiários da inflação da oferta
monetária (os primeiros a receberem a moeda recém-criada) em detrimento dos reais
geradores de riqueza. É isso, e não o aumento dos preços, que gera a má alocação de
recursos na economia.
Muller (2001, p.07), entende que a inflação pode ser a responsável por diversas
distorções na economia. As principais distorções acontecem:
Uma inflação interna maior que a extrema causa encarecimento do produto nacional
relativamente ao importado, o que provoca aumento nas importações e redução nas
exportações;
Interpretação errada da relação de ajuste do salário nominal com o salário real, que
gera percepção de maior renda e consequentemente decisões equivocadas; as pessoas,
julgando-se mais ricas, demandam mais bens e serviços e, com oferta a pleno emprego,
18
ocasiona inflação. Outros efeitos na economia se dão em relação à política económica e
monetária, com um papel muito importante do governo no controlo através da
determinação da taxa de juros básica da inflação.
• Bens de luxo,
• Metais preciosos,
• Obras de arte,
• Divisas fortes ou em títulos de rendimento.
19
O governo ganha com a inflação na medida em que ela é considerada como se fosse
um imposto pago pelo cidadão.
O governo tem o monopólio de emitir moeda, quando ele provoca inflação aumentando a
quantidade de moeda em circulação beneficia-se desse imposto, pois, ele passa a dispor de
dinheiro novo à custa da diminuição do poder de compra do cidadão; por outro lado, os
bancos comerciais têm o poder de criar moeda através dos empréstimos concedidos
utilizando os depósitos à ordem, eles ganham com a inflação porque para garantir o valor
futuro do empréstimo cobram a correcção monetária ou ainda prémio de risco, que gera
lucros adicionais independentemente da taxa de juro (Vianna, 2003, p.89).
Os mutuários dos bancos oficiais ganham dado que a inflação reduz o montante a ser
pago em reposição do empréstimo feito anteriormente. Por exemplo, se os salários
aumentam com a inflação, e se o mutuário já devia o dinheiro antes de ter ocorrido a
inflação, a inflação beneficia o mutuário. Isso ocorre porque o mutuário ainda deve a
mesma quantidade de dinheiro, mas agora ele tem mais dinheiro para pagar a dívida. Isso
resulta em menos interesse para o credor se o devedor usa o dinheiro extra para pagar a sua
dívida.
“Se a moeda cai em valor, em seguida, ele faz um lucro, porque ele vendeu a moeda
a um preço elevado, mas pode comprá-la a um preço mais baixo” (Krugman, 2010, p. 90).”
Este incidente, é constante em Angola visto que a inflação da moeda é o que controla
a nossa economia fruto do excesso de importação, assim toda vez que a moeda cai ou sobe,
alguns perdem outros ganham.
A abordagem supra citada, justifica-se apenas tendo em conta uma análise a curto
prazo.
E foi neste período onde os EUA deu inicio a industrialização, e, este crescimento
redeu-lhe grandes efeitos, cidades tornaram-se grandes centros econômicos do país, e neste
mesmo período foi marcado por elavado índice de imigração de europeus ao país.
22
Hall e Taylor (1989); através de estudos realizados nos EUA, Alemanha e Reino Unido,
concluem que existe uma relação directa entre a inflação e o crescimento económico, isto é,
níveis baixos de taxa de inflação aumentam o produto quando este (o produto) é negativo e
níveis altos de taxa de inflação aumentam o produto quando este (o produto) é positivo
(Vianna, 2003, p.52).
Quando a demanda por bens é maior que a oferta, eles se tornam mais escassos
relativamente. Isto é, há mais pessoas para comprar do que tem para vender.
“Outro estudo realizado pelo Banco Mundial durante o período de 1960 - 1992 em
127 países revelou uma relação inversamente proporcional entre a inflação e o
crescimento económico”. (Samuelson, 2005, p.57)
O estudo demonstrou que os países com inflação reduzida crescem mais em relação
aos países com maior inflação. Uma forma de compreender a relação entre a inflação e o
crescimento económico é analisar os efeitos da inflação sobre os agregados
macroeconómicos.
Por exemplo, a inflação inibe o investimento devido ao aumento das taxas de juros;
influência negativamente a balança de pagamento na medida em que provoca redução nas
quantidades procuradas por produtos; ao reduzir o poder aquisitivo pode reduzir as
quantidades consumidas; muitos governos vêem-se obrigados a reduzir os seus gastos
porque o dinheiro fica escasso. Portanto essas variáveis (consumo, investimento, gastos do
governo e exportações líquidas) estão relacionadas positivamente com o crescimento
económico, pois, se reduzem o crescimento económico também reduz.
Cada uma das políticas acarreta o seu custo, o que exige uma análise profunda por
parte dos mentores de política econômica de modo a escolher a medida mais adequada, isto
é, à medida que permite combater à inflação com o mínimo custo possível
23
“Para esta corrente a inflação é um fenómeno monetário, portanto, para combatê-
la devem-se atacar as suas causas, isto é, aplicar medidas de política monetária”
(Samuelson, Mankiw, 2005-2012, p.907).
Para eles uma política monetária restritiva afecta a economia real e acarreta custos
elevados, por isso, propõem principalmente a política de preço e renda e secundariamente
política monetária e fiscal
“Os principais pontos que separam a economia ortodoxa da heterodoxa são a não
aceitação da lei de Say e a neutralidade da moeda” (Mollo, 2004, p.80).
A lei de Say, diz que, a oferta gera a sua própria procura, não existe possibilidade de
sobre produção, as empresas podem produzir as quantidades que desejarem e os
consumidores terão sempre a capacidade de comprar
Essa lei assenta-se no fluxo circular da renda, segundo o qual empresas produzem bens e
serviços, pagam as famílias salário, renda e juros, por sua vez, as famílias usam esses
rendimentos na compra de bens e serviços fornecidos pelas empresas, o resultado é o
equilíbrio de mercados em geral. (Pereira et al, 1984, p.75).
A lei de Say não admite a possibilidade de entesouramento, admite-se que a demanda
de moeda é por motivos de transação.
“Todo rendimento das famílias é gasto em bens e serviços o que permite a não rotura
do fluxo circular da renda e garante a lei de Say” (Pereira et al, 1984, p.90).
24
Desde Hume e David Ricardo, a aceitação da teoria quantitativa da moeda assentava-se na
ideia de que o aumento da quantidade de moeda não tem efeito permanente sobre a economia
real. Como a economia real é afectada pelos preços relativos, quanto mais flexíveis forem os
preços (tal como os neoclássicos acreditam), os ajustamentos entre a oferta e a demanda
serão mais rápidos, o nível geral de preços vai subir mais rapidamente e por conseguinte a
moeda se torna neutra mais depressa (Mollo, 2004, p.70).
Para os neokeynesianos, a rigidez dos preços resultante das imperfeições de mercado
c as dificuldades de ajustes conduzem a neutralidade da moeda apenas no longo prazo.
Outras concepções ortodoxas tal como (Friedman e Schwartz 1963), defendem que a
neutralidade da moeda é transitória e ocorre devido as divergências entre as variáveis
esperadas e as efectivas, as taxas de juro real e nominal etc. Os efeitos transitórios sobre a
economia real são produzidos pelas variáveis nominais (salário nominais, preço e quantidade
de moeda) e os efeitos permanentes são produzidos pelas variáveis reais (como por exemplo,
preferências e tecnologia), entretanto a neutralidade é garantida tanto no curto ou no longo
prazo (Mollo, 2004, p.77).
A neutralidade da moeda constitui a preposição básica da teoria quantitativa da
moeda, apesar de todos os ortodoxos acreditarem que a moeda é neutra, entre eles existe
divergências relativamente o prazo em que a neutralidade se impõe, o grau e as razões da
neutralidade.
“Eles propõem que o foco deve estar em medidas de política monetária, pois, as
variações nas quantidades de moeda têm efeito apenas sobre os níveis de preços e não
causam desemprego no longo prazo.” (Samuelson, 2005, p.702).
A política monetária pode ser definida como parte da política económica que tem
como principal objetivo controlar a liquidez na economia para estabilizar os preços
25
Esses objectivos podem ser alcançados através da emissão de moeda, que aumenta a
quantidade de moeda em circulação, da redução da percentagem sobre os depósitos à ordem
exigidos aos bancos comerciais (reservas compulsórias) e a taxa de redesconto (taxa de juro
praticada entre as instituições bancárias), ou através da compra de títulos soberanos pelo
governo por intermédio da instituição permitida para tal efeito (operações de open market)
(Echaudemaison, 2001, p.99).
Se todos os instrumentos citados acima forem aplicados em sentido contrário,
estaremos perante uma política monetária contracionista, recomendada pelos ortodoxos
como remédio para a inflação.
O controlo da oferta da moeda vai conduzir a redução da demanda agregada se ela for maior
do que a oferta agregada. Com o equilíbrio da oferta e da demanda no nível de pleno
emprego, os preços poderão baixar através da redução da oferta da moeda sem que o produto
seja afectado. (Kato, 2014, p.87).
Os monetaristas consideram que a inflação é função das expectativas de aumentos
futuros de preço (P = p). Portanto, os mentores de política económica devem agir sobre as
expectativas dos agentes económicos que são baseadas na inflação passada, nas previsões
de aumento da oferta da moeda, desvalorização da moeda nacional em relação a estrangeira
e aumentos nominais de salário.
A atuação sobre as expectativas dos agentes económicos exigem que se estabeleçam metas
de crescimento nominal da quantidade de moeda a um ritmo decrescente, meta de redução
da desvalorização cambial e dos aumentos de salário nominal que correspondam a redução
da quantidade de moeda e a taxa de inflação futura prevista (Pereira et al, 1984, p.90).
Depois de todo plano bem formulado e garantido a sua credibilidade por parte dos
agentes económicos (crença de que a política será implementada), se verificará queda
automática dos preços mediante a queda dos salários nominais e redução da taxa de
desvalorização cambial, os salários nominais vão reduzir sem que se verifique
desemprego.
“Uma vez que os agentes económicos se ajustarão aos planos anunciados pelos
mentores de política econômica, por outro lado, a queda dos salários nominais não
implicará queda dos salários reais uma vez que a taxa de inflação está a baixar” (Pereira
et al, 1984, p.74)
26
Os monetaristas consideram que a taxa de juro no mercado internacional é única e a
nível interno ela não depende da oferta e da procura de moeda e sim da oferta e da procura
de poupança, por esse motivo uma política monetária restritiva não conduzirá ao aumento
da taxa de juro
Para os heterodoxos, a política monetária restritiva não é uma boa medida de combater à
inflação, pois acarreta custos muito elevados, portanto eles consideram que a melhor maneira
de combater à inflação é reduzir os salários nominais e todos os custos que conduziram a
inflação, seja, eles propõem políticas de preços e rendas e secundariamente política
monetária e fiscal (Kato, 2014, p.56).
A política de preços e de renda, ou também denominada política administrativa, baseia-se no
pressuposto de que a coordenação da actividade económica nas modernas economias capitalistas é
feita pelas grandes empresas e pelo estado, utilizando medidas administrativas em substituição dos
mecanismos de mercado
Esta política pode ser usada quando a economia se encontra no nível de pleno
emprego, mas sobretudo quando está em recessão, e tem como objetivo combater à inflação
sem reduzir os níveis de produto nem comprometer a distribuição da renda e a
competitividade dos diferentes sectores na economia.
27
A política administrativa tem como estratégia principal impedir os factores que aceleram a
inflação e enfraquecer os factores que mantenhem inflação, através de controlo de preços e
desindexação da economia, o que torna necessário aumentar a quantidade de moeda e reduzir o
défice público
“Esse objectivo pode ser alcançado de forma directa ou indireta. A forma directa é quando o
estado fixa os preços mínimos ou máximos, ou ainda, congela os preços (proibição de
aumento durante um determinado período), a forma indireta pode ser através da imposição
de limites a produção.” (Echaudemaison, 2001, p.78).
Existem alguns problemas relativamente ao instrumento de controlo administrativo
dos preços tais como
A indexação consiste em variar uma grandeza em função de uma outra variável económica
ou índice (não necessariamente o índice de preço), mas como o interesse aqui é a inflação, o
índice considerado é o de preço, assim sendo, a indexação pode ser definida como o
mecanismo através do qual os preços ou os salários objectos de contrato são ajustados na
medida em que se verifica alteração dos preços, em outras palavras a indexação consiste no
aumento dos preços em função da dinâmica da inflação (Vianna, 2003). Numa economia, a
indexação pode-se aplicar no salário, na taxa de câmbio, nos activos financeiros e nos preços
das empresas estatais (Pereiraet al, 1984, p.106).
Esta vertente de pensamento argumenta: que a indexação alivia pressões na demanda
agregada porque estimula a poupança; diminui a demanda por inversões especulativas,
alivia pressões nos preços à medida que aumenta a produção, o Governo perde o benefício
28
do imposto inflacionário e ela deixa de ser fonte financiadora do défice orçamental em
termos reais.
29
1.6.6 Políticas Pós-Keynesianas de combate à inflação
Essas medidas são consideradas como as mais adequadas para combater à inflação de salários
(provocada pelo aumento salarial acima do nível de produtividade) e de lucro (provocada
pela elevação das margens de lucro acima dos níveis de produtividade). (Sicsú, 2001, p.772).
Quanto a inflação dos impostos (provocada pelo aumento dos impostos), a solução
seria o Governo reduzir se fosse possível o imposto das empresas que tiveram os seus
custos aumentados de modo que elas conservem as suas margens de lucro e não transfiram
os aumentos de custos em aumentos de preço
30
Segundo o autor - tal como foi apresentado no ponto anterior - para combater à inflação seria
necessário accionar política monetária contraccionista e principalmente política fiscal
restritiva de modo a manter a economia em situação de quase boom e não super-boom. Em
situação de super-boom tende haver pressões para o aumento dos preços (Keynes, 1930,
p.677).
A inflação de choque de oferta, ocorre quando o aumento imprevisto da demanda por
um bem ou diminuição da oferta de um bem conduz ao aumento dos custos de produção e
consequentemente dos níveis de preço.
Por outro lado, consideram que as políticas devem ser utilizadas em conjunto, não
devendo existir somente uma instituição, como o banco central, a assumir a
responsabilidade pela estabilidade de preços através da política monetária.
Todas as escolas de pensamento económico que divergem das concepções dos ortodoxos são
denominadas heterodoxas: Keynesianos, Marxistas, Pós - keynesianos, só para citar alguns.
Os heterodoxos não aceitam a teoria quantitativa da moeda, para eles a variação da
quantidade de moeda tem efeito sobre a economia real, admite-se que a demanda de moeda
não é somente por motivos de transacção, existe a possibilidade de entesouramento, o que
torna instável a velocidade de circulação e leva as variações das quantidades de moeda a
afetarem o produto (Kato, 2014, p.67).
31
Segundo Marx, o lucro do capitalista provém da mais-valia, quando o capitalista aumenta
sua margem de lucro aumentando a mais-valia (diminuição dos salários reais, prolongamento
ou intensificação do trabalho), o resultado será pressões para aumento dos salários, aumento
do preço das mercadorias e consequentemente inflação; por outro lado, todas as empresas
que não resistem a concorrência ou seja as empresas que não conseguem acompanhar a
dinâmica do mercado são eliminadas do mercado, e as empresas fortes ou resistentes tendem
a ter poder sobre a determinação de preços, o que conduz a inflação (Kato, 2014, p.94).
Para os ortodoxos a inflação tem sempre origem no lado da demanda, mas para os
heterodoxos (Keynesianos e alguns pos keynesianos), a inflação do lado da demanda só
ocorre quando a economia se aproxima do nível de pleno emprego. Para os pós-
keynesianos, a inflação tem a sua origem, sobretudo no lado da oferta.
Keynes, desenvolveu uma teoria sobre demanda por moeda (teoria da preferência pela
liquidez), na qual exclui o pressuposto clássico da neutralidade da moeda. Para Keynes a
moeda é demandada por três motivos: transacção (transacções quotidianas). Precaução
(eventualidades futuras) e especulação (reserva de valor) (Mishikin, 2000, p. 67).
Uma sobre produção conduziria a carência da demanda e consequente redução dos lucros do
empresário e desemprego. Para resolução desse problema seria necessária a intervenção do
governo através da realização de gastos (construção de infraestruturas) e estímulos ao
investimento (redução da taxa de juro) (Samuelson, 2005, p.80).
Esperada quanto a inflação actual (objectivando não diminuir o desemprego abaixo
do nível de desemprego natural).
32
Muitos, no entanto, atribuem ao défice público uma das principais causas da inflação.
Para um efeito compensatório do défice gerado anteriormente, o governo pode adoptar os
seguintes mecanismos para combater a inflação:
Cabe realçar que o modelo tradicional considera as expectativas adaptativas (baseado nas
informações anteriores ou passadas), enquanto os modelos neoclássicos e neokeynesianos
consideram as expectativas racionais (baseado em todas as informações disponíveis). Esses
factores e a descrição ou não da política a ser implementada é que resulta na diferença dos
efeitos de uma política de combate à inflação nos três modelos. (Mishkin, 2000, p.712).
33
Na demonstração dos efeitos das políticas anti-inflacionárias em cada modelo, parte-
se da situação em que o governo aumentou a quantidade de moeda em circulação.
O contrário ocorre quando os agentes económicos não se baseiam apenas numa fonte de
informação, pois os mentores de política económica precisam fazer análise pormenorizada
daquilo que possivelmente será a reação deles e o resultado pode ou não ser satisfatório.
(Mishkin, 2000, p.59).
Neste modelo, tanto uma política antecipada como não antecipada tem efeitos sobre
o produto e o nível de preços.
“A esse nível o equilíbrio dá-se no ponto 2’ (intercessão entre AS2 e AD2´), com
níveis de preços mais baixos (P2´) e produto reduzido (Y2´).” (Mishima, 2000, p.80).
36
1.7.3 Modelo neokeynesiano
“No modelo neokeynesiano, tanto uma política económica antecipada como não
antecipada geram efeitos positivos sobre o produto, mas os efeitos sobre o produto são
maiores se a política for não antecipada.” (Mishkin, 2000, p.53).
37
Gráfico 7; Nível Antecipado de Preços
No caso de uma política antecipada, a oferta agregada Asi vai retrair até AS2” e não até AS2,
porque não se admite a flexibilidade total de salários e preços; o novo ponto de equilíbrio é
dado no ponto 2 com o nível de preço muito mais baixos (P2) e uma menor queda do produto
(Y2. (Mishkin, 2000, p.79).
38
Gráfico 8; Nível Inflação em Angola
Fonte; BNA
Quanto a natureza dos activos que compõem a carteira de investimento dos Fundos de
Investimento, eles podem ser: (i) Fundos de Investimento em Valores Mobiliários; (i)Fundos
de Investimento em Valores Imobiliários; (i) Fundos Mistos. Quanto a variação do seu
capital, os Fundos de Investimento podem ser: (i) De Renda Fixa; (i) De Renda Variável.
(CMC, p.23)
Quanto a forma de entrada e saída dos investidores, os Fundos de Investimento
podem ser Abertos ou Fechados.
(i)Fundos Abertos: São aqueles em que os investidores podem subscrever (login) e resgatar
(logout) as unidades de participação a qualquer momento. (i) Fundos Fechados: São aqueles
em que a subscrição só é possível durante um período pré-fixado e o resgate só ocorre na
data de liquidação do fundo, salvo excepções que sejam previstas no regulamento de gestão.
(CMC, p.20)
39
a) Fundos de Investimento em Valores Mobiliários: são os que investem
sobretudo em ações, dívidas privadas (obrigações corporativas), dívida pública (títulos
emitidos pelo estado), depósitos bancários, e em outros valores mobiliários. (Silva, 2015,
p.89).
b) Fundos de Investimento em Valores Imobiliários: Os Fundos de
Investimento em Valores Imobiliários são os que investem sobretudo em bens imóveis
incluindo rendas. (Silva, 2015, p.70)
Fundos Especiais: Os Fundos Especiais são aqueles que nos termos de autorização
concedida pela Comissão de Mercado de Capitais (CMC), não estão sujeitos a qualquer um
dos limites e requisitos associados aos demais Fundos. São regidos pelas regras emanadas
no artigo 137º do Regulamento nº4/14 de 30 de outubro.(CMC,p.27)
É toda e qualquer entidade (singular e ou colectiva) que aplica o seu capital em valores
mobiliários e ou imobiliários, utilizando-os como veículos de investimento, que transportam
e valorizam as suas poupanças no curto, médio e longo prazo. O seu acesso ao Mercado de
Capitais é feito com o apoio de Agentes de Intermediação. (CMC, p.20)
Cada fundo de investimento tem características e riscos próprios que só podem ser
avaliados com base na leitura da documentação obrigatória associada a cada fundo.
Todavia, de um modo geral, podemos dizer que os principais riscos que podem estar
associados aos Fundos de Investimento são os seguintes:
(i) Risco de Mercado - o Fundo está sujeito ao risco associado aos activos que integram a
sua carteira e que podem ter impacto na rentabilidade do fundo, variando o valor da unidade
de participação em função desse facto; (ii)Risco Legal - Pelas possíveis alterações do quadro
legal vigente, incluindo alterações no regime fiscal. (iii)Risco de incumprimento - a
possibilidade de incumprimento por parte dos emissores e ou a contraparte das transacções
não cumprirem com as suas obrigações; (iv)Risco de Liquidez - Por investir em activos
pouco líquidos. (CMC, p.30)
Cada risco de fundo é avaliado tendo em conta o seu nível de acontecimento
posteriormente elabora-se o seu regulamento.
um aspecto chave que explica as variações na taxa de crescimento econômico dos países se
refere às diferenças na produtividade dos fatores de produção. Há ainda outras variáveis que
encorajam um ambiente mais propício à realização de investimentos nesses capitais, que se
referem à infraestrutura social, instituições, estabilidade econômica, maior abertura ao
comércio internacional, além de novos atributos que vêm ganhando espaço na literatura nos
41
últimos anos, como a importância dada ao sistema financeiro. (Barro e Sala-i-Martin, 1995,
p.76)
É esta a parceria mais importante para o crescimento económico?
E é neste ponto que duas questões devem ser colocadas: será que todo o investimento
arrasta, necessária e imediatamente, crescimento económico?
Sabe-se, através de muitas evidências empíricas, que cada vez mais o crescimento
económico é menos gerador de empregos e, igualmente, que o emprego líquido criado é
cada vez mais precário. São as lógicas da concorrência.
Segundo Michael (2007, p.43) o modelo IS/LM, na sua versão mais simples,
descreve, formalizando analítica e graficamente, o comportamento de uma economia
constituída por três mercados:
• Bens E Serviços,
• Monetário
• Títulos.
Como tal, o modelo revela-se apropriado para uma análise conjuntural de curto prazo, onde
a oferta de bens e serviços se ajusta passivamente à procura. Para além da análise de uma
economia fechada propriamente dita, este modelo também é adequado para a análise de uma
grande economia aberta, onde é natural que a maior parte das relações económicas e
financeiras se processem dentro das próprias fronteiras, sendo as relações com o exterior
relativamente pouco relevantes. (Roberto, 1972, p.335)
Desta forma podemos admitir que o equilíbrio geral destas grandes economias
abertas acaba por coincidir com o equilíbrio interno.
42
Existirá equilíbrio geral numa economia quando todos os mercados se encontram
simultaneamente em equilíbrio. Assim, o equilíbrio global no modelo IS/LM em economia
fechada corresponderá aquele ponto que garante o equilíbrio simultâneo dos três mercados
considerados: bens e serviços, monetário e títulos. (Keynes, 1936, p.115)
Se um capital C é aplicado durante certo prazo, à taxa de 15% por período, o capital
acumulado será de 100% isso quer dizer que durante o período de aplicação, o investidor terá
um ganho acima de 100% em detrimento da taxa que o mesmo aplicou, ao que chamamos
ganho nominal. Porem este valor aplicado ficou um certo período, e neste período houve
uma inflação de quase a mesma proporção de taxa, suponhamos 12% da taxa de inflação, se
calcularmos a taxa real veremos que investidor terá um ganho muito reduzido ao que se
esperava do valor aplicado. (Rocha 2011,p.35)
Ex. se um montante de 700 000kz foi aplicado durante 1 ano á uma taxa de 15% ao
ano, e neste mesmo ano houve uma inflação de 12%, qual será a taxa real.
Segundo Rocha (2010, p.43) “A taxa de inflação incide sobre o valor aplicado e
sobre a taxa de juros, tudo porque, o investidor perde o poder de compra, uma vez que as
coisas ficam 12% mais cara que o normal.”
Esta variação da taxa de inflação deixa muito dos investidores inseguros, até mesmo
em investir em ações por conta do poder de compra, quando á constantemente inflação o
poder de compra é ameaçado, todos os dias os produtos tornam-se mais caro que antes
impossibilitando a previsão de lucro de um determinado negócio ou investimento.
43
1.10.2. INVESIMENTO PRIVADO EM ANGOLA
A falta de desenvolvimento de outros sectores de actividade fez com que, para além
de dependente de um único produto de exportação, o país se tornasse também dependente
de importações. (Brito, 2005, p. 180).
O Investimento privado é regulado pela Lei n.º 10/18, de 26 de Junho, que vem fixar os
benefícios e as facilidades que o Estado Angolano concede aos investidores privados e os
critérios de acesso aos mesmos, bem como estabelece os direitos, os deveres e as garantias
dos investidores. (Misumi 2009, p. 245).
44
A actual Lei do Investimento Privado é aplicável a investimentos privados de qualquer valor,
quer sejam realizados por investidores internos ou externos. Ou seja, a Lei do Investimento
Privado vigente deixa de impor ao investidor um valor mínimo como sendo valor do
investimento. O investimento em Angola tem atingido valores bastante significativos nos
três últimos anos, da ordem dos 30% do Produto Interno Bruto. No entanto, a diversificação
da estrutura produtiva, a aposta nas exportações com elevado valor agregado, a musculação
da economia não mineral, a criação de infraestruturas físicas de qualidade e a criação de
emprego são apelativos de muito mais investimento interno. Em termos de contribuição nos
anos de 2017 a 2020, por classes no PIB, as classes que mais contribuíram, destaca-se: A
classe 01 “Alimentação e Bebidas Não Alcoólicas” com 2,31%, seguida da classe 10
“Educação” com 0,7%. e classe 12 “Bens e Serviços Diversos” com 0,46 %. (BNA, 2019.p
12).
Por sua vez, o mais recente choque provocado pela pandemia da COVID-19 terá
impactos devastadores na maioria dos sectores de actividade a nível nacional e
internacional, apesar das medidas já adoptados, ainda é prematuro fazer qualquer
julgamento ou avaliação da sua eficácia.
45
CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS
2.2 HIPÓTESES
H0; As políticas de combate à inflação adoptada pelo BNA não tem nenhuma
influência sobre os investidores privados.
2.3 VARIÁVEIS
46
CAPÍTULO III APRESENTAÇÃO E ANÁLISE CRÍTICA DOS
RESULTADOS
47
Ao analisarmos o crescimento da inflação e a percentagem de negociações
perceberemos que se relacionam de modo que quanto maior a inflação menor as
negociações e quanto maior as negociações menores a inflação.
Reparemos o exemplo do ano 2019 que teve maior negociação com uma taxa de
inflação menor que a dos anos em estudo, e consequentemente temos o ano de 2017 com
o maior crescimento inflacionário e as negociações com menor crescimento, o que nos leva
a concluir que a taxa de inflação tem um forte impacto nos investimentos privados,
particularmente no mercado de capitais.
48
crescimento de cada sector, veremos que ainda estamos em uma margem de crescimento
pouco a desejar.
49
Gráfico 11;Negociações no mercado de Bolsas
Com maior realce ao banco BFA e BAI como maiores negociadores, ao analisarmos
os requisitos de credito e política de microcrédito perceberemos que são os bancos que
menos apoiam, já o BIC e o SOL com menos negociação são os que mais adoptam as
políticas, á uma necessidade de se rever a política cambial, fiscal e adoptar outras políticas
capazes de alavancar a economia de Angola.
Sabendo que o BFA é um dos maiores investidores, procurou-se fazer uma entrevista
através de um questionário de perguntas e abertas com a finalidade de se perceber a causa
de seus investimentos em ativos.
50
2. Em que Ano o BFA se tornou membro da BODIVA.
Vejamos, a variação dos anos em estudo, de 2017 a 2018 houve uma variação de
menos 10%, na inflação, e consequentemente as negociações também aumentaram em
10%, no ano seguinte a inflação reduz em menos 3% e as negociações sobem para 3% e do
último ao penúltimo ano, a inflação subiu em 4% já as negociações baixaram em 9%.
51
O gráfico abaixo nos mostra o crescimento da inflação, e a percentagem de
negociações. Perceberemos que se relacionam de modo que, quanto maior a inflação menor
as negociações e quanto maior as negociações, menor é a inflação.
Reparemos o exemplo do ano 2019 que teve maior negociação com uma taxa de
inflação menor que a dos anos em estudo, e consequentemente temos o ano de 2017 com
o maior crescimento inflacionário e as negociações com menor crescimento, o que nos leva
a concluir que a taxa de inflação tem um forte impacto nos investimentos privados,
particularmente no mercado de capitais.
52
CONCLUSÃO
O presente trabalho científico teve como objetivo geral analisar a inflação bem como
as políticas de combate e a sua influência nos investidores privados durante o período de
2017 a 2020, descrevendo os fenómenos inflacionários e a sua consequência na economia,
identificar os principais factores da inflação e a sua influência nos investidores privados,
foi admitido como variável independente as políticas de combate à inflação, e a variável
dependente a taxa de juros. A política Económica, têm como grande preocupação a
estabilização de preços através da redução da inflação, promoção do crescimento do
emprego, para a sua efetivação exige-se as autoridades monetárias, a adopção de um
conjunto de medidas complexas e funcionais afim de alcançar os resultados econômicos
desejados.
53
RECOMENDAÇÕES
54
BIBLIOGRAFIA
Mollo P. (2004). Princípios da Económia política. São Paulo: Abril Cultura Editora.
Rocha M.A,. (2011). Por onde anda a economia de Angolana. Luanda: Mayemba Editora.
Bolzam. M. (2010). Macroeconomia- Teoria e questões. São Paulo: São Paulo editora.
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editora.
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Denis, C. (1998). Inflação o que é como infrenta-la, como conviver com ela. (1º, Ed.) Rio
de Janeiro: Civilizações Brasileiras.
Karl, M. (2000). O Capital Crítica da Economia Política. são paulo: Abril Cultural Editora.
Rudiger, D. (2006). Macroeconomia. (5º, Ed.) Nova Iorque, EUA: Person Makron.
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56
ANEXOS
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