Você está na página 1de 54

CENTRO UNIVERSITÁRIO MARIA MILZA

BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

FELIPE SILVA DOS SANTOS

DIAGNÓSTICO PARA PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA REDE DE SUPORTE


DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO
MUNICÍPIO DE GOVERNADOR MANGABEIRA/BA

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2022
FELIPE SILVA DOS SANTOS

DIAGNÓSTICO PARA PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA REDE DE SUPORTE


DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO
MUNICÍPIO DE GOVERNADOR MANGABEIRA/BA

Monografia apresentada ao Curso de Bacharelado


em Engenharia Civil do Centro Universitário
Maria Milza como requisito parcial para obtenção
do título de graduação.

Orientadora: Priscila Verônica Galdino Freitas

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2022
Ficha catalográfica elaborada pelo Centro Universitário Maria Milza, com
os dados fornecidos pelo(a) autor(a)

Bibliotecárias responsáveis pela estrutura de catalogação na publicação:


Marise Nascimento Flores Moreira - CRB-5/1289 / Priscila dos Santos Dias - CRB-5/1824

Santos, Felipe Silva dos


S237d
Diagnóstico para proposta de criação de uma rede de suporte de assistência
técnica de habitação de interesse social no município de governador
mangabeira/BA / Felipe Silva dos Santos. - Governador Mangabeira - BA ,
2022.

50 f.

Orientadora: Priscila Verônica Galdino Freitas.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Civil) - Centro


Universitário Maria Milza, 2022 .

1. Assistência Técnica - Engenharia. 2. Engenharia Pública. 3. Habitação de


Interesse Social. I. Freitas, Priscila Verônica Galdino, II. Título.

CDD 620
FELIPE SILVA DOS SANTOS

DIAGNÓSTICO PARA PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UMA REDE DE SUPORTE


DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL NO
MUNICÍPIO DE GOVERNADOR MANGABEIRA

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________________________________

Profa Priscila Verônica Galdino Freitas (Orientadora)

Centro Universitário Maria Milza

____________________________________________________________________

Me. Luanna Valéria Fonseca

Centro Universitário Maria Milza

_____________________________________________________________________

Me. Daniel de Andrade Mota

Centro Universitário Maria Milza

_____________________________________________________________________

Me. Paulo Henrique Silva dos Santos

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Aprovado em 20 de Dezembro de 2022

GOVERNADOR MANGABEIRA – BA

2022
Aos meus pais, meus primeiros professores
AGRADECIMENTOS

Eu gostaria de agradecer:

Aos meus pais, Estela e Gabriel. Por toda educação, incentivo e apoio para que eu pudesse
alcançar a realização desse sonho.

As minhas irmãs Gabriela e Rebeca .

A minha bisavó Martinha (in memória) e minha avó paterna Maria (in memória).

A minha avó Judite e meus tios maternos que colaboraram direta ou indiretamente. Aos tios
do coração Zizimo Galvão (in memória), Miralva e Jovelina.

As pessoas de bom coração que tiveram presente em parte do processo, meu carinho a Laize,
Valtércio, Tiago, Danilo, Aline, Rose, D. Neuza, Mirele.

A todos que acreditaram e apostaram em mim, pelo suporte, ajuda, palavras, ao meu primo
Ranulfo, meus colegas Elivelton, Alfredo, Brendo, Yuri, Mateos, Camila, Murilo e Thainá.

A todos os professores que me inspiram e tenho enorme admiração, Luanna, Romélia,


Valquíria, Daniele, Daniel, Silas, Fabrícia, Kaique, Priscila, Luis Carlos e Lobo.

Aos meus mentores Windenberg, Adilson e Silas.

A Bàmgbàla.
RESUMO

O artigo 6º da Constituição Federal de 1988 cita moradia como direito social e quem deve
garantir isso é o poder público. No Brasil, 85% da população constroem e reformam suas
casas sem qualquer ajuda de arquitetos ou engenheiros, profissionais habilitados para realizar
projetos e obras. O resultado é a péssima qualidade das construções que se observa nas
periferias das cidades do país, causando problemas de saúde e piorando a qualidade de vida da
população. Este trabalho tem objetivo de apresentar diagnóstico para uma proposta de modelo
de assistência técnica em habitação de interesse social, a partir da Lei n° 11.888/2008 e com
aplicabilidade no município de Governador Mangabeira. Esse diagnóstico apresentou um
panorama que considerou aspectos técnicos como segurança, salubridade, luminosidade e
fatores decorrentes da construção concebida de forma irregular e sem acompanhamento de
profissionais habilitados. A metodologia aplicada foi: a) Revisão da literatura b) Coleta de
dados c) Análise dos resultados e d) definição das premissas e diretrizes da rede de suporte
para Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social.

Palavras-chave: Assistência técnica. Habitação de interesse social. Engenharia pública.


ABSTRACT

Article 6 of the Federal Constitution of 1988 cites housing as a social right and the public
power must guarantee this. In Brazil, 85% of the population builds and renovators their homes
without any help from architects or engineers, professionals qualified to carry out projects and
works. The result is the poor quality of the buildings that are observed in the peripheries of
the cities of the country, causing health problems and worsening the quality of life of the
population. This work aims to present a diagnosis for a proposal for a model of technical
assistance in housing of social interest, from Law No. 11,888/2008 and with applicability in
the municipality of Governador Mangabeira. This diagnosis presented an overview that
considered technical aspects such as safety, health, luminosity and factors resulting from the
construction conceived irregularly and without monitoring of qualified professionals. The
methodology applied was: a) Literature review b) Data collection c) Analysis of results and d)
definition of the premises and guidelines of the support network for Technical Assistance of
Housing of Social Interest.

Keywords: Technical assistance. Housing of social interest. Public engineering.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Gráfico representativo dos problemas comuns das construções


existentes...........31

Figura 02 – Imagem aérea das comunidades mangabeirense. Em (a) Loteamento Águia e (b)
Comunidade de Lagoa da
Rosa..................................................................................................32

Figura 03 – Fluxograma das principais demandas de


serviços..................................................34

Figura 04 – Gráfico das principais


patoligias............................................................................35

Figura 05 – Imagens das condições das construções


existentes................................................37

Figura 06 – Gráfico representativo das demandas dos problemas das construções do


município..................................................................................................................................39

Figura 07 – Etapas para o processo de prestação de serviços de


ATHIS...................................40

Figura 08 – Etapas do funcionamento de ATHIS de acordo


Manual.........................................40

Figura 09 – Estrutura de funcionamento de ATHIS de acordo


Manual.....................................41

Figura 10 – Passo a passo da implantação de ATHIS para famílias baixa


renda.......................41

Figura 11 – Fluxograma da proposta de estrutura básica necessária para atendimento de


ATHIS.......................................................................................................................................42
LISTA DE QUADROS

Quadro 01 – Síntese das legislações relacionadas a assistência técnica no


Brasil.....................24

Quadro 02 – Cronograma dos dias de visitas pelas comunidades e bairros do


município........28

Quadro 03 – Requisitos e critérios para solicitação dos serviços de assistência


técnica............44
LISTA DE ABREVIATURAS

AH – Arquitetura Humana

ATHIS – Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social

BNH – Banco Nacional de Habitação

CAU/BA – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil

CAU/SC – Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina

COHABs – Companhias de Habitação Popular

ConCidades – Conselho das Cidades

CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia

CREA – Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

FCP – Fundação Casa Popular

FDS – Fundo de Desenvolvimento Social

FGTS – Fundo de Garantia por Tempo de Serviço

FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social


GM – Governador Mangabeira

HIS – Habitação de Interesse Social

IAB – Instituto de Arquitetos do Brasil

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica

MCMV – Minha Casa Minha Vida

ONU – Organização das Nações Unidas

PDM – Plano Diretor Municipal

PEM – Planejamento Estratégico Municipal

PLHIS – Planos Locais de Habitação de Interesse Social

PMS – Prefeitura Municipal de Salvador

PNDU – Planos Nacional de Desenvolvimento Urbano

SEFAZ – Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia

SM – Salário Mínimo

SNHIS – Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social

UNIPÊ – Centro Universitário de João Pessoa

ZEIS – Zonas Especiais de Interesse Social

ZPAM – Zonas de Proteção Ambiental


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................12
2. REVISÃO DA
LITERATURA...................................................................................13
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................................................13
2.2 O PROBLEMA.............................................................................................................16
2.3 ASSISTÊNCIA PÚBLICA E
GRATUITA...................................................................18
2.4 PROCESSO DE OCUPAÇÃO EM
LOTEAMENTOS.................................................19
2.5 PAPEL DO PROFISSIONAL LEGALMENTE
HABILITADO..................................21
2.6 ASSISTÊNCIA TÉCNICA APLICADA......................................................................23
3. METODOLOGIA.......................................................................................................26
3.1 REVISÃO DA
LITERATURA.....................................................................................26
3.2 COLETA DE DADOS (in
loco)....................................................................................27

3.2.1 Processo de mapeamento das demandas de assistência técnica existente no


município..................................................................................................................................27
3.2.2 Definições da infraestrutura básica para atendimento às demandas mapeada
baseado nos manuais para implantação de
ATHIS...............................................................29

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................................29
4.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE
ESTUDO...............................................29
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EXISTENTES EM GOVERNADOR
MANGABEIRA........................................................................................................................30
4.3 MAPEAMENTO DAS DEMANDAS DO
MUNICÍPIO..............................................32
4.3.1 Delineamento das premissas a serem
adotadas.........................................................33
4.3.2 Apresentação do mapeamento das
demandas...........................................................34
4.4 DEFINIÇÃO DA INFRAESTRUTURA......................................................................39
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................46
REFERÊNCIAS......................................................................................................................47
12

1. INTRODUÇÃO

A motivação inicial do presente trabalho advém dos problemas relacionados à questão da


moradia da população de baixa renda, problemas que perpetuam até os dias de hoje, mas que
possuem extensa trajetória histórica. E o fato de a moradia digna ser evidentemente tratado nas
variadas leis como um direito que o poder público deve garantir, percebe-se a baixa motivação
para identificar como necessidade a oferta do aparato para aplicação da Lei de Assistência
Técnica de Habitação de Interesse Social.

As condições de moradias no Brasil são precárias e possui forte relação com a


intensificação dos processos de urbanização e o consequente aumento das ocupações e favelas
(SCOTTON; MIRON; LERSCH, 2020).

Assistência técnica foi efetivamente regulamentada no Brasil por meio da Lei Federal
11.888/2008, que possibilita, às famílias com renda mensal de até 3 (três) salários mínimos,
assistência pública e gratuita para projeto e a construção de habitação de interesse social. Este
marco regulatório descreve “assistência técnica” como os trabalhos de projeto, acompanhamento
e execução de obras necessárias para edificação, reforma, ampliação ou regularização fundiária
da habitação, realizados por profissionais de arquitetura, urbanismo e engenharia.

A lei prevê o apoio financeiro do estado para execução dos serviços gratuitos de
Assistência Técnica de Habitação de Interesse Social (ATHIS), por meio da transferência de
recursos do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) para estados, o Distrito
Federal e municípios e entidades privadas sem fins lucrativos (BRASIL, 2008). Em contrapartida,
a lei 11.888/2008 confere atribuições aos municípios para efetivação da ATHIS.

Mediante existência da lei de assistência técnica e as dificuldades relativo à moradia desde


pequenas e mais perceptível nas grandes cidades, o problema desta pesquisa é a ausência de
apoio técnico em engenharia e arquitetura nas construções e reformas de habitações de interesse
social em conjunto com o setor público. E o objetivo desta pesquisa de campo exploratória
apresentar um diagnóstico relativo as demandas de ATHIS reforçando a necessidade de proposta
de formatação de uma rede de suporte para assistência técnica de habitação de interesse social no
município baiano de Governador Mangabeira.
13

2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

No Brasil, se discute as condições de moradia há muito tempo, principalmente a partir da


industrialização do país quando uma grande massa de trabalhadores migrou para as cidades em
busca de melhores condições de vida. Com ela e, junto à urbanização, as favelas começaram a ser
ocupadas e a aparecer em maior número de moradias (SCOTTO, 2020).

Marcando esse deslocamento da população do campo para as grandes cidades em busca e


trabalho no setor industrial. Esses trabalhadores não tinham seus salários regulados pelas
necessidades de sua reprodução (MARICATO, 2002) e, portanto, uma remuneração insuficiente
para cobrir os gastos necessários com a moradia. Da mesma forma, as cidades também não foram
preparadas para receberem toda a nova demanda populacional urbana, que segundo Santos
(1993), cresceu 653,03% entre 1940 e 1980.

A habitação adequada é um direito de todo ser humano e sua família, e isso está previsto
na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e também no Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 16 de dezembro de 1966, adotados e proclamados
pela Organização das Nações Unidas (ONU/BR, 2016).

As primeiras iniciativas de políticas públicas brasileiras para a produção de moradias


começaram no governo do presidente Getúlio Vargas (1930-1945).

No governo de Gaspar Dutra (1946-1951). Em 1946, foi criado a Fundação da Casa


Popular (FCP), tido como primeiro órgão nacional a prover moradia popular. A FCP recebeu
maior investimento durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1961) onde ocorreu um
grande volume de unidades habitacionais construídas.

O estado não cumpriu com a proposta inicial da FCP, dentro do período de quase 18 anos
de existência, levando em consideração a escassez de moradia e a inconstância de recursos, que
resultou na construção de apenas 17.000 habitações ao longo de todo esse período.

Em 1964 o FCP ficou extinto por conta do golpe militar e a criação do Plano Nacional de
Habitação para consolidar o capital industrial brasileiro. E com intuito de promover geração de
14

empregos e fortalecer a construção civil dinamizando a economia usou recursos destinados ao


Plano Nacional de Habitação, oriundo do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) e das
cadernetas de poupança, foi criado o Banco Nacional de Habitação (BNH).

Foram criadas as Companhias de Habitação Popular (COHABs), para receber os


investimentos do BNH que consistiam em empresas públicas ou mistas destinadas à execução de
políticas para promover a redução do déficit habitacional.

O objetivo principal do Plano Nacional de Habitação era a produção de moradias para a


população de baixa renda a fim de controlar o crescimento das ocupações irregulares, entretanto,
a construção de conjuntos habitacionais às margens das cidades, devido aos baixos custos dos
terrenos, ignorava a ausência de infraestrutura urbana e alimentava o crescimento das favelas.

Ao todo foram construídas quatro milhões de habitações, número expressivo para


realidade do país, mas que não resolveu o problema. O BNH foi extinto em 1986 com a
redemocratização brasileira e as suas funções foram transferidas para a Caixa Econômica Federal.

Em 1987, durante o governo de José Sarney (1985-1990), foi criado o Programa Nacional
de Mutirões Habitacionais que tinha como objetivo financiar moradias para famílias com renda
de até três salários mínimos. O programa não alcançou suas metas devido à alta inflação e
ineficiência da gestão (MOTTA, 2011).

O congresso Nacional decretou em 13 de julho de 1993 a Lei Federal nº 8.677, que dispõe
sobre o Fundo de Desenvolvimento Social (FDS) destinado ao financiamento de projetos de
investimentos de interesse social nas áreas e habitação popular de iniciativa de pessoas físicas e
de empresas ou entidades do setor privado; e instituiu o Conselho Curador do FDS (BRASIL,
1993).

Na década de 1990, entretanto, as políticas habitacionais não obtiveram resultados


efetivos e/ou expressivos. O planejamento habitacional tornou-se, portanto, imprescindível para
possibilitar aos estados e municípios a constituição dos Planos Locais de Habitação de Interesse
Social (PLHIS) e identificação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), necessário para
definição das diretrizes da gestão pública e dos protagonistas sociais, considerando as
características locais.
15

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) criou o Ministério das Cidades para
combater as desigualdades sociais, expandindo o acesso da população o acesso infraestrutura
urbana.

Em 2004, promoveu uma gestão democrática da Política Nacional de Desenvolvimento


Urbano (PNDU), criou o Conselho das Cidades (ConCidades) que representou a consolidação de
um importante instrumento de consulta e deliberação acerca das políticas executadas pelo
Ministério das Cidades nas áreas de habitação, saneamento, transporte, mobilidade urbana e
planejamento territorial.

A Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades tornou-se responsável


pelos programas relacionados a moradia, divididos em dois grupos: produção e aquisição de
novas moradias e urbanização de assentamentos precários.

Quase 20 anos após a extinção do BNH, sancionou a Lei Federal nº 11.124/2005, que tem
como objetivo principal determinar ações de agentes responsáveis pela implantação de programas
voltados para habitação e de infraestrutura urbana, tornando-se um marco no compromisso do
governo de assegurar esse direito a população de menor renda. Esta lei dispõe sobre o Sistema
Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS), instituído para viabilizar, implementar e
articular o acesso à terra urbanizada e a residência digna e sustentável (BRASIL, 2005).

No sistema, o Ministério das Cidades passou a ser o órgão central amparado pelos
Conselhos das Cidades e pelos Conselhos, Órgãos e Instituições da Administração Pública. A lei
também estabeleceu o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) que gerencia os
recursos financeiros dos programas de Urbanização de Assentamentos Subnormais e de
Habitação de Interesse Social, operados pela Caixa Econômica Federal; e instituiu o Conselho
Gestor do FNHIS.

O planejamento habitacional tornou-se, portanto, imprescindível para possibilitar aos


estados e municípios a constituição dos Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLHIS)
e de identificação das Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS), necessários para definição das
diretrizes da gestão pública e dos protagonistas sociais, considerando as características locais
(CARDOSO, 2008).
16

Definido os papéis dos agentes nas esferas federais, estaduais e municipais na


instrumentalização das políticas habitacionais, a Lei Federal nº 11.888 de 24 de dezembro de
2008, conhecida como Lei da Engenharia Pública. Ela foi sancionada especialmente para garantir
às famílias de baixa renda o acesso à assistência técnica para serviços de construção, reforma e
ampliação de suas edificações, realizados por profissionais legalmente habilitados de engenharia
e arquitetura.

Em 2009, o governo lançou o programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), que foi a
maior iniciativa governamental realizada para possibilitar o acesso à casa própria pelas famílias
brasileiras

Durante 10 anos de programa (2009-2019), foram contratados cerca de 5,5 milhões de


unidades habitacionais e entregue mais de 4 milhões. Além disso, o MCMV gerou em torno de
3,5 milhões de empregos no setor da construção civil (CÂMARA BRASILEIRA DA
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO apud Lis, 2019).

Em 2015, uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha encomendada pelo CAU/BR,
revelou que dentre a população economicamente ativa que já construiu ou reformou, 85,40% da
população dispensou a contratação de engenheiros e arquitetos para construção ou reformas de
suas casas, realizando serviço por conta própria ou contratando serviços de pedreiros, mestre de
obras, amigos e parentes. Somente 14,60% contrataram profissionais legalmente habilitados para
execução das atividades técnicas.

2.2 O PROBLEMA

O déficit habitacional é um dos grandes problemas no Brasil e perpassa anos e anos. De


acordo a Fundação João Pinheiro tange em algo próximo de 5,5 milhões, isto no ano de 2010.

A instituição estimou também 10,5 milhões de moradias que existem sem atendimento de
serviços básicos e mínimos de urbanização como abastecimento de água, rede geral de
esgotamento sanitário, fossa séptica, iluminação elétrica e coleta de lixo (BRASIL, 2009).

Baseado na identificação de que o Estado tem dificuldades em trabalhar essa questão do


déficit e problemas habitacionais, novas perspectivas na gestão das políticas habitacionais,
levando a divisão das responsabilidades entre União e municípios para que estes possam ter
17

autonomia e venham elaborar e implementar suas políticas públicas no âmbito habitacional


(OLIVEIRA et al., 2009).

Com as experiências anteriores em centralizar a administração no processo de


redemocratizar o país, conforme a Constituição Federal de 1988, ela vem para mudar isso e
fortalecer as competências e o papel dos municípios em atuar nessas competências e juntamente
União e os estados promover moradias a população de menor renda, e isso está previsto no artigo
6º, que cita moradia como direito social, igualmente os direitos a educação, trabalho, lazer,
previdência social, segurança, proteção, infância, a maternidade, à saúde e assistência aos
desamparados (BRASIL, 1988).

O Estatuto da Cidade aprovado em 2001 também se inclui nesse contexto de prover esse
direito à moradia que caracteriza uma de suas diretrizes. O Ministério das Cidades no ano de
2003 relacionou em suas ações a criação do Sistema Nacional de Habitação (SNH) para enfrentar
os problemas habitacionais em abrangência Nacional.

Dois anos depois decretou que os municípios deviam criar e melhorar o quadro normativo
para obter recursos (BRASIL, 2001). Ainda que decretado essas mudanças no panorama
nacional, os municípios não tiveram atitudes para atuar de forma incisiva e com prevenção, mas
de forma emergencial e esporádica com relação a política habitacional (CUNHA; ARRUDA;
MEDEIROS, 2007).

Segundo Rolnik (1997) a história da moradia popular brasileira é marcada pela construção
gerenciada e produzida pelos próprios moradores e com seus próprios recursos. Essa
autoconstrução sem presença e orientação dos profissionais qualificados e recursos limitados,
resulta muitas vezes o uso errado dos materiais de construção, ocorrência de desperdício que
consequentemente leva aumento dos custos da obra.

Em dezembro de 2008, a aprovação da Lei 11.888 aconteceu justamente pelo


reconhecimento dessa realidade, com isso o Estatuto da Cidade declarando os direitos dos grupos
sociais menos favorecidos à assistência técnica pública e gratuita no direcionamento da política
pública e gratuita para projeto, construção e/ou reforma de habitação para famílias com renda
inferior a três salários mínimos conforme artigo 1º da própria lei.
18

Além de regularizar as habitações perante prefeitura, a fim de evitar construções em áreas


de risco e impactos ambientais, para que as ocupações aconteçam seguindo os planos diretores e
código de obra dos próprios municípios (BRASIL, 2008).

O direito a assistência técnica tange todos os trabalhos de projetos, acompanhamento e


execução de obra na responsabilidade dos profissionais da área de arquitetura, urbanismo e
engenharia em construções, reformas, ampliações ou regularização da habitação conforme
descrito no artigo 1º da lei 11.888/2008.

Infelizmente o tratamento do problema da habitação de interesse social mesmo diante lei e


sendo considerada por vários setores e órgãos de classe como tido avanços, as limitações das
prefeituras e profissionais provêm da falta de organização e iniciativas, além da aplicação
depender da capacidade de gerenciar e alocar recursos por parte de estados e municípios.

2.3 ASSISTÊNCIA PÚBLICA E GRATUITA

A lei federal de assistência técnica para habitação de interesse social foi idealizada pelo
arquiteto e urbanista gaúcho Clóvis Ilgenfritz e da autoria do deputado federal baiano Zezéu
Ribeiro (CANTO, 2018). Essa lei assegura assistência pública para o projeto e a construção de
habitação de interesse social para famílias de renda igual ou inferior a três salários mínimos,
objetivando:

 Otimizar e qualificar o uso e o aproveitamento racional do espaço edificado e de seu


entorno, bem como dos recursos humanos, técnicos e econômicos empregados no projeto
e na construção da habitação;
 Formalizar o processo de edificação, reforma ou ampliação da habitação perante o poder
público municipal e outros órgãos públicos;
 Evitar a ocupação de áreas de risco e de interesse ambiental;
 Propiciar e qualificar a ocupação do sítio urbano em consonância com a legislação
urbanística e ambiental.

Segundo a lei federal de assistência técnica de habitação de interesse social, quem realiza
as atividades são profissionais da área de engenharia, arquitetura e urbanismo que atuem como:

 Servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios;


19

 Integrantes de equipes de organizações não-governamentais sem fins lucrativos;


 Profissionais inscritos em programas de residência acadêmica em arquitetura, urbanismo
ou engenharia ou programas de extensão universitária, por meio de escritórios modelos ou
escritórios públicos com atuação na área;
 Profissionais autônomos ou integrantes de equipes de pessoas jurídicas, previamente
credenciados, selecionados e contratados pela União, Estado, Distrito Federal ou
município.

A implantação de programas de residência nos moldes da Lei nº 11.888/2008 amplia a


inserção das instituições de ensino superior na defesa do direito à cidade. Essa modalidade visa a
capacitação de profissionais recém formados e gestores públicos atuantes no campo da
arquitetura, urbanismo, engenharia e áreas afins, portanto, de caráter pluridisciplinar (SANTOS E
GONÇALVES, 2015).

É também uma forma de associar ensino e pesquisa às atividades de extensão para


assistência técnica às comunidades vulneráveis por meio da mediação de processos participativos
e propositivos na promoção de melhor qualidade de moradia.

A Lei Federal nº 11.888/2008, ou lei da assistência técnica, propõe assegurar assistência


técnica pública e gratuita para a população mais vulnerável. De acordo Sperandio, Filho e Mattos
(2016) nesse cenário de crises e redução drástica de recursos para a política habitacional voltada
para famílias de baixa renda, no qual a regularização fundiária entra em pauta como uma forma
de atendimento, deixando para as próprias famílias a responsabilidade de buscar financiamento
para solucionar os problemas da moradia.

É urgente que os profissionais da cidade adentrem essa arena, profissionais como os de


arquitetura e urbanismo, engenharia e serviço social que atuam no oficio do “fazer cidades” e/ou
lidar com as desigualdades sociais traduzidas nos territórios (MORAES, 2012).

2.4 PROCESSO DE OCUPAÇÕES EM LOTEAMENTOS


Em pequenos municípios brasileiros, ocorre aos poucos o crescimento urbano, à
influência de políticas públicas de assentamentos favorece os loteamentos de baixo custo
normalmente em áreas distantes e periféricas, na maioria das vezes com implantação precária
(VIDAL, 2008).
20

Glebas divididas em pequenos lotes por seus proprietários que veem a possibilidade de vender
essas pequenas parcelas de terra e ter ganho financeiro (CERQUEIRA, 2009).
De acordo Cardoso (2008) os loteamentos irregulares, que foram aprovados por alguma
instância do estado, mas não foram implantados de acordo com o que foi aprovado, até os
loteamentos clandestinos ou ilegais que são aqueles totalmente à revelia da legislação urbanística
e vigente, na maioria das vezes, em área de ocupação restrita, por exemplo as de proteção
ambiental.
Segundo Vidal (2008), o que esses loteamentos clandestinos e irregulares tem em comum
é a falta de infraestrutura. Um lote urbano pressupões a existência de ruas pavimentadas, água
encanada, coleta de esgoto e energia elétrica, entretanto, nestes loteamentos se tem simplesmente
pedaços de terra.
Apesar da densidade de ocupação dos lotes terem geralmente desenho urbano mais
estruturado que as favelas, dado que a terra é parcelada pelos loteadores e os limites dos lotes e o
sistema viário costuma ser respeitado pelos moradores.
Apesar disso, as vias não necessariamente adotam o melhor traçado para aquela área, dada
a falta de cuidado na elaboração do parcelamento, resultado em ruas muito íngremes, sem
pavimentação, guia e sarjeta.
Muitas vezes as áreas verdes ou equipamentos urbanos são ocupados por favelas, gerando
um padrão de ocupação ainda mais precário que aqueles nos lotes. De acordo com Cerqueira
(2009):
Uma distinção a ser feita entre os loteamentos é que o desenho do loteamento irregular
tende a ter melhor qualidade urbanística do que o loteamento clandestino. Nos
loteamentos irregulares, como houve intenção inicial de aprovação e cumprimento da
legislação vigente, é comum que o loteador tenha elaborado um traçado de sistema
viário e tenha reservado algumas áreas para áreas institucionais e verdes, conforme
determina a legislação. Já nos loteamentos clandestinos, não há a preocupação com a
legislação e geralmente não são reservadas áreas para outros usos, sendo somente a
gleba parcelada de forma a se obter maior renda com os pedaços de terra.

Com o passar dos anos, observa-se várias transformações nesses parcelamentos. Uma
delas é a melhoria de infra-estrutura, que geralmente é construída pelos próprios moradores, que
resolvem pavimentar as ruas ou mesmo pelo poder público que, percebendo a consolidação de
21

determinada área e pressionado pelos moradores, levam a infra-estrutura para o local


(OLIVEIRA; PEDLOWSKI; ALMEIDA, 2009).
Outra mudança que se observa é o aumento da densidade construída e populacional. É
comum a subdivisão de lote para ceder para parentes construir sua própria casa ou mesmo a
ampliação da casa conforme o crescimento e novas necessidades da família (CERQUEIRA,
2009). Além da prática de subdividir o lote ou mesmo a construção de outras residências no
mesmo lote para ter renda extra com a venda ou locação de casas (SPERANDIO et al., 2016).

2.5 PAPEL DO PROFISSIONAL LEGALMENTE HABILITADO


O Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (CONFEA), o Conselho de Arquitetura e
Urbanismo do Brasil (CAU/BR) são autarquias públicas federais que tem o papel de
regulamentar e fiscalizar o exercício das atividades profissionais das áreas afetadas a engenharia
e a arquitetura em defesa da sociedade.
De acordo com Vieira (2020) essas entidades são compostas por instâncias estaduais,
representadas em todos os estados pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA)
e pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU).
Segundo Vidal (2008) os projetos e a execução das obras exigem que os responsáveis
estejam legalmente habilitados em seus conselhos profissionais, e consequentemente,
qualificados para trabalhar com a assistência técnica pública e gratuita.
O Manual “Implantação da Assistência Técnica Pública e Gratuita a Famílias de baixa
renda para Projeto e Construção de Habitação de Interesse Social”, propõe que cada usuário será
atendido por um profissional legalmente habilitado, que apresentará soluções de maior qualidade
arquitetônica e atenderá às especificidades de cada cliente.
De acordo com Souza (2020) a independência do profissional é fundamental para a
autonomia das famílias e para a obtenção de serviços personalizados de acordo com as
necessidades dos clientes.
O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB, 2010) informa que engenheiros e arquitetos são
reconhecidos mundialmente pela sua atuação em habitações de interesse social e ressalta que nos
dias de hoje é convocado a servir necessidades sociais e humanitárias.
A falta de planejamento na construção, a mudança de usos dos ambientes e necessidade
dos moradores e a presença do empreendedor/construtor que habita seu próprio empreendimento
22

fazem com que o processo de construção seja dinâmico a ponto de não saber determinar quando
que a construção está definitivamente “pronta” (RODRIGUES, 2015).
O processo de produção com autoconstrução depende basicamente da disponibilidade de
recursos e mão de obra disponível, na grande maioria das vezes sem qualificação para a
construção (VIDAL, 2008).

De acordo com Vidal (2008), as características principais da autoconstrução são:

a) Implantação em lotes clandestinos;


b) Implantação em lotes de altas declividades;
c) Ausência de infraestrutura urbana no loteamento;
d) Desrespeito as orientações dos códigos vigentes;
e) Ausência de acompanhamento técnico;
f) Superdimensionamento das peças de concreto causando desperdício de material;
g) Utilização de materiais d construção de baixa qualidade;
h) Falta de qualificação da mão de obra;
i) Construção evolutiva.

A implantação em lotes clandestinos e em altas declividades deve-se ao fato de serem


estes afastados do centro e por isto, mais acessível a esta população. Nestes casos a infraestrutura
chega somente depois de consolidada a ocupação do lote e, mesmo assim, ela é deficiente.

A ausência de um auxílio técnico neste tipo de construção é constante e segundo Ornstein


(1990), via de regra, a autoconstrução é totalmente espontânea, sem qualquer tipo de auxílio
técnico ou legal, quer do ponto de vista de aquisição do lote, quer do ponto de vista da construção
da habitação.

As assessorias técnicas são equipes de profissionais multidisciplinares formadas por


arquitetos, engenheiros, advogados, assistentes sociais e outros.
De acordo com Cunha (2007), a participação dos arquitetos e engenheiros é fundamental
para o desenvolvimento dos trabalhos, sendo que na maioria dos programas de financiamento
governamentais para construção em regime de mutirão, é exigida a contratação de uma assessoria
técnica.
23

Assim, torna-se necessário discutir o papel da assistência técnica de profissionais de


arquitetura e engenharia aos serviços de assistência técnica, cuja atuação permitirá certamente
melhorar os padrões de qualidade das construções e a consequente evolução do nível de conforto
das famílias de baixa renda envolvidas em projetos de habitação de interesse social.

2.6 ASSISTÊNCIA TÉCNICA APLICADA


É importante considerar que a lei nº 11.888/2008 permite identificar a possibilidade de
leis locais aplicadas de acordo cada contexto de cada município, que a partir da lei federal,
estabeleceram em seus municípios programas municipais de assistência técnica para habitação de
interesse social.
Tomadas medidas importantes para garantir a aplicação da lei federal nº 11.888/2008
estabelecendo detalhamentos importantes na execução da assistência técnica e responsáveis pela
execução da assistência no município com garantia de recursos.
Outro ponto importante é que a assistência técnica aparece no marco jurídico de garantia
do direito à cidade e da moradia adequada sem a qual não é possível garantir esses direitos e,
portanto, dignidade humana. O Quadro 01 apresenta a síntese de algumas das legislações
analisadas.
24

Quadro 01 – Síntese das legislações relacionadas a assistência técnica no Brasil.

Leis de ATHIS Beneficiários Atribuições Financiamento Observações

Projetos e execução
Baixa renda de até 03SM a
para produção de
8.287/2012 ser identificado pelo FNHIS- Fundo Municipal
moradia e regularização -
Salvador/Ba Conselho Municipal de -Convênios
fundiária e de
Habitação Individual;
edificação
Projeto e execução para
Baixa renda sem Recursos do fundo de
produção e reforma de
12.215/2009 especificar renda / Pode ser incentivo à construção de Prioriza ZEIS e obras
moradia, bem como
Ribeirão Preto/SP identificada pelo Conselho moradia popular – em mutirão
regularização fundiária
Municipal de Habitação FN/MORAR
e de edificação

Instituiu o Programa
Municipal de
Projeto e execução para
Assistência Técnica
produção e reforma de
de moradia
8.583/2011 moradia, bem como Não indica - Apenas
Baixa renda de até 05 SM econômica com
Florianópolis/SC regularização fundiária convênios
princípios e
e de edificação
diretrizes – Prioriza
obras em mutirão e
ZEIS

Identifica na lei a
Projeto e execução para
Baixa renda até 03 SM com remuneração dos
produção e reforma de Recursos do FNHIS –
5.485/2015 recursos federais e distritais profissionais a partir
moradia, bem como dotações orçamentárias e
Distrito Federal/BR e até 05 SM com recursos da tabela da entidade
regularização fundiária fundos gerais
do Distrito Federal de classe como
e de edificação
referência

Prioriza zonas com


Projeto e execução para déficits habitacionais
Recursos do Fundo
produção e reforma de superiores a 10% em
8.960/2012 Municipal de HIS –
Baixa renda de até 03 SM moradia, bem como relação às famílias,
Belém/PA Orçamento privado em
regularização fundiária incluindo o ônus
convênios
e de edificação excessivo com
aluguéis
25

Lei é de 2001 e
2.572/2001 Não identifica. Vincula às Regularização de muito anterior a Lei
Recursos orçamentários
Tubarão/SC moradias com até 60m² edificação e fundiária Federal de 2008 que
institui a ATHIS
Projeto e execução para
Baixa renda de até 03 SM
produção e reforma de Possibilita ao
194/2011 com moradia de até 60m² e
moradia, bem como Não indicado posseiro solicitar
Suzano/SP com direito a um
regularização fundiária ATHIS
atendimento
e de edificação

Fonte: Legislação Específica – PEI | ATHIS (CAU/SC), 2018.

Dos municípios estudados, observa-se que foi proposto leis para regulamentação das
ações em ATHIS na esfera municipal. Em Ribeirão Preto foram aprovadas leis para criação de
programas de assistência técnica no ano de 2010, apesar de os planos diretores vigentes à época
não tratarem diretamente sobre a necessidade deste tipo de regulamentação (SOUZA, 2020).
Em Salvador, as ações de assistência técnica já ocorriam desde 2001,quando foi criado o
Escritório Público no âmbito da extinta Secretaria de Habitação do município, o qual permanece
em atuação (SANTOS; GONÇALVES, 2015).
Em Curitiba e Campinas, não apresentados no quadro, o Plano Diretor apresenta ATHIS
como diretriz da política urbana e afirma a necessidade de criar lei municipal específica para
regulamentação.
De acordo com Cunha, Arruda e Medeiros (2007), ao consultar a legislação de Curitiba
através do site da Câmara Municipal, foi encontrado três projetos de lei propostos no município
desde 2005, que visava a criação de um programa de ATHIS e regulamentação das ações, sendo
que todos projetos foram arquivados.
No município de Uberlândia a prefeitura e o Conselho Estadual de Habitação e
Urbanismo visam implantar projeto de regularização fundiária de interesse social e assistência
técnica com intuito de regularizar loteamentos do município, mas não encontraram informações
sobre ações efetivas acerca do referido projeto (SOUZA, 2020).
No plano diretor de Salvador, de acordo com Silva e Queiroz (2015), é entendida como
instrumento para regularização fundiária e para elaboração e implantação de projetos de
ampliações, reforma e melhoria da qualidade e das condições de salubridade da habitação.
Em Ribeirão Preto conforme Santos, Carvalho e Trindade (2011), a previsão era
implantação de um programa de assistência técnica nas áreas de arquitetura, urbanismo e
engenharia visando a construção e melhoria de HIS.
26

Em Campinas, ocorre de maneira semelhante, porém, se acrescenta o financiamento ao


programa e a promoção de convênios com entidades, e se tem as assistências técnicas, jurídica e
social como instrumento para regularização fundiária (SOUZA, 2020).

3. METODOLOGIA

Este estudo foi desenvolvido utilizando como metodologia um conjunto de sistemáticas


como a) Revisão da literatura b) Coleta de dados c) Análise dos resultados e d) definição das
premissas e diretrizes da rede de suporte para Assistência Técnica de Habitação de Interesse
Social conforme apresentado a seguir:

ETAP Revisão da Literatura


A1 Coleta de dados (Entrevista e
ETAP questionários)
A2

ETAP Levantamento de campo


A3

ETAP Definição das premissas e diretrizes da rede


A4

3.1 REVISÃO DA LITERATURA


27

Exclusão
dos
trabalhos
não
Busca Leitura dos
Leitura relevante
através de s mauais de
dos
palavras- implantação
resumos Separação entre
chave de ATHIS
trabalhos sobre
implantação da
lei, e trabalhos
que tratam a lei
de ATHIS de
Leitura dos forma geral
Levantament trabalhos
o de relevantes
dissertações,
Busca teses e
na artigos
Revisão intern
da et
literatura

Fonte: O autor (2022).

Por intermédio de uma busca feita na internet, foi realizado um levantamento de


dissertações, teses e artigos produzidos no Brasil de 1997 até o segundo semestre de 2022. As
bases de dados utilizadas de teses, dissertações e artigos foram SciELO e Google Acadêmico.
Na busca realizada para as teses e dissertações, as categorias de análise foram baseadas
pelas palavras-chave: Assistência técnica, Habitação de Interesse Social, Moradia, Habitação e
Autoconstrução.
Também se estendeu o universo pesquisando os seguintes temas: famílias baixa renda,
construções irregulares, engenharia social e direito a moradia. Baseado nos resumos apresentados
foi realizado seleção dos trabalhos que realmente condiziam com o tema proposto, eliminando
das amostras as dissertações e teses que não continham resumo expressos nas bases de dados.
Na busca realizada para os artigos utilizou as mesmas categorias de análise usadas para
teses e dissertações. Porém, a partir do que foi levantado nas bases eletrônicas, as revistas foram
selecionadas levando em consideração um critério, que foi selecionar as revistas também levando
em consideração os resumos a fim de obter rapidez e facilidade no processo de coleta dos
materiais.
Foi classificado o estudo da revisão sobre trabalhos que tratassem sobre ATHIS em dois
vieses, um focado em aplicações da lei federal em municípios brasileiros e outro tratando o
28

assunto da assistência de forma geral, referenciando leis e trazendo aspectos históricos a respeito
da moradia para população baixa renda.

3.2 COLETA DE DADOS (in loco)

3.2.1 Processo de mapeamento das demandas de assistência técnica existente no município

O município de Governador Mangabeira possui extensão territorial enorme na parte rural,


as comunidades afastadas do centro da cidade têm características muito semelhantes, que são
residências afastadas uma das outras, muita área com vegetações e variados tipos de plantações,
desde árvores frutíferas a plantações no âmbito da agricultura familiar que é muito forte.

Ciente de tais características, foram realizadas visitas por essas comunidades do


município a fim de realizar alguns registros fotográficos para expor os problemas mais comuns
das construções existentes.

Foram adotados os seguintes critérios para realização das visitas:

a) Extensão territorial da comunidade


b) Indice populacional
c) Distância entre as comunidades e o centro da cidade

Foram definidas 31 comunidades para realização das visitas e 50 edificações para


registros fotográficos, entrevistas e questionário, foi montado um planejamento prévio sobre
quais as comunidades seriam visitadas a cada dia da semana e abaixo está o cronograma
indicando como foi realizado essas visitas, já que são 31 comunidades e cinco bairros:

Quadro 02 – Cronograma dos dias de visitas pelas comunidades e bairros do município.

19 a 21 de
15 e 16 de abril de 22 e 27, 28, 29, 30 08, 09, 10, 11 de 15 a 18 de agosto
PERÍODO agosto de
2022 de junho de 2022 agosto de 2022 de 2022
2022

COMUNIDADE Sitio Sungaia Lagoa do Torto Encruzo Tocos I, II e III Pontos


Loteamento Águia Lagoa da Rosa Queimadas Nova e Carpina Portão
Lagoa da Inácia Mão Divina Velha Bananeiras Bonsucesso
Torto I, II Meio de Campo Barroada Projetos
Laranjeiras Brejos Palames Centro
Gravatá Quixabeira I e II Cipoal
29

Jacarezinho Aldeia
Gameleira Jacaré Grande Retiro
Furtado

Fonte: O autor, 2022.

Os critérios utilizados para registros fotográficos foram baseados nos principais


problemas construtivos e foram adotados:

 Riscos a saúde, a vida ou cause danos no entorno;


 Edificações sem sistemas estruturais ou sistemas não adequados;
 Cause danos ambientais, sociais e ou afete a qualidade de vida do morador.

Com as visitas e registros fotográficos pelas comunidades foi possível mapear as


demandas relativas à assistência técnicas, seja no quesito de construção do zero, reformas ou
regularização fundiária ou de imóveis. Para haver um registro com essas possíveis demandas
existentes, foi realizado marcações com ajuda do Google Earth para definir zonas mais precárias
e menos precárias.

3.2.2 Definições da infraestrutura básica para atendimento às demandas mapeada baseado


nos manuais para implantação de ATHIS

Após as visitas e cientes dos problemas nas construções existentes e as demandas mais
comuns pelo município, com auxílio de manuais e de trabalhos estudados na literatura sobre
aplicação da lei federal nº 11.888/2008 em alguns municípios brasileiros, foi possível iniciar o
delineamento das diretrizes de infraestrutura básica para atendimento às demandas mapeadas.

Ainda na etapa da revisão da literatura foi selecionado alguns manuais existentes relativo
ao processo de aplicação da lei de ATHIS em municípios brasileiros. Foi realizado um
mapeamento sobre seus principais objetivos e apresentados no item resultados.

Ao final das análises realizadas sobre os dados coletados e a revisão da literatura realizada
foi elaborada uma matriz com o resumo das principais diretrizes a serem adotadas para
montagem da rede de suporte à assistência técnica no município em estudo.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
30

4.1 CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE ESTUDO


Em Governador Mangabeira, de acordo IBGE (2019), o salário médio mensal era de 1,6
salários mínimos, considerando domicílios com rendimentos mensais de até meio salário mínimo
por pessoa.
Apenas 7,5% dos domicílios possuem sistema de esgotamento sanitário adequado e
apenas 7,9% dos domicílios urbanos em vias públicas possuem urbanização adequada, possuindo
calçadas, pavimentações, meio fio e presença de bueiros de acordo IBGE (2010).
Diante do contexto que o município possui vasta área rural, existem diversos fatores que
torna necessário o estudo para que o processo de ocupação dessas áreas sejam de forma planejada
e orientada por profissionais técnicos, possibilitando manutenção da vegetação e considerando a
questão da arborização, uso adequado do solo evitando despejo de efluentes, diante fato que
apenas uma pequena parcela da população do município é beneficiada com sistema de
esgotamento sanitário.
No município predomina habitações unifamiliares com grandes áreas disponíveis, como
quintais que se tornam perfeitos para absorver os esgotos domésticos in natura produzidos nos
domicílios em sistema de fossa negra.
Esse método favorece que os lençóis subterrâneos sofram impactos negativos com o
expressivo volume de efluente, oriundo dessas fóssas largamente ultilizadas em Gov.
Mangabeira.
Quando se leva em consideração a questão da moradia, vai muito além do teto em si, mas
etapas construtivas que favorece qualidade de vida, economia, conforto e redução de impactos
negativos resultante da ocupação.

4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EXISTENTES EM GOVERNADOR


MANGABEIRA
Por meio do presente trabalho, foram realizadas visitas pelas comunidades do município
afim de realizar análise das demandas, de modo a identificar os principais aspectos a serem
levados em consideração no processo de desenvolvimento do município de Governador
Mangabeira.
Com as visitas foram identificadas nas comunidades, bem como na parte urbana,
residências que foram construídas sem espaçamento mínimo para estrada/rua, ocorrendo muitas
31

vezes, falta de espaço para calçadas, tornando ruas estreitas que impossibilita que no futuro,
venha ter duas vias e seja um problema estacionar automóveis sem que afete o trânsito.
Essa questão de afastamento das ruas tange em outro aspecto, além de afetar o fluxo de
carros sem interferir o fluxo normal do trânsito, outro fato notado com as visitas, foi residências
que não possuem garagem e o automóvel fica estacionado na rua.
Outra questão levado em consideração foi o espaçamento mínimo entre as paredes
vizinhas. O município não possui um Código de Obras, o que favorece no processo de construção
irregular, e pela falta de informação, habitações que não possibilitam minimamente a ventilação e
iluminação natural.
As construções da parte rural de forma generalizadas contam com despejo de efluentes em
fossas tradiconais, conhecidas como fossas negras, elas possuem um modelo rudmentar mais
rústica e oferece menos segurança ao meio ambiente e aos usuários.
Ela é escavada diretamente no terreno sem revestimento nas paredes e bases e os dejetos
caem diretamente no solo, parte deles se infiltra na terra e a outra parte sofre decomposição sem
escoamento, possibilitando contaminação ambiental e sendo prejudicial a saúde humana.
É uma medida barata e utilizada popularmente na região, mas que pode contaminar os
lençóis freáticos e proliferar doenças.
Em resumo, foram notadas técnicas construtivas errôneas e arcaicas que acontecem em
decorrência da falta de profissional técnico que preste assistência no processo de construção de
moradias e pela renda da população mangabeirense ser inferior a 2,0 salários mínimos de acordo
IBGE (2019), consequentemente eles não poderiam arcar com os custos desses profissionais
técnicos.
Pelo município foi notado um padrão nesses problemas nas construções existentes, erros
que se repetem comumente. Por meio de entrevista e a própria visita nas comunidades, foram
contabilizados o numero de problemas existentes nas moradias, abaixo aponta o porcentuais
obtidos entre as 50 edificações analisadas.
Figura 01 – Gráfico representativo dos problemas comuns das construções existentes.
32

PROBLEMAS COMUNS NAS


CONSTRUÇÕES EXISTENTES
Construções que apresentam manifestações patológicas e patologias relativo a
úmidade, estruturas mal dimensionadas, fundações duvidosas e execuções sem 14%
técnica construtiva.

Residências que a família possui automóvel mas não tem garagem. 16%

Residências em que já possuem moradores, mas nem possui estado para


habitação, sem reboco, instalações improvisadas, contendo apenas contra piso e 26%
portas e janelas improvisadas.
Estruturas da cobertura que normalmente com madeiras em situações precárias e
telhas cerâmicas danificadas causando constantes vazamentos, goteiras e risco de 12%
cair sobre os moradores.

Duas residências compartilhando a mesma parede colaborando para falta de 10%


privacidade, conforto térmico e acústico.

Construções de residências muito próximas da via. 22%

Fonte: O autor, 2022.

4.3 MAPEAMENTO DAS DEMANDAS DO MUNICÍPIO


Governador Mangabeira tem uma característica no processo de ocupação de sua extensão
rural muito específica e se classifica em duas maneiras, as ocupações se dão em terrenos que
eram grandes propriedades e tornara-se loteamento, esses lotes passam a ser vendidos e
ocupados.
Outra maneira são as grandes propriedades que são herdadas e o grupo familiar vai
ocupando essa grande propriedade baseado nos direitos e convenção determinado entre eles.
Neste segundo caso, as construções acabam sendo distribuídas sobre o terreno de forma
avulsa e sem critérios, diferente das propriedades que se tornaram lotes com uma estrutura um
pouco mais organizada. As Figuras 3(a) e 3(b) são trechos da comunidade do Loteamento Águia
e Lagoa da Rosa:
33

Figura 02 – Imagem aérea das comunidades mangabeirense. Em (a) Loteamento Águia e (b) Comunidade de Lagoa
da Rosa.

Fonte: App Mapas da Apple (2022).

Como a fonte de renda que predomina no município é a agricultura familiar, a suposta


segregação socioespacial da maior parte da população residirem em comunidades rurais, áreas
distantes do centro da cidade, em contra partida em Gov. Mangabeira esse afastamento da
população da sede não causa efeito conforme ocorre na maior parte do país.

Essas áreas rurais vem sendo cada vez mais ocupadas e o problema é essa ocupação
acontecer na grande maioria dos casos, sem planejamento e com técnicas rudmentares de maior
custo, desperdício de materiais de construção e impossibilidade de regularização perante
prefeitura, estimulando a autoconstrução clandestina.

4.3.1 Delineamento das premissas a serem adotadas

Com as visitas realizadas nas comunidades e bairros do município, foi possível notar as
principais demandas existentes. Essas demandas podem ser expressadas baseadas nos problemas
existentes nas construções. As demandas foram separadas em três instâncias, demandas em
construções do zero, demandas para reformas em construções existentes que carece de
manutenção e as regularizações das moradias e regularizações fundiárias.
34

Na construção do zero o interessado deve a princípio possuir projetos para obter alvará
junto a prefeitura, um orçamento para planejar toda questão dos custos com a obra e profissional
técnico para acompanhar a obra, e assim como funciona na secretaria de educação e secretaria de
saúde nos municípios, deve ser criado uma secretaria de habitação para tratar a moradia como as
demais secretarias que devem ter investimentos, e com isso, os interessados poderão procurar
pelo secretário de habitação para obter a assistência deste orgão público que oferecerá atividades
de divulgação, informação, debates e apoio de profissionais técnicos para funcionamento da
assistência.

Na demanda com reformas o indivíduo deve verificar os recursos para que possa arcar
com os custos, para poder comprar os materiais necessários, a mão de obra e um profissional
técnico para acompanhar.

No processo de regularização seja de moradias ou fundiárias, além do profissional técnico


da engenharia civil ou arquitetura para projetar, entra a necessidade de envolvimento de
profissionais de outras áreas, como assistente social e advogados, por exemplo.

As demandas estão apresentados no fluxograma a seguir:

Figura 03 – Fluxograma das principais demandas de serviços.


35

CONSTRUÇÃO
REFORMAS REGULARIZAÇÃO
DO ZERO

Projetos Recurso financeiro Projetos

Orçamento Materiais Recurso financeiro

Profissionais de outras
Recurso financeiro
áreas
Acompanhamento da obra

Acompanhamento da
obra

Fonte: O autor, 2022.


4.3.2 Apresentação do mapeamento das demandas
Dentre os inúmeros problemas perceptíveis nas edificações visitadas dentro do município,
a presença de patologias eram muito frequentes e possibilitou um levantamento dessas principais
patologias. Nas 50 residências, todas tinham trincas e fissuras.

Figura 04 – Gráfico das principais patoligias.


36

PRINCIPAIS PATOLOGIAS
60
50
40
30
20
10
0
s s s o o e to
nca ura iso açã oc ad re
i iss p r b id c
Tr F de fil
t re um co
n
to In do e o
en çã
o
asd ão
d
am riz a ch ra
ç
lac an
p lve rio
es Pu
M
ete
D D

Fonte: O autor, 2022.

Levando para uma análise mais profunda, mais de 30 edificações apresentavam a parte
inferior das paredes pulverizando em decorrencia de umidade ascendente por capilaridade, onde
os materiais porosos absorvem água do solo e tendem ascender pelas paredes.

Medidas de impermeabilização poderiam evitar isso, mas a falta de conhecimento técnico,


informação, recurso finaneiros e sobretudo assistência técnica de profissionais habilitados
colabora para aparecimento de esses e outros problemas que acarretam problemas de saude, risco
a vida e causando insegurança aos moradores em alguns casos.

Com as visitas pelas 31 comunidades e 5 bairros de Governador Mangabeira as


características observadas em cada uma dessas comunidades e bairros se resume em problemas
como infiltrações causada pela falta de impermeabilização, fissuras, trincas e rachaduras,
causadas pela instabilidade na fundação, falta de vergas e constravergas, falhas nas juntas entre
blocos e tijolos, etc., residências antigas com coberturas em telhado com madeiras danificadas
causando goteiras e vazamentos.
37

Segundo a ONU, uma moradia deve proporcionar a seus habitantes segurança de posse,
disponibilidade de serviços, instalações e infraestruturas como saneamento, abastecimento de
água, energia elétrica, coleta de lixo, deve atender ao critério de acessibilidade, adequação
cultural, localização articulada às oportunidades de emprego, serviço e saude, escolas e outras
instalações especiais.
De acordo com a ONU deve-se proporcionar habitabilidade, a moradia deve garantir a
segurança física e estrutural, proporcionando um espaço adequado que proteja do frio, umidade,
calor, chuva, vento e outras ameaças à saude.
Diante dessas afirmações e seguido das visitas realizadas pelas comunidades de
Governador Mangabeira, percebe-se que essas são realidade distante para um volume alto de
pessoas no que se refere ao básico no quesito de moradia digna.

Abaixo apresenta-se um acervo de fotografias que registram residências pelo município


que apresentam condições mínimas de habitabilidade, e esses registros fotgráficos caracterizam
problemas que se apresentam interferindo na questão de conforto, segurança, salubridade etc. A
seguir fotos retiradas durante as visitas pelas comunidades e bairros de Mangabeira.

Figura 05 – Imagens das condições das construções existentes.


38

(a) (b) (c) (d)

(e) (f) (g) (h)

(i) (j) (k) (l)


39

(m) (n) (o) (p)

(q) (r) (s) (t)

(u) (v) (w) (x)

Com a identificação dos principais problemas das construções existentes foi possível
classificar os problemas mais comuns no processo de construção de moradias quando feita sem
assistência técnica e como isso afeta no desenvolvimento das cidades.
40

Figura 06 – Gráfico representativo das demandas dos problemas das construções do município.

Afastamento da rua construção inacabada


Cobertura precária Patologias

8; 16%

23; 46%

12; 24%

7; 14%

Fonte: O autor, 2022.


No gráfico apresentado acima trata-se de erros que se apresentam nas moradias ou entorno
que ocorreu pela falta de planejamento no processo de construção de moradia, a autoconstrução
se dá sem nenhum critério e o resultado é indentificar esses problemas corriqueiramente pelas
comunidades.

4.4 DEFINIÇÃO DA INFRAESTRUTURA


Com base na revisão da literatura foi possível apresentar uma infraestrutura para rede
básica de suporte em ATHIS em Governador Mangabeira, levando em consideração o contexto e
todas questões relativa as características do município e de sua população.
A seguir serão apresentados quatro manuais e suas ordens de etapas de atendimento de
ATHIS.
41

Manual 1 - Manual Prestação de Serviço de Assistência Técnica para Habitação de Interesse


Social
Figura 07 – Etapas para o processo de prestação de serviços de ATHIS.

3. Administração
1. Ministério das 2. Caixa Econômica pública dos estados, 4. Famílias
Cidades Federal munípios ou Distrito atendidas
Federal

Na qualidade Na qualidade
Agentes Na qualidade
de agente de agente
executores de benefiários
responsável executor
Fonte: O autor, 2022.

Manual - ATHIS Assistência Técnica em Habitação de Interesse Social – É um Direito e muitas


Possibilidades
Figura 08 – Etapas de funcionamento da ATHIS de acordo manual.

Secretaria Municipal
de Habitação ou afins

Cadastro da
demanda do
município

Análise social,
urbana e
ambiental

Emissão de
Laudo socio
Urbano
Ambiental

Direcionamento da
demanda para uma rede e
um programa
42

Fonte: O autor, 2022.

Manual 3 - Manual de funcionamento da Assistência Técnica à Habitação de Interesse Social:


Figura 09 – Estrutura de funcionamento da ATHIS de acordo manual.

1° ETAPA 2° ETAPA 3° ETAPA 4° ETAPA

Família solicita A família recebe


Município
Estados e municípios profissional ou recursos para
encaminha
cadastram e selecionam entidade execução do
proposta a União
as famílias beneficiárias profissional projeto

Estabelecem O profissional
Firma contrato
convêncio ou acompanha a obra e
Contratação de entre família e o
termo de recebe remuneração
profissionais para a profissional
parceria pelas etapas concluídas
prestação dos serviços

Repasse de Elabora o projeto e


recursos federais CREA/CAU fiscaliza o Finaliza o
para a AT Recursos para a exercício profissional processo
gestão da AT

Fonte: O autor, 2022.


Manual 4 - Manual para a Implantação da Assistência Técnica Pública e Gratuita a Famílias de
Baixa Renda para Projeto e Construção de Habitação de Interesse Social
Figura 10 – Passo a passo da implantação de ATHIS para famílias baixa renda.
43

Fonte: O autor, 2022.

Proposta de etapas para o município de Governador Mangabeira se apresenta da seguinte forma:


A Figura 12 apresenta a proposta elaborada para implementação para o município de
Governador Mangabeira. Este modelo é baseado no Manual de Aplicação de Assistência Técnica
do CAU/BR, outros manuais e leis a nível municipal pode-se no contexto do município de
Governador Mangabeira propor os requisitos para atendimento.

Figura 11 – Fluxograma da proposta de estrutura básica necessária para atendimento de ATHIS.

Triagem Visita técnica e


Análise prévia
socioeconômica vistoria

Entra em contato
Elaboração do com requerente Envia os projetos
projeto para ajustar últimos para prefeitura
detalhes

Acompanhamento
Entrega o alvará
da obra

Fonte: O autor, 2022.


As atividades de assistência técnica para Governador Mangabeira referem-se, em sua
quase totalidade, na elaboração de projetos de construção, reforma ou ampliação de unidades
habitacionais, abrangendo quatro etapas para atendimento e cumprindo os critérios conforme
discriminado a seguir:
44

Etapa 1 - Triagem socioeconômica: Antes do requerente chegar ao setor de projeto, ele


passa pelo setor social e de legislação, onde é feita a primeira triagem através de uma conversa
informal com o cidadão, em que se verificam a documentação e a área do terreno, renda familiar
e área da residência. Após a conformidade dos dados solicitados, ele passa para a etapa 2.
Etapa 2 - Análise Prévia: Nesta etapa os estagiários têm o primeiro contato com o
cidadão, fazendo o check list da documentação, já solicitada na triagem, e verificando,
principalmente quais os documentos de comprovação de área o cidadão possui.
Permite-se a escritura, certidão de compra e venda, escritura de legalização ou recibo.
Caso não possua nenhum desses documentos o escritório busca conseguir uma certidão de área
junto à Secretaria da Fazenda do Estado da Bahia (SEFAZ), a fim de comprovar que a terra em
questão não é pública.
Além disso, são pesquisadas as imagens do terreno no Google Earth/Maps; e verificado
informações com base na legislação urbanística quanto à possibilidade de construção e as
viabilidade do projeto idealizado pelo morador, para que assim ele passe para a próxima etapa.

Etapa 3 - Vistoria - Nesta fase um dos responsáveis técnicos, juntamente com alguns
estagiários, vão a campo para verificar veracidade das informações que foram fornecidas pelo
cidadão e coletar dados que vão auxiliar no projeto arquitetônico.Lá são observados pontos como
desníveis em relação à rua, existência ou necessidade de talude, pontos de água e iluminação,
locação e entorno. Os registros são feitos a partir de fotografias e croquis.

O cadastro pode ser feito com trena eletrônica, mas quando é necessário identificar as
curvas de nível no local com precisão, necessário equipamentos mais sofisticados. Retornando
ao escritório, as informações são passadas para o AutoCAD ou REVIT pelos estagiários, e tem
início a análise das edificações encontradas no local e as possíveis modificações a serem feitas,
lembrando que caso não haja nenhuma construção o projeto é iniciado do zero e que nem sempre
a elaboração do projeto será feita pelos estagiários presentes na visita de campo.
Etapa 4 - Projeto - Com a certidão de área, a escritura e os documentos necessários em
mão, inicia-se a elaboração do projeto arquitetônico. Assim que é elaborado o primeiro estudo, o
cidadão vai até o escritório para uma conversa com o estagiário e lhe é apresentado os primeiros
desenhos do projeto e, em casos mais complexos, é elaborado a volumetria no Sketch Up ou
outros Software, para melhor compreensão.
45

Além das etapas citadas anteriomente, deve-se levar em consideração requisitos e critérios
que possa determinar se o assistido pode de fato ou não iniciar o processo.
Quadro 03 – Requisitos e critérios para solicitação dos serviços de assistência técnica

REQUISITOS CRITÉRIOS
Localização do imóvel Município de Governador Mangabeira
Renda familiar Até 3 salários mínimos
Tamanho do imóvel Até 70m²
Terreno sem comprometimentos Fora de áreas de APP ou de risco
Fonte: O autor, 2022.

Esses requisitos e critérios se estendem a alguns outros itens que estão elencados abaixo.
Essa lista tem referência dos manuais estudados bem como a maior referência é o realidade do
próprio município.

1 – Imóvel localizado no município de Governador Mangabeira;


2 – Renda familiar de até 3 salários-mínimos;
3 – Área construída total de até 70m²;
4 – Terreno com área de até 125m² para habitação de interesse social e de até 250 m² para
habitação popular;
5 – Gabarito de altura máxima de 9m;
6 – Caso esteja construída mais de uma unidade imobiliária por terreno, deve haver
acessos independentes por via oficial de circulação;
7 – No caso de uso misto (residencial e não-residencial), a área não-residencial não pode
ultrapassar 50% da área total construída;
8 – No caso de ampliação da edificação existente para a implantação de outra unidade
residencial, o somatório da unidade existente com a unidade nova não poderá ultrapassar
a área total construída de 140m²;
9 – Imóvel deve estar inserido em terrenos documentados, regularizados, em Zonas
Especiais de Interesse Social (ZEIS), ou em regiões de baixa renda – ficam excluídos os
imóveis inseridos em Zona de Proteção Ambiental (ZPAM), em áreas de risco.
10 – Não devem ser identificados, na vistoria prévia, comprometimentos estruturais no
imóvel.
46

Depois de aprovado pelo cidadão, são geradas as plantas do projeto legal as quais são
encaminhadas para a Secretaria de Infraestrutura para análise. Os casos de indeferimento devem
ser poucos e devem acontecer geralmente por problemas de regularização fundiária. Aprovado o
projeto, alvará de construção é entregue para o morador.
E dessa forma deve-se idealizar toda essa estrutura para as possíveis variações de serviços
solicitados e buscando uma estrutura que não vise apenas questões técnicas, mas que vislumbre
interação entre as atividades.
O objetivo geral de uma rede básica de suporte em ATHIS é promover, através de equipe
multidisciplinar, a assistência técnica gratuita na elaboração de projetos de construção, reforma,
ampliação, regularização e execução de obras de melhorias habitacionais em edificações com
características de autoconstrução, para famílias de baixa renda, mediante apoio técnico, social e
financeiro.
Deve estar incluído também todo o trabalho de campo necessário para diagnóstico da
situação de cada família e respectiva habitação, monitoramento e acompanhamento das obras de
execução e avaliação pós-ocupação.
47

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com o dignóstico obtido dentro do município de Governador Mangabeira, foi possível


notar quanto a questão da moradia é um assunto que não recebe devida atenção, e isso se dá pelas
pessoas que precisam de casa e os gestores públicos do município desconhecerem as ferramentas
necessárias para colocar em prática o direito a habitação digna estabelecida por lei para a
população baixa renda.

As condições das residências existentes reforçam sobre a necessidade de apoio técnico no


processo de construção de moradia, haja visto que a falta de plano diretor favorece que a
autoconstrução perpetue dentro do município.

A engenharia civil dentro das atribuições deve exercer papel social e no âmbito da
engenharia pública, favorece que os conselhos e orgãos voltem os olhos a essa questão da
moradia para população baixa renda, e isso se estende as instituições de ensino superior.

Fica como recomendação a outros trabalhos promover por meio de curso de graduação de
engenharia, arquitetura e até direito para ofertar aos estudantes a possibilidade de realizar
parceiria com prefeituras a fim de atender demandas para assistencia técnica em habitação de
interesse social.

A proposta para rede básica de suporte mesmo diante contexto do município, ainda que
inspirado em casos que deram certo e manuais, ainda permite que haja adaptações ao demorrer de
uma suposta implantação.

Quando se fala em rede de suporte em assistência técnica dentro do município de


Governador Mangabeira, conclui-se que existe nítidamente as demandas, por outro lado, os
gestores públicos ficam inertes a buscar meios de obter recursos para fazer na pratica a lei de
ATHIS.

A obtenção de recurso financeiro para implementação de ATHIS foi o maior impasse


apresentado nos trabalhos estudados, ainda que na própria lei federal cite alguns prováveis fontes
de repasse desses recursos, mas por ser uma lei muito ampla, os gestores públicos relatam da
dificuldade de aquisição.
48

REFERÊNCIAS
Bahia, Defensoria Pública do Estado. Assistência técnica e direito à cidade em instituição de
ensino superior. 1ª Ed. Salvador: ESDEP, 2020.
BONDUKI, N. Origens da habitação social no Brasil. São Paulo, Estação Liberdade, FAPESP,
1998.
Brasil. Constituição. Instrução Normativa nº 46/2009 Ministério das Cidades. Secretaria
Nacional de Habitação, 2009. Acesso em <Microsoft Word – IN-046-2009 FNHIS Manual AT.
Doc (mdr.gov.br)>
Brasil. Constituição. Lei nº 11.888. de 24 de dezembro de 2008. Assegura às famílias de baixa
renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de
interesse social e altera a Lei nº 11.124, de 16 de junho de 2005. Brasília, DF: Senado; 1988.
CARDOSO, A. L. Avanços e desafios na experiência brasileira da urbanização de favelas.
Caderno Metrópole (PUCSP), V.17, P.219-240, 2008.
CAU/SC. Assistência técnica em habitação de interesse social – um direito e muitas
possibilidades. Brasília, 2018.
CERQUEIRA, MARIA CÂNDIDA TXEIRA DE. A assistência técnica nos habitats do MST e
o papel do arquiteto e urbanista. Natal/RN, 2009.
CIDADES, MINISTÉRIO DAS. Plano diretor participativo: guia para elaboração pelos
municípios e cidadãos. Brasília: CONFEA, 2004.
CUNHA, E. M. P.; ARRUDA, V. M. A DE; MEDEIROS, Y. Assistência Técnica, um direito
de todos: Construindo uma Política Habitacional – Experiências em Habitação de Interesse
Social no Brasil. Ministério das Cidades, Secretaria Nacional da Habitação, Brasília, 2007.
ESTATUTO DA CIDADE. Guia para implementação pelos municípios e cidades. 2ª Ed.
Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2002.
TELINHO, FÁBIO. Reunião remota sobre processo de criação de lei em municípios.
Microsoft teams, 2022.
FANTINATTI, PEDRO AUGUSTO PINHEIRO. Ações de gestão do conhecimento na
construção civil: evidências a partir da assistência técnica de uma construtora. Campinas –
SP, 2008.
FERREIRA, ANTÔNIO DOMINGOS DIAS. Habitação de interesse social. Monografia –
Universidade do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2006.
49

FONSECA, ANGELITA GESTEIRA. Primórdios e Progressos da Cidade de Governador


Mangabeira. Governador Mangabeira, 2000.
FREIRE, R. C. Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. 2003. Disponível
em: http://200.198.41.151:8081/tribunal_contas/2003/02-sumario?next=5 Acessado em abril de
2022.
FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO. Déficit habitacional no Brasil / Fundação João Pinheiro,
Centro de Estatística e Informações. 2ª Ed. – Belo Horizonte, 2005. Projeto PNDU-BRA-
00/019 – Habitar Brasil – BID.
IAB (2010). Instituto dos Arquitetos do Brasil. Manual para implementação da assistência
técnica pública e gratuita a famílias de baixa renda para projeto e construção de habitação
de interesse social. Editora Tecnodata educacional, 2010.
IBGE (2019). Panorama Governador Mangabeira. Disponível em:
http://cidades.ibge.gov.br/ba/governador-mangabeira/panorama Acesso em 17 de abril de 2022.
KIRIST, PATRÍCIA GOMES; FONSECA, TANIA MARIA GALLI. Cartografias e devires: a
construção do presente. Porto Alegre: UFRGS, 2003.
KISHIMOTO, D. P.; OLIVEIRA, R. F.; LIMA, K. C. S. DE.; ALMEIDA, A. D. DE;
OLIVEIRA, G. A. DE; ACCIOLY, I. S.; LOPES, M. L. C. Manual do funcionamento da
Assistência Técnica à Habitação de Interesse Social. João Pessoa, 2018.
LEI Nº 11.124 de 16 de junho de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de
Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação Social – FNHIS e institui o
Conselho Gestor do FNHIS. Brasília, 2005.
LEI Nº 10.257 de 10 de junho de 2001. Estatuto da Cidade. Brasília, 2001.
LEI Nº 11.888 de 24 de dezembro de 2008. Lei de Engenharia e Arquitetura Pública. Brasília,
2008.
MINISTÉRIO DAS CIDADES, SECRETARIA NACIONAL DE HABITAÇÃO. Guia de
orientação para adesão dos estados, Distrito Federal e municípios ao Sistema Nacional de
Habitação de Interesse social – FNHIS. Abril de 2006.
MINISTÉRIO DAS CIDADES. Experiência em habitação de interesse social no Brasil.
Brasília/DF: Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação, 2007.
50

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. Programa:


Habitação de Interesse Social. Ação: Prestação de serviço de assistência técnica para
habitação de interesse social, 2009.
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Norma
Operacional Básica do Sistema Único da Assistência Social. Brasília, 2005.
MORAES, ANA PAULA DE. Limites e potêncialidades da assistência técnica pública e
gratuita para projeto, construção e melhoria da habitação popular na cidade de Viçosa,
MG. Universidade Ferderal de Viçosa, 2012.
OLIVEIRA, J.C.P.;PEDLOWSKI, M. A.; ALMEIDA, C. DO R. Políticas Municipais de
Habitação popular e a produção do espaço urbano em Campos dos Goytacazes/RJ. Rio de
Janeiro, 2009.
ORNSTEIN, S. W. Periferia paulista: da necessidade de inserção das habitações de interesse
social na malha urbana. Pós-revista do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo
da FSU/USP, v.1, n°1, p.39-48, dez de 1990.
RIBEIRO FILHO, G. B. A formação do espaço construído: Cidade e legislação urbanística
em viçosa, MG. Dissertação: Mestrado em Urbanismo. Universidade Federal do Rio de Janeiro,
UFRJ, Brasil, 1997.
RODRIGUES, ANA MAFALDA. Habitação de interesse social: inserção urbana e avaliação
pós-ocupação – Programa de HIS, Cabo Verde. Doutorado em Centro de Estudos Sociais da
Universidade de Coimbra, 2015.
ROLNIK, R. O Brasil e o habitat. In: Ângela Gordilho. (Org.). Habitar comtemporâneo:
novas questões no Brasil dos anos 90. Salvador: FAU/UFBA – Mestrado em Arquitetura e
Urbanismo, 1997.
SANTOS, J. M.; CARVALHO, A. W. B.; TRINDADE, F. C. B. Habitat – Consultório móvel
de arquitetura em Viçosa-MG. 4°Seminário Mato Grossense de Habitação de Interesse Social
(SHIS), 2011.
SCOTTON, JOSIANE ANDRÉIA. Assistência técnica para habitação de interesse social:
Reflexão a partir de duas experiências no Rio Grande do Sul. Dissertação (Mestrado) –
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2020.
51

SILVA, ANDRÉ LUIZ BARROS DA SILVA; QUEIROZ, M. A. MENEZES; EKERMAN,


SÉRGIO K. Habitação de ineteresse social para população em situação de rua. Universidade
Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 2015.
SOUZA, A.; MARESSA FONSECA E. Assistência técnica para habitação de interesse social:
Sua inserção como instrumento da política urbana em planos diretores municipais no
Brasil. São Paulo, 2020.
SPERANDIO, ANA MARIA GIROTTI; FILHO, LAURO LUIZ FRANCISCO; MATTOS,
THIAGO PEDROSA. Política de promoção da saude e planejamento urbano: articulações
para o desenvolvimento da cidade saudável. Campinas – SP, 2016.
VIDAL, FERNANDO EDMUNDO CHERMONT. Autoconstrução e o mutirão assistido como
alternativas para a produção de habitações de interesse social. Brasília – DF, 2008.
VIEIRA, ALMIR ANTÔNIO; BASTOS, THAINÁ PRANDO. Habitações para famílias de
baixa renda: estratégias de implantação de assistência pública gratuita. Universidade do
Estado de Minas Gerais – Unidade João Monlevade, 2020.

Você também pode gostar