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Globalização e Crises

Globalização e Crises

Dimensão analítica: Económica e Política


Título do trabalho: Globalização e Crises
Realizado por: Liliana Gonçalves nº17 12ºG
Filiação institucional: Escola Secundaria João de Deus
Email: a43599@aejdfaro.pt

RESUMO
O objetivo deste trabalho é demonstrar que a globalização está
relacionada diretamente com as desigualdades sociais e
consequentemente com as crises mundiais e nacionais.
Este trabalho tem em foco a crise do petróleo, da década de 70, nos
países da Europa Ocidental.

Palavras-Chave: Desigualdade Social; Globalização; Crises.

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Globalização e Crises

Índice

Resumo…………………………………………………………………………………………1
1. Introdução……………………………………………………………………………….3
2. Enquadramento teórico
2.1. Globalização: vantagens e desvantagens..............................3
2.2. Crise do petróleo (anos 70 do sec. XX)……………………………….5

3. A Globalização e a crise dos anos 70…………………………………….6


4. Conclusão……………………………………………………………………………8
5. Webgrafia……………………………………………………………………………9

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1.Introdução

A globalização é um processo económico, social, político e cultural que


envolve diferentes fatores e que afeta a nossa vida diariamente.
Esta tem contribuído para o progresso dos países por meio da realização
de viagens, do comercio, da migração, da difusão de influências culturais,
da disseminação do conhecimento e do saber científico e tecnológico, na
livre circulação de capital e da trans nacionalização de megaempresas.
Todavia será que a globalização influenciou as crises sofridas pelo mundo
inteiro?
Diante deste cenário este trabalho tem como objetivo discutir as
interferências da globalização nas crises do petróleo, sob as óticas
económica, política, social e cultural.

2.Enquadramento teórico

2.1. Globalização: vantagens e desvantagens


A globalização pode ser definida como um processo de convergência
global que aglomera fatores muito diferentes: tecnológicos, económicos,
sociais, culturais, ambientais, políticos, entre outros.
Esta tem diferentes facetas e características, por isso passo a partir de
agora para uma análise das vantagens e das desvantagens da globalização.

Vantagens:

O aumento do ritmo e frequência das trocas entre países é possível


graças às melhorias nos transportes e das tecnologias de comunicação.
Barreiras de tempo e espaço desaparecem, e sem estes obstáculos, as
empresas acedem a mercados maiores e novas oportunidades. Outra
vantagem consiste na diminuição de custos; o custo médio dos produtos
baixa e a produção pode ser descentralizada. Os produtos chegam a pontos
no mundo onde antes não parecia possível.

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Globalização também significa um aumento do comércio. Avanços


tecnológicos alteraram a forma como hoje se comunica, com acesso a
informações em poucos minutos, podendo assim, muitas pessoas
beneficiar de novas descobertas científicas ou inovações tecnológicas,
devido a um maior acesso de conhecimento e de uma divulgação facilitada.
De uma perspetiva financeira, é inegável que a globalização é benéfica.
Os investimentos são mais simples e alcançam regiões distantes. Também
permitiu o início da utilização de novos instrumentos financeiros para
empresas e até para governos, integrando diferentes sistemas bancários, e
criando um sistema bancário global.

Desvantagens da globalização

Por outro lado, pode-se referir que a globalização veio intensificar


problemas que já existiam num sistema capitalista. Alguns teóricos chegam
a afirmar que esta reforça o capitalismo e os seus valores, tentando torná-
los dominantes no mundo. Um processo que beneficia em termos
económicos os países desenvolvidos em relação aos países em
desenvolvimento, originando um sistema de dependência e subordinação.
Com o comércio livre, as multinacionais apresentam preços mais baixos
para os seus produtos, provocando a destruição ou a absorção das
empresas locais.
É inegável que o mundo de hoje está interligado muito para além das
fronteiras. Por isso, muitos culpam a globalização pela crise financeira de
2008 que começou nos Estados Unidos e que rapidamente se alastrou para
a Europa e para o resto do Mundo com consequências muito graves para as
economias. Independentemente de qualquer opinião sobre este tema, este
facto torna a tecnologia e as ferramentas digitais parte essencial do
processo e nenhuma empresa com ambições de expansão pode prescindir
de um sistema de gestão integrada, em que possa acompanhar a evolução
do negócio em tempo real, adaptando-a à nova realidade globalizada.
Para empresas pequenas e médias é importante manter alguma
flexibilidade de forma a conseguirem adaptar-se às modificações rápidas.

2.2. Crise do petróleo (anos 70 do séc. XX)

A partir dos anos 70 o mundo vive um período de crise, devido


à decadência do sistema monetário internacional, entre 1971 e 1973,
e aos choques petrolíferos, que:

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•Agravou os saldos negativos da balança comercial;……………………………..


•Arruinou os termos de troca;………………………………………………………………
•Gerou inflação;……………….….……………………………………………………………….
•Provocou quebra do rendimento real.

O primeiro “choque petrolífero” ocorreu entre 1973 e 1974,


consequência da subida do preço do petróleo decidida
pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e do
boicote, liderado pelos países árabes produtores à venda de petróleo
bruto aos países árabes que tinham apoiando Israel.
Na década de 1970 descobriu-se que o petróleo é um recurso natural não
renovável, tal descoberta fez o preço do produto alterar-se, fazendo-
o triplicar no final de 1977. A OPEP já vinha diminuindo a oferta de petróleo
desde a sua criação para alcançar os objetivos que tinha traçado, fazendo
subir os preços pagos pelas economias ocidentais, que tinham crescido
graças ao baixo preço do petróleo. …………………………………………………………….
… Em apenas cinco meses, entre outubro de 1973 e março de 1974, o preço
do petróleo aumentou 400%, causando reflexos poderosos nos Estados
Unidos (um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mas a necessi-
tarem de muito mais do que produzem) e na Europa e desestabilizando a
economia para o mundo inteiro. …………………………….
Mas o choque vem mesmo em 1973, por motivações políticas.
Literalmente, o petróleo árabe é como uma arma contra o mundo
ocidental, principalmente os Estados Unidos e países europeus. As
retaliações causam pânico global: em 16 de outubro, as vendas para os
EUA, maiores importadores mundiais, e para a Europa são embargadas; a
produção sofre uma grande redução em tempos de alta procura, forçando
o preço do barril a subir cerca de 400% em três meses, de US$ 2,90, em
outubro de 1973, para US$ 11,65, em janeiro do ano seguinte.
Inclusivamente o governo norte-americano controla firmemente o preço
da gasolina vendida no país. Imagens de motoristas em longas filas ilustram
dramaticamente a extensão do problema.

3.A Globalização e a crise dos anos 70

O caso do petróleo mostrado acima lembra que através da globalização


os produtos podem ser produzidos e consumidos em qualquer parte do

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mundo, o que nos remete imediatamente para uma conotação positiva;


será que a globalização é sempre algo de positivo?
Posso adiantar logo que a resposta a esta questão, infelizmente, é não!
Como em quase tudo existente na nossa vida, a globalização tem aspetos
positivos e negativos, e onde podemos verificar o mesmo é na crise
anteriormente referida, a crise dos anos 70.
O uso do petróleo, como arma de guerra, teve consequências dramáticas
para a economia de quem dela dependia.
A Europa e o Japão consumiam principalmente petróleo vindo do Médio
Oriente (80% e 90% respetivamente).
Quando os árabes iniciaram o bloqueio do petróleo, reduzindo a
produção até o limite oficial de 15% com variações de um produtor para o
outro, os europeus foram obrigados a racionar combustível, impondo a
proibição da circulação de veículos em dias definidos da semana.
Os japoneses fizeram reduções drásticas de consumo de energia,
afetando a produção das suas indústrias.
Se não houvesse globalização contar-se-ia a história da mesma maneira?
A crise atingiu os países em desenvolvimento, considerados “amigos”
pelos árabes, de forma muito vincada, pois utilizavam o petróleo como
fonte de energia barata, tendo o seu valor aumentado bruscamente,
ficando à mercê dos produtores.
O principal objetivo do bloqueio era atingir os Estados Unidos da América,
que não teve o efeito desejado uma vez que, este era menos dependente
do petróleo árabe e tomou medidas cautela relativas às reservas que
possuíam e ao consumo.
Quando e porquê foi o bloqueio suspenso aos norte-americanos?
O bloqueio aos norte-americanos foi suspenso em março de 1974. Um
mês antes, Irão e Arábia Saudita, principais aliados árabes dos Estados
Unidos, receberam uma considerável quantidade de aviões de guerra
norte-americanos.
As companhias petrolíferas, conhecidas por “Sete Irmãs” (BP, Esso, Shell
etc.), tiveram grandes lucros com a crise.
Por que razão as “Sete Irmãs” eram as únicas com condições de controlar
o mercado?.....................................................................................................
Eram as únicas empresas com capacidade de fazer as maiores propostas
no mercado do petróleo; devido à sua união, dominavam a produção e o
transporte do produto árabe, vendendo-o por preços exorbitantes aos
consumidores, tendo atingindo um aumento nos seus lucros de 159 %.
O aumento abrupto e excessivo nos preços do petróleo enriqueceu
muitos países árabes, que viram a renda per capita subir para os 5 mil

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dólares anuais. …………………………………………………………………………………………..


A crise do petróleo de 1973 afetou o mundo inteiro. As consequências,
em princípio nefastas para a economia do mundo, foram, ao longo do
tempo, benéficas e positivas. Foi a partir dela que se teve a consciência da
dependência que a economia mundial tinha do petróleo, da fragilidade
dessa dependência, e da necessidade de investir noutras fontes de energia.
Desta forma vê-se a relação causa-efeito que a globalização pode ter, sendo
a causa a crise e o efeito a consciencialização por parte dos países não
produtores da necessidade de investimento noutras fontes de energia
(principalmente renováveis)...........................................................................
Consequentemente a busca de novas fontes de energia no mundo, fez
com que permanecessem as diferenças económicas entre países ricos e
pobres, fomentando um quadro de desigualdade na aproximação a um
mundo mais sustentável. Não solucionou o conflito entre árabes e
israelitas, que continuam a travar revoltas e guerras na região, ceifando
milhares de vidas.
Após 1973, o mundo testemunharia mais duas grandes crises do
petróleo, que continuou a ser usado como arma política: a de 1979,
originada pela deposição do Xá Reza Pahlavi e a Revolução Islâmica, no Irão;
e, a de 1991, desencadeada pela Guerra do Golfo.
O petróleo continua a ser um grande fornecedor de energia, conseguindo
movimentar a economia mundial. Os esforços para substituí-lo por outras
fontes exigiram investimentos em estudos, com o objetivo de oferecer
alternativas, quando o ouro negro se esgotar. Esta consciência só foi
possível graças à crise de 1973 e às suas consequências históricas, que
marcaram os últimos anos do século XX.

4.Conclusão
Concluindo, a globalização dos mercados, assente em melhores
transportes e numa economia digital, pode ser muito perigosa, devido à
excessiva interdependência criada entre países, produtores e
consumidores. Veja-se o caso das indústrias pesadas e de base ocidentais,
que migraram na quase totalidade para a China e que representaram um
problema acrescido, na época da pandemia (COVID), com a total
dependência de uma economia que se fechou ao mundo.
A globalização também não era possível sem a potência energética do
petróleo, pois é através desta que os meios de transporte se movimentam.
Embora a crise dos anos 70, gerada com o principal objetivo de afetar os
Estados Unidos, não conseguiu o seu propósito, pois estes já tinham criado

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medidas preventivas para manter as reservas que possuíam. Isto


representa mais uma vez um exemplo da globalização, pois não foram os
Estado Unidos a sofrer, mas sim o resto do mundo, como é o caso de
Portugal que sofreu muito neste período.
Assim a globalização pode ser muito benéfica, mas também muito
perigosa e todos os países deviam tomar medidas cautelosas sobre o
mesmo e investir mais no seu próprio país.

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5.Webgrafia

https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$globalizacao-e-crises-financeiras
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$crise-do-petroleo-(anos-70-do-sec.-xx)
https://www.sage.com/pt-pt/blog/globalizacao-vantagens-desvantagens/
https://virtualia.blogs.sapo.pt/43321.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Crises_do_petr%C3%B3leo

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