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Controle de Plantas Daninhas TESE UFLA
Controle de Plantas Daninhas TESE UFLA
Departamento de Agricultura
Setor Plantas Daninhas
Caixa Postal 37
37200-000, Lavras, MG
- Semestre 02/2009 -
INDICE
Conteúdo Página
Sinonímia:
Planta daninha - "daninha" é atributo humano = vontade de agir com daninhesa.
Mato - termo usado por profissionais do Paraná e São Paulo. Termo mais popular.
Pode significar pequena floresta.
Erva daninha - não engloba todas as espécies. Nem todas são herbáceas.
Planta infestante - pode não causar danos, o que significa um novo conceito.
Planta invasora - a maioria das vezes não é ela que invade, mas sim o homem.
Invasora - bastante geral e muito usado. Porém, mesmo comentário da anterior.
Erva má - pouco usado e dependendo do local ou situação pode não ser má.
Inço - arroz, Rio Grande do Sul.
Juquira - Pastagem.
Planta espontânea (conceito ecológico).
a) Custos mais elevados. Têm que serem controladas às vezes a custos elevados.
b) Valor da terra decresce (devido a sua presença)
c) Custo de colheita elevado
d) Cultura danificada pelo cultivo
e) Estrutura do solo destruída
3. Custo mais elevado de proteção contra insetos e doenças
a) Abrigo de pragas e doenças
b) Migração da praga para a cultura após o final do ciclo da planta daninha.
4. Qualidade de produto mais baixa
a) Sementes de plantas daninhas
b) Restos vegetais de planta daninha em feno e algodão
c) Odor de planta daninha no leite
d) Sementes de plantas daninhas na lã
e) Plantas daninhas tóxicas diminui crescimento
f) Aumenta teor de umidade das sementes colhidas
5. Manejo da água
a) Problemas para irrigação e drenagem
b) Recreação e pesca
c) Odor e sabor em suprimentos de água
6. Saúde do homem
a) Irritação da pele – urtiga
b) Tóxica – cuscuta, mamona
c) Alergia – semente de capim gordura
Espécie Ambiente
Guanxuma Subsolo compactado ou solo superficial erodido. Em solo fértil
fica viçosa. Solo pobre fica pequena.
Nabiça Carência de boro e manganês. A presença da aveia quebra a
dormência da nabiça
Picão branco Solo com excesso de nitrogênio e deficiente em micronutrientes.
É beneficiado pela presença de cobre.
Picão preto Indica solos de média fertilidade. Solos muito remexidos e
desequilibrados
Samambaia Altos teores de alumínio. Reduz com calagem. As queimadas
fazem voltar o alumínio ao solo e proporciona um retorno
vigoroso da samambaia.
Amendoim bravo Desequilíbrio entre nitrogênio e micronutrientes, sobretudo
molibdênio e cobre.
Capim barba de bode Fogo, solo pobre em fósforo, cálcio, potássio e com pouca água.
Beldroega Solo fértil, não prejudicam as lavouras, protegem o solo.
Capim amargoso Aparece em lavouras abandonadas ou em pastagens nas manchas
úmidas, onde a água foi estagnada após as chuvas.
Capim carrapicho Indica solos decaídos, erodidos e compactados. Pastagens
pisoteadas.
Capim marmelada Típica de solos constantemente arados, gradeados, com
deficiência de zinco. Desaparece com o plantio do centeio, aveia
preta e ervilhaca. Não prejudica o milho se este levar uma
vantagem de 40 cm. Regride com a adubação corretiva de fósforo
e cálcio.
Capim rabo de burro Típico de terras abandonadas. Indica solos ácidos com baixo teor
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Espécie Ambiente
Carqueja Solo pobre compactado osuperficialmente,
pobre em molibdênio, que retem água
Carrapicho de carneiro Solo deficiente em cálcio
Grama seda Solo compactado
Podem ser:
3.a. Aquáticas marginais (ou de talude) - são terrestres que ocorrem às margens de rios,
lagoas, represas, etc. Exemplos: tiririca, capim fino (Brachiaria purpurascens)
3.b. Aquáticas flutuantes - ocorrem livremente nas superfícies da água, com as
folhas fora da água e as raízes submersas. Ex. aguapé (Eichornia crassipes).
3.c. Aquáticas submersas livres - vivem inteiramente abaixo do nível da água. Ex.
algas
3.d. Aquáticas submersas ancoradas - submersas com as raízes presas ao fundo. Ex.
elódea (Egeria densa).
3.e. Aquáticas emergentes - possuem as folhas na superfície da água e as raízes
ancoradas no fundo. Ex. taboa (Typha angustifolia).
4. Plantas daninhas de ambiente indiferente
Vivem tanto dentro como fora da água. Exemplo: capim arroz (Echinochloa spp).
5. Plantas daninhas parasitas
Vivem sobre outras plantas e vivendo às custas delas. Exemplos: cipo chumbo
(Cuscuta racemosa), erva de passarinho (Phoradendrum rubrum)
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Dormência Quebra de Germinação
Primária Dormência
1 4
2
Dormência Inibição de
Secundária Germinação
2
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CICLO DE DORMÊNCIA
Banco de sementes:
A quantidade de sementes no solo, também denominado de “banco de sementes”,
pode-se consistir de milhares (10-100) de sementes por m2 e é a fonte de sementes para as
futuras infestações. A maioria das sementes de plantas daninhas estão localizadas na camada
de 0-6 cm do solo, podendo ir até aos 15 a 20 cm. Existem técnicas de determinação do banco
de sementes que constituem de processos mecânicos e químicos.
Existem dois tipos de bancos de sementes: transiente e persistente.
O transiente são sementes que permanecem viáveis e germinam em 1 ano apenas.
O persistente contém sementes que não germinam no 1o ano porque muitas delas estão
na dormência primária ou secundária. Estas estão mais aprofundadas no solo e constituem a
principal fonte de futuras infestações. Algumas podem permanecer em dormência por até 20
anos em solos trabalhados. O banco de sementes persistente pode ser de curto prazo (<8 anos)
e de longo prazo (>8 anos).
O banco de sementes é constituído principalmente por anuais que representam 95% e
as perenes, bienuais e outras, o restante (Thompson, 1992)
Quando se fala em espécies dominantes em uma área, estas representam pelo menos
80% do banco de sementes (Barralis et al., 1988)
Vários fatores podem afetar o banco de sementes no solo.
1. Fatores que diminuem
1.1 Germinação (emissão de radícula), seguida pela emergência: é a causa primeira
da diminuição do banco de sementes do solo. Portanto, o cultivo que estimula germinação
reduz o banco de sementes.
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Germinação:
Processo fisiológico da semente que emite radícula e caulículo.
Apesar do arsenal de químicos que atuam sobre as sementes elas ainda sobrevivem.
Isto é a causa da perpetuação do germoplasma original para manter a regeneração da espécie
de forma indefinida.
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O uso de herbicidas para eliminar plantas daninhas anuais antes que elas produzem
sementes é importante, principalmente em áreas onde não se revolve o solo, pois sementes
profundas não germinam por muitos anos.
5. Luz: algumas sementes germinam melhor sob condições de luz, outras de escuro.
Além da presença ou ausência de luz, a duração e qualidade (espectro) também influencia a
germinação. Tudo isto, varia de espécie para espécie e entre sementes de plantas daninhas
existem muito pouco estudos a respeito. Hoje na Inglaterra tem-se iniciado mais trabalhos com
luz associada a umidade sobre germinação de sementes de plantas daninhas.
Dormência:
Dormência é crucial à sobrevivência da espécie e como conseqüência causa sérios
problemas na estratégia de controle.
Todos esses fatores que estimulam a germinação, quando em concentrações não
favoráveis provocam a dormência da semente. Até agora, foram citados fatores ambientais
mas, várias outras características intrínsecas à semente também são responsáveis pela
dormência como: presença, em altas concentrações, de inibidores de germinação, embrião
imaturo, tegumento da semente impermeável.
Dormência é considerada como o retardamento do início da germinação por causas
externas e internas anteriormente comentadas.
A dormência pode ser: primária, que é aquela causada por fatores intrínsicos como
tegumento impermeável, inibidores internos de germinação, etc: secundária, que é aquela
causada por fatores extrínsicos como baixa luz, baixa umidade, etc.
Na dormência secundária, significa que a semente já esteve pronta para germinar
(dormência primária quebrada) mas, por causas externas ela entrou novamente em dormência e
agora necessita de ter a dormência quebrada novamente para germinar. Isto é diferente da
quiescência o que significa que a semente já esteve também pronta para germinar e devido aos
mesmos fatores externos ela não germina. A diferença reside no fato de que assim que estes
fatores voltarem ao normal ela germina imediatamente sem necessidade de nova quebra de
dormência.
Em resumo:
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Competição
É a remoção ou redução de um fator do meio, essencial ao crescimento. Competição
é um componente de interferência, que divide em:
Competição - remoção de fatores essenciais ao crescimento.
Alelopatia - adição de inibidores de crescimento.
Alelomediação – adição de inibidores que alteram o meio que por sua vez inibem o
crescimento.
Para se estudar competição, deve-se levar em consideração alguns fatores, tais como:
Espécie da Planta Daninha, distribuição na área, duração da competição, densidade de
infestação, espécie da cultura e estágio de desenvolvimento.
1. Espécie da Cultura:
Crescimento oinical rápido – mais competitiva
Dossel maior – mais competitiva
Menos exigente a fatores de crescimento – mais competitiva.
2. Espécie de planta daninha
% Redução produção
Carurú 0
Guanxuma 25
Corda de viola 40
3. Distribuição na área
Infestação concentrada em um ponto x mesma infestação distribuída na área.
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Haverá maior perda numa área pequena x baixa ou nenhuma perda em toda a área. Ou,
infestação concentrada na linha é mais competitiva do que na entrelinha.
4. Duração da competição
Período crítico de competição. O efeito da duração da competição das plantas daninhas
sobre a produção tende a seguir a curva abaixo:
4000
3500
3000
2000
1500
500
0 10 20 30 40 50 60
Esta curva, após a aplicação de uma regressão nos dados, sempre mostra uma curva sigmoide
ascendente para períodos sem plantas daninhas e uma descendente para períodos com plantas
daninhas, como segue:
4500
4000
3500
Produção de grãos (kg/ha)
3000
2500
2000
1500
500
0 10 20 30 40 50 60
daninhas não afeta mais a produção. Ou, o ponto onde se deve iniciar a capina e o ponto onde
se pode parar a capina.
5. Densidade
A densidade das plantas daninhas nas culturas, afeta sua produtividade de maneira
conforme curva sigmoide a seguir:
Produtividade
Densidade
Dentre os danos causados, a diminuição no rendimento continua sendo um dos mais
importantes. Normalmente as plantas competem entre elas por: nutrientes, água, luz, espaço,
sendo que a competição pode ser tanto interespecífica como intraespecífica.
A medida que aumenta a densidade vai havendo um aumento de peso seco das palhas mas,
até 100 kg/ha. Depois, decresce.
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6. Espécie da cultura – cada espécie tem sua própria capacidade de competição. Exemplo
aquela espécie que tem uma capacidade de desenvolvimento inicial rápida tem maior
capacidade competitiva ou aquela com grande quantidade de área foliar tem maior capacidade
de sombreamento.
7. Estágio de desenvolvimento da planta daninha e da cultura – plantas no estágio de
desenvolvimento juvenil apresentam menor capacidade de competição.
Competição por nutrientes:
As plantas daninhas consomem grandes quantidades de nutrientes. Ex.: carurú
(Amaranthus viridis) consome 54 kg/ha de K e guanxuma (Sida sp) 2 kg, em cafezal
plantado num latossolo vermelho escuro.
Competição pela água:
Necessitam de grande quantidade de água para produzirem 1 kg de matéria seca.
Estudos indicam que esta quantidade varia entre 110-450 kg. Ex.: ambrosia (Ambrosia
arthemisifolia) consome 3 vezes mais água do que o milho (Zea mays L).
Competição pela luz:
Relativa falta de luz para certas plantas reduzem grandemente a fotossíntese,
tornando-as as vezes estioladas. Algumas são mais eficientes não dependendo de muita luz.
Competição por espaço:
As plantas daninhas invadem espaços de outras plantas podendo limitar
grandemente seu desenvolvimento. Não se trata de competição por nutrientes ou água. As
raízes necessitam de espaço para crescerem ou então vão limitar o crescimento da parte aérea
através de um processo de compensação entre as duas partes.
MEDIDAS DE MANEJO
Medidas Preventivas
Esta é uma prática considerada ideal. Estes métodos visam evitar a infestação e a
reinfestação, das plantas daninhas, nas áreas em que são economicamente indesejáveis.
1 - Evitar infestação
Evitar a introdução voluntária ou involuntária de uma espécie estranha.
Ex.: Introdução voluntária: a) capim massambará como forrageira na Carolina do Sul,
(EUA). b) aguapé como ornamental na Flórida (EUA). c) Tiririca junto com esterco
em jardins. d) Destruição das plantas daninhas de áreas adjacentes. E) Manejo adequado da
água para evitar que esta se torne veículo de disseminação; ex. canais de drenagem, canais de
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Medidas de Erradicação
Processo difícil de se conseguir uma vez uma espécie instalada na área. É sempre dito
que “torna-se mais fácil evitar a entrada de uma espécie na área do que tentar erradicá-la”.
Porém, introdução através de pássaros, vento, etc é inevitável.
Medidas de Controle
Controle cultural, controle biológico, controle químico, controle mecânico, controle
físico, integração de métodos.
Controle Cultural
Utiliza-se as próprias características ecológicas e biológicas das culturas e das
plantas daninhas de modo que as primeiras levem vantagem.
1. Escolha de variedades bem adaptadas e competitivas.
Variedades mal adaptadas às condições edafo-climáticas se tornam enfraquecidas,
mais vulneráveis a ação de pragas, doenças e plantas daninhas. Existem variedades de
culturas com maior capacidade de competição como: a) ciclo mais curto - se desenvolvem
rapidamente, saindo na frente das plantas daninhas; b) porte mais alto - competindo mais em
luz; c) mais resistente à pH, Al+++ e baixos teores de nutrientes - com bom desenvolvimento
mesmo sob tais condições
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Esta ciência pode ser considerada como um controle cultural, uma vez que se trata de
um tipo de associação de plantas na mesma área. Isto é semelhante a uma consorciação onde
se tem duas espécies porém, uma com a finalidade de controlar outra, ou seja, uma espécie
daninha ou cultivada para controlar uma daninha.
Controle Biológico
Conceito
É a ação de uma população de organismos parasitas, predadores ou patógenos,
mantendo outra população de organismos a um nível mais baixo do que aquele em que
ocorreria naturalmente. O objetivo do c.b. é manter população de planta daninha a um nível
que não causa danos econômicos. Para seu sucesso é necessário a permanência de um
pequeno número de hospedeiros para manter a presença de inimigos naturais (agentes
biológicos), quando se tratar da tática clássica de controle biológico.
N.D.E.
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Hospedeiro
Tempo
Tática Clássica - uso de inimigo natural trazido de uma área geográfica, normalmente
da origem do hospedeiro, e introduzido em outra área, onde o hospedeiro está se tornando um
problema. Mais adaptado para plantas perenes (pomares e pastagens) e aquáticas.
Tática dos Bioherbicidas - o agente de controle (ou agente biológico) é inoculado de
forma maciça, semelhante à aplicação de herbicidas sintéticos. Ex. Collego: Colletotrichum
gloeosporioides var. aeschynomene, controla Aeschynomene virginica (Angiquinho) em arroz
e soja. DeVine: Phytophtora palmivora - controla Merremia odorata (corda de viola) em
citrus.
Os bioherbicidas podem ser aplicados de duas formas:
Processo inundativo – quando se aplica todo o agente e espera um controle
eficiente com uma única aplicação.
Processo aumentativo – quando se aplica em quantidades menores de forma
seqüencial. Ex: Cyperus esculentus - Puccinia canaliculata (Biosedge). O inóculo de plantas
infectadas é concentrado e reaplicado.
Alguns exemplos de bioherbicidas (micoherbicidas):
Fusarium solani, curcubitae
Cercospora rodmanii
Phytophtora palmivora (DeVine)
Colletotricum gloeosporioides, aeschynomene (Collego)
Colletotricum gloeosporioides, malvae (BioMall)
Alternaria cassiae (CASST)
Puccinia caniculata (Biosedge)
Colletotricum orbiculare
Cephalosporium diopyri
Colletotricum gloeosporioides, cuscutae (Luboa)
Colletotricum gloeosporioides, jussiaea
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_________________________________________________________________
Fungos para matar plantas – até então a ciência se preocupava em destruir fungo que
matava planta (fitopatologia) e neste caso seria cultivar o fungo para matar a planta.
Formulação e sistemas de aplicação – devem ser especiais, pois em muitos casos o
manuseio é de organismos vivos.
Balanço hospedeiro X patógeno – dar condições ao patógeno em detrimento ao
hospedeiro, ao contrário da fitopatologia onde deve-se dar condições ideais para a planta em
detrimento ao patógeno.
Alelopatia como controle biológico – neste caso, como no caso de controle cultural, pode-se
considerar alelopatia como um controle biológico, uma vez que existe um agente de controle
(no caso uma espécie de planta) e um indivíduo a ser controlado (uma espécie daninha). Este
último evidentemente não é um hospedeiro mas, é um indivíduo que deverá ser controlado por
um agente.
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Controle Químico
O controle químico das plantas daninhas é uma técnica muito importante, porém,
para se obter o máximo de controle, deve-se utilizar uma combinação de dois ou mais
métodos.
Os equipamentos de aplicação dos herbicidas podem ser: costais, tratorizados, aéreos
Os pulverizadores costais podem ser utilizados para aplicações de pós-
emergência (POS), em áreas que apresentam manchas de infestação isoladas e bem
espalhadas. Chama-se catação a esta prática, a qual é muito utilizada, especialmente por sua
economicidade e preservação do meio ambiente
Impacto
secagem, reflexão
retenção, espalhamento
Depósito
redistribuição no interior
intempéries internas
Movimento para dentro
absorção, adsorção, degradação
Movimento dentro
atividade
Efeito biológico
O herbicida é aplicado sobre o alvo (planta ou solo), e neste processo pode sofrer
deriva ou ser interceptado por agentes não alvos (outras plantas, partículas do ar, etc). Uma vez
atingindo o alvo pode sofrer evaporação. Depois, pode ainda sofrer secagem, ser refletido no
momento do impacto, além de poder ser retido e/ou espalhado sobre o alvo. No processo de
movimento para dentro da planta (absorção) ou do solo, ele pode ser redistribuído no interior
ou sofrer ações das intempéries internas. No interior do alvo, pode sofrer absorção por
organelas não alvos, serem adsorvidos, ou serem degradados. Após todas estas perdas, parte do
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produto, chega à reação bioquímica ou biofísica de interesse e exerce seu papel que é seu
efeito biológico.
Convencional Integrado
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Objetivo Específico Controlar 100% a planta daninha das Manter planta daninha a nível abaixo
culturas da competitividade
Métodos Uso de um ou dois métodos mais fáceis Relação dinâmica entre p.d. X cultura;
e efetivos para a cultura Balanço do melhor método para o
sistema agrícola.
Emprego de cultivos convencionais; Emprego de cultivo mínimo;
Emprego de dose completa de Emprego de práticas agrícolas para
Ação herbicida aumentar habilidade competitiva
Quase perfeita eliminação de Redução de pressão de planta daninha
Meta pl.daninha Ótima lucratividade agrícola
Alta produção
Aplicação Aplicação total Necessita adaptação para locais
específicos
Conceito:
Alelopatia se refere à interações bioquímicas entre todo tipo de planta, incluindo
microorganismos. Isto inclui: ação inibitória e ação estimulatória.
O termo alelopatia foi primeiro descrito por Molish em 1937. Porém, a observação de
alelopatia na agricultura data do século V a. C.
Hoje o termo alelopatia que é derivado do grego se refere à " efeito detrimental entre
dois indivíduos" (de um sobre o outro) tem outro sentido, podendo ser inibitório ou
estimulatório.
Os seres vivos vivem em comunidades dinâmicas cuja constituição é definida por
fatores físicos, químicos, e por interações que entre eles se estabelecem.
Estas interações se desencadeiam entre os indivíduos da comunidade que é dado o
nome de Interferência. Este têrmo é diferenciado em:
Alelospolia - ou competição, retiram do meio elementos tais como água, nutrientes e
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luz, baixando o seu teor a níveis que prejudicam o desenvolvimento normal de outros
componentes da comunidade.
Alelopatia - introdução de substâncias químicas por eles elaboradas que afetam
outros componentes da comunidade.
Alelomediação - ou interferência indireta, que alteram o ambiente físico ou biológico
com reflexos nos elementos da comunidade.
As substâncias químicas liberadas no meio (substâncias alelopáticas) são também
denominadas de aleloquímicos.
Em relação aos químicos entre agentes doador (que libera as substâncias) e receptor
(que é afetado pelas substâncias), aparecem os termos apropriados:
Antibiótico - para as substâncias produzidas por microorganismos e que afetam
outros microorganismos.
Marasminos - produzidas pelas plantas superiores e que afetam microorganismos.
Fitoncidas - elaboradas pelos microorganismos e que afetam plantas superiores.
Colinos - elaboradas por plantas superiores e que afetam plantas superiores.
colinos
PLANTAS SUPERIORES PLANTAS SUPERIORES
fitoncidas marasminos
antibióticos
MICROORGANISMOS MICROORGANISMOS
Alelopatia na agricultura
Exemplos:
1. Palha de trigo em decomposição - afeta crescimento de várias plantas.
2. Extratos aquosos de palha de arroz - afeta crescimento do arroz. Máximo efeito ocorre no
1º mês de decomposição.
3. Palhas de arroz em decomposição - inibem crescimento de Rhizobium (responsável pela
fixação do N), prejudicando desenvolvimento da soja plantada após o arroz.
4. Extrato aquoso de sorgo - inibe crescimento de sorgo em solo arenoso, mas não em solo
argiloso.
5. Adição de Aspergillus ou Trichoderma viride eliminaram o efeito do extrato aquoso.
Conclusão: microflora do solo pode detoxificar certos aleloquímicos (veja ítens 4 e 5)
6. Estímulo de crescimento: Alfafa picada no solo estimula crescimento de tomate. Produto =
triacontanol.
Outros exemplos de ordem prática:
1. Palhas ou a própria planta de centeio controla com eficiência as espécies picão preto e
picão branco, infestantes da soja plantada em sucessão. Isso basicamente devido ao
produto BOA (benzoxazolinona) contido no centeio.
2. A planta de sorgo plantada anteriormente à soja, pode causar problemas sobre a soja
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porém, controla algumas espécies de plantas daninhas, como picão branco, poaia. Isto
devido ao produto denominado sorgoleone.
3. A casca de café se retornada à lavoura poderá reduzir a vida útil do cafeeiro em função do
acúmulo de cafeína do solo com o passar do tempo.
4. Injúria na alface causada por sorgo:
belodroega
corda de violo
apaga fogo
5
caruru
# pl sorgo/m2
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Mei
Meio ambiente Aleloquímico
Efeito no crescimento
Não existe nenhuma equação simples que explique a ação de um aleloquímico que
causa inibição de crescimento de plantas. São vários compostos atuando nas mais diversas
reações da planta que fatalmente agem em conjunto sobre várias reações ao mesmo tempo.
Com isto, torna-se difícil identificar o principal ou único mecanismo de ação de um
aleloquímico.
HERBICIDAS
Introdução
Herbicidas - são compostos químicos que quando aplicados às plantas em
concentrações convenientes, tanto sobre as folhas como na parte subterrânea, matam ou
inibem o seu crescimento normal.
O uso de herbicidas deve visar: controle eficiente das plantas daninhas, mínimo de
fitotoxicidade sobre a cultura, mínimo de agressividade ao meio ambiente, mínimo de
toxicidade aos animais e ser econômico.
Grupos mais modernos de herbicidas como imidazolinonas e sulfoniluréias são
aplicados em doses reduzidas, normalmente menos que 150 g/ha. Apresentam a grande
vantagem de agredir menos o meio ambiente porém, o agricultor está mais sujeito a insucesso
devido ao fato de que pequenos erros podem levar ao prejuízo de não controle (erro para
menos na dose) ou dano à cultura (erro para mais na dose).
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contato.
De translocação - também chamados "sistêmicos", são aqueles que aplicados à
planta em um determinado ponto, são absorvidos e translocados, indo exercer sua ação
fitotóxica em locais distantes do ponto de aplicação. São ainda classificados em:
1. de translocação apoplástica - quando aplicados às raízes, e se transportados
via xilema, até as folhas. Ex.: diuron.
2. de translocação simplástica - são os aplicados às partes verdes (folhas,
ramos novos) entram e se translocam para as demais partes das planta. Ex.: clethodin.
3. de translocação apo-simplástica - são aqueles que tanto translocam no
apoplasto como no simplasto. Quando translocam no simplasto (juntamente com a seiva
orgânica) chegam às raízes e podem ser reabsorvidos translocando apoplasticamente. Ex.:
dalapon.
4. de translocação simplástica restrita - são aqueles predominantemente de
translocação simplástica mas, por motivos diversos (alta toxicidade do produto, alteração do
pH do floema, etc.) saem do simplasto e seguem apoplasticamente junto com a corrente
transpiratória.
Ex.: 2,4-D
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atravessa membrana
COOH COOH
COO-
COO- não atravessa membrana
2. Aplicação ao canal de irrigação - neste caso usa-se a própria água de irrigação para
controlar as invasoras de uma cultura inundada. Ex.. pinga-pinga
3. "benzedura" - usa-se a própria embalagem ou outro recipiente e através jatos
descontínuos, aplica o produto na água de inundação.
4. Pulverização sobre a água - semelhante ao tratamento de canal, porém, pulveriza-se
sobre a água já na lavoura, com o auxílio de um barco no caso de lagos mais profundos.
5. Aplicação aérea (por avião).
Grupo químico:
51
COOH
52
A-O -O-C-C
COOH
53
A = aril
Exemplo: fluazifop (Fusilade), haloxyfop (Verdict), propaquizafop (Shogun)
Época de aplicação: pós-emergência
Absorção: foliar
Translocação: apo-simplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibe síntese de lipídeos
Grupo químico: Carbamatos
O
R-C
N-R
Exemplo: asulam (Asulox)
Época de aplicação - pós-emergência
Absorção - foliar
Translocação - simplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibe crescimento celular (destrui fusos)
Grupo químico: Ciclohexenonas
O
H2N
O2N NO
2
+N N+
O O
N
O
N NH
CH3
O
Exemplo: clomazone (Gamit)
Época de aplicação: pré-emergência
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibem síntese de carotenóides
NHSO 2
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica
Modo de ação - inibem síntese de a.a. alifáticos
N-C-N-SO
2
Exemplo: chlorimuron (Classic), halosulfuron (Sempra),
nicosulfuron (Sanson), pirasosulfuron (Sirius)
Época de aplicação: pós-emergência
Absorção: radicular, foliar
Translocação: apo-simplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibem síntese de a.a. alifáticos
N
S
N
Exemplo: bentazon (Basagran), dazomet (Basamid)
Época de aplicação: pós-emergência
Absorção: foliar (bentazon), radicular (dazomet)
Translocação: reduzida (de contato)
Modo de ação - inibem fotossíntese
57
N
Exemplo: metribuzin (Sencor)
Época de aplicação: pré-emergência
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibem fotossíntese
N N
2) metiltiotriazina
N SCH 3
N N
3) metoxitriazina
N OCH 3
N N
Exemplo: 1) simazine (Gesatop) 2) ametryn (Gesapax) 3) prometone (Primatol)
Época de aplicação: 1) Pré-emergência, 2) Pré-emergência, 3) Pré-emergência
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibem fotossíntese
58
O
Exemplo: bromacil (Hyvar), terbacil (Sinbar)
Época de aplicação: pré-emergência
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica (sistêmico)
Modo de ação - inibem fotossíntese
N-C-N
Exemplo: diuron (Karmex)
Época de aplicação: pré-emergência
Absorção: radicular
Translocação: apoplástica
Modo de ação - inibem fotossíntese
camadas do solo.
Assim deve-se dispor do herbicida no local adequado do perfil do solo, na ocasião
apropriada. Os herbicidas penetram no perfil do solo até sua posição apropriada, juntamente
com a chuva, irrigação, por incorporação mecânica ou ainda por difusão gasosa.
1. Incorporação mecânica: a incorporação mecânica implica em muitas variáveis
que podem acarretar numa distribuição desigual (equipamento inadequado, discos
regulados de forma inconveniente, velocidade de incorporação inadequada, etc.). Mesmo
para este sistema o produto ainda depende de alguma umidade para se integrarem na
solução do solo e serem absorvidos.
2. Movimento pela água: o movimento do herbicida pela água da chuva, depende do
índice pluviométrico, da solubilidade do produto em água, e da relação de adsorção
do solo/herbicida. Um herbicida com alta solubilidade (ex. metribuzin) requer
menor precipitação para penetrar o perfil do solo. O tempo de ocorrência das
chuvas é também importante para colocar o herbicida na localização adequada
para que possa controlar espécies de sementes mais profundas que germinam mais
tarde.
3. Movimento em forma de vapor: alguns herbicidas também se movimentam nos
poros do solo como gases (ex. EPTC).
O movimento dos herbicidas no solo pode ir além das zonas de concentração de
sementes: os teores de argila e matéria orgânica do solo são de suma importância para o
movimento dos herbicidas, tanto dentro da zona de concentração de sementes como para fora
desta.
Se perdem por: 1 - lixiviação, volatilização, percolação, lavagem horizontal
(movimento), 2 - fotodecomposição, degradação química, degradação microbiana e
absorção pelas plantas resistentes (degradação) e, 3 - adsorsão por coloides do solo
(inativação).
1. Movimento
1.1. Lixiviação
O movimento por lixiviação para fora da zona de maior concentração de sementes
depende de vários fatores: relação de adsorsão entre o solo e o herbicida, solubilidade do
herbicida em água e quantidade desta água.
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1.2. Volatilização
O movimento por volatilização também depende da relação de adsorsão entre o
produto e o solo e pressão de vapor do herbicida. Este movimento de volatilização pode ser
tanto na forma de gases (alta pressão de vapor) e neste caso, o solo seco favorece a
volatilização. Também o movimento de codestilação, junto com a água em evaporação, pode
acontecer e neste caso depende de maior umidade e alta temperatura. Exemplo deste
último caso é a atrazine (com baixa pressão de vapor) e ainda se perde juntamente com a
água do solo em evaporação.
1.3. Percolação
Produtos são facilmente perdidos para as camadas mais profundas através de
macroporos do solo, juntamente com a água ou não. Em solos onde se pratica o sistema de
plantio direto, com alta concentração de minhocas, este processo de movimento de
herbicidas se torna mais importante.
1.4. Lavagem Horizontal
Em solos sujeitos à erosão laminar ou em solos onde o uso de herbicidas de pré-
emergência são usados por longo tempo, criando um filme impermeável à água, este
movimento é mais acentuado.
Normalmente o problema do movimento horizontal se agrava se acontecer próximo às
fontes de água.
2. Degradação
Vários fatores de solo e planta são responsáveis pela degradação de herbicidas
aplicados ao solo:
2.1. Fotodecomposição
Decomposição pela luz tem sido observado para muitos herbicidas (ex.
trifluralin). Este processo começa quando uma molécula absorve energia luminosa; isto
causa excitação eletrônica e pode resultar em quebra da molécula ou reações químicas.
Esta fotodegradação se dá principalmente com aqueles que absorvem luz na região
de UV(150-4000 A). Outras moléculas podem absorver dentro de um espectro e transferir a
energia para a molécula do herbicida, causando excitação eletrônica, degradando a
molécula. Processo este denominado "sensitisação". Assim, o comprimento de onda
efetivo pode estar fora do espectro de absorção do herbicida e ainda assim ser
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fotodegradado.
Químicos aplicados na superfície do solo são fotodegradados especialmente se eles
permanecerem por um longo período sem chuva.
2.2 Degradação química
Decomposição química destrui alguns herbicidas e ativa outros. Decomposição
química envolve reações como oxidação, redução e hidrólises. Por exemplo 2,4-DB por
hidrólises se transforma no produto ativo 2,4-D. Enquanto alguns são ativados outros são
inativados: dalapon se transforma, também por hidrólise em metabólitos inativos.
Alguns casos de oxi-redução: clorotriazinas se oxida em hidroxitriazina.
Vale a pena ressaltar a influência dos fatores edafoclimáticos neste tipo de
degradação: normalmente, condições frio-seco fazem com que os herbicidas permaneçam
em atividade biológica por mais tempo.
Este processo de degradação ocorre no interior da planta de milho pela presença da
benzoxazolinona que tem a propriedade degradar a atrazina como processo de seletividade do
milho a este herbicida.
lentamente degradados.
Três fatores, além da molécula do herbicida, são importantes para a decomposição
microbiana: 1. Temperatura, 2. Umidade, 3. Teor de matéria orgânica.
Pelo fato do herbicida não fazer parte constituição do solo, é necessário um
período de adaptação do microorganismo, antes que inicie a degradação. Após uma adaptação
pelos microorganismos, uma segunda aplicação sofre uma degradação mais rápida.
3. Inativação
Muitas vezes o herbicida não se movimenta nem é degradado no solo mas sim, se
torna inativo devido a adsorsão pelos coloides (argila e matéria orgânica).
Quando um herbicida entra em contato com a planta, sua ação é influenciada pela
morfologia, anatomia e fisiologia daquela planta.
Absorção:
A natureza química do herbicida bem como natureza da superfície da planta (foliar e
radicular) são dois fatores a serem considerados na penetração do herbicida, assim que ele
entra em contato com a planta.
Absorção foliar:
A penetração de um herbicida na folha pode ser tanto pela superfície foliar como
pelos estômatos. Alguns vapores de herbicidas entram via estômatos mas, para a grande
maioria a rota mais importante de penetração é via superfície foliar.
O herbicida penetra na cutícula composta de: externamente cera, seguida por cutina,
pectina até a parede celular.
A localização da cutina e cera na cutícula foliar não é claramente distinta, mas sim
uma gradação contínua entre elas. A cera chega até a superfície da pectina e esta está em
contato com o plasmodesmata (apêndice do citoplasma que projeta pela parede celular e a
pectina). Existe portanto uma transição gradual de polaridade a partir da cera (não polar) até a
celulose (polar) da parede celular. Herbicidas hidrofílicos (sal sódico de 2,4-D; glyphosate)
têm maiores dificuldades de penetrarem na cera, porém, penetram mais facilmente a medida
que se aproxima da parede celular. Ao contrário, os herbicidas não polares (hidrofóbicos)
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como por exemplo esteres de 2,4-D, haloxyfop-metil penetram mais facilmente na cera da
cutícula, e com mais dificuldade a medida que aproxima da parede celular. Tudo isto é muito
dependente da polaridade do herbicida, bem como condições de hidratação da cutícula que
irá favorecer um produto polar, se estiver hidratada, ou apolar, se estiver menos hidratada. A
penetração foliar é influenciada por:
1) Surfactante: qualquer substância que coloca um herbicida mais em contato com a
superfície foliar favorece sua penetração por:
a) reduzir a tensão superficial proporcionando um maior contato com a folha e;
b) modificar substâncias cerosas da cutícula. Assim, herbicidas polares (de difícil
penetração nas ceras) penetram mais facilmente quando adicionados de surfactantes.
Um surfactante pode, em alguns casos, diminuir a seletividade de herbicidas, se a
seletividade for por absorção diferenciada.
2) Temperatura: a absorção é um processo químico que é acelerado em n vezes a
cada 10oC de aumento de temperatura (Q10). Portanto, como em surfactantes, a
seletividade pode ser influenciada pelo aumento de temperatura. Ex.: dinoseb.
Absorção radicular
Herbicidas aplicados ao solo são absorvidos via raiz, hipocótilo (folhas largas) ou
coleóptilo (gramíneas).
Alguns são absorvidos mais rapidamente (simazine) que outros (dalapon). Alguns
são absorvidos passivamente (diuron) e outros requerem energia para absorção (2,4-D).
Herbicidas entram na raiz por 3 rotas: apoplasto, simplasto, aposimplasto, para então
chegarem aos vasos condutores (xilema e floema) e serem translocados.
A rota apoplástica envolve penetração exclusivamente via parede celular, passando
pelas estrias de Caspary e chegando ao xilema. A rota simplástica envolve parede celular da
epiderme e então no protoplasto e através dos plasmodesmatas chega ao floema. A rota
aposimplástica envolve a penetração via paredes celulares até as estrias de Caspary, daí
penetram no protoplasma para atravessar as estrias de Caspary, saem novamente do interior
da célula e chegam ao xilema.
As propriedades físico-químicas de um herbicida determinam se ele segue uma ou
outra rota de entrada.
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A raiz não contem cutícula, portanto não têm ceras, e a absorção de compostos polares
é mais fácil.
Esta penetração até os vasos condutores, constitui em uma translocação à curta
distância.
Absorção pelas plântulas: alguns herbicidas são absorvidos primariamente pelas plântulas
em desenvolvimento como por exemplo coleóptilo e mesocótilo.
EPTC por exemplo é muito mais absorvido pelo capim arroz via mesocótilo do que via
raízes primárias.
LITERATURA
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