Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O Que É Grupo Focal
O Que É Grupo Focal
Brasil
Grupo Focal
Definição / Histórico
JENNY KITZINGER
Os grupos focais constituem um tipo de entrevista em grupo que valoriza a
comunicação entre os participantes da pesquisa a fim de gerar dados. Os
grupos focais verdadeiros são explicitamente projetados para valorizar a
interação grupal para fornecer tipos distintos de dados. Em vez de o
pesquisador pedir a cada pessoa para responder a um a pergunta por vez, às
pessoas são estimuladas a falar umas com as outras, a perguntar, a trocar
histórias e a comentar sobre as experiências e os pontos de vista umas das
outras.
Modus Operante
Estabelecer o rapport – o moderador esboça o propósito e o formato da reunião
para que os participantes saibam o que esperar das discussões e ficarem à
vontade. Deve ser dito que a entrevista ou discussão é informal e que espera-
se a participação de todos com o máximo de espontaneidade possível.
Após cada reunião a equipe deve elaborar relatórios com o resumo das
informações, e impressões obtidas no GF e suas implicações para o estudo.
Aplicações
O trabalho grupal pode facilitar a coleta de informações de pessoas que não
podem ler ou escrever. Assim como estimular a participação daqueles que se
sentem intimidados pela formalidade de uma entrevista individual. Pode ainda
estimular contribuições de pessoas que acreditam que não têm nada a dizer. O
formato flexível permite que o moderador explore perguntas não previstas,
além do ambiente minimizar opiniões falsas ou extremadas, proporcionando o
equilíbrio e a fidedignidade dos dados.
Outras grandes vantagens deste tipo de método é que ele possui um baixo
custo e apresenta resultados rápidos.
Limitações
Como todo método de análise, existem alguns riscos que se correm ao optar
por este tipo de estudo. Um deles é que o resultado pode ficar suscetível ao
viés do ponto de vista do moderador, que pode acabar por influenciar o grupo.
Outro risco é que as discussões sejam desviadas ou dominadas por um
participante, que se manifeste excessivamente a ponto de intimidar os outros
integrantes do grupo. E ainda existe a possibilidades de as informações
apresentarem dificuldades para análise e generalizações.
Artigo
“Quando um não quer, dois não brigam”: Um estudo sobre o não uso constante
de preservativo masculino por adolescentes do Município do Rio de Janeiro,
Brasil.
Resumo
O objetivo deste estudo foi analisar, numa perspectiva de gênero, aspectos
envolvidos no não uso constante do preservativo masculino por adolescentes
do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Foram realizados quatro grupos focais,
dois em escola privada, dois em escola pública num total de 34 estudantes
adolescentes entre 16 e 18 anos, da rede de ensino público e privado. A
análise do material discursivo fundamentou-se num enfoque crítico-
interpretativo a partir da pergunta: “Todos/as sabem que a única forma de se
prevenir contra a AIDS e outras DST é usar a camisinha. Todos/as vocês já
tiveram relações sexuais e às vezes usaram a camisinha ou nunca usaram. Por
que não usam sempre?”. Assim procurou-se favorecer a interação e a
explicitação das percepções, idéias, expectativas e sentimentos a partir das
vivências. E dentre os temas identificados na discussão foi abordado “as
relações de gênero”, estruturando a exposição em torno de três dimensões: a
confiança, a submissão e a iniciativa, que emergiram como eixos centrais. Os
achados deste estudo ressaltaram que a desigualdade de poder entre os
gêneros não se evidencia na fala dos adolescentes, ganhando, ao contrário,
uma aparência de eqüidade na negociação e na falta de iniciativa para o uso
do preservativo. E são sutis as diferenças encontradas entre as escolas
públicas e privadas.
Bibliografia
http://www.scielo.br/pdf/csp/v22n8/15.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
311X2003000500024&lang=pt
Cad. Saúde Pública vol.19 no.5 Rio de Janeiro Sept./Oct. 2003
Pesquisa Qualitativa na Atenção à Saúde - Catherine Pope e Nicholas Mays -
pgs. 33 a 41
Delineando a Pesquisa Clínica - Hulley, Cummings, Browner e Grady - pgs,
113 a 125