Você está na página 1de 64

Manipulando sons!

Caderno de jogos musicais e atividades sonoras.


Organização: Cecilia Ferreira Bortoli.
Capa: Helena Ariano.
Última atualização: junho de 2020.

Esta é uma coleção de jogos musicais, jogos teatrais e atividades


sonoras que organizo desde 2011. Alguns foram estudados de 2011 a 2013,
como parte da Iniciação Científica realizada sob orientação do Profº Drº
Paulo Castagna no Instituto de Artes da UNESP. Muitos outros eu aprendi em
aulas de Educação Musical na disciplina da Profª Drª Margarete Arroyo.
Alguns foram criados por mim ou por amigos e colegas, outros entraram na
lista durante estágios, cursos e vivências diversas.
A maioria das atividades tem caráter corporal, vocal e lúdico. Procuro
evitar atividades que necessitem de materiais inacessíveis, de maneira que
a maioria pode ser realizada em qualquer espaço ou infraestrutura.
Gosto de chamar de “caderno”, porque é realmente uma versão passada a
limpo do que anoto em meus cadernos ao longo das experiências. Apresento
esse conteúdo aqui em forma de guia, como uma possível fonte de material
para planejar oficinas, aulas e ensaios que contemplem desenvolvimento
artístico-musical. Os jogos aqui descritos são de diversas procedências,
como já mencionei, e não precisam parar por aí: qualquer pessoa que quiser
mandar um jogo ou atividade para acrescentar à lista será muito bem-vinda!
Para entrar em contato e oferecer sugestões, críticas e jogos, envie
um e-mail para ce.ceciliafb@gmail.com. Atualizo o “Manipulando Sons” de
tempos em tempos e incluo atividades e revisões que as pessoas sugerem.
A capa foi criada pela artista Helena Ariano. Para conhecer mais o
trabalho dela, acesse o site: https://helenaariano.wixsite.com/helenaariano
Eu sou a Cecilia, educadora musical e musicista-cantora, trabalho
atualmente no Programa Guri Capital e Grande SP, em espaços culturais e de
bem-estar. Gosto de escrever e espero que você aproveite o caderno!

Boa leitura!
Cecilia.

1
Compartilhe!
*
É legal me dar um “alô” quando compartilhar ou utilizar o “Manipulando sons!”, porque eu
fico feliz quando isso acontece. :)
*
Note que a capa do caderno foi criada pela artista Helena Ariano. Você pode conferir o
portfólio dela no site https://helenaariano.wixsite.com/helenaariano
*
Se precisar (muito!) imprimir, lembre-se de usar papel reciclado ou reutilizado.

2
ATENÇÃO
autoria, referência, fonte

Todos os jogos aqui descritos, que foram inspirados em


livros, contêm a referência bibliográfica.
Quanto às atividades que conheci durante experiências
práticas, as pessoas que as criaram foram consultadas
para a inclusão de suas propostas neste caderno gratuito.
Algumas atividades provêm de tradição oral e/ou cultura
popular e escrevi que “desconheço o/a autor/a”. No
entanto, se você conhece o/a autor/a de uma dessas
dinâmicas, pode entrar em contato comigo para eu
atualizar o caderno e incluir o nome ou, quem sabe,
remover a atividade.
O item “procedência ou referência bibliográfica” contém
tais informações e é importante que vocês as incluam ao
compartilharem nas suas vivências. É interessante citar a
fonte sempre, a fim de proporcionar permuta de ideias e
experiências.

Cecilia.

3
.SUMÁRIO.

OBS.: Se você já conhece o


caderno, veja diretamente o índice
de novidades desta edição, na
página seguinte.

I. Novidades desta edição..........................p.5


II. Índice de jogos.................................p.6
III. Lista de jogos..................................p.8
IV. Indicação de leituras e de materiais de apoio...p.62
V. Contribua com o caderno “Manipulando Sons!”.....p.63

4
.NOVIDADES DESTA EDIÇÃO.

A nova edição de Manipulando Sons, atualizada em junho de 2020, contém mais


e menos jogos. Explico: além de incluir atividades, optei também por remover
algumas da lista, pois acabaram ficando distantes das minhas práticas. Esta
edição conta com novas indicações de leituras e um item novo no índice por
objetivos, chamado “Pensar sobre música”.
Os textos dos jogos estão alterados em alguns pontos, como maneiras de
jogar, procedência, entre outros. Assim, se você que está lendo já tinha
baixado versões anteriores, recomendo substituí-las por esta aqui.

Índice de novidades:
Novo jogo: História pessoal da música.............p.59
Novo jogo: Vontade de conhecer o mundo............p.61
Indicação de leituras e de materiais de apoio.....p.59

Não tem altura o silêncio das pedras.

Manoel de Barros,
do Livro das Ignorãças.

5
.ÍNDICE DE JOGOS.
Organizado por principal objetivo de cada jogo ou atividade.

Neste índice, a organização está por principal objetivo de cada atividade


segundo o meu olhar. Apesar de acreditar que é difícil isolar um objetivo dos
demais, criei este índice para facilitar a leitura. Alguns jogos podem aparecer
em mais de um objetivo.

Objetivos:
Aprender ou fixar conteúdos sobre parâmetros musicais (altura, timbre,
dinâmica, duração, pulso, ritmo, entre outros).
Rádio com Botão de Volume. P.27
Pulsando. P.29
Batuque sem fio. P.35
Canto com números. P.56

Aquecer o corpo.
Jogo dos pontinhos. P.9
Caminhada do Estica-Encolhe. P. 11
Jogo da Estátua. P.15
Jogo da Bola Mágica. P.18
Caminhada com Comandos. P.25
Pulos no quadrado P. 52
Tigre P. 51

Desenvolver concentração e atenção.


Jogo do Faz Tudo. P.34
Jogo das Bolas de Várias Cores e Tamanhos. P.53
Pulos no quadrado P. 52
Tigre P. 51

Estimular criatividade.
Jogo dos 7 tempos. P.16
Jogo da Troca de Sons e Movimentos. P.17

6
Sonorização. P.22
Ideias Flutuantes. P.32
Jogo das Bolas de Várias Cores e Tamanhos. P.53

Estimular percepção auditiva.


Floresta de Sons. P.12
Chuva Coral P.20
Descobrindo as Orelhas. P.28
Ouvindo harmonias. P.30
Canto com Números. P.56

Proporcionar mais interação entre as pessoas do grupo.


Verdadeiro ou Falso. P.47
Bom Dia! P.14
Siga o Mestre/Siga a Mestre. P.19
Jogo do Maestro/Jogo da Maestro (ou da Maestrina). P.24
Criação Coletiva de História com Mímica. P.26
Depoimento Poético. P. 38
Jogo do Globo Terrestre. P.55

Trabalho corpóreo-vocal.
Mapas vocais. P. 39
Meditação em movimento. P. 48
Plante! P. 49
Bordas Sonoras. P. 37
Aquecimento com bolinhas. P. 58

Pensar sobre música.


Vontade de conhecer o mundo P. 61
História pessoal da música P. 60

7
.LISTA DE JOGOS.
Descrição completa das atividades.

Cada jogo ou atividade compilado contém as seguintes informações:


Nome: nome popular da atividade, ou sugestão minha para as
atividades cujo nome eu desconheço.
Público alvo: faixa etária sugerida por mim ou por quem criou a
atividade e demais informações sobre o público alvo. Em alguns casos
escrevi “pessoas a partir de __ anos” e indiquei idade de crianças. Isso
não significa que o jogo é específico para crianças, mas sim que pode ser
realizado com todas as faixas etárias, incluindo crianças.
Objetivos: objetivos que identifiquei para cada atividade.
Material necessário: quase sempre, aparece com o texto “nenhum
material” devido ao caráter corporal e vocal da maioria das atividades que
estão aqui. No entanto, em alguns casos, contém lista de objetos e/ou
equipamentos necessários para realizar a atividade.
Maneiras de jogar ou descrição da atividade: diferentes maneiras de
jogar o mesmo jogo ou descrição detalhada de cada atividade.
Procedência ou referência bibliográfica: onde e/ou com quem eu
aprendi o jogo, nome de quem criou a atividade ou em que livro está
descrito.

8
Jogo dos pontinhos.

a. Objetivos.
Aquecimento corporal; entrosamento do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 6 anos.
c. Material necessário.
Fita crepe ou outra fita adesiva.
d. Maneiras de jogar.
De pé, em círculo, uma pessoa fica no centro e todas as demais colocam
um X de fita crepe no chão à sua frente, marcando o seu lugar. A pessoa no
centro do círculo fala algo de que gosta. Todos que têm o mesmo gosto
correm para trocar de lugar. A pessoa que sobrar ocupa o centro do círculo,
começando uma nova rodada.
e. Procedência do jogo.
Esse jogo eu aprendi com um dos coordenadores da Oficina de Música e
Movimento, da qual fui oficineira, no CECCO do Parque Previdência, em 2011.
Desconheço o/a autor/a.

9
Música do contrário, ou Canção do Contra, ou Se Você Disser
que Sim.

a. Objetivos.
Aquecer a voz; aumentar a concentração.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Quem for coordenar a atividade ensina uma melodia simples que o grupo
vai repetir:
“Quando eu digo SIM, (coordenador/a)
Quando eu digo SIM (grupo)
vocês dizem NÃO (coordenador/a)
Vocês dizem NÃO (grupo)
SIM, SIM, SIM (coordeador/a)
NÃO, NÃO, NÃO (grupo)
SIM, NÃO, SIM (coordenador/a)
NÃO, SIM, NÃO (grupo)
Etc.
Assim, várias trocas de palavras são possíveis, podendo-se acrescentar
outras duplas de palavras, como PÃO e GELEIA, entre outras.
e. Referência Bibliográfica.
BOAL, Augusto. Jogos para Atores e Não-Atores. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011. p.144

10
Caminhada do Estica-Encolhe.

a. Objetivos.
Aquecer o corpo; entrosar o grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 7 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material. Pode ser interessante ter um equipamento para
reproduzir música.
d. Maneiras de jogar.
O comando é andar aleatoriamente pela sala. Ao passar entre duas
pessoas, a que está no meio deve encolher ou expandir o corpo com
movimento. Encolher pode ser agachar e fechar os braços, expandir pode ser
abrir braços e pernas ou pular. É interessante aproveitar essa atividade
para trabalhar a criatividade com movimento corporal.
Se achar interessante, escolha uma música para ouvir durante o jogo.
Outra possibilidade é fazer um som a cada movimento: um de encolher e
um de expandir.
e. Procedência do jogo.
Jogo de Teatro do Oprimido, que aprendi durante o curso de Teatro do
Oprimido realizado no primeiro semestre de 2011 pelo Grupo de Extensão de
Teatro do Oprimido do IA-UNESP.

11
Floresta de Sons.

a. Objetivos.
Sensibilização sonora; entrosamento do grupo; trabalhar as relações de
confiança entre participantes do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material.
d. Maneiras de Jogar.
Em duplas, uma pessoa será cega e outra será guia.
A guia escolhe um som (corporal, vocal ou de instrumento) e o executa.
A cega deve memorizá-lo. Assim, andam pelo espaço da seguinte maneira: a
cega de olhos fechados seguindo a guia pelo som que esta produz.
Regras: se a guia parar o som, a cega deve parar de andar; a cega deve
andar com as mãos nos cotovelos e bem devagar; a guia deve cuidar da cega,
ou seja, parar de emitir o som caso a cega esteja perto de um obstáculo ou
de alguma pessoa.
Outra possibilidade é jogar em roda. Nesse caso, 3 pessoas devem ficar
de fora. Então, de mãos dadas, cada uma das que está na roda escolhe um som
que consiga realizar com as mãos dadas. Em seguida, uma pessoa faz seu som
para todas e a pessoa que está ao seu lado esquerdo deve memorizá-lo.
Depois, quem coordena a atividade diz para todos fecharem os olhos e
sentirem bem as mãos que estão tocando e, em seguida, dá o comando de
soltar as mãos.
Depois, as 3 pessoas voluntárias desmancham o círculo, colocando cada
pessoa em um canto da sala. Em seguida, elas comunicam que o círculo foi
desfeito e que as cegas (de olhos fechados) têm que reconstruir o círculo.
De que jeito? Emitindo seu som e procurando o som que estava do seu lado
direito, bem como tocando as mãos das pessoas.
Quem estava de fora da roda deve cuidar de quem está de olhos fechados
e guiar essas pessoas caso elas estejam perto de obstáculos ou em meio a
tumultos. Essas que ficaram de fora da roda podem, também, ajudar o grupo,
guiando as pessoas para perto de seus sons, caso seja necessário.
Regra importante: andar muito devagar.

12
e. Referência bibliográfica.
BOAL, Augusto. Jogos para Atores e Não-Atores. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011. p155.

13
Bom Dia!

a. Objetivos.
Entrosamento do grupo, trabalhar expressão corporal e verbal.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
O grupo anda aleatoriamente pela sala procurando olhares dos
participantes e, ao cruzar de olhares, diz “Bom dia!” como quiser. Pode ser
apenas um olhar, um abraço, dizer as palavras “bom dia” ou outras, etc.
e. Procedência do jogo.
Atividade comumente usada em dança e teatro. Aprendi durante o tempo
em que participei do Grupo IA-Dança do Instituto de Artes da UNESP (2011).

14
Jogo da Estátua.

a. Objetivos.
Aquecer o corpo de maneira lúdica, trabalhar o controle dos
movimentos.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Fita adesiva.
d. Maneiras de jogar.
Coloca-se uma linha de fita adesiva no chão, de um dos lados da sala,
de forma a separar uma pessoa do restante. Uma pessoa voluntária fica atrás
da linha, de costas para todas as outras e as demais ficam do outro lado da
sala, longe da voluntária. O objetivo é chegar até a pessoa que está
separada do grupo, porém sem ser vista em movimento por ela. A pessoa
afastada pode virar a qualquer momento e, se pegar alguém em movimento,
quem estava se mexendo deve voltar para a linha e começar de novo.
e. Procedência do jogo.
Esse jogo foi trazido por um dos coordenadores da Oficina de Música e
Movimento do CECCO do Parque Previdência, em que trabalhei em 2011 e 2012.
Desconheço o/a autor/a.

15
Jogo dos 7 tempos.

a. Objetivos.
Exercitar a comunicação verbal, exercitar a criatividade.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Uma pessoa escolhe um tema aleatoriamente (pode ser casamento,
velório, aniversário...), vira-se de costas e conta em voz alta até 7 ou
outro número que seja mais adequado à situação. As demais têm que formar
uma imagem que ilustre esse tema, sem comunicação verbal durante o
processo.
Outra possibilidade pode ser compor essa imagem entrando uma de cada
vez, no lugar de todas ao mesmo tempo.
A pessoa que fica de costas não dá o tema, mas tenta adivinhar qual é
o tema da imagem que os outros escolheram e montaram.
e. Procedência do jogo.
Jogo proveniente de experiências com teatro. Desconheço o/a autor/a.

16
Jogo da Troca de Sons e Movimentos.

a. Objetivos.
Estimular a criatividade com movimento corporal; desenvolver a
coordenação motora, a observação do movimento e a memória.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Em duplas, uma pessoa fica de um lado da sala e a outra do outro lado.
Cada uma escolhe um som e um movimento e vai andando na direção do outro.
Quando as duas se encontram, trocam de som e movimento e terminam o
trajeto.
e. Procedência do jogo.
Aprendi esse jogo na III Semana de Educação Musical realizada no IA-
UNESP, em 2011.

17
Jogo da Bola Mágica.

a. Objetivos.
Estimular a imaginação, a expressão cênica e a interação do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
Variações simples podem ser feitas a partir de 5 anos.
c. Material necessário.
Nenhum ou equipamento para reproduzir música.
d. Maneiras de jogar.
Primeiro imagina-se uma bola, que pode surgir no meio da roda ou de
dentro do bolso de alguém, por exemplo. Ela será jogada de participante
para participante.
Podemos adicionar algumas dificuldades: por exemplo, uma bola que muda
de tamanho (sai grande e chega pequena), uma bola que muda de peso (sai
leve e chega pesada), podemos ter as duas características ao mesmo tempo
(grande e leve, pequena e pesada ou vice-versa), entre outras criações. É
importante ressaltar que participantes devem pegar a bola pesada com
esforço e a leve tranquilamente, interpretando, assim, as sensações com a
linguagem corporal.
Obs.: Costumo colocar música durante esse jogo.
e. Procedência do jogo.
Jogo de Teatro do Oprimido, que aprendi durante o curso de Teatro do
Oprimido realizado no primeiro semestre de 2011 pelo Grupo de Extensão de
Teatro do Oprimido do IA-UNESP.

18
Siga o Mestre/Siga a Mestre.

a. Objetivos.
Descentralizar possíveis dominâncias nas relações sociais do grupo;
desenvolver habilidades de comando nos participantes; aplicar conteúdos que
tenham sido apreendidos durante encontros anteriores.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 5 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Uma pessoa voluntária será a mestre da atividade. Essa pessoa fará
movimentos que todos devem imitar. Pode-se explorar ritmo, pulso, altura,
densidade, expressões faciais, entre outras coisas, de acordo com os
interesses e habilidades do grupo.
É possível, também, jogar em forma de dança: coloca-se uma música e,
um de cada vez, os participantes passam movimentos de dança (qualquer uma)
para todos imitarem.
e. Procedência do jogo.
Brincadeira infantil. Desconheço o/a autor/a.

19
Chuva Coral.

a. Objetivos.
Trabalhar em grupo, estimular percepção auditiva, explorar sons de
percussão corporal, criar em grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Nesse jogo uma pessoa inicia estalos com os dedos e, pouco a pouco, as
outras começam a fazer o mesmo. Aos poucos, as pessoas devem crescer a
intensidade do som em conjunto e substituir os estalos por palmas de dedo,
depois palmas de palmas, depois batuque nas coxas e, depois, decrescer até
os estalos. O efeito esperado é o de uma chuva que começa leve, vira
tempestade e termina leve (ou outras variações).
Podemos começar o exercício sem avisar o grupo de qual será o
resultado ou dizer a eles que a intenção é essa, de acordo com a
necessidade do grupo e dos coordenadores.
e. Procedência do jogo.
Atividade proveniente de experiências com coral.
Existe um vídeo dessa atividade disponível online em
http://www.youtube.com/watch?v=ShiummeqHo8, acessado pela última vez em 23
de junho de 2020.

20
Jogo da Troca do Som

a. Objetivos.
Trabalhar na prática conceitos musicais (pulso, ritmo, andamento,
enfim, o que o grupo tiver aprendido); desenvolver concentração e
coordenação motora; proporcionar integração do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Uma pessoa fica de fora para coordenar a atividade. Então, cada uma
das demais escolhe um som e um movimento, que pode estar associado a um
ritmo ou não (com ritmo é mais difícil). Esse som e movimento devem ser
possíveis de repetir por certo tempo e andando. É interessante que cada
pessoa apresente sua escolha para as demais, para fixar.
Segue uma caminhada, cada qual com seu som e movimento. Depois de um
tempo, quem estiver coordenando orientará que cada vez que duas pessoas se
cruzarem elas deverão trocar de som e de movimento. O próximo passo será
orientar que todas as pessoas devem buscar seu som e movimento inicial, que
talvez ainda esteja com alguém e, se achá-lo, mantê-lo até que todas as
pessoas tenham conseguido ou até que tenham constatado que seu movimento se
perdeu.
É importante ressaltar que esse jogo é bem difícil. Será raro
conseguir que todos achem seu som e movimento no final da atividade, pois
muitas vezes transformamos aquilo que vemos e ouvimos sem nem mesmo nos
darmos conta. Vale a pena, portanto, discutir um pouco sobre esse “telefone
sem fio” e relacioná-lo a vida cotidiana.
Sempre enfatizo para o grupo que esse é um jogo que não tem a
obrigação de “dar certo” ao final. O fato de não terem achado seu som e
movimento também é parte do jogo.
e. Referência bibliográfica.
BOAL, Augusto. Jogos para Atores e Não-Atores. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2011.

21
Sonorização.

a. Objetivos.
Criar a partir de uma obra de arte (seja história em quadrinho,
desenho, pintura, filme mudo, curta metragem, escultura, etc); manipular
instrumentos; trabalhar em grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Instrumentos musicais tradicionais ou alternativos; a obra de arte
que será base para a criação em tamanho grande, para que todos/as possam
ver ao mesmo tempo; material para gravação (opcional e pode ser um
celular).
d. Maneiras de jogar.
Primeiro, deve-se apresentar a obra escolhida anteriormente ou
apresentar algumas obras (por exemplo, três) para que o grupo escolha uma.
Depois, deve-se ler a obra em conjunto, dizendo quais os aspectos mais
importantes e contando a história caso seja filme ou quadrinhos.
Em seguida, o grupo começa a levantar um inventário sonoro, que pode
ser composto por sons vocais, corporais, sons presentes no ambiente, sons
de instrumentos musicais, entre outros a critério do grupo. Esse inventário
é de sons que podem ser usados na história. Exemplo, se na história tem
alguém andando, o som de passos (com pés ou instrumentos musicais) pode ser
utilizado na sonorização. O importante, nessa etapa, é levantar tudo o que
for imaginado, anotando todas as sugestões.
Depois, pode-se propor uma improvisação coletiva, tentando encaixar os
sons na história. Nesse momento, pode ser necessária uma pessoa para
direcionar o grupo em cada momento da história, seja mostrando quadrinho
por quadrinho (no caso de história em quadrinhos), lendo pausadamente (no
caso de um texto) ou parando sempre a exibição de um filme (no caso de
curta-metragem).
Depois, deve-se propor a estruturação de tudo o que foi pensado,
organizando todos os sons e distribuindo papeis para participantes.

22
Quando todas as pessoas souberem que sons vão fazer, começa-se a
ensaiar e, ao final, se houver equipamento, é interessante gravar. É muito
proveitoso ouvir a sonorização acompanhando a história.
e. Referência bibliográfica.
SILVA, Conrado. Oficina de Música. In Ar’te, nº 6, 1983.

23
Jogo do Maestro/Jogo da Maestro (ou da Maestrina).

a. Objetivos.
Assimilar conceitos musicais em geral; descentralizar lideranças do
grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 6 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material.
d. Maneiras de jogar.
Em uma dinâmica de improvisação, cada um escolhe um som corporal ou
vocal possível de manter por algum tempo. Depois, uma pessoa se separa do
grupo e o rege. A pessoa que faz papel de regente indicará como quer que
cada participante ou grupo de participantes exerça seu som, utilizando os
gestos que achar conveniente, sem necessariamente utilizar a linguagem
estabelecida por cursos de regência musical.
e. Procedência.
Atividade de educação musical. Aprendi na disciplina “Oficina de Som e
Movimento”, da graduação de Licenciatura em Educação Musical do Instituto
de Artes da UNESP (2012), com Profª Drª Margarete Arroyo. Desconheço o/a
autor/a.

24
Caminhada com Comandos.

a. Objetivos.
Aquecer o corpo; trabalhar a memória.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Uma pessoa terá função de comandar. Quem comanda dirá para as outras
pessoas andarem numa velocidade confortável. Depois do tempo que julgar
necessário, pedirá para uma das pessoas que caminha dizer uma palavra. A
essa palavra, a comandante atribuirá um movimento, e esse movimento deverá
ser repetido pelo grupo cada vez que a comandante disser essa palavra.
Podemos acrescentar palavras, sempre cada uma correspondente a um
movimento. O número de palavras dependerá do desempenho e das condições de
participantes do grupo.
Outra maneira de jogar é em uma roda de improvisação, cada pessoa diz
uma palavra e associa com um movimento. O grupo escolhe, depois, algumas
palavras com seus respectivos movimentos. Uma pessoa, coordenadora, comanda
a caminhada, dizendo aleatoriamente as palavras e participantes têm que
realizar os movimentos correspondentes.
Também é possível que uma pessoa coordenadora peça que alguém diga uma
palavra e outra invente, na hora, um movimento para essa palavra. Assim, o
jogo continua como já descrito.
e. Procedência.
Atividade de educação musical. Aprendi na disciplina “Oficina de Som e
Movimento”, da graduação de Licenciatura em Educação Musical do Instituto
de Artes da UNESP (2012), com Profª Drª Margarete Arroyo. Desconheço o/a
autor/a.

25
Criação Coletiva de História com Mímica.

a. Objetivos.
Trabalhar a criatividade, a linguagem corporal e a criação em grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Dividindo os participantes de dois grupos, um dos grupos será
responsável por inventar uma história e o outro por fazer uma mímica
relacionada à história. Quanto ao grupo que conta a história, é
interessante que o faça de uma maneira dinâmica, em que cada pessoa diz uma
frase, por exemplo. Assim, a história pode acabar quando chegar a vez do
último participante do grupo.
O grupo que fizer a mímica criará, conforme ouve a história, gestos
que a representem. A ideia é que a criação da mímica seja coletiva.
e. Procedência.
Atividade que aprendi em experiências com teatro. Desconheço o/a
autor/a.

26
Rádio com Botão de Volume.

a. Objetivos.
Trabalhar conceitos musicais; descentralizar a regência do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Uma pessoa se separa do grupo e assume o papel de botão de volume. As
demais serão o som do rádio. O grupo de “pessoas-som” emitirá um som vocal,
que pode ser em uníssono, e a “pessoa-botão” se deslocará na frente das
“pessoas-som”. Quando a “pessoa-botão” vai para perto das “pessoas-som”,
essas devem aumentar a intensidade do som que produzem; quando a “pessoa-
botão” se afasta das “pessoas-som”, essas devem diminuir a intensidade do
som; quando a primeira vai para um lado o som deve ficar mais agudo e
quando ela vai para o outro lado, o som deve ficar mais grave. Essas são
algumas possibilidades de relação entre parâmetros musicais e movimentação
corporal da “pessoa-botão”.
É possível, também, fazer a atividade com mais de um grupo ao mesmo
tempo.
e. Procedência.
Atividade que aprendi em experiências com teatro. Desconheço o/a
autor/a.

27
Descobrindo as Orelhas.

a. Objetivos.
Levar a atenção para as orelhas e para os ouvidos, explorando maneiras
diferentes de ouvir; percepção corporal das orelhas.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 2 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Quem orientar a atividade sugere que as/os participantes apalpem e
massageiem suas orelhas; as compare com as orelhas das/os outras/os em
termos de tamanho, formato, entre outras características; tapem e destapem
as orelhas; façam “orelhas de abano” e observem as mudanças na audição com
toda essa manipulação.
e. Referência bibliográfica.
LINO, Dulcimarta Lemos. Música é... cantar, dançar... e brincar! Ah,
tocar também! In: CUNHA, Susana Rangel Vieira da. (org.) Cadernos Educação
Infantil nº8.Porto Alegre: Editora Mediação, 1999. p. 85.

28
Pulsando.

a. Objetivos.
Sentir a própria pulsação e relacioná-la com o conceito de pulso em
música.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
O jogo se inicia com todas as pessoas procurando sua pulsação (com os
dedos indicador e médio no pescoço ou no pulso). Depois, andam na mesma
velocidade da pulsação, um passo para cada pulso. Quando todas conseguem
cumprir essa etapa, quem coordena a atividade pede para as pessoas se
agruparem de acordo com as velocidades da caminhada.
A partir daí, se for interessante para o grupo, pode-se sugerir que as
pessoas comecem um improviso rítmico ou uma máquina humana que trabalhe na
pulsação de cada grupo.
O improviso rítmico pode ser coordenado de acordo com as preferências
do grupo.
Uma sugestão para a máquina humana é iniciar com uma pessoa, como se
fosse uma peça. A partir daí, as demais entram uma a uma compondo a máquina
humana com seus sons e movimentos.
e. Referência bibliográfica.
LINO, Dulcimarta Lemos. Música é... cantar, dançar... e brincar! Ah,
tocar também! In: CUNHA, Susana Rangel Vieira da. (org.) Cadernos Educação
Infantil nº8.Porto Alegre: Editora Mediação, 1999. p. 85.

29
“Ouvindo harmonias”.
(nome sugerido por mim)

a. Objetivos.
Exercitar o ouvido harmônico.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos com conhecimento musical; estudantes de
música.
c. Material necessário.
Um instrumento harmônico1.
d. Maneiras de jogar.
Quem coordenar a atividade deve tocar dois acordes no instrumento
harmônico. Um deve ter função de tônica e outro a função de dominante.
Pode-se adicionar subdominante e outros acordes, dependendo do grupo.
Primeiro, o grupo precisa identificar que os dois acordes são
diferentes. Uma possibilidade é estabelecer números para os acordes, por
exemplo:
Nº1: lá maior. (A)
Nº2: mi maior com sétima menor. (E7)
Outro exemplo, como costumo fazer, é atribuir números de acordo com os
graus da escala, ou seja:
1º: lá maior (A)
5º: mi maior com sétima menor. (E7)
Dependendo da proposta, não é necessário dizer quais acordes estão
sendo tocados para o grupo.
Em seguida, quem estiver coordenando toca os acordes e pede para que
as pessoas identifiquem se foi o “nº 1” ou o “nº2”.
Outra possibilidade para essa etapa é pedir que as pessoas criem
movimentos para os acordes. Por exemplo, esticar os braços no acorde de
dominante e relaxá-los no de tônica, ou qualquer outra possibilidade que o
grupo crie. Nesse caso, quando ouvirem os acordes, deverão realizar os
movimentos correspondentes.

1
Instrumento harmônico é qualquer instrumento musical em que se pode tocar mais de uma nota ao mesmo tempo. Por exemplo:
piano, teclado, violão, sanfona, cavaquinho, entre outros.

30
Depois, pode-se fazer o exercício de tentar ouvir qual combinação dos
dois ou mais acordes proporciona uma sensação de tensão e qual proporciona
uma sensação de relaxamento. Para essa etapa, também podem ser criados
movimentos que identifiquem, para o grupo, a cadência I-V-I ou I-V, ou
qualquer outro movimento harmônico.
Realizo o jogo em aulas de teoria da música com todas as idades e
costuma funcionar muito bem! Gosto de fazer também com acordes maiores e
menores, C (Do maior) e Cm (Do menor).
e. Procedência.
Tive contato com essa atividade criada por Gildo Fontolan durante
minha graduação na UNESP.

31
“Ideias Flutuantes”
(baseado na atividade “Cartões de ideias.”)

a. Objetivos.
Trabalhar ludicamente com conceitos musicais, ideias sonoras, som,
silêncio e o que mais for favorável ao grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Papel, tesoura e canetas hidrográficas. Sugestões: utilizar papel do
tipo cartolina ou outros que também sejam mais resistentes do que folha
sulfite; usar papel e canetas coloridos.
Com esse material, preparar cartões de diferentes formas, cores e
tamanhos. Em cada cartão, desenhar uma forma, escrever uma frase ou palavra
que possa remeter a uma ideia musical. Alguns exemplos de frases:
“Qual o som desse pedaço de papel?”
“Conte como foi seu dia. Não use palavras. Use seus outros sons.”
“Cante como um/a vendedor/a de legumes.”
“Imite o último som que acabou de ouvir.”
“Imite uma pessoa que você gosta muito.”
“Cão.”
“Passarinho.”
“Máquina de escrever.”

Alguns exemplos de desenho:

32
d. Maneiras de Jogar.
Os cartões devem ser distribuídos aleatoriamente entre participantes.
Ao final da distribuição, as pessoas observam seus cartões de ideias e
imaginam possibilidades de sons e/ou movimentos que podem surgir a partir
da ideia sugerida pelo cartão. A partir daí, uma de cada vez, mostram o que
imaginaram para os demais.
Referência bibliográfica
SCHAFER, Murray. O Ouvido Pensante. Trad. de Marisa Trench O.
Fonterrada, Magda R. Gomes da Silva e Maria Lúcia Pascoal. São Paulo: Ed.
Unesp, 1992. p. 304-306.
e. Procedência.
No livro “O Ouvido Pensante” Schafer propôs que a partir dos “Cartões
de ideias” (SCHAFER, 1992, citado acima) surgissem projetos individuais e
conversas em grupo. Assim, criei a dinâmica “Ideias Flutuantes”.

33
“Jogo do Faz Tudo”
(nome sugerido por mim)

a. Objetivos.
Desenvolver concentração e atenção.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material.
d. Maneiras de jogar.
Em grupos de 4 pessoas, definem-se 4 papeis: entrevistador, contador
de história, coreógrafo e um coordenador. O posicionamento para jogar é: na
frente da pessoa que irá coordenar as atividades fica o coreógrafo e aos
lados o entrevistador e contador de história.
Quando começa a atividade, o coordenador deverá responder a todas as
perguntas que o entrevistador fizer. As perguntas podem ser "Qual sua
comida preferida?", "Você tem cachorro?", entre outras. É legal quando as
perguntas acontecem rapidamente, com certa "pressão", sem deixar tempo para
pensar.
Então, o coordenador imitará todos os movimentos do coreógrafo,
prestará atenção na história que estiver ouvindo da pessoa que estiver
contando a história e responderá às perguntas, tudo ao mesmo tempo.
Ao final, a pessoa que foi coordenadora terá que contar a história que
ouviu com a maior riqueza de detalhes possível.
e. Procedência.
Jogo enviado por Letícia Frizzarini para o caderno Manipulando Sons.

34
Batuque sem fio.

a. Objetivos.
Desenvolver percepção rítmica; desenvolver capacidade de manter um
andamento; se apropriar dos parâmetros musicais “pulso”, “andamento” e
“ritmo”.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material.
d. Maneiras de jogar.
Em roda, um de costas para o outro, uma pessoa começa um ritmo nas
costas da que está a sua frente. A sequência pode ter quatro tempos de
duração. Em seguida, quem sentiu o ritmo nas costas tenta fazer igual nas
costas de quem está a sua frente. Esse procedimento é repetido até que o
ritmo chegue às costas de quem o iniciou. Então, a pessoa compara o que
criou com o que chegou.
e. Procedência do jogo.
Jogo criado por mim a partir de uma atividade realizada em aula de
Prática de Ensino III, no IA-UNESP, em 2014.

35
Solo e refrão.

a. Objetivos.
Improvisar pequenos trechos musicais; desenvolver capacidade de manter
o andamento; vivenciar a forma musical de estrofe e refrão.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Nenhum material.
d. Maneiras de jogar.
O grupo cria um refrão de 8 tempos que pode ser executado com
percussão corporal. A cada refrão, uma pessoa do grupo faz um solo, também
de 8 tempos. Na sequência, o grupo retoma o refrão e, ao final, outra
pessoa do grupo faz um solo de 8 tempos. Repete esse procedimento até que
todos tenham solado.
e. Procedência do jogo.
Jogo praticado em atividades de educação musical, que conheci durante
estágio curricular.

36
Bordas sonoras.

a. Objetivos.
Desenvolver afinação do grupo; proporcionar que cada participante ouça
a voz do grupo e perceba que voz se destaca, qual o timbre do grupo, entre
outras percepções.
Trabalhar ressonância vocal.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos; coralistas.
c. Material necessário.
Nenhum.
d. Maneiras de jogar.
Em roda, um participante fica no centro. As pessoas que estão na borda
emitem som de “m” em uníssono, lábios fechados e dentes abertos. O “m” tem
que ser contínuo, portanto, as pessoas devem se alternar para respirar.
Quem fica no centro, deve perceber, de olhos fechados, o som da roda.
Alguma voz se destaca? O grupo está timbrando? O grupo está afinado? Qual o
som do grupo?
Esse exercício é excelente para desenvolver afinação do grupo!
e. Procedência.
Criei esse exercício a partir de uma dinâmica realizada na escola de
música Incanto, em que eu estudava, em 2006.

37
Depoimento Poético.

a. Objetivos.
Apreender do grupo como estão se sentindo durante as atividades;
desenvolver proximidade entre participantes.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos.
c. Material necessário.
Depende de cada depoimento poético.
d. Descrição da atividade.
O depoimento poético é uma breve obra de arte (que pode ser sonora,
musical, visual, plástica, corporal, teatral, poética, literária, digital)
que resuma o encontro do grupo (seja ensaio, aula ou outra atividade) para
a própria pessoa. Não é necessário que a produção faça sentido para todo o
grupo.
Existem muitas possibilidades de proceder com relação a essa
atividade, mas eu costumo fazer da seguinte maneira: em ciclos de encontros
ou em grupos que se veem, por exemplo, uma vez por semana, solicito, ao
final de um encontro, que as pessoas façam um depoimento poético para o
próximo. A atividade não deve ser obrigatória, assim, somente quem quiser
produzirá o depoimento.
No próximo encontro, se alguém tiver feito, solicito que compartilhem
caso sintam-se à vontade.
Se for da vontade do grupo, o depoimento pode ser comentado depois de
apresentado ou não. Particularmente, prefiro não comentar nada.
e. Procedência.
Atividade de Teatro do Oprimido, que aprendi com vivências. Desconheço
o/a autor/a.

38
Mapas Vocais.

a. Objetivos.
Desenvolver percepção das ressonâncias da voz falada ou cantada.
Registrar essa percepção em papel.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos; estudantes de canto; cantores;
profissionais da voz em geral.
Pode ser feito em experiência individual ou com grupo.
c. Material necessário.
Mapas vocais (anexo a seguir).
Material para colorir (sugiro lápis de cor ou giz de cera.)
Importante: facilita de houver um conjunto similar de ao menos 5 cores
para cada participante.
d. Descrição da atividade.
Se possível, iniciar com automassagem e respiração para acordar a
percepção corporal. Depois, distribuir os mapas vocais para as pessoas e
selecionar ao menos 5 fonemas para serem vivenciados. Sugiro os sons:
- “v” (fonema /v/, como em “voz”) para percepção do som no corpo todo,
- “m” (fonema /m/, como em “mar”) para percepção do som no corpo todo,
- “u” (fonema /u/, como em “uva”) para percepção do som em coluna, da
testa até a bacia e na cabeça,
- “i” (fonema /i/, como em “ímã”) para percepção do som na cabeça,
- “o” (fonema /o/, como em “ovo”) para percepção do som na bacia,
- “é” (fonema /ɛ/, como em “época”) para percepção do som na máscara
(bochechas e nariz),
- “ng” (como em “manga”) para percepção do céu da boca.
Pesquise outros fonemas de acordo com necessidades do grupo.
Depois de apresentar os fonemas, o grupo deve escolher uma cor para
cada som e iniciar a vivência, que consiste em emitir cada som e pintar no
mapa onde sente cada vibração.
e. Procedência.
Atividade que criei a partir de pesquisa corpóreo-vocal própria.

39
Segue mapa vocal em branco, como deve ser entregue para iniciar a
atividade. Na sequência, apresento mapas vocais já coloridos, digitalizados
depois de vivências.

40
Figura 1: mapa vocal do corpo.

41
Figura 2: mapa vocal com detalhes da cabeça.

42
Figura 3: mapa vocal produzido por uma atriz e estudante de teatro durante vivência.

43
Figura 4: mapa vocal produzido por uma atriz e estudante de teatro durante vivência.

44
Figura 5: mapa vocal produzido por cantora e estudante de música durante vivência.

45
Figura 6: mapa vocal produzido por cantora e estudante de música durante vivência.

46
Verdadeiro ou Falso.

a. Objetivos
Estimular cada pessoa a compartilhar qual sua relação com a música ou
com qualquer outra coisa, de acordo com a intenção da/o coordenador/a e
necessidade do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 8 anos.
c. Material necessário.
Papel e caneta ou lápis para preparar a atividade.
Antes da atividade, coordenadores/as preparam papeis com frases que
podem ser trabalhadas durante o jogo.
Sugestões de frases: "Música me deixa feliz.", "Tenho péssimas
lembranças com música.", "Tenho medo de cantar.", "Dizem que canto bem.",
"Nunca vou conseguir cantar.", "Lembro-me de músicas que minha mãe
cantava.", “Lembro-me de músicas que meu pai cantava.”, "Sou desafinado.",
"Gostaria de cantar profissionalmente.", "Música me traz lembranças
românticas.", "Nunca escuto música.", "Gosto de festas com música.",
"Escuto música todos os dias.", "Gostava de brincadeiras com música.",
entre outras.
d. Maneiras de jogar.
Distribui-se essas frases para participantes e cada pessoa lê a sua em
voz alta, dizendo, em seguida, se é verdadeira ou falsa para si. A partir
daí, participantes podem perceber a relação que a pessoa tem com música.
e. Procedência do jogo.
Conheci esse jogo por uma coordenadora da Oficina de Música e
Movimento do CECCO do Parque Previdência, em que trabalhei em 2011 e 2012.

47
Meditação em movimento.

a. Objetivos
Trabalhar respiração junto com corpo; estimular concentração;
proporcionar relaxamento.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos; profissionais da voz.
Pode ser feito em experiência individual ou com grupo.
c. Material necessário
Nenhum.
d. Descrição da atividade
De pé, com joelhos e calcanhares na direção dos ísquios, quadril
encaixado, braços relaxados.
Inspirar trazendo mãos na altura dos ombros, dobrando os cotovelos
com as palmas das mãos para fora, estendendo os joelhos.
Expirar flexionando novamente os joelhos, enquanto puxa os
cotovelos para trás e estende os braços.
Repetir 10 vezes lentamente.
e. Procedência
Versão adaptada do Tai Chi que pode ser consultada no livro “O Tao
da Voz” de Stiphen Cheu-Tao Cheng.

48
Plante!

a. Objetivos.
Aquecer a voz; aquecer o corpo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 9 anos; profissionais da voz.
c. Material necessário.
Nenhum material é necessário, porém pode ser interessante colocar uma
música de fundo.
d. Descrição da atividade.
O grupo caminha pela sala. Uma pessoa do grupo fica responsável por
coordenar a atividade. Essa pessoa orientará o grupo que, ao ouvirem a
palavra “plante”, deverão parar de caminhar e emitir um determinado som
vocal ou respiratório, que esta pessoa escolherá.
Outra possibilidade é deixar uma pessoa responsável por dizer qual som
deverá ser feito ao pararem, mas deixar o comando “plante” livre para quem
quiser dizê-lo.
A atividade pode acontecer com a caminhada em andamento moderado e
pode acelerar conforme comando.
Obs.: a palavra “plante” não é aleatória. “Plante” deve evocar a ideia
de planta, enraizada e viva, diferente da ideia de “estátua”, que costuma
levar a posturas rígidas. Assim, quando as pessoas ouvirem a palavra
“plante”, não precisam parar imediatamente. Podem terminar seu passo,
posicionar os pés de maneira confortável, inspirar tranquilamente e emitir
o som.
Sugestões de sons:
- “f” (fonema /f/, como em “força”);
- “v” (fonema /v/, como em “voz”)
- “m” (fonema /m/, como em “maçã”);
- “br” (vibração de lábios, como se imitássemos um caminhão)
- “pr” (vibração de língua, como se prolongássemos o som de “pr”
na palavra “prato”)
- qualquer vogal;
- uma frase musical conhecida pelo grupo.
e. Procedência.

49
Aprendi essa atividade com Letícia Oliveira em experiências com o
grupo “Emboa Cia. de Teatro.” É um exercício de Jacques Lecoq, conhecido
por trabalhar com teatro físico, mímica e movimento. Se tiver interesse,
pesquise por L’École Internationale de Théâtre Jacques Lecoq.

50
Tigre

a. Objetivos.
Desenvolver tônus corporal, concentração e precisão no movimento
corporal.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 13 anos; atrizes/atores, dançarinas/os. Poderia
ser adaptado para crianças.
c. Material necessário.
Nenhum material é necessário, porém pode ser interessante colocar uma
música de fundo.
d. Descrição da atividade.
De pé, em duplas que são como oponentes. Os participantes devem seguir
a orientação de deixar a base aberta (ou seja, pés afastados, joelhos
semiflexionados e coluna ereta) e tentar, a partir dessa postura, agarrar a
canela do oponente.
Para definir um final, sugiro escolher uma pontuação máxima a ser
atingida ou seguir os limites do corpo.
e. Procedência.
Aprendi essa atividade com Alice Nascimento em experiências com
treinamento de atriz. É uma releitura que a atriz e educadora fez com base
em suas experiências, para trabalhar precisão no movimento corporal.

51
Pulos no quadrado
(nome sugerido por mim)

a. Objetivos.
Aquecer e despertar.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 6 anos; atrizes/atores, dançarinas/os.
c. Material necessário.
Nenhum material é necessário.
d. Descrição da atividade.
De pé, fazer sequências de pulos girando no sentido horário ou anti-
horário. Portanto, as pessoas irão realizar:
- 8 pulos virada para frente,
- 8 pulos virada para um lado (começar no sentido horário, por
exemplo),
- 8 pulos virada para trás,
- 8 pulos virada para o outro lado,
- 4 pulos virada para frente,
- 4 pulos virada para um lado (agora, girar no sentido anti-horário),
- 4 pulos virada para trás
- 4 pulos virada para o outro lado,
- repetir com dois pulos no sentido horário,
- finalizar com um único pulo que deve ser um giro de 360°.
e. Procedência.
Aprendi essa atividade com Alice Nascimento em experiências com
treinamento de atriz. É uma atividade de teatro muito praticada pelo
Laboratório do Odin Teatret, mas desconhecemos se é de autoria do grupo ou
de outra pessoa.

52
Jogo das Bolas de Várias Cores e Tamanhos.

a. Objetivos.
Trabalhar concentração e interação do grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir dos 8 anos.
c. Material necessário.
Bolas de tênis ou, se você tiver, bolas de várias cores e tamanhos.
d. Descrição da atividade.
Primeiro, uma bola é passada de mão em mão em um sentido, por exemplo,
no sentido horário. A orientação é cada pessoa falar um número cada vez que
passar a bola: 1, 2, 3, enfim, na ordem numérica crescente. Vinte e um é o
número usado normalmente mas pode ser interessante usar um número par
quando a quantidade de pessoas for ímpar ou vice-versa. Assim, sempre
mudamos a informação quando a bola passar novamente e, ao chegar no último
número da sequência, ela inicia-se novamente a partir do 1.
De acordo com a idade e o grupo, você pode escolher como desenvolver o
jogo:
1. Quando perceber que o grupo entendeu o que precisa ser feito, você
pode colocar uma bolinha no outro sentido (nesse caso, anti-horário). Após
algumas rodadas, você pode mudar a informação da primeira bolinha por
palavras que tenham conexão mas não sigam uma sequência, por exemplo,
instrumentos musicais, frutas, cores, etc. Aos poucos, conforme o grupo
corresponde ao jogo, você pode colocar mais bolas sempre no primeiro
sentido escolhido (horário), deixando uma bolinha no outro sentido com a
sequência de números. Assim vai a dinâmica até o ponto que o grupo
conseguir manter a concentração. Você pode adicionar mais bolas caso seja
interessante.
2. Depois de entendido o que deve fazer, acrescente mais bolinhas no
mesmo sentido com um certo intervalo entre elas. Depois um tempo dessa
dinâmica, acrescente uma bola (preferencialmente diferente da primeira) no
outro sentido, nesse caso, anti-horário, também com a sequência de números.
Passado um tempo, se o jogo estiver fluindo bem, troque a informação das
bolinhas no sentido horário por dias da semana, depois por meses do ano,

53
depois por nome de notas (mantendo a sequência de números sempre no outro
sentido).
Você pode adicionar mais bolas, ou colocar outras informações caso
seja interessante e de acordo com o grupo com quem você está trabalhando.
e. Procedência.
Aprendi essa atividade com a Sandra Kaetsu, musicista e professora de
música, durante formação continuada de professores no Programa Guri Capital
e Grande SP.

54
Jogo do Globo Terrestre.

a. Objetivos.
Trabalhar interação do grupo e compartilhar conhecimentos; conhecer o
grupo.
b. Público alvo.
Pessoas a partir 7 anos (ou quem sabe menores ainda, se você adaptar).
c. Material necessário.
Um globo terrestre leve e de tamanho adequado à idade, que possa ser
passado de mão em mão.
d. Descrição da atividade.
Primeiro, fazemos uma dinâmica de batata quente com o globo terrestre.
Quem cair com o globo precisa encontrar um lugar que a orientadora da
atividade solicite. Por exemplo: Fulano, encontre um país do Continente
Africano! A partir daí o grupo tem que contar o que sabe sobre esse país ou
continente.
Particularmente com crianças, direciono a atividade para algum país
sobre o qual já trabalhei com o grupo: uma música, uma informação, algum
conhecimento cultural.
e. Procedência.
Criei essa atividade para dinâmicas em sala de aula com crianças.

55
Canto com números.

a. Objetivos.
Trabalhar ouvido melódico e harmônico.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 7 anos; profissionais da voz; atores; dançarinos.
c. Material necessário.
Um instrumento harmônico.
d. Descrição da atividade.
A orientadora ou o orientador escolhe uma escala maior em que os 7
graus estejam numa tessitura boa para o grupo cantar. A partir daí, cantará
cada grau da escala com números em pequenos motivos melódicos e o grupo
deverá repetir cada motivo. Por exemplo: escolhido o tom de Si Bemol Maior,
vou cantar Sib, Do, Sib, Do, Sib com os números “I-II-I-II-I”, criando
assim pequenas melodias. Costumo utilizar as melodias “I-II-I-II-I”, “I-II-
III-II-I”, “V-IV-III”, “III-II-I”, “I-VII-I”, “V-VI-V”, “V-VI-VII-I”... As
possibilidades são muitas e vão variar de acordo com o que você desejar
trabalhar.
Depois de cantar um pouco, pode-se tocar as sequências sem cantar e
pedir para o grupo cantar o que foi tocado, com números. Nesse caso, a
percepção auditiva fica em foco.
Após algum tempo de prática desse exercício, percebo que fica mais
fácil introduzir o conteúdo de escalas, tom e semitom. Você pode explicar a
teoria desse exercício, ou seja, que os números são graus da escala e tudo
o mais de acordo com a idade do grupo e com seus objetivos. De qualquer
maneira, a vivência precisa vir antes da explicação.
Em turmas de estudantes de música mais adiantados, é possível fazer a
mesma dinâmica em escala menor, escalas modais e quaisquer outras,
pontuando que cada grau tem um som dependendo da escala.
Se quiser, pode adicionar Manossolfa ou outras dinâmicas corporais na
atividade. Vale ainda fazer um breve aquecimento vocal com o grupo antes do
exercício.
e. Procedência.
Criei esse exercício para trabalhar em salas de aula de música e com
atores e dançarinos que buscam um aprendizado musical relacionado ao canto

56
e à teoria da música. A ideia surgiu de uma atividade vivenciada com a
Profª Drª Graziela Bortz no curso de Percepção e Rítmica da graduação em
música do Instituto de Artes da UNESP em 2010.

57
Aquecimento com bolinhas.
a. Objetivos.
Aquecer a voz em grupos grandes, de maneira lúdica.
b. Público alvo.
Pessoas a partir de 7 anos; profissionais da voz; atores; dançarinos.
c. Material necessário.
Bolinhas de várias cores, texturas e tamanhos.
d. Descrição da atividade.
Em roda, uma pessoa joga ou rola a bolinha para outra fazendo um som
vocal específico para aquecimento. Pode ser som da consoante "s", "x", “v”,
“z”, “g”, vibração de lábios ou vibração de língua. Quem receber a bolinha,
deve passar para outra pessoa, fazendo o mesmo. A atividade pode ser feita
com várias bolas e cada uma pode ter seu som específico, por exemplo:
1. bolinha de borracha da cor azul: vibrar lábios
2. bolinha de tênis: fazer som de “v”
3. bolinha de pingue pongue: fazer som de “g”
E assim por diante. Experimente desafiar as pessoas com vários sons
diferentes!
Você inclusive pode expandir a proposta:
- Variação 1 – usando sons ligados "sons longos" (rolando a bolinha) e
sons staccatos "destacados - sons curtos" (quicando a bolinha de leve no
chão).
- Variação 2 – usando alturas diferentes (grave e agudo) e glissandos
e. Procedência.
Aprendi esse jogo com a professora Sandra Kaetsu, durante ciclos de
formação no Guri Capital e Grande SP.

58
História pessoal da música.
a. Objetivos.
Pensar sobre pensar história, conhecer a própria história da música,
conhecer o grupo.
b. Público alvo.
Adolescentes, adultos.
c. Material necessário.
Depende da escolha de apresentação. Pode ser realizada sem material
nenhum ou pode ser necessário material de escrita, gravação, desenho, etc.
d. Descrição da atividade.
Provocar a discussão sobre o que é história da música e quem faz essa
história. Comumente se estuda compositores europeus nesta disciplina, o que
pode ser um assunto interessante para abordar, porém o fato de normalmente
ser o único tema discutido retrata um hábito colonial no ensino da música
que precisa e pode ser transformado.
Então, podemos propor as seguintes perguntas para o grupo:
1. De que músicas eu gosto;
2. Quais são esses gêneros musicais que eu gosto (a partir daí pode-se
conectar uma pesquisa sobre gêneros musicais e seus respectivos
territórios culturais)
3. Qual meu artista / minha artista preferido/a da música?
Não precisa ser conhecido, muitas vezes as pessoas citam
professores/as ou regentes nessa questão.
4. Por que eu estudo música?
5. Por que eu estudo música nesse espaço onde estou?
Escola, projeto, escola de música, etc.
Costumo pedir essas respostas como trabalho para casa. Nunca é
obrigatório: faz quem estiver com vontade de investigar essas questões. O
formato de apresentação pode ser contar para o grupo ou entregar um texto,
mas cabe deixar o espaço aberto para outras possibilidades artísticas nessa
apresentação. Nas minhas experiências já surgiram poemas, textos e rodas de
conversa a partir desta dinâmica.
e. Procedência.
Criei essa atividade para os estudantes do Guri Capital e Grande SP.
As provocações para desenvolvê-la foram:

59
- O trabalho de História Pessoal da Música que o Profº Drº Paulo
Castagna solicitou para a disciplina de História da Música Brasileira,
quando eu cursava a graduação.
- O vídeo disponível no TED “O perigo da história única”, da escritora
Chimamanda Ngozi Adichie, que pode ser visitado no link a seguir:
https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story/transcript?lang
uage=pt#t-58405. Última visita em 23 de junho de 2020.

60
Vontade de conhecer o mundo.
a. Objetivos.
Fomentar sonhos, conhecer culturas diversas.
b. Público alvo.
Adolescentes, adultos.
c. Material necessário.
Material para escrever ou é possível fazer apenas com conversas.
d. Descrição da atividade.
Costumo iniciar essa atividade perguntando se alguém conhece outro
país e se as pessoas têm vontade de conhecer. Depois de conversarmos um
pouco, proponho as seguintes perguntas:
“Que país eu quero conhecer?”
“Qual é o idioma ou quais são os idiomas falados neste país?”
“Qual é ou quais são a(s) música(s) típica(s) desse país?”
“Qual é ou quais são a(s) comida(s) típica(s) desse país?”
A partir daí a atividade pode ser realizada com folha sulfite e lápis,
ou outro material que esteja disponível. Em geral, as perguntas sobre comida
e música típica ficam para a casa e conversamos no encontro seguinte.
Então, recolho os trabalhos que tiverem sido entregues ou faço
anotações e formulo aulas de teoria da música que dialoguem com questões
culturais que possam ter sido levantadas pelos estudantes em seus trabalhos.
É sempre uma oportunidade para conhecer outras culturas durante o
curso e para alimentar a vontade de conhecer o mundo.
e. Procedência.
Criei essa atividade para os estudantes do Guri Capital e Grande SP.
As provocações para desenvolvê-la foram:
- Filme “Nunca me sonharam”, com direção e Cacau Rodhen.
- Inúmeras conversas com amigos, amigas e colegas sobre desigualdades
de oportunidades, importância de conhecer culturas diversas.
Obs.: tenho pensando em traçar releituras dessa atividade com o
recorte “Brasil e suas diversas culturas” e “América Latina”. Até o dia de
hoje, em que estou atualizando este caderno, ainda não desenvolvi, mas
deixo a provocação para quem já quiser colocar em prática.

61
.INDICAÇÃO DE LEITURAS E DE MATERIAIS DE APOIO.

Segue uma lista de livros e outros materiais que podem servir de apoio
para as atividades deste caderno, ou para quaisquer outras.

.LIVROS.
ALMEIDA, Berenice; PUCCI, Madga. Outras terras, outros sons. São Paulo: Callis,
2015.
BOAL, Augusto. Jogos para atores e não-atores. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 2011.
BRITO, Teca Alencar de. Quantas músicas tem a música? Ou algo estranho no
museu! São Paulo: Peirópolis, 2011.
SODRÉ, Lilian Abreu. Música africana na sala de aula: cantando, tocando e
dançando nossas raízes negras. São Paulo: Duna Dueto, 2012.
SPOLIN, Viola. Jogos teatrais na sala de aula. Trad. Ingrid Dormien Koudela.
São Paulo: Perspectiva, 2012.
TATIT, Ana; LOUREIRO, Maristela. Desafios musicais. São Paulo: Melhoramentos,
2014.

.LINKS.
Mamalisa – site que disponibiliza vídeos, gravações e partituras de canções de
todo o mundo: http://www.mamalisa.com
O Passo – site d’O Passo, método de educação musical brasileiro criado por
Lucas Ciavatta: http://www.opasso.com.br
Coletivo Nkanda Di jejê – coletivo que desenvolve projetos de educação
feminista e antirracista: https://coletivodijeje.com.br/index.php
Vídeo - TED “O perigo da história única”, da escritora Chimamanda Ngozi
Adichie, que pode ser visitado no link a seguir:
https://www.ted.com/talks/chimamanda_ngozi_adichie_the_danger_of_a_single_story/transcript?languag
e=pt#t-58405.

62
.CONTRIBUA COM O “MANIPULANDO SONS!”.

Para contribuir com o caderno, entre em contato e envie sua sugestão.


Se quiser enviar uma atividade, não se esqueça de informar sua descrição
completa, bem como onde ou com quem você aprendeu o jogo.

Muito grata pela leitura! 

.INFORMAÇÕES DE CONTATO.
.Cecilia Ferreira Bortoli.
E-mail:
ce.ceciliafb@gmail.com

63

Você também pode gostar