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Antes de falar da relação custo/benefício das lagoas é importante falar dos tipos de lagos de

estabilização:

Lagoas Aeradas de mistura completa (Aeróbicas): Nesse modelo a presença de


aeradores gera uma grande oxigenação na Lagoa o que maximiza a ação das bactérias
aeróbicas da Lagoa. Essa forte aeração acaba não permitindo uma sedimentação relevante o
que naturalmente inviabiliza, no fundo da lagoa, a presença de lodo, proveniente das reações
anaeróbicas.

Lagoas Anaeróbicas: Nessas Lagoas é necessário gerar uma profundidade superior aos
outros tipos de lagos, 2 a 5 metros. Outro fator importante é a não presença da luz solar na
nossa equação o que praticamente impossibilita a fotossíntese. Com esses dois fatores a lagoa
consegue gerar um tratamento em duas etapas. Na primeira, as moléculas da matéria orgânica
são quebradas e transformadas em estruturas mais simples. Já na segunda, a matéria orgânica
é convertida em metano, gás carbônico e água.

Lagoas Facultativas: Nesse modelo de Lagoa temos simultaneamente a fermentação


anaeróbica e a oxidação aeróbica. Sua escavação é de 1,5m a 2 m, sendo necessário a presença
do sol. Esse sistema pode apresentar aeradores para melhorar a oxigenação da lagoa, porém
essa agitação tem que permitir uma parcial sedimentação para a geração do lodo e presença
de bactérias anaeróbicas. Caso a aeração apresente uma intensidade muito elevada a lagoa
pode se tornar uma Lagoa Aerada de mistura completa.

Lagoas de Maturação ou Polimento: Esse tipo de lago ao contrario das outras 3 citadas
não tem como função primordial a retirada de matéria orgânica. Inclusive, ela quase sempre é
utilizada como uma etapa subsequente de outra método de tratamento. Sua principal função é
a remoção de patógenos, porém ela consegue também fazer a remoção de 99,99% dos
coliformes fecais e tirar ainda mais do DBO que já chega reduzido.

Importante salientar que não só a lagoa de maturação pode ser implementada de forma
conjunta com as outras lagoas. O sistema Australiano é um bom exemplo, nele temos uma
lagoa anaeróbica seguida de uma facultativa. Esse modelo consegue em 2/3 da área de uma
lagoa facultativa gerar o seu mesmo resultado.

Agora vamos adentrar no custo/benefício de cada uma das lagoas:

Lagoas Aeradas de mistura completa (Aeróbicas): A grande vantagem dessa lagoa é a


necessidade de um baixo volume para fazer o mesmo tratamento que outras lagos
necessitariam. Ela também por apresentar somente bactérias aeróbicas tem uma menor
tendencia a geração de mal odores. As desvantagens dela são principalmente duas. A primeira
é um maior gasto com manutenção devido a presença de um sistema mecanizado que
consome energia. A segunda desvantagem é a necessidade posterior de decantadores para
poder retirar os microrganismos que estão suspensos na massa liquida.

Lagoas Anaeróbicas: Nesse sistema temos escavações mais profundas que dificultam a
entrada das luzes solares e necessitamos de áreas menores quando comparado com Lagoas
facultativas. Essa Lagoa remove a matéria orgânica de forma mais lenta e tem uma maior
tendencia a gerar odores ruins. A grande vantagem desse método é a sua possibilidade de
maximizar a atuação dos outros tipos de lagos. Como mencionado anterior o sistema
australiano consegue diminuir em 1/3 aérea construída, outro fator importante é que a vida
microbiana aeróbica e anaeróbica apresentam facilidades e desvantagens diferentes
dependendo do tipo de matéria orgânica, ou seja, no modelo australiano em 5 dias a lagoa
anaeróbica consegue remover 50% da matéria orgânica, porém os outros 50% tendem a ser
mais difíceis o que justifica a mistura dos métodos.

Lagoas Facultativas: Esse tipo de Lagoa Apresenta duas grandes vantagens,


primeiramente a sua manutenção é praticamente zero, mesmo que ela tenha aeradores essa
manutenção será mais barata quando comparada com uma lagoa aerada de mistura completa.
A segunda vantagem é a presença tanto da fermentação anaeróbica como da oxidação
aeróbica, essa presença simultânea possibilita um tratamento mais completo da matéria
orgânica. A grande desvantagem desse método de lagoa é a necessidade de uma grande área
para tratar a mesma carga de esgoto que os outros métodos conseguiriam tratar em áreas bem
inferiores. Como ela apresenta os dois métodos nem o tratamento anaeróbico está
trabalhando em plenitude nem a oxigenação é suficiente para uma forte atuação da fase
aeróbica.

Lagoas de Maturação ou Polimento: Esse tipo de lagoa é bastante útil como processo
de remoção de patógenos e polimento em relação a um tratamento prévio de remoção da
matéria orgânica. Comparado com a cloração esse método é mais econômico no tocante a
remoção de patógenos, além dessa lagoa ainda conseguir tirar um pouco mais da DBO do
esgoto que já chega bem tratado. A grande desvantagem desse método é a necessidade de
mais áreas para fazer a desinfecção e do tratamento inconsistente dos patógenos dependendo
das condições climáticas.

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