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Prisão de Stanford
Mas afinal de contas, nascemos bons, mas acabamos por ser corrompidos pela
sociedade? Ou nascemos egoístas e maus, e a sociedade só reflete isso?
Também, uma década antes, ocorrera uma outra experiência designada por
“Experiência de Milgram”, conduzida pelo psicólogo Yale Milgram, que visava
analisar o nível de obediência das pessoas quando estão submetidas a
autoridade.
Desenvolvimento da experiência
OS GUARDAS
Bom, no que diz respeito aos guardas, a estes entregaram bastões de madeira e
fardas beges, para imitar os militares; receberam também óculos de sol
espelhados, com o intuito de evitar e diminuir assim o contacto visual entre
estes e os prisioneiros, criando um certo distanciamento entre ambos. Eles
trabalhavam por turnos e nos tempos livres podiam mesmo regressar a casa,
contudo, houve indivíduos que mesmo sem pagamento extra, preferiam
continuar no local e usufruir do poder. Os guardas começaram a castigar
fisicamente os prisioneiros, que foram obrigados a efetuar duros exercícios,
como flexões. Esta punição parecia um pouco imatura, no entanto, as flexões
eram um modo de castigo frequente nos campos de concentração nazis. Deve
salientar-se que alguns guardas também colocavam os pés em cima das costas
dos reclusos enquanto faziam flexões ou obrigavam os outros reclusos a
sentarem-se ou a colocarem os pés nas costas dos seus colegas reclusos
enquanto cumpriam o castigo. Para além disso, uma punição comum era a
proibição de urinar ou defecar (a não ser num balde dentro da cela, que não era
permitido esvaziar). Forçaram os prisioneiros a participar em contagens sem
sentido, inclusive no meio da madrugada, a cantar hinos repetitivos e a engraxar
os seus sapatos (que os agentes sujavam novamente).
Ainda foi possível identificar três tipos de guardas: os mais rígidos que seguiam
à risca todas as regras estabelecidas; aqueles que acabavam por fazer favores
aos prisioneiros e não os castigavam, assim como os guardas que humilhavam e
maltratavam os detidos. Estes últimos apreciavam o poder que lhes fora
atribuído, e relacionando esta atitude com os testes psicológicos realizados
anteriormente, revela-se que são os mesmos indivíduos que se caracterizam por
serem autoritários.
OS PRISIONEIROS
De relevar também, que estes não podiam ser tratados pelos nomes próprios,
isto porque, no início da experiência fora-lhes fornecido, como identificação,
números (que estavam costurados no seu uniforme), com o intuito de salientar
a perda de identidade.
Numa primeira fase, os reclusos revoltavam-se com os guardas, dado que estes
usavam bastante a violência para por fim à rebelião, sendo especialmente duros
com o líder da revolta. Posteriormente, tentaram cumprir todas as ordens, com
o objetivo de que o bom comportamento os ajudasse. No entanto, no final do
estudo, verificava-se que já não existia propriamente um grupo em si, mas sim
pessoas isoladas que tentavam sobreviver.
INSTRUÇÕES
A única norma que fora comunicada aos guardas seria a de que estava
estritamente proibido a violência física, todavia, podiam utilizar qualquer outro
recurso para intimidar os prisoneiros, causando medo e invadindo a sua
privacidade, a fim de privá-los da sua individualidade. Posto isto, a
responsabilidade do funcionamento da prisão estava então a cargo deles.
O CAOS INSTALADO
E o problema agora era: o que fazer com esta rebelião? Os guardas entraram
em cada cela, deixando-os nus, retiraram as camas, colocaram os cabecilhas da
rebelião em celas solitárias e começaram a maltratar e a intimidar os reclusos.
O uso de punições severas passou então a ser recorrente, como por exemplo:
exercícios que envolviam demasiado esforço físico; proibição de utilizar a casa-
de-banho; recusa de acesso à alimentação; dormir sobre o solo em cimento,
sem qualquer tipo de aconchego; limpeza das casas-de-banho e das celas, e
além disso, chegaram a ser obrigados a despirem-se, para que ocorresse
humilhação sexual.
Um dos guardas acabou por sugerir utilizar táticas psicológicas em vez de físicas:
dividiram os prisioneiros por blocos, classificando tais grupos como os “bons” e
os “maus”. Esta divisão faria com que acreditassem que entre eles haveria
infiltrados, quebrando a solidariedade entre os reclusos e, portanto, foi uma
solução para acabar com as rebeliões entre os prisioneiros. Segundo o
comandante da experiência, este tipo de metodologia é utilizada, no
quotidiano, pelas prisões americanas.
Quando chegava a noite, devido ao facto de pensarem que já não estavam a ser
observados, os guardas agiam de forma sádica; inclusive muitos deles ficaram
desanimados quando a experiência terminou.
O FINAL
O estudo foi terminado devido a duas grandes razões, em primeiro lugar devido
ao abuso excessivo por parte dos guardas quando acreditavam que não estavam
a ser vigiados: estes tornavam-se cada vez mais sádicos, nomeadamente
durante a noite, dado que acreditavam que as câmaras estavam desligadas. O
aborrecimento dos guardas levou-os a abusos mais pornográficos e degradantes
dos reclusos. De salientar ainda que alguns guardas pareciam mesmo gostar e
estar a desfrutar de todo o poder que usufruíam.
Em segundo lugar pela oposição de Christina Maslach uma recém doutorada de
Stanford, que tinha sido convidada a realizar entrevistas a guardas e reclusos,
opôs-se no momento em que viu os reclusos serem conduzidos para a casa de
banho, com sacos nas cabeças, pernas acorrentadas, com as mãos nos ombros
uns dos outros. No meio de imensos indivíduos externos que viram o que
ocorria na prisão ela foi a única que questionou o estatuto moral da experiência.
Então, após a sua chamada de atenção para o efeito poderoso da situação, ficou
claro que o estudo deveria terminar.
Críticas à experiência
Philip Zimbardo referiu que com o passar do tempo passou a estar mais
integrado na experiência, chegando a interferir na mesma de forma direta, e
como tal, fora acusado de incentivar maus-tratos e abusos emocionais. Inclusive
chegara a dizer numa entrevista à BBC, e passo a citar, o seguinte:
Contudo, continua a ser essencialmente criticado por não ter cumprido normas
éticas, como por exemplo o facto de apesar de terem dito inicialmente que os
voluntários podiam desistir quando assim entendessem, mal um recluso
exprimisse o desejo de abandonar a simulação, esta vontade não lhes era
concedida; e ainda não possuir generalização, ou seja, variedade entre os
indivíduos, dificultando então o aparecimento de resultados mais fidedignos e
estendidos a toda a população.
Apesar da quantidade de críticas sobre este estudo, ele continua a ser crucial
para se compreender como cada situação pode influenciar o comportamento
humano.
Assim sendo, mostraremos um pequeno vídeo, onde Zimbardo faz uma visita
guiada nas instalações, e percebemos então a falta de veracidade da dita prisão.
CINEMA
Conclusões na psicologia
A nível da psicologia, foi então possível verificar que Zimbardo relevou a força
das instituições para transformar boas pessoas em indivíduos capazes de
cometer atrocidades. Esta Experiência permitiu compreender como é que as
situações sociais deformam as identidades pessoais e descrever um importante
fenómeno associado ao modo como os grupos influenciam o comportamento.
Conclusão:
De acordo com tudo o que abordamos, concluímos ter adquirido um
conhecimento mais aprofundado no que toca à experiência realizada na Prisão
de Stanford. Relativamente às dificuldades encontradas, pensamos que a
pesquisa reforçada dos vídeos de apoio à apresentação fosse a parte onde nos
deparamos com maior dificuldade, visto que, alguns vídeos não mostravam de
forma clara aquilo que gostávamos exatamente de transmitir, no entanto,
sentimos que todo o esforço valeu apena tanto para podermos explicar aos
nossos colegas como para nós próprias entendermos melhor esta experiência.
Em suma, consideramos o tema bastante pertinente, visto que através deste
conseguimos relacioná-lo diretamente com a matéria dada e perceber o
comportamento das pessoas quando colocadas em diferentes cargos e as
respetivas consequências. Sem dúvida que a elaboração deste trabalho foi uma
fonte de conhecimento e permitiu-nos adquirir noções que anteriormente não
possuíamos.
Webgrafia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento_de_aprisionamento_de_Stanford
https://www.bbc.com/portuguese/geral-46417388
https://www.revistaquestaodeciencia.com.br/artigo/2021/11/11/os-50-anos-do-
experimento-da-prisao-de-stanford
https://super.abril.com.br/historia/a-experiencia-mais-comentada-polemica-e-furada-de-
todos-os-tempos/
https://pt.reoveme.com/o-experimento-da-prisao-de-stanford/
https://psicologiaexperimental.blogs.sapo.pt/2641.html
https://www.prisonexp.org/portuguese-1
https://ensaiosenotas.com/2015/06/27/o-experimento-da-prisao-de-stamford/
https://www.sitedecuriosidades.com/curiosidade/o-experimento-da-prisao-de-
stanford.html
https://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2018/12/02/o-controverso-experimento-de-
aprisionamento-de-stanford-interrompido-apos-sair-do-controle.ghtml
https://hypescience.com/o-influente-experimento-da-prisao-de-stanford-foi-manipulado/
https://josemariaalves.blogspot.com/2021/10/o-experimento-da-prisao-de-stanford.html
https://pt.wikipedia.org/wiki/Experimento_de_aprisionamento_de_Stanford#:~:text=O
%20experimento%20envolveu%20a%20atribui%C3%A7%C3%A3o,Philip%20Zimbardo%2C
%20da%20Universidade%20Stanford.
https://www.simplypsychology.org/zimbardo.html
https://pt.linkedin.com/pulse/o-que-experimento-de-aprisionamento-stanford-pode-nos-
santa-cruz
https://www.astropt.org/2020/05/05/quando-a-ciencia-precedeu-a-etica-historias-de-
experiencias-em-humanos-parte-v/
https://maestrovirtuale.com/a-experiencia-na-prisao-de-stanford-de-philip-zimbardo/
https://pt.estudyando.com/experiencia-na-prisao-de-stanford-resumo-e-etica/