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Recebeu-me de um modo efusivo. Isso era raro, mas penso que ele estava satisfeito ao ver-me.
Pouco falou, mas com um olhar amigável apontou-me a poltrona, estendeu-me sua cigarreira e
indicou o bar no canto. Depois postou-se diante da lareira e olhou-me com seu jeito singular e
introspectivo.
— O casamento foi bom para você — disse ele. — Creio, Watson, que você pesa mais três quilos
e meio desde a última vez que o vi.
— Deveras? Julguei que fosse um pouco mais. Um pouco mais, Watson. Bem, vejo que está
trabalhando de novo, mas não me tinha dito que pretendia voltar à sua profissão.
— Vejo que sim, deduzo-o. Como é que sei que tem apanhado muita chuva nestes últimos dias
e que tem uma empregada bronca e descuidada?
— Caro Holmes — disse eu —, isso é demais. Você certamente teria sido queimado vivo se
tivesse vivido uns século atrás. É verdade que fui passear no campo na quinta-feira e voltei
molhadíssimo, mas como já mudei de roupa não sei como é que descobriu. Quanto à
empregada, é incorrigível, e minha mulher já a despediu, mas mesmo assim não sei como o
adivinhou.
— É a coisa mais simples — retorquiu. — Vejo que do lado de dentro do seu sapato esquerdo,
justamente onde a luz do fogo incide, o couro está marcado com seis cortes paralelos. É claro
que os cortes foram feitos por alguém que descuidadamente raspou a beira das solas dos
sapatos para remover a lama nelas grudada. A partir daí compreenderá minhas deduções
duplas, de que esteve fora com mau tempo e que tem uma espécie de empregada
particularmente incompetente para limpar os sapatos. Quanto à sua profissão, se um cavalheiro
entrar nos meus aposentos cheirando a iodofórmio, com uma mancha de nitrato de prata na
ponta do polegar direito e uma saliência na cartola que mostra onde escondeu seu estetoscópio,
devo ser muito obtuso se não o reconheço como membro ativo da profissão médica.
Não pude deixar de rir da facilidade com que ele explicou seu processo de dedução.
— Quando ouço suas razões — disse eu —, as coisas parecem tornar-se tão simples que
facilmente penso conseguir o mesmo, embora fique cada vez mais confuso, até que você
explique seu processo… Todavia, creio que minha vista é tão boa quanto a sua.
— Frequentemente.
— Quantas vezes?
— Muito bem! Você os viu. Mas não os observou. Aí está a minha vantagem. Eu sei que há dez
degraus, porque vi e observei.
ANEXO 2 – aula
Esta aula pode ser trabalhada com todos os alunos de qualquer série, mas especialmente para
os alunos do 6º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio.
1. Tema
2. Objetivos
Esta aula tem como objetivos desenvolver nos alunos a compreensão de conceitos
fundamentais para a aprendizagem de história, principalmente o conceito de História como
ciência; a importância das fontes, e os seus diversos tipos; as limitações dos historiadores na
produção histórica; e por último, os conceitos de anterioridade, posterioridade, simultaneidade,
mudança e permanência.
3. Estratégias
II. Agora indaga-se aos alunos como é possível investigar o que já ocorreu. Deve-se explicar o
que é umdocumento histórico, e suas diversas formas, se pode colocar na lousa para registro o
seguinte registro:
Os alunos devem ser lembrados que estes documentos podem ser encontrados em diversos
locais, mas que desde o fim do século XIX, com o desenvolvimento da História como disciplina
acadêmica foram construídas instalações próprias para preservar estes rastros do passado,
como museus, arquivos público, e a instituição de órgãos de preservação de determinado
ambiente ou prática social, como o IPHAN. Pode-se completar esta informação que o IPHAN é
responsável pelo tombamento de legados culturais no Brasil, e que pelo mundo há a UNESCO,
que visa preservar legados da cultura humana. A palavra tombamento, tem origem portuguesa
e significa fazer um registro do patrimônio de alguém em livros específicos num órgão de Estado
que cumpre tal função. Ou seja, utilizamos a palavra no sentido de registrar algo que é de valor
para uma comunidade protegendo-o por meio de legislação específica.
O professor deve dizer que estas fontes não retratam a realidade de uma determinada época,
mas sim um recorte do que ocorreu no passado. A pessoa por fazer este recorte é o historiador,
ou seja, o profissional responsável pela produção do conhecimento histórico. Este historiados
como um homem do tempo em que ele vive é influenciado pelo seu presente, e por isso, a
seleção de documentos para a montagem da história que escreve é condicionada por suas
crenças e convicções. Dessa forma, a pesar da história ser uma ciência que busca a objetividade,
ela não é algo absoluto. É por isso que reescreve-se continuamente a história, pois esta é o
produto de uma época também.
III. Por último, vamos trabalhar com os alunos alguns conceitos de temporização. Para isso
existem várias atividades que se pode trabalhar.
b) Uma outra atividade a ser proposta pode ser a análise da seguinte charge:
(Angeli, Andes e Depois)
O professor pode pedir para os alunos levantarem diversos pontos comuns e diferentes nas duas
imagens que compõem o cartum.
Após realizar uma ou ambas atividades, o professor pode apresentar ou pedir aos alunos que
eles elaborem a definição das seguintes noções:
c) Simultaneidade: Eventos que ocorrem de forma concomitante, ou seja, ao mesmo tempo, não
implicando que um influi no outro.
d) Mudança: Aquilo que deixou de ser o mesmo, algo que já não é igual, semelhante, podendo
ser um mesmo objeto, mas essencialmente diferente do que já foi.
e) Permanência: Algo que continua da mesma forma, que não mudou, não
sendo necessariamente a mesma coisa, mas essencialmente parecido.
4. Avaliação
(Ambrogio Lorenzetti. A vida no campo. Os efeitos do bom governo no campo (c. 1337-1340))
(Reuters. Trabalhadores Rurais no Rio Grande do Sul, 2011)
5) Você sabe dizer que época essa imagens retratam? (essa pergunta é opcional, não deve valer
a nota)
Referencias:
BRAICK, P. R. e MOTA, M. B. História: das cavernas ao terceiro milênio vol.1 Das Origens da
humanidade à Reforma Religiosa na Europa. Ed. Moderna. 2011.
CERQUEIRA, C. PONTES, M.A., SANTIAGO, P. Por dentro da História vol. 1. Ed. Escala 2011.