Você está na página 1de 6

PLANO DE AULA – HISTÓRIA 1º ANO (AULA 1)

TEMA: O QUE A HISTÓRIA ESTUDA?

DURAÇÃO: 100 MIN

OBJETIVO: CHAMAR A ATENÇÃO DOS ALUNOS PARA A HISTORICIDADE, ENTENDER A SI COMO


PARTE DA HISTÓRIA E QUE HÁ UMA HISTÓRIA PARA ALÉM DO CONHECIMENTO SOBRE OS
GRANDES HOMENS OU GRANDES ACONTECIMENTOS.

AVALIAÇÃO: PRODUÇÃO DE UM TEXTO BASEADO NA FRASE DE GEORGE ORWELL “QUEM


CONTROLA O PASSADO, CONTROLA O FUTURO. QUEM CONTROLA O PRESENTE CONTROLA O
PASSADO.

1. Mostrar imagens que se referem a mudanças e permanências, chamar a atenção dos


alunos para o que acontece a sua volta.
2. Os sujeitos históricos? Quem são? Quem são aqueles estudados pela história?
3. A interpretação do passado, é preciso explicar aqui que mesmo o historiador ou
professor de história está inserido nesta, com suas visões de mundo, suas escolhas
teóricas e mesmo seu lugar social.
4. Como é possível argumentar? São as fontes históricas e sua interpretação que dão poder
argumentativo ao estudioso, são os vestígios do passado que tornam possível o
conhecimento da história. (Trecho de Sherlock Holmes); seus tipos podem ser:
a. Escritas
b. Orais
c. Cultura Material
d. Imagética
e. Cultura imaterial
ANEXO: trecho de: Um escândalo na Boêmia - Arthur Conan Doyle Publicado pela primeira
vez na Strand Magazine, em Julho de 1891

Recebeu-me de um modo efusivo. Isso era raro, mas penso que ele estava satisfeito ao ver-me.
Pouco falou, mas com um olhar amigável apontou-me a poltrona, estendeu-me sua cigarreira e
indicou o bar no canto. Depois postou-se diante da lareira e olhou-me com seu jeito singular e
introspectivo.

— O casamento foi bom para você — disse ele. — Creio, Watson, que você pesa mais três quilos
e meio desde a última vez que o vi.

— Três — respondi eu.

— Deveras? Julguei que fosse um pouco mais. Um pouco mais, Watson. Bem, vejo que está
trabalhando de novo, mas não me tinha dito que pretendia voltar à sua profissão.

— Como é que sabe então?

— Vejo que sim, deduzo-o. Como é que sei que tem apanhado muita chuva nestes últimos dias
e que tem uma empregada bronca e descuidada?

— Caro Holmes — disse eu —, isso é demais. Você certamente teria sido queimado vivo se
tivesse vivido uns século atrás. É verdade que fui passear no campo na quinta-feira e voltei
molhadíssimo, mas como já mudei de roupa não sei como é que descobriu. Quanto à
empregada, é incorrigível, e minha mulher já a despediu, mas mesmo assim não sei como o
adivinhou.

Ele riu satisfeito e esfregou as mãos nervosamente.

— É a coisa mais simples — retorquiu. — Vejo que do lado de dentro do seu sapato esquerdo,
justamente onde a luz do fogo incide, o couro está marcado com seis cortes paralelos. É claro
que os cortes foram feitos por alguém que descuidadamente raspou a beira das solas dos
sapatos para remover a lama nelas grudada. A partir daí compreenderá minhas deduções
duplas, de que esteve fora com mau tempo e que tem uma espécie de empregada
particularmente incompetente para limpar os sapatos. Quanto à sua profissão, se um cavalheiro
entrar nos meus aposentos cheirando a iodofórmio, com uma mancha de nitrato de prata na
ponta do polegar direito e uma saliência na cartola que mostra onde escondeu seu estetoscópio,
devo ser muito obtuso se não o reconheço como membro ativo da profissão médica.

Não pude deixar de rir da facilidade com que ele explicou seu processo de dedução.

— Quando ouço suas razões — disse eu —, as coisas parecem tornar-se tão simples que
facilmente penso conseguir o mesmo, embora fique cada vez mais confuso, até que você
explique seu processo… Todavia, creio que minha vista é tão boa quanto a sua.

— Perfeitamente — respondeu ele acendendo um cigarro e atirando-se numa poltrona. — Você


vê, mas não observa. A distinção é clara. Por exemplo, você tem visto muitas vezes os degraus
que sobem do bali até este aposento.

— Frequentemente.

— Quantas vezes?

— Bem, algumas centenas de vezes.

— Então quantos são?

— Quantos? Não sei.

— Muito bem! Você os viu. Mas não os observou. Aí está a minha vantagem. Eu sei que há dez
degraus, porque vi e observei.
ANEXO 2 – aula

Introdução aos estudos históricos

Esta aula pode ser trabalhada com todos os alunos de qualquer série, mas especialmente para
os alunos do 6º ano do ensino fundamental e 1º ano do ensino médio.

1. Tema

O tema da aula é a introdução aos estudos históricos.

2. Objetivos

Esta aula tem como objetivos desenvolver nos alunos a compreensão de conceitos
fundamentais para a aprendizagem de história, principalmente o conceito de História como
ciência; a importância das fontes, e os seus diversos tipos; as limitações dos historiadores na
produção histórica; e por último, os conceitos de anterioridade, posterioridade, simultaneidade,
mudança e permanência.

3. Estratégias

I. Primeiramente faz-se um levantamento com os alunos perguntando-lhes o que entendem por


História. Após escutar a opinião de alguns alunos, o professor deve orientá-los que a palavra
História épolissêmica, ou seja, tem vários significados, entre eles:

a) ficção: os livros de aventura, as novelas de televisão ou os filmes de cinema contam histórias


muitas vezes inventadas para despertar nossa atenção sobre determinado assunto, fazer-nos
refletir ou simplesmente para nosso entretenimento. Essas histórias criadas a partir da
imaginação humana, com seus lugares e personagens, são chamadas também ficção. Muitas
vezes, as obras de ficção são inspiradas no conhecimento de épocas passadas, como acontece
em filmes e romances de época.

b) processo vivido: as lutas e os sonhos, as alegrias e as tristezas de uma pessoa ou de um grupo


social fazem parte de sua história, de suas vivências. Assim, o conjunto dos acontecimentos e
das experiências que ocorrem no dia a dia, tanto de uma pessoa quanto de um grupo, pode ser
chamado de história vivida. Essa história integra a memória (recordações) das pessoas que a
viveram.

c) área de conhecimento: a produção de um conhecimento que procura entender como os seres


humanos viveram e se organizaram desde o passado mais remoto até os dias atuais constitui
uma área de investigação ou disciplina chamada História. Nesse sentido, História constitui um
saber preocupado em desvendar e compreender as condições históricas (historicidade) das
vivências humanas, ou seja, em tratar essas vivências como expressão da época em que elas
ocorreram.

II. Agora indaga-se aos alunos como é possível investigar o que já ocorreu. Deve-se explicar o
que é umdocumento histórico, e suas diversas formas, se pode colocar na lousa para registro o
seguinte registro:

O que chamamos de documentos, fontes ou evidências históricas não é necessariamente


produzido pelos indivíduos com o objetivo de deixar testemunhos para aqueles que viverão no
futuro. São os pesquisadores, ao estudarem determinado documento, que atribuem um sentido
a esses documentos. Cada pesquisador elege, baseado em estudos, experiência pessoal e
objetivo de trabalho, um conjunto de critérios científicos para definir a relevância e o sentido do
material histórico que tem em mão. Dessa maneira, o presente influencia o modo como vemos
e entendemos o passado do homem.

Existem diferentes tipos de documentos históricos, podemos dividi-los em três categorias:

 documentos escritos: registros em forma de inscrições, cartas, letras de canções, livros,


jornais, revistas, documentos públicos ou particulares, entre outros;

 documentos não escritos: registros da atividade humana, como vestimenta, armas,


utensílios, pinturas, esculturas, construções, músicas, filmes, fotografias, etc.

 documento oral: depoimento de pessoas sobre os aspectos da vida social e individual,


de uma determinada época ou acontecimento no qual a pessoa que depõe tenha tido
contato.

Os alunos devem ser lembrados que estes documentos podem ser encontrados em diversos
locais, mas que desde o fim do século XIX, com o desenvolvimento da História como disciplina
acadêmica foram construídas instalações próprias para preservar estes rastros do passado,
como museus, arquivos público, e a instituição de órgãos de preservação de determinado
ambiente ou prática social, como o IPHAN. Pode-se completar esta informação que o IPHAN é
responsável pelo tombamento de legados culturais no Brasil, e que pelo mundo há a UNESCO,
que visa preservar legados da cultura humana. A palavra tombamento, tem origem portuguesa
e significa fazer um registro do patrimônio de alguém em livros específicos num órgão de Estado
que cumpre tal função. Ou seja, utilizamos a palavra no sentido de registrar algo que é de valor
para uma comunidade protegendo-o por meio de legislação específica.

O professor deve dizer que estas fontes não retratam a realidade de uma determinada época,
mas sim um recorte do que ocorreu no passado. A pessoa por fazer este recorte é o historiador,
ou seja, o profissional responsável pela produção do conhecimento histórico. Este historiados
como um homem do tempo em que ele vive é influenciado pelo seu presente, e por isso, a
seleção de documentos para a montagem da história que escreve é condicionada por suas
crenças e convicções. Dessa forma, a pesar da história ser uma ciência que busca a objetividade,
ela não é algo absoluto. É por isso que reescreve-se continuamente a história, pois esta é o
produto de uma época também.

III. Por último, vamos trabalhar com os alunos alguns conceitos de temporização. Para isso
existem várias atividades que se pode trabalhar.

a) Um atividade em grupo é dividir os alunos em 3 ou 4 grupos. A cada um dos grupos é pedido


para na próxima aula trazer algum tipo de documento da época de seus pais. Um grupo pode
trazer cartas da época de juventude dos pais ou avós. Um outro grupo fica responsável por trazer
fotos. O terceiro deve trazer músicas que seus parentes gostavam. O último pode fazer uma
pesquisa sobre programas de televisão ou filmes da época dos pais. A partir da apresentação
dos documentos pelos grupos, o professor deve confrontar os documentos com objetos dos
próprios alunos e tentar demonstrar as transformações que ocorreram ao longo do período
(infância/ juventude dos pais/filhos).

b) Uma outra atividade a ser proposta pode ser a análise da seguinte charge:
(Angeli, Andes e Depois)

O professor pode pedir para os alunos levantarem diversos pontos comuns e diferentes nas duas
imagens que compõem o cartum.
Após realizar uma ou ambas atividades, o professor pode apresentar ou pedir aos alunos que
eles elaborem a definição das seguintes noções:

a) Anterioridade: época anterior, que se passou antes de outro evento.

b) Posterioridade: época posterior, que ocorreu depois de um outro evento.

c) Simultaneidade: Eventos que ocorrem de forma concomitante, ou seja, ao mesmo tempo, não
implicando que um influi no outro.

d) Mudança: Aquilo que deixou de ser o mesmo, algo que já não é igual, semelhante, podendo
ser um mesmo objeto, mas essencialmente diferente do que já foi.

e) Permanência: Algo que continua da mesma forma, que não mudou, não
sendo necessariamente a mesma coisa, mas essencialmente parecido.

4. Avaliação

Peça para os alunos responder a seguinte exercício:

Com base no que aprendemos nesta aula, responda ao que se pede:

(Ambrogio Lorenzetti. A vida no campo. Os efeitos do bom governo no campo (c. 1337-1340))
(Reuters. Trabalhadores Rurais no Rio Grande do Sul, 2011)

1) As duas imagens acima representam que tipo de fonte histórica?

2) Qual das duas imagens ocorreu antes?

3) O que de semelhante em ambas imagens?

4) Quais são as diferenças?

5) Você sabe dizer que época essa imagens retratam? (essa pergunta é opcional, não deve valer
a nota)

Referencias:

BRAICK, P. R. e MOTA, M. B. História: das cavernas ao terceiro milênio vol.1 Das Origens da
humanidade à Reforma Religiosa na Europa. Ed. Moderna. 2011.

Cotrim, G. História Global: Brasil e Geral vol.1 Ed. Saraiva. 2011.

CERQUEIRA, C. PONTES, M.A., SANTIAGO, P. Por dentro da História vol. 1. Ed. Escala 2011.

Você também pode gostar