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CENTRO UNIVERSITÁRIO FACEX – UNIFACEX

ESCOLA TÉCNICA UNIFACEX – ETEC

CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA

TURMA 2B

ALLAN MARCEL DANTAS DA CÂMARA

ANDERSON YTALO DA SILVA

EDWARD ALEXSANDER DA COSTA SOARES

EDVANIA MAIARA FERNANDES

JOELMO PEDRO DOS SANTOS

Acidentes Radiológicos: Estudo comparativo entre os acidentes


radiológicos de Goiânia e San Salvador

Natal-RN

Maio-2014
Introdução
Acidentes nucleares ocorrem em reatores nucleares, instalações do ciclo
do combustível nuclear e no transporte de combustíveis nucleares, em suma, é
o tipo de acidente que envolve algum dispositivo que usa uma reação em
cadeia controlada para algum proposito.
Acidentes radiológicos envolvem fontes seladas ou geradores de
radiação ionizante utilizadas em diversas práticas e podem ocorrer em
qualquer lugar. Acidentes deste tipo podem ocorrer, por exemplo, quando se
perde uma fonte selada e a mesma acaba como sucata, ou por falha em
equipamentos geradores de radiação ionizante.
Podemos classificar os acidentes nucleares e radiológicos usando a
escala INES (International Nuclear Event Scale ou Escala Internacional de
Eventos Nucleares), que é uma ferramenta utilizada para comunicar ao público
em termos consistentes a significância de acidentes e incidentes nucleares e
radiológicos, excluindo fenômenos de ocorrência natural. A escala pode ser
aplicada a qualquer evento associado com instalações nucleares, bem como
com o transporte, armazenamento e uso de material radioativo e fontes
radioativas.
O proposito primário da INES é de facilitar a comunicação e a
compreensão entre as comunidades técnicas, a mídia e o público sobre a
significância do evento. O alvo é manter o público, bem como as autoridades
nucleares informadas da ocorrência e das potenciais consequências dos
eventos reportados. Para facilitar a compreensão, a escala usa uma
classificação numérica para explicar a significância dos eventos nucleares ou
radiológicos. Usa-se a INES a qualquer evento associado com o transporte,
armazenamento e uso de material radioativo ou fontes radioativas. Tais
eventos podem incluir usos industriais ou médicos de fontes radioativas,
operações em instalações nucleares, ou o transporte de material radioativo.

www.iaea.org

O acidente radiológico de Goiânia teve início em 13 de setembro de


1987, quando a fonte selada de césio 137 de uma máquina de teleterapia
abandonada foi aberta por catadores de sucata que, desconhecendo os
perigos de tal ação, expuseram o conteúdo da fonte radioativa, contaminando
lugares e pessoas. Foi classificado como 5 na escala INES.
Já o de San Salvador ocorreu em 5 de fevereiro de 1989, em uma
fábrica de irradiação industrial perto de San Salvador, capital da república de El
Salvador. Produtos médicos eram esterilizados na fábrica por fontes seladas de
cobalto-60 em um suporte móvel. O acidente ocorreu quando este suporte ficou
emperrado na posição de irradiação. Como não foi possível destravar
remotamente, o operador burlou os sistemas de segurança já degradados e
entrou na sala de irradiação com outros dois trabalhadores para liberar o
suporte da fonte manualmente, recebendo altas doses de radiação. Em um
segundo momento, em decorrência do desgaste sofrido no primeiro evento, o
suporte voltou a apresentar problemas, desta vez, outro operador teve sucesso
em destravar o suporte remotamente. Posteriormente, se percebeu que o
suporte das fontes de cobalto-60 foi danificado além do ponto em que os
funcionários podiam intervir, sendo, então, acionadas as autoridades
competentes. Foi classificado como 4 na escala INES.
Neste trabalho, iremos realizar um comparativo entre os acidentes
radiológicos ocorridos em Goiânia e em San Salvador. Para melhor
compreensão, é necessário entender as diferenças entre os tipos de acidentes
e como os mesmos são classificados.

Metodologia
Os dados para a pesquisa foram extraídos dos relatórios oficiais da
agencia internacional de energia atômica (IAEA, international agency of atomic
energy) através do sitio oficial na internet (www.iaea.org), bem como de
arquivos fornecidos pelo professor Fernando P. Japiassu, titular da disciplina
radioproteção no curso técnico de radiologia da unifacex. A ênfase da pesquisa
se deu sobre a quantidade de pessoas contaminadas e a causa dos acidentes.

Resultados
Ao todo, 249 pessoas foram contaminadas em Goiânia, sendo 120 com
contaminação nas roupas, 129 com contaminação interna e externa e 4 mortes.
Em San Salvador, devido as características do acidente, 7 pessoas foram
contaminadas, sendo 1 morte.

Dosimetria de Goiânia e San Salvador:

Pessoas Dose em Gy Pessoas Dose em Gy Dose nos


contaminadas (analise contaminadas em San (analise membros
em Goiânia citogenética) Salvador citogenética) inferiores
105 <0.1 – 0.49 Trabalhador X 0.09 -
8 0.50 – 0.99 Trabalhador Y 0.16 -
8 1.00 – 1.99 Trabalhador Z 0.16 -
3 2.00 – 2.99 Gerente de 0.22 -
manutenção
2 3.00 – 3.99 Trabalhador C 2.19 10
2 4.00 – 4.99 Trabalhador B 3.7 100
1 5.00 – 5.99 Trabalhador A 8.1 100

Contaminação ambiental
Houve contaminação no caso de Goiânia, em que o material radioativo
foi espalhado pela cidade, ao todo, 2000m² de área contaminada, 85 casas
apresentaram níveis considerados de radiação (41 foram evacuadas, 4
demolidas), animais domésticos foram sacrificados, agua e ar deram resultados
negativos. Ao todo, 3000m³ de material contaminado foram coletados e
armazenados.
No caso de San Salvador, devido as características do acidente, não
ocorreu contaminação ambiental.

Conclusão
Portanto, podemos concluir que os acidentes radiológicos descritos
marcaram a história da radiologia médica. Os eventos de Goiânia e San
Salvador representam para nós, enquanto estudantes e futuros profissionais
das técnicas radiológicas, a importância da execução eficaz das diretrizes de
radioproteção vigentes no País, como forma de assegurar sua prática
sustentada no resguardo e benefício a vida humana.

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