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ensino remoto
Neste relato, a professora e pesquisadora Ana Elisa Ribeiro compartilha conosco suas
experiências no regime de Ensino Remoto Emergencial (ERE). A autora apresenta as
vantagens que encontrou nessa nova realidade, sem, no entanto, deixar de oferecer
uma visão crítica das múltiplas vivências desse novo regime. Ana Elisa salienta os
impactos do ERE nos estudos em educação e tecnologia no Brasil, fazendo um convite
aos educadores para uma reflexão qualificada acerca do tema.
Fonte: Pexels
Saltamos naquele abismo, mas... ao contrário do que muita gente supunha, a meu ver,
planamos. Só foi queda livre no início, passando logo a um voo desajeitado e, depois, ao
cruzeiro. Foi custoso, é certo, mas contávamos com uma capacidade que, afinal, foi o
que nos valeu: a de aprender.
Gostei, lamento
Razões e impressões
O que não quero também ficou claro. E é bom esclarecer o que não
defendo. Não defendo a privatização da educação e nem a entrega da
escola a meia dúzia de empresas multinacionais de tecnologia. Usei, todo
o tempo e tanto quanto possível, os sistemas públicos instalados na
instituição. Não desejo sociabilidades apenas virtuais aos estudantes, em
especial aos mais jovens, embora ali elas também ocorram. Também não
defendo que sejamos explorados e exploradas, trabalhando 24h, sem uma
organização inteligente e justa do tempo e de nossas condições de
trabalho. De início, fui obrigada pelas circunstâncias a investir em
equipamento e banda larga, jamais sendo ressarcida por isso, sequer
reconhecida por minha atuação sempre disponível e positiva quanto à
experiência. No entanto, como servidora pública, sei que estive em
condição relativamente interessante, podendo escolher o que e como
fazer, participando de debates coletivos e tomando decisões colegiadas.
Infelizmente, nem todos os colegas de outras redes tiveram ou terão essa
condição.