Você está na página 1de 53

CÓD: OP-012JN-22

7908403515905

BASA-AM
BANCO DA AMAZÔNIA S.A

Técnico Bancário
EDITAL Nº 02/2021

CONTEÚDO DIGITAL

LEGISLAÇÃO I
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
LEGISLAÇÃO I
1. Estatuto Social do Banco da Amazônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
2. Código de Ética do Banco da Amazônia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 01
3. Fundo Constitucional de Financiamento do Norte: Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Lei nº 9.126, de 10 de novembro de 1995 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
5. Lei no 10.177, de 12 de janeiro de 2001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
LEGISLAÇÃO I
O Código de Conduta Ética do Banco da Amazônia contém
ESTATUTO SOCIAL DO BANCO DA AMAZÔNIA padrões baseados nos princípios da legalidade, probidade, impes-
soalidade, transparência e respeito ao ser humano, presentes na
Prezado Candidato, devido ao formato do material disponibi- Constituição Federal, no Código de Conduta Ética Profissional do
lizaremos o conteúdo para estudo na “Área do cliente” em nosso Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal e o Código de Con-
site. duta da Alta Administração Federal.
Disponibilizamos o passo a passo no índice da apostila. Todos os abrangidos por este Código de Conduta Ética, ao ex-
pressar formalmente sua adesão, declaram estar imbuídos desses
princípios e, por sua prática, esperam ser reconhecidos pela socie-
dade.
CÓDIGO DE ÉTICA DO BANCO DA AMAZÔNIA
CAPÍTULO I
PERFIL CORPORATIVO DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
O Banco da Amazônia S/A, instituição financeira pública fede-
ral, constituída sob a forma de sociedadeanônima de capital aberto, Art. 1º. Este Código estabelece diretrizes de conduta ética e
de economia mista, sob controle do governo brasileiro, por meio do prescreve os padrões de comportamento profissional, deveres e
Ministério da Fazenda (MF), tem como atribuições a execução da vedações de acordo com os princípios éticos, morais e de justiça,
política do Governo Federal na Região Amazônica relativa ao crédi- aplicados a todos que, por força de lei, contrato ou qualquer ato
to para o desenvolvimento econômico social; prestação de serviços jurídico, prestem serviços de natureza permanente, temporária,
e realização de todas as operações inerentes à atividade bancária excepcional ou eventual, ainda que sem retribuição financeira ao
e execução das funções de agente financeiro dos órgãos regionais Banco da Amazônia, incluídos, mas não se limitando aos:
federais de desenvolvimento. I – Membros Estatutários: Conselho de Administração, Conse-
Para cumprir sua missão institucional de desenvolver uma lho Fiscal, Presidente, Diretores e Comitê de Auditoria;
Amazônia Sustentável com crédito e soluções eficazes o Banco uti- II – Empregados;
liza diversas fontes de recursos oficiais, operando com exclusivida- III – Estagiários e menores aprendizes;
de ou de forma compartilhada com outras instituições financeiras IV – Dirigentes, assessores e empregados de empresas contra-
nacionais. tadas;
Alinhado com os mais rigorosos padrões de ética e transparên- V – Parceiros de negócios e entidades;
cia o Banco investe em iniciativas que favoreçam o desenvolvimen- VI – Fornecedores.
to econômico, ambiental e social da Região Amazônica por meio de Art. 2º. Diretrizes de conduta ética são valores e princípios nor-
financiamentos aos setores produtivos e apoio a projetos sociais, teadores das atividades do Banco da Amazônia, estes que pressu-
culturais e esportivos que valorizam e favoreçam o que é legitima- põem credibilidade, integridade, imparcialidade, profissionalismo,
mente amazônico. confiança, produtividade, eficácia, conformidade com a lei e respei-
to aos direitos humanos e ao meio ambiente.
DECLARAÇÃO DE MISSÃO, VISÃO E VALORES Art. 3º. O compartilhamento, a disseminação e a prática das
diretrizes de conduta ética serão decisivos para construir e preser-
MISSÃO var a imagem e a credibilidade do Banco da Amazônia perante a
Desenvolver uma Amazônia Sustentável com crédito e soluções sociedade.
eficazes.
CAPÍTULO II
VISÃO DOS PRINCÍPIOS GERAIS
Ser o principal Banco de fomento da Amazônia, moderno, com
colaboradores engajados e resultados sólidos. Art. 4º. São deveres de todos os abrangidos por este Código de
Conduta Ética:
NOSSOS VALORES I – Conduzir suas ações dentro de elevado padrão ético perante
Integridade – Ética e Transparência os públicos de relacionamento, a fim de manter a credibilidade e a
Meritocracia solidez construídas pelo Banco da Amazônia em sua atuação para o
Desenvolvimento sustentável desenvolvimento sustentável da Região;
II – Acreditar que os resultados positivos e o êxito decorrem da
Valorização do cliente
participação conjunta de todos os componentes da Instituição, su-
Decisões técnicas e colegiadas
perando as dificuldades pela confiança, senso criativo e qualidade
Eficiência e inovação
das ações;
Comprometimento com o resultado e a gestão de riscos
III – Apoiar a liberdade de associação e o reconhecimento efe-
tivo do direito à negociação coletiva;
APRESENTAÇÃO
IV – Assumir a responsabilidade de zelar pelos valores e pela
O Banco da Amazônia reconhece seu papel no resgate da im-
imagem da Instituição, mantendo postura que expresse o compro-
portância da Região para o desenvolvimento de sua gente e contri-
misso com a defesa dos interesses da Região, dos clientes e da Em-
buição para um país melhor, mais justo e equânime.
presa;
Na qualidade de agente financeiro para a implementação das
V – Valorizar e respeitar o ser humano em sua individualidade
políticas creditícias para a região, o que norteia nossos relaciona-
e privacidade, não tratando com indiferença, não adotando práti-
mentos é a busca do bem-estar de todos que compõem a comuni-
cas que, explícita ou implicitamente, ensejem qualquer forma de
dade em que atuamos.
discriminação em razão da origem, cultura, etnia, gênero, idade,
Apresentarmo-nos a essa comunidade implica no estabeleci-
religião, convicção filosófica ou política, orientação sexual, estado
mento e divulgação de normas de conduta que orientam nossas
civil, condição familiar, física ou psíquica ou grau de escolaridade,
ações, ora expressas neste Código de Conduta Ética.
repudiando toda forma discriminatória;

1
LEGISLAÇÃO I
VI – Conjugar esforços para que as ações institucionais busquem IX – MÍDIA: manter atitude independente e respeitosa no rela-
o contínuo atendimento das necessidades econômicas da Região Ama- cionamento com a mídia e, por meio de seus representantes legais,
zônica, mediante o crédito, concorrendo para a melhoria da qualidade prestar informações claras, tempestivas, de caráter institucional
de vida, comprometendo-se com a preservação dos valores culturais e dos fatos relevantes aos clientes, investidores, imprensa e ao pú-
políticas regionais de desenvolvimento sustentável; blico em geral.
VII – Incorporar, por meio das ações institucionais, de forma X – AMBIENTE INTERNO: valorizar a convivência interna e os
harmônica, os três principais pilares do desenvolvimento sustentá- profissionais que exercem suas atividades no Banco da Amazônia,
vel: o social, o econômico, e o ambiental; garantindo o exercício da liberdade de expressão com responsabi-
VIII – Promover a cooperação, o respeito mútuo, a cordialidade, lidade e o mérito como principal parâmetro para o acesso a cargos
o profissionalismo, o autodesenvolvimento, o espírito de equipe, a de confiança; manter abertos canais de comunicação que favore-
meritocracia e o compromisso de bem servir, como valores essen- çam o diálogo e ações para a melhoria da qualidade do ambiente
ciais para a convivência harmônica entre empregados, empresa e a interno.
comunidade em que atua, exercendo suas atividades profissionais XI – ÓRGÃOS REGULADORES E FISCALIZADORES: primar pelo
com competência e diligência; relacionamento com os representantes dos órgãos fiscalizadores,
IX – Combater a corrupção em todas as suas formas; reguladores e auditorias externa e interna de forma transparente
X – Usar os recursos naturais de forma racional e consciente, e respeitosa, observando os princípios éticos estabelecidos neste
evitando qualquer tipo de desperdício; Código.
XI – Cumprir a legislação, políticas e normas de prevenção a
fraudes e lavagem de dinheiro, em especial as que regulam o rela- CAPÍTULO IV
cionamento da Instituição com o Setor Público. DA CONDUTA PROFISSIONAL E PESSOAL
CAPÍTULO III Art. 6º. Pautados pelos valores e princípios constantes deste
DAS RELAÇÕES Código de Conduta Ética, é dever de todos a ele sujeitos:
I – Manter o sigilo das informações classificadas como estraté-
Art. 5º. Nas interações com os públicos de relacionamento de- gicas, que, dada a sua natureza, a veiculação externa poderá colocar
ve-se adotar a seguinte linha de atuação: em risco o conceito do Banco, preservando a imagem da Instituição
I – SOCIEDADE: respeitar a cidadania, os direitos humanos, os perante a comunidade;
interesses comuns, o acesso à informação, o meio ambiente e os II – Conscientizar-se de que seu trabalho é regido por princípios
valores culturais. éticos, que se materializam na adequada prestação de serviços à
II – PARCEIROS: proporcionar aos parceiros comerciais e clien-
clientela e à comunidade e que deve ser conduzido com a devida
tes do Banco da Amazônia um relacionamento
responsabilidade socioambiental;
de responsabilidade e de defesa de interesses comuns.
III – Atuar com imparcialidade e profissionalismo no exercício
III – ASSOCIAÇÕES E ENTIDADES: reconhecer a legitimidade
de suas funções, evitando condutas que afetem a credibilidade de
das entidades sindicais, das associações, e, ao mesmo tempo, con-
seus atos;
siderá-las como parte integrante e necessária ao desenvolvimento
IV – Respeitar a hierarquia, porém sem nenhum temor de re-
social, nas relações de trabalho, priorizando a via negocial na reso-
presentar contra qualquer comprometimento indevido da estrutu-
lução de conflitos e interesses.
IV – GOVERNO: atuar com responsabilidade e seriedade na ra em que se fundamenta o poder institucional;
viabilização das políticas, programas e projetos governamentais de V – Interagir com os colegas de trabalho de forma positiva e
desenvolvimento voltados para a Amazônia, para que o Banco da prestar informações técnicas de que necessitem para o bom de-
Amazônia possa cumprir seu papel como agente financeiro do Go- sempenho de suas atribuições, de modo a desenvolver o espírito
verno Federal na Região. de equipe e de colaboração;
V – CLIENTES: oferecer tratamento cortês, igualitário, digno, VI – Divulgar e informar a existência deste Código de Conduta
com clareza e tempestividade nas informações, respeito aos direi- Ética, estimulando o seu integral cumprimento;
tos do consumidor e empenho na satisfação das necessidades, re- VII – Estar atento às situações relacionadas à prevenção e com-
conhecendo os clientes como células vitais para o fortalecimento bate à lavagem de dinheiro, aplicando os controles presentes nas
da Instituição, atuando com integridade, confiabilidade, segurança normas internas e em cumprimento à legislação e regulamentação
e sigilo nas transações realizadas, a fim de assegurar a legitimidade vigente.
dos serviços prestados. VIII – Adotar ações que constituam modelo de conduta para
VI – INVESTIDORES: adotar relacionamento fundamentado na sua equipe, considerando o importante papel de exemplo para os
transparência da prestação de contas mediante a divulgação de in- seus pares e subordinados;
formações fidedignas e tempestivas para melhor acompanhamento IX – Compartilhar os conhecimentos técnico-profissionais ad-
do desempenho da Instituição. Gerenciar os negócios com base nas quiridos no exercício de suas atribuições na Instituição, visando a
boas práticas de governança corporativa, na busca da continuidade continuidade das atividades e elevação dos padrões de conheci-
da empresa e no alcance de resultados econômico-financeiros sus- mento dos demais;
tentáveis para atender às expectativas de retorno de investimentos. X – Cumprir a missão institucional e desempenhar suas ativi-
VII – FORNECEDORES: contratar fornecedores por meio de cri- dades de modo a contribuir para o alcance da visão estabelecida,
térios técnicos, em estrita observância às normas legais, adquirindo engajando-se para o atendimento dos objetivos do Planejamento
produtos e serviços de fornecedores idôneos cujas práticas respei- Estratégico e contribuindo ativamente para a construção dos resul-
tem os princípios da sustentabilidade e cumpram a legislação traba- tados da Instituição;
lhista, previdenciária e fiscal. XI – Agir com franqueza nas situações em que há divergência
VIII – CONCORRENTES: manter civilidade no relacionamento de opiniões, sendo sincero e transparente, expondo seu posicio-
com a concorrência, fazendo prevalecer os valores éticos que ex- namento com clareza e coerência, ainda que tal posicionamento
pressem respeito à imagem da Instituição, à reserva de informações possa ser contestado, sem, contudo, desrespeitar seus pares ou su-
e à concorrência leal. periores hierárquicos;

2
LEGISLAÇÃO I
XI – Atuar com discrição, não se expondo em ambientes pú- Parágrafo segundo: É configurada informação privilegiada a
blicos, inclusive em mídias e redes sociais, abstendo-se de realizar que diz respeito a assuntos sigilosos ou relevantes para o processo
comentários negativos contra uma pessoa, grupo de pessoas ou de decisão no Banco da Amazônia, que tenha repercussão econô-
empresas. mica e que não seja de amplo conhecimento público.
Parágrafo terceiro: A ocorrência de conflito de interesses inde-
CAPÍTULO V pende de recebimento de ganho ou retribuição.
DAS CONDUTAS INACEITÁVEIS Art. 9º. São situações que suscitam conflito de interesses:
I – Divulgar ou fazer uso de informação privilegiada, em provei-
Art. 7º. Segundo princípios e valores éticos que regem a atua- to próprio ou de terceiro, obtida em razão das atividades exercidas;
ção profissional e pessoal constantes deste Código de Conduta Ética II – Exercer atividade que implique a prestação de serviços ou
as seguintes condutas são inaceitáveis, sendo objeto de investiga- a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica
ção por parte da Comissão de Ética: que tenha interesse em decisão do membro estatutário ou empre-
I – Usar o posto ocupado como instrumento para coagir, cons- gado ou de colegiado do qual este participe;
tranger, depreciar ou submeter outro empregado a qualquer tipo III – Exercer, direta ou indiretamente, atividade que em razão
de situação capaz de ferir a dignidade pessoal e profissional ou para da sua natureza seja incompatível com as atribuições do cargo ou
obter proveito em benefício próprio ou de terceiros; função, considerando-se como tal, inclusive, a atividade desenvol-
II – Permitir que perseguições, simpatias, antipatias, caprichos, vida em áreas ou matérias correlatas;
paixões ou interesses de ordem pessoal interfiram no trato com o IV – Atuar, ainda que informalmente, como procurador, consul-
público ou com colegas hierarquicamente superiores ou inferiores; tor, assessor ou intermediário de interesses privados nos órgãos ou
III – Usar informações privilegiadas, obtidas no âmbito interno de seu entidades da administração pública direta ou indireta de qualquer
serviço, em benefício próprio, de parentes, de amigos ou de terceiros; dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos mu-
IV – Repassar a terceiros tecnologias de propriedade do Banco nicípios;
ou por ele desenvolvidas, assim como a utilização para fins parti- V – Praticar ato em benefício de interesse de pessoa jurídica de
culares; que participe o membro estatutário ou empregado, seu cônjuge,
V – Desenvolver negócios particulares ou acumular atividades companheiro ou parentes, consanguíneos ou afins, em linha reta ou
conflitantes, que concorram ou interfiram no tempo de trabalho colateral, até o terceiro grau, e que possa ser por ele beneficiada ou
dedicado ao Banco da Amazônia, incluindo, mas não se limitando a influir em seus atos de gestão;
prestação de serviços, assessorias ou negócios com clientes, forne- VI – Receber presente de quem tenha interesse em decisão do
cedores de produtos e prestadores de serviço; membro estatutário ou empregado ou de colegiado do qual este
VI – Exercer atividades paralelas, com ou sem contrato de tra- participe fora dos limites e condições estabelecidos em regulamen-
balho, que gerem descrédito à atuação do Banco da Amazônia; to específico; e
VII – Utilizar o patrimônio e instalações do Banco da Amazônia VII – Prestar serviços, ainda que eventuais, a empresa cuja ati-
ou de seus recursos humanos para fins vidade seja vinculada ao Banco da Amazônia.
particulares e/ou escusos; Art. 10 As situações que configuram conflito de interesse ou
VIII – Adotar procedimentos que possam configurar ou facilitar uso indevido de informação privilegiada se aplicam ainda que a pes-
a prática de lavagem de dinheiro; soa se encontre em gozo de licença ou em período de afastamento
IX – Praticar atos de retaliação, vingança ou perseguição contra regulamentar de suas funções no Banco da Amazônia.
aquele que, de boa fé, manifestar queixa, denúncia, suspeita, dúvi- Art. 11 Os membros estatutários e empregados devem de-
da ou preocupação relativa a desvios éticos ou de comportamento clarar-se impedidos de tomar decisão ou participar de atividade
e/ou fornecer informações ou assistência nas apurações de desvios; quando perceberem a existência de conflito de interesses real ou
X – Praticar fraudes em licitações e contratos, seja como con- potencial, devendo afastar-se, inclusive fisicamente, das discussões
tratante ou contratado, aceitar documentos falsos, avaliações de e deliberações sobre o tema.
bens superestimadas, alterar ou deturpar o teor de documentos; Art. 12 Os membros estatutários e empregados devem comu-
XI – Adotar postura que coloque em risco a integridade dos em- nicar à Comissão de Ética do Banco para análise e eventual manifes-
pregados ou de terceiros ou que causem danos à Instituição, à sua tação a existência de conflito de interesses potencial ou real sobre
imagem, ao seu patrimônio ou ao meio ambiente; atividades externas que realizem.
XII – Praticar atos de nepotismo.
CAPÍTULO VII
CAPÍTULO VI DO OFERECIMENTO E RECEBIMENTO DE PRESENTES
DOS CONFLITOS DE INTERESSE
Art. 13 Não é permitido receber descontos ou abatimentos em
Art. 8º. No exercício das funções todos os abrangidos por este bens ou serviços, prometer, oferecer ou receber favores, contribui-
Código devem agir de modo a prevenir ou impedir situações que ção financeira de terceiros para realização de eventos, presentes
possam configurar conflito de interesses e a resguardar as informa- ou vantagens de qualquer natureza, em caráter pessoal ou para ou-
ções privilegiadas. trem, em razão do cargo ou função exercido e que possam configu-
Parágrafo primeiro: Considera-se conflito de interesses a evi- rar relacionamento impróprio ou prejuízo financeiro ou de imagem
dência de situação gerada pelo confronto entre interesses do Banco para a Instituição.
da Amazônia e os interesses privados ou de outras instituições pú- Parágrafo primeiro: É vedado prometer, oferecer ou dar, direta
blicas que possam comprometer o interesse coletivo ou influenciar, ou indiretamente, vantagem indevida a agente público ou privado,
de maneira imprópria, o desempenho da função pública da Insti- nacional ou estrangeiro ou a pessoa a ele relacionada.
tuição. O conflito de interesses é real quando a situação gerado- Parágrafo segundo: Os presentes que, por qualquer razão, não
ra de conflito já se consumou ou potencial quando a pessoa tem possam ser recusados, devem ser doados a entidades carentes ca-
interesses particulares que podem gerar conflito de interesses em dastradas no Banco de dados ou incorporados ao patrimônio da
situação futura. Instituição.

3
LEGISLAÇÃO I
Parágrafo terceiro: Não se consideram presentes os brindes Art. 21 Todos são responsáveis por garantir que este Código de
que por sua natureza sejam desprovidos de valor comercial ou que Conduta Ética seja cumprido, assim como têm a responsabilidade
sejam distribuídos a título de cortesia, propaganda ou divulgação de comunicar quaisquer descumprimentos aos canais de denúncia
habitual por ocasião de eventos especiais ou datas comemorativas, formalmente constituídos.
desde que não ultrapassem o valor unitário fixado pela Comissão de Parágrafo Único: Omitir-se de comunicar o fato por meio dos
Ética Pública da Presidência da República. canais de denúncia, quando dele tomar conhecimento, configura
descumprimento deste Código.
CAPÍTULO VIII Art. 22. Em qualquer instância os processos serão tratados com
DAS SANÇÕES E DEMAIS MEDIDAS PARA EVITAR OU SANAR o caráter de reservado pela Comissão de Ética.
DESVIOS Art. 23. Sugestões de aprimoramento deste Código poderão
ser encaminhadas à Comissão de Ética.
ÉTICOS Art. 24. O Banco fará constar nos editais de concurso público
Art. 14 A pena aplicável aos membros estatutários, emprega- com vistas ao preenchimento de vagas referência a este Código
dos e colaboradores pelo descumprimento dos preceitos deste Có- para conhecimento prévio dos candidatos.
digo de Conduta Ética é a de censura ética. Art. 25. Os membros estatutários, empregados e demais
Parágrafo único: A Comissão de Ética fará constar a fundamen- abrangidos receberão exemplar impresso deste Código no momen-
tação da penalidade no respectivo Relatório de Apuração. to da posse, da admissão, da celebração do contrato de trabalho ou
Art. 15 A Comissão de Ética poderá, cumulativamente, fazer contratação para prestação de serviço, conforme o caso, devendo
recomendações, bem como adotar medidas para evitar ou sanar assinar Termo que ateste o conhecimento e adesão às prescrições
desvios éticos, sem prejuízo de outras providências ao seu cargo: nele estabelecidas. Esse compromisso deve ser renovado sempre
I – Sugerir à Diretoria Executiva a exoneração de ocupante de que houver alterações neste Código de Conduta Ética.
cargo ou função de confiança;
II – Sugerir à Diretoria Executiva o retorno do empregado ao Termo de Adesão ao Código de Conduta Ética
órgão ou entidade de origem; Eu, _______________________________________
III – Sugerir à Diretoria Executiva a remessa de expediente ao ____________________________, matrícula: ________
setor competente para exame de CPF____________________________ declaro: a) ter recebido,
eventuais transgressões de naturezas diversas; neste ato, cópia do Código de Ética do Banco da Amazônia; b) que
IV – Propor conciliação, se for o caso; tomei conhecimento do inteiro teor do Código e comprometo-me
V – Sugerir ao empregado acompanhamento psicossocial; a cumprir fielmente suas normas, durante todo o meu mandato es-
VI – Sugerir à Gerência de Gestão de Pessoas que realize acom- tatutário e/ou vigência de meu contrato de trabalho e/ou de pres-
panhamento de clima organizacional na Unidade que ocorreu os tação de serviço; c) ter conhecimento de que a Comissão de Ética
do Banco da Amazônia analisará o descumprimento do Código ou
desvios éticos.
de outras normas por ele abrangidas e dará encaminhamento às
VII - lavrar Acordo de Conduta Pessoal e Profissional (ACPP):
instâncias competentes.
acordo que gerará acompanhamento pela Comissão de Ética e so-
________________, ______ de _________________de 201__
brestará o Procedimento Preliminar.
_______________________________________
VIII – Solicitar à área de gestão de pessoas que oriente o em-
Assinatura
pregado para participação em cursos ou atividades formativas, de
Declaramos que o presente é cópia fiel do Código de Conduta
acordo com a natureza do problema identificado.
Ética do Banco da Amazônia, aprovado pela
Diretoria Executiva em xx/xx/201x e pelo Conselho de Adminis-
CAPÍTULO IX tração em xx/xx/201x.
GESTÃO DO CÓDIGO DE CONDUTA ÉTICA

Art. 16 A Comissão de Ética do Banco da Amazônia será com-


posta por três membros e seus suplentes, sendo dois representan- FUNDO CONSTITUCIONAL DE FINANCIAMENTO DO
tes do Banco e um representante eleito pelos empregados, com NORTE: LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989
mandatos três anos não coincidentes.
Art.17. A gestão deste Código caberá a Comissão de Ética do LEI Nº 7.827, DE 27 DE SETEMBRO DE 1989
Banco da Amazônia, a qual compete divulgá-lo e atualizá-lo.
Art. 18. O disciplinamento da Comissão de Ética do Banco da Regulamenta o art. 159, inciso I, alínea c, da Constituição Fe-
Amazônia será fundamentado em regimento interno específico ge- deral, institui o Fundo Constitucional de Financiamento do Norte
renciado pela própria Comissão e aprovado pela Diretoria do Banco. - FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE
Art. 1 9 . Cabe à Comissão de Ética orientar e dirimir dúvidas e o Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO,
e controvérsias sobre a interpretação deste Código de Conduta Éti- e dá outras providências.
ca. As consultas dirigidas à Comissão de Ética por meio dos canais
formais disponíveis devem estar acompanhadas de elementos que O PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS, no exercício do
caracterizem a situação exposta. cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 1° Ficam criados o Fundo Constitucional de Financiamen-
to do Norte - FNO, o Fundo Constitucional de Financiamento do
Art. 20. O Banco da Amazônia, seus membros estatutários, Nordeste - FNE e o Fundo Constitucional de Financiamento do Cen-
empregados e colaboradores reconhecem e aceitam os preceitos tro-Oeste - FCO, para fins de aplicação dos recursos de que trata a
deste Código de Conduta Ética e outras normas por ele abrangidas, alínea c do inciso I do art. 159 da Constituição Federal, os quais se
mediante a assinatura do Termo de Adesão. organizarão e funcionarão nos termos desta Lei.

4
LEGISLAÇÃO I
I - Das Finalidades e Diretrizes Gerais Art. 4o São beneficiários dos recursos dos fundos constitucio-
Art. 2° Os Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, nais de financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste:
Nordeste e Centro-Oeste têm por objetivo contribuir para o desen- (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017)
volvimento econômico e social das regiões Norte, Nordeste e Cen- I - produtores e empresas, pessoas físicas e jurídicas, e coopera-
tro-Oeste, através das instituições financeiras federais de caráter tivas de produção que, de acordo com as prioridades estabelecidas
regional, mediante a execução de programas de financiamento aos nos planos regionais de desenvolvimento, desenvolvam atividades
setores produtivos, em consonância com os respectivos planos re- produtivas nos setores agropecuário, mineral, industrial, agroin-
gionais de desenvolvimento. dustrial, de empreendimentos comerciais e de serviços das regiões
§ 1° Na aplicação de seus recursos, os Fundos Constitucionais Norte, Nordeste e Centro-Oeste; (Incluído pela Lei nº 13.530, de
de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste ficarão a sal- 2017)
vo das restrições de controle monetário de natureza conjuntural II - estudantes regularmente matriculados em cursos superio-
e deverão destinar crédito diferenciado dos usualmente adotados res e de educação profissional, técnica e tecnológica não gratuitos
pelas instituições financeiras, em função das reais necessidades das que contribuirão para o desenvolvimento do setor produtivo das
regiões beneficiárias. regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, de acordo com as priorida-
§ 2° No caso da região Nordeste, o Fundo Constitucional de des estabelecidas nos planos regionais de desenvolvimento. (Incluí-
Financiamento do Nordeste inclui a finalidade específica de finan- do pela Lei nº 13.530, de 2017)
ciar, em condições compatíveis com as peculiaridades da área, ati- § 1º Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão fi-
vidades econômicas do semi-árido, às quais destinará metade dos nanciar empreendimentos de infra-estrutura econômica, inclusive
recursos ingressados nos termos do art. 159, inciso I, alínea c, da os de iniciativa de empresas públicas não dependentes de transfe-
Constituição Federal. rências financeiras do Poder Público, considerados prioritários para
Art. 3° Respeitadas as disposições dos Planos Regionais de De- a economia em decisão do respectivo conselho deliberativo. (Reda-
senvolvimento, serão observadas as seguintes diretrizes na formu- ção dada pela Lei nº 11.775, de 2008)
lação dos programas de financiamento de cada um dos Fundos: § 2º No caso de produtores e empresas beneficiárias de fundos
I - concessão de financiamento aos setores produtivos das re- de incentivos regionais ou setoriais, a concessão de financiamentos
giões beneficiadas; (Redação dada pela Lei nº 13.530, de 2017) de que trata esta Lei fica condicionada à regularidade da situação
II - ação integrada com instituições federais sediadas nas re- para com a Comissão de Valores Mobiliários - CVM e os citados fun-
giões; dos de incentivos. (Redação dada pela Lei nº 11.775, de 2008)
III - tratamento preferencial às atividades produtivas de peque- § 3º (Revogado pela lei nº 12.716, de 2012)
nos e miniprodutores rurais e pequenas e microempresas, às de uso § 4o Os estudantes e os cursos mencionados no inciso II
intensivo de matérias-primas e mão-de-obra locais e as que produ- do caput deste artigo deverão atender aos requisitos estabelecidos
zam alimentos básicos para consumo da população, bem como aos no art. 1o da Lei no 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído pela Lei
projetos de irrigação, quando pertencentes aos citados produtores, nº 13.530, de 2017)
suas associações e cooperativas; Art. 5° Para efeito de aplicação dos recursos, entende-se por:
IV - preservação do meio ambiente; I - Norte, a região compreendida pelos Estados do Acre, Amazo-
V - adoção de prazos e carência, limites de financiamento, juros nas, Amapá, Pará, Roraima, Rondônia, eTocantins;
e outros encargos diferenciados ou favorecidos, em função dos as- II - Nordeste, a região abrangida pelos Estados do Maranhão,
pectos sociais, econômicos, tecnológicos e espaciais dos empreen- Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas,
dimentos; Sergipe e Bahia, além das partes dos Estados de Minas Gerais e Es-
VI - conjugação do crédito com a assistência técnica, no caso de pírito Santo incluídas na área de atuação da Sudene; (Redação dada
setores tecnologicamente carentes; pela Lei nº 9.808, de 20.7.1999)
VII - orçamentação anual das aplicações dos recursos; III - Centro-Oeste, a região de abrangência dos Estados de Mato
VIII - uso criterioso dos recursos e adequada política de garan- Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal;
tias, com limitação das responsabilidades de crédito por cliente ou IV - semi-árido, a região natural inserida na área de atuação da
grupo econômico, de forma a atender a um universo maior de be- Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, defi-
neficiários e assegurar racionalidade, eficiência, eficácia e retorno nida em portaria daquela Autarquia. (Redação dada pela Lei Com-
às aplicações; plementar nº 125, de 2007)
IX - apoio à criação de novos centros, atividades e pólos dinâmi- III - Dos Recursos e Aplicações
cos, notadamente em áreas interioranas, que estimulem a redução Art. 6° Constituem fontes de recursos dos Fundos Constitucio-
das disparidades intra-regionais de renda; nais de Financiamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste:
X - proibição de aplicação de recursos a fundo perdido. I - 3% (três por cento) do produto da arrecadação do imposto
XI - programação anual das receitas e despesas com nível de sobre renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre
detalhamento que dê transparência à gestão dos Fundos e favore- produtos industrializados, entregues pela União, na forma do art.
ça a participação das lideranças regionais com assento no conselho 159, inciso I, alínea c da Constituição Federal;
deliberativo das superintendências regionais de desenvolvimento; II - os retornos e resultados de suas aplicações;
(Incluído pela Lei Complementar nº 129, de 2009). III - o resultado da remuneração dos recursos momentanea-
XII - ampla divulgação das exigências de garantia e de outros mente não aplicados, calculado com base em indexador oficial;
requisitos para a concessão de financiamento; (Redação dada pela IV - contribuições, doações, financiamentos e recursos de ou-
Lei nº 13.530, de 2017) tras origens, concedidos por entidades de direito público ou priva-
XIII - concessão de financiamento a estudantes regularmente do, nacionais ou estrangeiras;
matriculados em cursos superiores não gratuitos, de que trata a Lei V - dotações orçamentárias ou outros recursos previstos em lei.
nº 10.260, de 12 de julho de 2001. (Incluído pela Lei nº 13.530, de Parágrafo único. Nos casos dos recursos previstos no inciso I
2017) deste artigo, será observada a seguinte distribuição:
I - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional
II -- Dos Beneficiários
de Financiamento do Norte;

5
LEGISLAÇÃO I
II - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) para o Fundo seu risco exclusivo, fica assegurado, nos casos do FCO e do FNO, o
Constitucional de Financiamento do Nordeste; e repasse de 10% (dez por cento) dos recursos previstos para cada
III - 0,6% (seis décimos por cento) para o Fundo Constitucional exercício ou do valor efetivamente demandado por essas institui-
de Financiamento do Centro-Oeste. ções, o que for menor. (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
Art. 7º A Secretaria do Tesouro Nacional liberará ao Ministério § 4º O montante do repasse de que trata este artigo terá como
da Integração Nacional, nas mesmas datas e, no que couber, se- teto o limite de crédito da instituição beneficiária do repasse peran-
gundo a mesma sistemática adotada na transferência dos recursos te o banco administrador dos recursos dos Fundos Constitucionais
dos Fundos de Participação dos Estados, do Distrito Federal e dos de Financiamento, observadas as boas práticas bancárias. (Incluído
Municípios, os valores destinados aos Fundos Constitucionais de Fi- pela Lei nº 13.682, de 2018)
nanciamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, cabendo § 5º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses deve-
ao Ministério da Integração Nacional, observada essa mesma siste- rão assumir integralmente o risco da operação perante o respectivo
mática, repassar os recursos diretamente em favor das instituições Fundo. (Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021)
federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A. (Redação dada Art. 9º-A. Os recursos dos Fundos Constitucionais poderão ser
pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) repassados aos próprios bancos administradores, para que estes,
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda informará, mensal- em nome próprio e com seu risco exclusivo, realizem as operações
mente, ao Ministério da Integração Nacional, às respectivas supe- de crédito autorizadas por esta Lei e pela Lei nº 10.177, de 12 de
rintendências regionais de desenvolvimento e aos bancos adminis- janeiro de 2001. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de
tradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento a soma da 24.8.2001)
arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer § 1º O montante dos repasses a que se referem o caput estará
natureza e do imposto sobre produtos industrializados, o valor das limitado a proporção do patrimônio líquido da instituição financei-
liberações efetuadas para cada Fundo, bem como a previsão de da- ra, fixada pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Medida
tas e valores das 3 (três) liberações imediatamente subseqüentes. Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
(Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) § 2º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais se su-
Art. 8° Os Fundos gozarão de isenção tributária, estando os bordina à manutenção da proporção a que se refere o § 3º e inde-
seus resultados, rendimentos e operações de financiamento livres pende do adimplemento, pelos mutuários, das obrigações contra-
de qualquer tributo ou contribuição, inclusive o imposto sobre ope- tadas pelas instituições financeiras com tais recursos. (Incluído pela
rações de crédito, imposto sobre renda e proventos de qualquer Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
natureza e as contribuições do PIS, Pasep e Finsocial. §  3º O retorno dos recursos aos Fundos Constitucionais, em
§ 1º Para os efeitos do art. 14 da Lei Complementar nº 101, de decorrência de redução do patrimônio líquido das instituições fi-
4 de maio de 2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), a fim de com- nanceiras, será regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional.
pensar a renúncia de receita do crédito presumido de que trata o § (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
3º do art. 1º da Lei nº 9.826, de 23 de agosto de 1999, entre 1º de § 4º Nas operações realizadas nos termos deste artigo: (Incluí-
janeiro de 2021 e 31 de dezembro de 2025 será cobrado o Imposto do pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
I - serão observados os encargos estabelecidos na Lei nº 10.177,
sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou relativas a Títulos
de 12 de janeiro de 2001; e (Redação dada pela Lei nº 13.682, de
ou Valores Mobiliários (IOF) sobre as operações de crédito pratica-
2018)
das com recursos do FCO, não aplicada a respectiva isenção de que
II - o del credere das instituições financeiras: (Incluído pela Me-
trata o caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020)
dida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
§ 2º Relativamente às operações de crédito de que trata o §
a) fica limitado a seis por cento ao ano; (Incluído pela Medida
1º deste artigo, a alíquota do IOF será a mesma alíquota incidente
Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
nas demais operações de crédito não isentas sujeitas ao referido
b) está contido nos encargos a que se refere o inciso I; e (Incluí-
imposto. (Incluído pela Lei nº 14.076, de 2020) do pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
Art. 9º Observadas as diretrizes estabelecidas pelo Ministério c) (Revogado pela Lei nº 14.227, de 2021)
da Integração Nacional, os bancos administradores poderão repas- §  5º Os saldos diários das disponibilidades relativas aos re-
sar recursos dos Fundos Constitucionais a outras instituições auto- cursos transferidos nos termos do caput serão remunerados pelas
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com capacidade instituições financeiras com base na taxa extra-mercado divulgada
técnica comprovada e com estrutura operacional e administrativa pelo Banco Central do Brasil. (Incluído pela Medida Provisória nº
aptas a realizar, em segurança e no estrito cumprimento das diretri- 2.196-3, de 24.8.2001)
zes e normas estabelecidas, programas de crédito especificamente § 6º Os recursos transferidos e utilizados em operações de cré-
criados com essa finalidade. (Redação dada pela Lei nº 10.177, de dito serão remunerados pelos encargos pactuados com os mutuá-
12.1.2001) rios, deduzido o del credere a que se refere o § 4º, inciso II; (Incluído
§ 1º Respeitado o disposto no caput deste artigo, caberá aos pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001)
Conselhos Deliberativos das Superintendências Regionais de De- § 7º Os bancos administradores deverão manter sistema que
senvolvimento definir o montante de recursos dos respectivos Fun- permita consolidar as disponibilidades e aplicações dos recursos,
dos Constitucionais de Financiamento a serem repassados a outras independentemente de estarem em nome do Fundo Constitucio-
instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco Central nal ou da instituição financeira. (Incluído pela Medida Provisória nº
do Brasil. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) 2.196-3, de 24.8.2001)
§ 2º As instituições financeiras beneficiárias dos repasses de- § 8º As instituições financeiras, nas operações de financiamen-
volverão aos bancos administradores os valores devidos, de acordo to realizadas nos termos deste artigo, gozam da isenção tributária a
com o cronograma de reembolso das operações formalizadas nos que se refere o art. 8º desta Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº
contratos, independentemente do pagamento pelo tomador final. 2.196-3, de 24.8.2001)
(Redação dada pela Lei nº 13.986, de 2020 § 9º Poderão ser considerados, para os efeitos deste artigo, os
§ 3º Aos bancos cooperativos e às confederações de coope- valores que já tenham sido repassados às instituições financeiras e
rativas de crédito, em conformidade com o § 5º do art. 2º da Lei as operações de crédito respectivas. (Incluído pela Medida Provisó-
Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009, no seu conjunto, sob ria nº 2.196-3, de 24.8.2001)

6
LEGISLAÇÃO I
§ 10. Na hipótese do § 9º: (Incluído pela Medida Provisória nº vimento regional, a proposta de aplicação dos recursos relativa aos
2.196-3, de 24.8.2001) programas de financiamento para o exercício seguinte, a qual será
I - não haverá risco de crédito para as instituições financeiras aprovada até 15 de dezembro. (Redação dada pela Lei nº 13.682,
nas operações contratadas até 30 de novembro de 1998; (Incluído de 2018)
pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) § 2º Na data prevista no § 1º deste artigo, as instituições finan-
II - nas operações contratadas de 1º de dezembro de 1998 a 30 ceiras administradoras deverão informar àquelas previstas no art.
de junho de 2001, o risco de crédito das instituições financeiras fica 9º desta Lei os limites disponíveis para repasse a cada uma, e os
limitado a cinqüenta por cento; e (Incluído pela Medida Provisória valores deverão ser apurados segundo critérios de avaliação forne-
nº 2.196-3, de 24.8.2001) cidos previamente pelas instituições administradoras às instituições
III  -  o del credere das instituições financeiras, mantendo-se tomadoras dos recursos. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
inalterados os encargos pactuados com os mutuários: (Incluído pela § 3º Para fins do disposto no § 2º deste artigo, as instituições
Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) beneficiárias dos repasses deverão habilitar-se até a data prevista
a) fica reduzido a zero para as operações a que se refere o in- no § 1º deste artigo perante as instituições financeiras administra-
ciso I; e (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) doras. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
b)  fica limitado a três por cento para as operações a que se § 4º As instituições financeiras administradoras somente reser-
refere o inciso II. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.196-3, de varão a parcela de que trata o § 3º do art. 9º desta Lei às instituições
24.8.2001) financeiras beneficiárias que cumprirem a exigência do § 3º deste
§ 11. Para efeito do cálculo da taxa de administração a que fa- artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
zem jus os bancos administradores, serão deduzidos do patrimônio Art. 14-A. Cabe ao Ministério da Integração Nacional estabele-
líquido dos Fundos Constitucionais os valores repassados às insti- cer as diretrizes e orientações gerais para as aplicações dos recursos
tuições financeiras, nos termos deste artigo. (Incluído pela Medida dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, Nordeste e
Provisória nº 2.196-3, de 24.8.2001) Centro-Oeste, de forma a compatibilizar os programas de financia-
IV - Dos Encargos Financeiros mento com as orientações da política macroeconômica, das políti-
Art. 10. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995) cas setoriais e da Política Nacional de Desenvolvimento Regional.
Art. 11. (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) (Incluído pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
Art. 12. (Revogado pela Lei 9.126, de 10.11.1995) Parágrafo único. O Ministério da Integração Nacional exercerá
V - Da Administração as competências relativas aos Conselhos Deliberativos das Superin-
Art. 13. A administração dos Fundos Constitucionais de Finan- tendências de Desenvolvimento das Regiões Norte e Nordeste, de
ciamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste será distinta e autô- que trata o art. 14 desta Lei, até que sejam instalados os menciona-
noma e, observadas as atribuições previstas em lei, exercida pelos dos Conselhos. (Incluído pela Lei nº 11.524, de 2007)
seguintes órgãos:  (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) Art. 15. São atribuições de cada uma das instituições financei-
I - Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvol- ras federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A., nos ter-
vimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste; (Redação mos da lei: (Redação dada pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001)
dada pela Lei Complementar nº 129, de 2009). I - aplicar os recursos e implementar a política de concessão
II - Ministério da Integração Nacional; e (Redação dada pela Lei de crédito de acordo com os programas aprovados pelos respecti-
nº 10.177, de 12.1.2001) vos Conselhos Deliberativos; (Redação dada pela Lei nº 10.177, de
III - instituição financeira de caráter regional e Banco do Brasil 12.1.2001)
S.A.  (Incluído pela Lei nº 10.177, de 12.1.2001) II - definir normas, procedimentos e condições operacionais
Art. 14. Cabe ao Conselho Deliberativo da respectiva superin- próprias da atividade bancária, respeitadas, dentre outras, as dire-
tendência de desenvolvimento das regiões Norte, Nordeste e Cen- trizes constantes dos programas de financiamento aprovados pelos
tro-Oeste: (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) Conselhos Deliberativos de cada Fundo; (Redação dada pela Lei nº
I - estabelecer, anualmente, as diretrizes, prioridades e progra- 10.177, de 12.1.2001)
mas de financiamento dos Fundos Constitucionais de Financiamen- III - analisar as propostas em seus múltiplos aspectos, inclusive
to, em consonância com o respectivo plano regional de desenvol- quanto à viabilidade econômica e financeira do empreendimento,
vimento; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) mediante exame da correlação custo/benefício, e quanto à capaci-
II - aprovar, anualmente, até o dia 15 de dezembro, os progra- dade futura de reembolso do financiamento almejado, para, com
mas de financiamento de cada Fundo para o exercício seguinte, es- base no resultado dessa análise, enquadrar as propostas nas faixas
tabelecendo, entre outros parâmetros, os tetos de financiamento de encargos e deferir créditos; (Redação dada pela Lei Complemen-
por mutuário; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de tar nº 125, de 2007)
2007) IV - formalizar contratos de repasses de recursos na forma pre-
III - avaliar os resultados obtidos e determinar as medidas de vista no art. 9º desta Lei, respeitados os limites previstos no § 3º
ajustes necessárias ao cumprimento das diretrizes estabelecidas e do referido dispositivo; (Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018)
à adequação das atividades de financiamento às prioridades regio- V - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempe-
nais; (Redação dada pela Lei Complementar nº 125, de 2007) nho e estado dos recursos e aplicações ao Ministério da Integração
IV - encaminhar o programa de financiamento para o exercício Nacional e aos respectivos conselhos deliberativos; (Redação dada
seguinte, a que se refere o inciso II do caput deste artigo, junta- pela Lei Complementar nº 125, de 2007)
mente com o resultado da apreciação e o parecer aprovado pelo VI - exercer outras atividades inerentes à aplicação dos recur-
Colegiado, à Comissão Mista permanente de que trata o  § 1º do sos, à recuperação dos créditos, inclusive nos termos definidos nos
art. 166 da Constituição Federal, para conhecimento e acompanha- arts. 15-B, 15-C e 15-D, e à renegociação de dívidas, de acordo com
mento pelo Congresso Nacional. (Incluído pela Lei Complementar as condições estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional. (Re-
nº 125, de 2007) dação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)
§ 1º Até o dia 30 de outubro de cada ano, as instituições finan- § 1º O Conselho Monetário Nacional, por meio de proposta do
ceiras federais de caráter regional encaminharão, à apreciação do Ministério da Integração Nacional, definirá as condições em que os
Conselho Deliberativo da respectiva superintendência de desenvol- bancos administradores poderão renegociar dívidas, limitando os

7
LEGISLAÇÃO I
encargos financeiros de renegociação aos estabelecidos no contra- § 1º § 1º A renegociação extraordinária poderá ser solicitada
to de origem da operação inadimplida. (Incluído pela Lei nº 12.793, pelo mutuário sempre que satisfeitas as condições estabelecidas
de 2013) neste artigo.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
§ 2º Até o dia 30 de setembro de cada ano, as instituições fi- § 2º Os acordos de renegociação extraordinária de que trata
nanceiras de que trata o caput encaminharão ao Ministério da In- o  caput  deste artigo aplicam-se exclusivamente às operações de
tegração Nacional e às respectivas superintendências regionais de crédito cuja contratação original tenha ocorrido há, no mínimo, 7
desenvolvimento, para análise, a proposta dos programas de finan- (sete) anos da data de sua solicitação e que, nas demonstrações
ciamento para o exercício seguinte. (Incluído pela Lei nº 12.793, de financeiras dos Fundos Constitucionais, tenham sido: (Incluído pela
2013) Lei nº 14.166, de 2021)
Art. 15-A. (Revogado pela Lei Complementar nº 125, de 2007) I - integralmente provisionadas; (Incluído pela Lei nº 14.166,
Art. 15-B. Ficam convalidadas as liquidações de dívida efetua- de 2021)
das pelas instituições financeiras federais administradoras dos Fun- II - totalmente lançadas em prejuízo. (Incluído pela Lei nº
dos Constitucionais, que tenham sido realizadas em conformidade 14.166, de 2021)
com as práticas e regulamentações bancárias das respectivas insti- § 3º Nos acordos de renegociação extraordinária de que trata
tuições e que tenham sido objeto de demanda judicial, recebidas o caput deste artigo ficam autorizadas a concessão de prazos e for-
pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora mas de pagamento especiais, incluídos o diferimento, a moratória e
dos devedores diretos e respectivos garantes, relativamente a ope- a concessão de descontos, observadas as seguintes condições: (In-
rações concedidas com recursos dos Fundos Constitucionais de Fi- cluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
nanciamento, de que trata esta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.945, de I – os descontos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
2009). a) não poderão reduzir o valor original da operação de crédi-
§ 1º Para os efeitos desta Lei, considera-se liquidada a dívida to, excluídos os acréscimos a qualquer título; (Incluído pela Lei nº
pelo equivalente financeiro do valor dos bens passíveis de penhora 14.166, de 2021)
quando obtida mediante o desconto a uma taxa real que correspon- b) não poderão implicar redução superior a 90% (noventa por
da ao custo de oportunidade do Fundo que tenha provido os recur- cento) dos valores a serem renegociados; e (Incluído pela Lei nº
sos financiadores da dívida liquidada, pelo tempo estimado para o 14.166, de 2021)
desfecho da ação judicial, aplicada sobre o valor de avaliação dos c) serão concedidos na forma de: (Incluído pela Lei nº 14.166,
referidos bens. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). de 2021)
§ 2º A convalidação referida no caput deste dispositivo resul- 1. rebate para liquidação dos créditos atualizados na forma do
tará na anotação de restrição que impossibilitará a contratação de § 5º deste artigo, segundo critérios e percentuais a serem definidos
novas operações nas instituições financeiras federais, ressalvada a em regulamento; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
hipótese de o devedor inadimplente recolher ao respectivo Fundo 2. bônus de adimplência para pagamento dos créditos repac-
financiador da operação o valor atualizado equivalente à diferença tuados atualizados na forma do § 5º deste artigo, segundo critérios
havida entre o que pagou na renegociação e o que deveria ter sido e percentuais a serem definidos em regulamento; (Incluído pela Lei
pago caso incidissem no cálculo os encargos de normalidade em nº 14.166, de 2021)
sua totalidade, quando então poderá ser baixada a aludida anota- II – as garantias vigentes deverão ser mantidas, permitidos o
ção. (Incluído pela Lei nº 11.945, de 2009). oferecimento de exoneração mediante pagamento do valor equi-
§ 3º As instituições financeiras federais administradoras dos valente, a substituição, a liberação ou a alienação de garantias e
Fundos Constitucionais deverão apresentar relatório ao Ministério de constrições, inclusive com a utilização do patrimônio rural em
da Integração Nacional, com a indicação dos quantitativos renego- afetação, de acordo com o disposto na Lei nº 13.986, de 7 de abril
ciados sob a metodologia referida no caput. (Incluído pela Lei nº de 2020. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
§ 4º Fica vedada a renegociação extraordinária que envolva
11.945, de 2009).
operação de crédito objeto de renegociação extraordinária anterior
§ 4º O disposto neste artigo somente se aplica aos devedores
rescindida por descumprimento pelo mutuário das cláusulas e das
que tenham investido corretamente os valores financiados, confor-
condições pactuadas. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
me previsto nos respectivos instrumentos de crédito. (Incluído pela
§ 5º O valor total dos créditos a serem liquidados ou repactua-
Lei nº 11.945, de 2009).
dos será obtido mediante a soma dos valores que se enquadrem
Art. 15-C. As instituições financeiras federais poderão, nos
nos termos deste artigo, atualizados com base nos encargos de
termos do art. 15-B e parágrafos, proceder à liquidação de dívidas
normalidade, sem o cômputo de multa, de mora ou de quaisquer
em relação às propostas cujas tramitações tenham sido iniciadas
outros encargos de inadimplemento, mesmo que tenham sido in-
em conformidade com as práticas e regulamentações bancárias de corporados ou pactuados por meio de aditivos contratuais ou de es-
cada instituição financeira federal. (Incluído pela Lei nº 11.945, de crituras públicas de confissão. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
2009). § 6º Ao saldo devedor a ser liquidado ou repactuado, atuali-
Art. 15-D. Os administradores dos Fundos Constitucionais ficam zado na forma do § 5º deste artigo, conforme o caso, poderão ser
autorizados a liquidar dívidas pelo equivalente financeiro do valor acrescidos honorários advocatícios máximos equivalentes a 1% (um
atual dos bens passíveis de penhora, observando regulamentação por cento) do valor da dívida atualizada no caso de operações que
específica dos respectivos Conselhos Deliberativos, a qual deverá se encontrem em cobrança judicial  . (Incluído pela Lei nº 14.166,
respeitar, no que couber, os critérios estabelecidos no art. 15-B. (In- de 2021)
cluído pela Lei nº 11.945, de 2009). § 7º A partir da data de repactuação, incidirão sobre o saldo de-
Art. 15-E. Além das medidas de recuperação de crédito e de vedor não liquidado nos termos deste artigo os encargos aplicáveis
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º a novos créditos destinados ao financiamento de itens semelhantes
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores do FNO, do FNE e aos originalmente financiados pela operação renegociada, obser-
do FCO ficam autorizados a realizar acordos de renegociação ex- vadas a atividade econômica e a classificação original de porte do
traordinária de operações de crédito inadimplidas sob sua gestão. devedor.. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) (Regulamento)

8
LEGISLAÇÃO I
§ 8º Na hipótese de repactuação, o pagamento das prestações II – em que seja proposta a realização de um dos seguintes pro-
será realizado em até 120 (cento e vinte) meses, admitidas presta- cedimentos: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
ções anuais para as operações de crédito rural. (Incluído pela Lei nº a) substituição do titular da operação, por meio de assunção,
14.166, de 2021) de expromissão ou por outro meio que transfira a obrigação da dívi-
§ 9º O disposto neste artigo não se aplica às operações de cré- da a terceiro; ou (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
dito de mutuários que tenham comprovadamente cometido inapli- b) alteração do controle societário direto ou indireto da empre-
cação, desvio de finalidade ou fraude em operações de crédito con- sa mutuária. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
tratadas com recursos dos Fundos Constitucionais. (Incluído pela § 2º Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, as renego-
Lei nº 14.166, de 2021) ciações serão condicionadas à avaliação do banco administrador
§ 10. O disposto no § 9º deste artigo não impede a renegocia- acerca da idoneidade financeira e da capacidade de pagamento do
ção nos casos em que: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) assuntor, do expromitente ou do controlador direto ou indireto su-
I - a irregularidade tenha sido devidamente saneada pelo inte- perior em relação ao devedor ou controlador original e a outros
ressado ou em que seja saneada concomitantemente à liquidação critérios, em conformidade com as práticas e as regulamentações
ou à repactuação; (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) bancárias das respectivas instituições. (Incluído pela Lei nº 14.166,
II – na hipótese de inaplicação, o objeto do financiamento te- de 2021)
nha sido, de forma comprovada, fisicamente implantado ou adqui- § 3º Os encargos a serem utilizados para a substituição de
rido. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) que trata este artigo terão como parâmetros: (Incluído pela Lei nº
§ 11. Para os fins deste artigo, considera-se contratação origi- 14.166, de 2021)
nal: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) I - na hipótese de substituição do titular da operação em que o
I - a operação que deu origem ao crédito, mesmo que renego- novo titular exerça atividade econômica passível de financiamento
ciada por meio dos normativos internos da instituição financeira, de pelo Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
resoluções do Conselho Monetário Nacional ou de autorização legal a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito
específica, inclusive aquelas operações alongadas com fundamento no momento da renegociação e que financie a principal atividade
no § 3º do art. 5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995; e econômica desenvolvida pelo novo titular e que seja passível de
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) financiamento pelo Fundo Constitucional; e (Incluído pela Lei nº
II - as operações renegociadas com fundamento no § 6º do art. 14.166, de 2021)
5º da Lei nº 9.138, de 29 de novembro de 1995, e da Resolução nº b) o porte do novo titular no momento da renegociação, de
2.471, de 26 de fevereiro de 1998, do Conselho Monetário Nacio- acordo com as normas de concessão de crédito; ou (Incluído pela
nal. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) Lei nº 14.166, de 2021)
§ 12. O ônus financeiro decorrente do ajuste do saldo deve- II – na hipótese de não haver substituição do titular da opera-
dor e dos descontos previstos neste artigo será suportado: (Incluído ção ou na hipótese de substituição do titular em que o novo titu-
pela Lei nº 14.166, de 2021) lar não exerça atividade econômica passível de financiamento pelo
I – no caso das operações provisionadas integralmente ou lan- Fundo Constitucional: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
çadas totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos a) o programa de crédito vigente para a concessão de crédito
Fundos Constitucionais, pela instituição financeira administradora, no momento da renegociação e que financie itens semelhantes aos
pela instituição repassadora ou pelo respectivo Fundo Constitucio- financiados originalmente pela operação renegociada; e (Incluído
nal, de acordo com a proporção do risco de cada um; (Incluído pela pela Lei nº 14.166, de 2021)
Lei nº 14.166, de 2021) b) a atividade econômica e o porte do devedor original no mo-
II –  nos demais casos, pelo respectivo Fundo Constitucional.. mento da contratação do crédito renegociado. (Incluído pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) 14.166, de 2021)
§ 13. Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es- § 4º Para os fins do disposto neste artigo, sem prejuízo do es-
tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas- tabelecido no § 3º do art. 195 da Constituição Federal, ficam afas-
tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no  art. 62 do tadas as exigências de regularidade fiscal previstas no  art. 62 do
Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do Decreto-Lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, no § 1º do art. 1º do
Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do Decreto-Lei nº 1.715, de 22 de novembro de 1979, na alínea b do
caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei caput do art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, e na Lei
nº 10.522, de 19 de julho de 2002. (Incluído pela Lei nº 14.166, de nº 10.522, de 19 de julho de 2002.’. (Incluído pela Lei nº 14.166, de
2021) 2021)
§ 14. O regulamento tratará dos casos omissos que necessitem Art. 15-G. Para os fins do disposto nos arts. 15-E e 15-F desta
ser disciplinados para dar efetividade ao disposto neste artigo. (In- Lei: (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
cluído pela Lei nº 14.166, de 2021) I - o encaminhamento para cobrança judicial, as execuções e
Art. 15-F. Além das medidas de recuperação de crédito e de as cobranças judiciais em curso e o prazo de prescrição das dívidas
renegociação de dívidas dispostas no inciso VI do caput e no § 1º para as quais foi solicitada a renegociação ficam suspensos a partir
do art. 15 desta Lei, os bancos administradores dos Fundos Cons- do protocolo do pedido de renegociação até o término da análise
titucionais de Financiamento ficam autorizados a realizar renego- do pedido pelo banco administrador; (Incluído pela Lei nº 14.166,
ciações de dívidas com substituição dos encargos contratados na de 2021)
operação de crédito pelos encargos correntemente utilizados para II – a instituição financeira deverá apresentar ao devedor, caso
contratação de nova operação. (Incluído pela Lei nº 14.166, de este solicite formalmente, extrato demonstrativo da evolução da
2021) dívida conforme os critérios estabelecidos nesta Lei; (Incluído pela
§ 1º A substituição de encargos de que trata o caput deste arti- Lei nº 14.166, de 2021)
go aplica-se exclusivamente às operações de crédito: (Incluído pela III - as regras previstas nos demais dispositivos desta Lei apli-
Lei nº 14.166, de 2021) cam-se subsidiariamente. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)
I - que tenham sido integralmente provisionadas ou lançadas
totalmente em prejuízo nas demonstrações financeiras dos Fundos
Constitucionais; e (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021)

9
LEGISLAÇÃO I
Art. 15-H. Ficam os bancos administradores dos Fundos Cons- § 4º A taxa de administração de que trata o caput deste artigo
titucionais de Financiamento autorizados a ceder a empresas es- somada à remuneração de que trata o § 2º deste artigo ficam limita-
pecializadas na cobrança de créditos inadimplidos operações en- das, em cada mês, a 20% (vinte por cento) do valor acumulado, até
quadradas mas não renegociadas nos termos dos arts. 15-E e 15-F o mês de referência, das transferências de que trata a alínea c do
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.166, de 2021) inciso I do caput do art. 159 da Constituição Federal, realizadas pela
Parágrafo único. O valor obtido com a cessão de que trata União a cada um dos bancos administradores, descontados os valo-
o  caput  deste artigo será dividido entre o banco administrador e res pagos nos meses anteriores referentes à taxa de administração
o Fundo Constitucional na proporção do risco de crédito assumido de que trata o caput deste artigo e ao percentual de que trata o § 2º
por cada um na data da concessão. (Incluído pela Lei nº 14.166, de deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
2021) § 5º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Economia e do
Art. 16. O Banco da Amazônia S.A. - Basa, o Banco do Nordeste Desenvolvimento Regional regulamentará a taxa de performance
do Brasil S.A. - BNB e o Banco do Brasil S.A. - BB são os administra- de que trata o § 3º deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 14.227,
dores do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte - FNO, de 2021)
do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste - FNE e do § 6º Ato do Presidente da República regulamentará a sistemá-
Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste - FCO, res- tica do cálculo e da apropriação da taxa de administração a que
pectivamente. fazem jus os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO. (In-
§ 1° O Banco do Brasil S.A. transferirá a administração, patri- cluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
mônio, operações e recursos do Fundo Constitucional de Financia- VI - Do Controle e Prestação de Contas
mento do Centro-Oeste - FCO para o Banco de Desenvolvimento Art. 18. Cada Fundo terá contabilidade própria, registrando to-
do Centro-Oeste, após sua instalação e entrada em funcionamento, dos os atos e fatos a ele referentes, valendo-se, para tal, do sistema
conforme estabelece o art. 34, § 11, do Ato das Disposições Consti- contábil da respectiva instituição financeira federal de caráter regio-
tucionais Transitórias. nal, no qual deverão ser criados e mantidos subtítulos específicos
§ 2° (Parágrafo revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) para esta finalidade, com apuração de resultados à parte.
Art. 17. (Revogado implicitamente pela Lei 10.177, de 12.1.200 Art. 18-A. Observadas as orientações gerais estabelecidas pelo
que revogou o art. 13 da Lei 9.126/1995) Ministério da Integração Nacional, as Superintendências de De-
Art. 17-A. Os bancos administradores do FNO, do FNE e do FCO senvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste são
farão jus a taxa de administração sobre o patrimônio líquido dos responsáveis pelo funcionamento de ouvidorias para atender às su-
respectivos Fundos, apropriada mensalmente, nos seguintes per- gestões e reclamações dos agentes econômicos e de suas entidades
centuais: (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) representativas quanto às rotinas e aos procedimentos empregados
I - 3% (três por cento) ao ano, no exercício de 2018; (Incluído na aplicação dos recursos do respectivo Fundo Constitucional de
pela Lei nº 13.682, de 2018) Financiamento. (Redação dada pela Lei nº 12.716, de 2012)
II - 2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) ao ano, no § 1º As ouvidorias a que se refere o caput deste artigo terão seu
exercício de 2019; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) funcionamento guiado por regulamento próprio, que estabelecerá
III - 2,4% (dois inteiros e quatro décimos por cento) ao ano, no as responsabilidades e as possibilidades das partes envolvidas, re-
exercício de 2020; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) servando-se às instituições financeiras a obrigação de fornecimento
IV - 2,1% (dois inteiros e um décimo por cento) ao ano, no exer- das informações e justificações necessárias à completa elucidação
cício de 2021; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) dos fatos ocorridos e à superação dos problemas detectados e pen-
V - 1,8% (um inteiro e oito décimos por cento) ao ano, no exer- dências existentes. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
cício de 2022; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) § 2º Cabe ao Conselho Deliberativo das Superintendências de
VI - 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) ao ano, a partir Desenvolvimento da Amazônia, do Nordeste e do Centro-Oeste
de 1º de janeiro de 2023. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) estabelecer o regulamento para o funcionamento da ouvidoria do
§ 1º Para efeitos do cálculo da taxa de administração a que se respectivo Fundo. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
refere o caput deste artigo, serão deduzidos do patrimônio líquido § 3º O ouvidor de cada Fundo será nomeado, por proposta da
apurado para o mês de referência: (Incluído pela Lei nº 13.682, de Superintendência Regional de Desenvolvimento, pelo respectivo
2018) Conselho Deliberativo, do qual participará com direito à voz. (Incluí-
I - os saldos dos recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata do pela Lei nº 12.716, de 2012)
o art. 4º da Lei nº 9.126, de 10 de novembro de 1995; (Incluído pela § 4º No prazo de até 30 (trinta) dias de sua solicitação, o to-
Lei nº 13.682, de 2018) mador de financiamento tem o direito de receber do banco admi-
II - os valores repassados ao banco administrador nos termos nistrador uma ficha completa de cada uma de suas operações de
do § 11 do art. 9º-A desta Lei; e (Incluído pela Lei nº 13.682, de crédito, com a discriminação de todos os lançamentos desde sua
2018) contratação. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
III - os saldos das operações contratadas na forma do art. 6º-A § 5º As entidades representativas dos produtores rurais pode-
da Lei nº 10.177, de 12 de janeiro de 2001, conforme regulamenta- rão, nos termos do regulamento previsto no § 1o, assistir aos toma-
do pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.682, dores na obtenção de informações sobre as pendências em suas
de 2018) operações de crédito e promover reuniões de conciliação entre os
§ 2º Os bancos administradores farão jus ao percentual de agentes econômicos e os bancos administradores. (Incluído pela Lei
0,09% a.a. (nove centésimos por cento ao ano) sobre os saldos dos nº 12.716, de 2012)
recursos do FNO, do FNE e do FCO de que trata o art. 4º da Lei § 6º A participação das entidades representativas dos produto-
nº 9.126, de 10 de novembro de 1995. (Redação dada pela Lei nº res rurais, nos termos do § 5º, não exclui nem mitiga a responsabi-
14.227, de 2021) lidade primária dos bancos administradores em divulgar e dissemi-
§ 3º O montante a ser recebido pelos bancos administradores nar as informações acerca das operações de crédito. (Incluído pela
em razão da taxa de administração de que trata este artigo, deduzi- Lei nº 12.716, de 2012)
do o valor a que se refere o § 2º deste artigo, poderá ser acrescido § 7º Caso o banco administrador não atenda à solicitação pre-
em até 20% (vinte por cento), a título de taxa de performance. (Re- vista no § 4º, a respectiva ouvidoria assumirá a responsabilidade
dação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) pela solicitação e informará ao Conselho Deliberativo em sua pri-

10
LEGISLAÇÃO I
meira reunião após esse fato, cabendo ao Presidente do Banco Ad- § 1° Dentro de 60 (sessenta) dias, a partir da publicação desta
ministrador justificar o não atendimento ou a demora em fazê-lo. Lei, as instituições financeiras federais de caráter regional apresenta-
(Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012) rão, aos Conselhos Deliberativos das respectivas superintendências de
Art. 19. As instituições financeiras federais de caráter regional desenvolvimento regional, as propostas de programas de financiamen-
farão publicar semestralmente os balanços dos respectivos Fundos, to de que trata o parágrafo único do art. 14 desta Lei, as quais deverão
devidamente auditados. ser aprovadas até 60 (sessenta) dias após o recebimento.
Art. 20. Os bancos administradores dos Fundos Constitucionais § 2° As operações realizadas antes da aprovação de que trata o
de Financiamento apresentarão, anualmente, ao Ministério da In- parágrafo anterior, pelas instituições financeiras federais de caráter
tegração Nacional e às respectivas Superintendências Regionais de regional, com os recursos dos Fundos Constitucionais de Financia-
Desenvolvimento relatório circunstanciado sobre as atividades de- mento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ficam ao abrigo desta
senvolvidas e os resultados obtidos pelos respectivos Fundos. (Re- Lei, inclusive para efeito de eventuais benefícios financeiros.
dação dada pela Lei nº 13.682, de 2018) Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
§ 1° O exercício financeiro de cada Fundo coincidirá com o ano Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário.
civil, para fins de apuração de resultados e apresentação de rela-
tórios. Brasília, 27 de setembro de 1989; 168° da Independência e
§ 2° Deverá ser contratada auditoria externa, às expensas do 101° da República.
Fundo, para certificação do cumprimento das disposições constitu-
cionais e legais estabelecidas, além do exame das contas e outros ANTÔNIO PAES DE ANDRADE
procedimentos usuais de auditagem. Paulo César Ximenes Alves Ferreira
§ 3° Os bancos administradores deverão colocar à disposição João Alves Filho
dos órgãos de fiscalização competentes os demonstrativos, com po-
sições de final de mês, dos recursos, aplicações e resultados dos
Fundos respectivos.
LEI Nº 9.126, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1995
§ 4º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa-
nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será
encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo da superinten- LEI Nº 9.126, DE 10 DE NOVEMBRO DE 1995
dência do desenvolvimento, juntamente com sua apreciação, às co-
missões que tratam da questão das desigualdades inter-regionais Dispõe sobre a aplicação da Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP
de desenvolvimento na Câmara dos Deputados e no Senado Fede- sobre empréstimos concedidos com recursos dos Fundos Constitu-
ral, para efeito de fiscalização e controle. (Redação dada pela Lei cionais de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Complementar nº 129, de 2009). -Oeste e dos Fundos de Investimentos do Nordeste e da Amazônia
§ 5º O relatório de que trata o caput deste artigo, acompa- e do Fundo de Recuperação Econômica do Espírito Santo, e com
nhado das demonstrações contábeis, devidamente auditadas, será recursos das Operações Oficiais de Crédito, altera dispositivos da
encaminhado pelo respectivo conselho deliberativo de desenvol- Lei nº 7.827, de 27 de setembro de 1989, e dá outras providências.
vimento regional, juntamente com sua apreciação, a qual levará
em consideração o disposto no § 4° deste artigo, à Comissão Mista O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na-
permanente de que trata o § 1º do art. 166 da Constituição Fede- cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
ral, para efeito de fiscalização e controle, devendo ser apreciado na
forma e no prazo do seu regimento interno. (Redação dada pela Lei Art. 1º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
Complementar nº 125, de 2007) § 1º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
§ 6º Do montante de recursos a que se refere o inciso II § 2º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
do caput do art. 6º desta Lei, será destinada anualmente a parce- § 3º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
la de até 0,01% (um centésimo por cento) para contratação pelas Art. 2º As debêntures subscritas com recursos do Fundo de In-
respectivas superintendências de desenvolvimento regional, e pa- vestimentos do Nordeste (FINOR), do Fundo de Investimentos da
gamento pelo banco administrador do respectivo Fundo, de ativi- Amazônia (FINAM), e do Fundo de Recuperação Econômica do Espí-
dades de avaliação dos impactos econômicos e sociais decorren- rito Santo (FUNRES), de que trata a Lei nº 8.167, de 16 de janeiro de
tes da aplicação dos recursos dos Fundos, de forma a permitir a 1991, terão custos básicos equivalentes à TJLP, acrescidos de outros
aferição da eficácia, da eficiência e da efetividade desses recursos, encargos financeiros de quatro por cento ao ano.
de acordo com as diretrizes definidas conjuntamente pelo Ministé- § 1o As debêntures de que trata este artigo terão prazo de ca-
rio da Economia e pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, a rência equivalente ao prazo de implantação do projeto, definido no
ser descontada de cada Fundo Constitucional de Financiamento na parecer da Secretaria Executiva e aprovado pelo Conselho Delibera-
proporção definida no parágrafo único do referido art. 6º. (Redação tivo da Superintendência de Desenvolvimento Regional. (Parágrafo
dada pela Lei nº 14.227, de 2021) incluído pela Lei nº 9.808, de 20.7.199)
§ 7º O conjunto mínimo de informações que deve constar do § 2o O prazo de carência poderá ser prorrogado, quando a im-
relatório a que se refere o caput deste artigo e sua estrutura serão plantação do projeto sofrer retardamento em função de fatores que
definidos em ato conjunto dos Ministros de Estado da Integração não possam ser imputados à responsabilidade da empresa bene-
Nacional e da Fazenda, com indicadores qualitativos e quantitativos ficiária dos incentivos. A prorrogação dependerá de aprovação do
que permitam a mensuração do desempenho, consoante os pro- Conselho Deliberativo da Superintendência de Desenvolvimento
pósitos e os resultados da política de aplicação dos recursos dos Regional, com base em parecer técnico de sua Secretaria Executiva.
Fundos. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.808, de 20.7.199)
VII - Das Disposições Gerais e Transitórias § 3o No caso de debêntures cujo prazo de carência tenha ex-
Art. 21. Até a aprovação da proposta prevista no inciso I do art. pirado anteriormente a 13 de novembro de 1995, poderão, igual-
14 desta Lei, ficam as instituições financeiras federais de caráter re- mente, ser prorrogados os prazos de amortização e vencimento,
gional autorizadas a aplicar os recursos dos respectivos Fundos de observadas as condições do parágrafo anterior. (Parágrafo incluído
acordo com as diretrizes gerais estabelecidas no art. 3° desta Lei. pela Lei nº 9.808, de 20.7.199)

11
LEGISLAÇÃO I
Art. 3º (Artigo revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) cargos financeiros, durante todo o prazo de vigência da operação,
Art. 4º Os saldos diários dos recursos dos Fundos Constitucio- conforme condições definidas pelo Conselho Monetário Nacional.
nais de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010)
do Finor, do Finam e do Funres, bem como dos recursos deposita- § 5o Os agentes financeiros apresentarão ao Ministério da Inte-
dos na forma do art. 19 da Lei nº 8.167, de 16 de janeiro de 1991, gração Nacional e ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural
enquanto não desembolsados pelos bancos administradores e ope- Sustentável, integrante da estrutura do Ministério do Desenvolvi-
radores, serão remunerados com base na taxa do Sistema Especial mento Agrário, demonstrativos dos valores que vierem a ser im-
de Liquidação e de Custódia (Selic) divulgada pelo Banco Central do putados aos Fundos Constitucionais em função do disposto neste
Brasil. (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) artigo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)
Art. 5º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) Art. 8º (Revogado pela Lei nº 13.682, de 2018)
Art. 6º (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) § 1º (Revogado pela Lei nº 13.682, de 2018)
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001) § 2º (Revogado pela Lei nº 13.682, de 2018)
Art. 7o Os bancos administradores aplicarão 10% (dez por cen- § 3º (Revogado pela Lei nº 13.682, de 2018)
to) dos recursos dos Fundos Constitucionais de Financiamento das Art. 9º Os financiamentos com recursos dos Fundos Constitu-
Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste para financiamento a as- cionais de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
sentados e a colonos nos programas oficiais de assentamento, co- -Oeste poderão ser contratados com associações e cooperativas de
lonização e reforma agrária, aprovados pelo Instituto Nacional de produtores rurais, podendo estas repassarem a seus associados e
Colonização e Reforma Agrária - INCRA, bem como a beneficiários cooperativados, bens, produtos e serviços.
do Fundo de Terras e da Reforma Agrária, instituído pela Lei Com- Art. 10. (VETADO)
plementar no 93, de 4 de fevereiro de 1998. (Redação dada pela Lei Art. 11. (VETADO)
nº 12.249, de 2010) Art. 12. (VETADO)
§ 1o Os contratos de financiamento de projetos de estruturação Art. 13. (Revogado pela Lei nº 10.177, de 18.1.2001)
inicial dos assentados, colonos ou beneficiários do Fundo de Terras Art. 14. A partir de 1º de julho de 1995, os financiamentos para
e da Reforma Agrária, a que se refere o caput deste artigo, ainda não investimentos agropecuários e agroindustriais, contratados ao am-
beneficiados com crédito direcionado exclusivamente para essa ca- paro das Operações Oficiais de Crédito - Recursos sob Supervisão do
tegoria de agricultores, serão realizados por bancos oficiais federais Ministério da Fazenda, constantes do Orçamento Fiscal da União,
com risco para o respectivo Fundo Constitucional, observadas as terão como custo básico a Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP.
condições definidas pelo Conselho Monetário Nacional para essas § 1o  Os contratos de financiamento para investimentos agro-
operações de crédito. (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) pecuários e agroindustriais, com recursos das Operações Oficiais
§ 2o Aplica-se o disposto no § 1o aos contratos de financiamen- de Crédito, celebrados até 30 de junho de 1995, com base na Taxa
to de projetos de estruturação complementar daqueles assentados, Referencial - TR, terão os custos básicos ajustados, a partir de 1º de
colonos ou beneficiários do Fundo de Terras e da Reforma Agrária julho de 1995, de forma a compatibilizá-los aos custos previstos no
já contemplados com crédito da espécie, cujo valor financiável se li- caput deste artigo, observado o critério pro rata tempore. (Parágra-
mita ao diferencial entre o saldo devedor atual da operação e o teto fo renumerado pela Lei nº 9.848, de 26.10.1999)
vigente para essas operações de crédito, conforme deliberação do § 2o Os contratos de financiamento para investimentos agrope-
Conselho Monetário Nacional. (Redação dada pela Lei nº 12.249, cuários e agroindustriais, já contratados ou a contratar, ao amparo
de 2010) das Operações Oficiais de Crédito, quando destinados ao Programa
§ 3o Para efeito do cumprimento do percentual de que trata de Cooperação Nipo-Brasileiro para o Desenvolvimento dos Cerra-
o caput deste artigo, poderão ser computados os recursos destina- dos - PRODECER, na fase III (Piloto e Expansão), terão seus custos
dos a financiamentos de investimento para agricultores familiares básicos ajustados ou serão realizados com encargos financeiros, na
enquadrados nos critérios definidos pela Lei no  11.326, de 24 de forma que vier a ser estabelecida pelo Conselho Monetário Nacio-
julho de 2006, regulamentados pelo Conselho Monetário Nacional, nal. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.848, de 26.10.1999)
conforme programação anual proposta pelo Ministério do Desen- Art. 15. Além dos casos previstos no art. 31 da  Lei nº 8.171,
volvimento Agrário, desde que os financiamentos contemplem as de 17 de janeiro de 1991, o Poder Público, ouvido o Conselho Mo-
seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 12.249, de 2010) netário Nacional, poderá, em casos emergenciais, inclusive para
I - regularização e adequação ambiental dos estabelecimentos atender problemas regionais, adquirir, com recursos do Orçamento
rurais, reflorestamento, recuperação ou regeneração de áreas de- das Operações de Crédito - Recursos sob a Supervisão do Ministério
gradadas ou formação ou melhoria de corredores ecológicos entre da Fazenda, produtos rurais, para entrega futura, utilizando-se da
áreas prioritárias para conservação da biodiversidade; (Incluído Cédula de Produto Rural - CPR, criada pela Lei nº 8.929, de 22 de
pela Lei nº 12.249, de 2010) agosto de 1994.
II - implantação de infraestrutura hídrica e de atividades produ- Art. 16. Os financiamentos de operações de investimento rural,
tivas adequadas à convivência com o semiárido; (Incluído pela Lei sob a égide dos Programas de Recuperação das Lavouras Cacauei-
nº 12.249, de 2010) ras Baiana, do Espírito Santo e da Região Amazônica, concebidos
III - pagamento dos serviços de assistência técnica e extensão pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira - CEPLAC,
rural e remuneração da mão de obra familiar para implantação das para controle da “vassoura-de-bruxa” e simultânea recuperação de
atividades referentes às finalidades constantes dos incisos I e II des- produtividade, poderão ser concedidos com risco para o Tesouro
te parágrafo; e (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) Nacional, desde que, cumulativamente: (Prazo prorrogado Vide
IV - outras, a serem definidas pelo Conselho Monetário Nacio- Medida Provisória nº 2.199-13, de 27.7.2001)
nal. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010) I - Sejam lastreados com recursos orçamentários das Opera-
§ 4o Os financiamentos concedidos na forma deste artigo terão ções Oficiais de Crédito sob Supervisão do Ministério da Fazenda ou
com recursos repassados pelo Banco do Nordeste do Brasil - BNB,
os encargos financeiros ajustados para não exceder o limite de 12%
Banco da Amazônia S.A - BASA e Banco Nacional de Desenvolvimen-
a.a. (doze por cento ao ano) e redutores de até 50% (cinquenta por
to Econômico e Social - BNDES;
cento) sobre as parcelas da amortização do principal e sobre os en-

12
LEGISLAÇÃO I
II - Tenham sido julgados tecnicamente indispensáveis ao êxi- § 2o Os encargos financeiros e o bônus de adimplência de que
to do programa sob referência, apesar de não atenderem integral- trata o caput poderão ser diferenciados ou favorecidos em função
mente às exigências bancárias. da finalidade do crédito, do porte do beneficiário, do setor de ativi-
§ 1º O disposto no art. 27 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de dade e da localização do empreendimento. (Redação dada pela Lei
1990, não se aplica aos financiamentos a que se refere este artigo, nº 12.793, de 2013)
quando concedidos a produtores rurais pessoas físicas. § 3o Os encargos financeiros poderão ser reduzidos no caso
§ 2º O Conselho Monetário Nacional expedirá as instruções ne- de operações de crédito destinadas a: (Redação dada pela Lei nº
cessárias ao cumprimento do disposto neste artigo. 12.793, de 2013)
Art. 17. Ficam convalidados os atos praticados com base na I - financiamento de projetos para conservação e proteção do
Medida Provisória nº 1.105, de 25 de agosto de 1995. meio ambiente, recuperação de áreas degradadas ou alteradas,
Art. 18. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. recuperação de vegetação nativa e desenvolvimento de atividades
Art. 19. Ficam revogados os arts. 10 e 12 da Lei nº 7.827, de 27 sustentáveis; (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013)
de setembro de 1989, e o art. 41 da Lei nº 8.177, de 1º de março II - financiamento de projetos de ciência, tecnologia e inovação; 
de 1991. III - (VETADO); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013)
IV - (VETADO); e (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013)
Brasília, 10 de novembro de 1995; 174º da Independência e V - (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013)
107º da República. § 4º (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018)
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO § 6o Em caso de estabelecimento de encargos financeiros ou
Pedro Malan bônus de adimplência que resulte na redução de custo financeiro
José Serra para o tomador, a resolução do Conselho Monetário Nacional de-
verá definir se os novos encargos e bônus estabelecidos incidirão,
a partir da data de vigência da redução, sobre os financiamentos já
contratados. (Redação dada pela Lei nº 12.793, de 2013)
LEI Nº 10.177, DE 12 DE JANEIRO DE 2001 § 7º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018)
§ 8o Os encargos financeiros e bônus de adimplência já esta-
LEI No 10.177, DE 12 DE JANEIRO DE 2001 belecidos continuarão em vigor até a data anterior à vigência dos
novos encargos financeiros e bônus de adimplência que forem
Dispõe sobre as operações com recursos dos Fundos Constitu- definidos pelo Conselho Monetário Nacional. (Incluído pela Lei nº
cionais de Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, 12.793, de 2013)
de que trata a Lei no 7.827, de 27 de setembro de 1989, e dá outras § 9o Na proposta de que trata o  caput  será aplicado redutor
providências. sobre os encargos financeiros, a ser fixado tomando por base o
Coeficiente de Desequilíbrio Regional - CDR, resultante da razão
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Na- entre o rendimento domiciliar per capita da região de abrangência
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: do respectivo fundo e o rendimento domiciliar per capita do País.
(Incluído pela Lei nº 13.340, de 2016)
Art. 1º Os encargos financeiros e o bônus de adimplência in- Art. 1º-A. Os encargos financeiros e o bônus de adimplência
cidentes sobre os financiamentos de operações de crédito rural incidentes sobre os financiamentos de operações de crédito não
com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nor- rural com recursos do FNO, do FNE e do FCO serão definidos pelo
te (FNO), do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste Conselho Monetário Nacional, mediante proposta do Ministério do
(FNE) e do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste Desenvolvimento Regional, observadas as orientações da Política
(FCO) serão definidos pelo Conselho Monetário Nacional, por meio Nacional de Desenvolvimento Regional e de acordo com os respec-
de proposta do Ministério da Integração Nacional, observadas as tivos planos regionais de desenvolvimento. (Redação dada pela Lei
orientações da Política Nacional de Desenvolvimento Regional e de nº 14.227, de 2021)
acordo com os respectivos planos regionais de desenvolvimento. I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
(Redação dada pela Lei nº 13.682, de 2018) II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
I - (revogado): (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
a) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
b) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) a) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
c) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) b) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
d) (revogada). (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) c) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
II - (revogado): (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) d) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
a) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) e) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
b) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) f) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
c) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) g) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
d) (revogada). (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) h) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
III - (revogado): (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) i) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
a) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) V - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
b) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) a) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
c) (revogada); (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) b) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
d) (revogada). (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) VI - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
IV - (revogado). (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013) a) (revogado); (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
§ 1o (VETADO). (Redação dada pela Lei nº 12.793, de 2013) b) (revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021)

13
LEGISLAÇÃO I
§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) I - para conservação e proteção do meio ambiente, recupera-
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) ção de áreas degradadas ou alteradas, recuperação de vegetação
§ 4º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) nativa e desenvolvimento de atividades sustentáveis; e (Incluído
§ 5º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) pela Lei nº 14.227, de 2021)
§ 6º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) II - de ciência, tecnologia e inovação. (Incluído pela Lei nº
§ 7º As operações de financiamento estudantil a que se refere 14.227, de 2021)
o art. 15-D da Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, contratadas § 16. Em caso de estabelecimento de encargos financeiros ou
com recursos oriundos do FNO, do FNE ou do FCO terão seus en- de bônus de adimplência que resulte na redução de custo finan-
cargos financeiros definidos pelo Conselho Monetário Nacional, por ceiro para o tomador, resolução do Conselho Monetário Nacional
proposta do Comitê Gestor do Fundo de Financiamento Estudantil deverá definir se os novos encargos e bônus de adimplência estabe-
(CG-Fies), e poderão contemplar bônus de adimplência e aplicação lecidos incidirão, a partir da data de vigência da redução, sobre os fi-
do CDR. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) nanciamentos já contratados. (Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021)
§ 8º Ato conjunto dos Ministros de Estado da Economia e do § 17. Na proposta referida no caput deste artigo será aplicado
Desenvolvimento Regional definirá os critérios para a identificação redutor sobre os encargos financeiros, a ser fixado tomando por
das operações nas classificações estabelecidas no § 9º deste artigo. base o Coeficiente de Desequilíbrio Regional (CDR), resultante da
(Redação dada pela Lei nº 14.227, de 2021) razão entre o rendimento domiciliar per capita da região de abran-
§ 9º Fica a União autorizada a conceder subvenção econômica, gência do respectivo fundo e o rendimento domiciliar per capita do
sob a modalidade de equalização de taxas de juros, a partir de 1º de País. (Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021)
janeiro de 2019, ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Art. 1º-B. Na hipótese de desvio na aplicação dos recursos de
e Social (BNDES), nas operações de financiamento de infraestrutura que trata esta Lei, o mutuário perderá os benefícios aos quais fizer
contratadas para programas de financiamento nas regiões Norte, jus, especialmente aqueles relativos ao bônus de adimplência, sem
Nordeste e Centro-Oeste, respeitadas as diretrizes e prioridades prejuízo das medidas judiciais cabíveis, incluídas as de natureza exe-
estabelecidas pelos Conselhos Deliberativos das Superintendências cutória. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
de Desenvolvimento Regional. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) Art. 1º-C. O del credere do banco administrador, limitado a 3%
§ 10. A equalização de juros de que trata o § 9º deste artigo (três por cento) ao ano, está contido nos encargos financeiros co-
corresponderá ao diferencial entre o encargo do mutuário final, a brados pelo FNO, pelo FNE e pelo FCO e será reduzido em percen-
ser calculado nos termos do que preveem o caput e os §§ 1º a 8º tual idêntico ao percentual garantido por fundos de aval. (Incluído
deste artigo, e o custo da fonte de recursos, acrescido da remune- pela Lei nº 13.682, de 2018)
ração do BNDES, dos agentes financeiros por ele credenciados ou Art. 1º-D. O CDR referente às regiões Norte, Nordeste e Centro-
da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). (Incluído pela Lei nº -Oeste, a que se referem os arts. 1º e 1º-A desta Lei, será calculado
13.682, de 2018) pelo IBGE, com base nos indicadores de renda domiciliar per capi-
§ 11. O Conselho Monetário Nacional estabelecerá as condi- ta e da população residente, apurados pela Pesquisa Nacional por
ções necessárias à contratação dos financiamentos de que trata o Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua). (Incluído pela Lei
§ 9º deste artigo, cabendo ao Ministério da Fazenda a regulamen- nº 13.682, de 2018)
tação das demais condições para a concessão da respectiva sub- § 1º Para fim exclusivo do cálculo do CDR a ser aplicado nos en-
venção econômica, entre elas, a definição da metodologia para o cargos financeiros incidentes sobre os financiamentos de operações
de crédito com recursos dos Fundos Constitucionais de Financia-
pagamento da equalização de taxas de juros a que se refere o § 10
mento, serão considerados os seguintes entes federativos: (Incluído
deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
pela Lei nº 13.682, de 2018)
§ 12. A definição das garantias a serem prestadas nos financia-
I - FNO: Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Roraima,
mentos a que se refere o § 9º deste artigo ficará a critério do BN-
Rondônia e Tocantins; (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
DES, e os encargos dos fundos garantidores de que trata o art. 7º da
II - FNE: Estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Nor-
Lei nº 12.087, de 11 de novembro de 2009, poderão ser incluídos no
te, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia; e (Incluído pela
valor do financiamento das operações contratadas. (Incluído pela
Lei nº 13.682, de 2018)
Lei nº 13.682, de 2018) III - FCO: Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás e
§ 13. O Ministério da Fazenda publicará na internet até o último o Distrito Federal. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
dia do mês subsequente a cada bimestre, quanto ao disposto no § § 2º Ato do Presidente da República regulamentará a sistemáti-
9º deste artigo, os seguintes demonstrativos: (Incluído pela Lei nº ca do cálculo e da atualização do CDR. (Incluído pela Lei nº 13.682,
13.682, de 2018) de 2018)
I - do impacto fiscal das operações, juntamente com a meto- Art. 2o (Revogado pela Medida Provisória nº 1.052, de 2021)
dologia de cálculo utilizada, considerados o custo de captação do Art. 3o Os bancos administradores dos Fundos Constitucionais
governo federal e o valor devido pela União; e (Incluído pela Lei nº de Financiamento ficam autorizados a adotar, nas assunções, re-
13.682, de 2018) negociações, prorrogações e composições de dívidas, as seguintes
II - dos valores inscritos em restos a pagar nas operações de condições:
equalização de taxa de juros, no último exercício financeiro e no I - o saldo devedor da operação, para efeito da renegociação da
acumulado total. (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018) dívida, será apurado sem computar encargos por inadimplemento,
§ 14. Os encargos financeiros e o bônus de adimplência de que multas, mora e honorários de advogados;
trata o caput deste artigo poderão ser diferenciados ou favorecidos II - beneficiários: mutuários de financiamentos concedidos até
em função da finalidade do crédito, do porte do beneficiário, do 31 de dezembro de 1998, com recursos dos Fundos Constitucionais
setor de atividade e da localização do empreendimento. (Incluído de Financiamento;
pela Lei nº 14.227, de 2021) III - encargos financeiros: os fixados no art. 1o, com a incidência
§ 15. Os encargos financeiros poderão ser reduzidos no caso dos bônus estabelecidos no seu § 5o;
de operações de crédito destinadas a financiamento de projetos: IV - prazo: até dez anos, acrescidos ao prazo final da operação,
(Incluído pela Lei nº 14.227, de 2021) estabelecendo-se novo esquema de amortização fixado de acordo
com a capacidade de pagamento do devedor.

14
LEGISLAÇÃO I
§ 1o Não são passíveis de renegociação, nos termos deste arti- Art. 6o-B. Nas operações formalizadas com recursos dos Fundos
go, as operações negociadas com amparo na Lei no 9.138, de 29 de Constitucionais de Financiamento no âmbito do Programa Nacional
novembro de 1995. de Fortalecimento da Agricultura Familiar - PRONAF, realizadas com
§ 2o Os mutuários interessados na renegociação, prorrogação e beneficiários de qualquer grupo, modalidade e linha de crédito,
composição de dívidas de que trata este artigo deverão manifestar com risco operacional assumido integralmente pelo respectivo Fun-
formalmente seu interesse aos bancos administradores. (Redação do Constitucional ou risco operacional compartilhado entre os res-
dada pela Lei nº 10.437, de 25.4.2002) pectivos bancos administradores e Fundo Constitucional, os bancos
§ 3o Fica estabelecido o prazo até 31 de março de 2003 para o farão jus a uma remuneração a ser definida pelo Conselho Mone-
encerramento das renegociações, prorrogações e composições de tário Nacional, por proposta do Ministério da Integração Nacional,
dívidas amparadas em recursos dos Fundos Constitucionais, inclusi- destinada à cobertura de custos decorrentes da operacionalização
ve sob a forma alternativa de que trata o art. 4o desta Lei. (Redação do Programa. (Incluído pela Lei nº 12.793, de 2013)
dada pela Lei nº 10.646, de 28.3.2002) (Vide Lei nº 10.696, de 2003) Art. 6º-C. (VETADO) (Incluído pela Lei nº 13.682, de 2018)
§ 4o As operações originariamente contratadas ao amparo dos Art. 7o Os bancos administradores dos Fundos Constitucionais
Fundos Constitucionais de Financiamento que se enquadrarem no de Financiamento e dos Fundos de Investimentos Regionais forne-
disposto neste artigo e tenham sido recompostas com recursos de cerão ao Ministério da Integração Nacional, na forma que vier a ser
outras fontes dos agentes financeiros poderão ser renegociadas por este determinada, as informações necessárias à supervisão, ao
com base nesta Lei, a critério dos bancos operadores. acompanhamento e ao controle da aplicação dos recursos e à ava-
§ 5o Os saldos devedores das operações de que trata o parágra- liação de desempenho desses Fundos.
fo anterior, para efeito de reversão aos Fundos Constitucionais de Parágrafo único. Sem prejuízo das informações atualmente
Financiamento, serão atualizados, a partir da data da exclusão dos prestadas, será facultado aos bancos administradores período de
financiamentos das contas dos Fundos, com encargos financeiros adaptação de até um ano para atendimento do previsto no caput.
não superiores à Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e sem imputar Art. 8o Os Ministérios da Fazenda e da Integração Nacional, em
encargos por inadimplemento e honorários de advogados. conjunto, estabelecerão normas para estruturação e padronização
§ 6o O disposto neste artigo não se aplica às operações em que dos balanços e balancetes dos Fundos Constitucionais de Financia-
tenham sido constatados desvio de recursos. mento.
§ 7o (VETADO) Art. 8º-A. Fica o Poder Executivo autorizado a instituir linhas
§ 8o (VETADO) de crédito especiais com recursos dos Fundos Constitucionais de
§ 9o Os bancos administradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, destina-
Financiamento deverão fornecer aos mutuários demonstrativo de das a atender aos setores produtivos rural, industrial, comercial e
cálculo da evolução dos saldos da conta do financiamento. de serviços dos Municípios com situação de emergência ou estado
Art. 4o  Ficam os bancos administradores dos Fundos Consti- de calamidade pública reconhecidos pelo Poder Executivo federal.
tucionais de Financiamento, se do interesse dos mutuários de fi- (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
nanciamentos amparados por recursos dos Fundos e alternativa- § 1o As linhas de crédito especiais devem ser temporárias e
mente às condições estabelecidas no artigo anterior, autorizados a com prazo determinado em decorrência do tipo e da intensidade
renegociar as operações de crédito rural nos termos da Resolução do evento que ocasionou a situação de emergência ou o estado de
no 2.471, de 26 de fevereiro de 1998, do Conselho Monetário Nacio- calamidade pública. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
nal, e suas alterações posteriores. § 2o As linhas de crédito especiais poderão ser diferenciadas
§ 1o (VETADO) de acordo com as modalidades de crédito e os setores produtivos
§ 2o Nas renegociações de que trata este artigo, os bancos ad- envolvidos. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
ministradores poderão financiar, com recursos dos Fundos Consti- § 3o Os recursos para as linhas de crédito especiais serão des-
tucionais de Financiamento, a aquisição de Certificado do Tesouro tinados aos beneficiários das regiões de atuação dos Fundos Cons-
Nacional - CTN, adotando para essa operação o prazo máximo de titucionais a que se refere o caput. (Incluído pela Lei nº 12.716, de
cinco anos, com os encargos de que trata o art. 1o. 2012)
Art. 5o  O mutuário que vier a inadimplir, depois de ter rene- § 4o Os encargos financeiros, prazos, limites, finalidades e de-
gociado, prorrogado ou recomposto sua dívida nos termos desta mais condições dos financiamentos serão definidos pelo Conselho
Lei, não poderá tomar novos financiamentos em bancos oficiais, Monetário Nacional, a partir de proposta apresentada pelo Minis-
enquanto não for regularizada a situação da respectiva dívida. tério da Integração Nacional. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
Art. 6o Em cada operação dos Fundos Constitucionais, contrata- § 5o Os recursos que integram o Fundo Constitucional de Finan-
da a partir de 1o de dezembro de 1998, excluída a decorrente da re- ciamento do Nordeste - FNE serão destinados, prioritariamente, às
negociação, prorrogação e composição de que trata o art. 3o, o risco linhas de crédito especiais de que trata o  caput,  visando conferir
operacional do banco administrador será de cinquenta por cento, maior abrangência à situação emergencial provocada pela longa es-
cabendo igual percentual ao respectivo Fundo. tiagem. (Incluído pela Lei nº 12.716, de 2012)
Parágrafo único. Eventuais prejuízos, decorrentes de valores Art. 9o A Lei no 7.827, de 27 de setembro de 1989, passa a vigo-
não liquidados em cada operação de financiamento, serão rateados rar com as seguintes alterações:
entre as partes nos percentuais fixados no caput. “Art. 4o ..................................
Art. 6o-A Nos financiamentos concedidos com recursos dos § 1o Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão fi-
Fundos Constitucionais de Financiamento, a partir de 1o  de julho nanciar empreendimentos não-governamentais de infra-estrutura
de 2004, a beneficiários dos grupos «B», «A/C», Pronaf-Semi-ári- econômica até o limite de dez por cento dos recursos previstos, em
do e Pronaf-Floresta, integrantes da regulamentação do Programa cada ano, para os respectivos Fundos.
Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf, o risco ...............................” (NR)
será assumido integralmente pelo respectivo Fundo Constitucional. “§ 3o Os Fundos Constitucionais de Financiamento poderão fi-
(Incluído pela Lei nº 11.011, de 2004) nanciar empreendimentos comerciais e de serviços até o limite de
Parágrafo único. (Revogado pela Lei nº 12.793, de 2013) dez por cento dos recursos previstos, em cada ano, para os respec-
tivos Fundos.»

15
LEGISLAÇÃO I
“Art. 7o A Secretaria do Tesouro Nacional liberará ao Ministério Parágrafo único. Até o dia 30 de setembro de cada ano, as ins-
da Integração Nacional, nas mesmas datas e, no que couber, se- tituições financeiras de que trata o caput encaminharão ao Minis-
gundo a mesma sistemática adotada na transferência dos recursos tério da Integração Nacional a proposição de aplicação dos recursos
dos Fundos de Participação dos Estados, do Distrito Federal e dos relativa aos programas de financiamento para o exercício seguin-
Municípios, os valores destinados aos Fundos Constitucionais de Fi- te.» (NR)
nanciamento do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, cabendo “Art. 15-A. Até 15 de novembro de cada ano, o Ministério da
ao Ministério da Integração Nacional, observada essa mesma siste- Integração Nacional encaminhará ao Conselho Deliberativo das Su-
mática, repassar os recursos diretamente em favor das instituições perintendências de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste e
federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A. ao Conselho Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamen-
Parágrafo único. O Ministério da Fazenda informará, mensal- to do Centro-Oeste as propostas de aplicação dos recursos relativas
mente, ao Ministério da Integração Nacional e aos bancos admi- aos programas de financiamento para o exercício seguinte.» (NR)
nistradores dos Fundos Constitucionais de Financiamento a soma “Art. 17. (VETADO)”
da arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer “Art. 20. Os bancos administradores dos Fundos Constitucio-
natureza e do imposto sobre produtos industrializados, o valor das nais de Financiamento apresentarão, semestralmente, ao Ministé-
liberações efetuadas para cada Fundo, bem como a previsão de rio da Integração Nacional, relatório circunstanciado sobre as ativi-
datas e valores das três liberações imediatamente subsequentes.” dades desenvolvidas e os resultados obtidos.
(NR) .................................
“Art. 9o Observadas as diretrizes estabelecidas pelo Ministério § 5o O Ministério da Integração Nacional encaminhará ao Con-
da Integração Nacional, os bancos administradores poderão repas- selho Deliberativo das Superintendências de Desenvolvimento da
sar recursos dos Fundos Constitucionais a outras instituições auto- Amazônia e do Nordeste e ao Conselho Deliberativo do Fundo Cons-
rizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, com capacidade titucional de Financiamento do Centro-Oeste os relatórios de que
técnica comprovada e com estrutura operacional e administrativa trata o caput.” (NR)
aptas a realizar, em segurança e no estrito cumprimento das diretri- Art. 10. A Lei no 9.126, de 10 de novembro de 1995, passa a
zes e normas estabelecidas, programas de crédito especificamente vigorar com as seguintes alterações:
criados com essa finalidade.” (NR) “Art. 4o Os saldos diários dos recursos dos Fundos Constitucio-
“Art. 13. A administração dos Fundos Constitucionais de Finan- nais de Financiamento das Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste,
ciamento do Norte, Nordeste e Centro-Oeste será distinta e autô- do FINOR, do FINAM e do FUNRES, bem como dos recursos depo-
noma e, observadas as atribuições previstas em lei, exercida pelos sitados na forma do art. 19 da Lei no  8.167, de 16 de janeiro de
seguintes órgãos: 1991, enquanto não desembolsados pelos bancos administradores
I - Conselho Deliberativo das Superintendências de Desenvolvi- e operadores, serão remunerados com base na taxa extra-mercado
mento da Amazônia e do Nordeste e pelo Conselho Deliberativo do divulgada pelo Banco Central do Brasil.” (NR)
Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste; “Art. 8o (VETADO)”
II - Ministério da Integração Nacional; e Art. 11. O art. 1o da Lei no 9.808, de 20 de julho de 1999, passa
III - instituição financeira de caráter regional e Banco do Brasil a vigorar com a seguinte redação:
S.A.” (NR) “Art. 1o ..................................
“Art. 14. Cabe ao Conselho Deliberativo das Superintendências § 1o A aplicação de que trata este artigo poderá ser realizada
de Desenvolvimento da Amazônia e do Nordeste e ao Conselho na forma do art. 9o da Lei no 8.167, de 16 de janeiro de 1991, ou em
Deliberativo do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro- composição com os recursos de que trata o art. 5o da mesma Lei.
-Oeste: ................................
I - aprovar, anualmente, até o dia 15 de dezembro, os progra- § 4o Na hipótese de utilização de recursos de que trata o art.
mas de financiamento de cada Fundo, com os respectivos tetos de 5  da Lei no 8.167, de 1991, o montante não poderá ultrapassar cin-
o

financiamento por mutuário; qüenta por cento do total da participação do Fundo no projeto, e as
............................... debêntures a serem subscritas serão totalmente inconversíveis em
III - avaliar os resultados obtidos e determinar as medidas de ações, observadas as demais normas que regem a matéria.
ajustes necessárias ao cumprimento das diretrizes aprovadas.» (NR) § 5o A subscrição de debêntures de que trata o parágrafo ante-
“Art. 15. São atribuições de cada uma das instituições finan- rior não será computada no limite de trinta por cento do orçamento
ceiras federais de caráter regional e do Banco do Brasil S.A., nos anual fixado no § 1o do art. 5o da Lei no 8.167, de 1991.» (NR)
termos da lei: Art. 12. As disposições do art. 1o da Lei no 9.808, de 1999, na
I - aplicar os recursos e implementar a política de concessão de redação dada por esta Lei, aplicam-se aos projetos aprovados até
crédito de acordo com os programas aprovados pelos respectivos 27 de setembro de 1999.
Conselhos Deliberativos; Art. 13. O art. 2o da Lei nº 8.167, de 16 de janeiro de 1991, pas-
II - definir normas, procedimentos e condições operacionais sa a vigorar com a seguinte redação:
próprias da atividade bancária, respeitadas, dentre outras, as dire- “Art. 2o  Ficam mantidos, até o exercício financeiro de 2013,
trizes constantes dos programas de financiamento aprovados pelos correspondente ao período-base de 2012, os prazos e percentuais
Conselhos Deliberativos de cada Fundo; para destinação dos recursos de que tratam o art. 5o do Decreto-
III - enquadrar as propostas nas faixas de encargos e deferir os -Lei no  1.106, de 16 de junho de 1970, e o art. 6o  do Decreto-Lei
créditos; no 1.179, de 6 de julho de 1971, e alterações posteriores, para apli-
IV - formalizar contratos de repasses de recursos na forma pre- cação em projetos relevantes para o desenvolvimento da Amazônia
vista no art. 9o; e do Nordeste, sob a responsabilidade do Ministério da Integração
V - prestar contas sobre os resultados alcançados, desempenho Nacional.» (NR)
e estado dos recursos e aplicações ao Ministério da Integração Na- Art. 14. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
cional, que as submeterá aos Conselhos Deliberativos; Art. 15. Ficam revogados o  art. 11 e o § 2o  do art. 16 da Lei
VI - exercer outras atividades inerentes à aplicação dos recur- no 7.827, de 27 de setembro de 1989; os arts. 1o, 3o, 5o, 6o; o § 3o do
sos e à recuperação dos créditos. art. 8o e o art. 13, da Lei no 9.126, de 10 de novembro de 1995.

16
LEGISLAÇÃO I
Art. 16. Ficam convalidados os atos praticados com base na
Medida Provisória no 2.035-28, de 21 de dezembro de 2000.
ANOTAÇÕES
Brasília, 12 de janeiro de 2001; 180o  da Independência e ______________________________________________________
113  da República.
o

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO ______________________________________________________


Pedro Malan
Martus Tavares ______________________________________________________
Fernando Bezerra
______________________________________________________

______________________________________________________
ANOTAÇÕES ______________________________________________________

______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
_____________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________
______________________________________________________

17
LEGISLAÇÃO I

ANOTAÇÕES ANOTAÇÕES

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

_____________________________________________________ _____________________________________________________

_____________________________________________________ _____________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

______________________________________________________ ______________________________________________________

18
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
1. Resolução CMN nº 4.860, de 23 de outubro de 2020 que dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente organizacio-
nal de ouvidoria pelas instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil . . . . . . 01
2. Resolução CMN nº 3.694/2009 e alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03
3. Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
4. Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD): Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e suas alterações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
Art. 5º É admitido o compartilhamento de ouvidoria pelas insti-
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE tuições, observadas as seguintes situações e regras:
2020 QUE DISPÕE SOBRE A CONSTITUIÇÃO E O FUN- I - a instituição integrante de conglomerado composto por pelo
CIONAMENTO DE COMPONENTE ORGANIZACIONAL menos duas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
DE OUVIDORIA PELAS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E do Brasil pode compartilhar a ouvidoria constituída em qualquer
DEMAIS INSTITUIÇÕES AUTORIZADAS A FUNCIONAR das instituições autorizadas a funcionar;
PELO BANCO CENTRAL DO BRASIL II - a instituição não enquadrada no disposto no inciso I do
caput pode compartilhar a ouvidoria constituída:
a) em empresa ligada, conforme definição de que trata o § 1º;
Órgão: Ministério da Economia/Banco Central do Brasil ou
RESOLUÇÃO CMN Nº 4.860, DE 23 DE OUTUBRO DE 2020 b) na associação de classe a que seja filiada ou na bolsa de va-
Dispõe sobre a constituição e o funcionamento de componente lores ou bolsa de mercadorias e futuros ou bolsa de valores e de
organizacional de ouvidoria pelas instituições autorizadas a funcio- mercadorias e futuros nas quais realize operações;
nar pelo Banco Central do Brasil. III - a cooperativa singular de crédito filiada a cooperativa cen-
O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595, tral pode compartilhar a ouvidoria constituída na respectiva coope-
de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Monetá- rativa central, confederação de cooperativas de crédito ou banco do
rio Nacional, em sessão realizada em 22 de outubro de 2020, com sistema cooperativo; e
base no art. 4º, inciso VIII, da referida Lei, resolveu: IV - a cooperativa singular de crédito não filiada a cooperativa
central pode compartilhar a ouvidoria constituída em cooperativa
CAPÍTULO I central, federação de cooperativas de crédito, confederação de co-
DO OBJETO E DO ÂMBITO DE APLICAÇÃO operativas de crédito ou associação de classe da categoria.
§ 1º Para efeito do disposto no inciso II, alínea “a”, do caput,
Art. 1º Esta Resolução disciplina a constituição e o funciona- consideram-se ligadas entre si as instituições autorizadas a funcio-
mento de componente organizacional de ouvidoria pelas institui- nar pelo Banco Central do Brasil e as empresas não autorizadas a
ções que especifica. funcionar pelo Banco Central do Brasil:
Art. 2º O componente organizacional de ouvidoria deve ser I - as quais uma participe com 10% (dez por cento) ou mais do
constituído pelas instituições autorizadas a funcionar pelo Banco capital da outra, direta ou indiretamente; e
Central do Brasil que tenham clientes pessoas naturais, inclusive II - as quais acionistas com 10% (dez por cento) ou mais do ca-
empresários individuais, ou pessoas jurídicas classificadas como pital de uma participem com 10% (dez por cento) ou mais do capital
microempresas e empresas de pequeno porte, nos termos da Lei da outra, direta ou indiretamente.
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. § 2º O disposto no inciso II, alínea “b”, do caput, não se aplica
Parágrafo único. Ficam dispensados de constituir ouvidoria os a bancos comerciais, bancos múltiplos, caixas econômicas, socieda-
bancos comerciais sob controle societário de bolsas de valores, de des de crédito, financiamento e investimento, associações de pou-
bolsas de mercadorias e futuros ou de bolsas de valores e de mer- pança e empréstimo e sociedades de arrendamento mercantil que
cadorias e futuros que desempenhem exclusivamente funções de realizem operações de arrendamento mercantil financeiro.
liquidante e custodiante central, prestando serviços às bolsas e aos § 3º O disposto nos incisos II, alínea “b”, e IV, do caput, somente
agentes econômicos responsáveis pelas operações nelas cursadas. se aplica a associação de classe ou bolsa que possuir código de ética
ou de autorregulação efetivamente implantado, ao qual a institui-
CAPÍTULO II ção tenha aderido.
DA FINALIDADE
CAPÍTULO IV
Art. 3º A ouvidoria tem por finalidade: DO FUNCIONAMENTO
I - atender em última instância as demandas dos clientes e usu-
ários de produtos e serviços que não tiverem sido solucionadas nos Art. 6º As atribuições da ouvidoria abrangem as seguintes ati-
canais de atendimento primário da instituição; e vidades:
II - atuar como canal de comunicação entre a instituição e os I - atender, registrar, instruir, analisar e dar tratamento formal
clientes e usuários de produtos e serviços, inclusive na mediação e adequado às demandas dos clientes e usuários de produtos e ser-
de conflitos. viços;
Parágrafo único. Para efeitos desta Resolução, considera-se pri- II - prestar esclarecimentos aos demandantes acerca do anda-
mário o atendimento habitual realizado em quaisquer pontos ou mento das demandas, informando o prazo previsto para resposta;
canais de atendimento, incluídos os correspondentes no País e o III - encaminhar resposta conclusiva para a demanda no prazo
Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) de que trata o Decre- previsto; e
to nº 6.523, de 31 de julho de 2008. IV - manter o conselho de administração, ou, na sua ausência,
a diretoria da instituição, informado sobre os problemas e defici-
CAPÍTULO III ências detectados no cumprimento de suas atribuições e sobre o
DA ORGANIZAÇÃO resultado das medidas adotadas pelos administradores para solu-
cioná-los.
Art. 4º A estrutura da ouvidoria deve ser compatível com a na- § 1º O atendimento prestado pela ouvidoria:
tureza e a complexidade dos produtos, serviços, atividades, proces- I - deve ser identificado por meio de número de protocolo, o
sos e sistemas de cada instituição. qual deve ser fornecido ao demandante;
Parágrafo único. A ouvidoria não pode estar vinculada a com- II - deve ser gravado, quando realizado por telefone, e, quando
ponente organizacional da instituição que configure conflito de in- realizado por meio de documento escrito ou por meio eletrônico,
teresses ou de atribuições, a exemplo das unidades responsáveis arquivada a respectiva documentação; e
por negociação de produtos e serviços, gestão de riscos, auditoria III - pode abranger:
interna e conformidade (compliance).

1
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
a) excepcionalmente, as demandas não recepcionadas inicial- Art. 9º As instituições referidas no art. 2º devem designar pe-
mente pelos canais de atendimento primário; e rante o Banco Central do Brasil os nomes do ouvidor e do diretor
b) as demandas encaminhadas pelo Banco Central do Brasil, responsável pela ouvidoria.
por órgãos públicos ou por outras entidades públicas ou privadas. § 1º O diretor responsável pela ouvidoria pode desempenhar
§ 2º O prazo de resposta para as demandas não pode ultrapas- outras funções na instituição, inclusive a de ouvidor, exceto a de
sar dez dias úteis, podendo ser prorrogado, excepcionalmente e de diretor de administração de recursos de terceiros.
forma justificada, uma única vez, por igual período, limitado o nú- § 2º Nos casos dos bancos comerciais, bancos múltiplos, cai-
mero de prorrogações a 10% (dez por cento) do total de demandas xas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investi-
no mês, devendo o demandante ser informado sobre os motivos da mento, associações de poupança e empréstimo e sociedades de
prorrogação. arrendamento mercantil que realizem operações de arrendamen-
Art. 7º As instituições referidas no art. 2º devem: to mercantil financeiro, que estejam sujeitos à obrigatoriedade de
I - manter sistema de informações e de controle das demandas constituição de comitê de auditoria, na forma da regulamentação, o
recebidas pela ouvidoria, de forma a: ouvidor não poderá desempenhar outra função, exceto a de diretor
a) registrar o histórico de atendimentos, as informações utiliza- responsável pela ouvidoria.
das na análise e as providências adotadas; e § 3º Nas situações em que o ouvidor desempenhe outra ativi-
b) controlar o prazo de resposta; dade na instituição, essa atividade não pode configurar conflito de
II - dar ampla divulgação sobre a existência da ouvidoria, sua interesses ou de atribuições.
finalidade, suas atribuições e formas de acesso, inclusive nos canais Art. 10. Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos I, III e IV, o
de comunicação utilizados para difundir os produtos e serviços; ouvidor deve:
III - garantir o acesso gratuito dos clientes e dos usuários ao I - responder por todas as instituições que compartilharem a
atendimento da ouvidoria, por meio de canais ágeis e eficazes, in- ouvidoria; e
clusive por telefone, cujo número deve ser: II - integrar os quadros da instituição que constituir a ouvidoria.
a) divulgado e mantido atualizado em local visível ao público Art. 11. Para cumprimento do disposto no caput do art. 9º, nas
no recinto das suas dependências e nas dependências dos corres- hipóteses previstas no art. 5º, inciso II, as instituições referidas no
pondentes no País, bem como nos respectivos sítios eletrônicos na
art. 2º devem:
internet, acessível pela sua página inicial;
I - designar perante o Banco Central do Brasil apenas o nome
b) informado nos extratos, comprovantes, inclusive eletrôni-
do respectivo diretor responsável pela ouvidoria; e
cos, contratos, materiais de propaganda e de publicidade e demais
II - informar o nome do ouvidor, que deverá ser o do ouvidor da
documentos que se destinem aos clientes e usuários; e
c) inserido e mantido permanentemente atualizado em siste- associação de classe, da bolsa de valores, da bolsa de mercadorias
ma de registro de informações do Banco Central do Brasil. e futuros ou da bolsa de valores e de mercadorias e futuros, ou da
Parágrafo único. As informações relativas às demandas recebi- entidade ou empresa que constituir a ouvidoria.
das pela ouvidoria devem permanecer registradas no sistema men-
cionado no inciso I pelo prazo mínimo de cinco anos, contados da CAPÍTULO VI
data da protocolização da ocorrência. DA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES

CAPÍTULO V Art. 12. O diretor responsável pela ouvidoria deve elaborar re-
DAS EXIGÊNCIAS FORMAIS latório semestral quantitativo e qualitativo referente às atividades
desenvolvidas pela ouvidoria, nas datas-base de 30 de junho e 31
Art. 8º O estatuto ou o contrato social, conforme a natureza de dezembro.
jurídica da sociedade, deve dispor, de forma expressa, sobre os se- Parágrafo único. O relatório de que trata o caput deve ser en-
guintes aspectos: caminhado à auditoria interna, ao comitê de auditoria, quando
I - a finalidade, as atribuições e as atividades da ouvidoria; constituído, e ao conselho de administração ou, na sua ausência, à
II - os critérios de designação e de destituição do ouvidor; diretoria da instituição.
III - o tempo de duração do mandato do ouvidor, fixado em Art. 13. As instituições referidas no art. 2º devem divulgar se-
meses; e mestralmente, nos respectivos sítios eletrônicos na internet, as
IV - o compromisso formal no sentido de: informações relativas às atividades desenvolvidas pela ouvidoria,
a) criar condições adequadas para o funcionamento da ouvido- inclusive os dados relativos à avaliação direta da qualidade do aten-
ria, bem como para que sua atuação seja pautada pela transparên- dimento de que trata o art. 16.
cia, independência, imparcialidade e isenção; e Art. 14. O Banco Central do Brasil poderá estabelecer o conte-
b) assegurar o acesso da ouvidoria às informações necessárias para údo, a forma, a periodicidade e o prazo de remessa de dados e de
a elaboração de resposta adequada às demandas recebidas, com total informações relativos às atividades da ouvidoria.
apoio administrativo, podendo requisitar informações e documentos
para o exercício de suas atividades no cumprimento de suas atribuições.
CAPÍTULO VII
§ 1º Os aspectos mencionados no caput devem ser incluídos
DA CERTIFICAÇÃO
no estatuto ou no contrato social na primeira alteração que ocorrer
após a constituição da ouvidoria.
§ 2º As alterações estatutárias ou contratuais exigidas por esta Art. 15. As instituições referidas no art. 2º devem adotar provi-
Resolução relativas às instituições que optarem pela faculdade pre- dências para que os integrantes da ouvidoria que realizem as ativi-
vista no art. 5º, incisos I e III, podem ser promovidas somente pela dades mencionadas no art. 6º sejam considerados aptos em exame
instituição que constituir a ouvidoria. de certificação organizado por entidade de reconhecida capacidade
§ 3º As instituições que não constituírem ouvidoria própria em técnica.
decorrência da faculdade prevista no art. 5º, incisos II e IV, devem § 1º O exame de certificação deve abranger, no mínimo, temas
ratificar a decisão na primeira assembleia geral ou na primeira reu- relativos à ética, aos direitos do consumidor e à mediação de con-
nião de diretoria realizada após tal decisão. flitos.

2
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
§ 2º A designação de integrantes da ouvidoria referidos no
caput fica condicionada à comprovação de aptidão no exame de RESOLUÇÃO CMN Nº 3.694/2009 E ALTERAÇÕES
certificação, além do atendimento às demais exigências desta Re-
solução.
§ 3º As instituições referidas no caput devem assegurar a ca- RESOLUÇÃO Nº 3.694
pacitação permanente dos integrantes da ouvidoria em relação aos
temas mencionados no § 1º. Dispõe sobre a prevenção de riscos na contratação de opera-
§ 4º O diretor responsável pela ouvidoria sujeita-se à formali- ções e na prestação de serviços por parte de instituições financeiras
dade prevista no caput, caso exerça a função de ouvidor. e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central
§ 5º Nas hipóteses previstas no art. 5º, incisos II e IV, aplica-se o do Brasil.
disposto neste artigo aos integrantes da ouvidoria da associação de O Banco Central do Brasil, na forma do art. 9º da Lei nº 4.595,
classe, entidade ou empresa que realize as atividades mencionadas de 31 de dezembro de 1964, torna público que o Conselho Mone-
no art. 6º. tário Nacional, em sessão realizada em 26 de março de 2009, com
base no art. 4º, inciso VIII, da referida lei,
CAPÍTULO VIII RESOLVEU:
DA AVALIAÇÃO DIRETA DA QUALIDADE DO ATENDIMENTO PRES-
TADO Art. 1ºAs instituições financeiras e demais instituições autori-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil, na contratação de
Art. 16. As instituições referidas no art. 2º devem implementar operações e na prestação de serviços, devem assegurar:
instrumento de avaliação direta da qualidade do atendimento pres- I - a adequação dos produtos e serviços ofertados ou recomen-
tado pela ouvidoria a clientes e usuários. dados às necessidades, interesses e objetivos dos clientes e usuá-
Parágrafo único. O disposto no caput aplica-se somente aos rios;
bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento, cai- II - a integridade, a confiabilidade, a segurança e o sigilo das
xas econômicas e sociedades de crédito, financiamento e investi- transações realizadas, bem como a legitimidade das operações con-
mento. tratadas e dos serviços prestados;
Art. 17. A avaliação direta da qualidade do atendimento de que III - a prestação das informações necessárias à livre escolha e à
trata o art. 16 deve ser: tomada de decisões por parte de clientes e usuários, explicitando,
I - estruturada de forma a obter notas entre 1 e 5, sendo 1 o inclusive, direitos e deveres, responsabilidades, custos ou ônus, pe-
nível de satisfação mais baixo e 5 o nível de satisfação mais alto; nalidades e eventuais riscos existentes na execução de operações e
II - disponibilizada ao cliente ou usuário em até um dia útil após na prestação de serviços;
o encaminhamento da resposta conclusiva de que trata o art. 6º, IV - o fornecimento tempestivo ao cliente ou usuário de contra-
inciso III, e § 2º; e tos, recibos, extratos, comprovantes e outros documentos relativos
III - concluída em até cinco dias úteis após o prazo de que trata a operações e a serviços;
o inciso II. V - a utilização de redação clara, objetiva e adequada à natureza
Art. 18. Os dados relativos à avaliação mencionada no art. 16 e à complexidade da operação ou do serviço, em contratos, recibos,
devem ser:
extratos, comprovantes e documentos destinados ao público, de
I - armazenados de forma eletrônica, em ordem cronológica,
forma a permitir o entendimento do conteúdo e a identificação de
permanecendo à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo
prazos, valores, encargos, multas, datas, locais e demais condições;
de cinco anos, contados da data da avaliação realizada pelo cliente
VI - a possibilidade de tempestivo cancelamento de contratos;
ou usuário; e
VII - a formalização de título adequado estipulando direitos e
II - remetidos ao Banco Central do Brasil, na forma por ele definida.
obrigações para abertura, utilização e manutenção de conta de pa-
gamento pós-paga;
CAPÍTULO IX
DISPOSIÇÕES FINAIS VIII - o encaminhamento de instrumento de pagamento ao do-
micílio do cliente ou usuário ou a sua habilitação somente em de-
Art. 19. O relatório e a documentação relativos aos atendimen- corrência de sua expressa solicitação ou autorização; e
tos realizados, de que tratam os arts. 6º, § 1º, 7º e 12, bem como IX - a identificação dos usuários finais beneficiários de paga-
a gravação telefônica do atendimento, devem permanecer à dispo- mento ou transferência em demonstrativos e faturas do pagador,
sição do Banco Central do Brasil pelo prazo mínimo de cinco anos. inclusive nas situações em que o serviço de pagamento envolver
Art. 20. O número do telefone para acesso gratuito à ouvidoria instituições participantes de diferentes arranjos de pagamento.
e os dados relativos ao diretor responsável pela ouvidoria e ao ouvi- Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no in-
dor devem ser inseridos e mantidos permanentemente atualizados ciso III, no caso de abertura de conta de depósitos ou de conta de
em sistema de registro de informações do Banco Central do Brasil. pagamento, deve ser fornecido também prospecto de informações
Parágrafo único. O disposto no caput deve ser observado, inclu- essenciais, explicitando, no mínimo, as regras básicas, os riscos exis-
sive, pela instituição que não constituir componente de ouvidoria tentes, os procedimentos para contratação e para rescisão, as me-
próprio em decorrência da faculdade prevista no art. 5º. didas de segurança, inclusive em caso de perda, furto ou roubo de
Art. 21. O Banco Central do Brasil poderá adotar as medidas credenciais, e a periodicidade e forma de atualização pelo cliente
necessárias à execução do disposto nesta Resolução. de seus dados cadastrais.(Parágrafo acrescentado pela Resolução
Art. 22. Ficam revogadas: BACEN Nº 4283 DE 04/11/2013, efeitos a partir de 02/05/2014).
I - a Resolução nº 4.433, de 23 de julho de 2015; e Art. 2ºAs instituições referidas no art. 1º devem divulgar, em
II - a Resolução nº 4.629, de 25 de janeiro de 2018. suas dependências e nas dependências dos estabelecimentos onde
Art. 23. Esta Resolução entra em vigor em 1º de dezembro de seus produtos são ofertados, em local visível e em formato legível,
2020. informações relativas a situações que impliquem recusa à realiza-
ção de pagamentos ou à recepção de cheques, fichas de compensa-
ROBERTO DE OLIVEIRA CAMPOS NETO ção, documentos, inclusive de cobrança, contas e outros.

3
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
Art. 3ºÉ vedado às instituições referidas no art. 1º recusar ou II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais;
dificultar, aos clientes e usuários de seus produtos e serviços, o III - a limitação no desempenho de atividades; e
acesso aos canais de atendimento convencionais, inclusive guichês IV - a restrição de participação.
de caixa, mesmo na hipótese de oferecer atendimento alternativo § 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da
ou eletrônico. deficiência. (Vide Lei nº 13.846, de 2019)(Vide Lei nº 14.126, de
§ 1º O disposto no caput não se aplica às dependências exclusi- 2021)
vamente eletrônicas nem à prestação de serviços de cobrança e de Art. 3º Para fins de aplicação desta Lei, consideram-se:
recebimento decorrentes de contratos ou convênios que prevejam I - acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
canais de atendimento específicos. lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
§ 2º A opção pela prestação de serviços por meios alternati- pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
vos aos convencionais é admitida desde que adotadas as medidas cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
necessárias para preservar a integridade, a confiabilidade, a segu- serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
rança e o sigilo das transações realizadas, assim como a legitimida- dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
de dos serviços prestados, em face dos direitos dos clientes e dos com deficiência ou com mobilidade reduzida;
usuários, devendo as instituições informá-los dos riscos existentes. II - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro-
Art. 4ºEsta resolução entra em vigor na data de sua publicação. gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces-
Art. 5ºFicam revogadas as Resoluções nºs 2.878, de 26 de julho sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos
de 2001, e 2.892, de 27 de setembro de 2001. de tecnologia assistiva;
III - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa-
HENRIQUE DE CAMPOS MEIRELLES mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas
Presidente do Banco e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili-
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade
LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFI- de vida e inclusão social;
CIÊNCIA (ESTATUTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA) IV - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015. de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
A PRESIDENTA DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Nacional entre outros, classificadas em:
decreta e eu sanciono a seguinte Lei: a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
LIVRO I b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
PARTE GERAL e privados;
c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
TÍTULO I de transportes;
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
CAPÍTULO I impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
DISPOSIÇÕES GERAIS informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
nologia da informação;
Art. 1º É instituída a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com e) barreiras atitudinais: atitudes ou comportamentos que im-
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), destinada a as- peçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com defici-
segurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos ência em igualdade de condições e oportunidades com as demais
direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, pessoas;
visando à sua inclusão social e cidadania. f) barreiras tecnológicas: as que dificultam ou impedem o aces-
Parágrafo único. Esta Lei tem como base a Convenção sobre os so da pessoa com deficiência às tecnologias;
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, V - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran-
ratificados pelo Congresso Nacional por meio doDecreto Legislativo ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de
nº 186, de 9 de julho de 2008, em conformidade com o procedi- Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina-
mento previsto no§ 3º do art. 5º da Constituição da República Fe- lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo-
derativa do Brasil, em vigor para o Brasil, no plano jurídico externo, sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral,
desde 31 de agosto de 2008, e promulgados peloDecreto nº 6.949, os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos,
de 25 de agosto de 2009, data de início de sua vigência no plano meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in-
interno. cluindo as tecnologias da informação e das comunicações;
Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem VI - adaptações razoáveis: adaptações, modificações e ajustes
impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual necessários e adequados que não acarretem ônus desproporcional
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode e indevido, quando requeridos em cada caso, a fim de assegurar
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade que a pessoa com deficiência possa gozar ou exercer, em igualdade
de condições com as demais pessoas. de condições e oportunidades com as demais pessoas, todos os di-
§ 1º A avaliação da deficiência, quando necessária, será biopsi- reitos e liberdades fundamentais;
cossocial, realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar e VII - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
considerará:(Vigência) obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-

4
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste- I - casar-se e constituir união estável;
cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam II - exercer direitos sexuais e reprodutivos;
as indicações do planejamento urbanístico; III - exercer o direito de decidir sobre o número de filhos e de
VIII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias ter acesso a informações adequadas sobre reprodução e planeja-
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- mento familiar;
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- IV - conservar sua fertilidade, sendo vedada a esterilização
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses compulsória;
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, V - exercer o direito à família e à convivência familiar e comu-
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes nitária; e
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer VI - exercer o direito à guarda, à tutela, à curatela e à adoção,
outros de natureza análoga; como adotante ou adotando, em igualdade de oportunidades com
IX - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por as demais pessoas.
qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou Art. 7º É dever de todos comunicar à autoridade competente
temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida- qualquer forma de ameaça ou de violação aos direitos da pessoa
de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges- com deficiência.
tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso; Parágrafo único. Se, no exercício de suas funções, os juízes e os
X - residências inclusivas: unidades de oferta do Serviço de Aco- tribunais tiverem conhecimento de fatos que caracterizem as viola-
lhimento do Sistema Único de Assistência Social (Suas) localizadas ções previstas nesta Lei, devem remeter peças ao Ministério Público
em áreas residenciais da comunidade, com estruturas adequadas, para as providências cabíveis.
que possam contar com apoio psicossocial para o atendimento das Art. 8º É dever do Estado, da sociedade e da família assegurar
necessidades da pessoa acolhida, destinadas a jovens e adultos à pessoa com deficiência, com prioridade, a efetivação dos direitos
com deficiência, em situação de dependência, que não dispõem de referentes à vida, à saúde, à sexualidade, à paternidade e à materni-
condições de autossustentabilidade e com vínculos familiares fragi- dade, à alimentação, à habitação, à educação, à profissionalização,
lizados ou rompidos; ao trabalho, à previdência social, à habilitação e à reabilitação, ao
XI - moradia para a vida independente da pessoa com defici- transporte, à acessibilidade, à cultura, ao desporto, ao turismo, ao
ência: moradia com estruturas adequadas capazes de proporcionar lazer, à informação, à comunicação, aos avanços científicos e tecno-
serviços de apoio coletivos e individualizados que respeitem e am- lógicos, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar
pliem o grau de autonomia de jovens e adultos com deficiência; e comunitária, entre outros decorrentes da Constituição Federal, da
XII - atendente pessoal: pessoa, membro ou não da família, Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Pro-
que, com ou sem remuneração, assiste ou presta cuidados básicos tocolo Facultativo e das leis e de outras normas que garantam seu
e essenciais à pessoa com deficiência no exercício de suas ativida- bem-estar pessoal, social e econômico.
des diárias, excluídas as técnicas ou os procedimentos identificados
com profissões legalmente estabelecidas; SEÇÃO ÚNICA
XIII - profissional de apoio escolar: pessoa que exerce ativida- DO ATENDIMENTO PRIORITÁRIO
des de alimentação, higiene e locomoção do estudante com defi-
ciência e atua em todas as atividades escolares nas quais se fizer Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi-
necessária, em todos os níveis e modalidades de ensino, em insti- mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
tuições públicas e privadas, excluídas as técnicas ou os procedimen- I - proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
tos identificados com profissões legalmente estabelecidas;
II - atendimento em todas as instituições e serviços de atendi-
XIV - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
mento ao público;
ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
III - disponibilização de recursos, tanto humanos quanto tec-
pessoal.
nológicos, que garantam atendimento em igualdade de condições
com as demais pessoas;
CAPÍTULO II
IV - disponibilização de pontos de parada, estações e terminais
DA IGUALDADE E DA NÃO DISCRIMINAÇÃO
acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segu-
Art. 4º Toda pessoa com deficiência tem direito à igualdade de rança no embarque e no desembarque;
oportunidades com as demais pessoas e não sofrerá nenhuma es- V - acesso a informações e disponibilização de recursos de co-
pécie de discriminação. municação acessíveis;
§ 1º Considera-se discriminação em razão da deficiência toda VI - recebimento de restituição de imposto de renda;
forma de distinção, restrição ou exclusão, por ação ou omissão, que VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e admi-
tenha o propósito ou o efeito de prejudicar, impedir ou anular o nistrativos em que for parte ou interessada, em todos os atos e di-
reconhecimento ou o exercício dos direitos e das liberdades funda- ligências.
mentais de pessoa com deficiência, incluindo a recusa de adapta- § 1º Os direitos previstos neste artigo são extensivos ao acom-
ções razoáveis e de fornecimento de tecnologias assistivas. panhante da pessoa com deficiência ou ao seu atendente pessoal,
§ 2º A pessoa com deficiência não está obrigada à fruição de exceto quanto ao disposto nos incisos VI e VII deste artigo.
benefícios decorrentes de ação afirmativa. § 2º Nos serviços de emergência públicos e privados, a priori-
Art. 5º A pessoa com deficiência será protegida de toda forma dade conferida por esta Lei é condicionada aos protocolos de aten-
de negligência, discriminação, exploração, violência, tortura, cruel- dimento médico.
dade, opressão e tratamento desumano ou degradante.
Parágrafo único. Para os fins da proteção mencionada nocaput-
deste artigo, são considerados especialmente vulneráveis a criança,
o adolescente, a mulher e o idoso, com deficiência.
Art. 6º A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pes-
soa, inclusive para:

5
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
TÍTULO II I - organização, serviços, métodos, técnicas e recursos para
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS atender às características de cada pessoa com deficiência;
II - acessibilidade em todos os ambientes e serviços;
CAPÍTULO I III - tecnologia assistiva, tecnologia de reabilitação, materiais e
DO DIREITO À VIDA equipamentos adequados e apoio técnico profissional, de acordo
com as especificidades de cada pessoa com deficiência;
Art. 10. Compete ao poder público garantir a dignidade da pes- IV - capacitação continuada de todos os profissionais que parti-
soa com deficiência ao longo de toda a vida. cipem dos programas e serviços.
Parágrafo único. Em situações de risco, emergência ou estado Art. 17. Os serviços do SUS e do Suas deverão promover ações
de calamidade pública, a pessoa com deficiência será considerada articuladas para garantir à pessoa com deficiência e sua família a
vulnerável, devendo o poder público adotar medidas para sua pro- aquisição de informações, orientações e formas de acesso às polí-
teção e segurança. ticas públicas disponíveis, com a finalidade de propiciar sua plena
Art. 11. A pessoa com deficiência não poderá ser obrigada a participação social.
se submeter a intervenção clínica ou cirúrgica, a tratamento ou a Parágrafo único. Os serviços de que trata ocaputdeste artigo
institucionalização forçada. podem fornecer informações e orientações nas áreas de saúde, de
Parágrafo único. O consentimento da pessoa com deficiência educação, de cultura, de esporte, de lazer, de transporte, de previ-
em situação de curatela poderá ser suprido, na forma da lei. dência social, de assistência social, de habitação, de trabalho, de
Art. 12. O consentimento prévio, livre e esclarecido da pessoa empreendedorismo, de acesso ao crédito, de promoção, proteção
com deficiência é indispensável para a realização de tratamento, e defesa de direitos e nas demais áreas que possibilitem à pessoa
procedimento, hospitalização e pesquisa científica. com deficiência exercer sua cidadania.
§ 1º Em caso de pessoa com deficiência em situação de cura-
tela, deve ser assegurada sua participação, no maior grau possível, CAPÍTULO III
para a obtenção de consentimento. DO DIREITO À SAÚDE
§ 2º A pesquisa científica envolvendo pessoa com deficiência
em situação de tutela ou de curatela deve ser realizada, em cará- Art. 18. É assegurada atenção integral à saúde da pessoa com
ter excepcional, apenas quando houver indícios de benefício direto deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do
para sua saúde ou para a saúde de outras pessoas com deficiência e SUS, garantido acesso universal e igualitário.
desde que não haja outra opção de pesquisa de eficácia comparável § 1º É assegurada a participação da pessoa com deficiência na
com participantes não tutelados ou curatelados. elaboração das políticas de saúde a ela destinadas.
Art. 13. A pessoa com deficiência somente será atendida sem § 2º É assegurado atendimento segundo normas éticas e téc-
seu consentimento prévio, livre e esclarecido em casos de risco de nicas, que regulamentarão a atuação dos profissionais de saúde e
morte e de emergência em saúde, resguardado seu superior inte- contemplarão aspectos relacionados aos direitos e às especificida-
resse e adotadas as salvaguardas legais cabíveis. des da pessoa com deficiência, incluindo temas como sua dignidade
e autonomia.
CAPÍTULO II § 3º Aos profissionais que prestam assistência à pessoa com
DO DIREITO À HABILITAÇÃO E À REABILITAÇÃO deficiência, especialmente em serviços de habilitação e de reabilita-
ção, deve ser garantida capacitação inicial e continuada.
Art. 14. O processo de habilitação e de reabilitação é um direito § 4º As ações e os serviços de saúde pública destinados à pes-
da pessoa com deficiência. soa com deficiência devem assegurar:
Parágrafo único. O processo de habilitação e de reabilitação I - diagnóstico e intervenção precoces, realizados por equipe
tem por objetivo o desenvolvimento de potencialidades, talentos, multidisciplinar;
habilidades e aptidões físicas, cognitivas, sensoriais, psicossociais, II - serviços de habilitação e de reabilitação sempre que neces-
atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquis- sários, para qualquer tipo de deficiência, inclusive para a manuten-
ta da autonomia da pessoa com deficiência e de sua participação ção da melhor condição de saúde e qualidade de vida;
social em igualdade de condições e oportunidades com as demais III - atendimento domiciliar multidisciplinar, tratamento ambu-
pessoas. latorial e internação;
Art. 15. O processo mencionado no art. 14 desta Lei baseia-se IV - campanhas de vacinação;
em avaliação multidisciplinar das necessidades, habilidades e po- V - atendimento psicológico, inclusive para seus familiares e
tencialidades de cada pessoa, observadas as seguintes diretrizes: atendentes pessoais;
I - diagnóstico e intervenção precoces; VI - respeito à especificidade, à identidade de gênero e à orien-
II - adoção de medidas para compensar perda ou limitação fun- tação sexual da pessoa com deficiência;
cional, buscando o desenvolvimento de aptidões; VII - atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertili-
III - atuação permanente, integrada e articulada de políticas zação assistida;
públicas que possibilitem a plena participação social da pessoa com VIII - informação adequada e acessível à pessoa com deficiência
deficiência; e a seus familiares sobre sua condição de saúde;
IV - oferta de rede de serviços articulados, com atuação inter- IX - serviços projetados para prevenir a ocorrência e o desen-
setorial, nos diferentes níveis de complexidade, para atender às ne- volvimento de deficiências e agravos adicionais;
cessidades específicas da pessoa com deficiência; X - promoção de estratégias de capacitação permanente das
V - prestação de serviços próximo ao domicílio da pessoa com equipes que atuam no SUS, em todos os níveis de atenção, no aten-
deficiência, inclusive na zona rural, respeitadas a organização das dimento à pessoa com deficiência, bem como orientação a seus
Redes de Atenção à Saúde (RAS) nos territórios locais e as normas atendentes pessoais;
do Sistema Único de Saúde (SUS). XI - oferta de órteses, próteses, meios auxiliares de locomoção,
Art. 16. Nos programas e serviços de habilitação e de reabilita- medicamentos, insumos e fórmulas nutricionais, conforme as nor-
ção para a pessoa com deficiência, são garantidos: mas vigentes do Ministério da Saúde.

6
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
§ 5º As diretrizes deste artigo aplicam-se também às institui- mo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas,
ções privadas que participem de forma complementar do SUS ou sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, inte-
que recebam recursos públicos para sua manutenção. resses e necessidades de aprendizagem.
Art. 19. Compete ao SUS desenvolver ações destinadas à pre- Parágrafo único. É dever do Estado, da família, da comunidade
venção de deficiências por causas evitáveis, inclusive por meio de: escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa
I - acompanhamento da gravidez, do parto e do puerpério, com com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência,
garantia de parto humanizado e seguro; negligência e discriminação.
II - promoção de práticas alimentares adequadas e saudáveis, Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver,
vigilância alimentar e nutricional, prevenção e cuidado integral implementar, incentivar, acompanhar e avaliar:
dos agravos relacionados à alimentação e nutrição da mulher e da I - sistema educacional inclusivo em todos os níveis e modalida-
criança; des, bem como o aprendizado ao longo de toda a vida;
III - aprimoramento e expansão dos programas de imunização II - aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a ga-
e de triagem neonatal; rantir condições de acesso, permanência, participação e aprendiza-
gem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade
IV - identificação e controle da gestante de alto risco.
que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena;
Art. 20. As operadoras de planos e seguros privados de saúde
III - projeto pedagógico que institucionalize o atendimento
são obrigadas a garantir à pessoa com deficiência, no mínimo, todos
educacional especializado, assim como os demais serviços e adap-
os serviços e produtos ofertados aos demais clientes.
tações razoáveis, para atender às características dos estudantes
Art. 21. Quando esgotados os meios de atenção à saúde da
com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao currículo em con-
pessoa com deficiência no local de residência, será prestado atendi-
dições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua
mento fora de domicílio, para fins de diagnóstico e de tratamento,
autonomia;
garantidos o transporte e a acomodação da pessoa com deficiência
IV - oferta de educação bilíngue, em Libras como primeira lín-
e de seu acompanhante.
gua e na modalidade escrita da língua portuguesa como segunda
Art. 22. À pessoa com deficiência internada ou em observação
língua, em escolas e classes bilíngues e em escolas inclusivas;
é assegurado o direito a acompanhante ou a atendente pessoal, de-
V - adoção de medidas individualizadas e coletivas em ambien-
vendo o órgão ou a instituição de saúde proporcionar condições
tes que maximizem o desenvolvimento acadêmico e social dos es-
adequadas para sua permanência em tempo integral.
tudantes com deficiência, favorecendo o acesso, a permanência, a
§ 1º Na impossibilidade de permanência do acompanhante
participação e a aprendizagem em instituições de ensino;
ou do atendente pessoal junto à pessoa com deficiência, cabe ao
VI - pesquisas voltadas para o desenvolvimento de novos méto-
profissional de saúde responsável pelo tratamento justificá-la por
dos e técnicas pedagógicas, de materiais didáticos, de equipamen-
escrito.
tos e de recursos de tecnologia assistiva;
§ 2º Na ocorrência da impossibilidade prevista no § 1º deste ar-
VII - planejamento de estudo de caso, de elaboração de plano
tigo, o órgão ou a instituição de saúde deve adotar as providências
de atendimento educacional especializado, de organização de re-
cabíveis para suprir a ausência do acompanhante ou do atendente
cursos e serviços de acessibilidade e de disponibilização e usabilida-
pessoal.
de pedagógica de recursos de tecnologia assistiva;
Art. 23. São vedadas todas as formas de discriminação contra a
VIII - participação dos estudantes com deficiência e de suas fa-
pessoa com deficiência, inclusive por meio de cobrança de valores
mílias nas diversas instâncias de atuação da comunidade escolar;
diferenciados por planos e seguros privados de saúde, em razão de
IX - adoção de medidas de apoio que favoreçam o desenvolvi-
sua condição.
mento dos aspectos linguísticos, culturais, vocacionais e profissio-
Art. 24. É assegurado à pessoa com deficiência o acesso aos
nais, levando-se em conta o talento, a criatividade, as habilidades e
serviços de saúde, tanto públicos como privados, e às informações
os interesses do estudante com deficiência;
prestadas e recebidas, por meio de recursos de tecnologia assistiva
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas
e de todas as formas de comunicação previstas no inciso V do art.
de formação inicial e continuada de professores e oferta de forma-
3º desta Lei.
ção continuada para o atendimento educacional especializado;
Art. 25. Os espaços dos serviços de saúde, tanto públicos quan-
XI - formação e disponibilização de professores para o atendi-
to privados, devem assegurar o acesso da pessoa com deficiência,
mento educacional especializado, de tradutores e intérpretes da
em conformidade com a legislação em vigor, mediante a remoção
Libras, de guias intérpretes e de profissionais de apoio;
de barreiras, por meio de projetos arquitetônico, de ambientação
XII - oferta de ensino da Libras, do Sistema Braille e de uso de
de interior e de comunicação que atendam às especificidades das
recursos de tecnologia assistiva, de forma a ampliar habilidades
pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual e mental.
funcionais dos estudantes, promovendo sua autonomia e partici-
Art. 26. Os casos de suspeita ou de confirmação de violência
pação;
praticada contra a pessoa com deficiência serão objeto de notifi-
XIII - acesso à educação superior e à educação profissional e
cação compulsória pelos serviços de saúde públicos e privados à
tecnológica em igualdade de oportunidades e condições com as de-
autoridade policial e ao Ministério Público, além dos Conselhos dos
mais pessoas;
Direitos da Pessoa com Deficiência.
XIV - inclusão em conteúdos curriculares, em cursos de nível
Parágrafo único. Para os efeitos desta Lei, considera-se violên-
superior e de educação profissional técnica e tecnológica, de temas
cia contra a pessoa com deficiência qualquer ação ou omissão, pra-
relacionados à pessoa com deficiência nos respectivos campos de
ticada em local público ou privado, que lhe cause morte ou dano ou
conhecimento;
sofrimento físico ou psicológico.
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de con-
dições, a jogos e a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no
CAPÍTULO IV
DO DIREITO À EDUCAÇÃO sistema escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da
Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiên- educação e demais integrantes da comunidade escolar às edifica-
cia, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis ções, aos ambientes e às atividades concernentes a todas as moda-
e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máxi- lidades, etapas e níveis de ensino;

7
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
XVII - oferta de profissionais de apoio escolar; I - reserva de, no mínimo, 3% (três por cento) das unidades
XVIII - articulação intersetorial na implementação de políticas habitacionais para pessoa com deficiência;
públicas. III - em caso de edificação multifamiliar, garantia de acessibili-
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade dade nas áreas de uso comum e nas unidades habitacionais no piso
de ensino, aplica-se obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, térreo e de acessibilidade ou de adaptação razoável nos demais pi-
V, VII, VIII, IX, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII docaputdeste sos;
artigo, sendo vedada a cobrança de valores adicionais de qualquer IV - disponibilização de equipamentos urbanos comunitários
natureza em suas mensalidades, anuidades e matrículas no cumpri- acessíveis;
mento dessas determinações. V - elaboração de especificações técnicas no projeto que per-
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras mitam a instalação de elevadores.
a que se refere o inciso XI docaputdeste artigo, deve-se observar o § 1º O direito à prioridade, previsto nocaputdeste artigo, será
seguinte: reconhecido à pessoa com deficiência beneficiária apenas uma vez.
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação § 2º Nos programas habitacionais públicos, os critérios de fi-
básica devem, no mínimo, possuir ensino médio completo e certifi- nanciamento devem ser compatíveis com os rendimentos da pes-
cado de proficiência na Libras;(Vigência) soa com deficiência ou de sua família.
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados § 3º Caso não haja pessoa com deficiência interessada nas uni-
à tarefa de interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e dades habitacionais reservadas por força do disposto no inciso I do-
pós-graduação, devem possuir nível superior, com habilitação, prio- caputdeste artigo, as unidades não utilizadas serão disponibilizadas
ritariamente, em Tradução e Interpretação em Libras.(Vigência) às demais pessoas.
Art. 30. Nos processos seletivos para ingresso e permanência Art. 33. Ao poder público compete:
nos cursos oferecidos pelas instituições de ensino superior e de I - adotar as providências necessárias para o cumprimento do
educação profissional e tecnológica, públicas e privadas, devem ser disposto nos arts. 31 e 32 desta Lei; e
adotadas as seguintes medidas: II - divulgar, para os agentes interessados e beneficiários, a polí-
I - atendimento preferencial à pessoa com deficiência nas de- tica habitacional prevista nas legislações federal, estaduais, distrital
pendências das Instituições de Ensino Superior (IES) e nos serviços; e municipais, com ênfase nos dispositivos sobre acessibilidade.
II - disponibilização de formulário de inscrição de exames com
campos específicos para que o candidato com deficiência informe CAPÍTULO VI
os recursos de acessibilidade e de tecnologia assistiva necessários DO DIREITO AO TRABALHO
para sua participação;
III - disponibilização de provas em formatos acessíveis para SEÇÃO I
atendimento às necessidades específicas do candidato com defici- DISPOSIÇÕES GERAIS
ência;
IV - disponibilização de recursos de acessibilidade e de tecnolo- Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de
gia assistiva adequados, previamente solicitados e escolhidos pelo sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em
candidato com deficiência; igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
V - dilação de tempo, conforme demanda apresentada pelo § 1º As pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qual-
candidato com deficiência, tanto na realização de exame para sele- quer natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho aces-
ção quanto nas atividades acadêmicas, mediante prévia solicitação síveis e inclusivos.
e comprovação da necessidade; § 2º A pessoa com deficiência tem direito, em igualdade de
VI - adoção de critérios de avaliação das provas escritas, dis- oportunidades com as demais pessoas, a condições justas e favorá-
cursivas ou de redação que considerem a singularidade linguística veis de trabalho, incluindo igual remuneração por trabalho de igual
da pessoa com deficiência, no domínio da modalidade escrita da valor.
língua portuguesa; § 3º É vedada restrição ao trabalho da pessoa com deficiência
VII - tradução completa do edital e de suas retificações em Li- e qualquer discriminação em razão de sua condição, inclusive nas
bras. etapas de recrutamento, seleção, contratação, admissão, exames
admissional e periódico, permanência no emprego, ascensão pro-
CAPÍTULO V fissional e reabilitação profissional, bem como exigência de aptidão
DO DIREITO À MORADIA plena.
§ 4º A pessoa com deficiência tem direito à participação e ao
Art. 31. A pessoa com deficiência tem direito à moradia digna, acesso a cursos, treinamentos, educação continuada, planos de car-
no seio da família natural ou substituta, com seu cônjuge ou com- reira, promoções, bonificações e incentivos profissionais oferecidos
panheiro ou desacompanhada, ou em moradia para a vida indepen- pelo empregador, em igualdade de oportunidades com os demais
dente da pessoa com deficiência, ou, ainda, em residência inclusiva. empregados.
§ 1º O poder público adotará programas e ações estratégicas § 5º É garantida aos trabalhadores com deficiência acessibilida-
para apoiar a criação e a manutenção de moradia para a vida inde- de em cursos de formação e de capacitação.
pendente da pessoa com deficiência. Art. 35. É finalidade primordial das políticas públicas de traba-
§ 2º A proteção integral na modalidade de residência inclusi- lho e emprego promover e garantir condições de acesso e de per-
va será prestada no âmbito do Suas à pessoa com deficiência em manência da pessoa com deficiência no campo de trabalho.
situação de dependência que não disponha de condições de autos- Parágrafo único. Os programas de estímulo ao empreendedo-
sustentabilidade, com vínculos familiares fragilizados ou rompidos. rismo e ao trabalho autônomo, incluídos o cooperativismo e o asso-
Art. 32. Nos programas habitacionais, públicos ou subsidiados ciativismo, devem prever a participação da pessoa com deficiência
com recursos públicos, a pessoa com deficiência ou o seu responsá- e a disponibilização de linhas de crédito, quando necessárias.
vel goza de prioridade na aquisição de imóvel para moradia própria,
observado o seguinte:

8
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
SEÇÃO II V - realização de avaliações periódicas;
DA HABILITAÇÃO PROFISSIONAL E REABILITAÇÃO PROFISSIO- VI - articulação intersetorial das políticas públicas;
NAL VII - possibilidade de participação de organizações da socieda-
de civil.
Art. 36. O poder público deve implementar serviços e progra- Art. 38. A entidade contratada para a realização de processo
mas completos de habilitação profissional e de reabilitação profis- seletivo público ou privado para cargo, função ou emprego está
sional para que a pessoa com deficiência possa ingressar, continuar obrigada à observância do disposto nesta Lei e em outras normas
ou retornar ao campo do trabalho, respeitados sua livre escolha, de acessibilidade vigentes.
sua vocação e seu interesse.
§ 1º Equipe multidisciplinar indicará, com base em critérios CAPÍTULO VII
previstos no § 1º do art. 2º desta Lei, programa de habilitação ou de DO DIREITO À ASSISTÊNCIA SOCIAL
reabilitação que possibilite à pessoa com deficiência restaurar sua
capacidade e habilidade profissional ou adquirir novas capacidades Art. 39. Os serviços, os programas, os projetos e os benefícios
e habilidades de trabalho. no âmbito da política pública de assistência social à pessoa com de-
§ 2º A habilitação profissional corresponde ao processo des- ficiência e sua família têm como objetivo a garantia da segurança
tinado a propiciar à pessoa com deficiência aquisição de conheci- de renda, da acolhida, da habilitação e da reabilitação, do desen-
mentos, habilidades e aptidões para exercício de profissão ou de volvimento da autonomia e da convivência familiar e comunitária,
ocupação, permitindo nível suficiente de desenvolvimento profis- para a promoção do acesso a direitos e da plena participação social.
sional para ingresso no campo de trabalho. § 1º A assistência social à pessoa com deficiência, nos termos
§ 3º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro- docaputdeste artigo, deve envolver conjunto articulado de serviços
fissional e de educação profissional devem ser dotados de recursos do âmbito da Proteção Social Básica e da Proteção Social Especial,
necessários para atender a toda pessoa com deficiência, indepen- ofertados pelo Suas, para a garantia de seguranças fundamentais
dentemente de sua característica específica, a fim de que ela possa no enfrentamento de situações de vulnerabilidade e de risco, por
ser capacitada para trabalho que lhe seja adequado e ter perspecti- fragilização de vínculos e ameaça ou violação de direitos.
vas de obtê-lo, de conservá-lo e de nele progredir. § 2º Os serviços socioassistenciais destinados à pessoa com
§ 4º Os serviços de habilitação profissional, de reabilitação pro- deficiência em situação de dependência deverão contar com cui-
fissional e de educação profissional deverão ser oferecidos em am- dadores sociais para prestar-lhe cuidados básicos e instrumentais.
bientes acessíveis e inclusivos. Art. 40. É assegurado à pessoa com deficiência que não possua
§ 5º A habilitação profissional e a reabilitação profissional de- meios para prover sua subsistência nem de tê-la provida por sua
vem ocorrer articuladas com as redes públicas e privadas, espe- família o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos
cialmente de saúde, de ensino e de assistência social, em todos os daLei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993.
níveis e modalidades, em entidades de formação profissional ou
diretamente com o empregador. CAPÍTULO VIII
§ 6º A habilitação profissional pode ocorrer em empresas por DO DIREITO À PREVIDÊNCIA SOCIAL
meio de prévia formalização do contrato de emprego da pessoa
com deficiência, que será considerada para o cumprimento da re- Art. 41. A pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de
serva de vagas prevista em lei, desde que por tempo determinado e Previdência Social (RGPS) tem direito à aposentadoria nos termos
concomitante com a inclusão profissional na empresa, observado o daLei Complementar nº 142, de 8 de maio de 2013.
disposto em regulamento.
§ 7º A habilitação profissional e a reabilitação profissional aten- CAPÍTULO IX
derão à pessoa com deficiência. DO DIREITO À CULTURA, AO ESPORTE, AO TURISMO E AO LAZER

SEÇÃO III Art. 42. A pessoa com deficiência tem direito à cultura, ao es-
DA INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO TRABALHO porte, ao turismo e ao lazer em igualdade de oportunidades com as
demais pessoas, sendo-lhe garantido o acesso:
Art. 37. Constitui modo de inclusão da pessoa com deficiência I - a bens culturais em formato acessível;
no trabalho a colocação competitiva, em igualdade de oportunida- II - a programas de televisão, cinema, teatro e outras atividades
des com as demais pessoas, nos termos da legislação trabalhista culturais e desportivas em formato acessível; e
e previdenciária, na qual devem ser atendidas as regras de aces- III - a monumentos e locais de importância cultural e a espaços
sibilidade, o fornecimento de recursos de tecnologia assistiva e a que ofereçam serviços ou eventos culturais e esportivos.
adaptação razoável no ambiente de trabalho. § 1º É vedada a recusa de oferta de obra intelectual em for-
Parágrafo único. A colocação competitiva da pessoa com defi- mato acessível à pessoa com deficiência, sob qualquer argumento,
ciência pode ocorrer por meio de trabalho com apoio, observadas inclusive sob a alegação de proteção dos direitos de propriedade
as seguintes diretrizes: intelectual.
I - prioridade no atendimento à pessoa com deficiência com § 2º O poder público deve adotar soluções destinadas à elimi-
maior dificuldade de inserção no campo de trabalho; nação, à redução ou à superação de barreiras para a promoção do
II - provisão de suportes individualizados que atendam a neces- acesso a todo patrimônio cultural, observadas as normas de acessi-
sidades específicas da pessoa com deficiência, inclusive a disponi- bilidade, ambientais e de proteção do patrimônio histórico e artís-
bilização de recursos de tecnologia assistiva, de agente facilitador e tico nacional.
de apoio no ambiente de trabalho; Art. 43. O poder público deve promover a participação da pes-
III - respeito ao perfil vocacional e ao interesse da pessoa com soa com deficiência em atividades artísticas, intelectuais, culturais,
deficiência apoiada; esportivas e recreativas, com vistas ao seu protagonismo, devendo:
IV - oferta de aconselhamento e de apoio aos empregadores, I - incentivar a provisão de instrução, de treinamento e de re-
com vistas à definição de estratégias de inclusão e de superação de cursos adequados, em igualdade de oportunidades com as demais
barreiras, inclusive atitudinais; pessoas;

9
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
II - assegurar acessibilidade nos locais de eventos e nos serviços § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
prestados por pessoa ou entidade envolvida na organização das ati- veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
vidades de que trata este artigo; e dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
III - assegurar a participação da pessoa com deficiência em jo- responsável pela prestação do serviço.
gos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e artísti- Art. 47. Em todas as áreas de estacionamento aberto ao pú-
cas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as blico, de uso público ou privado de uso coletivo e em vias públicas,
demais pessoas. devem ser reservadas vagas próximas aos acessos de circulação de
Art. 44. Nos teatros, cinemas, auditórios, estádios, ginásios de pedestres, devidamente sinalizadas, para veículos que transportem
esporte, locais de espetáculos e de conferências e similares, serão pessoa com deficiência com comprometimento de mobilidade, des-
reservados espaços livres e assentos para a pessoa com deficiência, de que devidamente identificados.
de acordo com a capacidade de lotação da edificação, observado o § 1º As vagas a que se refere ocaputdeste artigo devem equi-
disposto em regulamento. valer a 2% (dois por cento) do total, garantida, no mínimo, 1 (uma)
§ 1º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem vaga devidamente sinalizada e com as especificações de desenho
ser distribuídos pelo recinto em locais diversos, de boa visibilidade, e traçado de acordo com as normas técnicas vigentes de acessibi-
em todos os setores, próximos aos corredores, devidamente sina- lidade.
lizados, evitando-se áreas segregadas de público e obstrução das § 2º Os veículos estacionados nas vagas reservadas devem exi-
saídas, em conformidade com as normas de acessibilidade. bir, em local de ampla visibilidade, a credencial de beneficiário, a
§ 2º No caso de não haver comprovada procura pelos assen- ser confeccionada e fornecida pelos órgãos de trânsito, que discipli-
tos reservados, esses podem, excepcionalmente, ser ocupados por narão suas características e condições de uso.
pessoas sem deficiência ou que não tenham mobilidade reduzida, § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
observado o disposto em regulamento. sujeita os infratores às sanções previstas noinciso XVII do art. 181
§ 3º Os espaços e assentos a que se refere este artigo devem da Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito
situar-se em locais que garantam a acomodação de, no mínimo, 1 Brasileiro).
(um) acompanhante da pessoa com deficiência ou com mobilidade § 3º A utilização indevida das vagas de que trata este artigo
reduzida, resguardado o direito de se acomodar proximamente a sujeita os infratores às sanções previstas noinciso XX do art. 181 da
grupo familiar e comunitário. Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasi-
§ 4º Nos locais referidos nocaputdeste artigo, deve haver, obri- leiro).(Redação dada pela Lei nº 13.281, de 2016)(Vigência)
gatoriamente, rotas de fuga e saídas de emergência acessíveis, con- § 4º A credencial a que se refere o §2º deste artigo é vinculada
forme padrões das normas de acessibilidade, a fim de permitir a sa- à pessoa com deficiência que possui comprometimento de mobili-
ída segura da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, dade e é válida em todo o território nacional.
em caso de emergência. Art. 48. Os veículos de transporte coletivo terrestre, aquaviário
e aéreo, as instalações, as estações, os portos e os terminais em
§ 5º Todos os espaços das edificações previstas nocaputdeste
operação no País devem ser acessíveis, de forma a garantir o seu
artigo devem atender às normas de acessibilidade em vigor.
uso por todas as pessoas.
§ 6º As salas de cinema devem oferecer, em todas as sessões,
§ 1º Os veículos e as estruturas de que trata ocaputdeste artigo
recursos de acessibilidade para a pessoa com deficiência.(Vigência)
devem dispor de sistema de comunicação acessível que disponibili-
§ 7º O valor do ingresso da pessoa com deficiência não poderá
ze informações sobre todos os pontos do itinerário.
ser superior ao valor cobrado das demais pessoas.
§ 2º São asseguradas à pessoa com deficiência prioridade e se-
Art. 45. Os hotéis, pousadas e similares devem ser construídos
gurança nos procedimentos de embarque e de desembarque nos
observando-se os princípios do desenho universal, além de adotar veículos de transporte coletivo, de acordo com as normas técnicas.
todos os meios de acessibilidade, conforme legislação em vigor.(Vi- § 3º Para colocação do símbolo internacional de acesso nos
gência)(Reglamento) veículos, as empresas de transporte coletivo de passageiros depen-
§ 1º Os estabelecimentos já existentes deverão disponibilizar, dem da certificação de acessibilidade emitida pelo gestor público
pelo menos, 10% (dez por cento) de seus dormitórios acessíveis, responsável pela prestação do serviço.
garantida, no mínimo, 1 (uma) unidade acessível. Art. 49. As empresas de transporte de fretamento e de turismo,
§ 2º Os dormitórios mencionados no § 1º deste artigo deverão na renovação de suas frotas, são obrigadas ao cumprimento do dis-
ser localizados em rotas acessíveis. posto nos arts. 46 e 48 desta Lei.(Vigência)
Art. 50. O poder público incentivará a fabricação de veículos
CAPÍTULO X acessíveis e a sua utilização como táxis evans, de forma a garantir o
DO DIREITO AO TRANSPORTE E À MOBILIDADE seu uso por todas as pessoas.
Art. 51. As frotas de empresas de táxi devem reservar 10% (dez
Art. 46. O direito ao transporte e à mobilidade da pessoa com por cento) de seus veículos acessíveis à pessoa com deficiência.
deficiência ou com mobilidade reduzida será assegurado em igual- (Vide Decreto nº 9.762, de 2019)(Vigência)
dade de oportunidades com as demais pessoas, por meio de iden- § 1º É proibida a cobrança diferenciada de tarifas ou de valores
tificação e de eliminação de todos os obstáculos e barreiras ao seu adicionais pelo serviço de táxi prestado à pessoa com deficiência.
acesso. § 2º O poder público é autorizado a instituir incentivos fiscais
§ 1º Para fins de acessibilidade aos serviços de transporte cole- com vistas a possibilitar a acessibilidade dos veículos a que se refere
tivo terrestre, aquaviário e aéreo, em todas as jurisdições, conside- ocaputdeste artigo.
ram-se como integrantes desses serviços os veículos, os terminais, Art. 52. As locadoras de veículos são obrigadas a oferecer 1
as estações, os pontos de parada, o sistema viário e a prestação do (um) veículo adaptado para uso de pessoa com deficiência, a cada
serviço. conjunto de 20 (vinte) veículos de sua frota.(Vide Decreto nº 9.762,
§ 2º São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei, de 2019)(Vigência)
sempre que houver interação com a matéria nela regulada, a ou- Parágrafo único. O veículo adaptado deverá ter, no mínimo,
torga, a concessão, a permissão, a autorização, a renovação ou a câmbio automático, direção hidráulica, vidros elétricos e comandos
habilitação de linhas e de serviços de transporte coletivo. manuais de freio e de embreagem.

10
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
TÍTULO III Art. 57. As edificações públicas e privadas de uso coletivo já
DA ACESSIBILIDADE existentes devem garantir acessibilidade à pessoa com deficiência
em todas as suas dependências e serviços, tendo como referência
CAPÍTULO I as normas de acessibilidade vigentes.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 58. O projeto e a construção de edificação de uso privado
multifamiliar devem atender aos preceitos de acessibilidade, na for-
Art. 53. A acessibilidade é direito que garante à pessoa com de- ma regulamentar.(Regulamento)
ficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente § 1º As construtoras e incorporadoras responsáveis pelo pro-
e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. jeto e pela construção das edificações a que se refere ocaputdeste
Art. 54. São sujeitas ao cumprimento das disposições desta Lei artigo devem assegurar percentual mínimo de suas unidades inter-
e de outras normas relativas à acessibilidade, sempre que houver namente acessíveis, na forma regulamentar.
interação com a matéria nela regulada: § 2º É vedada a cobrança de valores adicionais para a aquisição
I - a aprovação de projeto arquitetônico e urbanístico ou de de unidades internamente acessíveis a que se refere o § 1º deste
comunicação e informação, a fabricação de veículos de transporte artigo.
coletivo, a prestação do respectivo serviço e a execução de qual- Art. 59. Em qualquer intervenção nas vias e nos espaços públi-
quer tipo de obra, quando tenham destinação pública ou coletiva; cos, o poder público e as empresas concessionárias responsáveis
II - a outorga ou a renovação de concessão, permissão, autori- pela execução das obras e dos serviços devem garantir, de forma
zação ou habilitação de qualquer natureza; segura, a fluidez do trânsito e a livre circulação e acessibilidade das
III - a aprovação de financiamento de projeto com utilização pessoas, durante e após sua execução.
de recursos públicos, por meio de renúncia ou de incentivo fiscal, Art. 60. Orientam-se, no que couber, pelas regras de acessibi-
contrato, convênio ou instrumento congênere; e lidade previstas em legislação e em normas técnicas, observado o
IV - a concessão de aval da União para obtenção de empréstimo disposto naLei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000,nº 10.257, de
e de financiamento internacionais por entes públicos ou privados. 10 de julho de 2001, enº 12.587, de 3 de janeiro de 2012:
Art. 55. A concepção e a implantação de projetos que tratem I - os planos diretores municipais, os planos diretores de trans-
do meio físico, de transporte, de informação e comunicação, inclu- porte e trânsito, os planos de mobilidade urbana e os planos de
sive de sistemas e tecnologias da informação e comunicação, e de preservação de sítios históricos elaborados ou atualizados a partir
outros serviços, equipamentos e instalações abertos ao público, de da publicação desta Lei;
uso público ou privado de uso coletivo, tanto na zona urbana como II - os códigos de obras, os códigos de postura, as leis de uso e
na rural, devem atender aos princípios do desenho universal, tendo ocupação do solo e as leis do sistema viário;
como referência as normas de acessibilidade. III - os estudos prévios de impacto de vizinhança;
§ 1º O desenho universal será sempre tomado como regra de IV - as atividades de fiscalização e a imposição de sanções; e
caráter geral. V - a legislação referente à prevenção contra incêndio e pânico.
§ 2º Nas hipóteses em que comprovadamente o desenho uni- § 1º A concessão e a renovação de alvará de funcionamento
versal não possa ser empreendido, deve ser adotada adaptação ra- para qualquer atividade são condicionadas à observação e à certifi-
zoável. cação das regras de acessibilidade.
§ 3º Caberá ao poder público promover a inclusão de conteú- § 2º A emissão de carta de habite-se ou de habilitação equiva-
dos temáticos referentes ao desenho universal nas diretrizes curri- lente e sua renovação, quando esta tiver sido emitida anteriormen-
culares da educação profissional e tecnológica e do ensino superior te às exigências de acessibilidade, é condicionada à observação e à
e na formação das carreiras de Estado. certificação das regras de acessibilidade.
§ 4º Os programas, os projetos e as linhas de pesquisa a serem Art. 61. A formulação, a implementação e a manutenção das
desenvolvidos com o apoio de organismos públicos de auxílio à pes- ações de acessibilidade atenderão às seguintes premissas básicas:
quisa e de agências de fomento deverão incluir temas voltados para I - eleição de prioridades, elaboração de cronograma e reserva
o desenho universal. de recursos para implementação das ações; e
§ 5º Desde a etapa de concepção, as políticas públicas deverão II - planejamento contínuo e articulado entre os setores envol-
considerar a adoção do desenho universal. vidos.
Art. 56. A construção, a reforma, a ampliação ou a mudança de Art. 62. É assegurado à pessoa com deficiência, mediante solici-
uso de edificações abertas ao público, de uso público ou privadas tação, o recebimento de contas, boletos, recibos, extratos e cobran-
de uso coletivo deverão ser executadas de modo a serem acessíveis. ças de tributos em formato acessível.
§ 1º As entidades de fiscalização profissional das atividades de
Engenharia, de Arquitetura e correlatas, ao anotarem a responsabi- CAPÍTULO II
lidade técnica de projetos, devem exigir a responsabilidade profis- DO ACESSO À INFORMAÇÃO E À COMUNICAÇÃO
sional declarada de atendimento às regras de acessibilidade previs-
tas em legislação e em normas técnicas pertinentes. Art. 63. É obrigatória a acessibilidade nos sítios da internet
§ 2º Para a aprovação, o licenciamento ou a emissão de certi- mantidos por empresas com sede ou representação comercial no
ficado de projeto executivo arquitetônico, urbanístico e de instala- País ou por órgãos de governo, para uso da pessoa com deficiên-
ções e equipamentos temporários ou permanentes e para o licen- cia, garantindo-lhe acesso às informações disponíveis, conforme as
ciamento ou a emissão de certificado de conclusão de obra ou de melhores práticas e diretrizes de acessibilidade adotadas interna-
serviço, deve ser atestado o atendimento às regras de acessibilida- cionalmente.
de. § 1º Os sítios devem conter símbolo de acessibilidade em des-
§ 3º O poder público, após certificar a acessibilidade de edifi- taque.
cação ou de serviço, determinará a colocação, em espaços ou em § 2º Telecentros comunitários que receberem recursos públi-
locais de ampla visibilidade, do símbolo internacional de acesso, na cos federais para seu custeio ou sua instalação elan housesdevem
forma prevista em legislação e em normas técnicas correlatas. possuir equipamentos e instalações acessíveis.

11
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
§ 3º Os telecentros e aslan housesde que trata o § 2º deste arti- Art. 71. Os congressos, os seminários, as oficinas e os demais
go devem garantir, no mínimo, 10% (dez por cento) de seus compu- eventos de natureza científico-cultural promovidos ou financiados
tadores com recursos de acessibilidade para pessoa com deficiência pelo poder público devem garantir as condições de acessibilidade e
visual, sendo assegurado pelo menos 1 (um) equipamento, quando os recursos de tecnologia assistiva.
o resultado percentual for inferior a 1 (um). Art. 72. Os programas, as linhas de pesquisa e os projetos a
Art. 64. A acessibilidade nos sítios da internet de que trata o serem desenvolvidos com o apoio de agências de financiamento
art. 63 desta Lei deve ser observada para obtenção do financiamen- e de órgãos e entidades integrantes da administração pública que
to de que trata o inciso III do art. 54 desta Lei. atuem no auxílio à pesquisa devem contemplar temas voltados à
Art. 65. As empresas prestadoras de serviços de telecomunica- tecnologia assistiva.
ções deverão garantir pleno acesso à pessoa com deficiência, con- Art. 73. Caberá ao poder público, diretamente ou em parceria
forme regulamentação específica. com organizações da sociedade civil, promover a capacitação de
Art. 66. Cabe ao poder público incentivar a oferta de apare- tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de profis-
lhos de telefonia fixa e móvel celular com acessibilidade que, entre sionais habilitados em Braille, audiodescrição, estenotipia e legen-
outras tecnologias assistivas, possuam possibilidade de indicação e dagem.
de ampliação sonoras de todas as operações e funções disponíveis.
Art. 67. Os serviços de radiodifusão de sons e imagens devem CAPÍTULO III
permitir o uso dos seguintes recursos, entre outros: DA TECNOLOGIA ASSISTIVA
I - subtitulação por meio de legenda oculta;
II - janela com intérprete da Libras; Art. 74. É garantido à pessoa com deficiência acesso a produ-
III - audiodescrição. tos, recursos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços
Art. 68. O poder público deve adotar mecanismos de incentivo de tecnologia assistiva que maximizem sua autonomia, mobilidade
à produção, à edição, à difusão, à distribuição e à comercialização pessoal e qualidade de vida.
de livros em formatos acessíveis, inclusive em publicações da admi- Art. 75. O poder público desenvolverá plano específico de me-
nistração pública ou financiadas com recursos públicos, com vistas didas, a ser renovado em cada período de 4 (quatro) anos, com a
a garantir à pessoa com deficiência o direito de acesso à leitura, à finalidade de:(Regulamento)
informação e à comunicação. I - facilitar o acesso a crédito especializado, inclusive com oferta
§ 1º Nos editais de compras de livros, inclusive para o abas- de linhas de crédito subsidiadas, específicas para aquisição de tec-
nologia assistiva;
tecimento ou a atualização de acervos de bibliotecas em todos os
II - agilizar, simplificar e priorizar procedimentos de importação
níveis e modalidades de educação e de bibliotecas públicas, o po-
de tecnologia assistiva, especialmente as questões atinentes a pro-
der público deverá adotar cláusulas de impedimento à participação
cedimentos alfandegários e sanitários;
de editoras que não ofertem sua produção também em formatos
III - criar mecanismos de fomento à pesquisa e à produção na-
acessíveis.
cional de tecnologia assistiva, inclusive por meio de concessão de
§ 2º Consideram-se formatos acessíveis os arquivos digitais que
linhas de crédito subsidiado e de parcerias com institutos de pes-
possam ser reconhecidos e acessados porsoftwaresleitores de telas
quisa oficiais;
ou outras tecnologias assistivas que vierem a substituí-los, permi- IV - eliminar ou reduzir a tributação da cadeia produtiva e de
tindo leitura com voz sintetizada, ampliação de caracteres, diferen- importação de tecnologia assistiva;
tes contrastes e impressão em Braille. V - facilitar e agilizar o processo de inclusão de novos recursos
§ 3º O poder público deve estimular e apoiar a adaptação e a de tecnologia assistiva no rol de produtos distribuídos no âmbito do
produção de artigos científicos em formato acessível, inclusive em SUS e por outros órgãos governamentais.
Libras. Parágrafo único. Para fazer cumprir o disposto neste artigo, os
Art. 69. O poder público deve assegurar a disponibilidade de procedimentos constantes do plano específico de medidas deverão
informações corretas e claras sobre os diferentes produtos e servi- ser avaliados, pelo menos, a cada 2 (dois) anos.
ços ofertados, por quaisquer meios de comunicação empregados,
inclusive em ambiente virtual, contendo a especificação correta de CAPÍTULO IV
quantidade, qualidade, características, composição e preço, bem DO DIREITO À PARTICIPAÇÃO NA VIDA PÚBLICA E POLÍTICA
como sobre os eventuais riscos à saúde e à segurança do consumi-
dor com deficiência, em caso de sua utilização, aplicando-se, no que Art. 76. O poder público deve garantir à pessoa com deficiência
couber, osarts. 30 a 41 da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. todos os direitos políticos e a oportunidade de exercê-los em igual-
§ 1º Os canais de comercialização virtual e os anúncios publi- dade de condições com as demais pessoas.
citários veiculados na imprensa escrita, na internet, no rádio, na § 1º À pessoa com deficiência será assegurado o direito de vo-
televisão e nos demais veículos de comunicação abertos ou por tar e de ser votada, inclusive por meio das seguintes ações:
assinatura devem disponibilizar, conforme a compatibilidade do I - garantia de que os procedimentos, as instalações, os mate-
meio, os recursos de acessibilidade de que trata o art. 67 desta Lei, riais e os equipamentos para votação sejam apropriados, acessíveis
a expensas do fornecedor do produto ou do serviço, sem prejuízo a todas as pessoas e de fácil compreensão e uso, sendo vedada a
da observância do disposto nosarts. 36 a 38 da Lei nº 8.078, de 11 instalação de seções eleitorais exclusivas para a pessoa com defici-
de setembro de 1990. ência;
§ 2º Os fornecedores devem disponibilizar, mediante solicita- II - incentivo à pessoa com deficiência a candidatar-se e a de-
ção, exemplares de bulas, prospectos, textos ou qualquer outro tipo sempenhar quaisquer funções públicas em todos os níveis de go-
de material de divulgação em formato acessível. verno, inclusive por meio do uso de novas tecnologias assistivas,
Art. 70. As instituições promotoras de congressos, seminários, quando apropriado;
oficinas e demais eventos de natureza científico-cultural devem III - garantia de que os pronunciamentos oficiais, a propaganda
oferecer à pessoa com deficiência, no mínimo, os recursos de tec- eleitoral obrigatória e os debates transmitidos pelas emissoras de
nologia assistiva previstos no art. 67 desta Lei. televisão possuam, pelo menos, os recursos elencados no art. 67
desta Lei;

12
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
IV - garantia do livre exercício do direito ao voto e, para tan- § 1º A fim de garantir a atuação da pessoa com deficiência em
to, sempre que necessário e a seu pedido, permissão para que a todo o processo judicial, o poder público deve capacitar os mem-
pessoa com deficiência seja auxiliada na votação por pessoa de sua bros e os servidores que atuam no Poder Judiciário, no Ministério
escolha. Público, na Defensoria Pública, nos órgãos de segurança pública e
§ 2º O poder público promoverá a participação da pessoa com no sistema penitenciário quanto aos direitos da pessoa com defici-
deficiência, inclusive quando institucionalizada, na condução das ência.
questões públicas, sem discriminação e em igualdade de oportuni- § 2º Devem ser assegurados à pessoa com deficiência subme-
dades, observado o seguinte: tida a medida restritiva de liberdade todos os direitos e garantias a
I - participação em organizações não governamentais relacio- que fazem jus os apenados sem deficiência, garantida a acessibili-
nadas à vida pública e à política do País e em atividades e adminis- dade.
tração de partidos políticos; § 3º A Defensoria Pública e o Ministério Público tomarão as
II - formação de organizações para representar a pessoa com medidas necessárias à garantia dos direitos previstos nesta Lei.
deficiência em todos os níveis; Art. 80. Devem ser oferecidos todos os recursos de tecnologia
III - participação da pessoa com deficiência em organizações assistiva disponíveis para que a pessoa com deficiência tenha garan-
que a representem. tido o acesso à justiça, sempre que figure em um dos polos da ação
ou atue como testemunha, partícipe da lide posta em juízo, advoga-
TÍTULO IV do, defensor público, magistrado ou membro do Ministério Público.
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA Parágrafo único. A pessoa com deficiência tem garantido o
acesso ao conteúdo de todos os atos processuais de seu interesse,
Art. 77. O poder público deve fomentar o desenvolvimento inclusive no exercício da advocacia.
científico, a pesquisa e a inovação e a capacitação tecnológicas, vol- Art. 81. Os direitos da pessoa com deficiência serão garantidos
tados à melhoria da qualidade de vida e ao trabalho da pessoa com por ocasião da aplicação de sanções penais.
deficiência e sua inclusão social. Art. 83. Os serviços notariais e de registro não podem negar ou
§ 1º O fomento pelo poder público deve priorizar a geração de criar óbices ou condições diferenciadas à prestação de seus servi-
conhecimentos e técnicas que visem à prevenção e ao tratamento ços em razão de deficiência do solicitante, devendo reconhecer sua
de deficiências e ao desenvolvimento de tecnologias assistiva e so- capacidade legal plena, garantida a acessibilidade.
cial. Parágrafo único. O descumprimento do disposto nocaputdeste
§ 2º A acessibilidade e as tecnologias assistiva e social devem artigo constitui discriminação em razão de deficiência.
ser fomentadas mediante a criação de cursos de pós-graduação, a
formação de recursos humanos e a inclusão do tema nas diretrizes CAPÍTULO II
de áreas do conhecimento. DO RECONHECIMENTO IGUAL PERANTE A LEI
§ 3º Deve ser fomentada a capacitação tecnológica de institui-
ções públicas e privadas para o desenvolvimento de tecnologias as- Art. 84. A pessoa com deficiência tem assegurado o direito ao
sistiva e social que sejam voltadas para melhoria da funcionalidade exercício de sua capacidade legal em igualdade de condições com
e da participação social da pessoa com deficiência. as demais pessoas.
§ 4º As medidas previstas neste artigo devem ser reavaliadas § 1º Quando necessário, a pessoa com deficiência será subme-
periodicamente pelo poder público, com vistas ao seu aperfeiçoa- tida à curatela, conforme a lei.
mento. § 2º É facultado à pessoa com deficiência a adoção de processo
Art. 78. Devem ser estimulados a pesquisa, o desenvolvimen- de tomada de decisão apoiada.
to, a inovação e a difusão de tecnologias voltadas para ampliar o § 3º A definição de curatela de pessoa com deficiência constitui
acesso da pessoa com deficiência às tecnologias da informação e medida protetiva extraordinária, proporcional às necessidades e às
comunicação e às tecnologias sociais. circunstâncias de cada caso, e durará o menor tempo possível.
Parágrafo único. Serão estimulados, em especial: § 4º Os curadores são obrigados a prestar, anualmente, contas
I - o emprego de tecnologias da informação e comunicação de sua administração ao juiz, apresentando o balanço do respectivo
como instrumento de superação de limitações funcionais e de bar- ano.
reiras à comunicação, à informação, à educação e ao entretenimen- Art. 85. A curatela afetará tão somente os atos relacionados
to da pessoa com deficiência; aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
II - a adoção de soluções e a difusão de normas que visem a am- § 1º A definição da curatela não alcança o direito ao próprio
pliar a acessibilidade da pessoa com deficiência à computação e aos corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à privacidade, à educação, à
sítios da internet, em especial aos serviços de governo eletrônico. saúde, ao trabalho e ao voto.
§ 2º A curatela constitui medida extraordinária, devendo cons-
LIVRO II tar da sentença as razões e motivações de sua definição, preserva-
PARTE ESPECIAL dos os interesses do curatelado.
§ 3º No caso de pessoa em situação de institucionalização, ao
TÍTULO I nomear curador, o juiz deve dar preferência a pessoa que tenha vín-
DO ACESSO À JUSTIÇA culo de natureza familiar, afetiva ou comunitária com o curatelado.
Art. 86. Para emissão de documentos oficiais, não será exigida
CAPÍTULO I a situação de curatela da pessoa com deficiência.
DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 87. Em casos de relevância e urgência e a fim de proteger
os interesses da pessoa com deficiência em situação de curatela,
Art. 79. O poder público deve assegurar o acesso da pessoa será lícito ao juiz, ouvido o Ministério Público, de oficio ou a reque-
com deficiência à justiça, em igualdade de oportunidades com as rimento do interessado, nomear, desde logo, curador provisório,
demais pessoas, garantindo, sempre que requeridos, adaptações e o qual estará sujeito, no que couber, às disposições doCódigo de
recursos de tecnologia assistiva. Processo Civil.

13
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
TÍTULO II em censos nacionais e nas demais pesquisas realizadas no País, de
DOS CRIMES E DAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS acordo com os parâmetros estabelecidos pela Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo.
Art. 88. Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em § 3º Para coleta, transmissão e sistematização de dados, é fa-
razão de sua deficiência: cultada a celebração de convênios, acordos, termos de parceria ou
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. contratos com instituições públicas e privadas, observados os requi-
§ 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima encon- sitos e procedimentos previstos em legislação específica.
trar-se sob cuidado e responsabilidade do agente. § 4º Para assegurar a confidencialidade, a privacidade e as li-
§ 2º Se qualquer dos crimes previstos nocaputdeste artigo é berdades fundamentais da pessoa com deficiência e os princípios
cometido por intermédio de meios de comunicação social ou de éticos que regem a utilização de informações, devem ser observa-
publicação de qualquer natureza: das as salvaguardas estabelecidas em lei.
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. § 5º Os dados do Cadastro-Inclusão somente poderão ser utili-
§ 3º Na hipótese do § 2º deste artigo, o juiz poderá determinar, zados para as seguintes finalidades:
ouvido o Ministério Público ou a pedido deste, ainda antes do in- I - formulação, gestão, monitoramento e avaliação das políticas
quérito policial, sob pena de desobediência: públicas para a pessoa com deficiência e para identificar as barrei-
I - recolhimento ou busca e apreensão dos exemplares do ma- ras que impedem a realização de seus direitos;
terial discriminatório; II - realização de estudos e pesquisas.
II - interdição das respectivas mensagens ou páginas de infor- § 6º As informações a que se refere este artigo devem ser dis-
mação na internet. seminadas em formatos acessíveis.
§ 4º Na hipótese do § 2º deste artigo, constitui efeito da con- Art. 93. Na realização de inspeções e de auditorias pelos órgãos
denação, após o trânsito em julgado da decisão, a destruição do de controle interno e externo, deve ser observado o cumprimen-
material apreendido. to da legislação relativa à pessoa com deficiência e das normas de
Art. 89. Apropriar-se de ou desviar bens, proventos, pensão, acessibilidade vigentes.
benefícios, remuneração ou qualquer outro rendimento de pessoa Art. 94. Terá direito a auxílio-inclusão, nos termos da lei, a pes-
com deficiência: soa com deficiência moderada ou grave que:
I - receba o benefício de prestação continuada previsto noart.
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e que passe a exercer
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o
atividade remunerada que a enquadre como segurado obrigatório
crime é cometido:
do RGPS;
I - por tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testa-
II - tenha recebido, nos últimos 5 (cinco) anos, o benefício de
menteiro ou depositário judicial; ou prestação continuada previsto noart. 20 da Lei nº 8.742, de 7 de
II - por aquele que se apropriou em razão de ofício ou de pro- dezembro de 1993, e que exerça atividade remunerada que a en-
fissão. quadre como segurado obrigatório do RGPS.
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas Art. 95. É vedado exigir o comparecimento de pessoa com de-
de saúde, entidades de abrigamento ou congêneres: ficiência perante os órgãos públicos quando seu deslocamento, em
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 3 (três) anos, e multa. razão de sua limitação funcional e de condições de acessibilidade,
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as imponha-lhe ônus desproporcional e indevido, hipótese na qual se-
necessidades básicas de pessoa com deficiência quando obrigado rão observados os seguintes procedimentos:
por lei ou mandado. I - quando for de interesse do poder público, o agente promo-
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio ele- verá o contato necessário com a pessoa com deficiência em sua re-
trônico ou documento de pessoa com deficiência destinados ao re- sidência;
cebimento de benefícios, proventos, pensões ou remuneração ou à II - quando for de interesse da pessoa com deficiência, ela apre-
realização de operações financeiras, com o fim de obter vantagem sentará solicitação de atendimento domiciliar ou fará representar-
indevida para si ou para outrem: -se por procurador constituído para essa finalidade.
Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa. Parágrafo único. É assegurado à pessoa com deficiência atendi-
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o mento domiciliar pela perícia médica e social do Instituto Nacional
crime é cometido por tutor ou curador. do Seguro Social (INSS), pelo serviço público de saúde ou pelo ser-
viço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o SUS e
TÍTULO III pelas entidades da rede socioassistencial integrantes do Suas, quando
DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS seu deslocamento, em razão de sua limitação funcional e de condições
de acessibilidade, imponha-lhe ônus desproporcional e indevido.
Art. 92. É criado o Cadastro Nacional de Inclusão da Pessoa com Art. 96. O § 6º -A do art. 135 daLei nº 4.737, de 15 de julho
Deficiência (Cadastro-Inclusão), registro público eletrônico com a fi- de 1965 (Código Eleitoral), passa a vigorar com a seguinte redação:
§ 6º -A.Os Tribunais Regionais Eleitorais deverão, a cada elei-
nalidade de coletar, processar, sistematizar e disseminar informa-
ção, expedir instruções aos Juízes Eleitorais para orientá-los na es-
ções georreferenciadas que permitam a identificação e a caracte-
colha dos locais de votação, de maneira a garantir acessibilidade
rização socioeconômica da pessoa com deficiência, bem como das
para o eleitor com deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusi-
barreiras que impedem a realização de seus direitos.
ve em seu entorno e nos sistemas de transporte que lhe dão acesso.
§ 1º O Cadastro-Inclusão será administrado pelo Poder Executi- Art. 97. AConsolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada
vo federal e constituído por base de dados, instrumentos, procedi- pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, passa a vigorar
mentos e sistemas eletrônicos. com as seguintes alterações:
§ 2º Os dados constituintes do Cadastro-Inclusão serão obti- § 6ºPara os fins do contrato de aprendizagem, a comprovação
dos pela integração dos sistemas de informação e da base de dados da escolaridade de aprendiz com deficiência deve considerar, so-
de todas as políticas públicas relacionadas aos direitos da pessoa bretudo, as habilidades e competências relacionadas com a profis-
com deficiência, bem como por informações coletadas, inclusive sionalização.

14
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
§ 8ºPara o aprendiz com deficiência com 18 (dezoito) anos ou Art. 101. ALei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, passa a vigorar
mais, a validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação com as seguintes alterações:
na CTPS e matrícula e frequência em programa de aprendizagem I -o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não
desenvolvido sob orientação de entidade qualificada em formação emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
técnico-profissional metódica.” (NR) ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou defi-
I -desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo ciência grave;
para o aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de III -o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de
acessibilidade, de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectu-
desempenho de suas atividades; al ou mental ou deficiência grave;
Art. 98. ALei nº 7.853, de 24 de outubro de 1989, passa a vigo- II -para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de am-
rar com as seguintes alterações: bos os sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um)
“Art. 3ºAs medidas judiciais destinadas à proteção de interes- anos de idade, salvo se for inválido ou tiver deficiência intelectual
ses coletivos, difusos, individuais homogêneos e individuais indis- ou mental ou deficiência grave;
poníveis da pessoa com deficiência poderão ser propostas pelo Mi- § 1ºA dispensa de pessoa com deficiência ou de beneficiário
nistério Público, pela Defensoria Pública, pela União, pelos Estados, reabilitado da Previdência Social ao final de contrato por prazo de-
pelos Municípios, pelo Distrito Federal, por associação constituída terminado de mais de 90 (noventa) dias e a dispensa imotivada em
há mais de 1 (um) ano, nos termos da lei civil, por autarquia, por contrato por prazo indeterminado somente poderão ocorrer após
empresa pública e por fundação ou sociedade de economia mista a contratação de outro trabalhador com deficiência ou beneficiário
que inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção dos in- reabilitado da Previdência Social.
teresses e a promoção de direitos da pessoa com deficiência. § 2º Ao Ministério do Trabalho e Emprego incumbe estabelecer
“Art. 8ºConstitui crime punível com reclusão de 2 (dois) a 5 a sistemática de fiscalização, bem como gerar dados e estatísticas
(cinco) anos e multa: sobre o total de empregados e as vagas preenchidas por pessoas
I - recusar, cobrar valores adicionais, suspender, procrastinar, com deficiência e por beneficiários reabilitados da Previdência So-
cancelar ou fazer cessar inscrição de aluno em estabelecimento de cial, fornecendo-os, quando solicitados, aos sindicatos, às entida-
ensino de qualquer curso ou grau, público ou privado, em razão de des representativas dos empregados ou aos cidadãos interessados.
sua deficiência; § 3º Para a reserva de cargos será considerada somente a con-
II - obstar inscrição em concurso público ou acesso de alguém tratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com
a qualquer cargo ou emprego público, em razão de sua deficiência; deficiência de que trata a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
III - negar ou obstar emprego, trabalho ou promoção à pessoa aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943.
em razão de sua deficiência; § 4º (VETADO).” (NR)
IV - recusar, retardar ou dificultar internação ou deixar de pres- “Art. 110-A.No ato de requerimento de benefícios operaciona-
tar assistência médico-hospitalar e ambulatorial à pessoa com de- lizados pelo INSS, não será exigida apresentação de termo de cura-
ficiência; tela de titular ou de beneficiário com deficiência, observados os
V - deixar de cumprir, retardar ou frustrar execução de ordem procedimentos a serem estabelecidos em regulamento.”
judicial expedida na ação civil a que alude esta Lei; Art. 102. O art. 2º daLei nº 8.313, de 23 de dezembro de 1991,
VI - recusar, retardar ou omitir dados técnicos indispensáveis passa a vigorar acrescido do seguinte § 3º :
à propositura da ação civil pública objeto desta Lei, quando requi- § 3ºOs incentivos criados por esta Lei somente serão conce-
sitados. didos a projetos culturais que forem disponibilizados, sempre que
§ 1º Se o crime for praticado contra pessoa com deficiência tecnicamente possível, também em formato acessível à pessoa com
menor de 18 (dezoito) anos, a pena é agravada em 1/3 (um terço). deficiência, observado o disposto em regulamento.” (NR)
§ 2º A pena pela adoção deliberada de critérios subjetivos para Art. 103. O art. 11 daLei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, passa
indeferimento de inscrição, de aprovação e de cumprimento de a vigorar acrescido do seguinte inciso IX:
estágio probatório em concursos públicos não exclui a responsa- IX -deixar de cumprir a exigência de requisitos de acessibilidade
bilidade patrimonial pessoal do administrador público pelos danos previstos na legislação.” (NR)
causados. Art. 104. ALei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, passa a vigorar
§ 3º Incorre nas mesmas penas quem impede ou dificulta o in- com as seguintes alterações:
gresso de pessoa com deficiência em planos privados de assistência V -produzidos ou prestados por empresas que comprovem
à saúde, inclusive com cobrança de valores diferenciados. cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para pessoa com
§ 4º Se o crime for praticado em atendimento de urgência e deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que atendam
emergência, a pena é agravada em 1/3 (um terço).” (NR) às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Art. 99. O art. 20 daLei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, passa § 5ºNos processos de licitação, poderá ser estabelecida mar-
a vigorar acrescido do seguinte inciso XVIII: gem de preferência para:
XVIII -quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que aten-
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibili- dam a normas técnicas brasileiras; e
dade e de inclusão social. II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que
Art. 100. ALei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (Código comprovem cumprimento de reserva de cargos prevista em lei para
de Defesa do Consumidor), passa a vigorar com as seguintes alte- pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e
rações: que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
Parágrafo único.A informação de que trata o inciso III docaput- “Art. 66-A.As empresas enquadradas no inciso V do § 2º e no
deste artigo deve ser acessível à pessoa com deficiência, observado inciso II do § 5º do art. 3º desta Lei deverão cumprir, durante todo
o disposto em regulamento.” (NR) o período de execução do contrato, a reserva de cargos prevista em
§ 6ºTodas as informações de que trata ocaputdeste artigo de- lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência
vem ser disponibilizadas em formatos acessíveis, inclusive para a Social, bem como as regras de acessibilidade previstas na legislação.
pessoa com deficiência, mediante solicitação do consumidor.” (NR)

15
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. Cabe à administração fiscalizar o cumprimen- Art. 110. O inciso VI e o § 1º do art. 56 daLei nº 9.615, de 24 de
to dos requisitos de acessibilidade nos serviços e nos ambientes de março de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:
trabalho.” VI -2,7% (dois inteiros e sete décimos por cento) da arrecada-
Art. 105. O art. 20 daLei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, ção bruta dos concursos de prognósticos e loterias federais e simila-
passa a vigorar com as seguintes alterações: res cuja realização estiver sujeita a autorização federal, deduzindo-
§ 2ºPara efeito de concessão do benefício de prestação conti- -se esse valor do montante destinado aos prêmios;
nuada, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impe- § 1ºDo total de recursos financeiros resultantes do percentual
dimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou de que trata o inciso VI docaput, 62,96% (sessenta e dois inteiros e
sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode noventa e seis centésimos por cento) serão destinados ao Comitê
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade Olímpico Brasileiro (COB) e 37,04% (trinta e sete inteiros e quatro
de condições com as demais pessoas. centésimos por cento) ao Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), de-
§ 9ºOs rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e vendo ser observado, em ambos os casos, o conjunto de normas
de aprendizagem não serão computados para os fins de cálculo da aplicáveis à celebração de convênios pela União.
renda familiarper capitaa que se refere o § 3º deste artigo. Art. 111. O art. 1º daLei nº 10.048, de 8 de novembro de 2000,
§ 11.Para concessão do benefício de que trata ocaputdeste ar- passa a vigorar com a seguinte redação:
tigo, poderão ser utilizados outros elementos probatórios da condi- “Art. 1ºAs pessoas com deficiência, os idosos com idade igual
ção de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabi- ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes, as pes-
lidade, conforme regulamento.” (NR) soas com crianças de colo e os obesos terão atendimento prioritá-
Art. 107. ALei nº 9.029, de 13 de abril de 1995, passa a vigorar rio, nos termos desta Lei.” (NR)
com as seguintes alterações: Art. 112. ALei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, passa a
“Art. 1ºÉ proibida a adoção de qualquer prática discriminató- vigorar com as seguintes alterações:
ria e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de I -acessibilidade: possibilidade e condição de alcance para uti-
sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, lização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equi-
situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre pamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comuni-
outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança cação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros
e ao adolescente previstas noinciso XXXIII do art. 7º da Constituição serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou priva-
Federal.” (NR) dos de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa
“Art. 3ºSem prejuízo do prescrito no art. 2º desta Lei e nos dis- com deficiência ou com mobilidade reduzida;
positivos legais que tipificam os crimes resultantes de preconceito II - barreiras: qualquer entrave, obstáculo, atitude ou compor-
de etnia, raça, cor ou deficiência, as infrações ao disposto nesta Lei tamento que limite ou impeça a participação social da pessoa, bem
são passíveis das seguintes cominações: como o gozo, a fruição e o exercício de seus direitos à acessibilida-
I -a reintegração com ressarcimento integral de todo o período de, à liberdade de movimento e de expressão, à comunicação, ao
de afastamento, mediante pagamento das remunerações devidas, acesso à informação, à compreensão, à circulação com segurança,
corrigidas monetariamente e acrescidas de juros legais; entre outros, classificadas em:
Art. 108. O art. 35 daLei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, a) barreiras urbanísticas: as existentes nas vias e nos espaços
passa a vigorar acrescido do seguinte § 5º : públicos e privados abertos ao público ou de uso coletivo;
§ 5ºSem prejuízo do disposto noinciso IX do parágrafo único do b) barreiras arquitetônicas: as existentes nos edifícios públicos
art. 3º da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, a pessoa com e privados;
deficiência, ou o contribuinte que tenha dependente nessa condi- c) barreiras nos transportes: as existentes nos sistemas e meios
ção, tem preferência na restituição referida no inciso III do art. 4º e de transportes;
na alínea “c”do inciso II do art. 8º .” (NR) d) barreiras nas comunicações e na informação: qualquer
Art. 109. ALei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que dificulte ou
de Trânsito Brasileiro), passa a vigorar com as seguintes alterações: impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens e de
Parágrafo único.Para os efeitos deste Código, são consideradas informações por intermédio de sistemas de comunicação e de tec-
vias terrestres as praias abertas à circulação pública, as vias inter- nologia da informação;
nas pertencentes aos condomínios constituídos por unidades au- III - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimento de
tônomas e as vias e áreas de estacionamento de estabelecimentos longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o
privados de uso coletivo.” (NR) qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua
“Art. 86-A.As vagas de estacionamento regulamentado de que participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condi-
trata o inciso XVII do art. 181 desta Lei deverão ser sinalizadas com ções com as demais pessoas;
as respectivas placas indicativas de destinação e com placas infor- IV - pessoa com mobilidade reduzida: aquela que tenha, por
mando os dados sobre a infração por estacionamento indevido.” qualquer motivo, dificuldade de movimentação, permanente ou
“Art. 147-A.Ao candidato com deficiência auditiva é assegurada temporária, gerando redução efetiva da mobilidade, da flexibilida-
acessibilidade de comunicação, mediante emprego de tecnologias de, da coordenação motora ou da percepção, incluindo idoso, ges-
assistivas ou de ajudas técnicas em todas as etapas do processo de tante, lactante, pessoa com criança de colo e obeso;
habilitação. V - acompanhante: aquele que acompanha a pessoa com de-
§ 1º O material didático audiovisual utilizado em aulas teóricas ficiência, podendo ou não desempenhar as funções de atendente
dos cursos que precedem os exames previstos no art. 147 desta Lei pessoal;
deve ser acessível, por meio de subtitulação com legenda oculta VI - elemento de urbanização: quaisquer componentes de
associada à tradução simultânea em Libras. obras de urbanização, tais como os referentes a pavimentação, sa-
§ 2º É assegurado também ao candidato com deficiência audi- neamento, encanamento para esgotos, distribuição de energia elé-
tiva requerer, no ato de sua inscrição, os serviços de intérprete da trica e de gás, iluminação pública, serviços de comunicação, abaste-
Libras, para acompanhamento em aulas práticas e teóricas.” cimento e distribuição de água, paisagismo e os que materializam
Infração - grave; as indicações do planejamento urbanístico;

16
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
VII - mobiliário urbano: conjunto de objetos existentes nas vias rantir acessibilidade da pessoa com deficiência ou com mobilidade
e nos espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elemen- reduzida a todas as rotas e vias existentes, inclusive as que concen-
tos de urbanização ou de edificação, de forma que sua modifica- trem os focos geradores de maior circulação de pedestres, como
ção ou seu traslado não provoque alterações substanciais nesses os órgãos públicos e os locais de prestação de serviços públicos e
elementos, tais como semáforos, postes de sinalização e similares, privados de saúde, educação, assistência social, esporte, cultura,
terminais e pontos de acesso coletivo às telecomunicações, fontes correios e telégrafos, bancos, entre outros, sempre que possível de
de água, lixeiras, toldos, marquises, bancos, quiosques e quaisquer maneira integrada com os sistemas de transporte coletivo de pas-
outros de natureza análoga; sageiros.” (NR)
VIII - tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipa- Art. 114. ALei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Ci-
mentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas vil), passa a vigorar com as seguintes alterações:
e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à “Art. 3ºSão absolutamente incapazes de exercer pessoalmente
atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobili- os atos da vida civil os menores de 16 (dezesseis) anos.
dade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade I - (Revogado);
de vida e inclusão social; II - (Revogado);
IX - comunicação: forma de interação dos cidadãos que abran- III - (Revogado).” (NR)
ge, entre outras opções, as línguas, inclusive a Língua Brasileira de “Art. 4ºSão incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira
Sinais (Libras), a visualização de textos, o Braille, o sistema de sina- de os exercer:
lização ou de comunicação tátil, os caracteres ampliados, os dispo- II -os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
sitivos multimídia, assim como a linguagem simples, escrita e oral, III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pu-
os sistemas auditivos e os meios de voz digitalizados e os modos, derem exprimir sua vontade;
meios e formatos aumentativos e alternativos de comunicação, in- Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por
cluindo as tecnologias da informação e das comunicações; legislação especial.” (NR)
X - desenho universal: concepção de produtos, ambientes, pro- II -(Revogado);
gramas e serviços a serem usados por todas as pessoas, sem neces- III - (Revogado);
sidade de adaptação ou de projeto específico, incluindo os recursos § 2º A pessoa com deficiência poderá testemunhar em igual-
de tecnologia assistiva.” (NR) dade de condições com as demais pessoas, sendo-lhe assegurados
“Art. 3ºO planejamento e a urbanização das vias públicas, dos todos os recursos de tecnologia assistiva.” (NR)
parques e dos demais espaços de uso público deverão ser conce- “Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou
bidos e executados de forma a torná-los acessíveis para todas as tutores revogar a autorização.” (NR)
pessoas, inclusive para aquelas com deficiência ou com mobilidade I -(Revogado);
reduzida. § 2º A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade
Parágrafo único. O passeio público, elemento obrigatório de núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade direta-
urbanização e parte da via pública, normalmente segregado e em mente ou por meio de seu responsável ou curador.” (NR)
nível diferente, destina-se somente à circulação de pedestres e, III- a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irre-
quando possível, à implantação de mobiliário urbano e de vegeta- mediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e
ção.” (NR) transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a
Parágrafo único.Os semáforos para pedestres instalados em saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;
vias públicas de grande circulação, ou que deem acesso aos servi- IV - (Revogado).” (NR)
ços de reabilitação, devem obrigatoriamente estar equipados com I- aqueles que, por causa transitória ou permanente, não pude-
mecanismo que emita sinal sonoro suave para orientação do pe- rem exprimir sua vontade;
destre.” (NR) II - (Revogado);
“Art. 10-A.A instalação de qualquer mobiliário urbano em área III - os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
de circulação comum para pedestre que ofereça risco de acidente IV - (Revogado);
à pessoa com deficiência deverá ser indicada mediante sinalização “Art. 1.768.O processo que define os termos da curatela deve
tátil de alerta no piso, de acordo com as normas técnicas pertinen- ser promovido:
tes.” IV -pela própria pessoa.” (NR)
“Art. 12-A.Os centros comerciais e os estabelecimentos congê- “Art. 1.769. O Ministério Público somente promoverá o proces-
neres devem fornecer carros e cadeiras de rodas, motorizados ou so que define os termos da curatela:
não, para o atendimento da pessoa com deficiência ou com mobi- I -nos casos de deficiência mental ou intelectual;
lidade reduzida.” III -se, existindo, forem menores ou incapazes as pessoas men-
Art. 113. ALei nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da cionadas no inciso II.” (NR)
Cidade), passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 1.771.Antes de se pronunciar acerca dos termos da cura-
III -promover, por iniciativa própria e em conjunto com os Esta- tela, o juiz, que deverá ser assistido por equipe multidisciplinar, en-
dos, o Distrito Federal e os Municípios, programas de construção de trevistará pessoalmente o interditando.” (NR)
moradias e melhoria das condições habitacionais, de saneamento “Art. 1.772.O juiz determinará, segundo as potencialidades da
básico, das calçadas, dos passeios públicos, do mobiliário urbano e pessoa, os limites da curatela, circunscritos às restrições constantes
dos demais espaços de uso público; do art. 1.782, e indicará curador.
IV -instituir diretrizes para desenvolvimento urbano, inclusive Parágrafo único. Para a escolha do curador, o juiz levará em
habitação, saneamento básico, transporte e mobilidade urbana, conta a vontade e as preferências do interditando, a ausência de
que incluam regras de acessibilidade aos locais de uso público; conflito de interesses e de influência indevida, a proporcionalidade
§ 3ºAs cidades de que trata ocaputdeste artigo devem elabo- e a adequação às circunstâncias da pessoa.” (NR)
rar plano de rotas acessíveis, compatível com o plano diretor no “Art. 1.775-A. Na nomeação de curador para a pessoa com de-
qual está inserido, que disponha sobre os passeios públicos a serem ficiência, o juiz poderá estabelecer curatela compartilhada a mais
implantados ou reformados pelo poder público, com vistas a ga- de uma pessoa.”

17
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
“Art. 1.777.As pessoas referidas no inciso I do art. 1.767 rece- Art. 117. O art. 1º daLei nº 11.126, de 27 de junho de 2005,
berão todo o apoio necessário para ter preservado o direito à convi- passa a vigorar com a seguinte redação:
vência familiar e comunitária, sendo evitado o seu recolhimento em “Art. 1ºÉ assegurado à pessoa com deficiência visual acompa-
estabelecimento que os afaste desse convívio.” (NR) nhada de cão-guia o direito de ingressar e de permanecer com o
Art. 115. OTítulo IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº animal em todos os meios de transporte e em estabelecimentos
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar com abertos ao público, de uso público e privados de uso coletivo, desde
a seguinte redação: que observadas as condições impostas por esta Lei.
§ 2ºO disposto nocaputdeste artigo aplica-se a todas as mo-
“TÍTULO IV dalidades e jurisdições do serviço de transporte coletivo de passa-
DA TUTELA, DA CURATELA E DA TOMADA DE DECISÃO APOIA- geiros, inclusive em esfera internacional com origem no território
DA” brasileiro.” (NR)
Art. 118. O inciso IV do art. 46 daLei nº 11.904, de 14 de janeiro
Art. 116. OTítulo IV do Livro IV da Parte Especial da Lei nº de 2009, passa a vigorar acrescido da seguinte alínea “k”:
10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), passa a vigorar k)de acessibilidade a todas as pessoas.
acrescido do seguinte Capítulo III: Art. 119. ALei nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, passa a vigo-
rar acrescida do seguinte art. 12-B:
“CAPÍTULO III “Art. 12-B.Na outorga de exploração de serviço de táxi, reser-
DA TOMADA DE DECISÃO APOIADA var-se-ão 10% (dez por cento) das vagas para condutores com de-
ficiência.
Art. 1.783-A.A tomada de decisão apoiada é o processo pelo § 1º Para concorrer às vagas reservadas na forma docaputdes-
qual a pessoa com deficiência elege pelo menos 2 (duas) pessoas te artigo, o condutor com deficiência deverá observar os seguintes
idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua con- requisitos quanto ao veículo utilizado:
fiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da I - ser de sua propriedade e por ele conduzido; e
vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários II - estar adaptado às suas necessidades, nos termos da legis-
para que possa exercer sua capacidade. lação vigente.
§ 1º Para formular pedido de tomada de decisão apoiada, a § 2º No caso de não preenchimento das vagas na forma estabe-
pessoa com deficiência e os apoiadores devem apresentar termo lecida nocaputdeste artigo, as remanescentes devem ser disponibi-
em que constem os limites do apoio a ser oferecido e os compro-
lizadas para os demais concorrentes.”
missos dos apoiadores, inclusive o prazo de vigência do acordo e
Art. 120. Cabe aos órgãos competentes, em cada esfera de go-
o respeito à vontade, aos direitos e aos interesses da pessoa que
verno, a elaboração de relatórios circunstanciados sobre o cumpri-
devem apoiar.
mento dos prazos estabelecidos por força dasLeis nº 10.048, de 8
§ 2º O pedido de tomada de decisão apoiada será requerido
de novembro de 2000, enº 10.098, de 19 de dezembro de 2000,
pela pessoa a ser apoiada, com indicação expressa das pessoas ap-
bem como o seu encaminhamento ao Ministério Público e aos ór-
tas a prestarem o apoio previsto nocaputdeste artigo.
gãos de regulação para adoção das providências cabíveis.
§ 3º Antes de se pronunciar sobre o pedido de tomada de deci-
Parágrafo único. Os relatórios a que se refere ocaputdeste ar-
são apoiada, o juiz, assistido por equipe multidisciplinar, após oitiva
do Ministério Público, ouvirá pessoalmente o requerente e as pes- tigo deverão ser apresentados no prazo de 1 (um) ano a contar da
soas que lhe prestarão apoio. entrada em vigor desta Lei.
§ 4º A decisão tomada por pessoa apoiada terá validade e efei- Art. 121. Os direitos, os prazos e as obrigações previstos nesta
tos sobre terceiros, sem restrições, desde que esteja inserida nos Lei não excluem os já estabelecidos em outras legislações, inclusive
limites do apoio acordado. em pactos, tratados, convenções e declarações internacionais apro-
§ 5º Terceiro com quem a pessoa apoiada mantenha relação vados e promulgados pelo Congresso Nacional, e devem ser apli-
negocial pode solicitar que os apoiadores contra-assinem o contra- cados em conformidade com as demais normas internas e acordos
to ou acordo, especificando, por escrito, sua função em relação ao internacionais vinculantes sobre a matéria.
apoiado. Parágrafo único. Prevalecerá a norma mais benéfica à pessoa
§ 6º Em caso de negócio jurídico que possa trazer risco ou pre- com deficiência.
juízo relevante, havendo divergência de opiniões entre a pessoa Art. 122. Regulamento disporá sobre a adequação do disposto
apoiada e um dos apoiadores, deverá o juiz, ouvido o Ministério nesta Lei ao tratamento diferenciado, simplificado e favorecido a
Público, decidir sobre a questão. ser dispensado às microempresas e às empresas de pequeno porte,
§ 7º Se o apoiador agir com negligência, exercer pressão in- previsto no§ 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 123, de 14 de
devida ou não adimplir as obrigações assumidas, poderá a pessoa dezembro de 2006.
apoiada ou qualquer pessoa apresentar denúncia ao Ministério Pú- Art. 123. Revogam-se os seguintes dispositivos:(Vigência)
blico ou ao juiz. I - oinciso II do § 2º do art. 1º da Lei nº 9.008, de 21 de março
§ 8º Se procedente a denúncia, o juiz destituirá o apoiador e de 1995;
nomeará, ouvida a pessoa apoiada e se for de seu interesse, outra II - osincisos I, II e III do art. 3º da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
pessoa para prestação de apoio. de 2002(Código Civil);
§ 9º A pessoa apoiada pode, a qualquer tempo, solicitar o tér- III - osincisos II e III do art. 228 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro
mino de acordo firmado em processo de tomada de decisão apoia- de 2002(Código Civil);
da. IV - oinciso I do art. 1.548 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
§ 10. O apoiador pode solicitar ao juiz a exclusão de sua par- 2002(Código Civil);
ticipação do processo de tomada de decisão apoiada, sendo seu V - oinciso IV do art. 1.557 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de
desligamento condicionado à manifestação do juiz sobre a matéria. 2002(Código Civil);
§ 11. Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, VI - osincisos IIeIV do art. 1.767 da Lei nº 10.406, de 10 de ja-
as disposições referentes à prestação de contas na curatela.” neiro de 2002(Código Civil);

18
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
VII - osarts. 1.776e1.780 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personali-
2002(Código Civil). dade, a dignidade e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.
Art. 124. O§ 1º do art. 2º desta Leideverá entrar em vigor em Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento re-
até 2 (dois) anos, contados da entrada em vigor desta Lei. alizada por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público
Art. 125. Devem ser observados os prazos a seguir discrimina- ou privado, independentemente do meio, do país de sua sede ou do
dos, a partir da entrada em vigor desta Lei, para o cumprimento dos país onde estejam localizados os dados, desde que:
seguintes dispositivos: I - a operação de tratamento seja realizada no território nacio-
I -incisos I e II do § 2º do art. 28, 48 (quarenta e oito) meses; nal;
II - § 6º do art. 44, 84 (oitenta e quatro) meses;(Redação dada fornecimento de bens ou serviços ou o tratamento de dados
pela Lei nº 14.159, de 2021) de indivíduos localizados no território nacional; ou(Redação dada
III -art. 45, 24 (vinte e quatro) meses; pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
IV -art. 49, 48 (quarenta e oito) meses. III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido cole-
Art. 126. Prorroga-se até 31 de dezembro de 2021 a vigência tados no território nacional.
daLei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995. § 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados
Art. 127. Esta Lei entra em vigor após decorridos 180 (cento e pessoais cujo titular nele se encontre no momento da coleta.
oitenta) dias de sua publicação oficial. § 2º Excetua-se do disposto no inciso I deste artigo o tratamen-
to de dados previsto no inciso IV docaputdo art. 4º desta Lei.
Brasília, 6 de julho de 2015; 194º da Independência e 127º da Art. 4º Esta Lei não se aplica ao tratamento de dados pessoais:
República. I - realizado por pessoa natural para fins exclusivamente parti-
DILMA ROUSSEF culares e não econômicos;
Marivaldo de Castro Pereira II - realizado para fins exclusivamente:
Joaquim Vieira Ferreira Levy a) jornalístico e artísticos; ou
Renato Janine Ribeiro b) acadêmicos, aplicando-se a esta hipótese os arts. 7º e 11
Armando Monteiro desta Lei;
Nelson Barbosa III - realizado para fins exclusivos de:
Gilberto Kassab a) segurança pública;
Luis Inácio Lucena Adams b) defesa nacional;
Gilberto José Spier Vargas c) segurança do Estado; ou
Guilherme Afif Domingos d) atividades de investigação e repressão de infrações penais;
ou
Este texto não substitui o publicado no DOU de 7.7.2015 IV - provenientes de fora do território nacional e que não sejam
objeto de comunicação, uso compartilhado de dados com agentes
de tratamento brasileiros ou objeto de transferência internacional
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD): LEI Nº de dados com outro país que não o de proveniência, desde que o
13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 E SUAS ALTERAÇÕES país de proveniência proporcione grau de proteção de dados pesso-
ais adequado ao previsto nesta Lei.
§ 1º O tratamento de dados pessoais previsto no inciso III será
LEI Nº 13.709, DE 14 DE AGOSTO DE 2018 regido por legislação específica, que deverá prever medidas pro-
porcionais e estritamente necessárias ao atendimento do interesse
O PRESIDENTE DA REPÚBLICAFaço saber que o Congresso Na- público, observados o devido processo legal, os princípios gerais de
cional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: proteção e os direitos do titular previstos nesta Lei.
§ 2º É vedado o tratamento dos dados a que se refere o inci-
CAPÍTULO I so III docaputdeste artigo por pessoa de direito privado, exceto em
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES procedimentos sob tutela de pessoa jurídica de direito público, que
serão objeto de informe específico à autoridade nacional e que de-
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, verão observar a limitação imposta no § 4º deste artigo.
inclusive nos meios digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurí- § 3º A autoridade nacional emitirá opiniões técnicas ou reco-
dica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os mendações referentes às exceções previstas no inciso III docaput-
direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desen- deste artigo e deverá solicitar aos responsáveis relatórios de impac-
volvimento da personalidade da pessoa natural. to à proteção de dados pessoais.
Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de § 4º Em nenhum caso a totalidade dos dados pessoais de banco
interesse nacional e devem ser observadas pela União, Estados, de dados de que trata o inciso III docaputdeste artigo poderá ser
Distrito Federal e Municípios.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tratada por pessoa de direito privado, salvo por aquela que pos-
Vigência sua capital integralmente constituído pelo poder público.(Redação
Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
fundamentos: Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - o respeito à privacidade; I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural iden-
II - a autodeterminação informativa; tificada ou identificável;
III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou
e de opinião; étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a
IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem; organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referen-
V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação; te à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando
VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consu- vinculado a uma pessoa natural;
midor; e

19
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão
identificado, considerando a utilização de meios técnicos razoáveis observar a boa-fé e os seguintes princípios:
e disponíveis na ocasião de seu tratamento; I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legí-
IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, timos, específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibi-
estabelecido em um ou em vários locais, em suporte eletrônico ou lidade de tratamento posterior de forma incompatível com essas
físico; finalidades;
V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais II - adequação: compatibilidade do tratamento com as finalida-
que são objeto de tratamento; des informadas ao titular, de acordo com o contexto do tratamento;
VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público III - necessidade: limitação do tratamento ao mínimo neces-
ou privado, a quem competem as decisões referentes ao tratamen- sário para a realização de suas finalidades, com abrangência dos
to de dados pessoais; dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação às
VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou finalidades do tratamento de dados;
privado, que realiza o tratamento de dados pessoais em nome do IV - livre acesso: garantia, aos titulares, de consulta facilitada e
controlador; gratuita sobre a forma e a duração do tratamento, bem como sobre
VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e opera- a integralidade de seus dados pessoais;
dor para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os V - qualidade dos dados: garantia, aos titulares, de exatidão,
titulares dos dados e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados clareza, relevância e atualização dos dados, de acordo com a ne-
(ANPD);(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência cessidade e para o cumprimento da finalidade de seu tratamento;
IX - agentes de tratamento: o controlador e o operador; VI - transparência: garantia, aos titulares, de informações cla-
X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, ras, precisas e facilmente acessíveis sobre a realização do tratamen-
como as que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, to e os respectivos agentes de tratamento, observados os segredos
utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processa- comercial e industrial;
mento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrati-
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, vas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados
difusão ou extração; e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração,
XI - anonimização: utilização de meios técnicos razoáveis e dis- comunicação ou difusão;
poníveis no momento do tratamento, por meio dos quais um dado VIII - prevenção: adoção de medidas para prevenir a ocorrência
perde a possibilidade de associação, direta ou indireta, a um indi- de danos em virtude do tratamento de dados pessoais;
víduo; IX - não discriminação: impossibilidade de realização do trata-
XII - consentimento: manifestação livre, informada e inequívo- mento para fins discriminatórios ilícitos ou abusivos;
ca pela qual o titular concorda com o tratamento de seus dados X - responsabilização e prestação de contas: demonstração,
pessoais para uma finalidade determinada; pelo agente, da adoção de medidas eficazes e capazes de compro-
XIII - bloqueio: suspensão temporária de qualquer operação var a observância e o cumprimento das normas de proteção de da-
de tratamento, mediante guarda do dado pessoal ou do banco de dos pessoais e, inclusive, da eficácia dessas medidas.
dados;
XIV - eliminação: exclusão de dado ou de conjunto de dados CAPÍTULO II
armazenados em banco de dados, independentemente do proce- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
dimento empregado;
XV - transferência internacional de dados: transferência de da- SEÇÃO I
dos pessoais para país estrangeiro ou organismo internacional do DOS REQUISITOS PARA O TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
qual o país seja membro;
XVI - uso compartilhado de dados: comunicação, difusão, trans- Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser
ferência internacional, interconexão de dados pessoais ou trata- realizado nas seguintes hipóteses:
mento compartilhado de bancos de dados pessoais por órgãos e I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;
entidades públicos no cumprimento de suas competências legais, II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo
ou entre esses e entes privados, reciprocamente, com autorização controlador;
específica, para uma ou mais modalidades de tratamento permiti- III - pela administração pública, para o tratamento e uso com-
das por esses entes públicos, ou entre entes privados; partilhado de dados necessários à execução de políticas públicas
XVII - relatório de impacto à proteção de dados pessoais: docu- previstas em leis e regulamentos ou respaldadas em contratos, con-
mentação do controlador que contém a descrição dos processos de vênios ou instrumentos congêneres, observadas as disposições do
tratamento de dados pessoais que podem gerar riscos às liberdades Capítulo IV desta Lei;
civis e aos direitos fundamentais, bem como medidas, salvaguardas IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garanti-
e mecanismos de mitigação de risco; da, sempre que possível, a anonimização dos dados pessoais;
XVIII - órgão de pesquisa: órgão ou entidade da administração V - quando necessário para a execução de contrato ou de pro-
pública direta ou indireta ou pessoa jurídica de direito privado sem cedimentos preliminares relacionados a contrato do qual seja parte
fins lucrativos legalmente constituída sob as leis brasileiras, com o titular, a pedido do titular dos dados;
sede e foro no País, que inclua em sua missão institucional ou em VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial,
seu objetivo social ou estatutário a pesquisa básica ou aplicada de administrativo ou arbitral, esse último nos termos daLei nº 9.307,
caráter histórico, científico, tecnológico ou estatístico; e(Redação de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular
XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública res- ou de terceiro;
ponsável por zelar, implementar e fiscalizar o cumprimento desta VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento
Lei em todo o território nacional.(Redação dada pela Lei nº 13.853, realizado por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autori-
de 2019)Vigência dade sanitária;(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência

20
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamen-
controlador ou de terceiro, exceto no caso de prevalecerem direi- to; e
tos e liberdades fundamentais do titular que exijam a proteção dos VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos conti-
dados pessoais; ou dos no art. 18 desta Lei.
X - para a proteção do crédito, inclusive quanto ao disposto na § 1º Na hipótese em que o consentimento é requerido, esse
legislação pertinente. será considerado nulo caso as informações fornecidas ao titular te-
§ 3º O tratamento de dados pessoais cujo acesso é público nham conteúdo enganoso ou abusivo ou não tenham sido apresen-
deve considerar a finalidade, a boa-fé e o interesse público que jus- tadas previamente com transparência, de forma clara e inequívoca.
tificaram sua disponibilização. § 2º Na hipótese em que o consentimento é requerido, se hou-
§ 4º É dispensada a exigência do consentimento previsto no- ver mudanças da finalidade para o tratamento de dados pessoais
caputdeste artigo para os dados tornados manifestamente públicos não compatíveis com o consentimento original, o controlador de-
pelo titular, resguardados os direitos do titular e os princípios pre- verá informar previamente o titular sobre as mudanças de finalida-
vistos nesta Lei. de, podendo o titular revogar o consentimento, caso discorde das
§ 5º O controlador que obteve o consentimento referido no alterações.
inciso I docaputdeste artigo que necessitar comunicar ou comparti- § 3º Quando o tratamento de dados pessoais for condição para
lhar dados pessoais com outros controladores deverá obter consen- o fornecimento de produto ou de serviço ou para o exercício de di-
timento específico do titular para esse fim, ressalvadas as hipóteses reito, o titular será informado com destaque sobre esse fato e sobre
de dispensa do consentimento previstas nesta Lei. os meios pelos quais poderá exercer os direitos do titular elencados
§ 6º A eventual dispensa da exigência do consentimento não no art. 18 desta Lei.
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previs- Art. 10. O legítimo interesse do controlador somente poderá
tas nesta Lei, especialmente da observância dos princípios gerais e fundamentar tratamento de dados pessoais para finalidades legí-
da garantia dos direitos do titular. timas, consideradas a partir de situações concretas, que incluem,
§ 7º O tratamento posterior dos dados pessoais a que se re- mas não se limitam a:
ferem os §§ 3º e 4º deste artigo poderá ser realizado para novas I - apoio e promoção de atividades do controlador; e
finalidades, desde que observados os propósitos legítimos e especí- II - proteção, em relação ao titular, do exercício regular de seus
ficos para o novo tratamento e a preservação dos direitos do titular, direitos ou prestação de serviços que o beneficiem, respeitadas as
assim como os fundamentos e os princípios previstos nesta Lei.(In- legítimas expectativas dele e os direitos e liberdades fundamentais,
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência nos termos desta Lei.
Art. 8º O consentimento previsto no inciso I do art. 7º desta Lei § 1º Quando o tratamento for baseado no legítimo interesse do
deverá ser fornecido por escrito ou por outro meio que demonstre controlador, somente os dados pessoais estritamente necessários
a manifestação de vontade do titular. para a finalidade pretendida poderão ser tratados.
§ 1º Caso o consentimento seja fornecido por escrito, esse de- § 2º O controlador deverá adotar medidas para garantir a
verá constar de cláusula destacada das demais cláusulas contratu- transparência do tratamento de dados baseado em seu legítimo
ais. interesse.
§ 2º Cabe ao controlador o ônus da prova de que o consenti- § 3º A autoridade nacional poderá solicitar ao controlador re-
mento foi obtido em conformidade com o disposto nesta Lei. latório de impacto à proteção de dados pessoais, quando o trata-
§ 3º É vedado o tratamento de dados pessoais mediante vício mento tiver como fundamento seu interesse legítimo, observados
de consentimento. os segredos comercial e industrial.
§ 4º O consentimento deverá referir-se a finalidades determi-
nadas, e as autorizações genéricas para o tratamento de dados pes- SEÇÃO II
soais serão nulas. DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS SENSÍVEIS
§ 5º O consentimento pode ser revogado a qualquer momento
mediante manifestação expressa do titular, por procedimento gra- Art. 11. O tratamento de dados pessoais sensíveis somente po-
tuito e facilitado, ratificados os tratamentos realizados sob amparo derá ocorrer nas seguintes hipóteses:
do consentimento anteriormente manifestado enquanto não hou- I - quando o titular ou seu responsável legal consentir, de forma
ver requerimento de eliminação, nos termos do inciso VI docaputdo específica e destacada, para finalidades específicas;
art. 18 desta Lei. II - sem fornecimento de consentimento do titular, nas hipóte-
§ 6º Em caso de alteração de informação referida nos incisos ses em que for indispensável para:
I, II, III ou V do art. 9º desta Lei, o controlador deverá informar ao a) cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro-
titular, com destaque de forma específica do teor das alterações, lador;
podendo o titular, nos casos em que o seu consentimento é exigido, b) tratamento compartilhado de dados necessários à execução,
revogá-lo caso discorde da alteração. pela administração pública, de políticas públicas previstas em leis
Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações ou regulamentos;
sobre o tratamento de seus dados, que deverão ser disponibiliza- c) realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sem-
das de forma clara, adequada e ostensiva acerca de, entre outras pre que possível, a anonimização dos dados pessoais sensíveis;
características previstas em regulamentação para o atendimento do d) exercício regular de direitos, inclusive em contrato e em
princípio do livre acesso: processo judicial, administrativo e arbitral, este último nos termos
I - finalidade específica do tratamento; daLei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei de Arbitragem) ;
II - forma e duração do tratamento, observados os segredos e) proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de
comercial e industrial; terceiro;
III - identificação do controlador; f) tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado
IV - informações de contato do controlador; por profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitá-
V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo ria; ou(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
controlador e a finalidade;

21
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
g) garantia da prevenção à fraude e à segurança do titular, nos § 2º O órgão de pesquisa será o responsável pela segurança
processos de identificação e autenticação de cadastro em sistemas da informação prevista nocaputdeste artigo, não permitida, em cir-
eletrônicos, resguardados os direitos mencionados no art. 9º desta cunstância alguma, a transferência dos dados a terceiro.
Lei e exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades funda- § 3º O acesso aos dados de que trata este artigo será objeto de
mentais do titular que exijam a proteção dos dados pessoais. regulamentação por parte da autoridade nacional e das autorida-
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo a qualquer tratamento des da área de saúde e sanitárias, no âmbito de suas competências.
de dados pessoais que revele dados pessoais sensíveis e que possa § 4º Para os efeitos deste artigo, a pseudonimização é o tra-
causar dano ao titular, ressalvado o disposto em legislação especí- tamento por meio do qual um dado perde a possibilidade de as-
fica. sociação, direta ou indireta, a um indivíduo, senão pelo uso de in-
§ 2º Nos casos de aplicação do disposto nas alíneas “a” e “b” formação adicional mantida separadamente pelo controlador em
do inciso II docaputdeste artigo pelos órgãos e pelas entidades pú- ambiente controlado e seguro.
blicas, será dada publicidade à referida dispensa de consentimento,
nos termos do inciso I docaputdo art. 23 desta Lei. SEÇÃO III
§ 3º A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS DE CRIANÇAS E DE
sensíveis entre controladores com objetivo de obter vantagem eco- ADOLESCENTES
nômica poderá ser objeto de vedação ou de regulamentação por
parte da autoridade nacional, ouvidos os órgãos setoriais do Poder Art. 14. O tratamento de dados pessoais de crianças e de ado-
Público, no âmbito de suas competências. lescentes deverá ser realizado em seu melhor interesse, nos termos
§ 4º É vedada a comunicação ou o uso compartilhado entre deste artigo e da legislação pertinente.
controladores de dados pessoais sensíveis referentes à saúde com § 1º O tratamento de dados pessoais de crianças deverá ser
objetivo de obter vantagem econômica, exceto nas hipóteses rela- realizado com o consentimento específico e em destaque dado por
tivas a prestação de serviços de saúde, de assistência farmacêutica pelo menos um dos pais ou pelo responsável legal.
e de assistência à saúde, desde que observado o § 5º deste artigo, § 2º No tratamento de dados de que trata o § 1º deste artigo,
incluídos os serviços auxiliares de diagnose e terapia, em benefí- os controladores deverão manter pública a informação sobre os ti-
cio dos interesses dos titulares de dados, e para permitir:(Redação pos de dados coletados, a forma de sua utilização e os procedimen-
dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência tos para o exercício dos direitos a que se refere o art. 18 desta Lei.
I - a portabilidade de dados quando solicitada pelo titular; ou- § 3º Poderão ser coletados dados pessoais de crianças sem o
consentimento a que se refere o § 1º deste artigo quando a coleta
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
for necessária para contatar os pais ou o responsável legal, utiliza-
II - as transações financeiras e administrativas resultantes do
dos uma única vez e sem armazenamento, ou para sua proteção, e
uso e da prestação dos serviços de que trata este parágrafo.(Incluí-
em nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem o consen-
do pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
timento de que trata o § 1º deste artigo.
§ 5º É vedado às operadoras de planos privados de assistência
§ 4º Os controladores não deverão condicionar a participação
à saúde o tratamento de dados de saúde para a prática de seleção
dos titulares de que trata o § 1º deste artigo em jogos, aplicações
de riscos na contratação de qualquer modalidade, assim como na
de internet ou outras atividades ao fornecimento de informações
contratação e exclusão de beneficiários.(Incluído pela Lei nº 13.853, pessoais além das estritamente necessárias à atividade.
de 2019)Vigência § 5º O controlador deve realizar todos os esforços razoáveis
Art. 12. Os dados anonimizados não serão considerados dados para verificar que o consentimento a que se refere o § 1º deste ar-
pessoais para os fins desta Lei, salvo quando o processo de anoni- tigo foi dado pelo responsável pela criança, consideradas as tecno-
mização ao qual foram submetidos for revertido, utilizando exclusi- logias disponíveis.
vamente meios próprios, ou quando, com esforços razoáveis, puder § 6º As informações sobre o tratamento de dados referidas
ser revertido. neste artigo deverão ser fornecidas de maneira simples, clara e
§ 1º A determinação do que seja razoável deve levar em con- acessível, consideradas as características físico-motoras, percepti-
sideração fatores objetivos, tais como custo e tempo necessários vas, sensoriais, intelectuais e mentais do usuário, com uso de re-
para reverter o processo de anonimização, de acordo com as tecno- cursos audiovisuais quando adequado, de forma a proporcionar a
logias disponíveis, e a utilização exclusiva de meios próprios. informação necessária aos pais ou ao responsável legal e adequada
§ 2º Poderão ser igualmente considerados como dados pesso- ao entendimento da criança.
ais, para os fins desta Lei, aqueles utilizados para formação do perfil
comportamental de determinada pessoa natural, se identificada. SEÇÃO IV
§ 3º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões e téc- DO TÉRMINO DO TRATAMENTO DE DADOS
nicas utilizados em processos de anonimização e realizar verifica-
ções acerca de sua segurança, ouvido o Conselho Nacional de Pro- Art. 15. O término do tratamento de dados pessoais ocorrerá
teção de Dados Pessoais. nas seguintes hipóteses:
Art. 13. Na realização de estudos em saúde pública, os órgãos I - verificação de que a finalidade foi alcançada ou de que os
de pesquisa poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que se- dados deixaram de ser necessários ou pertinentes ao alcance da
rão tratados exclusivamente dentro do órgão e estritamente para finalidade específica almejada;
a finalidade de realização de estudos e pesquisas e mantidos em II - fim do período de tratamento;
ambiente controlado e seguro, conforme práticas de segurança pre- III - comunicação do titular, inclusive no exercício de seu direito
vistas em regulamento específico e que incluam, sempre que pos- de revogação do consentimento conforme disposto no § 5º do art.
sível, a anonimização ou pseudonimização dos dados, bem como 8º desta Lei, resguardado o interesse público; ou
considerem os devidos padrões éticos relacionados a estudos e IV - determinação da autoridade nacional, quando houver vio-
pesquisas. lação ao disposto nesta Lei.
§ 1º A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto do es- Art. 16. Os dados pessoais serão eliminados após o término de
tudo ou da pesquisa de que trata ocaputdeste artigo em nenhuma seu tratamento, no âmbito e nos limites técnicos das atividades,
hipótese poderá revelar dados pessoais. autorizada a conservação para as seguintes finalidades:

22
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
I - cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo contro- § 7º A portabilidade dos dados pessoais a que se refere o inciso
lador; V docaputdeste artigo não inclui dados que já tenham sido anoni-
II - estudo por órgão de pesquisa, garantida, sempre que possí- mizados pelo controlador.
vel, a anonimização dos dados pessoais; § 8º O direito a que se refere o § 1º deste artigo também po-
III - transferência a terceiro, desde que respeitados os requisi- derá ser exercido perante os organismos de defesa do consumidor.
tos de tratamento de dados dispostos nesta Lei; ou Art.19. A confirmação de existência ou o acesso a dados pesso-
IV - uso exclusivo do controlador, vedado seu acesso por tercei- ais serão providenciados, mediante requisição do titular:
ro, e desde que anonimizados os dados. I - em formato simplificado, imediatamente; ou
II - por meio de declaração clara e completa, que indique a ori-
CAPÍTULO III gem dos dados, a inexistência de registro, os critérios utilizados e a
DOS DIREITOS DO TITULAR finalidade do tratamento, observados os segredos comercial e in-
dustrial, fornecida no prazo de até 15 (quinze) dias, contado da data
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de do requerimento do titular.
seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liber- § 1º Os dados pessoais serão armazenados em formato que
dade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei. favoreça o exercício do direito de acesso.
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do con- § 2º As informações e os dados poderão ser fornecidos, a cri-
trolador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qual- tério do titular:
quer momento e mediante requisição: I - por meio eletrônico, seguro e idôneo para esse fim; ou
I - confirmação da existência de tratamento; II - sob forma impressa.
II - acesso aos dados; § 3º Quando o tratamento tiver origem no consentimento do
III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualiza- titular ou em contrato, o titular poderá solicitar cópia eletrônica in-
dos; tegral de seus dados pessoais, observados os segredos comercial e
IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desneces- industrial, nos termos de regulamentação da autoridade nacional,
sários, excessivos ou tratados em desconformidade com o disposto em formato que permita a sua utilização subsequente, inclusive em
nesta Lei; outras operações de tratamento.
V - portabilidade dos dados a outro fornecedor de serviço ou § 4º A autoridade nacional poderá dispor de forma diferencia-
produto, mediante requisição expressa, de acordo com a regula- da acerca dos prazos previstos nos incisos I e II docaputdeste artigo
mentação da autoridade nacional, observados os segredos comer- para os setores específicos.
cial e industrial;(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência Art. 20. O titular dos dados tem direito a solicitar a revisão de
VI - eliminação dos dados pessoais tratados com o consenti- decisões tomadas unicamente com base em tratamento automa-
mento do titular, exceto nas hipóteses previstas no art. 16 desta Lei; tizado de dados pessoais que afetem seus interesses, incluídas as
VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais decisões destinadas a definir o seu perfil pessoal, profissional, de
o controlador realizou uso compartilhado de dados; consumo e de crédito ou os aspectos de sua personalidade.(Reda-
VIII - informação sobre a possibilidade de não fornecer consen- ção dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
timento e sobre as consequências da negativa; § 1º O controlador deverá fornecer, sempre que solicitadas,
IX - revogação do consentimento, nos termos do § 5º do art. informações claras e adequadas a respeito dos critérios e dos pro-
8º desta Lei. cedimentos utilizados para a decisão automatizada, observados os
§ 1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em segredos comercial e industrial.
relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade § 2º Em caso de não oferecimento de informações de que trata
nacional. o § 1º deste artigo baseado na observância de segredo comercial e
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com funda- industrial, a autoridade nacional poderá realizar auditoria para veri-
mento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em ficação de aspectos discriminatórios em tratamento automatizado
caso de descumprimento ao disposto nesta Lei. de dados pessoais.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante Art. 21. Os dados pessoais referentes ao exercício regular de
requerimento expresso do titular ou de representante legalmente direitos pelo titular não podem ser utilizados em seu prejuízo.
constituído, a agente de tratamento. Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de
§ 4º Em caso de impossibilidade de adoção imediata da pro- dados poderá ser exercida em juízo, individual ou coletivamente, na
vidência de que trata o § 3º deste artigo, o controlador enviará ao forma do disposto na legislação pertinente, acerca dos instrumen-
titular resposta em que poderá: tos de tutela individual e coletiva.
I - comunicar que não é agente de tratamento dos dados e indi-
car, sempre que possível, o agente; ou CAPÍTULO IV
II - indicar as razões de fato ou de direito que impedem a ado- DO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS PELO PODER PÚBLICO
ção imediata da providência.
§ 5º O requerimento referido no § 3º deste artigo será atendi- SEÇÃO I
DAS REGRAS
do sem custos para o titular, nos prazos e nos termos previstos em
regulamento.
Art. 23. O tratamento de dados pessoais pelas pessoas jurídicas
§ 6ºO responsável deverá informar, de maneira imediata, aos
de direito público referidas no parágrafo único doart. 1º da Lei nº
agentes de tratamento com os quais tenha realizado uso comparti-
12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ,
lhado de dados a correção, a eliminação, a anonimização ou o blo-
deverá ser realizado para o atendimento de sua finalidade pública,
queio dos dados, para que repitam idêntico procedimento, exceto
na persecução do interesse público, com o objetivo de executar as
nos casos em que esta comunicação seja comprovadamente impos-
competências legais ou cumprir as atribuições legais do serviço pú-
sível ou implique esforço desproporcional.(Redação dada pela Lei
blico, desde que:
nº 13.853, de 2019)Vigência

23
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
I - sejam informadas as hipóteses em que, no exercício de suas § 2º Os contratos e convênios de que trata o § 1º deste artigo
competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecen- deverão ser
do informações claras e atualizadas sobre a previsão legal, a fina- Art. 27. A comunicação ou o uso compartilhado de dados pes-
lidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para a execução soais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de direito priva-
dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente do será informado à autoridade nacional e dependerá de consenti-
em seus sítios eletrônicos; mento do titular, exceto:
III - seja indicado um encarregado quando realizarem opera- I - nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas nesta
ções de tratamento de dados pessoais, nos termos do art. 39 desta Lei;
Lei; e(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência II - nos casos de uso compartilhado de dados, em que será dada
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre as formas de publicidade nos termos do inciso I docaputdo art. 23 desta Lei; ou
publicidade das operações de tratamento. III - nas exceções constantes do § 1º do art. 26 desta Lei.
§ 2º O disposto nesta Lei não dispensa as pessoas jurídicas Parágrafo único. A informação à autoridade nacional de que
mencionadas nocaputdeste artigo de instituir as autoridades de trata ocaputdeste artigo será objeto de regulamentação.(Incluído
que trata aLei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Aces- pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
so à Informação) . Art. 29. A autoridade nacional poderá solicitar, a qualquer mo-
§ 3º Os prazos e procedimentos para exercício dos direitos do mento, aos órgãos e às entidades do poder público a realização de
titular perante o Poder Público observarão o disposto em legislação operações de tratamento de dados pessoais, informações específi-
específica, em especial as disposições constantes daLei nº 9.507, cas sobre o âmbito e a natureza dos dados e outros detalhes do tra-
de 12 de novembro de 1997 (Lei do Habeas Data) , daLei nº 9.784, tamento realizado e poderá emitir parecer técnico complementar
de 29 de janeiro de 1999 (Lei Geral do Processo Administrativo) , para garantir o cumprimento desta Lei.(Redação dada pela Lei nº
e daLei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à 13.853, de 2019)Vigência
Informação) . Art. 30. A autoridade nacional poderá estabelecer normas
§ 4º Os serviços notariais e de registro exercidos em caráter pri- complementares para as atividades de comunicação e de uso com-
vado, por delegação do Poder Público, terão o mesmo tratamento partilhado de dados pessoais.
dispensado às pessoas jurídicas referidas nocaputdeste artigo, nos
termos desta Lei. SEÇÃO II
§ 5º Os órgãos notariais e de registro devem fornecer acesso DA RESPONSABILIDADE
aos dados por meio eletrônico para a administração pública, tendo
em vista as finalidades de que trata ocaputdeste artigo. Art. 31. Quando houver infração a esta Lei em decorrência do
Art. 24. As empresas públicas e as sociedades de economia tratamento de dados pessoais por órgãos públicos, a autoridade
mista que atuam em regime de concorrência, sujeitas ao dispos- nacional poderá enviar informe com medidas cabíveis para fazer
to noart. 173 da Constituição Federal , terão o mesmo tratamento cessar a violação.
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado particulares, nos Art. 32. A autoridade nacional poderá solicitar a agentes do Po-
termos desta Lei. der Público a publicação de relatórios de impacto à proteção de da-
Parágrafo único. As empresas públicas e as sociedades de eco- dos pessoais e sugerir a adoção de padrões e de boas práticas para
nomia mista, quando estiverem operacionalizando políticas pú- os tratamentos de dados pessoais pelo Poder Público.
blicas e no âmbito da execução delas, terão o mesmo tratamento
dispensado aos órgãos e às entidades do Poder Público, nos termos CAPÍTULO V
deste Capítulo. DA TRANSFERÊNCIA INTERNACIONAL DE DADOS
Art. 25. Os dados deverão ser mantidos em formato interoperá-
vel e estruturado para o uso compartilhado, com vistas à execução Art. 33. A transferência internacional de dados pessoais so-
de políticas públicas, à prestação de serviços públicos, à descen- mente é permitida nos seguintes casos:
tralização da atividade pública e à disseminação e ao acesso das I - para países ou organismos internacionais que proporcionem
informações pelo público em geral. grau de proteção de dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei;
Art. 26. O uso compartilhado de dados pessoais pelo Poder Pú- II - quando o controlador oferecer e comprovar garantias de
blico deve atender a finalidades específicas de execução de políticas cumprimento dos princípios, dos direitos do titular e do regime de
públicas e atribuição legal pelos órgãos e pelas entidades públicas, proteção de dados previstos nesta Lei, na forma de:
respeitados os princípios de proteção de dados pessoais elencados a) cláusulas contratuais específicas para determinada transfe-
no art. 6º desta Lei. rência;
§ 1º É vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas da- b) cláusulas-padrão contratuais;
dos pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, exceto: c) normas corporativas globais;
I - em casos de execução descentralizada de atividade pública d) selos, certificados e códigos de conduta regularmente emi-
que exija a transferência, exclusivamente para esse fim específico e tidos;
determinado, observado o disposto naLei nº 12.527, de 18 de no- III - quando a transferência for necessária para a cooperação ju-
vembro de 2011 (Lei de Acesso à Informação) ; rídica internacional entre órgãos públicos de inteligência, de inves-
III - nos casos em que os dados forem acessíveis publicamente, tigação e de persecução, de acordo com os instrumentos de direito
observadas as disposições desta Lei. internacional;
IV - quando houver previsão legal ou a transferência for respal- IV - quando a transferência for necessária para a proteção da
dada em contratos, convênios ou instrumentos congêneres; ou(In- vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) V - quando a autoridade nacional autorizar a transferência;
V - na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusi- VI - quando a transferência resultar em compromisso assumido
vamente a prevenção de fraudes e irregularidades, ou proteger e em acordo de cooperação internacional;
resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados, desde VII - quando a transferência for necessária para a execução de
que vedado o tratamento para outras finalidades.(Incluído pela Lei política pública ou atribuição legal do serviço público, sendo dada
nº 13.853, de 2019)Vigência publicidade nos termos do inciso I docaputdo art. 23 desta Lei;

24
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
VIII - quando o titular tiver fornecido o seu consentimento es- CAPÍTULO VI
pecífico e em destaque para a transferência, com informação prévia DOS AGENTES DE TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
sobre o caráter internacional da operação, distinguindo claramente
esta de outras finalidades; ou SEÇÃO I
IX - quando necessário para atender as hipóteses previstas nos DO CONTROLADOR E DO OPERADOR
incisos II, V e VI do art. 7º desta Lei.
Parágrafo único. Para os fins do inciso I deste artigo, as pessoas Art. 37. O controlador e o operador devem manter registro das
jurídicas de direito público referidas no parágrafo único doart. 1º da operações de tratamento de dados pessoais que realizarem, espe-
Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de Acesso à Informa- cialmente quando baseado no legítimo interesse.
ção) , no âmbito de suas competências legais, e responsáveis, no Art. 38. A autoridade nacional poderá determinar ao contro-
âmbito de suas atividades, poderão requerer à autoridade nacional lador que elabore relatório de impacto à proteção de dados pes-
a avaliação do nível de proteção a dados pessoais conferido por país soais, inclusive de dados sensíveis, referente a suas operações de
ou organismo internacional. tratamento de dados, nos termos de regulamento, observados os
Art. 34. O nível de proteção de dados do país estrangeiro ou segredos comercial e industrial.
do organismo internacional mencionado no inciso I docaputdo art. Parágrafo único. Observado o disposto nocaputdeste artigo,
33 desta Lei será avaliado pela autoridade nacional, que levará em o relatório deverá conter, no mínimo, a descrição dos tipos de dados
consideração: coletados, a metodologia utilizada para a coleta e para a garantia da
I - as normas gerais e setoriais da legislação em vigor no país de segurança das informações e a análise do controlador com relação a
destino ou no organismo internacional; medidas, salvaguardas e mecanismos de mitigação de risco adotados.
II - a natureza dos dados; Art. 39. O operador deverá realizar o tratamento segundo as
III - a observância dos princípios gerais de proteção de dados instruções fornecidas pelo controlador, que verificará a observância
pessoais e direitos dos titulares previstos nesta Lei; das próprias instruções e das normas sobre a matéria.
IV - a adoção de medidas de segurança previstas em regula- Art. 40. A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões de
mento; interoperabilidade para fins de portabilidade, livre acesso aos da-
V - a existência de garantias judiciais e institucionais para o res- dos e segurança, assim como sobre o tempo de guarda dos regis-
peito aos direitos de proteção de dados pessoais; e tros, tendo em vista especialmente a necessidade e a transparência.
VI - outras circunstâncias específicas relativas à transferência.
Art. 35. A definição do conteúdo de cláusulas-padrão contra- SEÇÃO II
tuais, bem como a verificação de cláusulas contratuais específicas DO ENCARREGADO PELO TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS
para uma determinada transferência, normas corporativas globais
ou selos, certificados e códigos de conduta, a que se refere o in- Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo trata-
ciso II docaputdo art. 33 desta Lei, será realizada pela autoridade mento de dados pessoais.
nacional. § 1º A identidade e as informações de contato do encarrega-
§ 1º Para a verificação do disposto nocaputdeste artigo, deve- do deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
rão ser considerados os requisitos, as condições e as garantias mí- preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.
nimas para a transferência que observem os direitos, as garantias e § 2º As atividades do encarregado consistem em:
os princípios desta Lei. I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
§ 2º Na análise de cláusulas contratuais, de documentos ou de esclarecimentos e adotar providências;
normas corporativas globais submetidas à aprovação da autoridade II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar pro-
nacional, poderão ser requeridas informações suplementares ou vidências;
realizadas diligências de verificação quanto às operações de trata- III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-
mento, quando necessário. peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
pessoais; e
§ 3º A autoridade nacional poderá designar organismos de
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo contro-
certificação para a realização do previsto nocaputdeste artigo, que
lador ou estabelecidas em normas complementares.
permanecerão sob sua fiscalização nos termos definidos em regu-
§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas comple-
lamento.
mentares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusi-
§ 4º Os atos realizados por organismo de certificação poderão
ve hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, confor-
ser revistos pela autoridade nacional e, caso em desconformidade
me a natureza e o porte da entidade ou o volume de operações de
com esta Lei, submetidos a revisão ou anulados.
tratamento de dados.
§ 5º As garantias suficientes de observância dos princípios ge-
rais de proteção e dos direitos do titular referidas nocaputdeste ar- SEÇÃO III
tigo serão também analisadas de acordo com as medidas técnicas e DA RESPONSABILIDADE E DO RESSARCIMENTO DE DANOS
organizacionais adotadas pelo operador, de acordo com o previsto
nos §§ 1º e 2º do art. 46 desta Lei. Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercí-
Art. 36. As alterações nas garantias apresentadas como sufi- cio de atividade de tratamento de dados pessoais, causar a outrem
cientes de observância dos princípios gerais de proteção e dos di- dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legis-
reitos do titular referidas no inciso II do art. 33 desta Lei deverão ser lação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo.
comunicadas à autoridade nacional. § 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos da-
dos:
I - o operador responde solidariamente pelos danos causados
pelo tratamento quando descumprir as obrigações da legislação de
proteção de dados ou quando não tiver seguido as instruções lícitas
do controlador, hipótese em que o operador equipara-se ao con-
trolador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta Lei;

25
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
II - os controladores que estiverem diretamente envolvidos no Art. 48. O controlador deverá comunicar à autoridade nacional
tratamento do qual decorreram danos ao titular dos dados respon- e ao titular a ocorrência de incidente de segurança que possa acar-
dem solidariamente, salvo nos casos de exclusão previstos no art. retar risco ou dano relevante aos titulares.
43 desta Lei. § 1º A comunicação será feita em prazo razoável, conforme de-
§ 2º O juiz, no processo civil, poderá inverter o ônus da prova finido pela autoridade nacional, e deverá mencionar, no mínimo:
a favor do titular dos dados quando, a seu juízo, for verossímil a I - a descrição da natureza dos dados pessoais afetados;
alegação, houver hipossuficiência para fins de produção de prova II - as informações sobre os titulares envolvidos;
ou quando a produção de prova pelo titular resultar-lhe excessiva- III - a indicação das medidas técnicas e de segurança utilizadas
mente onerosa. para a proteção dos dados, observados os segredos comercial e in-
§ 3º As ações de reparação por danos coletivos que tenham por dustrial;
objeto a responsabilização nos termos docaputdeste artigo podem IV - os riscos relacionados ao incidente;
ser exercidas coletivamente em juízo, observado o disposto na le- V - os motivos da demora, no caso de a comunicação não ter
gislação pertinente. sido imediata; e
§ 4º Aquele que reparar o dano ao titular tem direito de regres- VI - as medidas que foram ou que serão adotadas para reverter
so contra os demais responsáveis, na medida de sua participação ou mitigar os efeitos do prejuízo.
no evento danoso. § 2º A autoridade nacional verificará a gravidade do incidente
Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabiliza- e poderá, caso necessário para a salvaguarda dos direitos dos ti-
dos quando provarem: tulares, determinar ao controlador a adoção de providências, tais
I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes como:
é atribuído; I - ampla divulgação do fato em meios de comunicação; e
II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pes- II - medidas para reverter ou mitigar os efeitos do incidente.
soais que lhes é atribuído, não houve violação à legislação de pro- § 3º No juízo de gravidade do incidente, será avaliada eventual
teção de dados; ou comprovação de que foram adotadas medidas técnicas adequadas
III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos que tornem os dados pessoais afetados ininteligíveis, no âmbito e
dados ou de terceiro. nos limites técnicos de seus serviços, para terceiros não autorizados
Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando a acessá-los.
deixar de observar a legislação ou quando não fornecer a segurança Art. 49. Os sistemas utilizados para o tratamento de dados
que o titular dele pode esperar, consideradas as circunstâncias rele- pessoais devem ser estruturados de forma a atender aos requisitos
vantes, entre as quais: de segurança, aos padrões de boas práticas e de governança e aos
I - o modo pelo qual é realizado; princípios gerais previstos nesta Lei e às demais normas regulamen-
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; tares.
III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à
época em que foi realizado.
SEÇÃO II
Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da viola-
DAS BOAS PRÁTICAS E DA GOVERNANÇA
ção da segurança dos dados o controlador ou o operador que, ao
deixar de adotar as medidas de segurança previstas no art. 46 desta
Art. 50. Os controladores e operadores, no âmbito de suas
Lei, der causa ao dano.
competências, pelo tratamento de dados pessoais, individualmente
Art. 45. As hipóteses de violação do direito do titular no âmbito
ou por meio de associações, poderão formular regras de boas práti-
das relações de consumo permanecem sujeitas às regras de respon-
cas e de governança que estabeleçam as condições de organização,
sabilidade previstas na legislação pertinente.
o regime de funcionamento, os procedimentos, incluindo reclama-
CAPÍTULO VII ções e petições de titulares, as normas de segurança, os padrões
DA SEGURANÇA E DAS BOAS PRÁTICAS técnicos, as obrigações específicas para os diversos envolvidos no
tratamento, as ações educativas, os mecanismos internos de super-
SEÇÃO I visão e de mitigação de riscos e outros aspectos relacionados ao
DA SEGURANÇA E DO SIGILO DE DADOS tratamento de dados pessoais.
§ 1º Ao estabelecer regras de boas práticas, o controlador e
Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de o operador levarão em consideração, em relação ao tratamento e
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados aos dados, a natureza, o escopo, a finalidade e a probabilidade e a
pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou gravidade dos riscos e dos benefícios decorrentes de tratamento de
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer dados do titular.
forma de tratamento inadequado ou ilícito. § 2º Na aplicação dos princípios indicados nos incisos VII e VIII
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técni- docaputdo art. 6º desta Lei, o controlador, observados a estrutura,
cos mínimos para tornar aplicável o disposto nocaputdeste artigo, a escala e o volume de suas operações, bem como a sensibilidade
considerados a natureza das informações tratadas, as característi- dos dados tratados e a probabilidade e a gravidade dos danos para
cas específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia, es- os titulares dos dados, poderá:
pecialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os I - implementar programa de governança em privacidade que,
princípios previstos nocaputdo art. 6º desta Lei. no mínimo:
§ 2º As medidas de que trata ocaputdeste artigo deverão ser a) demonstre o comprometimento do controlador em adotar
observadas desde a fase de concepção do produto ou do serviço processos e políticas internas que assegurem o cumprimento, de
até a sua execução. forma abrangente, de normas e boas práticas relativas à proteção
Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa de dados pessoais;
que intervenha em uma das fases do tratamento obriga-se a ga- b) seja aplicável a todo o conjunto de dados pessoais que este-
rantir a segurança da informação prevista nesta Lei em relação aos jam sob seu controle, independentemente do modo como se reali-
dados pessoais, mesmo após o seu término. zou sua coleta;

26
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
c) seja adaptado à estrutura, à escala e ao volume de suas ope- II - a boa-fé do infrator;
rações, bem como à sensibilidade dos dados tratados; III - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
d) estabeleça políticas e salvaguardas adequadas com base em IV - a condição econômica do infrator;
processo de avaliação sistemática de impactos e riscos à privacida- V - a reincidência;
de; VI - o grau do dano;
e) tenha o objetivo de estabelecer relação de confiança com o VII - a cooperação do infrator;
titular, por meio de atuação transparente e que assegure mecanis- VIII - a adoção reiterada e demonstrada de mecanismos e pro-
mos de participação do titular; cedimentos internos capazes de minimizar o dano, voltados ao
f) esteja integrado a sua estrutura geral de governança e esta- tratamento seguro e adequado de dados, em consonância com o
beleça e aplique mecanismos de supervisão internos e externos; disposto no inciso II do § 2º do art. 48 desta Lei;
g) conte com planos de resposta a incidentes e remediação; e IX - a adoção de política de boas práticas e governança;
h) seja atualizado constantemente com base em informações X - a pronta adoção de medidas corretivas; e
obtidas a partir de monitoramento contínuo e avaliações periódi- XI - a proporcionalidade entre a gravidade da falta e a intensi-
cas; dade da sanção.
II - demonstrar a efetividade de seu programa de governança § 2º O disposto neste artigo não substitui a aplicação de san-
em privacidade quando apropriado e, em especial, a pedido da au- ções administrativas, civis ou penais definidas na Lei nº 8.078, de
toridade nacional ou de outra entidade responsável por promover o 11 de setembro de 1990, e em legislação específica.(Redação dada
cumprimento de boas práticas ou códigos de conduta, os quais, de pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
forma independente, promovam o cumprimento desta Lei. § 3º O disposto nos incisos I, IV, V, VI, X, XI e XII docaputdeste
§ 3º As regras de boas práticas e de governança deverão ser pu- artigo poderá ser aplicado às entidades e aos órgãos públicos, sem
blicadas e atualizadas periodicamente e poderão ser reconhecidas prejuízo do disposto naLei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
e divulgadas pela autoridade nacional. naLei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e naLei nº 12.527, de 18 de
Art. 51. A autoridade nacional estimulará a adoção de padrões novembro de 2011.(Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019)
técnicos que facilitem o controle pelos titulares dos seus dados pes- § 4º No cálculo do valor da multa de que trata o inciso II do-
soais. caputdeste artigo, a autoridade nacional poderá considerar o fa-
turamento total da empresa ou grupo de empresas, quando não
CAPÍTULO VIII dispuser do valor do faturamento no ramo de atividade empresarial
DA FISCALIZAÇÃO em que ocorreu a infração, definido pela autoridade nacional, ou
quando o valor for apresentado de forma incompleta ou não for
SEÇÃO I demonstrado de forma inequívoca e idônea.
DAS SANÇÕES ADMINISTRATIVAS § 5º O produto da arrecadação das multas aplicadas pela ANPD,
inscritas ou não em dívida ativa, será destinado ao Fundo de Defesa
Art. 52. Os agentes de tratamento de dados, em razão das in- de Direitos Difusos de que tratam o art. 13 da Lei nº 7.347, de 24 de
frações cometidas às normas previstas nesta Lei, ficam sujeitos às julho de 1985, e a Lei nº 9.008, de 21 de março de 1995.(Incluído
seguintes sanções administrativas aplicáveis pela autoridade nacio- pela Lei nº 13.853, de 2019)
nal:(Vigência) § 6º As sanções previstas nos incisos X, XI e XII docaputdeste
I - advertência, com indicação de prazo para adoção de medi- artigo serão aplicadas:(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
das corretivas; I - somente após já ter sido imposta ao menos 1 (uma) das san-
II - multa simples, de até 2% (dois por cento) do faturamento da ções de que tratam os incisos II, III, IV, V e VI docaputdeste artigo
pessoa jurídica de direito privado, grupo ou conglomerado no Brasil para o mesmo caso concreto; e(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
no seu último exercício, excluídos os tributos, limitada, no total, a II - em caso de controladores submetidos a outros órgãos e
R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração; entidades com competências sancionatórias, ouvidos esses órgãos.
III - multa diária, observado o limite total a que se refere o in- (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ciso II; § 7º Os vazamentos individuais ou os acessos não autorizados
IV - publicização da infração após devidamente apurada e con- de que trata ocaputdo art. 46 desta Lei poderão ser objeto de con-
firmada a sua ocorrência; ciliação direta entre controlador e titular e, caso não haja acordo, o
V - bloqueio dos dados pessoais a que se refere a infração até controlador estará sujeito à aplicação das penalidades de que trata
a sua regularização;
este artigo.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)Vigência
VI - eliminação dos dados pessoais a que se refere a infração;
Art. 53. A autoridade nacional definirá, por meio de regulamen-
X - suspensão parcial do funcionamento do banco de dados a
to próprio sobre sanções administrativas a infrações a esta Lei, que
que se refere a infração pelo período máximo de 6 (seis) meses,
deverá ser objeto de consulta pública, as metodologias que orienta-
prorrogável por igual período, até a regularização da atividade de
rão o cálculo do valor-base das sanções de multa.(Vigência)
tratamento pelo controlador;(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º As metodologias a que se refere ocaputdeste artigo devem
XI - suspensão do exercício da atividade de tratamento dos da-
ser previamente publicadas, para ciência dos agentes de tratamen-
dos pessoais a que se refere a infração pelo período máximo de
6 (seis) meses, prorrogável por igual período;(Incluído pela Lei nº to, e devem apresentar objetivamente as formas e dosimetrias para
13.853, de 2019) o cálculo do valor-base das sanções de multa, que deverão conter
XII - proibição parcial ou total do exercício de atividades relacio- fundamentação detalhada de todos os seus elementos, demons-
nadas a tratamento de dados.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) trando a observância dos critérios previstos nesta Lei.
§ 1º As sanções serão aplicadas após procedimento administra- § 2º O regulamento de sanções e metodologias corresponden-
tivo que possibilite a oportunidade da ampla defesa, de forma gra- tes deve estabelecer as circunstâncias e as condições para a adoção
dativa, isolada ou cumulativa, de acordo com as peculiaridades do de multa simples ou diária.
caso concreto e considerados os seguintes parâmetros e critérios: Art. 54. O valor da sanção de multa diária aplicável às infrações
I - a gravidade e a natureza das infrações e dos direitos pessoais a esta Lei deve observar a gravidade da falta e a extensão do dano
afetados; ou prejuízo causado e ser fundamentado pela autoridade nacional.

27
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá Art. 55-E. Os membros do Conselho Diretor somente perderão
conter, no mínimo, a descrição da obrigação imposta, o prazo ra- seus cargos em virtude de renúncia, condenação judicial transitada
zoável e estipulado pelo órgão para o seu cumprimento e o valor em julgado ou pena de demissão decorrente de processo adminis-
da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento.(Vigência) trativo disciplinar. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Nos termos docaputdeste artigo, cabe ao Ministro de Esta-
CAPÍTULO IX do Chefe da Casa Civil da Presidência da República instaurar o pro-
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) cesso administrativo disciplinar, que será conduzido por comissão
E DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- especial constituída por servidores públicos federais estáveis.(Inclu-
AIS E DA PRIVACIDADE ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º Compete ao Presidente da República determinar o afas-
SEÇÃO I tamento preventivo, somente quando assim recomendado pela
DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (ANPD) comissão especial de que trata o § 1º deste artigo, e proferir o jul-
gamento. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-A. Fica criada, sem aumento de despesa, a Autoridade Art. 55-F. Aplica-se aos membros do Conselho Diretor, após o
Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão da administração pú- exercício do cargo, o disposto noart. 6º da Lei nº 12.813, de 16 de
blica federal, integrante da Presidência da República. (Incluído pela maio de 2013. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Lei nº 13.853, de 2019) Parágrafo único. A infração ao disposto nocaputdeste artigo ca-
§ 1º A natureza jurídica da ANPD é transitória e poderá ser trans- racteriza ato de improbidade administrativa. (Incluído pela Lei nº
formada pelo Poder Executivo em entidade da administração pública 13.853, de 2019)
federal indireta, submetida a regime autárquico especial e vinculada à Art. 55-G. Ato do Presidente da República disporá sobre a es-
Presidência da República. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) trutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 2º A avaliação quanto à transformação de que dispõe o § 1º § 1º Até a data de entrada em vigor de sua estrutura regimen-
deste artigo deverá ocorrer em até 2 (dois) anos da data da entra- tal, a ANPD receberá o apoio técnico e administrativo da Casa Civil
da em vigor da estrutura regimental da ANPD. (Incluído pela Lei nº da Presidência da República para o exercício de suas atividades. (In-
13.853, de 2019) cluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O provimento dos cargos e das funções necessários à cria- § 2º O Conselho Diretor disporá sobre o regimento interno da
ção e à atuação da ANPD está condicionado à expressa autorização ANPD. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
física e financeira na lei orçamentária anual e à permissão na lei de
Art. 55-H. Os cargos em comissão e as funções de confiança da
diretrizes orçamentárias. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
ANPD serão remanejados de outros órgãos e entidades do Poder
Art. 55-B. É assegurada autonomia técnica e decisória à ANPD.
Executivo federal. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-I. Os ocupantes dos cargos em comissão e das funções
Art. 55-C. A ANPD é composta de: (Incluído pela Lei nº 13.853,
de 2019) de confiança da ANPD serão indicados pelo Conselho Diretor e no-
I - Conselho Diretor, órgão máximo de direção; (Incluído pela meados ou designados pelo Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei
Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
II - Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Art. 55-J. Compete à ANPD: (Incluído pela Lei nº 13.853, de
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 2019)
III - Corregedoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - zelar pela proteção dos dados pessoais, nos termos da legis-
IV - Ouvidoria; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lação; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
V - órgão de assessoramento jurídico próprio; e(Incluído pela II - zelar pela observância dos segredos comercial e industrial,
Lei nº 13.853, de 2019) observada a proteção de dados pessoais e do sigilo das informações
VI - unidades administrativas e unidades especializadas necessárias quando protegido por lei ou quando a quebra do sigilo violar os fun-
à aplicação do disposto nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) damentos do art. 2º desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 55-D. O Conselho Diretor da ANPD será composto de 5 III - elaborar diretrizes para a Política Nacional de Proteção de Da-
(cinco) diretores, incluído o Diretor-Presidente. (Incluído pela Lei nº dos Pessoais e da Privacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
13.853, de 2019) IV - fiscalizar e aplicar sanções em caso de tratamento de dados
§ 1º Os membros do Conselho Diretor da ANPD serão escolhi- realizado em descumprimento à legislação, mediante processo ad-
dos pelo Presidente da República e por ele nomeados, após apro- ministrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e o direi-
vação pelo Senado Federal, nos termos da alínea ‘f’ do inciso III do to de recurso; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
art. 52 da Constituição Federal, e ocuparão cargo em comissão do V - apreciar petições de titular contra controlador após com-
Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, no mínimo, de provada pelo titular a apresentação de reclamação ao controlador
nível 5. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) não solucionada no prazo estabelecido em regulamentação; (Inclu-
§ 2º Os membros do Conselho Diretor serão escolhidos dentre ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
brasileiros que tenham reputação ilibada, nível superior de educa- VI - promover na população o conhecimento das normas e das
ção e elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para políticas públicas sobre proteção de dados pessoais e das medidas
os quais serão nomeados. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
de segurança; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 3º O mandato dos membros do Conselho Diretor será de 4
VII - promover e elaborar estudos sobre as práticas nacionais e
(quatro) anos. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
internacionais de proteção de dados pessoais e privacidade; (Inclu-
§ 4º Os mandatos dos primeiros membros do Conselho Diretor
ído pela Lei nº 13.853, de 2019)
nomeados serão de 2 (dois), de 3 (três), de 4 (quatro), de 5 (cinco)
e de 6 (seis) anos, conforme estabelecido no ato de nomeação. (In- VIII - estimular a adoção de padrões para serviços e produtos
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) que facilitem o exercício de controle dos titulares sobre seus dados
§ 5º Na hipótese de vacância do cargo no curso do mandato de pessoais, os quais deverão levar em consideração as especificida-
membro do Conselho Diretor, o prazo remanescente será completa- des das atividades e o porte dos responsáveis; (Incluído pela Lei nº
do pelo sucessor. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)

28
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
IX - promover ações de cooperação com autoridades de prote- mínima intervenção, assegurados os fundamentos, os princípios e
ção de dados pessoais de outros países, de natureza internacional os direitos dos titulares previstos noart. 170 da Constituição Fede-
ou transnacional; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) rale nesta Lei. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
X - dispor sobre as formas de publicidade das operações de tra- § 2º Os regulamentos e as normas editados pela ANPD devem
tamento de dados pessoais, respeitados os segredos comercial e ser precedidos de consulta e audiência públicas, bem como de aná-
industrial; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) lises de impacto regulatório. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XI - solicitar, a qualquer momento, às entidades do poder pú- § 3º A ANPD e os órgãos e entidades públicos responsáveis pela
blico que realizem operações de tratamento de dados pessoais in- regulação de setores específicos da atividade econômica e gover-
forme específico sobre o âmbito, a natureza dos dados e os demais namental devem coordenar suas atividades, nas correspondentes
detalhes do tratamento realizado, com a possibilidade de emitir pa- esferas de atuação, com vistas a assegurar o cumprimento de suas
recer técnico complementar para garantir o cumprimento desta Lei; atribuições com a maior eficiência e promover o adequado funcio-
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) namento dos setores regulados, conforme legislação específica, e o
XII - elaborar relatórios de gestão anuais acerca de suas ativida- tratamento de dados pessoais, na forma desta Lei. (Incluído pela Lei
des; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) nº 13.853, de 2019)
XIII - editar regulamentos e procedimentos sobre proteção de § 4º A ANPD manterá fórum permanente de comunicação, in-
dados pessoais e privacidade, bem como sobre relatórios de impac- clusive por meio de cooperação técnica, com órgãos e entidades
to à proteção de dados pessoais para os casos em que o tratamento da administração pública responsáveis pela regulação de setores
representar alto risco à garantia dos princípios gerais de proteção específicos da atividade econômica e governamental, a fim de faci-
de dados pessoais previstos nesta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, litar as competências regulatória, fiscalizatória e punitiva da ANPD.
de 2019) (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XIV - ouvir os agentes de tratamento e a sociedade em maté- § 5º No exercício das competências de que trata ocaputdeste
rias de interesse relevante e prestar contas sobre suas atividades e artigo, a autoridade competente deverá zelar pela preservação do
planejamento;(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) segredo empresarial e do sigilo das informações, nos termos da lei.
XV - arrecadar e aplicar suas receitas e publicar, no relatório de (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
gestão a que se refere o inciso XII docaputdeste artigo, o detalhamen- § 6º As reclamações colhidas conforme o disposto no inciso V
to de suas receitas e despesas; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) docaputdeste artigo poderão ser analisadas de forma agregada, e
XVI - realizar auditorias, ou determinar sua realização, no âmbi- as eventuais providências delas decorrentes poderão ser adotadas
to da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com a devi- de forma padronizada.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
da observância do disposto no inciso II docaputdeste artigo, sobre o Art. 55-K. A aplicação das sanções previstas nesta Lei compe-
tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de tratamen- te exclusivamente à ANPD, e suas competências prevalecerão, no
to, incluído o poder público; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) que se refere à proteção de dados pessoais, sobre as competências
XVII - celebrar, a qualquer momento, compromisso com agen- correlatas de outras entidades ou órgãos da administração pública.
tes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
situação contenciosa no âmbito de processos administrativos, de Parágrafo único. A ANPD articulará sua atuação com outros
acordo com o previsto no Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro órgãos e entidades com competências sancionatórias e normativas
de 1942; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) afetas ao tema de proteção de dados pessoais e será o órgão cen-
XVIII - editar normas, orientações e procedimentos simplifi- tral de interpretação desta Lei e do estabelecimento de normas e
cados e diferenciados, inclusive quanto aos prazos, para que mi- diretrizes para a sua implementação. (Incluído pela Lei nº 13.853,
croempresas e empresas de pequeno porte, bem como iniciativas de 2019)
empresariais de caráter incremental ou disruptivo que se autode- Art. 55-L. Constituem receitas da ANPD: (Incluído pela Lei nº
claremstartupsou empresas de inovação, possam adequar-se a esta 13.853, de 2019)
Lei; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) I - as dotações, consignadas no orçamento geral da União, os
XIX - garantir que o tratamento de dados de idosos seja efetu- créditos especiais, os créditos adicionais, as transferências e os re-
ado de maneira simples, clara, acessível e adequada ao seu enten- passes que lhe forem conferidos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de
dimento, nos termos desta Lei e daLei nº 10.741, de 1º de outubro 2019)
de 2003 (Estatuto do Idoso);(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) II - as doações, os legados, as subvenções e outros recursos que
XX - deliberar, na esfera administrativa, em caráter terminativo,
lhe forem destinados; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
sobre a interpretação desta Lei, as suas competências e os casos
III - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e
omissos; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
imóveis de sua propriedade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
XXI - comunicar às autoridades competentes as infrações pe-
nais das quais tiver conhecimento; (Incluído pela Lei nº 13.853, de IV - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro
2019) das receitas previstas neste artigo;(Incluído pela Lei nº 13.853, de
XXII - comunicar aos órgãos de controle interno o descumpri- 2019)
mento do disposto nesta Lei por órgãos e entidades da administra- VI - os recursos provenientes de acordos, convênios ou con-
ção pública federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) tratos celebrados com entidades, organismos ou empresas, públi-
XXIII - articular-se com as autoridades reguladoras públicas cos ou privados, nacionais ou internacionais;(Incluído pela Lei nº
para exercer suas competências em setores específicos de ativida- 13.853, de 2019)
des econômicas e governamentais sujeitas à regulação; e (Incluído VII - o produto da venda de publicações, material técnico, da-
pela Lei nº 13.853, de 2019) dos e informações, inclusive para fins de licitação pública. (Incluído
XXIV - implementar mecanismos simplificados, inclusive por pela Lei nº 13.853, de 2019)
meio eletrônico, para o registro de reclamações sobre o tratamento
de dados pessoais em desconformidade com esta Lei. (Incluído pela
Lei nº 13.853, de 2019)
§ 1º Ao impor condicionantes administrativas ao tratamento
de dados pessoais por agente de tratamento privado, sejam eles
limites, encargos ou sujeições, a ANPD deve observar a exigência de

29
ATENDIMENTO (FOCADO EM VENDAS) - LEGISLAÇÃO
SEÇÃO II V - disseminar o conhecimento sobre a proteção de dados pes-
DO CONSELHO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSO- soais e da privacidade à população. (Incluído pela Lei nº 13.853, de
AIS E DA PRIVACIDADE 2019)

Art. 58-A. O Conselho Nacional de Proteção de Dados Pessoais CAPÍTULO X


e da Privacidade será composto de 23 (vinte e três) representan- DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
tes, titulares e suplentes, dos seguintes órgãos:(Incluído pela Lei nº
13.853, de 2019) Art. 60. ALei nº 12.965, de 23 de abril de 2014 (Marco Civil da
I - 5 (cinco) do Poder Executivo federal;(Incluído pela Lei nº Internet) , passa a vigorar com as seguintes alterações:Vigência
13.853, de 2019) X - exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido
II - 1 (um) do Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 13.853, de a determinada aplicação de internet, a seu requerimento, ao térmi-
2019) no da relação entre as partes, ressalvadas as hipóteses de guarda
III - 1 (um) da Câmara dos Deputados; (Incluído pela Lei nº obrigatória de registros previstas nesta Lei e na que dispõe sobre a
13.853, de 2019) proteção de dados pessoais;
IV - 1 (um) do Conselho Nacional de Justiça; (Incluído pela Lei II - de dados pessoais que sejam excessivos em relação à finalidade
nº 13.853, de 2019) para a qual foi dado consentimento pelo seu titular, exceto nas hipóteses
V - 1 (um) do Conselho Nacional do Ministério Público; (Incluí- previstas na Lei que dispõe sobre a proteção de dados pessoais.” (NR)
do pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 61. A empresa estrangeira será notificada e intimada de to-
VI - 1 (um) do Comitê Gestor da Internet no Brasil; (Incluído dos os atos processuais previstos nesta Lei, independentemente de
pela Lei nº 13.853, de 2019) procuração ou de disposição contratual ou estatutária, na pessoa
VII - 3 (três) de entidades da sociedade civil com atuação rela- do agente ou representante ou pessoa responsável por sua filial,
cionada a proteção de dados pessoais;(Incluído pela Lei nº 13.853, agência, sucursal, estabelecimento ou escritório instalado no Brasil.
de 2019) Art. 62. A autoridade nacional e o Instituto Nacional de Estudos
VIII - 3 (três) de instituições científicas, tecnológicas e de inova- e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), no âmbito de suas
ção; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) competências, editarão regulamentos específicos para o acesso a
IX - 3 (três) de confederações sindicais representativas das dados tratados pela União para o cumprimento do disposto no§ 2º
categorias econômicas do setor produtivo; (Incluído pela Lei nº do art. 9º da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Dire-
13.853, de 2019) trizes e Bases da Educação Nacional) , e aos referentes ao Sistema
X - 2 (dois) de entidades representativas do setor empresarial Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), de que trata
relacionado à área de tratamento de dados pessoais; e(Incluído aLei nº 10.861, de 14 de abril de 2004 .
pela Lei nº 13.853, de 2019) Art. 63. A autoridade nacional estabelecerá normas sobre a
XI - 2 (dois) de entidades representativas do setor laboral. (In- adequação progressiva de bancos de dados constituídos até a data
cluído pela Lei nº 13.853, de 2019) de entrada em vigor desta Lei, consideradas a complexidade das
§ 1º Os representantes serão designados por ato do Presidente operações de tratamento e a natureza dos dados.
da República, permitida a delegação.(Incluído pela Lei nº 13.853, Art. 64. Os direitos e princípios expressos nesta Lei não excluem
de 2019) outros previstos no ordenamento jurídico pátrio relacionados à ma-
§ 2º Os representantes de que tratam os incisos I, II, III, IV, V e téria ou nos tratados internacionais em que a República Federativa
VI docaputdeste artigo e seus suplentes serão indicados pelos titu- do Brasil seja parte.
lares dos respectivos órgãos e entidades da administração pública. Art. 65. Esta Lei entra em vigor:(Redação dada pela Lei nº
(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) 13.853, de 2019)
§ 3º Os representantes de que tratam os incisos VII, VIII, IX,
I - dia 28 de dezembro de 2018, quanto aos arts. 55-A, 55-B,
X e XI docaputdeste artigo e seus suplentes: (Incluído pela Lei nº
55-C, 55-D, 55-E, 55-F, 55-G, 55-H, 55-I, 55-J, 55-K, 55-L, 58-A e 58-B;
13.853, de 2019)
e(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
I - serão indicados na forma de regulamento;(Incluído pela Lei
I-A – dia 1º de agosto de 2021, quanto aos arts. 52, 53 e 54;(In-
nº 13.853, de 2019)
cluído pela Lei nº 14.010, de 2020)
II - não poderão ser membros do Comitê Gestor da Internet no
II - 24 (vinte e quatro) meses após a data de sua publicação,
Brasil;(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
quanto aos demais artigos.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
III - terão mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recon-
dução. (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
§ 4º A participação no Conselho Nacional de Proteção de Dados Brasília, 14 de agosto de 2018; 197º da Independência e 130º
Pessoais e da Privacidade será considerada prestação de serviço públi- da República.
co relevante, não remunerada.(Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019)
Art. 58-B. Compete ao Conselho Nacional de Proteção de Da- MICHEL TEMER
dos Pessoais e da Privacidade: (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Torquato Jardim
I - propor diretrizes estratégicas e fornecer subsídios para a elabo- Aloysio Nunes Ferreira Filho
ração da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Privaci- Eduardo Refinetti Guardia
dade e para a atuação da ANPD; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Esteves Pedro Colnago Junior
II - elaborar relatórios anuais de avaliação da execução das Gilberto Magalhães Occhi
ações da Política Nacional de Proteção de Dados Pessoais e da Pri- Gilberto Kassab
vacidade; (Incluído pela Lei nº 13.853, de 2019) Wagner de Campos Rosário
III - sugerir ações a serem realizadas pela ANPD;(Incluído pela Gustavo do Vale Rocha
Lei nº 13.853, de 2019) Ilan Goldfajn
IV - elaborar estudos e realizar debates e audiências públicas Raul Jungmann
sobre a proteção de dados pessoais e da privacidade; e(Incluído Eliseu Padilha
pela Lei nº 13.853, de 2019)

30

Você também pode gostar