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Bridging the Gap

Spin: modificações na redação


científica que escondem
fragilidades metodológicas com
impacto social negativo

Charles Phillipe de Lucena Alves1


Gabriel Gonçalves da Costa2
João de Deus Barreto Segundo3
Lucas Helal4
1
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Rio Grande do Norte). Natal, Brasil. charleslucena@ufrn.edu.br
Universidade Federal do Rio de Janeiro (Rio de Janeiro). Rio de Janeiro, Brasil. gabriel.costa@bioqmed.ufrj.br
2

Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (Salvador), Universidade Federal da Bahia (Salvador). Bahia, Brasil. nucc-joaosegundo@bahiana.edu.br
3

4
Autor para correspondência. Universidade do Extremo Sul Catarinense (Criciúma). Santa Catarina, Brasil. lh@unesc.net

Introdução quando este não existe), mesmo na ausência de


dados para apoiar as conclusões, pode ser chama-
O que é spin? do de spin1. Neste sentido, é um termo utilizado
em grande parte (mas não somente) para estudos
“Uma cura para a calvície pode estar a caminho”. de característica clínica e/ou intervencionista (de
A frase chama a atenção e gera visualizações natureza experimental, por exemplo), como estu-
quando afirmada no título ou texto em algum ar- dos que ofertam uma droga ou outra intervenção
tigo (estudo científico) ou notícia jornalística, cor- (A) para um determinado grupo de pacientes ou
reto? O problema é que ela pode dizer respeito a animais, e uma droga ou outra intervenção (B) ou
um resultado de um estudo científico que não foi placebo para outro grupo de pacientes ou ani-
realizado em humanos (ou um estudo que sequer mais e que ao final querem saber se a droga A é
avaliou a calvície propriamente). Sabe-se que mo- melhor (ou equivalente) que a droga B2,3.
delos animais podem não indicar causalidade
(estabelecimento de relações de causa e efeito – Dessa forma, tem-se que um artigo pode mos-
nota: ver tabela 1 para definição) para humanos, trar em seus resultados a ineficácia de um de-
sendo o estabelecimento da causalidade um dos terminado procedimento em relação a um pla-
objetos finais da pesquisa biomédica e para o cebo (substância ou tratamento inócuo) ou a um
qual almeja-se o desenvolvimento de inovações tratamento rotineiro, no entanto, a redação do
em prol da melhoria da saúde e da qualidade de artigo pode se inclinar para convencer os leitores
vida da população em geral. de que o procedimento experimental relatado é
superior ou causa benefícios, caracterizando um
Em termos gerais, qualquer ato (intencional ou tipo de spin já documentado4. As estatísticas po-
não intencional), que deturpa os resultados do dem mentir se manipuladas de determinadas
estudo no intuito de destacar/enfatizar o efeito formas, auxiliando a compor uma narrativa ir-
benéfico de uma determinada intervenção/proce- real dos resultados5.
dimento (ou mesmo implicar um efeito benéfico

Como citar este artigo: Alves CPL, Costa GG, Barreto Segundo JD, Helal
Submetido 27/03/2020, Aceito 30/03/2020, Publicado 02/04/2020 L. Spin: modificações na redação científica que escondem fragilidades
J. Évid-Based Healthc., Salvador, 2020 Junho;2(1):97-105 metodológicas com impacto social negativo. J Évid-Based Healthc.
Doi: 10.17267/2675-021Xevidence.v2i1.2840 | ISSN: 2675-021X 2020;2(1):97-105. doi: 10.17267/2675-021Xevidence.v2i1.2840
Na pesquisa biomédica, o termo spin recebe outros benefícios de descobertas científicas em detrimento
nomes/sinônimos6, como: apresentação distorcida1,7, dos malefícios ou da ausência de evidências sobre
deturpação3,8, exagero nos resultados da pesquisa9-11, benefícios ou malefícios18,19.
relatórios enganosos ou inadequados12,13, interpreta-
ção tendenciosa14, superinterpretação7 ou interpreta- Indivíduos sem ou com pouco treinamento científico
ção incorreta e extrapolação inadequada8. ou estatístico em um determinado tema, ao lerem re-
sumos de estudos em humanos e estudos em animais
Neste sentido, a presença de spin pode dificultar ou que contêm um determinado tratamento para uma
distorcer a tradução da pesquisa para a prática clíni- determinada condição, afirmam com maior frequên-
ca, fornecendo expectativas irreais sobre novos tra- cia que o tratamento é benéfico nos resumos dos es-
tamentos/procedimentos15. Em uma amostra de 101 tudos (o famoso abstract) que possuem spin, ou seja,
descobertas da pesquisa experimental (aquela que é que normalmente já forçam uma versão benéfica dos
feita com animais ou células) que alegaram potencial resultados independentemente da natureza dos re-
terapêutico, somente cinco chegaram a ser testadas sultados e dos dados brutos15,18. Tal fato ocorre entre
em humanos e somente uma chegou a ser utilizada os próprios cientistas, que também não estão isentos
amplamente na prática clínica duas décadas depois. de interpretar erroneamente um estudo, portanto,
Não é incomum estudos em animais serem em deter- não sendo necessariamente uma consequência de
minados contextos supervalorizados indevidamente16. baixo letramento científico e estatístico19. O resumo
do artigo é lido mais frequentemente do que o texto
Adicionalmente, a deturpação dos resultados pode im- completo21 e por este motivo a presença de spin é
plicar em outras consequências, como elevar expectati- bastante estudada em resumos de artigos3.
vas falsas sobre tratamentos entre pacientes e clínicos3,
podendo também influenciar os responsáveis por for- Neste sentido, o spin alimenta uma narrativa heroica
mulações de políticas públicas a regular inadequada- sobre o trabalho científico em que gênios isoladamen-
mente os tratamentos (por exemplo, a regulamentação te descobrem coisas e curam doenças20. O problema
sobre o efeito de uma determinada droga) ou até mes- desta narrativa é que ela não é verdadeira. O trabalho
mo a incorporar políticas públicas equivocadas17. científico, na verdade, é um esforço colaborativo e as
descobertas tendem a ser discretas, incrementais e
Spin em um artigo pode causar spin subsequente na dependentes de contextos e condições muito particu-
notícia jornalística sobre o próprio artigo (caracteri- lares e específicas. Idealmente, os resultados da pes-
zando uma cascata de eventos, um efeito dominó), quisa científica devem ser relatados de forma comple-
sendo bem comum artigos com spin serem propa- ta, ética, transparente, reprodutível e acurada, sendo
gados na imprensa8,11, essa que representa uma im- isso o que propõem as normas da ciência.
portante fonte de informação para público formado
por não-cientistas, incluindo pacientes18. No caso da No entanto, as publicações científicas não são so-
calvície citado no início deste texto, somente adicio- mente os dados brutos obtidos na pesquisa, também
nar a frase “em ratos” ao título da notícia poderia envolvendo escrita e argumentação. Neste processo,
reduzir substancialmente as más interpretações, e a o spin pode ocorrer de forma até inconsciente pelos
extrapolação gerada pela mesma poderia ser poten- próprios cientistas no momento de escrever e argu-
cialmente evitada se o artigo original que deu fruto mentar os seus achados, podendo ser não intencio-
à notícia jornalística tivesse sido cético quanto aos nal em sua natureza20. Ele pode ocorrer de forma
seus próprios resultados15, prevenindo o efeito domi- tão inconsciente que os estudos que quantificaram a
nó previamente mencionado9,12. Já se é documentado presença de spin em outros estudos também foram
ser comum que artigos científicos e suas respetivas passíveis de spin22. O fato deste presente texto cien-
notícias jornalísticas demonstrem uma ênfase nos tífico sobre spin apresentar uma possível fragilidade

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metodológica nos estudos científicos que estudam como ferramenta para análise funcional. Tal alegação
spin reflete o fato de que a ciência deve ser escrita de necessitaria de um estudo clínico e experimental para
uma forma que contemple os dois (ou mais) lados/as- ser feita com segurança, caracterizando uma extrapo-
pectos de uma investigação. Porque é assim que se faz lação do potencial do estudo, fato que por fim configu-
ciência. Não se sabe de antemão o que pode ser en- ra um tipo de spin também25. A narrativa do estudo é
contrado. Supõe-se, testa-se, interpreta-se e relata-se tão tendenciosa que a flexão de braço é sugerida como
da forma mais fidedigna e transparente possível. uma medida simples, rápida e gratuita para avaliação
clínica. Verificam-se inconsistências de narrativa entre
No longo prazo, o spin pode contribuir para o emer- o resumo do artigo e o texto completo, com o texto
gente descrédito na ciência por parte da sociedade apresentando uma argumentação mais cética, basea-
que tem que diariamente lidar com manchetes con- da nos dados, e, portanto, menos tendenciosa25,26.
traditórias23. Por este motivo, o spin é um adoecimen-
to de relato que deve ao máximo ser controlado20. Dito isso, como identificar o spin no artigo
científico?
É importante ressaltar que, apesar do spin ser em gran-
de parte estudado em estudos experimentais/interven- Basicamente, o spin pode ser concebido em 3 catego-
çãoa, os estudos observacionaisb, que apresentam tam- rias, a saber: 1) relatos enganosos (relato enganoso
bém grande apelo midiático23 e, a depender dos casos de resultado é definido como relato incompleto dos
um maior grau de flexibilidade de análises quantitati- resultados do estudo que podem ser enganosos para
vas e possíveis narrativas24, também não ficam isentos o leitore; desfechosf omitidos; etc.); 2) interpretação
de spin12,25,26. Tem-se como breve exemplo o artigo de inadequada (interpretação inadequada dos resul-
Yang et al. (2019)26, publicado em uma das revistas cien- tados do estudo por parte dos próprios autores é
tíficas mais importantes da área médica (Journal of the definida como uma interpretação enganosa dos re-
American Medical Association - JAMA), da área de educa- sultados do estudo que, em geral, superestimam os
ção física, uma área que apresenta amplo apelo midiá- benefícios reais de uma intervenção) e 3) extrapola-
tico e interesse por parte da população23. ção inadequada dos resultados (é definida como uma
extrapolação inapropriada dos resultados do estudo,
O estudo observou indivíduos ao longo do tempo de especialmente quando recomendações clínicas são
forma retrospectivac, a fim de estimar associações en- realizadas a partir desenhos observacionais, que não
tre força muscular, medida pela capacidade de realizar suportam tal condição ou extrapolações para popula-
flexões de braço, e eventos cardiovasculares (qualquer ções não estudadas no artigo específico)2.
tipo de acometimento no sistema cardiovascular). Ao
final do estudo, os autores encontraram associações Basicamente, cada categoria de spin inclui várias es-
negativasd entre capacidade de realizar o exercício de tratégias retóricas. Se são retóricas, não são baseadas
flexão de braço e eventos cardiovasculares. No entan- em evidência, são baseadas em discurso. Na Tabela 1,
to, nas conclusões do resumo do artigo, visualiza-se listaremos algumas das mais importantes para cada
uma alegação de um possível uso da flexão de braço categoria e como o leitor poderá identificá-las.

a
Este é um modelo de estudo em que os indivíduos são alocados de forma aleatória ou não para receber ou não um determinado procedimento que, presume-
se, pode vir a ser benéfico.
b
É um tipo de estudo que observa as variáveis sem dar conta de ter grupos para controlá-las. Com isto, gera hipóteses para outros estudos mais robustos, mas
não é capaz de evidenciar relações de causa e efeito de modo confirmatório.
c
Modelo de estudo em que o pesquisador estuda os pacientes a partir de um desfecho/evento. Em outras palavras, ele deseja saber quais os fatores de risco
influenciaram o surgimento do evento.
d
A medida em que uma variável aumenta (x), a outra variável diminui (y). No exemplo citado, a medida em que o número de flexão de braço decresce, o
número de eventos cardiovasculares cresce/aumenta.
e
Por relato incompleto, entenda aquele que contém, por exemplo, uma estatística parcialmente apresentada.
f
Desfecho é a principal medida do estudo. É a variável que depende da intervenção testada, observada ou mensurada. Por exemplo: se eu desejo verificar se
exercício físico aumenta a força muscular, nesse caso, força muscular é o desfecho do meu estudo.

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Tabela 1. Classificação dos tipos de spin em estudos de intervenção (adaptado e traduzido de Lazarus et al, 2015) (continua)

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g
Qualquer ocorrência médica indesejável em um paciente ou sujeito de investigação clínica que recebeu algum tipo de tratamento.
h
Termo utilizado para verificar a discrepância de uma hipótese estatística em relação aos dados observados.
i
Open Science Framework (OSF) é uma plataforma/repositório de acesso aberto.
Tabela 1. Classificação dos tipos de spin em estudos de intervenção (adaptado e traduzido de Lazarus et al, 2015) (continuação)

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Tabela 1. Classificação dos tipos de spin em estudos de intervenção (adaptado e traduzido de Lazarus et al, 2015) (continuação)

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j
Tipo de estimativa por intervalo de um parâmetro populacional desconhecido. Usado para indicar a confiabilidade de uma estimativa.
k
Desenho de estudo que avalia os indivíduos em um recorte, não havendo temporalidade. Coleta todas as medidas em um único dia, normalmente.
l
Modelo de estudo experimental em que os indivíduos são alocados de forma aleatória para receber ou não um determinado procedimento preventivo,
terapêutico ou paliativo. A unidade de análise é o indivíduo.
Tabela 1. Classificação dos tipos de spin em estudos de intervenção (adaptado e traduzido de Lazarus et al, 2015) (conclusão)

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m
Modelo de estudo em que o desfecho ainda não ocorreu, ou seja, os pacientes são acompanhados para ver a ocorrência do evento/desfecho.
n
Um cálculo realizado para determinar o tamanho da amostra do estudo.
Considerações finais g) Não tome decisões com base em apenas um artigo.
Avalie, se possível, o corpo completo de evidências.
E agora, devemos desistir da ciência, dos cientistas e
do método científico? Por fim, nós acreditamos que a apresentação dos da-
dos precisa ser íntegra e transparente independente-
Não. mente do estudo, tanto no resumo como em textos
completos. Isso facilitará uma leitura mais cética e me-
A ciência é um trabalho de descrença e ceticismo or- nos enganosa para potenciais leitores da pesquisa bio-
ganizado27 e é por isto que funciona: porque os pró- médica e ajudará a ciência a cumprir o seu papel social
prios cientistas devem testar as suas crenças, pressu- de melhorar a vida de todos um passo de cada vez.
postos e hipóteses durante todo o tempo28. Inclusive
na redação do relato científico.

O conhecimento avança, através da ciência, porque Contribuições dos autores


ela não se presume detentora do conhecimento, ela
é somente uma guardiã do método e do rigor. Soa Alves CPL foi responsável pela concepção da ideia original. Todos
os autores participaram de todas as outras etapas etapas, a saber:
como um paradoxo? Não é. Estar aberto a novos co-
concepção do artigo, escrita, revisão e aprovação final.
nhecimentos é da própria natureza da construção do
conhecimento.
Conflitos de interesses

Acreditamos que este trabalho irá servir como um Nenhum conflito financeiro, legal ou político envolvendo terceiros
guia para que os leitores (por exemplo, pacientes, (governo, empresas e fundações privadas, etc.) foi declarado
jornalistas, ou até os próprios cientistas) possam para nenhum aspecto do trabalho submetido (incluindo, mas
ter uma leitura mais cética do conteúdo de muitos não se limitando a subvenções e financiamentos, participação
em conselho consultivo, desenho de estudo, preparação de
artigos científicos, principalmente os que possuem
manuscrito, análise estatística, etc.).
caráter duvidoso. É muito importante ressaltar que
um artigo não é o relato de uma pesquisa pronta, é
o estágio inicial da vida pública da pesquisa. Ele foi
publicado para ser lido criticamente, debatido, con-
Referências
testado, confirmado, problematizado.
1. Boutron I, Dutton S, Ravaud P, Altman DG. Reporting
Provavelmente, spin em textos científicos e não cien- and interpretation of randomized controlled trials with
tíficos (comunicados de imprensa, por exemplo) não statistically nonsignificant results for primary outcomes. JAMA.
acabarão. Então, para cientistas e não cientistas, dei- 2010;303(20):2058-64. doi: 10.1001/jama.2010.651
xamos as seguintes recomendações:
2. Lazarus C, Haneef R, Ravaud P, Boutron I. Classification and
prevalence of spin in abstracts of non-randomized studies
a) Identifique se a afirmação dita tem base científica evaluating an intervention. BMC Med Res Methodol. 2015;15:85.
que a suporte no texto; doi: 10.1186/s12874-015-0079-x
b) Identifique se há a presença de termos sensacio-
nalistas como “cura”, “milagre”, “sensacional” e adje- 3. Boutron I, Altman DG, Hopewell S, Vera-Badillo F, Tannock I,
tivações que não sejam apoiadas em quantificações; Ravaud P. Impact of spin in the abstracts of articles reporting
results of randomized controlled trials in the field of cancer: the
c) Identifique se o estudo foi realizado em humanos
SPIIN randomized controlled trial. J Clin Oncol. 2014;32(36):4120-
ou em animais/células; 6. doi: 10.1200/JCO.2014.56.7503
d) Faça uso de sua análise crítica para descartar pos-
síveis confundidores na estrutura lógica da argumen- 4. Horton R. The rhetoric of research. BMJ. 1995;310(6985):985-7.
tação e do método; doi: 10.1136/bmj.310.6985.985
e) Não leia somente o título e resumo dos artigos.
5. Kalaichandran A. Worried About That New Medical Study?
Eles costumam ser redutivos e não passar a informa-
Read This First.[Internet]. 2020. Available from: https://parenting.
ção completa; nytimes.com/health/medical-study-concerns?module=ptg-onsite-
f) Não considere um artigo verdadeiro somente por- share&type=email
que ele está publicado numa revista comercial famosa.
Revistas famosas também erram;

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