FUNÇÕES SINTÁTICAS
Função Sintática Definição
Sujeito Função sintática
desempenhada pelo
constituinte da frase
(grupo nominal) que controla
a concordância com o verbo
(1).
Pode ser desempenhada por
um GN (1), por uma oração
subordinada substantiva
relativa (2) ou por uma oração
subordinada substantiva
completiva (3).
Predicado Função sintática
desempenhada pelo grupo
verbal (GV), expressando o
que se diz sobre o sujeito (1),
(2), (3).
Vocativo Função sintática
desempenhada na frase por
um constituinte que não
controla a concordância verbal
e que serve para chamar ou
interpelar o interlocutor.
O vocativo distingue-se do
sujeito por poder coocorrer
com ele na frase (1) e por
aparecer isolado por vírgula(s).
Aparece frequentemente em
frases do tipo exclamativo (2),
imperativo (3) e interrogativo
(4).
Complemento direto Função sintática selecionada
por um verbo transitivo
Exemplos
(1) Os rapazes moram no
Porto.
Eles moram no Porto.
(2) Quem trabalha em
Lisboa vive longe.
(3) É verdade que Lisboa fica
longe.
(1) O Pedro telefonou ao
primo.
(2) O João deu um presente
à Maria.
(3) A Maria estuda à noite
na escola hoteleira.
(1) João, tu estás distraído.
[João é o vocativo, tu o
sujeito]
(2) Ó Margarida, como estás
elegante.
(3) António, traz-me aquele
livro, por favor.
(4) Viste a Maria, Francisco?
(1) Ontem, visitei um museu.
(2) Dei um livro ao João.
 direto (1), direto e indireto (3) Eu acho o museu muito
(2) e transitivo-predicativo luminoso.
(3). Pode ser constituído por (4) Conheço bem a cidade e
um GN, pelos pronomes acho-a interessante.
que desempenham a função (5) O professor disse que a
de complemento direto cidade era histórica. / O
(o, a, os, as) (4) ou por uma professor disse-o.
oração subordinada
completiva,
substituível pelo pronome
demonstrativo átono o (5).
Responde a perguntas
iniciadas pela locução
interrogativa o quê ou pelo
pronome interrogativo quem.

Complemento indireto Função sintática selecionada (1) Falei ao pai.

por um verbo transitivo (2) Dei um presente à Joana.
indireto (1) ou transitivo (3) Como são alunos novos,
direto e indireto (2). apresentei-lhes os colegas.
É sempre constituído por um (4) Não dás ouvidos a quem
grupo preposicional iniciado te quer bem. (Não lhes dás
pela preposição a ou pelos ouvidos.)
pronomes com função de
complemento indireto (lhe,
lhes) (3).
As orações subordinadas
substantivas relativas
podem desempenhar esta
função (4).
Responde a perguntas
iniciadas pelo grupo
preposicional
a quem.

Complemento oblíquo Função sintática selecionada (1) Eles vão a Paris.

por um verbo transitivo
indireto (1) ou transitivo
direto e indireto (2). Pode
ser constituído por um grupo
preposicional (3) ou por um
grupo adverbial (4). Não pode
ser substituído pelos
pronomes lhe, lhes nem o, a,
(2) Coloquei o livro na
mochila.
(3) Ela afastou o Miguel do
cão.
(4) Elas moram aqui.
(5) A Susana vai a Lisboa. / A
Susana vai ali.
(6) A revista semanal do jornal
 os, as, mas pode ser
substituído por advérbios de
predicado com valor locativo
(5).
Em alguns casos, não é
introduzido por preposição,
como no caso de verbos com
valor quantificacional (6).
Complemento agente da Função sintática
passiva desempenhada por um grupo
preposicional, introduzido
pela preposição por, simples
(1) ou contraída (2), e que
ocorre numa frase passiva.
Predicativo do sujeito Função sintática que ocorre
com um verbo copulativo.
Pode ser constituído por um
grupo nominal (1), um
grupo adjetival (2), um
grupo adverbial (3) ou um
grupo preposicional (4).
Predicativo do complemento Função sintática selecionada
direto por um verbo transitivo-
-predicativo (achar,
considerar, nomear, tratar,
eleger...
e que predica, ou seja, que
atribui uma qualidade/
característica ao complemento
direto. Pode ser um grupo
nominal (1), um grupo
adjetival (2) ou um grupo
preposicional (3).
Modificador Função sintática
(do grupo verbal) desempenhada por
constituintes não selecionados
pelo verbo e que pode, por
isso, ser omitida sem que se
perca a boa formação da frase
(1). Pode ser constituído por
custou 5 euros. (medir, pesar,
durar...)
(1) O atleta foi aclamado por
todos.
(2) A arquitetura foi apreciada
pela comunidade local.
(1) A cidade de Guimarães foi
capital da cultura.
(2) A cidade de Guimarães é
histórica.
(3) O castelo permanece ali há
séculos.
(4) A cidade está em festa.
(1) Considero a cidade do
Porto uma cascata.
(2) Acho a cidade do Porto
muito linda.
(3) Todos os estrangeiros
tratam o Porto com
consideração.
(1) Li o livro [calmamente].
(2) Elas leem devagar.
(3) Eles trabalham em Leiria.
(4) Ele sorriu quando ela
chegou.
 grupos adverbiais (2) e
grupos preposicionais (3) ou
por orações subordinadas
adverbiais (4).
Complemento do nome Função sintática
desempenhada por um grupo
preposicional selecionado
pelo nome e que surge à sua
direita (1) ou por um grupo
adjetival colocado à direita do
nome e que com ele forma
uma unidade de sentido (2).
Pedem complemento:
- Os nomes formados a partir
de verbos ou que mantêm a
ideia de ação própria dos
verbos (3);
- os nomes que exprimem
sentimentos (4);
- os nomes que exprimem
significados relacionais,
nomeadamente nomes de
parentesco ou que designam
relações sociais (5); nomes que
designam cargos sociais ou
profissionais (6); nomes que
designam relações de
parte-todo (7); nomes que
designam propriedades de
pessoas ou de coisas (8);
nomes que designam autoria
ou tema (9); nomes que
designam impressões
sensoriais (10).
Modificador do nome Função sintática
(restritivo e apositivo) desempenhada por um
constituinte não selecionado
por nenhum elemento do
grupo sintático de que faz
parte, neste caso, o nome (1).
Os modificadores do nome
podem ser restritivos
(1) A inclinação da torre de
Pisa é emblemática.
(2) Os atos médicos só podem
ser exercidos por médicos.
(3) A construção da ponte está
a demorar bastante.
(4) O orgulho no projeto é o
que o move.
(5) O marido da Susana é
moreno. / O patrão do
Rodrigo é compreensivo.
(6) O Ministro da Educação
demitiu-se.
(7) A perna da mesa está
partida.
(8) O conteúdo do envelope
permanece no segredo dos
deuses.
(9) O quadro de Picasso é
Impressionante.
(10) O som do piano
harmoniza a sala.
(1) No apartamento espaçoso
havia um piano. (restritivo)
(2) António Gedeão, o poeta,
é o pseudónimo de Rómulo
de Carvalho, o cientista.
(apositivo)
(3) No apartamento, amplo e
arejado, havia um piano.
 (quando restringem a
referência ao nome que
modificam) ou apositivos
(quando não restringem a
referência ao nome que
modificam).
Os modificadores do nome
podem ser desempenhados
por grupos nominais (2),
grupos adjetivais (3),
grupos preposicionais (4),
orações subordinadas
adjetivas relativas
restritivas (5) e explicativas
(6).
(apositivo)
(4) O encontro com os
amigos tinha lugar na saleta.
(restritivo)
(5) O piano que estava na
saleta era novo. (restritivo)
(6) O piano, que foi afinado,
era um objeto precioso.
(apositivo)

Complemento do adjetivo Função sintática (1) Eles estão satisfeitos por

desempenhada por um grupo terem obtido o primeiro
preposicional oracional (1) prémio.
ou não oracional (2), (2) Eles estão contentes com a
selecionado por um adjetivo. vitória.

Nota
* Tipos de sujeitos*

• Sujeito simples - sujeito constituído por um grupo nominal [determinante + nome (1) ou
pronome (2)] ou por uma oração (3).
Ex.: (1) O parque está bem localizado. (2) Elas estudam no Minho. (3) Quem gosta de gelados é
guloso.
• Sujeito composto - sujeito constituído por uma coordenação de grupos nominais (1). de
pronomes (2) ou de combinações
destas categorias (3).
Ex.: (1) O João e o Pedro ganharam o prémio. (2) Eles e elas ficaram eliminados. (3) Elas e o João
foram ao cinema juntos.
• Subentendido
Ex.: A Mariana e a Susana foram ao cinema. [] Compraram pipocas e riram muito.
• Indeterminado
Ex.: Bateram à porta.