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Apreciações criticas

1-

No cartoon apresentado, da autoria de Agim Sulaj, está representada uma rede que divide o
desenho em pelo menos dois planos.

É possível observar em destaque uma mão no plano de fundo que se encontra próxima da
rede que divide a imagem. Este mesmo plano apresenta cores mais escuras e à medida que
avançamos para o limite que divide as duas partes da ilustração, os tons vão ficando cada vez
mais claros. A mão agarra um lápis que atravessa a rede para o primeiro plano e desenha
pegadas na zona mais clara do cartoon.

Deste modo, o ilustrador dá a entender que a parte mais escura representa a escuridão e a
opressão a que muitas vezes o ser humano é exposto, enquanto que a zona mais clara
transmite uma sensação de luminosidade e liberdade. A rede, ao dividir a imagem, é utilizada
como um símbolo de aprisionamento, limitando o plano de fundo e não permitindo ao sujeito
que se encontra nessa mesma zona ter acesso ao primeiro plano e à sua ideia de claridade.
Funciona assim como uma fronteira e um limite que muitas vezes mantém parte da sociedade
em ambientes opressivos ou limitantes.

Concluindo, a ilustração realiza uma observação à falta de direitos de expressão a que nos
sujeitamos e ao modo em que, ao mesmo tempo, tentamos caminhar para a nossa liberdade e
independência.

2-

No cartoon, da autoria de Predrag Srbljanin, é possível observar um homem e uma mulher de


costas voltadas um para o outro a olharem fixamente para o telemóvel. Na mão de cada um
há, também, uma trela que prende o respetivo cão. Os animais, ao contrário dos donos que se
encontram em extremos opostos da imagem, unem-se ao centro, para brincar.

Com a imagem dos dois indivíduos de costas, fixados no ecrã do telemóvel, totalmente
abstraídos do que se passa ao seu redor, o autor do cartoon transmite a ideia de que a
dependência e o vicio nas novas tecnologias está a afastar-nos do mundo real, do mundo físico
e da conexão com os outros. O tom irónico do cartoon revela-se no facto do homem e da
mulher que, apesar de se encontrarem muito próximos um do outro, estão tão imersos no
mundo virtual, que nem se apercebem da presença um do outro.

Em contraste à posição dos donos, os respetivos animais de estimação juntam-se meio da


imagem e interagem entre si. Já com a presença dos dois cães, o autor critica o ser humano,
pois apesar de ser mais evoluído que estes animais, começa a esquecer-se das coisas mais
básicas e necessárias, como a interação social, substituindo-as pelas tecnologias.

Deste modo, Predrag Srbljanin deixa uma lição para todos aqueles que se estão a tornar
"vítimas" da tecnologia, talvez seja tempo de começar a aprender com os animais e deixar o
pequeno ecrã para conhecer o grande mundo e interagir com o próximo.

Ana Vinhais

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