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Belo Horizonte
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SUMÁRIO
5 A AVALIAÇÃO ............................................................................................. 28
tornar cada vez menos atrativo para alunos, comparando-se com a capacidade de
envolvimento que a televisão e a Internet oferecem, por exemplo. No entanto,
computador e a tecnologia não são panaceias para a grande quantidade de problemas
educacionais com que a nossa sociedade se depara. Antes de mais nada devem servir
como ferramentas de suporte para mudanças fundamentais no sistema educacional,
em especial nos papéis desempenhados por alunos, professores e comunidade, que
devem em conjunto participar da criação de um sistema de educação reformado, com
apoio da tecnologia (ANSON, 1994, DAVID, 1994, LANE, CASSIDY, 1996, apud
FERNANDES, 2000, p. 79).
Continuando sua explanação Fernandes (2000, p.79) afirma que autores como
Lane e Cassidy (1996) destacam que os principais contrastes entre a educação (e
instrução) convencional e a reformada pela tecnologia, são:
2 MUDs são as siglas de Multi User Dungeon que literalmente traduzido do inglês ao espanhol significa
“masmorra (ou calabozo), multiusuário.”
Seleção de conteúdo;
Fatores humanos;
Interoperabilidade.
professores. Estes devem ser capacitados para a promoção das mudanças, tornando-
se agentes. (...). (MAIA, MEIRELLES, 2009, p. 2)
2. A EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
A educação a distância não surgiu no vácuo (Keegan 1991,11), tem uma longa
história de experimentações, sucessos e fracassos. Sua origem recente, já longe das
cartas de Platão e das epístolas de São Paulo, está nas experiências de educação por
correspondência iniciadas no final do século XVIII e com largo desenvolvimento a
partir de meados do século XIX (chegando aos dias de hoje a utilizar multimeios que
vão desde os impressos a simuladores on line, em redes de computadores, avançando
em direção da comunicação instantânea de dados voz imagem via satélite ou por
cabos de fibra ótica, com aplicação de formas de grande interação entre o aluno e o
centro produtor, quer utilizando-se de inteligência artificial – IA, ou mesmo de
comunicação instantânea com professores e monitores). (NUNES, 1994, s/p)
Ainda de acordo com Nunes (1994, s/p) do início do século XX, até a Segunda
Guerra Mundial, várias experiências foram adotadas desenvolvendo se melhor as
metodologias aplicadas ao ensino por correspondência que, depois, foram fortemente
influenciadas pela introdução de novos meios de comunicação de massa,
principalmente o rádio, dando origem a projetos muito importantes, principalmente no
meio rural. A necessidade de capacitação rápida de recrutas norte americanos durante
a ll Guerra Mundial faz aparecerem novos métodos. Entre eles se destacam as
experiências de Keller (1943) para o ensino da recepção do Código Morse que logo
serão utilizados, em tempos de paz, para a integração social dos atingidos pela guerra
e para o desenvolvimento de capacidades laborais novas nas populações que migram
em grande quantidade do campo para as cidades da Europa em reconstrução.
Walter Perry e Greville Rumble (1987, 1-2) afirmam que a característica básica
da educação a distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla
via, na medida em que professor e aluno não se encontram juntos na mesma
sala requisitando, assim, meios que possibilitem a comunicação entre ambos
como correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou telex,
rádio, “modem”, vídeo disco controlado por computador, televisão apoiada em
meios abertos de dupla comunicação, etc. Afirmam, também, que há muitas
denominações utilizadas correntemente para descrever a educação à
distância, como: estudo aberto, educação não tradicional, estudo externo,
extensão, estudo por contrato, estudo experimental.
Por seu turno, Desmond Keegan (1991, p. 29) afirma que o termo genérico de
educação à distância inclui um conjunto de estratégias educativas
referenciadas por: educação por correspondência, utilizado no Reino Unido;
estudo em casa (home study), nos Estados Unidos; estudos externos (external
studies), na Austrália; ensino a distância, na Open University do Reino Unido.
E, também, télé enseignement, em francês; Fernstudium/Fernunterricht, em
alemão; educación a distância, em espanhol; e teleducação, em português.
(NUNES, 1994, s/p)
Para Lopes (s/d, s/p) o Brasil está em posição de atraso em relação aos países
da Europa quando o assunto é tecnologia educacional - o que existe aqui, na maioria
dos casos, são instituições que disponibilizam laboratórios de informática, numa média
de 70 a 80 alunos por equipamentos, e, na sala de aula, projetores e o velho quadro
negro. Em alguns países, entretanto, há equipamentos como leitores ópticos para
detectar cópias de trabalhos científicos, instalações modernas com redes de
computadores e softwares capazes de dinamizar a transmissão e absorção do
conteúdo. Os modelos de ensino destes países permitem que o professor trabalhe o
fato do dia com o aluno com informações da internet e os livros - ainda necessários e
insubstituíveis - são mais utilizados em disciplinas históricas. O presidente da ABT
sustenta que o aluno que chega à universidade já aprendeu a conviver com o universo
tecnológico e não têm mais disponibilidade para caminhar na contramão da
modernidade. “Há estudos feitos na Suécia que mostram que o tempo máximo de
aceitabilidade da jornada de aula é de 22 a 23 minutos. Por isso, mudar o
comportamento didático é uma obrigação das instituições de ensino”, acredita Moreira
Alves.
A aprendizagem, por seu lado, pode resultar de um processo “de fora para
dentro” (como o ensino) ou de um processo gerado “de dentro para fora”
(autoaprendizagem, ou aprendizagem não decorrente do ensino). (Considero pacífico
que aprendemos muitas coisas sem que alguém no-las ensine). Tanto o ensino como
a aprendizagem são conceitos moralmente neutros. Podemos ensinar e aprender
tanto coisas valiosas como coisas sem valor ou mesmo nocivas.
Ainda de acordo com Chaves (1999, s/p) por causa disso, e do nexo conceitual
entre educação e aprendizagem, tem havido autores que negam (contrariamente ao
que afirma o senso comum) que possamos educar uma outra pessoa. Paulo Freire
mesmo, em Pedagogia do Oprimido, afirma que “ninguém educa ninguém” – embora
acrescente que ninguém se educa sozinho. Segundo essa visão, a educação, como a
aprendizagem, de que ela depende, é um processo que ocorre dentro do indivíduo, e,
que, portanto, só pode ser gerado pela própria pessoa. Mesmo que admitamos,
porém, que a educação possa ser decorrente do ensino, a aprendizagem continua
sendo algo que se passa dentro da pessoa.
Por isso, prefiro dizer que o que pode ocorrer a distância é o ensino, não a
educação ou a aprendizagem: estas ocorrem sempre dentro do indivíduo e, portanto,
não podem ser “remotizadas”. O ensino, entretanto, pode. Daqui para frente, portanto,
vou falar apenas em Ensino à Distância (EAD), nunca em Educação a Distância ou
Aprendizagem a Distância, que são expressões que, para mim, não fazem sentido.
Para Chaves (1999, s/p) não resta dúvida de que a educação pode acontecer
através do ensino, e que este pode ser feito a distância. Também não resta dúvida,
porém, que a educação pode acontecer através da autoaprendizagem, da
aprendizagem que não é provocada por nenhum processo de ensino, mas que
acontece através das interações de uma pessoa com a natureza, com outras pessoas
e com o meio cultural em que vive. Grande parte de nossa aprendizagem acontece
dessa forma, e, segundo alguns estudiosos da aprendizagem, a aprendizagem que
assim ocorre é mais significativa (acontece com mais facilidade, é retida por mais
tempo, é mais facilmente transferida para outros domínios e contextos, etc.) do que a
Para Chaves (1999, s/p) o que fascina nas novas tecnologias à nossa
disposição, em especial na Internet, e dentro da Internet na Web, não é o fato de que
podemos ensinar a distância com o auxílio delas: é que elas nos permitem criar
ambientes ricos em possibilidades de aprendizagem em que pessoas interessadas e
motivadas podem aprender quase qualquer coisa sem precisar se tornar vítimas de
um processo de ensino formal e deliberado -- uso o termo “vítimas” aqui num sentindo
intencionalmente provocador. A aprendizagem, neste caso, é mediada pela tecnologia
apenas. Não resta dúvida de que por trás da tecnologia há outros indivíduos, que
prepararam materiais e os tornaram disponíveis na rede. Mas quando alguém usa os
recursos hoje disponíveis na Internet para aprender de forma explorativa,
automotivada, ele usa materiais de natureza a mais diversa, preparados e
disponibilizados em momentos e contextos os mais variados, não raro sem nenhuma
intenção didática, numa ordem totalmente imprevisível e, portanto, não planejada, e
num ritmo próprio, regulado apenas pelo desejo de aprender e pela capacidade de
assimilar e digerir o que se encontra pela frente. Por isso, não acho viável chamar
essa experiência de ensino a distância, como se fosse a Internet que ensinasse, ou
como se fossem as pessoas que estão por trás dos materiais que ensinassem. Trata-
se, a meu ver, de aprendizagem mediada pela tecnologia, aprendizagem não
decorrente do ensino, autoaprendizagem.
Em apoio à autoaprendizagem.
ser usada na educação, e de diversas maneiras. Mas isso não a torna educacional ou
educativa. Por isso, prefiro a expressão “Tecnologia na Educação”.
Igual observação se aplica às expressões “Informática Educacional”, “Informática
Educativa”, “Informática Pedagógica”, etc. Prefiro a expressão “Informática Aplicada à
Educação”, que usei quando criei o Núcleo de Informática Aplicada à Educação
(NIED) da UNICAMP em 1983. (CHAVES, 1999, s/p)
Entre as tecnologias que o ser humano inventou estão algumas que afetaram
profundamente a educação: a fala baseada em conceitos (e não apenas grunhidos ou
a fala meramente denotativa), a escrita alfabética, a imprensa (primeiramente de tipo
móvel), e, sem dúvida alguma, o conjunto de tecnologias eletroeletrônicas que a partir
do século passado começaram a afetar nossa vida de forma quase revolucionária:
telégrafo, telefone, fotografia, cinema, rádio, televisão, vídeo, computador - hoje todas
elas digitalizadas e integradas no computador.
separados. Como nos bancos, temos nossa agência (escola) que é nosso ponto de
referência; só que agora não precisamos ir até lá o tempo todo para poder aprender.
Ainda para Moran (s/d, s/p) os alunos estão prontos para a multimídia, os
professores, em geral, não. Os professores sentem cada vez mais claro o
descompasso no domínio das tecnologias e, em geral, tentam segurar o máximo que
podem, fazendo pequenas concessões, sem mudar o essencial. Creio que muitos
professores têm medo de revelar sua dificuldade diante do aluno. Por isso e pelo
hábito mantêm uma estrutura repressiva, controladora, repetidora. Os professores
percebem que precisam mudar, mas não sabem bem como fazê-lo e não estão
preparados para experimentar com segurança. Muitas instituições também exigem
mudanças dos professores sem dar-lhes condições para que eles as efetuem.
Frequentemente algumas organizações introduzem computadores, conectam as
escolas com a Internet e esperam que só isso melhore os problemas do ensino. Os
administradores se frustram ao ver que tanto esforço e dinheiro empatados não se
traduzem em mudanças significativas nas aulas e nas atitudes do corpo docente.
Finalizando Moran (s/d, s/p) afirma que mesmo com tecnologias de ponta,
ainda temos grandes dificuldades no gerenciamento emocional, tanto no pessoal
como no organizacional, o que dificulta o aprendizado rápido. As mudanças na
educação dependem, mais do que das novas tecnologias, de termos educadores,
gestores e alunos maduros intelectual, emocional e eticamente; pessoas curiosas,
entusiasmadas, abertas, que saibam motivar e dialogar; pessoas com as quais valha
a pena entrar em contato, porque dele saímos enriquecidos. São poucos os
educadores que integram teoria e prática e que aproximam o pensar do viver. Os
educadores marcantes atraem não só pelas suas ideias, mas pelo contato pessoal.
Transmitem bondade e competência, tanto no plano pessoal, familiar como no social,
dentro e fora da aula, no presencial ou no virtual. Há sempre algo surpreendente,
diferente no que dizem, nas relações que estabelecem, na sua forma de olhar, na
forma de comunicar-se, de agir. E eles, numa sociedade cada vez mais complexa e
virtual, se tornarão referências necessárias. (MORAN, s/d, s/p)
5. A AVALIAÇÃO
- Avaliação é: De acordo com Santos (s/d, s/p) para Piletti (1987, p. 190):
“Avaliação é um processo contínuo de pesquisas que visa interpretar os
conhecimentos, habilidades e atitudes dos alunos, tendo em vista mudanças
esperadas no comportamento, propostas nos objetivos educacionais, a fim de que
haja condições de decidir sobre alternativas do planejamento do trabalho do professor
e da escola como um todo”. Segundo Haydt (2002), avaliar é atribuir um julgamento
ou apreciação de alguma coisa ou de alguém com base em uma escala de valores.
Logo, a avaliação consiste em coletar e interpretar dados quantitativos e qualitativos
de critérios previamente estabelecidos. Para Libâneo (1991), a avaliação é uma tarefa
didática essencial para o trabalho docente. Por apresentar uma grande complexidade
de fatores, ela não pode ser resumida a simples realização de provas e atribuição e
notas. A mensuração apenas fornece dados quantitativos que devem ser apreciados
qualitativamente. (SANTOS, s/d, s/p)
Ainda de acordo com Santos (s/d, s/p) a avaliação entendida como uma ação
pedagógica necessária para a qualidade do processo ensino-aprendizagem, deve
cumprir, basicamente, três funções didático-pedagógicas: função diagnóstica, função
formativa e função somática (HAYDT, 2002, LIBÂNEO, 1991, PILETTI, 1987, apud
SANTOS, s/d, s/p).
Para a maioria dos estudiosos da área de educação, uma das funções básicas
da avaliação é o controle. Como controle podem-se entender os meios e a frequência
das verificações dos resultados do processo de ensino-aprendizagem, bem como a
quantificação e qualificação dos resultados, possibilitando o ajuste sistemático dos
métodos que visam a efetivação dos objetivos educacionais.
5 - Custo-Benefício.
Ainda de acordo com Rodrigues (1998, s/p) Eastmond (1994) propõe uma
avaliação sistêmica que inclui quatro etapas:
Continuando sua explanação Rodrigues (1998, s/p) nos diz que Willis (1996)
menciona dois tipos de avaliação para cursos à distância:
Finalizando Rodrigues (1998, s/p) aponta que Moore e Kearsley (1996, p. 120)
mencionam vários tipos de avaliação e destacam que cada um tem pontos fracos e
fortes. “Especialistas recomendam que mais de uma técnica seja utilizada várias vezes
para que se tenha um quadro de como um curso ou programa está funcionando.
Recomendam também que a avaliação seja feita por elementos que não pertencem
ao curso, garantindo neutralidade e objetividade; e que qualquer forma de avaliação é
melhor do que nenhuma e quanto mais, melhor.” (RODRIGUES, 1998, s/p)
CASTRO, Amélia Domingues de. , CARVALHO, Ana Maria Pessoa de. (org.) Ensinar
a Ensinar. São Paulo: Pioneira Thomson Learnin, 2001.
<http://www.educador.brasilescola.com/trabalho-docente/as-tics-na-
praticapedagogica.htm> Acesso em: 12.08.2010.