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MINISTÉRIO JOVEM

univer

Apoio aos jovens


juvent
Em
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vende
saberm
Como entender, trabalhar e levar os jovens para a
má no
universitários da igreja a ter uma fé mais racional identid
ca par

A
dáveis
o trabalhar com os jovens, pre- etapas, e, às vezes, não compreende- fazemos o que fazemos? Com que re- nossa
cisamos entendê-los. Neces­ mos que nessa fase a quantidade de gularidade fazemos as reuniões? Por prepa
sitamos conhecer o momento tempo e compromissos são diferentes. que as fazemos? Será que os universi- ra que
em que eles se encontram em cada fa- Às vezes, fazemos que o universitário se tários deveriam ter a mesma frequên- lhor. D
se da vida. Lamentavelmente, é nessa sinta culpado ao lhe atribuir a dupla res- cia às reuniões semanais que os demais obstác
fase que mais se perdem os filhos da ponsabilidade de estudar e trabalhar. grupos da igreja? Eles devem neces­ vezes,
igreja. Por isso, vou abordar quatro as- Temos a tendência de pressioná-los, a sariamente cumprir nossas expecta- madu
pectos fundamentais necessários para fim de que mostrem compromisso com tivas? Por quê? Por que devem seguir mo pe
nossa compreensão ao trabalhar com a manutenção da vida já que são maio- nosso ritmo? zer qu
os jovens universitários. res de 14 ou 15 anos. Devemos enten- Os jovens estão numa fase diferente. mas o
der essa realidade das diferenças na A neurociência nos explica que logo de- Como
1- E NTENDER A MUDANÇA vida do jovem e mudar nossas expec- pois da adolescência o ser humano entra como
DE RITMO E EXPECTATIVAS tativas à medida que essas etapas tam- numa fase de desaceleração neuronal e esse e
Não podemos tratar um jovem uni- bém vão mudando. hormonal, além de passar por um de- dável.
versitário da mesma forma que um Temos que avaliar nosso trabalho fa- crescimento da memória. Isto compre- vel qu
adolescente. Existe uma transição de zendo as seguintes perguntas: Por que ende todo o seu período acadêmico na das fa
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22 jan l fev l mar 2021 


universidade, já que, para a fisiologia, a compromisso; não querem saber de na- expostos a isso o tempo todo na univer-
juventude termina aos 25 anos. da quando o assunto é estudar profun- sidade, e nós os perdemos muitas vezes
Embora a sociedade de consumo e damente. Ao trabalhar com cérebros porque a primeira aula de filosofia os le-
a indústria de cosméticos queiram nos em formação, temos que ser pacien- va a pensar, e na igreja “domesticamos”
vender a “eterna juventude”, o fato de tes em vários aspectos. É verdade que sua conduta. Os animais repetem con-
sabermos que passamos da juventude alguns não prestam atenção às mensa- dutas e são domesticados por recom-
para a fase adulta da vida nunca é uma gens por se deixarem distrair facilmen- pensas ou castigo. Às vezes, fazemos
má notícia. Nessa fase, é definida nossa te, mas muitos jovens se queixam da isso com nossos filhos na igreja, e isso
identidade, e a maturidade nos qualifi- falta de profundidade e criatividade na funciona bem até a adolescência. Preci-
ca para relacionamentos íntimos e sau- transmissão dessa mensagem. samos avaliar nossa maneira de educar.
dáveis. Em nosso trabalho com jovens, A reavaliação dos métodos é impor- Devemos deixar o espaço para que
ue re- nossa tarefa é nos anteciparmos a isso, tante. Temos uma verdade para trans- os jovens expressem suas dúvidas e se-
s? Por preparando-os para este momento, pa- mitir e esperamos que ela tenha boa jam ouvidos. Dizemos que a dúvida é
iversi- ra que sua vida na fase adulta seja me- receptividade, e que desperte o inte- inimiga da fé. Temos que pensar que,
quên- lhor. Devemos ser facilitadores e não resse dos ouvintes. Mas, tendo em vis- antes de crer em alguma coisa, duvida-
emais obstáculos para esse crescimento. Às ta que os métodos estão diretamente mos; e assim encontramos as respos-
neces­ vezes, os jovens não querem ser adultos relacionados com o estilo do apresen- tas que nos trouxeram convicção. Do
pecta- maduros porque veem os adultos co- tador da mensagem, seu desempenho contrário, sem nenhum fundamento,
seguir mo pessoas inflexíveis. Poderíamos di- também vai contar na receptividade do somente cremos e repetimos a fé dos
zer que o amadurecimento é opcional, conteúdo. Se formos um pouco mais outros. Nossos jovens devem exercer a
erente. mas o envelhecimento é obrigatório. conservadores, explicaremos mais do fé de modo mais racional e pensante.
go de- Como líderes espirituais, devemos ter que inspiramos; se formos mais caris- No processo de ensino e aprendiza-
o entra como meta ajudar os jovens a alcançar máticos, inspiraremos mais do que ex- gem, a criatividade é elemento essen-
onal e esse envelhecimento de maneira sau- plicamos. De uma ou de outra forma, cial. A imaginação e o poder criativos
m de- dável. Nesse contexto, é imprescindí- se quisermos que as pessoas apliquem são fundamentais no processo de as-
mpre- vel que a igreja faça uma leitura correta à vida o que pregamos, a didática deve similação de conceitos e experiências.
ico na das fases da vida; revise as expectativas ser levada em consideração. Quando não envolvemos os jovens na
e ajuste as ofertas; reveja o ritmo de ati- A pergunta é: Nossos jovens aplicam discussão e ensino, perdemos terreno.
vidades e ações para seus membros. à vida as mensagens? Talvez, sim; talvez, Afinal, como aprendemos mais? Ape-
não. Vai depender se eles realmente fo- nas ouvindo ou também discutindo o
2- REAVALIAR O MÉTODO ram alcançados por aquela mensagem. assunto? Quando o mensageiro é cria-
DE ENSINO PARA OS JOVENS Daí a importância do método apropria- tivo ao comunicar uma verdade, nosso
Chegamos ao tempo em que nos- do para essa faixa etária. cérebro organiza e assimila melhor a in-
sos jovens não têm medo de dizer que Será que nossos jovens têm mo- formação. E, desse modo, o propósito
não gostam da igreja. Em geral, eles já mentos para aplicar ou interagir com da mensagem é alcançado.
têm duas desculpas: estudo e trabalho. o conteúdo, ou simplesmente proferi- Precisamos avaliar nossa maneira
Então, eles chegam para os pais e di- mos discursos na esperança de que eles de transmitir o evangelho. É necessário
zem: “A igreja não é para mim”. Por ve- os assimilem? Pretendemos muitas ve- que retornemos às origens. O método
zes, isso acontece porque chegam aos zes que depois de uma mensagem de dos hebreus era conversacional e co-
18 anos com a ideia de que suportaram 45 minutos todos a internalizem e a co- munal. Devemos ser mais indutivos do
a igreja, em vez de se sentir parte dela. loquem em prática, mas a verdade é que expositivos.
Muitas vezes perdemos a atenção de al- que costumamos ter poucos momen-
guns, não pela mensagem que temos e tos para interagir com os jovens, envol- 3- F ACILITAR O ÊXITO
sim pela nossa maneira de transmiti-la. vendo-os na discussão desses con­teúdos DOS JOVENS
Quando surge a pergunta: “Por- transformacionais. Possivelmente, nosso problema co-
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que será que temos tantos jovens Deve existir um momento para as mo liderança da igreja esteja em pen-
biblicamente despreparados”? A res- perguntas corretas. Temos que levar os sar nas reuniões, cultos e programas,
posta, geralmente, é que eles não têm jovens a instigar sua própria fé. Eles estão em vez de pensar nas necessidades das

 Revista do Ancião 23

P5 42404 – Revista do Ancião 1º trimestre de 2021


8/12/2020 10:40 Designer Editor(a) Coor. Ped. C. Q. R. F.
pessoas. Como você ajuda seus jovens?
Como a igreja ajuda nos estudos univer-
sitários? Nosso desafio não é fazer reu-
cultivando bons relacionamentos e
compartilhando o que está por trás
das decisões, e eles serão fortalecidos.
melhorar a abordagem e potencializar
os resultados.
Precisamos pensar no êxito dos jo- L
p
niões bem-sucedidas; é fazer discípulos Dessa maneira eles se sentirão respon- vens e não nas nossas reuniões e em
de Jesus. As reuniões funcionam como sáveis, e essa é uma porta aberta para nossos objetivos. Quando colocamos o
um meio para se alcançar esse fim. Pa- uma vida adulta e madura, dando opor- foco nos programas, entregamos a eles
ra que sejam discípulos maduros, temos tunidades ao crescimento mais integral. um evento bem organizado, com luz e
que fazer com que seus dons e talen- Esse processo é importantíssimo. Inte- cores ajustadas, música a contento e di-
tos sejam desenvolvidos. Outro fator: ragir com adultos maduros em Cristo namismo irretocável. Depois fazemos A im
Como estamos ajudando os jovens gera jovens maduros em Cristo. Isso traz uma avaliação do evento e medimos
quanto à escolha do seu companheiro segurança para a igreja e esperança pa- o tamanho do sucesso do acontecido.
de N

G
ou companheira para a vida? E com res- ra a sociedade em geral. Quando o jovem é o nosso foco, em vez
peito à carreira profissional? Os pais continuam tendo uma fun- de fazermos um programa para eles, os
É importante uma renovação es- ção fundamental no crescimento dos convidamos para criar e realizar o mes-
tética dos nossos eventos? Claro que jovens. A função de delegar, de dar al- mo. Pedimos suas ideias, seus esforços,
sim! Mas isso não é o mais importan- gumas liberdades e ajudar no cresci- suas ações. O brilho do programa será rança,
te. O axioma de nossa missão é fazer mento integral, cumprindo, acima de a participação do próprio jovem. Quem mo se
discípulos. Os jovens não estão bus- tudo, o legado de inspirá-los por meio sabe não vibraremos pelas cores, mas são re
cando um bom “show” semanal; estão do exemplo pessoal. pelas ideias que eles deram. O resulta- nature
procurando alguém que os ame since- do disso será uma igreja com um futu- e ao c
ramente; que os escute e os apoie em CONCLUSÃO ro brilhante, porque as ideias de hoje para m
suas necessidades. Mudança de ritmo e expectativas: vieram de alguém que continuará pre-
basicamente, não espere que seus jo- sente no amanhã. Ao final, se avalia não LÍDER
4- I NSPIRANDO vens universitários reajam da mesma o evento, mas o desenvolvimento da És
E TRANSFORMANDO forma de quando eram adolescentes, juventude. plora
OS JOVENS EM MODELOS nem dê a eles o mesmo ritmo de reu- Precisamos nos concentrar na mente
Todos os jovens têm um chamado niões. O processo de adaptação deles preparação da juventude para o que como
para o cumprimento da missão. Por is- ao novo ritmo acadêmico já lhes conso- vem, para a vida adulta, a maturidade. rios m
so é fundamental inseri-los na liderança me bastante. A igreja nunca deve dei- Eles serão ajudados e, por sua vez, aju- grada
da igreja, a fim de que sejam modelos xar de envolvê-los por causa disso, mas darão as gerações futuras, e nossas igre- home
para as próximas gerações. Muitos pro- deve entender que em algumas progra- jas serão melhores. comis
blemas dos nossos dias vêm por não mações eles não terão tempo de parti- Promova discussões sobre o futuro rança.
termos esses modelos. Desafiar os jo- cipar. Uma boa ideia seria convidá-los a dos jovens como profissionais. Como heroís
vens a ser mentores das futuras gera- compartilhar suas novas experiências e será o mundo tendo-os como professo- lhas e
ções deve ser nosso ideal. novos conhecimentos com os mais jo- res, médicos, advogados e, acima de tu- sucess
Devemos ser uma inspiração pa- vens em ocasiões oportunas. Isso os fa- do, como pais. Como será a igreja dos buído
ra eles. Quando estamos em idade pré- ria sentir-se valorizados. últimos dias tendo os jovens como lí- Ne
escolar admiramos os pais. Quando en- Reavalie o método de ensino: se a deres. Como exercerão a função de ritualid
tramos na escola, nossa admiração se única coisa que fazemos são sermões, anciãos, diáconos e pastores. Incentive-­ dente
centraliza em alguns dos nossos tutores. estamos estancando a força missionária os a fazer uma projeção pessoal do seu leva e
Sempre vamos buscar alguém para admi- dos jovens. Pensemos em como funcio- futuro na escola, na igreja e na socie- empre
rar e ter como referência, ainda que seja na o cérebro humano e desenvolvamos dade, prevendo assim sua contribuição truir u
um modelo negativo. Assim, mergulha- talentos, sendo mais indutivos no pro- pessoal para o mundo. tualm
mos numa eterna adolescência seguindo cesso e mais interativos. Oportunamen- de ob
um modelo de maturidade inversa. te, peça a eles que façam uma avaliação uma
Temos que encorajar os jovens em dos métodos e desempenhos da igre- Carlos Humberto Campitelli ra me
Cedida pelo autor

idade universitária a se aproximarem ja no que diz respeito a alcançar os jo- Diretor dos Ministérios Jovem, um d
Música e Universitários da Divisão
de mentores das gerações passadas, vens. Em seguida, peça ideias de como Sul-Americana tão, se

24 jan l fev l mar 2021 

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