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Propriedades dos materiais polifásicos

Nas ligas metálicas podem formar-se fases sólidas intermédias quando


é excedido o limite de solubilidade (materiais com duas ou mais
fases, com composição química e estrutura cristalina própria). A
formação de novas fases (2ª fase, …) além da matriz permite
optimizar as propriedades do material (função características da nova
fase: quantidade, forma ,…).

Constituintes metalográficos

Fase: porção de matéria química e fisicamente homogénea. Constituinte


metalográfico: zona da amostra com estrutura homogénea, constituída
por uma ou mais fases.

Formação da segunda fase

A formação da segunda fase depende do diagrama de fases do sistema e


também das condições de processamento, nomeadamente:
- as condições de nucleação (tipo de elementos de liga introduzidos,
…);
- a velocidade de arrefecimento;
- características da peça (forma, diferença de espessuras,…);
- …

Sistema eutético

Sistemas com solubilidade parcial no estado sólido


Ponto eutético: E
Liga eutética: Cu – 71,9% Ag

A solubilidade dos dois elementos é limitada às soluções sólidas


terminais (fases a e ) ou fases primárias. A solubilidade destas
fases é limitada pela linha de Solvus.

Sistemas com solubilidade parcial no estado sólido


A transformação eutectóide depende da velocidade de difusão dos
componentes A e B nas fases sólidas.
Curva de
arrefecimento de
ligas com
transformação
eutética

Diagrama de fases Pb
– Sn: sistema eutético

Liga de composição eutética: liga com mais baixo ponto de fusão e que
solidifica a temperatura constante
Líquido = Sol. sólida a + Sol. sólida 

Constituintes metalográficos – efeito da fracção


volúmica

As propriedades do material varia com a os constituintes presentes no


material assim como com a sua percentagem e morfologia.

Sistema peritético

Sistemas com solubilidade parcial no estado sólido


A transformação peritética depende da velocidade de difusão dos
elementos A e B nas fases sólida e líquida.

Curva de arrefecimento de ligas com transformação


peritética

Liga Peritética: liga que passa pelo ponto peritético (após a


transformação há 100% de fase )

Microestruturas peritéticas

Solidificação fora de equilíbrio


L + a = beta 
A sequência de formação das fases é a seguinte:
i) formação da fase a a partir do líquido. Esta fase ocorre na forma
de dendrites;
ii) à temperatura peritética a fase a serve de agente de nucleação da
nova fase . As dendrites ficam envolvidas pela fase  impedindo o
contacto entre as fases L/a. A reação prossegue por difusão dos
átomos A/B entre as fases L e a através da película de fase formada.
A reação torna-se mais lenta

Há difusão dos componentes A e B através da película de fase 


envolvente da fase a. A cinética da transformação fica dependente da
velocidade de difusão doa componentes A/B na fase .
iii) o líquido restante (não transformado à temperatura peritética)
continua a transforma-se, em fase a ou  para, respetivamente, as
ligas hipo ou hiperperitéticas, de acordo com o diagrama de fases.
A composição da fase líquida será próxima do valor indicado no
diagrama de fases para essa fase, à temperatura peritética.

Aços e ferros fundidos

Austenite: solução sólida de c no Ferro, CFC, com tensão de cedência


75-110 kgf/mm2 e dureza ~300 HB; alongamento à fractura de ~60%.
Ferrite: solução sólida de C no Ferro, CCC, com tensão de cedência 32
kgf/mm2 e dureza ~90 HB; alongamento à fractura de ~40%.
Cementite: composto Fe3C, estrutura cristalina ortorrômbica, duro e
frágil, com dureza ~67HRC (~900 HV)
Perlite: constituinte com 88,9% Ferrite + 11,1% Cementite ; dureza
180-300 HV

Sistema Fe - C

Liga peritética: liga Fe-C com 0.74 % C Líquido + Sol. sólida d 


Sol. sólida g Exemplo: diagrama de fases Fe-C Liga peritética

Aços

iagrama de fases Fe-C Linhas importantes no diagrama (temperaturas


críticas)
a1 – reacção eutectóide;
a3 – início de transformação alotrópica (g  a);
acm – curva de saturação de C na austenite.

Aços – efeito do teor de carbono

Efeito do teor de carbono nas propriedades mecânicas


Ferrite: solução sólida de C no Ferro, CCC, com tensão de cedência 32
kgf/mm2 e dureza ~90 HB.
Cementite: composto do tipo Fe3C, duro e frágil, com dureza ~67HRC
(~900 HV)
Perlite: constituinte com 88,9% Ferrite + 11,1% Cementite e dureza
180-300 HV

Efeito do teor de carbono na percentagem dos constituintes


(microestrutura) e nas propriedades mecânicas

Ferrite: solução sólida de C no Ferro, CCC, com tensão de cedência 32


kgf/mm2 e dureza ~90 HB. Cementite: composto do tipo Fe3C, duro e
frágil, com dureza ~67HRC (~900 HV)
Perlite: constituinte com 88,9% Ferrite + 11,1% Cementite e dureza
180-300 HV

Efeito dos elementos de liga

A adição de elementos de liga permite modificar as condições das


transformações invariantes existentes num material.
Variação da temperatura eutectóide de um aço em função do elemento de
liga adicionado e do seu teor.
Variação da composição química (% de C) da transformação eutectóide
de um aço em função do elemento de liga adicionado e do seu teor.

Classificação de ligas Fe - C

Aços – ligas com teor de carbono < a 2% (% ponderal) Ferros fundidos


– ligas com teor de carbono > 2 % (% ponderal) Outros elementos
existentes nos aços não ligados: Mn  1.00% Al  0.10% (P + S) 
0.12% Ni  0.50% Si  0.50% Cr  0.25% W  0.30% Mo  0.10% V 
0.05% Cu  0.25% Ti  0.10% Elementos sempre presentes (devido ao
processo de fabrico): Mn: elemento substitucional do Fe na Cementite
[(Fe,Mn)3C] na Ferrite endurecedor da Ferrite; afinador da perlite;
desoxidante (MnO) e eliminador de S (MnS) Si: dissolve-se na Ferrite
desoxidante; melhora resistência à corrosão (Temp. elevadas); aumenta
o módulo de elasticidade (aços para molas) S: é uma impureza; forma
FeS nas fronteiras de grão o que fragiliza o aço P: é uma impureza;
fragilizante N, O: impurezas

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