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ESCOLA DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
LABORATÓRIO DE TECNOLOGIA, GESTÃO DE NEGÓCIOS E MEIO AMBIENTE
MESTRADO PROFISSIONAL EM SISTEMAS DE GESTÃO
Orientador:
Prof. Guido Vaz Silva, D.Sc.
Niterói
2016
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Samantha Andrade da Rosa CRB7/5930
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, pelo conforto nas horas difíceis e pela
proteção em toda a minha vida.
Aos meus pais, exemplos de perseverança e honestidade, pela criação a mim dada, pelo amor
e carinho, pelo suporte que me permitiu continuar.
A minha esposa Mariana, que me incentivou, apoiou e entendeu os momentos cuja minha
ausência era necessária para a realização deste trabalho.
A meu orientador Guido Vaz Silva, pela paciência, atenção e ensinamentos.
Aos professores do Mestrado em Sistemas de Gestão, por todo o conhecimento transmitido.
À turma, em especial a José Francisco, Assis Bandeira, Cláudio Pinheiro, Renato Allemand e
Gisela Bockner, por tornarem a jornada muito mais leve.
E a todos os que se propuseram a leitura desta pesquisa. Muito obrigado.
Os velhos desconfiam da juventude porque foram jovens.
William Shakespeare
RESUMO
The outsourcing is highly used nowadays as a management tool, which objectives are to bring
flexibility and cost decreases to organizations and to increase the client service quality as
well. The author is looking forward to comprehend how the outsourcing process began on
public and private companies. Its use on the public administration brought up problems
related to the labor legislation, lack of commitment and administrative structure of some
outsourcing companies, compromising the quality of service performed by these companies.
Starting from this moment, the outsourcing contract management became of extreme
importance to an efficient contract execution, since the objective is to generate more quality
of service and to avoid the public agency co- responsibility regarding possible labor claims.
The objective of this thesis is to define the correct competencies for the outsourcing service
contract manager, aiming to improve the management, supervising and accomplishment of the
contractual clauses. For the making of the needed contracts manager profile, the Behavioral
Inventory Methodology to competency mapping was used. As a result, this thesis presents the
required profile for the institution contract manager.
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 13
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................. 13
1.2 FORMULAÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA ............................................................ 14
1.3 OBJETIVOS...................................................................................................................... 15
1.3.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................................. 15
1.3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 16
1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ....................................................................................... 16
1.5 JUSTIFICATIVA E IMPORTÂNCIA DO ESTUDO ...................................................... 17
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ...................................................................................... 18
2 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................................... 20
2.1 PROCEDIMENTO DE REVISÃO SISTEMÁTICO DA LITERATURA ...................... 20
2.2 REESTRUTURAÇÃO DO ESTADO E TERCERIZAÇÃO ........................................... 22
2.2.1 REESTRUTURAÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO .............................................. 22
2.2.2 O FENÔMENO DA TERCEIRIZAÇÃO .................................................................. 24
2.2.3 A TERCEIRIZAÇÃO NO SETOR PÚBLICO ......................................................... 27
2.2.3.1 A LEGISLAÇÃO QUE REGULAMENTA A TERCEIRIZAÇÃO...................... 28
2.2.3.2 O CONTRATO ADMINISTRATIVO NO SETOR PÚBLICO ............................ 30
2.2.3.3 O FISCAL/GESTOR DE CONTRATO E O PREPOSTO .................................... 31
2.2.3.3.1 O FISCAL/GESTOR DE CONTRATO ................................................................ 31
2.2.3.3.2 O PREPOSTO ........................................................................................................ 32
2.2.3.3.3 ATRIBUIÇÕES DO GESTOR DE CONTRATO ................................................. 33
2.3 GESTÃO DE CONTRATOS ............................................................................................ 34
2.4 GESTÃO DE COMPETÊNCIA COMO FORMA DE SELEÇÃO PARA GESTORES
DE CONTRATO ...................................................................................................................... 38
2.4.1 A COMPETÊNCIA, SUAS DEFINIÇÕES E ABORDAGENS. .............................. 38
2.4.2 A GESTÃO E IDENTIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIAS PARA O GESTOR DE
CONTRATOS .......................................................................................................................... 45
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ................................................................................... 49
3.1 ,DELINEAMENTO METODOLÓGICO ......................................................................... 49
3.1.1 PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO .................................................................. 50
3.2 METODO DE TRABALHO ............................................................................................. 52
3.2.1 A CONSTRUÇÃO DO INVENTÁRIO COMPORTAMENTAL ............................ 53
3.2.1.1 PARTE I - IDENTIFICANDO AS COMPETÊNCIAS ORGANIZACIONAIS... 53
3.2.1.1.1 AMOSTRAGEM DA PESQUISA......................................................................... 54
3.2.1.1.2 COLETA DOS COMPORTAMENTOS ............................................................... 54
3.2.1.1.3 CONSOLIDAÇÃO DOS COMPORTAMENTOS................................................ 57
3.2.1.1.4 ASSOCIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS AOS COMPORTAMENTOS................ 58
3.2.1.2 PARTE II - IDENTIFICANDO AS COMPETÊNCIAS DA FUNÇÃO ............... 59
3.2.1.2.1 PROCESSO MATEMÁTICO PARA DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE
COMPETÊNCIA ...................................................................................................................... 61
3.2.2 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS .......................................... 62
3.2.2.1 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS ...................................... 63
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................. 65
4.1 CENÁRIO E CARACTERÍSTICAS DA INSTITUIÇÃO EM ESTUDO ....................... 65
4.1.1 O SETOR DA SUBPREFEITURA ........................................................................... 65
4.2 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS ...................................................................... 66
4.2.1 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS COMPORTAMENTAIS...................... 66
4.2.2 MAPEAMENTO DAS COMPETÊNCIAS TÉCNICAS .......................................... 68
4.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................................... 69
4.4 O PERFIL DO GESTOR DE CONTRATOS ................................................................... 71
5 CONCLUSÃO .................................................................................................................. 76
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 76
5.2 LIMITAÇÕES DO TRABALHO ..................................................................................... 77
5.3 UTILIDADE DOS RESULTADOS PARA A INSTITUIÇÃO ....................................... 77
5.4 PROPOSTAS PARA ESTUDOS FUTUROS .................................................................. 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................................... 80
APÊNDICE A .......................................................................................................................... 88
APÊNDICE B ........................................................................................................................... 90
13
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
1.3 OBJETIVOS
A adequada gestão do contrato passa pela figura do gestor de contratos que deve
possuir as competências necessárias para a execução desta função.
A fim de alcançar o objetivo exposto, são apresentados os seguintes objetivos
específicos:
Efetuar um levantamento bibliográfico com o objetivo de buscar na literatura, conceitos
como, A Evolução da Administração Pública e a utilização da terceirização, Gestão de
contratos, Gestão de Competências e outros pontos relacionados ao tema do estudo.
Rever a legislação referente aos contratos administrativos de serviços terceirizados na
administração pública.
Descrever de forma atualizada a função de gestão de contratos, levando em consideração a
legislação pertinente e modelos de boas práticas de gestão.
Mapear e definir as competências técnicas e comportamentais para a função de gestores de
contrato para a obtenção de melhoria na fiscalização com o objetivo de promover a correta
execução do contrato.
Identificar através dos gestores, as dificuldades enfrentadas na gestão de contratos para
que seja possível sugerir melhorias através do desenvolvimento das competências do
gestor.
Propor práticas voltadas à gestão por competências para auxiliar a atuação dos gestores de
contrato, motivando a utilização de ferramentas que sejam úteis para a avaliação da
qualidade dos serviços prestados para a administração pública.
O capítulo 4 volta-se para a análise dos dados do estudo de caso proposto e a discussão
dos resultados, fazendo a correlação com o referencial teórico apresentado, as questões
norteadoras e os objetivos da pesquisa.
O capítulo 5 apresenta as conclusões e sugestões para o desenvolvimento de pesquisas
futuras.
No final, encontram-se os aspectos pós-textuais: referências bibliográficas, glossário e
apêndices.
20
2 REVISÃO DA LITERATURA
A base SCOPUS foi definida para a busca de artigos científicos internacionais e foi
realizada da seguinte forma:
SELECIONADOS RELEVANTES
BASE DE DADOS PALAVRAS-CHAVE RESULTADO (LEITURA (LEITURA
INSPECIONAL) ANALÍTICA)
CONTRACT
MANAGEMENT
OUTSOURCING
COMPETENCE
SCOPUS 1737 33 7
MANAGEMENT
PUBLIC SECTOR
Para trabalhos nacionais, foi realizado o mesmo procedimento descrito acima, porém,
a pesquisa foi realizada com as palavras chaves em português e na base de dados do portal
Capes. O quadro 02 mostra as palavras-chaves utilizadas e a quantidades de trabalhos obtidos
e analisados.
SELECIONADOS RELEVANTES
BASE DE DADOS PALAVRAS-CHAVE RESULTADO (LEITURA (LEITURA
INSPECIONAL) ANALÍTICA)
GESTÃO DE CONTRATOS
TERCEIRIZAÇÃO
PERIÓDICOS CAPES GESTÃO DE 116 15 5
COMPETÊNCIA
SETOR PÚBLICO
Diversos fatores geraram mudanças nas instituições públicas brasileiras, entre eles: os
processos de globalização, o início da década de 1980 e a ampliação dos direitos sociais
através da Constituição de 1988. Diante da crise mundial do modelo de desenvolvimento com
base na regulação, financiamento e controle estatal, começou a funcionar um novo regime de
acumulação associado a um sistema diferenciado de regulamentação social e politica,
23
melhor compreensão deste processo de mudança foi elaborado um quadro que apresenta a
síntese dessas fases.
A terceirização foi fortemente adotada pelas organizações, pois permite uma série de
fatores positivos, sendo os principais: redução de custos operacionais, aumento na capacidade
de produção, redução de tempo na escala produtiva e contribui para a melhoria do produto
final (SANTOS, 2007).
26
Na mesma linha de raciocínio, Giosa (2003) diz que é possível identificar uma série de
vantagens com o uso da terceirização como, diminuição de desperdícios, menor custo,
qualidade dos serviços e desenvolvimento econômico.
O Quadro 05 elenca mais algumas vantagens do processo de terceirização segundo os
autores citados.
AUTOR VANTAGENS
Especialização do prestador de serviços, aumento do foco na atividade
principal, aquisição e atualização de novas tecnologias, ausência de
recursos internos, melhoria da qualidade dos serviços, aumento da
flexibilidade na gestão dos negócios, redução do ativo patrimonial da
Ferruzi et al (2011) empresa e aumento da competitividade.
Possibilita o “enxugamento” da estrutura organizacional, permite a
Brasil (1993) transferência de tecnologias e reduz a quantidade de níveis hierárquicos.
Terceiros especializados e com domínio tecnológico, proporcionando
qualidade e produtividade à contratante, com redução de custos e ganhos
Queiroz (1998) em competitividade.
Aumento da qualidade, redução de custos; agilidade das decisões,
aumento da especialização, flexibilidade organizacional, melhoria na
administração do tempo para gestão do negócio, diminuição do
Silva (2003) desperdício, redução de áreas ocupadas.
considerada a única opção, trata-se de uma tomada de decisão estratégica muito importante e
antes da sua implementação devem ser calculados os riscos e dificuldades que possam ser
enfrentados (RESENDE, 1997).
ATIVIDADE-MEIO ATIVIDADE-FIM
Agregam custos ao Produto e ao serviço da Agregam valor ao Produto e à missão da
Instituição. empresa.
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ATIVIDADE-MEIO ATIVIDADE-FIM
São ações e atitudes administrativas ou
São essenciais na montagem, construção e
intermediárias no processo produtivo, nas
manufatura do produto ou serviço. Estão
empresas, apoiando ou suportando a
diretamente ligadas à qualidade e ao
produção, sem interferir na qualidade ou
funcionamento da Instituição.
no funcionamento do produto.
O gerenciamento desta atividade está sempre
dirigido para a melhoria do produto,
A manutenção direta traz incrementos no
aprimorando-se a tecnologia e adquirindo novos
custo operacional das empresas que,
conhecimentos que, aplicados no produto, o
repassado ao preço do produto, vai
farão mais atrativo, eficaz, moderno,
encarecê-lo, reduzindo a sua
tecnicamente avançado e mais competitivo. Com
competitividade.
isso, aumenta o seu consumo, melhorando a
rentabilidade das empresas.
LEGISLAÇÃO ASSUNTO
Dispõe sobre a organização da Administração
Decreto-Lei 200/67 Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências.
Estabelece diretrizes para a classificação de
Lei n.º 5.645, de 10.12.1970 Cargos do Serviço Civil da União e das
Autarquias Federais e dá outras providências.
Regulamenta o art. 37, da Constituição
Federal, institui normas para licitações e contratos
Lei n.º 8.666, de 21.06.1993
da Administração Pública e dá outras
providências.
Dispõe sobre a contratação de serviços pela
Decreto n.º 2.271, de 07.07.1997 Administração Pública Federal direta, autárquica e
fundacional, e dá outras providências.
Instrução Normativa n.º 18/MARE, Disciplina a contratação de serviços a serem
de 22.12.1997 executados de forma indireta e contínua.
Dispõe sobre a qualificação de autarquias e
fundações como Agências Executivas. Estabelece
critérios e procedimentos para a elaboração,
Decreto n.º 2.487, de 02.02.1998 acompanhamento e avaliação dos contratos de
gestão e dos planos estratégicos de reestruturação
e de desenvolvimento institucional das entidades
qualificadas e dá outras providências.
Dispõe sobre a extinção de cargos no âmbito
Lei n.º 9.632, de 07.05.1998 da Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional, e dá outras providências.
Estabelece normas de finanças públicas voltadas
Lei Complementar n.º 101, de 04.05.2000 para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras
providências – LRF.
Institui no âmbito da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, a modalidade de licitação
Lei n.º 10.520, de 17.07.2002
denominada Pregão, voltado para a aquisição de
bens e serviços comuns.
LEGISLAÇÃO ASSUNTO
Dispõe sobre os procedimentos a serem
observados pelos órgãos e pelas entidades da
Administração Pública Federal direta e indireta,
Decreto n.º 5.151, de 22.07.2004 para fins de celebração de atos complementares de
cooperação técnica recebida de organismos
internacionais e da aprovação e gestão de projetos
vinculados aos referidos instrumentos.
Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração da lei
Lei n.º 10.934, de 11.08.2004
orçamentária de 2005 e dá outras providências.
Instrução Normativa n.º 02, de 30 de abril
de 2008 e suas alterações:
Segundo os artigos 67º e 68º da Lei nº 8.666, deve o órgão público e a empresa
contratada designar profissionais para desempenhar as atividades de acompanhamento e
execução do termo contratual, o fiscal/gestor de contrato e o preposto, respectivamente.
A partir dessas definições, é notório que as legislações que tratam do assunto não
definem com clareza, as funções desses profissionais, incentivando o aparecimento de brechas
para que o gestor possa também exercer as atividades de fiscalização.
Vieira et al (2010) e Alves (2004) consideram a fiscalização como o acompanhamento
presencial do contrato e deve ser realizado diariamente, in loco. Os autores definem a gestão
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do contrato de uma forma mais ampla, como sendo o acompanhamento das normas legais
como, reajuste do valor do contrato, aditivo de prorrogação, conferencia de documentos
comprobatórios das obrigações trabalhistas e previdenciárias.
O quadro 08 sintetiza algumas diferenças entre as duas funções:
FISCALIZAÇÃO GESTÃO
Sentido amplo, gerenciamento de todos os contratos,
Sentido estrito, pontual, visão micro.
visão macro.
É realizada necessariamente por um
Pode ser exercida por uma pessoa ou um setor.
representante legal da administração.
Atuação diária no local da execução do
Atua em determinados períodos.
contrato.
Analisa solicitações de reequilíbrio econômico
Analisa a execução do serviço para o financeiro revolve problemas relativos a pagamentos,
qual a empresa terceirizada foi confere documentação comprobatória das obrigações
contratada. trabalhistas e previdenciárias, prorrogação de
contratos, aditivos .
2.2.3.3.2 O Preposto
A Lei nº 8.666/93 determina em seu artigo 68º, “O contratado deverá manter preposto,
aceito pela Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na execução do
contrato”. A função desse profissional é fazer o elo entre o órgão público e a empresa
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terceirizada. Além disto, ele assume a responsabilidade por todas as ações relacionadas às
ações dos funcionários terceirizados.
O gestor do contrato deverá repassar ao preposto toda e qualquer irregularidade
observada e recomendar as medidas reparadoras diante de inconformidades encontradas. Para
isto é de grande importância que o preposto seja um profissional atuante, receptível e
preparado para resolver todas as solicitações do gestor.
Algumas características do perfil desejado para este profissional é descrito por Vieira
(2004): ter iniciativa, ser flexível, ser proativo, ser prestativo, saber lidar com as críticas, ter
grau de escolaridade compatível, ter bom relacionamento na empresa com seus superiores e
com os empregados e também na instituição.
ATRIBUIÇÕES
Participar da elaboração do edital e contrato, fornecendo elementos técnicos necessários para
uma prestação de serviços de qualidade.
Elaborar planilha-resumo de todo o contrato, com informações de todos os empregados
contendo os seguintes dados: nome, cpf, função, salário, adicionais, gratificações, benefícios,
horário de trabalho, férias, licença, faltas, ocorrências e horas extras.
Conhecer detalhadamente o escopo e as cláusulas estabelecidas em contrato.
Exigir a designação de preposto por parte da contratada.
Exigir das empresas terceirizadas o encaminhamento dos documentos originais de garantia
contratual.
Providenciar e verificar a publicação do extrato do contrato firmado com empresa terceirizada
bem como dos aditivos e rescisão no Diário Oficial da União, quando for o caso.
Fiscalizar as Carteiras de trabalho dos empregados, verificando se as anotações de início de
contrato de trabalho, função exercida, remuneração e férias estão corretas e atualizadas.
Verificar se foram realizados os exames médicos admissionais.
Verificar se o salário pago aos empregados não é inferior ao especificado no contrato e na
Convenção Coletiva de Trabalho, assim como outros benefícios.
Observar e acompanhar data-base da categoria prevista na Convenção Coletiva de Trabalho,
para que o pagamento de reajuste de salários e benefícios seja cumprido pela contratada.
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ATRIBUIÇÕES
Verificar se no local de trabalho existe condições de insalubridade ou periculosidade, cuja
presença levará ao pagamento dos respectivos adicionais e fornecimento de epi's.
Verificar se o número de terceirizados por função coincide com o previsto no contrato.
Verificar se a empresa contratada observa a legislação relativa à concessão de férias e licenças
aos empregados.
Manter arquivo organizado, incluindo dados atualizados do representante da contratada, cópia
do contrato, todos os aditivos (se existentes), vigência do contrato, todas as ocorrências e
comunicações realizadas ao preposto relativas ao contrato.
Acompanhar diariamente a prestação de serviços, avaliando a qualidade, verificando a correta
utilização dos materiais e equipamentos, os procedimentos de segurança e condições de
higiene, utilização dos equipamentos de proteção individual (EPI) e uniforme.
Acompanhar diariamente a presença dos empregados nos seus respectivos postos de trabalho.
Realizar diligências junto ao preposto da contratada, exigindo a regularização das falhas ou
deficiências observadas.
Promover reuniões com o preposto da empresa.
Exigir da empresa contratada a apresentação dos comprovantes de quitação dos encargos
trabalhistas, sociais e previdenciários decorrentes da execução do contrato.
Verificar o pagamento de salários e benefícios aos empregados, quando previsto (vale
transporte, vale refeição/alimentação, etc.).
Atestar as notas fiscais e encaminhá-las ao setor competente para providências quanto ao
pagamento, assinalando a glosa no valor de fatura por serviços mal ou não executados se for o
caso.
Verificar em caso de rescisão de contrato de empregado, se o termo de rescisão foi
homologado e as verbas pagas, assim como a realização de exames demissionais.
Viabilizar as alterações contratuais necessárias através de aditivos em decorrência de
repactuação e prorrogação.
Aplicar notificação à contratada, por escrito, quando do descumprimento parcial ou total de
obrigações contratuais, sugerindo as penalidades previstas.
Comunicar ao setor competente as irregularidades detectadas passíveis de penalidades face ao
descumprimento de obrigações contratuais.
Comunicar ao superior hierárquico as ocorrências cujas providências ultrapassem sua
competência.
grande porte estão consumindo recursos com seus contratos e documentos relacionados,
revelando a necessidade em melhorar a gestão dos contratos. Uma pesquisa realizada pela
Associação em 2007 obteve resultados apontando que 75% das empresas não utilizam
metodologias para gestão de contratos.
Segundo Alves (2012) a busca por práticas de gestão mais eficientes para a gestão de
contratos deve estar amparada em um setor da administração que possua um aparato
operacional e gerencial satisfatório. Isto inclui um quantitativo adequado de profissionais
cujas competências devem estar alinhadas a função, treinamento e desenvolvimento de
pessoal, softwares de controle, mecanismos de fiscalização, informações referentes ao
controle de demanda, questões legais e econômicas.
No mesmo sentido, Gandolpho (2007) sustenta que processos complexos de
terceirização, normas reguladoras e legislações específicas acrescentam um elevado número
de cláusulas ao contrato, avaliado como ponto positivo para que seja dada ao procedimento a
transparência necessária, porém, aumenta sobremaneira a demanda por profissionais
competentes.
Segundo a obra de Leiria (2007) são expostos cinco métodos de gestão de contratos,
sendo eles:
A Gestão Descentralizada, onde os contratos são geridos diretamente pela área cliente dos
mesmos. Estimula o equilíbrio entre os valores técnicos e econômicos, conhecimento
específico da demanda, conhecimento de mercado segmentado e assim como na gestão
centralizada promove a visão de preço/custo e know-how de negociação externa.
A Gestão Participativa, que seria a união dos dois métodos anteriores, onde duas ou mais
áreas ficam responsáveis pela contratante. A decisão é tomada em comum acordo entre os
setores cliente e contratante, porém pode envolver os setores jurídico e financeiro. Este
método propicia e enfatiza a sinergia entre eles, estimulando o now-how de negociação
36
Para Bruno Faria e Brandão (2003), o termo competência teve sua origem na idade
média, a expressão pertencia principalmente à linguagem jurídica, sendo utilizada para
39
descrever a faculdade atribuída a uma pessoa ou a uma corte para apreciar e julgar
determinadas questões. Mais tarde começou-se a utilizar a palavra com o significado que
conhecemos atualmente, segundo Fleury e Fleury (2000), competência é uma palavra de
senso comum, utilizada para descrever pessoa qualificada para executar algo.
Barbosa e Bitencourt (2004) afirmam que o termo competência possui diversas
abordagens e sistematiza um quadro com o levantamento de várias definições de
competências, levando em consideração os estudos de diversos autores.
AUTORES DEFINIÇÃO
“Competências técnicas são tudo aquilo que o profissional precisa ter para
Leme (2005) desempenhar seu papel. Competências comportamentais são o diferencial
competitivo de cada profissional e têm impacto em seus resultados.”
“Competências referem-se a conhecimentos individuais, habilidades ou
Becker et al
características de personalidade que influenciam diretamente o desempenho
(2001)
das pessoas”.
“Competência é a qualidade de quem é capaz de apreciar e resolver certo
Boog (1991) assunto, fazer determinada coisa; significa capacidade, habilidade, aptidão e
idoneidade”.
“Competência é assumir responsabilidades frente a situações de trabalho
Boterf (1997) complexas, buscando lidar com eventos inéditos, surpreendentes, de natureza
singular”.
“Competências são aspectos verdadeiros ligados à natureza humana. São
Boyatizis
comportamentos observáveis que determinam, em grande parte, o retorno da
(1982)
organização”.
Bruce (1996) “Competência é o resultado final da aprendizagem”
“Capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação valores, conhecimentos
CEB/CNE
e habilidades necessários para o desempenho eficiente e eficaz de atividades
(1999)
requeridas pela natureza do trabalho”.
“As competências se definem mediante padrões de comportamento
Cravino
observáveis. São as causas dos comportamentos, e estes, por usa vez, são a
(1994)
causa dos resultados. É um fator fundamental para o desempenho”.
Daher Junior "Conjunto de habilidades (desenvolvidas) e aptidões (inatas) que a pessoa tem
(2007) para executar um trabalho com um nível superior de desempenho".
“As competências descrevem de forma holística a formação de habilidades,
conhecimentos, habilidades de comunicação no ambiente de trabalho (...). São
Davis (2000) essenciais para uma participação mais efetiva e para incrementar padrões
competitivos. Focaliza-se na capacitação e aplicação de conhecimentos e
habilidades de forma integrada no ambiente de trabalho”.
Durand (1999) "São conhecimento, habilidades e atitudes necessárias para se atingir
determinados objetivos”.
“Capacidade da pessoa de gerar resultados dentro dos objetivos estratégicos e
Dutra et al. organizacionais da empresa, se traduzindo pelo mapeamento do resultado
(1998) esperado (output) e do conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
necessários para o seu atingimento (input)”.
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AUTORES DEFINIÇÃO
Fleury & "Um saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,
Fleury transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agregam valor econômico
(2001) à organização e valor social ao indivíduo"
Flink e "Podem ser de três tipos: essenciais, funcionais e individuais. Os autores
Vanalle utilizam os estudos de McClelland para avaliar as competências que devem ser
(2006) desenvolvidas”.
Hamel e "É o aprendizado coletivo na organização, especialmente como coordenar as
Prahalad diversas habilidades de produção e integrar as múltiplas correntes de
(1998) tecnologia”.
Hase et al. “Competência descreve as habilidades observáveis, conhecimentos e atitudes
(1998) das pessoas ou das organizações no desempenho de suas funções (...). A
competência é observável e pode ser mensurada por meio de padrões”.
“O conceito de competência sintetiza a mobilização, integração e transferência
de conhecimentos e capacidades em estoque, deve adicionar valor ao negócio,
Hipólito estimular um contínuo questionamento do trabalho e a aquisição de
(2000) responsabilidades por parte dos profissionais e agregar valor em duas
dimensões: valor econômico para a organização e valor social para o
indivíduo”.
"É o saber agir responsável e que é reconhecido pelos outros. Implica saber
Le Boterf
como mobilizar, integrar e transferir os conhecimentos, recursos e habilidades,
(1995)
num contexto profissional determinado”.
Levy-Leboyer "São repertórios de comportamentos que algumas pessoas dominam melhor
(1997, p.13) que outras, o que as fazem mais eficazes em uma determinada situação”.
Magalhães “Conjunto de conhecimentos, habilidades e experiências que credenciam um
(1997) profissional a exercer determinada função”.
“O desenvolvimento de competências compreende os aspectos inatos e
Moscovici adquiridos, conhecimentos, capacidades, experiência, maturidade. Uma pessoa
(1994) competente executa ações adequadas e hábeis em seus afazeres, em sua área
de atividade”.
Perrenoud “A noção de competência refere-se a práticas do cotidiano que se mobilizam
(1998) através do saber baseado no senso comum e do saber a partir de experiências”
"É um traço, uma característica da personalidade do indivíduo que o torna
Pierry (2007)
competente ou competitivo dentro de seu espaço de responsabilidade”.
Resende "Transformação de conhecimento, aptidões, habilidades, interesse, vontade,
(2003) etc., em resultados práticos"
“É a capacidade de mobilizar, integrar e colocar em ação seus conhecimentos,
Ruas (1999) habilidades e formas de atuar (recursos de competências) a fim de
atingir/superar desempenhos configurados na missão da empresa e da área”.
"Mobilização de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias ao
SENAI (2000) desempenho de atividades ou funções típicas, segundo padrões de qualidade e
produtividade requeridos pela natureza do trabalho”.
Sparrow & “Competências representam atitudes identificadas como relevantes para a
Bognanno obtenção de alto desempenho em um trabalho específico, ao longo de uma
(1994) carreira profissional, ou no contexto de uma estratégia corporativa”.
Spencer & “A competência refere-se a características intrínsecas ao indivíduo que
Spencer influenciam e servem de referencial para seu desempenho no ambiente de
(1993) trabalho”.
41
AUTORES DEFINIÇÃO
“A competência profissional é uma combinação de conhecimentos, de saber-
fazer, de experiências e comportamentos que se exercem em um contexto
Zarifian
preciso. Ela é constatada quando de sua utilização em situação profissional a
(2001)
partir da qual é passível de avaliação. Compete à empresa identificá-la, avaliá-
la, validá-la e fazê-la evoluir”.
Podem ser encontradas na literatura três correntes que tratam das abordagens da
competência, conforme descreve Aquino (2000):
Na administração estratégica;
Na sociedade, na educação e no trabalho;
E Na gestão de recursos humanos.
Os autores Hill e Jones (1998), Prahalad e Hamel (1990) fazem parte da primeira
corrente, que diz respeito da sua aplicação em um nível macro da gestão da empresa. Este
conceito é o da competência essencial, definida como um conjunto de conhecimentos,
habilidades, tecnologias e sistemas físicos, gerenciais e de valores difíceis de serem imitados
pelos concorrentes, gerando assim vantagem competitiva para a organização.
Para Zarifian (1999), que faz parte da segunda corrente, traz a competência com um
enfoque sociocognitivo, traduzindo a competência como uma capacidade do individuo
mobilizar saberes adquiridos nas instituições de ensino, nas experiências no trabalho, nas
diversas trajetórias profissionais e em atividades de socialização obtidas durante a vida, para
solucionar problemas que surjam no dia a dia do trabalho, além do desenvolvimento da
interação com os companheiros de trabalho.
Enfatizando o aspecto social, Fleury e Fleury (2001) definem competência como “um
saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir
conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor
social ao indivíduo” (MAGALHÃES, 2009). A figura 03 detalha a combinação de saberes
que compões a competência.
42
É possível perceber que algumas das funções citadas possuem grande relação com o
conceito de competências, como, Cargos e Salários, Recrutamento e Seleção, Treinamento e
Desenvolvimento e Avaliação de Desempenho. O foco principal deste estudo é a busca do
perfil ideal para o gestor de contratos, com o objetivo de intensificar a melhoria do
desempenho dos serviços prestados por terceiros e a diminuição dos riscos de
responsabilidade solidária por parte dos órgãos públicos frente a ações trabalhistas
protocoladas por funcionários terceirizados.
Uma importante definição para este trabalho é segundo Brandão e Guimarães (2001),
o conceito de competência está baseado em um tripé de dimensões, envolvendo
conhecimentos, habilidades e atitudes, como pode ser observado na figura 04.
44
pessoal, cargos e salários, treinamento e desenvolvimento. Vale lembrar que o foco deste
trabalho é determinar as competências necessárias para a função de gestor de contratos.
De acordo com Leme (2005), em Gestão por Competências, a primeira etapa é definir
os requisitos da função, que podem ser técnicos ou comportamentais.
As competências técnicas são as necessárias para o desempenho da função, como por
exemplo, idiomas, sistemas informatizados, ferramentas e outros. É tudo aquilo que um
profissional precisa para ser um especialista técnico.
As competências comportamentais são aquelas que o profissional deve demonstrar
como parte de seu diferencial competitivo e possui impacto direto em seus resultados, como
por exemplo, criatividade, flexibilidade, foco no cliente e em resultados, planejamento,
organização, liderança e outras.
Os três pilares da competência, “Comportamento”, “Habilidades” e “Atitude” estão
relacionados às competências técnicas e comportamentais, conectando as competências
técnicas ao “saber o que fazer” e ao “saber como fazer”, e as competências comportamentais
ao “querer fazer”, conforme o quadro 12.
Sensibilizar: etapa inicial do processo, se não for bem sucedida pode leva-lo
ao fracasso, é necessário apresentar os motivos da necessidade da
implementação e motivar os colaboradores.
Definir as competências organizacionais: etapa em que são definidas as
competências de que a organização precisa para trabalhar alinhada com
Missão, Valores e Estratégia.
Definir as competências de cada função: etapa em que se descrevem as funções
e define quais competências organizacionais são necessárias à função e qual a
intensidade.
Identificar as competências dos colaboradores: etapa em que se identificam as
competências existentes em cada colaborador para encontrar os gaps.
Desenvolver os colaboradores: etapa do treinamento e desenvolvimentos dos
colaboradores para eliminar os gaps encontrados.
48
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Este capítulo tem o objetivo de descrever como foi desenvolvida a pesquisa. Visa
fornecer ao leitor subsídios necessários para compreendê-la, através de uma apresentação
detalhada dos passos seguidos para o alcance do objetivo proposto, levando em consideração
sua natureza, da sua formulação até o trabalho de campo.
O protocolo de estudo de caso tem como objetivo descrever como foi realizada a coleta
de dados para o estudo de caso, contém procedimentos e regras que devem ser seguidos, estes
elementos servem para aumentar a confiabilidade da pesquisa e permitir que o estudo possa
ser repetido obtendo-se resultados assemelhados (YIN, 2005).
A pesquisa previa uma abordagem qualitativa utilizando procedimentos como a
pesquisa bibliográfica e documental através de artigos científicos nacionais e internacionais,
dissertações de mestrado e teses de doutorado, livros, arquivos eletrônicos, relatórios e
manuais internos e legislação específica. Previa ainda a utilização de procedimentos de coleta
de dados como questionários e a atividade do Gosto/ Não gosto/ O Ideal Seria presente no
método segundo Leme (2005).
O quadro 13 sintetiza o protocolo de estudo de caso utilizado, apresentando os
procedimentos de coleta de dados e processamento de dados.
51
Forma de
Coleta de dados ou
Abordagem Nº Procedimentos Fontes de dados
Processamento de
dados
Artigos científicos
nacionais
e internacionais;
1 Pesquisa Bibliográfica
Dissertações de
Revisão da mestrado
Literatura e doutorado; Livros.
Arquivos eletrônicos;
2 Pesquisa Documental Relatórios internos;
Legislação específica;
Manuais.
Atividade
3 Coleta de Gosto/Não Gosto/ O Servidores que ocupam
Comportamentos Ideal Seria cargos de gestão
4 Consolidação dos Em planilha 3
Comportamentos
Associação de
5 Competências Em planilha 3
aos Comportamentos
Levantamento de
Qualitativa Comportamentos
6 Questionário
importantes para a Superior da Função de
função gestão de contratos
Cálculo do peso de cada
7 Em planilha 3, 4, 5 e 6
indicador
Cálculo do Nível de
Competência
8 Em planilha 3, 4, 5, 6 e 7
Comportamental da
função
Análise das atribuições
da função
Atribuições do Gestor
9 e mapeamento das Em planilha
de Contratos (quadro 9)
competências técnicas
necessárias
Levantamento do grau
10 das Questionário Superior da Função de
competências técnicas gestão de contratos
Cálculo do nível de
11 Competência Em planilha 9, 10 e 11
Técnica da Função
Para a coleta de dados foi enviada por e-mail uma Carta de Apresentação (Apêndice
A) para os participantes e uma Explicação e Conscientização (Apêndice B) do que seria
realizado, detalhando a importância em realizar a atividade, além da atividade propriamente
dita que foi elaborada utilizando a ferramenta de pesquisa online, SurveyMonkey.
A atividade é chamada de “Gosto/Não Gosto/ O Ideal Seria”, que possui três quadros
para o preenchimento das respostas, conforme a figura 6.
55
O objetivo da atividade é fazer com que os colaboradores pensem nas pessoas com que
se relacionam dentro da instituição, uma a uma, não importando se elas são superiores ou
subordinados, pares, clientes ou fornecedores internos. Nestes espaços da atividade deveriam
ser registrados os comportamentos da pessoa cujo colaborador estivesse refletindo, separando
pelos quadros “Gosto”, “Não Gosto” e “O Ideal Seria”.
Ao refletir sobre os comportamentos e maneira de ser de uma pessoa, é possível
identificar as atitudes que contribuem para o sucesso da instituição ou, ainda, os erros ou
problemas que poderão ser melhorados para uma melhor execução do trabalho de forma que a
instituição cumpra com sua Missão, Visão, Valores e Estratégia.
Relembrando a definição segundo Leme (2005), Atitude é o que nos leva a querer
exercitar, desenvolver a habilidade de um determinado conhecimento, atitude é a
Competência Comportamental como mostrado no quadro 14.
Conhecimento Saber
Competência Técnica
Habilidade Saber Fazer
Competência
Atitude Querer Fazer
Comportamental
56
Esta é a etapa mais trabalhosa e demorada, pois após a coleta de dados foi gerada uma
grande quantidade de respostas com os registros dos comportamentos.
Nesta etapa os comportamentos registrados foram consolidados obedecendo a seguinte
forma:
No infinitivo – transformando a frase para o infinitivo faz com que ela pareça uma
definição ou determinação, como exemplo: “Traz soluções para os problemas do dia-
a-dia do”, deve ficar da seguinte forma: “Trazer solução para os problemas do dia-a-
dia”.
58
Nesta etapa, a tarefa foi associar uma competência a cada comportamento, o quadro 16
exemplifica a etapa de consolidação dos indicadores e associação das competências.
Foi utilizada uma escala com 5 níveis, onde o nível 0 corresponde a 0% e o nível 5
corresponde a 100% conforme ilustrado na figura 8.
Cada comportamento possui um peso que foi calculado conforme a formula a seguir:
Comportamentos
Total de Peso de cada Marcados como
Competências NFC
Comportamentos Comportamento Muito Forte ou
Forte
Após a definição das Competências para a Função e seus Níveis de intensidade será
gerado um gráfico de barras para a melhor visualização, conforme a figura 09.
6,0
5,0 5,0
5,0 4,5
4,0
3,0
3,0
2,0
2,0 1,5
1,0
0,0
Competência A Competência B Competência C Competência D Competência E Competência F
Instruções: Analise cada atribuição e relacione graus às competências necessárias para sua
realização.
Graus: Muito Alto, Alto, Normal e Pouco.
Competência 1 Competência 2 Competência 3
Atribuição 1
Competência 4 Competência 5
Atribuição 3
Competência 2 Competência 3
Atribuição 4
Competência 5
Atribuição 5
O Grau necessário da Competência foi calculado a partir da média ponderada dos valores
obtidos na consulta com o chefe da função, cujos pesos atribuídos foram: Muito Alto = 4,
Alto = 3, Normal = 2 e Pouco = 1.
Relacionamento Interpessoal 17
Foco em Resultados 15
Trabalho em Equipe 7
Liderança 7
Comunicação 6
Flexibilidade 6
Iniciativa 5
Organização e Planejamento 5
Tomada de Decisão 4
Visão Sistêmica 2
Assiduidade 2
Criatividade 2
Foco em Resultados 15
Relacionamento Interpessoal 7
Comunicação 5
Iniciativa 5
Flexibilidade 4
Organização e Planejamento 4
Tomada de Decisão 4
Trabalho em Equipe 2
Visão Sistêmica 2
Assiduidade 2
Criatividade 2
Liderança 1
Comportamentos
Nível de
Competências Quantidade de Peso de cada Marcados como
Competência
Comportamentais Comportamentos Comportamento “Muito Forte" e
da Função
"Forte"
Foco em
Resultados 15 0,333 15 5,0
Tomada de
Decisão 4 1,250 4 5,0
Visão Sistêmica 2 2,500 2 5,0
Iniciativa 5 1,000 5 5,0
Assiduidade 2 2,500 2 5,0
Criatividade 2 2,500 2 5,0
Organização e
Planejamento 5 1,000 4 4,0
Comunicação 6 0,833 5 4,2
Flexibilidade 6 0,833 4 3,3
68
Comportamentos
Nível de
Competências Quantidade de Peso de cada Marcados como
Competência
Comportamentais Comportamentos Comportamento “Muito Forte" e
da Função
"Forte"
Relacionamento
Interpessoal 17 0,294 7 2,1
Trabalho em
Equipe 7 0,714 2 1,4
Liderança 7 0,714 1 0,7
Frequência de Índice de Grau necessário da
Utilização Utilização competência
Detalhista 12 0,462 3,250 3,7
Rigor 7 0,269 3,143 3,4
Atenção 8 0,308 3,000 3,3
Paciência 2 0,077 3,000 3,1
Negociação 1 0,038 3,000 3,0
A análise das atribuições do gestor de contratos resultou em uma lista com treze
competências, o quadro 23 a seguir apresenta as competências mapeadas e a quantidade de
atribuições em que ela é necessária em um total de 26 atribuições.
Após a análise foi realizada uma consulta ao superior da gestão de contratos para que
fossem relacionados graus de necessidade de cada competência para a realização das
atribuições, o quadro 24 apresenta o grau de necessidade calculado e o nível de cada
competência técnica.
Grau
Frequência
Índice de necessário Nível da
Competência Técnica de
utilização da Competência
Utilização
competência
Conhecer as Cláusulas Contratuais 17 0,654 3,941 4,6
Conhecer a natureza do Serviço 4 0,154 4,000 4,2
Conhecer o Decreto Lei nº 5.452
9
(CLT) 0,346 3,778 4,1
Elaboração de Planilha de Custo 2 0,077 4,000 4,1
Conhecer a Convenção Coletiva do
6
Trabalho (CCT) 0,231 3,833 4,1
Elaboração de Edital de Licitação 1 0,038 4,000 4,0
Elaboração de Termo de Referência 1 0,038 4,000 4,0
Capacidade de Interpretação de
1
Texto 0,038 4,000 4,0
Conhecer a Instrução Normativa nº
6
02/2008 0,231 3,667 3,9
Conhecimento em Editor de
3
Planilhas 0,115 3,333 3,4
Conhecer a Lei nº 8.666 4 0,154 3,250 3,4
Capacidade de Escrita 4 0,154 3,000 3,2
Conhecimento em Editor de Texto 1 0,038 2,000 2,0
mais de oitenta e oito por cento. Vinte e três respostas foram desconsideradas por não se
tratarem de comportamentos.
Com o tratamento, consolidação dos comportamentos e exclusão dos que se repetiam,
foram utilizados na etapa seguinte, setenta e oito comportamentos divididos em grupos
relacionados a doze competências diferentes.
Foi possível observar que a competência Foco em Resultados foi a que obteve o maior
número de comportamentos registrados. Todos os participantes anotaram comportamentos
relacionados a esta competência e ela apresentou grande uniformidade quanto à quantidade de
comportamentos registrados por cada participante, com uma média 6,29 por participante e
desvio padrão de 2,31, o que resulta em um coeficiente de variação de 37 %, considerado
baixo se compararmos com os das outras competências.
O quadro 25 apresenta a análise de dispersão das quantidades de comportamentos
registrados na coleta de dados.
comportamentos de um total de 78, sendo que esses 15 foram marcados como muito
importantes para a atuação do gestor de contratos.
Com os resultados obtidos foi possível detalhar qual o perfil comportamental e técnico
esperado de um gestor de contratos. As competências comportamentais desejadas que mais se
destacaram foram, foco em resultados, tomada de decisão, visão sistêmica, iniciativa,
assiduidade e criatividade com um nível máximo esperado de 5 pontos.
Este resultado reforça a necessidade pela busca de resultados que o gestor de contratos
deve possuir dentro do Cefet/Rj, ele deve ser assíduo, estar constantemente atento a variados
elementos para que a os serviços prestados pelas empresas terceirizadas sejam de qualidade,
estes elementos apresentam-se nas mais variadas naturezas, sendo os mais importantes os
relacionados as obrigações trabalhistas e a execução do serviços propriamente dito.
O gestor deve estar preparado para tomar decisões importantes, como prorrogar ou não
o contrato de uma empresa, aplicar ou não uma penalidade, solicitar a substituição de um
funcionário da empresa, decisões que poderão interferir diretamente na prestação dos
serviços.
Deve conhecer os processos e objetivos da instituição devendo estar sempre atento da
sua importância e do impacto que sua função pode causar nos resultados da instituição.
Precisa ser proativo, antever e agir sobre futuras necessidades, ter iniciativa, assumir o
compromisso com a qualidade dos serviços.
Necessita ter criatividade para solucionar problemas e enfrentar desafios, buscar novos
procedimentos para a melhoria dos processos.
Outras competências importantes como organização e planejamento, comunicação,
flexibilidade, relacionamento interpessoal, trabalho em equipe e liderança, foram observadas e
consideradas importantes para a atuação do gestor.
No dia a dia do gestor de contratos, ao executar suas atribuições rotineiras, espera-se
que este profissional seja atento, detalhista e paciente diante de situações complicadas e que
possua boa capacidade de negociação, principalmente quando estiver em contato com
representantes da empresa.
A figura 11 apresenta o perfil comportamental desejado para um gestor de contratos,
sendo 5 o valor máximo da escala.
72
4,5 4,2
4,0
4,0 3,7
3,4 3,3 3,3
3,5
3,1 3,0
3,0
2,5
2,1
2,0
1,4
1,5
1,0 0,7
0,5
0,0
5,0
4,6
4,5 4,2 4,1 4,1 4,1 4,0 4,0 4,0
3,9
4,0
3,4 3,4
3,5 3,2
3,0
2,5
2,0
2,0
1,5
1,0
0,5
0,0
As competências que obtiveram um nível abaixo de 2,0(dois) poderiam ter sido retiradas
do perfil desejado para o gestor de contratos, pois seriam praticamente irrelevantes frentes as
outras competências, porém o autor julgou válida a opção por mantê-las para que o leitor
pudesse observar que embora elas estejam presentes, não apresentam papel de importância no
perfil.
76
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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YIN, Robert K.; GRASSI, Daniel. Estudo de caso, planejamento e métodos. 3.ed. Porto
Alegre: Bookman, 2005.
CARTA DE APRESENTAÇÃO
A sua participação é de extrema relevância para a realização deste estudo, você foi
escolhido devido ao cargo que ocupa atualmente e por ele ser considerado de grande
importância para a Gestão da Instituição.
89
Esta atividade possui uma abordagem qualitativa e faz parte do estudo de caso que está
sendo realizado por mim como parte do desenvolvimento da Dissertação para obtenção do
título de Mestre em Sistemas de Gestão pela Universidade Federal Fluminense.
Os dados obtidos serão tratados e consolidados e as informações prestadas serão
estruturadas e utilizadas como instrumento para a análise dos resultados.
Vale a pena ressaltar que ao realizar a atividade, o preenchimento e envio do
formulário não revelará a sua identidade.
A atividade é composta por respostas discursivas e vai levar em torno de 30 minutos.
https://pt.surveymonkey.com/r/63V88XX
Objetivo
O objetivo da atividade é fazer com que o participante pense nos servidores da
instituição com que se relaciona, um a um, não importando se eles são superiores,
subordinados ou pares.
Ao refletir sobre os comportamentos e maneira de ser de um servidor, será possível
identificar as atitudes que contribuem para o sucesso da instituição ou, ainda, os erros ou
problemas que poderão ser melhorados para uma melhor execução do trabalho de forma que a
instituição cumpra com sua Missão, Visão, Valores e Estratégia.
Coleta de Indicadores
QUESTÕES IMPORTANTES
Devem ser registrados todos os comportamentos que o participante desejar para descrever as
atitudes de um servidor. Quanto mais, melhor!
Assim que terminar de refletir sobre um servidor, as anotações do próximo servidor deverão
vir logo abaixo. Em uma única lista ele registrará todos os comportamentos dos servidores
91
1. Gosto
Apresenta alternativas criativas para melhorar os procedimentos.
Tem compreensão dos processos da Instituição.
Busca informações, planeja as ações, como alcançar objetivos e alternativas antes de
iniciar uma negociação.
Mantém o local de trabalho organizado, facilitando a localização de objetos ou
documentos.
Planeja e prioriza a realização das tarefas, utilizando o tempo de forma eficaz.
Realiza as metas e as atividades dentro dos prazos estabelecidos.
Pratica a descentralização das tarefas preparando as pessoas para assumirem
responsabilidades.
Transmiti energia e motivação para a equipe superar dificuldades.
Recebe feedback, compreende a visão dos outros sobre seu comportamento.
92
2. Não Gosto
Não esclarece as duvidas de trabalho dos colegas.
Não respeita a opinião dos outros.
Não é flexível para implantar mudanças.
Não aceita opiniões e sugestões de mudanças que contribuam para a melhoria do serviço
ou processo.
Não transmiti os objetivos Institucionais com clareza e objetividade.
Não é cortês com os colegas de trabalho.
Não percebe o impacto de uma ação a ser realizada em seu setor e em outros.
Não tem iniciativa para realizar tarefas necessárias.
Não tem a percepção do tempo ideal para a tomada de decisão.
Não é claro e objetivo ao expor suas idéias.
3. O Ideal Seria
Respeitar a decisão do seu superior.
Dar feedback das ações que lhe foram solicitadas.
Ser mais prestativo para executar tarefas.
Compartilhar mais seus conhecimentos com a equipe.
Ter mais equilíbrio emocional em situações adversas, tratando as pessoas de forma
respeitosa.
Facilitar o diálogo e a interação entre as pessoas.
Ter uma postura mais flexível quando sua ideia não é a que prevalece.