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¹ Doutoranda em Ciências da Saúde pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Mestre em Ciências da Saúde pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Especialista em Oncologia pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Especialista em Nefrologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG);Enfermeira
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
2 Enfermeira (PUC-Minas); Especialista em Urgência Emergência e Trauma (PUC-Minas), Fisiologia
Exame complementar
O conhecimento básico das patologias humanas, permite ao médico e enfermeiro
solicitar exames complementares para o fechamento do diagnóstico.
2 BIOMARCADORES
Biomarcadores ou marcadores biológicos são entidades que podem ser medidas
experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função normal ou
patológica de um organismo ou uma resposta a um agente farmacológico.
Usados na prática clínica para o diagnóstico ou riscos de ocorrência de uma doença,
para identificar a gravidade ou progressão de uma determinada doença e prever um
prognóstico ou monitorar um determinado tratamento
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Importante
2.6 Variabilidades
Algumas condições podem interferir no resultado final dos exames, como: condições
biológica, pré-analítica, analítica e pós-analítica, conforme o quadro abaixo.
Biológica Pré-analítica Analítica Pós-analítica
Condição clínica- Febre e hemoconcentração eleva creatinina, cortisol, ácido úrico, enquanto
o trauma e a dor elevam insulina, cortisol, renina e hormônio de crescimento
3 COLETA DE SANGUE
A coleta de sangue faz parte da fase pré-analítica da realização de exames, e como
vimos anteriormente essa fase pode influenciar no resultado final, desta forma é preciso ter
muita atenção ao proceder a coleta de sangue.
3.1 Materiais
• Sistema de coleta à vácuo - Sistema fechado
• Seringa descartável - Sistema aberto
Agulhas para Coleta Múltipla comumente são: 25 x 7 mm, em geral, preta, usualmente
indicada para pacientes geriátricos, pediátricos e com acesso venoso difícil; e 25 x 8 mm, em
geral, verde, usualmente indicada para pacientes com bom acesso venoso, é a agulha de
coleta múltipla de sangue a vácuo mais utilizada.
Sequência de tubos
Os tubos são utilizados em uma sequência pré-determinada, para que não haja
contaminação da amostra e resultados falsos.
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Resumindo
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Garroteamento- Deve ser realizado 8 cm acima do local da punção; pedir que o paciente
feche a mão para evidenciar a veia; não interromper o fluxo arterial; o tempo de
garroteamento não deve ultrapassar 1 minuto; e não se deve dar tapas
Antissepsia- Umedecer o algodão no momento da coleta com álcool etílico 70%; realizar a
antissepsia do centro para fora; esperar a secagem, cerca de 30 segundos; e não assoprar e
tocara a região.
Erros
4. HEMATOLOGIA CLÍNICA
Ramo da medicina que estuda o sangue, seus distúrbios e doenças. Estuda seus
elementos figurados como: Glóbulos vermelhos (hemácias), Glóbulos brancos (leucócitos),
Plaquetas e os órgão onde são produzidos, como a medula óssea o linfonodo e o baço.
4.1.2.1 Hemácias
A principal função se relaciona ao transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos.
Composta por Hemoglobina. Célula produzida na medula óssea, sofre apoptose no baço e é
metabolizada o fígado.
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4.1.2.2 Leucócitos
A principal função se relaciona à defesa do organismo. Apresenta tipos variados de
células com ações específicas, divididas em dois grupos granulócitos Neutrófilo, Basófilo e
Eosinófilo; e agranulócitos, Linfócito e Monócito.
Linfócitos
4.1.2.3 Plaquetas
Fragmentos anucleares granulares de células gigantes da medula
óssea chamadas megacariócitos. Produção regulada pelo hormônio
trombopoetina. Cuja principal função é atuar limitando a hemorragia
no revestimento dos vasos sanguíneos em caso de lesão.
Coagulação Sanguínea
Vasoconstrição- Resposta contrátil do músculo liso vascular devido à lesão física em um
vaso, reduz perda de sangue.
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4.4 Timo
Exerce função protetora, com a produção complementar
de anticorpos, é o órgão responsável pela produção de
hormônios que estimulam outros órgãos linfáticos, e é o local
onde o linfócito T se especializa.
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4.5 Baço
Responsável por remover da circulação as células
sanguíneas velhas e gastas. Controla a quantidade de
sangue em nossas veias e artérias.
4.6 Hematopoese
Processo envolvido na produção de todas as
células do sangue através de uma célula hemopoética
precursora
A hematopoese ocorre desde a fase fetal. As três
linhagens de células sanguíneas se originam de uma
célula-mãe única: Stem-cell ou Célula tronco, célula
mãe hematopoiética.
Fatores que estimulam a proliferação celular:
Eritropoetina, estimula produção de hemácias;
Trombopoetina, estimula produção de plaquetas; e Citocinas, estimulam produção de
leucócitos.
5 HEMOGRAMA
O hemograma avalia o número e a morfologia de todas as células sanguíneas. O
hemograma se divide em três séries celulares: Série vermelha, série branca e plaquetas. Útil
na avaliação das anemias além de evidenciar indicadores que podem ser correlacionados
com infecções viróticas e bacterianas.
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5.1 Eritrograma
É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de
eritrócitos. Os três primeiros dados, contagem de: hemácias, hemoglobina e hematócrito.
São analisados em conjunto.
Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos vermelhos
no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias
circulantes
Dados analisados
• Contagem de hemácias
• Concentração de hemoglobina (Hb)
• Hematócrito ou volume globular (Ht)
• Hemoglobina corpuscular média (HCM)
• Volume corpuscular médio (VCM)
• Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
• Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho ao redor da média (RDW)
5.1.1 Hemoglobina
É uma molécula que fica dentro da hemácia. Responsável pelo transporte de oxigênio.
Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma
anemia.
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Avalia a proteína que transporta o oxigênio. Usada para definir se há ou não um estado
anêmico. Valores de referência: Feminino (12.00 a 16.00) g/dL e Masculino (13.50 a 18.00)
g/dL.
5.1.3 Hematócrito
É o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um
hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é composto por
hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras
substâncias diluídas.
Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é, na
verdade, composto por células vermelhas. Falta de hemácias: prejudica
o transporte de oxigênio; o excesso deixa o sangue muito espesso e atrapalha o seu fluxo e
favorecendo a formação de coágulos.
Avaliado em porcentagem (%), representa a proporção dos glóbulos em cada 100 ml de
sangue. Valores de referência: Feminino 36.0 a 47.0 % e masculino 40.0 a 54.0 %.
5.1.6 RDW - Red Cell Distribution Width - Amplitude de Distribuição dos Glóbulos
Vermelhos
Avalia o grau de variação no tamanho das
hemácias, útil para diferenciar tipos de
anemias. Valores de referência: 11,5 – 15,0%.
Quando elevado existem muitas hemácias de
tamanhos diferentes circulando, isso pode
indicar hemácias com problemas na sua morfologia.
É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste
elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia
de tamanho reduzido.
5.1.7 Reticulócitos
São eritrócitos recém liberados da medula óssea, representa indiretamente a produção
dos glóbulos vermelhos na medula óssea. Seu resultado é em %. Valores de referência: 0,5 A
2,17%
coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. Assim como o VCM, o HCM e o CHCM
também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia.
5.2.1 Neutrófilos
45% a 75% dos leucócitos circulantes. Valores de referência: 60 a 65 %. Variações:
Aumento - Leucocitose neutrofílica, pode ocorrer em infecções bacterianas e fúngica, infarto
agudo, isquemia, uremia, diabetes, gota, leucemia mielocítica e hemorragias; e redução –
Neutropenia, ocorre no alcoolismo, uso de medicamentos imunossupressores,
quimioterapia e estresse.
5.2.2 Bastões
São neutrófilos jovens. Valores de referência de 4 a 5 %. Variações: Aumento ocorre em
infecções agudas gerais (Viroses e Infecção bacteriana) e a redução ocorre em problemas
genéticos, uso de medicamentos e infecções
5.2.3 Linfócitos
15 a 45% dos leucócitos no sangue. Valores de referência de 20 a 30 %. Variações:
Aumento – Linfocitose, ocorre em infecções agudas, crônicas (Tuberculose, Sífilis), linfomas
e leucemia; Redução – Linfocitopenia, ocorre em infecções virais (incluindo AIDS, gripe e
hepatite), desnutrição, uso de medicamentos imunossupressores, quimioterapia e estresse.
5.2.4 Monócitos
3 a 10% dos leucócitos circulantes. Valores de referência de 4 a 8 %. Variações: Aumento
– Monocitose, ocorre em tuberculose, protozooses (Malária e Tripanosomose), leucemias
agudas, lúpus eritematoso; Redução – Monocitopenia, causada por infecção da corrente
sanguínea, quimioterapia ou um distúrbio da medula óssea.
5.2.4 Eosinófilos
1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos. Valores de referência de 2 a 4 %.
Variações: Aumento – Eosinofilia, ocorre em alergias, parasitoses, doenças da pele e
hemopatias; Redução – Eosinopenia, ocorre em infecções bacterianas agudas, uso de
medicamentos imunossupressores, quimioterapia e, estresse
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5.2.5 Basófilos
Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Valores de referência de 0 a 1 %.
Variações não são comuns, principalmente porque estas células ocorrem com pouca
frequência no sangue. O aumento é a Basofilia, que ocorre em dermatites, colite e leucemia
crônica; Redução – Basopenia, pode ocorrer como resposta a tireotoxicose, reações de
hipersensibilidade aguda e infecções.
5.2.6 Plasmócitos
Valores de referência de 0 a 1 %. Variações: Aumento pode ocorrer na Rubéola,
Sarampo, Mononucleose e Mieloma; Redução, sem relato
5.2.7 Blastos
São células imaturas na corrente sanguínea. Valor de referência é de 0%. Variações com
aumento ocorrem na leucemia e infecções agudas. A numerosa liberação de blastos indica
desvio a esquerda.
5.3 Plaquetas
São células envolvidas na coagulação sanguínea. Valores de referência: 140 000 a 450
000 µL. Variação: aumento Trombocitose e redução Trombocitopenia.
Causas de Plaquetopenia ou Trombocitopenia: Infecções, deficiência de vitamina b12,
vasculites, neoplasias, hemólise intravascular, imunossupressores, quimioterapia,
coagulopatias de consumo e risco de hemorragias. Causas de Plaquetose ou Trombocitose:
Infecções, inflamação, hemorragia, anemia ferropriva, doenças mieloproliferativas crônicas e
risco de trombos.
6 COPROLOGIA CLÍNICA
Os exames realizados nas fezes são: parasitológico de fezes e pesquisa de sangue oculto
nas fezes
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▪ Ex: Exame direto sem coloração, Exame direto com coloração (lugol e
colorações específicas), Concentração por sedimentação espontânea e
Concentração por centrifugação
• Métodos Quantitativos
o Determina a quantidade de
parasitas presentes na
amostra
▪ Ex: Kato-Katz
7.2 O Exame
Odor
• Normal
o “Sui generis”
• Anormal
o Odor fétido
▪ Processo infeccioso
o Odor amoniacal
▪ Transformação de ureia em amônia, por bactérias
o Odor frutado
▪ Corpos cetônicos em pacientes diabéticos
Aspecto
Nível de turbidez da urina, a urina turva requer investigação mais a fundo.
Presença de espuma
Avaliação da formação de espuma após agitação da
amostra. Indica presença de bilirrubina e albumina, que
precisa ser confirmada por análise química
Análise de pH
Os rins tem papel fundamental (junto com pulmões) de
manter constante a concentração de H+, e o pH do sangue de
7.35 a 7.45. Urina apresenta pH normalmente entre 5,5-7.
Glicose (Glicosúria)
Avalia a concentração de glicose na urina. Valor de referência 1 a 15 mg/dL (não
detectável). Glicemias acima de 180mg/dL. Ocorre a glicosúria tipicamente no diabetes I e II,
gestantes e pacientes com doenças renais.
A determinação se baseia na reação da glicose oxidase modificação da cor. A amostra
deve ser conservar amostra refrigerada para evitar bactérias
Cetonas (Cetonúria)
Mensura a presença de corpos cetônicos,
ácido acetoacético, ácido hidroxibutírico e acetona,
que são metabólitos da oxidação de ácidos graxos.
A presença é comum no diabetes, bulimia,
gastroenterite, dieta pobre em carboidratos e jejum prolongado. Confere à urina aroma
frutado
Bilirrubinas (Billirrubinúria)
Pode estar presente a Conjugada, que é solúvel, sofre filtração glomerular e é
encontrada na urina quando se encontra em excesso no sangue. A Não-conjugada que é
insolúvel, transportada ligada à albumina não é encontrada na urina. Comum o aumento em
anemia hemolítica, obstrução biliar, hepatite, hepatocarcinoma e cirrose hepática
Hemoglobina (hemoglobinúria)
Na forma livre pode acontecer por anemia hemolítica, talassemias, anemia falciforme
e hemólise intravascular acentuada. Pode indicar ainda infecções do trato urinário, uso de
fármacos anticoagulantes e traumatismos.
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Células Epiteliais – Valor de referência raras. O aumento pode indicar infecções urinárias,
doenças renais, inflamações, neoplasias, rejeição do rim transplantado
Hemácias - Valor de referência menos de 2/campo. O aumento pode indicar lesões do trato
urinário, infecções e doenças renais.
Cristais- São sais urinários precipitam quando fatores alteram sua solubilidade, como o pH, a
temperatura e a concentração do sal. Quando presentes podem indicar desde infecção
urinária a falência renal.
8 CULTURA DE FLUIDOS
Trata-se de cultivar microrganismos para identificar o patógeno causador de uma
determinada infecção.
8.1.1 Cateter
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Cultivo pela técnica de Maki (semiquantitativa). Determina colonização valores < 15 UFC
/ ml e infecção valores > 15 UFC / ml.
Forma de coletar
• Coletar e enviar ao laboratório apenas os 5 cm próximos do ponto de inserção (que
estavam introduzidos na pele)
• Não usar tesouras embebidas em antissépticos
• Enviar ao laboratório imediatamente, em frasco estéril, para evitar que resseque
• Não utilizar meio de cultura de transporte
• O ideal é coletar a ponta do cateter junto de uma hemocultura venosa
8.1.2 Hemocultura
Hemocultura pareada quantitativa é indicada para infecção sanguínea de cateter
central, é um procedimento caro e trabalhoso; a cultura concomitante avalia o sangue do
cateter com sangue periférico; e as coletas arteriais não são melhores que as venosas.
Forma de coletar
• Preferencialmente antes do uso de antibióticos
• Identificando os frascos com
o Nome por extenso
o Data e hora de coleta
• Antissepsia previa das tampas dos frascos com álcool a 70%
• Antissepsia do braço (local punção)
o Com álcool 70% + PVPI 10%
o De forma circular
o De dentro para fora
• Sem anticoagulante
o Frasco comercial tem polietanolsulfonato de
sódio-SPS
• Hemocultura
• Coletas venosas
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8.1.4 Escarro
• Não é ideal para avaliar microbiologia do trato respiratório
• Não deve conter saliva
• Coleta pela manhã, antes da alimentação
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9 GASOMETRIA ARTERIAL
Procedimento realizado através de punção arterial para a medição direta da
concentração do íon hidrogênio (Ph), da pressão de oxigênio (PaO2) e da
pressão de dióxido de carbono (PCO2). Avalia o estado de oxigenação,
ventilação e condições acidobásica
Tipos
Gasometria arterial - Avaliação dos parâmetros ventilatórios
Gasometria venosa - Informação sobre o consumo ou a extração de oxigênio nos tecidos e,
portanto, indiretamente, informa sobre o estado do metabolismo celular.
9.1 Materiais
• Conforme a artéria a ser puncionada
• Seringa de 1 a 5 mL
• Agulha 13x4,5, 25x7, 25x8
• Scalpe nº 21, 23, 25.
• Heparina sódica 5.000 UI/mL
o Existem seringas com agulhas acopladas exclusivas para coletas de sangue
arterial preparadas com anticoagulante
• Clorexidine alcóolico
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• Gaze
• Micropore
• Bandeja
• Saco plástico
Índices de Oxigenação
PaO2 - Pressão parcial de O2 no ar alveolar. Refere-se APENAS ao oxigênio dissolvido no
plasma e não reflete a disponibilidade total de O2 nos tecidos. Medida em mmHg
SaO2 - Saturação de O2 na Hb do sangue arterial. Proporção que o O2 está ligado a Hb. A
SaO2 normal do sangue que alcança o átrio e de 98%.
PaCO2 - Pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial. CO2 produzido pelo
metabolismo celular é dissolvido no sangue para ser eliminado do organismo através da
respiração.
Bases do Organismo
HCO3 – Bicarbonato. Derivado do metabolismo celular pela combinação de CO2 + H2O
BE - Excesso de Bases. Representa os compostos fosfatos, proteínas e Hb.
< 22 Acidose
> 26 Alcalose
BE -2 a +2 Normal
< -2 Acidose
> +2 Alcalose
Exemplos
10 ELETRÓLITOS
São íons que existem nos espaços intra e extracelular do organismo. O fluido corporal
sempre contém números iguais de cargas positivas (cátion) e negativas (ânion) para assim
manter equilíbrio chamado de eletroneutralidade.
São extremamente importantes para a manutenção do potencial eletromecânico nas
membranas celulares, incluindo funções neurológicas, musculares, atividades celulares,
secreção, reabsorção, excreção e contração.
Tem como função manter a pressão osmótica do plasma, regular a distribuição de
água do organismo, manutenção do pH fisiológico, regular a função cardíaca e muscular,
participa das reações de óxido-redução e participam como cofatores enzimáticos.
10.1.1 Sódio
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10.1.2 Potássio
Funções - Transporte de O2, facilita a conversão de glicose em glicogênio pelo fígado, auxilia
na contração muscular e regulação da pressão arterial e do equilíbrio hídrico
Amostras - Soro, plasma herparinizado, sangue total, suor, urina, fezes e fluidos
gastrointestinais
Valores de Referência
• K+ Soro
o Adultos
▪ 3,5 a 5,0 mmol/L
o Recém-nascidos
▪ 3,7 a 5,9 mmol/L
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• K+ Urina
o Dieta padrão
▪ 25 a 125 mmol/dia
Alterações – Aumento = Hipercalemia; Redução = Hipocalemia
10.1.3 Cloreto
Funções - Forma o ácido clorídrico gástrico; ajuda a manter o equilíbrio ácido-base
juntamente com o Na +; desempenham importante papel na manutenção da distribuição de
água no organismo, da pressão osmótica do plasma e na neutralidade elétrica; transporte de
gases; e regulação ácido-base do organismo
Amostras – Soro, urina e suor
Valores de Referência
• Soro
o 98-106 mM
• Urina
o 110-250 mM
• Suor
o 0-35 mM
Alterações – Aumento = Hipercloremia; Redução = Hipocloremia
o Adultos
▪ 4,5 a 5,6 mg/dl (1,05 a 1,30 nmol/l).
o Crianças
▪ 4,8 a 5,5 mg/dl (1,20 a 1,38 nmol/l).
Alterações – Aumento = Hipercalcemia; Redução = Hipocalcemia
10.1.6 Fosfatos
Funções - Produção de energia e formação de ossos e dentes.
Amostras – Sangue
Valores de Referência
• Adultos
o 1.8 a 2.6 mEq/litro
• Crianças em idade de crescimento
o 7mg/dl a 4.1 mEq/litro.
Alterações – Aumento = Hiperfosfatemia; Redução = Hipofosfatemia
11.1 Carboidratos
11.1.1 Funções
Energética - São os mais importantes fornecedores de energia. De modo geral, cada
carboidrato fornece 4Kcal
Estrutural - Faz parte da composição da celulose e quitina
Genética - São componentes essenciais dos ácidos nucléicos: DNA (desoxirribose), RNA
(ribose)
Reserva - Armazena energia. Nos vegetais (amido), animais (glicogênio)
Glicoproteínas e glicolipídios - Componentes de membranas
11.2 Glicemia
Em condições normais a glicemia é mantida em valores normais por mecanismos
regulatórios.
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Após uma refeição há liberação de insulina, o que permite que a glicose seja captada
pelos tecidos e utilizada como energia. 70% da glicose sérica é levada ao fígado e
transforma-se em glicogênio, reserva energética. O excesso de glicose é transformado em
ácidos graxos e destinada ao tecido adiposo.
A regulação da glicemia tem ação conjunta de vários hormônios e sistema renal, dentre
eles a insulina e hormônios antagônicos a ela.
Hormônio Hipoglicemiante
Insulina - Promove captação e armazenamento de combustível metabólico. Atua como
receptor nos músculos, fígado, tecido adiposo, placenta, monócitos, linfócitos.
Hormônios Hiperglicemiantes
Glucagon - Polipeptídio secretado pelas células α das ilhotas de Langherans. Estimula a
glicogenólise hepática e a gliconeogênese.
Glicocorticoides - Secretados pela glândula adrenal. Aumentam a captação intestinal de
glicose. Ativa a gliconeogênese, a glicólise hepática e a lipólise.
Catecolaminas - São secretadas pela glândula adrenal. São inibidores potentes da secreção
de insulina. Estimulam a glicogenólise hepática e muscular e a lipólise.
Hormônio do crescimento (HC) - É secretado pela hipófise anterior. Diminui a absorção de
glicose em certos tecidos e aumenta a lipólise.
Hormônio tireoidiano - Aumenta a glicólise, a glicogenólise e a absorção intestinal de glicose.
Somatostatina (SMT) - É secretado pelo SNC, hipófise, intestino e células delta do pâncreas.
Aumenta a concentração de glicose do sangue por inibição da secreção e da ação da
insulina.
Níveis sanguíneos de glicose acima do limiar renal de reabsorção da glicose (170 - 180
mg/dL) a glicose não é totalmente reabsorvida e é eliminada pela urina - glicosúria positiva.
Alterações
• Acima dos valores de referência
o Hiperglicemia
• Abaixo dos valores de referência
o Hipoglicemia
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Valores de Referência
• Desejado
o Até 180 mg/dl
Valores de Referência
• Normal
o <139 mg/dl
• Pré-diabetes
o 140 a 199 mg/dl
• Diabetes
o 200 mg/dl e acima
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Valores de Referência
• Indivíduos normais
o Hb glicada entre 5 a 8%
• Pacientes diabéticos
o Hb glicada entre 8 a 30%
▪ O valor mantido abaixo de 7% promove proteção contra o surgimento
e a progressão das complicações microvasculares do diabetes.
11.4.6 Frutosamina
A ligação da glicose às proteínas produz frutosaminas. Frutosamina é um marcador da
concentração média de glicose sanguínea. Uma única medição de frutosamina indica a
concentração média de glicose durante as 2-3 semanas anteriores.
Espelha as concentrações de glicose nos últimos 20 dias. Útil na avaliação a curto prazo
de pacientes DM e no controle da paciente diabética grávida.
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Valores de Referência
• Normal
o Até 3,2 mmol/L
12.3 Lipoproteínas
Quilomícrons - Transportam os triglicerídeos da dieta. Sintetizados pelo intestino, passam
por vasos linfáticos, no sangue sofrem ação das lipases. Hidrolisam o triglicerídeo em glicerol
e ácidos graxos, captados para o metabolismo. Quilomícron remanescente, são removidos
pelo fígado.
Lipoproteína de Densidade Intermediária (IDL) - VLDL é hidrolisada pela lipase, forma-se IDL.
Transportam os triglicerídeos sintetizados no fígado.
12.4 Colesterol
Sintetizado pelo fígado, em um processo regulado por um sistema compensatório,
quanto maior for a ingestão de colesterol vindo dos alimentos, menor é a quantidade
sintetizada pelo fígado. O colesterol endógeno é 70% de todo colesterol do corpo. A dieta
fornece 30% colesterol (exógeno), encontrado em: Carne, frango, peixes, ovos, manteiga e
leite integral.
12.4.5 HDL
Lipoproteína de alta densidade (High
desnsity lipoprotein). Colesterol bom.
Responsável pelo transporte reverso do
colesterol, ou seja, transporta o colesterol
endógeno de volta para o fígado.
Lipoproteínas capazes de absorver os
cristais de colesterol. Composta por ácidos
graxos insaturados. Seu excesso protege as
artérias do coração, mas sua falta é ruim para o organismo.
Amostra do paciente
• Soro
• Para colesterol total (tubo com ou sem gel separador)
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Colesterol e Triglicérides
Valores de referência de indivíduos de 2 a 19 anos
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O tamanho do rim e a TFG são proporcionais ao tamanho do corpo. Por isso é comum
ajustar o clearence a uma área padrão de superfície corporal de 1,73m2.
o Armazenar toda a urina desse dia, da noite e do dia seguinte até o mesmo
horário em que foi desprezada a primeira urina (anotar).
▪ Esse é o horário de término do procedimento de coleta.
• A amostra deverá ser refrigerada durante todo o processo da coleta.
• Ao final da coleta
o Realizar coleta de sangue para medida de Creatinina plasmática.
13.1.4 Proteinúria
Achado comum em pacientes com insuficiência renal, é indicativo de lesão glomerular.
A presença de proteinúria e, mais especificamente, de albuminúria constitui fator preditor
relevante de nefropatia.
Se persistente e, dependendo da intensidade e duração, relaciona-se a evolução para
doença renal crônica. Pode ser realizada a triagem através da urina de 24 horas.
13.1.5 Microalbuminúria
Teste sensível, detecta a presença de pequenas quantidades de albumina. A Associação
Americana de Diabetes (ADA) recomenda que pessoas com diagnóstico de diabetes façam
este exame periodicamente, pois é um indicador precoce de dano renal mediado pelo DM.
14.1.1 Bilirrubina
A bilirrubina é um subproduto do apoptose das hemácias. Após a apoptose a
bilirrubina livre (indireta) é levada ao fígado e conjugada (direta) para que seja eliminada. Na
forma livre ela se acumula e não pode ser eliminada pelo organismo.
14.1.7 Albumina
O nível sérico de albumina é um ótimo índice da função de síntese hepática. Causas de
Hipoalbuminemia são a redução da síntese de albumina, doença hepática crônica, aporte
protéico diminuído, perda proteica relacionada a doenças renais e alcoolismo
14.1.10 Amônia
Amônia produto final do metabolismo do aminoácido. Altamente tóxica para o SNC. O
fígado é o único órgão que pode detoxificar a amônia transformando em ureia.
Concentração elevada de amônia pode causar hepatopatia severa e encefalopatia hepática
15 EXAMES CARDÍACOS
Para que a contração cardíaca ocorra há a interação entre proteínas, que também são
consideradas marcadores da função deste órgão. São elas:
15.1.2 Mioglobina
A mioglobina é uma hemeproteína, ligante de O2 no músculo cardíaco e esquelético.
Aparece precocemente na circulação após lesão muscular cardíaca e esquelética. Aumento
mensurável: Detectado 1 - 3 horas após lesão; pico às 6 - 12 horas; e regressa a valores
basais de 24 - 36 horas.
15.1.3 Troponina
Não é enzima. Responsável pela contração muscular cardíaca, regulando a interação
entre miosina e actina e consequentemente, a contração cardíaca. Troponina C é idêntica
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tanto no músculo esquelético como cardíaco, porém a Troponinas I (cTnI) e T (cTnT) cardíaca
e esquelética, são diferentes
Detectadas no mesmo espaço de tempo que as CK e CK-MB de 4 a 8hs, permanece por 3
a 7 dias após lesão miocárdica e retorna a níveis basais após 10 a 14 dias.
16 ELETROCARDIOGRAMA
Exame que registra a frequência e o ritmo cardíacos em um determinado momento e
em repouso. Mostra a atividade elétrica do coração no formato de ondas que registram a
despolarização (contração do coração) e polarização (relaxamento do coração).
Possibilitando a análise de distúrbios do ritmo cardíaco, condução cardíaca e bloqueios
na produção de estimulo cardíaco.
16.2 Derivações
As derivações indicam a atividade elétrica do coração. Em um ECG padrão de 12
derivações: 10 eletrodos são posicionados, 4 nos membros e 6 no tórax.
Os 4 eletrodos dos membros produzem as seis primeiras derivações: I, II, III, aVR, aVL e
aVF.
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Os eletrodos do tórax produzem as derivações precordiais: V1, V2, V3, V4, V5, V6.
REFERÊNCIAS
POTTER, P.; STOCKERT, Patricia A.; HALL, Amy (Coord.). Fundamentos de enfermagem. 8ª
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1391 p.