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Rede de Ensino Genoma

Curso: Técnico em Enfermagem


Módulo: II

Disciplina: Apoio Diagnóstico


Professora: Gabriela Rossi¹
Thays Aparecida de Andrade 2

¹ Doutoranda em Ciências da Saúde pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Mestre em Ciências da Saúde pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Especialista em Oncologia pelo Ensino e Pesquisa da Santa Casa de Belo Horizonte (EPSCBH):
Especialista em Nefrologia pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG);Enfermeira
pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas).
2 Enfermeira (PUC-Minas); Especialista em Urgência Emergência e Trauma (PUC-Minas), Fisiologia

(Estácio de Sá) e Oncologia (EPSCBH).


SUMÁRIO
1 CONCEITOS INICIAIS E APLICAÇÕES ............................................................................................................... 6
1.1 LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS SETORES ........................................................................................................ 6
2 BIOMARCADORES ......................................................................................................................................... 6
2.1 OBJETIVOS DOS TESTES BIOQUÍMICOS .................................................................................................................... 7
2.2 PRINCIPAIS EXAMES BIOQUÍMICOS ........................................................................................................................ 7
2.3 PARÂMETROS BIOQUÍMICOS................................................................................................................................. 7
2.4 VALORES DE REFERÊNCIA DE EXAMES BIOQUÍMICOS ................................................................................................. 8
2.5 POR QUE OS EXAMES SÃO SOLICITAM?.................................................................................................................... 8
2.6 VARIABILIDADES ................................................................................................................................................. 9
2.6.1 Como controlar a variabilidade? ............................................................................................................ 9
3 COLETA DE SANGUE .....................................................................................................................................11
3.1 MATERIAIS ...................................................................................................................................................... 11
3.2 LOCAIS DE ESCOLHA PARA A VENOPUNÇÃO ........................................................................................................... 14
3.3 TÉCNICA PARA COLETA DE SANGUE ..................................................................................................................... 14
4. HEMATOLOGIA CLÍNICA ..............................................................................................................................16
4.1 COMPONENTES DO SANGUE ............................................................................................................................... 16
4.1.1 Componentes do Plasma ..................................................................................................................... 16
4.1.2 Componente Celular ............................................................................................................................ 16
4.2 FUNÇÕES DO SANGUE ....................................................................................................................................... 18
4.3 SISTEMA LINFÁTICO .......................................................................................................................................... 18
4.4 TIMO ............................................................................................................................................................. 18
4.5 BAÇO ............................................................................................................................................................. 19
4.6 HEMATOPOESE ................................................................................................................................................ 19
5 HEMOGRAMA ..............................................................................................................................................19
5.1 ERITROGRAMA ................................................................................................................................................. 20
5.1.1 Hemoglobina........................................................................................................................................ 20
5.1.2 Eritrócitos ou Hemácias ....................................................................................................................... 21
5.1.3 Hematócrito ......................................................................................................................................... 21
5.1.4 VCM - volume corpuscular médio ........................................................................................................ 21
5.1.5 CHCM - Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média. .............................................................. 22
5.1.6 RDW - Red Cell Distribution Width - Amplitude de Distribuição dos Glóbulos Vermelhos ................... 22
5.1.7 Reticulócitos ......................................................................................................................................... 22
5.1.8 HCM- Hemoglobina Corpuscular Média .............................................................................................. 22
5.1.9 Termos Utilizados nas Variações da Série Vermelha ........................................................................... 23
5.1.10 Diferentes Tipos de Anemia ............................................................................................................... 23
5.2 SÉRIE BRANCA ................................................................................................................................................. 23
5.2.1 Neutrófilos ........................................................................................................................................... 24
5.2.2 Bastões................................................................................................................................................. 24
5.2.3 Linfócitos .............................................................................................................................................. 24
5.2.4 Monócitos ............................................................................................................................................ 24
5.2.4 Eosinófilos ............................................................................................................................................ 24
5.2.5 Basófilos ............................................................................................................................................... 25
5.2.6 Plasmócitos .......................................................................................................................................... 25
5.2.7 Blastos.................................................................................................................................................. 25
5.3 PLAQUETAS ..................................................................................................................................................... 25
6 COPROLOGIA CLÍNICA ..................................................................................................................................25
6.1 PARASITOLÓGICO DE FEZES ................................................................................................................................ 26
6.1.1 Coleta da Amostra ............................................................................................................................... 26
6.1.2 Papel do Profissional ............................................................................................................................ 28
6.1.3 Exame Parasitológico ........................................................................................................................... 29
6.2 PESQUISA DE SANGUE OCULTO NAS FEZES ............................................................................................................ 30
7 URINÁLISE - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE EAS ..........................................................................................31
7.1 TÉCNICA DE COLETA.......................................................................................................................................... 31
7.2 O EXAME........................................................................................................................................................ 31
7.2.1 Exame Físico ......................................................................................................................................... 31
7.2.2 Exame Químico .................................................................................................................................... 32
7.2.3 Análise do Sedimento........................................................................................................................... 34
8 CULTURA DE FLUIDOS ..................................................................................................................................34
8.1 FASE PRÉ-ANALÍTICA – COLETA ........................................................................................................................... 34
8.1.1 Cateter ................................................................................................................................................. 34
8.1.2 Hemocultura ........................................................................................................................................ 35
8.1.3 “Feridas em Geral”, Abscessos e Exsudatos - “Feridas” ....................................................................... 36
8.1.4 Escarro ................................................................................................................................................. 36
8.1.5 Outros Fluidos ...................................................................................................................................... 37
8.2 MEIOS DE CULTURA .......................................................................................................................................... 37
9 GASOMETRIA ARTERIAL ...............................................................................................................................38
9.1 MATERIAIS ...................................................................................................................................................... 38
9.2 TÉCNICA DE COLETA.......................................................................................................................................... 39
9.3 ENTENDENDO OS ITENS AVALIADOS NA GASOMETRIA .............................................................................................. 40
9.4 INTERPRETANDO A GASOMETRIA ......................................................................................................................... 41
10 ELETRÓLITOS ..............................................................................................................................................42
10.1 ELETRÓLITOS AVALIADOS NO IONOGRAMA .......................................................................................................... 42
10.1.1 Sódio .................................................................................................................................................. 42
10.1.2 Potássio .............................................................................................................................................. 43
10.1.3 Cloreto ............................................................................................................................................... 44
10.1.4 Cálcio - Ca+ ........................................................................................................................................ 44
10.1.5 Magnésio - Mg2+ ............................................................................................................................... 45
10.1.6 Fosfatos.............................................................................................................................................. 45
10.2 FASE PRÉ-ANALÍTICA DO IONOGRAMA ................................................................................................................ 45
11 BIOQUÍMICA CLÍNICA DOS CARBOIDRATOS ...............................................................................................46
11.1 CARBOIDRATOS .............................................................................................................................................. 46
11.1.1 Funções .............................................................................................................................................. 46
11.1.2 Vias Metabólicas ................................................................................................................................ 46
11.2 GLICEMIA ..................................................................................................................................................... 46
11.2.1 Mecanismo Renal de Controle da Glicemia ....................................................................................... 47
11.3 ESTADOS GLICÊMICOS ..................................................................................................................................... 48
11.4 ANÁLISE LABORATORIAL DOS CARBOIDRATOS ...................................................................................................... 49
11.4.1 Glicemia de jejum .............................................................................................................................. 49
11.4.2 Glicosúria e Pesquisa de Corpos Cetônicos ........................................................................................ 49
11.4.3 Glicemia Pós-prandial ........................................................................................................................ 50
11.4.4 Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) ......................................................................................... 50
11.4.5 Hemoglobina Glicada......................................................................................................................... 51
11.4.6 Frutosamina ....................................................................................................................................... 51
11.4.7 Diagnóstico das complicações do DM ............................................................................................... 52
12 BIOQUÍMICA CLÍNICA DOS LIPÍDEOS ..........................................................................................................52
12.1 FUNÇÃO E FONTES ALIMENTARES ...................................................................................................................... 52
12.3 LIPOPROTEÍNAS .............................................................................................................................................. 53
12.4 COLESTEROL .................................................................................................................................................. 53
12.4.1 Colesterol LDL .................................................................................................................................... 53
12.4.5 HDL..................................................................................................................................................... 54
12.5 ANÁLISE LABORATORIAL DOS LIPÍDEOS ............................................................................................................... 54
12.5.1 Fase Pré-analítica............................................................................................................................... 54
12.5.2 Perfil Lipídico ...................................................................................................................................... 55
13 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL .................................................................................................................56
13.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO RENAL .................................................................................................... 56
13.1.1 Clareamento ou Clearence ................................................................................................................. 56
13.1.2 Creatinina Plasmática ........................................................................................................................ 58
13.1.3 Ureia Urinária .................................................................................................................................... 59
13.1.4 Proteinúria ......................................................................................................................................... 59
13.1.5 Microalbuminúria .............................................................................................................................. 59
14 MARCADORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA .......................................................................................................60
14.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO HEPÁTICA ............................................................................................... 60
14.1.1 Bilirrubina .......................................................................................................................................... 60
14.1.2 Transaminase TGO(AST) TGP(ALT)..................................................................................................... 61
14.1.3 Transaminase Pirúvica, Glutâmica (ALT, GTP) ................................................................................... 61
14.1.4 Fosfatase Alcalina (FA)....................................................................................................................... 61
14.1.5 Gama Glutamil Transferase (GGT) ..................................................................................................... 62
14.1.6 Desidrogenase Lática ......................................................................................................................... 62
14.1.7 Albumina ............................................................................................................................................ 62
14.1.8 1- Fetoproteína (AFP) ....................................................................................................................... 63
14.1.9 Tempo de Protrombina ...................................................................................................................... 63
14.1.10 Amônia ............................................................................................................................................. 63
15 EXAMES CARDÍACOS ..................................................................................................................................64
15.1 AVALIAÇÃO LABORATORIAL DAS ENZIMAS CARDÍACA............................................................................................. 64
15.1.1 Creatina Fosfoquinase Total -CK ........................................................................................................ 65
15.1.2 Mioglobina ......................................................................................................................................... 65
15.1.3 Troponina ........................................................................................................................................... 65
16 ELETROCARDIOGRAMA ..............................................................................................................................66
16.1 POSICIONAMENTO DOS ELETRODOS ................................................................................................................... 66
16.2 DERIVAÇÕES.................................................................................................................................................. 67
16.3 TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO ECG.................................................................................................................. 68
16.4 INTERPRETANDO O ECG .................................................................................................................................. 69
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................................70
6

1 CONCEITOS INICIAIS E APLICAÇÕES


Exame clínico
Realizado por médico ou enfermeiro (a) é de fundamental importância, pois através dos
sinais e sintomas apresentados, é que são confirmadas determinada patologia.

Exame complementar
O conhecimento básico das patologias humanas, permite ao médico e enfermeiro
solicitar exames complementares para o fechamento do diagnóstico.

1.1 Laboratório de Análises Clínicas Setores


• Setor de Hematologia - Sangue total.
• Setor de Urinalises e líquidos corporais - Urina, esperma, suor e líquor.
• Setor de Parasitologia - Fezes
• Setor de Sorologia/ Imunologia - Utilização de “soro sanguíneo” para determinação
de antígenos através de anticorpos (Ac ou Ig)
• Setor de Microbiologia - Material biológico infectado - diversos
• Setor de Bioquímica - diversos
o Provas bioquímicas na urina
o Provas bioquímicas no sangue
o Provas bioquímicas no suor
o Provas bioquímicas no líquor
o Provas bioquímicas no esperma
o Provas bioquímicas na linfa

2 BIOMARCADORES
Biomarcadores ou marcadores biológicos são entidades que podem ser medidas
experimentalmente e indicam a ocorrência de uma determinada função normal ou
patológica de um organismo ou uma resposta a um agente farmacológico.
Usados na prática clínica para o diagnóstico ou riscos de ocorrência de uma doença,
para identificar a gravidade ou progressão de uma determinada doença e prever um
prognóstico ou monitorar um determinado tratamento
7

Podem ser fisiológicos


que avaliam as funções de
órgãos, físicos que avaliam
alterações características em
estruturas biológicas e
histológicos que avaliam
amostras de tecido obtidas
por biopsia. Podem ser
células específicas, moléculas, genes, enzimas ou hormônios
Marcadores bioquímicos são obtidos com relativa facilidade a partir de fluidos corporais

2.1 Objetivos dos Testes bioquímicos


Os exames bioquímicos são utilizados em diagnóstico ou exclusão de diagnóstico,
monitoramento de tratamento ou do curso da doença, estabelecimento de prognóstico e
triagem de patologias.

2.2 Principais Exames Bioquímicos


Alguns exames são mais comumente solicitados. Os exames bioquímicos mais
solicitados são: Glicemia, Hb-glicosilada, Ac. Úrico, Colesterol e frações, Triglicérides,
Enzimas cardíacas, Sódio, Potássio, TGO (AST), TGP (ALT), Ac. Lático, Ureia e Creatinina

2.3 Parâmetros Bioquímicos


Parâmetro Avaliado Significado do Unidade de Significado da Unidade de
Parâmetro Medida Medida
ALT(TGP) Enzima hepática U/L Unidade por litro
Ferro Mineral mg/dL Miligramas por decilitro
AST (TGO) Enzima hepática U/L Unidade por litro
Ureia Catabólito renal mg/dL Miligramas por decilitro
Fosfatase alcalina Enzima hepática e óssea U/L Unidade por litro
Lactato Enzima que participa do U/L Unidade por litro
desidrogenase processo de transformar
a glicose em energia
Colesterol Lipídeos mg/dL Miligramas por decilitro
8

Creatinina Catabólito renal mg/dL Miligramas por decilitro


Sódio Íon mEq/L Miliequivalentes por litro
Ácido úrico Catabólito renal mg/dL Miligramas por decilitro
Fósforo Íon mg/dL Miligramas por decilitro
Potássio Íon mEq/L Miliequivalentes por litro
Proteínas ---- g/dL Gramas por decilitro
Cloro Íon mEq/L Miliequivalentes por litro
Cálcio Íon mg/dl Miligramas por decilitro
Glicemia ---- mg/dl Miligramas por decilitro

2.4 Valores de Referência de Exames Bioquímicos


Os valores normais dos resultados de exames são expressos como uma faixa, que é
baseada nos valores médios de uma população saudável. 95% das pessoas saudáveis
apresentam valores dentro dessa faixa. Esses valores denominamos “valor de referência”.
Estes valores variam dependendo da localização geográfica, características genéticas e
hábitos alimentares.

2.5 Por que os exames são solicitam?


• Avaliar a função de um órgão
• Avaliar um estado metabólico
• Estabelecer a presença ou ausência de uma enfermidade ou agente etiológico
• Acompanhar a evolução de enfermidades
• Fazer o controle de cura
• Monitoramento terapêutico
• Vigilância epidemiológica
• Triagem de doenças
9

Importante

• Interpretar um resultado não é apenas compará-lo com os valores normais. Isto um


computador faz muito bem.
• O Profissional deve conhecer:
o Quadro clínico do paciente
o Dieta, hábitos, exercício, medicamentos em uso, estado emocional, ritmo
circadiano, uso de álcool, etc.
• O exame de laboratório, apesar das similaridades, não pode ser considerado como um
processo infalível
• Cada material, cada amostra e cada teste têm particularidades que exigem cuidado,
atenção e conhecimento específicos
• Cada diagnóstico, uma vida

2.6 Variabilidades
Algumas condições podem interferir no resultado final dos exames, como: condições
biológica, pré-analítica, analítica e pós-analítica, conforme o quadro abaixo.
Biológica Pré-analítica Analítica Pós-analítica

Idade Jejum Materiais Transcrição


Sexo Dieta, álcool, café, fumo Métodos Transmissão

Ciclo menstrual Exercício Equipamentos Entrega

Gravidez Medicamentos Interferentes Interpretação


Lactação Identificação Pessoal técnico

Raça Coleta, armazenamento, transporte


Superfície corporal

2.6.1 Como controlar a variabilidade?


Variabilidade Ações de Controle
Biológica Conhecendo o cliente
Pré-analítica Preparo do cliente
Equipe qualificada
Analítica Equipe técnica
Bons equipamentos
Reagentes de qualidade
Boas práticas de laboratório
Controle de qualidade
Pós-Analítica Equipe qualificada
Boas práticas
10

A variabilidade que pode sofrer interferências da equipe de


enfermagem se restringe as biológicas e pré-analíticas

2.6.1.1 Variabilidade Biológica


Sexo- Diferenças hormonais específicas e diferenças metabólicas

Idade- Maturidade funcional dos órgãos e sistemas metabólicos e massa corporal

2.6.1.2 Variabilidade Pré-analítica


Tempo de jejum- Habitual é de 8 horas. Estados pós-prandiais se acompanham de turbidez
do soro. Para triglicérides o jejum é de 12 a 16 horas. Acima de 24 horas ocorre elevação na
concentração deste lipídeo por estímulo fisiológico mobilizando os lípides.

Dieta- Mesmo respeitado o jejum, pode haver interferência na concentração de alguns


componentes bioquímicos. Alterações bruscas, como nos primeiros dias de regime ou
internação hospitalar.

Horário de coleta- Ritmo circadiano e atividade física

Atividade Física- Mobilização de água e outras substâncias, variações nas necessidades


energéticas do metabolismo e aumento na atividade de enzimas que pode persistir por 12 a
24 horas.

Posição- Na posição de decúbito dorsal, afluxo de água e substâncias filtráveis do espaço


intravascular para o intersticial, substâncias não filtráveis terão sua concentração relativa
elevada. Albumina, colesterol, triglicerídeos, hematócrito, hemoglobina, drogas que se ligam
às proteínas e o número de leucócitos podem ser superestimados de 8 a 10% da
concentração inicial.

Hospitalização- Hemodiluição, redução de proteína e albumina (0,5 e 0,3 g/dL) e redução


potássio sérico
11

Condição clínica- Febre e hemoconcentração eleva creatinina, cortisol, ácido úrico, enquanto
o trauma e a dor elevam insulina, cortisol, renina e hormônio de crescimento

Garroteamento- Torniquete por um tempo de 1 a 2 minutos causa hemoconcentração,


levando a aumento de lactato e redução do pH

Condição da amostra- Hemólise, lipemia, icterícia,


auto anticorpos e drogas

Álcool- Consumo esporádico gera alterações


significativas na concentração plasmática de glicose e de ácido láctico e o uso continuado
provoca elevação da atividade da gama glutamiltransferase (G-GT).

Tabagismo- Provoca elevação da concentração de hemoglobina, leucócitos e hemácias;


reduz a concentração de HDL-colesterol; e eleva uma série de outras substâncias, tais como
adrenalina, aldosterona e cortisol.

3 COLETA DE SANGUE
A coleta de sangue faz parte da fase pré-analítica da realização de exames, e como
vimos anteriormente essa fase pode influenciar no resultado final, desta forma é preciso ter
muita atenção ao proceder a coleta de sangue.

3.1 Materiais
• Sistema de coleta à vácuo - Sistema fechado
• Seringa descartável - Sistema aberto

Sistema de coleta à vácuo

Canhão de coleta Agulha de coleta Tubos de coleta


12

Agulhas para Coleta Múltipla comumente são: 25 x 7 mm, em geral, preta, usualmente
indicada para pacientes geriátricos, pediátricos e com acesso venoso difícil; e 25 x 8 mm, em
geral, verde, usualmente indicada para pacientes com bom acesso venoso, é a agulha de
coleta múltipla de sangue a vácuo mais utilizada.

Sequência de tubos
Os tubos são utilizados em uma sequência pré-determinada, para que não haja
contaminação da amostra e resultados falsos.
13

Resumindo
14

3.2 Locais de Escolha para a Venopunção


O ideal são as veias calibrosas, preferencialmente das regiões distais para as proximais,
ou seja, das mãos para os braços, dos pés para as pernas.

3.3 Técnica Para Coleta de Sangue


• Verificar se o local da coleta está arrumado
• Identificar o paciente e pedido médico
• Acomodar o paciente
• Preparar o material a ser utilizado no paciente
• Verificar o pedido de exames
• Identificar os tubos
• Informar o procedimento ao paciente
• Higienizar as mãos
• Calçar as luvas
• Garrotear o braço do paciente e localizar a veia
• Fazer a antissepsia
• Bisel para cima. Realizar a punção
• Remover o garrote
• Inserir o primeiro tubo
• Realizar a troca dos tubos de acordo com a sequência recomendada
• Homogeneizar os tubos 5 a 10 vezes (3 a 5 vezes)
• Retirar a agulha
• Realizar a compressão no local da punção com gaze ou
algodão seco (1 a 2 minutos)
15

• Não dobrar o braço


• Descartar a agulha no local recomendado
• Orientação quanto a compressão

Garroteamento- Deve ser realizado 8 cm acima do local da punção; pedir que o paciente
feche a mão para evidenciar a veia; não interromper o fluxo arterial; o tempo de
garroteamento não deve ultrapassar 1 minuto; e não se deve dar tapas

Antissepsia- Umedecer o algodão no momento da coleta com álcool etílico 70%; realizar a
antissepsia do centro para fora; esperar a secagem, cerca de 30 segundos; e não assoprar e
tocara a região.

Identificação do Paciente- Internados, etiqueta de identificação e


leito; e ambulatoriais, documentos de identificação.

Identificação das amostras- Etiquetas com nome e registro; identificar o


material antes da coleta e um paciente de cada vez.

Erros

• Veia frágil ou muito pequena, em relação ao calibre da agulha.


o A agulha ultrapassa a parede posterior da veia puncionada
• A agulha perfura parcialmente a veia, não penetrando por completo.
• Diversas tentativas de punção sem sucesso
• A agulha é removida sem antes remover o torniquete.
• Pressão inadequada aplicada no local da punção após a coleta.
Importante – NÃO PUNCIONAR

• Áreas com terapia ou hidratação intravenosa


• Locais com cicatrizes de queimaduras
• Áreas com hematomas
• Perto de lesões
• Membro próximo de mastectomia, cateterismo ou outro procedimento
cirúrgico
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4. HEMATOLOGIA CLÍNICA
Ramo da medicina que estuda o sangue, seus distúrbios e doenças. Estuda seus
elementos figurados como: Glóbulos vermelhos (hemácias), Glóbulos brancos (leucócitos),
Plaquetas e os órgão onde são produzidos, como a medula óssea o linfonodo e o baço.

4.1 Componentes do Sangue


Composto por parte líquida, 55% do volume,
conhecido como plasma, e componente celular, 45%
do volume, composto pelas células sanguíneas:
Eritrócitos (Hemácias), Leucócitos (Células brancas) e
Trombócitos (Plaquetas).
As células sanguíneas são completamente
diferenciadas, com funções específicas, são incapazes de se dividir e tem duração de vida
limitada: hemácias = 120 dias, plaquetas = 7 dias e neutrófilos = horas.

4.1.1 Componentes do Plasma


O plasma é composto por 90% de água; 9% de proteínas, como albuminas responsável
por manter a pressão coloidosmótica, globulinas responsáveis pelas defesas do organismo ,
proteínas do complemente, relacionada a destruição micro-organismos e
fribrinogênio/protrombina, relacionados a coagulação sanguínea;e 1% de outras substâncias
como aminoácidos, ureia, ácido úrico, creatina, colesterol, triglicérides e glicose.

4.1.2 Componente Celular

4.1.2.1 Hemácias
A principal função se relaciona ao transporte de oxigênio dos pulmões para os tecidos.
Composta por Hemoglobina. Célula produzida na medula óssea, sofre apoptose no baço e é
metabolizada o fígado.
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4.1.2.2 Leucócitos
A principal função se relaciona à defesa do organismo. Apresenta tipos variados de
células com ações específicas, divididas em dois grupos granulócitos Neutrófilo, Basófilo e
Eosinófilo; e agranulócitos, Linfócito e Monócito.

Linfócitos

Linfócito T- Responsável pela imunidade celular (LTCD4+); rejeição


de tecidos estranhos e destruição de células tumorais (LTCD8+).

Linfócito B- Responsável pela imunidade humoral. Muitas


diferenciam-se em plasmócitos.

Plasmócito- Secreta anticorpos (Imunoglobulina).

4.1.2.3 Plaquetas
Fragmentos anucleares granulares de células gigantes da medula
óssea chamadas megacariócitos. Produção regulada pelo hormônio
trombopoetina. Cuja principal função é atuar limitando a hemorragia
no revestimento dos vasos sanguíneos em caso de lesão.

Coagulação Sanguínea
Vasoconstrição- Resposta contrátil do músculo liso vascular devido à lesão física em um
vaso, reduz perda de sangue.
18

Agregação de plaquetas- Dano no endotélio de vaso sanguíneo causa aderência das


plaquetas ao sítio da lesão.

Coagulação sanguínea- Processo complexo que consiste na ativação sequencial de vários


fatores que estão presentes, em estado inativo, no sangue.

4.2 Funções do Sangue


O sangue apresenta inúmera funções como: Transporte de oxigênio e nutrientes do TGI
para as células do corpo; transporte de produtos tóxicos (dióxido de carbono, resíduos);
transporte de hormônios e anticorpos; contribui para a homeostase; auxilia na distribuição
de água, solutos e calor; e atua como via para migração de leucócitos entre os
compartimentos de tecido conjuntivo do corpo.

4.3 Sistema Linfático


É uma via acessória que tem como
objetivo drenar, filtrar e reconduzir o líquido
intersticial de volta a circulação sanguínea.
A linfa é derivada do líquido intersticial
que flui para os capilares linfáticos. Contém
proteínas, nutrientes do trato gastrintestinal
e água.
O Sistema linfático participa da defesa contra infecções, é composto por uma rede de
linfonodos conectados por vasos linfáticos em que circulam os linfócitos que filtram, atacam
e destroem organismos nocivos que causam infecções.

4.4 Timo
Exerce função protetora, com a produção complementar
de anticorpos, é o órgão responsável pela produção de
hormônios que estimulam outros órgãos linfáticos, e é o local
onde o linfócito T se especializa.
19

4.5 Baço
Responsável por remover da circulação as células
sanguíneas velhas e gastas. Controla a quantidade de
sangue em nossas veias e artérias.

4.6 Hematopoese
Processo envolvido na produção de todas as
células do sangue através de uma célula hemopoética
precursora
A hematopoese ocorre desde a fase fetal. As três
linhagens de células sanguíneas se originam de uma
célula-mãe única: Stem-cell ou Célula tronco, célula
mãe hematopoiética.
Fatores que estimulam a proliferação celular:
Eritropoetina, estimula produção de hemácias;
Trombopoetina, estimula produção de plaquetas; e Citocinas, estimulam produção de
leucócitos.

5 HEMOGRAMA
O hemograma avalia o número e a morfologia de todas as células sanguíneas. O
hemograma se divide em três séries celulares: Série vermelha, série branca e plaquetas. Útil
na avaliação das anemias além de evidenciar indicadores que podem ser correlacionados
com infecções viróticas e bacterianas.
20

5.1 Eritrograma
É o estudo dos glóbulos vermelhos, ou seja, das hemácias, também chamadas de
eritrócitos. Os três primeiros dados, contagem de: hemácias, hemoglobina e hematócrito.
São analisados em conjunto.
Quando estão reduzidos, indicam anemia, isto é, baixo número de glóbulos vermelhos
no sangue. Quando estão elevados indicam policitemia, que é o excesso de hemácias
circulantes

Dados analisados
• Contagem de hemácias
• Concentração de hemoglobina (Hb)
• Hematócrito ou volume globular (Ht)
• Hemoglobina corpuscular média (HCM)
• Volume corpuscular médio (VCM)
• Concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
• Coeficiente de variação de volume do glóbulo vermelho ao redor da média (RDW)

5.1.1 Hemoglobina
É uma molécula que fica dentro da hemácia. Responsável pelo transporte de oxigênio.
Na prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma
anemia.
21

Avalia a proteína que transporta o oxigênio. Usada para definir se há ou não um estado
anêmico. Valores de referência: Feminino (12.00 a 16.00) g/dL e Masculino (13.50 a 18.00)
g/dL.

5.1.2 Eritrócitos ou Hemácias


Avaliado em milhões por mm3. Varia de acordo com a altitude. Variações: Baixos
valores, eritropenia; e altos valores, eritrocitose. Valores de referência: Feminino (4.00 a
5.60) mi/mm3 e masculino (4.50 a 6.50) mi/mm3.

5.1.3 Hematócrito
É o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Um
hematócrito de 45% significa que 45% do sangue é composto por
hemácias. Os outros 55% são basicamente água e todas as outras
substâncias diluídas.
Pode-se notar, portanto, que praticamente metade do sangue é, na
verdade, composto por células vermelhas. Falta de hemácias: prejudica
o transporte de oxigênio; o excesso deixa o sangue muito espesso e atrapalha o seu fluxo e
favorecendo a formação de coágulos.
Avaliado em porcentagem (%), representa a proporção dos glóbulos em cada 100 ml de
sangue. Valores de referência: Feminino 36.0 a 47.0 % e masculino 40.0 a 54.0 %.

5.1.4 VCM - volume corpuscular médio


Mede o tamanho das hemácias. VCM elevado indica
hemácias macrocíticas, ou seja, hemácias grandes e VCM
reduzidos indicam hemácias microcíticas, isto é, de tamanho
diminuído. Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de
anemia.
Exemplo: Anemias por carência de ácido fólico cursam com
hemácias grandes; Anemias por falta de ferro se apresentam com hemácias pequenas.
Existem também as anemias com hemácias de tamanho normal.
22

Interpretação do tamanho da hemácia: Normal – normocíticas, Pequena -microcíticas e


Grande – macrocíticas. Valores de referência: 82.0 a 94.0 fL – fentolitros.

5.1.5 CHCM - Concentração da Hemoglobina Corpuscular Média.


É a concentração de hemoglobina dentro de cada hemácia. Valores de referência: 31.0 a
34.0 g/dL

5.1.6 RDW - Red Cell Distribution Width - Amplitude de Distribuição dos Glóbulos
Vermelhos
Avalia o grau de variação no tamanho das
hemácias, útil para diferenciar tipos de
anemias. Valores de referência: 11,5 – 15,0%.
Quando elevado existem muitas hemácias de
tamanhos diferentes circulando, isso pode
indicar hemácias com problemas na sua morfologia.
É muito comum RDW elevado, por exemplo, na carência de ferro, onde a falta deste
elemento impede a formação da hemoglobina normal, levando à formação de uma hemácia
de tamanho reduzido.

5.1.7 Reticulócitos
São eritrócitos recém liberados da medula óssea, representa indiretamente a produção
dos glóbulos vermelhos na medula óssea. Seu resultado é em %. Valores de referência: 0,5 A
2,17%

5.1.8 HCM- Hemoglobina Corpuscular Média


Indica o peso da hemoglobina na hemácia.
Quando normal – normocrômica, baixo – hipocrômica
e alto – hipercrômica. Valores de referência: 27.0 a
33.0 pg.
HCM e CHCM indicam basicamente a mesma
23

coisa, a quantidade de hemoglobina nas hemácias. Assim como o VCM, o HCM e o CHCM
também são usados para diferenciar os vários tipos de anemia.

5.1.9 Termos Utilizados nas Variações da Série Vermelha


Microcitose - Hemácias pequenas, associada à Deficiência de Ferro e Talassemias
Macrocitose - Hemácias grandes, associada à Deficiência de Vitamina B12, Quimioterapia,
Doença Hepática, Hipotireoidismo e Mieloma.
Hipocromia - Hemácias menos coradas do que o normal.
Poiquilocitose - Variação na forma das hemácias.
Anisocitose - Variação no tamanho das hemácias.

5.1.10 Diferentes Tipos de Anemia


A classificação fisiopatológica das anemias é realizada por meio de 3 mecanismos: Falta
de produção, excesso de destruição e perdas.
• Falta de Produção - Carência de ferro, vitamina B12 e ácido fólico.
• Excesso de destruição- Defeitos do eritrócito e agressão ao eritrócito
• Perdas- Perdas hemorrágicas
A classificação morfológica, ocupa-se de analisar a morfologia, ou forma da hemácia.
Desta forma podem ser classificadas em: microcíticas hipocrômicas, macrocíticas e
normocíticas normocrômicas.
• Microcíticas e Hipocrômicas- anemia ferropriva e talassemia
• Macrocíticas – Deficiência de vitamina B12 e Hemólise
• Normocíticas normocrômicas – doença renal e hemorragia

5.2 Série Branca


A parte do sangue que traz as características dos leucócitos é chamada série branca ou
leucograma. O número global dos leucócitos na circulação é estimado entre 4.000 e 11.000 /
mm3 de sangue. Variações: Valores superiores = Leucocitose e valores abaixo= Leucopenia.
Tipos de células do Leucograma :Neutrófilos, basófilos, eosinófilos, linfócitos,
monócitos, plasmócitos e bastões.
24

5.2.1 Neutrófilos
45% a 75% dos leucócitos circulantes. Valores de referência: 60 a 65 %. Variações:
Aumento - Leucocitose neutrofílica, pode ocorrer em infecções bacterianas e fúngica, infarto
agudo, isquemia, uremia, diabetes, gota, leucemia mielocítica e hemorragias; e redução –
Neutropenia, ocorre no alcoolismo, uso de medicamentos imunossupressores,
quimioterapia e estresse.

5.2.2 Bastões
São neutrófilos jovens. Valores de referência de 4 a 5 %. Variações: Aumento ocorre em
infecções agudas gerais (Viroses e Infecção bacteriana) e a redução ocorre em problemas
genéticos, uso de medicamentos e infecções

5.2.3 Linfócitos
15 a 45% dos leucócitos no sangue. Valores de referência de 20 a 30 %. Variações:
Aumento – Linfocitose, ocorre em infecções agudas, crônicas (Tuberculose, Sífilis), linfomas
e leucemia; Redução – Linfocitopenia, ocorre em infecções virais (incluindo AIDS, gripe e
hepatite), desnutrição, uso de medicamentos imunossupressores, quimioterapia e estresse.

5.2.4 Monócitos
3 a 10% dos leucócitos circulantes. Valores de referência de 4 a 8 %. Variações: Aumento
– Monocitose, ocorre em tuberculose, protozooses (Malária e Tripanosomose), leucemias
agudas, lúpus eritematoso; Redução – Monocitopenia, causada por infecção da corrente
sanguínea, quimioterapia ou um distúrbio da medula óssea.

5.2.4 Eosinófilos
1 a 5% dos leucócitos circulantes são eosinófilos. Valores de referência de 2 a 4 %.
Variações: Aumento – Eosinofilia, ocorre em alergias, parasitoses, doenças da pele e
hemopatias; Redução – Eosinopenia, ocorre em infecções bacterianas agudas, uso de
medicamentos imunossupressores, quimioterapia e, estresse
25

5.2.5 Basófilos
Representam de 0 a 2% dos glóbulos brancos. Valores de referência de 0 a 1 %.
Variações não são comuns, principalmente porque estas células ocorrem com pouca
frequência no sangue. O aumento é a Basofilia, que ocorre em dermatites, colite e leucemia
crônica; Redução – Basopenia, pode ocorrer como resposta a tireotoxicose, reações de
hipersensibilidade aguda e infecções.

5.2.6 Plasmócitos
Valores de referência de 0 a 1 %. Variações: Aumento pode ocorrer na Rubéola,
Sarampo, Mononucleose e Mieloma; Redução, sem relato

5.2.7 Blastos
São células imaturas na corrente sanguínea. Valor de referência é de 0%. Variações com
aumento ocorrem na leucemia e infecções agudas. A numerosa liberação de blastos indica
desvio a esquerda.

5.3 Plaquetas
São células envolvidas na coagulação sanguínea. Valores de referência: 140 000 a 450
000 µL. Variação: aumento Trombocitose e redução Trombocitopenia.
Causas de Plaquetopenia ou Trombocitopenia: Infecções, deficiência de vitamina b12,
vasculites, neoplasias, hemólise intravascular, imunossupressores, quimioterapia,
coagulopatias de consumo e risco de hemorragias. Causas de Plaquetose ou Trombocitose:
Infecções, inflamação, hemorragia, anemia ferropriva, doenças mieloproliferativas crônicas e
risco de trombos.

6 COPROLOGIA CLÍNICA
Os exames realizados nas fezes são: parasitológico de fezes e pesquisa de sangue oculto
nas fezes
26

6.1 Parasitológico de Fezes


Útil no diagnóstico de parasitoses intestinais. Identifica e quantifica: Ovos, Cistos,
Oocisto e Larvas de parasitas.

Apresenta custo baixo e procedimento técnico simples. É um exame importante para


tratamento, medidas de controle, levantamento epidemiológico, pesquisa, novos
medicamentos e novos métodos diagnósticos

6.1.1 Coleta da Amostra


Coleta da Amostra Seca - Orientar o paciente a:
• Antes de coletar as fezes, se necessário, urinar no vaso sanitário para evitar a
contaminação do material.
• Usar laxativos somente quando houver orientação médica.
• Evitar o uso de antiácidos e de contraste oral (utilizado em exames radiológicos) no
mínimo 72 horas antes da coleta das fezes ou conforme orientação médica.
27

• As mulheres devem evitar colher as fezes no período menstrual.


• Defecar em vasilhame limpo e seco.
• Retirar frações de fezes em diferentes partes do
bolo fecal (início, meio e fim) e colocar em frasco
fornecido pelo Laboratório ou adquirido em
farmácia, sem líquido conservante, de modo que
complete pelo menos ½ (meio) frasco.
• Sempre que houver muco (catarro), pus ou
sangue, colher esta porção para que seja analisada, informando a presença dessas
substâncias ao entregar o material.
• Caso seja visualizado algum parasita, coletá-lo informando o achado ao atendente no
momento da entrega do material para o adequado processamento da amostra.
• Identificar o frasco com nome completo.
• Encaminhar o material ao laboratório em até 2 horas após a coleta. Caso não seja
possível, o material deve ser armazenado na geladeira por até 12 horas.
• Caso a coleta tenha sido à noite, guardar o material na geladeira e não congelar.

Coleta da Amostra com Conservante - Orientar o paciente a:


• Antes de coletar as fezes, se necessário, urinar no vaso sanitário para evitar a
contaminação do material.
• Defecar em vasilhame limpo e seco.
• Usar laxativos somente quando houver orientação médica.
• Evitar o uso de antiácidos e de contraste oral (utilizado em exames radiológicos) no
mínimo 72 horas antes da coleta das fezes ou conforme orientação médica
• As mulheres devem evitar colher as fezes no período menstrual.
• Defecar em vasilhame limpo e seco.
• Retirar frações de fezes em diferentes partes do bolo fecal (início, meio e fim), e
colocar em frasco contendo o conservante líquido (MIF).
• Dissolver e homogeneizar as fezes coletadas no líquido conservante para que as
mesmas fiquem totalmente cobertas pelo MIF.
28

• O número de amostras de fezes a serem coletadas e a periodicidade depende da


orientação médica.
o Coletar pelo menos 03 amostras de fezes recentemente emitidas em dias
diferentes (consecutivos ou alternados).
o Informar ao Laboratório o número de amostras
colhidas, no momento da entrega do material.
• Colocar todas as amostras de fezes dentro do mesmo
frasco contendo MIF.
• Sempre que houver muco (catarro), pus ou sangue,
colher esta porção para que seja analisada, informando
a presença dessas substâncias ao entregar o material.
• Caso seja visualizado algum parasita, coletá-lo informando o achado ao atendente no
momento da entrega do material para o adequado processamento da amostra.
• Identificar o frasco com o nome completo.
• Não é necessário colocar na geladeira, pois o liquido é conservante.
• É aconselhável encaminhar o material ao Laboratório logo após o fim da coleta.
o No MIF, as amostras são conservadas por até 30 dias à temperatura
ambiente.

6.1.2 Papel do Profissional


• As instruções, sobre a coleta de fezes devem ser claras e passadas ao paciente.
• É importante verificar se o paciente as entendeu, pois é na coleta adequada que se
inicia a qualidade do exame parasitológico.
• Orientar o paciente quanto ao tempo de encaminhamento do material ao laboratório
o Fezes líquidas - Dentro de 30 minutos
o Semissólidas - Dentro de 1 hora
o Formadas / sólida - Dentro de 24 horas
o Se o exame for realizado depois de 24 horas a amostra deve ser mantida em
conservadores tais como: Formol a 10%, Álcool polivinílico (PVA), Mertiolato-
Iodo-Formol (MIF) ou Sódio-ácido acético-formaldeído (SAF).
• Receber as fezes em recipiente adequado.
29

• As amostras devem ser correta e completamente identificadas com:


o O nome do paciente; idade, número de identificação do laboratório; hora da
colheita e hora da chegada da amostra ao laboratório.
• Para um trabalho rotineiro em Parasitologia é recomendável que se realize três
exames parasitológicos em dias alternados.
• Todos os parasitas observados devem ser relatados pelo nome científico, incluindo
gênero e espécie, quando possível, e o estágio que estão.
o Deve constar os métodos executados e a consistência das fezes.

6.1.3 Exame Parasitológico


Fase analítica composta pelo exame macroscópico e microscópico.
• Observar a consistência da amostra
o Trofozoítos
▪ Fezes moles ou líquidas sugerem
o Cistos
▪ Encontrados com mais frequência em fezes formadas.
o Ovos e larvas
▪ Encontrados tanto em fezes líquidas quanto em fezes formadas.
• Examinar a amostra fecal com auxílio de um palito (sorvete) para
• Verificar a presença de outros helmintos adultos.
• Verificar presença de
o Muco
o Sangue
o Cor
o Odor
o Consistência
o Vermes adulto
• Métodos Qualitativo
o Determina o tipo de parasita da
amostra
30

▪ Ex: Exame direto sem coloração, Exame direto com coloração (lugol e
colorações específicas), Concentração por sedimentação espontânea e
Concentração por centrifugação
• Métodos Quantitativos
o Determina a quantidade de
parasitas presentes na
amostra
▪ Ex: Kato-Katz

6.2 Pesquisa de Sangue Oculto nas Fezes


Pode ser provocado por sangramento gastrointestinal crônico, não observado pelo
paciente (não visível a olho nu), neoplasias, pólipos, úlceras, hemorroidas, doença
diverticular, doença inflamatória intestinal, esofagite, gastrite e sangramento gengival
Está indicado para rastreamento do câncer colorretal em associação a exames
endoscópicos – retossigmoidoscopia e/ou colonoscopia (1ª escolha), a partir de 50 anos de
idade e mais precocemente, se paciente com risco elevado (história familiar positiva,
polipose adenomatosa familiar, doença inflamatória intestinal), além da avaliação etiológica
da anemia ferropriva
Apresenta como vantagens a fácil
realização, não ser invasivo e o baixo
custo, e como desvantagens a
possibilidade de resultados falso-
positivos ou falso-negativos, não define a
origem do sangramento e resultados
positivos habitualmente demandam realização de colonoscopia.
Alguns métodos requerem preparo com dieta específica (3 dias antes da coleta) e é
indicado análise em 3 amostras de fezes. Realizado por método químico, por meio de fitas
reagentes a hemoglobina.
31

7 URINÁLISE - ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE EAS


Trata-se de um exame importante para estudo de doenças renais e do trato
genitourinário, acompanhamento de outras doenças sistêmicas como diabetes e
bilirrubinemias.
É um exame simples, de baixo custo e não-invasivo.

7.1 Técnica de Coleta


• Lavar bem as mãos
• Lavar a região genital
• Abrir o frasco sem tocar na parte interna
• Desprezar o primeiro jato de urina
• Coletar a urina (cerca de 50 mL)
• Desprezar a parte final
• Levar imediatamente ao laboratório ou manter em geladeira por até 8hs
• Para alguns exames é recomendável que seja coletada a primeira urina da manhã
o Mais concentrada
▪ Observar necessidade de indicação
• Frascos em plástico incolor, tipo cristal
• Fornecido pelo laboratório
• Capacidade para 50-100 mL
• Estéril
o Necessário apenas para urocultura

7.2 O Exame

7.2.1 Exame Físico


Cor
• Pigmentos naturais
o Urocromo (amarelo)
o Uroeritrina (vermelho)
o Urobilina (laranja)
32

• A coloração anormal pode ser causada por alimentos, medicamentos, patologias e


produtos metabólicos

Odor
• Normal
o “Sui generis”
• Anormal
o Odor fétido
▪ Processo infeccioso
o Odor amoniacal
▪ Transformação de ureia em amônia, por bactérias
o Odor frutado
▪ Corpos cetônicos em pacientes diabéticos

Aspecto
Nível de turbidez da urina, a urina turva requer investigação mais a fundo.

Presença de espuma
Avaliação da formação de espuma após agitação da
amostra. Indica presença de bilirrubina e albumina, que
precisa ser confirmada por análise química

7.2.2 Exame Químico


Exame realizado por meio de fitas reagentes capazes de evidenciar a presença de
Bilirrubina, Corpos cetônicos, Glicose, Hb, pH, Proteínas e Urobilinogênio. Avaliação
semiquantitativa realizada na urina à temperatura ambiente.
33

Análise de pH
Os rins tem papel fundamental (junto com pulmões) de
manter constante a concentração de H+, e o pH do sangue de
7.35 a 7.45. Urina apresenta pH normalmente entre 5,5-7.

Glicose (Glicosúria)
Avalia a concentração de glicose na urina. Valor de referência 1 a 15 mg/dL (não
detectável). Glicemias acima de 180mg/dL. Ocorre a glicosúria tipicamente no diabetes I e II,
gestantes e pacientes com doenças renais.
A determinação se baseia na reação da glicose oxidase modificação da cor. A amostra
deve ser conservar amostra refrigerada para evitar bactérias

Cetonas (Cetonúria)
Mensura a presença de corpos cetônicos,
ácido acetoacético, ácido hidroxibutírico e acetona,
que são metabólitos da oxidação de ácidos graxos.
A presença é comum no diabetes, bulimia,
gastroenterite, dieta pobre em carboidratos e jejum prolongado. Confere à urina aroma
frutado

Bilirrubinas (Billirrubinúria)
Pode estar presente a Conjugada, que é solúvel, sofre filtração glomerular e é
encontrada na urina quando se encontra em excesso no sangue. A Não-conjugada que é
insolúvel, transportada ligada à albumina não é encontrada na urina. Comum o aumento em
anemia hemolítica, obstrução biliar, hepatite, hepatocarcinoma e cirrose hepática

Hemoglobina (hemoglobinúria)
Na forma livre pode acontecer por anemia hemolítica, talassemias, anemia falciforme
e hemólise intravascular acentuada. Pode indicar ainda infecções do trato urinário, uso de
fármacos anticoagulantes e traumatismos.
34

7.2.3 Análise do Sedimento


Sedimento é qualquer partícula em suspensão na urina, que precipita após a
centrifugação.

Células Epiteliais – Valor de referência raras. O aumento pode indicar infecções urinárias,
doenças renais, inflamações, neoplasias, rejeição do rim transplantado

Leucócitos – Valor de referência menos de 5/campo. O aumento pode indicar patologia


inflamatória do trato urinário ou genital, pielonefrites e cistite

Hemácias - Valor de referência menos de 2/campo. O aumento pode indicar lesões do trato
urinário, infecções e doenças renais.

Cilindros- Origem exclusivamente renal, associado a ocorrência de proteinúria. Variam em


aparência, tamanho, forma e estabilidade. Quando presentes podem indicar desde infecção
urinária a falência renal.

Cristais- São sais urinários precipitam quando fatores alteram sua solubilidade, como o pH, a
temperatura e a concentração do sal. Quando presentes podem indicar desde infecção
urinária a falência renal.

Bactérias e Leveduras - Normalmente não são encontrados na urina, quando presentes


indicam infecção urinária.

8 CULTURA DE FLUIDOS
Trata-se de cultivar microrganismos para identificar o patógeno causador de uma
determinada infecção.

8.1 Fase Pré-analítica – Coleta

8.1.1 Cateter
35

Cultivo pela técnica de Maki (semiquantitativa). Determina colonização valores < 15 UFC
/ ml e infecção valores > 15 UFC / ml.

Forma de coletar
• Coletar e enviar ao laboratório apenas os 5 cm próximos do ponto de inserção (que
estavam introduzidos na pele)
• Não usar tesouras embebidas em antissépticos
• Enviar ao laboratório imediatamente, em frasco estéril, para evitar que resseque
• Não utilizar meio de cultura de transporte
• O ideal é coletar a ponta do cateter junto de uma hemocultura venosa

8.1.2 Hemocultura
Hemocultura pareada quantitativa é indicada para infecção sanguínea de cateter
central, é um procedimento caro e trabalhoso; a cultura concomitante avalia o sangue do
cateter com sangue periférico; e as coletas arteriais não são melhores que as venosas.

Forma de coletar
• Preferencialmente antes do uso de antibióticos
• Identificando os frascos com
o Nome por extenso
o Data e hora de coleta
• Antissepsia previa das tampas dos frascos com álcool a 70%
• Antissepsia do braço (local punção)
o Com álcool 70% + PVPI 10%
o De forma circular
o De dentro para fora
• Sem anticoagulante
o Frasco comercial tem polietanolsulfonato de
sódio-SPS
• Hemocultura
• Coletas venosas
36

o Melhores que as arteriais


• Volume certo da amostra
o Beneficia o isolamento bacteriano
o 10% do volume do frasco de sangue total
• Não refrigerar o frasco
o Incubar imediatamente (36-37 ºC)
• nº frascos à critério médico
o Conforme condição clínica do paciente

8.1.3 “Feridas em Geral”, Abscessos e Exsudatos - “Feridas”


Forma de coletar
• Correlacionar com sitio anatômico especifico
o Ferida de...
• Retirada das crostas secas superficiais
o Não representativa
• Margens e superfícies
o Lavadas com soro fisiológico
• Coletar pus das partes mais profundas
o Aspirar sempre que possível
o Usar swab umedecido em soro fisiológico
• Material seroso pós escarificação das bordas
o Útil ao cultivo
• Não coletar
o Pus emergente
▪ Superficial
• Impróprio

8.1.4 Escarro
• Não é ideal para avaliar microbiologia do trato respiratório
• Não deve conter saliva
• Coleta pela manhã, antes da alimentação
37

o Não usar creme dental ao escovar os dentes


o Usar água com vários bochechos
• Em suspeita de tuberculose
o Coletar 3 amostras em dias consecutivos
• Pode ser feita nebulização previa para induzir a coleta
• Ótimo método para obter etiologia das pneumonias por ventilação mecânica
o Ponto de corte entre colonização e infecção é de 100000 UFC/ml
• Coleta antes de biopsias de escovados
o Para evitar sangue na amostra
• Envio ao laboratório
o Entre 30 min - 2 horas

8.1.5 Outros Fluidos


Outros fluidos orgânicos estéreis como liquido pleural, liquido ascético, liquido biliar,
líquor e liquido articulações também podem ser analisados pelo método de cultura, todavia
a coleta se restringe a equipe médica e há necessidade de fazer antissepsia previa com
álcool 70% e PVPI.

8.2 Meios de Cultura


São meios ou substâncias onde são colocados para o crescimento bacteriano. Há
variação quanto a consistência dos meios em sólidos, semissólidos e líquidos. Os meios
podem ser naturais ou artificiais. O objetivo dos meios de cultura são proporcionam
nutrientes adequados ao crescimento de microrganismos presentes nas amostras.

Tipos de Meios de Cultura


Ágar nutriente- Meio para cultivo de amostras de Água, Alimentos e Leite. Cor original é
Branco, com o crescimento bacteriano vê-se na superfície.

Ágar chocolate - Utilizado para microrganismos exigentes, ao meio é


adicionado sangue de cavalo, carneiro ou coelho em altas temperaturas.
Cor original marrom-escuro, na presença de microrganismos pode se
38

tornara amarelo ou creme.

Ágar Sangue - De coloração vermelha escura e opaca, na presença de


microrganismos apresenta alos amarelos.

Ágar macconkey - Destinado ao crescimento de bactérias gram negativas, indica a


fermentação de lactose. Cor original rosa avermelhado. Na presença de bactérias pode se
tornar rosa ou incolor.

Ágar Saboraud - Favorece o crescimento fúngico. Cor original Amarelo claro,


na presença de fungos torna-se verde

9 GASOMETRIA ARTERIAL
Procedimento realizado através de punção arterial para a medição direta da
concentração do íon hidrogênio (Ph), da pressão de oxigênio (PaO2) e da
pressão de dióxido de carbono (PCO2). Avalia o estado de oxigenação,
ventilação e condições acidobásica

Tipos
Gasometria arterial - Avaliação dos parâmetros ventilatórios
Gasometria venosa - Informação sobre o consumo ou a extração de oxigênio nos tecidos e,
portanto, indiretamente, informa sobre o estado do metabolismo celular.

9.1 Materiais
• Conforme a artéria a ser puncionada
• Seringa de 1 a 5 mL
• Agulha 13x4,5, 25x7, 25x8
• Scalpe nº 21, 23, 25.
• Heparina sódica 5.000 UI/mL
o Existem seringas com agulhas acopladas exclusivas para coletas de sangue
arterial preparadas com anticoagulante
• Clorexidine alcóolico
39

• Gaze
• Micropore
• Bandeja
• Saco plástico

9.2 Técnica de Coleta


É importante ressaltar que somente o Enfermeiro pode fazer a coleta, o técnico em
enfermagem o auxilia.
• Higienizar as mãos.
• Identificar a seringa com nome do paciente, leito, unidade e data.
• Realizar desinfecção do frasco de heparina sódica
o Clorexidine alcóolico.
• Adaptar a agulha a seringa e aspirar 0,2ml de heparina sódica, lubrificando a seringa
em toda sua extensão.
o Em seguida, empurrar o êmbolo de volta até o fim, desprezando a heparina e
trocar a agulha.
▪ Caso utilizar a seringa específica para gasometria (pré-lubrificada com
anticoagulante), este procedimento é desnecessário.
• Calçar luvas de procedimento e óculos de proteção.
• Realizar o Teste de Allen
o Comprimir simultaneamente as duas artérias (radial e ulnar) pedindo ao
paciente que feche e abra várias vezes a mão; esta ficará isquemiada e pálida.
o Em seguida com a mão do paciente aberta, retira-se os dedos da artéria ulnar.
o A coloração rósea deve voltar, indicando boa circulação colateral
• Palpar o pulso radial.
o Em caso de debilidade pensar nos demais locais de punção, em ordem de
prioridade:
▪ Braquial
▪ Pedioso
▪ Femoral
40

• Realizar antissepsia do local da punção com algodão ou gaze embebida em


Clorexidine alcóolico.
• Posicionar a agulha inclinada a 45° e o bisel disposto lateralmente.
o Observar o enchimento espontâneo de sangue na seringa ou realizar
aspiração até o volume predeterminado.
o Para os demais locais a angulação da agulha deve respeitar: 45-60º para
braquial, 30-45º para pedioso e 60-90º para femoral.
• Retirar a agulha e pressionar o local até hemostasia completa.
• Remover imediatamente as bolhas de ar da seringa.
• Realizar rotação da seringa entre as mãos.
• Colocar a seringa dentro do saco plástico.
• Encaminhar imediatamente a seringa ao laboratório, de preferência em gelo.
• Compressão posterior por
o 10 min.

9.3 Entendendo os Itens Avaliados na Gasometria


pH - Índice criado para representar a concentração de íons hidrogênio (H+) existente em
uma solução. Escala de Ph varia de 1 – 14;
Acidez (1 – 7); Alcalinidade (7 – 14); e
Neutralidade (7).
41

Oxigenação – Em condições normais 97% do O2 transportado dos pulmões para os tecidos


são carreados em combinação química com a Hb no interior das hemácias e 3% do O2
encontram-se dissolvidos no plasma e nas células.

Índices de Oxigenação
PaO2 - Pressão parcial de O2 no ar alveolar. Refere-se APENAS ao oxigênio dissolvido no
plasma e não reflete a disponibilidade total de O2 nos tecidos. Medida em mmHg
SaO2 - Saturação de O2 na Hb do sangue arterial. Proporção que o O2 está ligado a Hb. A
SaO2 normal do sangue que alcança o átrio e de 98%.
PaCO2 - Pressão parcial de dióxido de carbono no sangue arterial. CO2 produzido pelo
metabolismo celular é dissolvido no sangue para ser eliminado do organismo através da
respiração.

Bases do Organismo
HCO3 – Bicarbonato. Derivado do metabolismo celular pela combinação de CO2 + H2O
BE - Excesso de Bases. Representa os compostos fosfatos, proteínas e Hb.

9.4 interpretando a Gasometria


É importante lembrar que a acidose e a alcalose são extremamente perigosas e devem
ser corrigidas de forma rápida e eficiente.
Quando as alterações estiverem relacionadas aos gases pCo2 e sPO2% a origem do
problema é pulmonar, desta forma falamos acidose ou alcalose respiratória; quando o
problema estiver relacionado ao HCO3 e BE a origem do problema é renal, desta forma
falamos acidose ou alcalose metabólica.
Item Valores Interpretação
pH 7,35 a 7,45 Normal
< 7,35 Acidose
> 7,45 Alcalose
< 6,80 ou > 7,80 Incompatível com a vida
pCo2 35 a 45 Normal
> 45 Acidose
< 35 Alcalose
sPO2% 95 a 100 Normal
< 95 Acidose
HCO3 22 a 26 Normal
42

< 22 Acidose
> 26 Alcalose
BE -2 a +2 Normal
< -2 Acidose
> +2 Alcalose

Exemplos

10 ELETRÓLITOS
São íons que existem nos espaços intra e extracelular do organismo. O fluido corporal
sempre contém números iguais de cargas positivas (cátion) e negativas (ânion) para assim
manter equilíbrio chamado de eletroneutralidade.
São extremamente importantes para a manutenção do potencial eletromecânico nas
membranas celulares, incluindo funções neurológicas, musculares, atividades celulares,
secreção, reabsorção, excreção e contração.
Tem como função manter a pressão osmótica do plasma, regular a distribuição de
água do organismo, manutenção do pH fisiológico, regular a função cardíaca e muscular,
participa das reações de óxido-redução e participam como cofatores enzimáticos.

10.1 Eletrólitos Avaliados no Ionograma

10.1.1 Sódio
43

Funções - Condução do impulso nervoso, homeostase do volume sanguíneo, manutenção do


volume circundante, essencial para a absorção da glicose, transporte de várias substâncias,
contração muscular e equilíbrio ácido-base,
Amostras – Soro, plasma herparinizado, sangue total, suor, urina, fezes e fluidos
gastrointestinais
Valores de Referência
• Na+ Sérico
• Infância à vida adulta
o 135 a 145 mmol/L
• Recém-nascidos prematuros em 48h
o 128 a 148mmol/L
• Sangue do cordão umbilical
o ~127mmol/L
• Na+ Urinário
o Indivíduos dieta padrão
▪ 40 a 220 mmol/L
o Excreção fecal
▪ 10 mmol/dia
Alterações – Aumento = Hipernatremia; Redução = Hiponatremia

10.1.2 Potássio
Funções - Transporte de O2, facilita a conversão de glicose em glicogênio pelo fígado, auxilia
na contração muscular e regulação da pressão arterial e do equilíbrio hídrico
Amostras - Soro, plasma herparinizado, sangue total, suor, urina, fezes e fluidos
gastrointestinais
Valores de Referência
• K+ Soro
o Adultos
▪ 3,5 a 5,0 mmol/L
o Recém-nascidos
▪ 3,7 a 5,9 mmol/L
44

• K+ Urina
o Dieta padrão
▪ 25 a 125 mmol/dia
Alterações – Aumento = Hipercalemia; Redução = Hipocalemia

10.1.3 Cloreto
Funções - Forma o ácido clorídrico gástrico; ajuda a manter o equilíbrio ácido-base
juntamente com o Na +; desempenham importante papel na manutenção da distribuição de
água no organismo, da pressão osmótica do plasma e na neutralidade elétrica; transporte de
gases; e regulação ácido-base do organismo
Amostras – Soro, urina e suor
Valores de Referência
• Soro
o 98-106 mM
• Urina
o 110-250 mM
• Suor
o 0-35 mM
Alterações – Aumento = Hipercloremia; Redução = Hipocloremia

10.1.4 Cálcio - Ca+


Funções - Contração muscular, transmissão dos estímulos nervosos, secreção de hormônios,
coagulação do sangue, divisão celular, motilidade celular e cicatrização de feridas
Amostras – Sangue
Valores de Referência
• Cálcio Total
o Adultos
▪ 8,8 a 10,6 mg/dl (2,2 a 2,6 nmol/l).
o Crianças
▪ 8,5 a 11,0 mg/dl (2,1 a 2,9 nmol/l).
• Cálcio Livre
45

o Adultos
▪ 4,5 a 5,6 mg/dl (1,05 a 1,30 nmol/l).
o Crianças
▪ 4,8 a 5,5 mg/dl (1,20 a 1,38 nmol/l).
Alterações – Aumento = Hipercalcemia; Redução = Hipocalcemia

10.1.5 Magnésio - Mg2+


Funções - Ativador de sistemas enzimáticos intracelulares, metabolismo carboidrato e
proteico, inibindo a liberação de acetilcolina, vasodilatador sobre os vasos periféricos e
arteríolas, diminuição da resistência periférica total e contração muscular
Amostras – Sangue
Valores de Referência
• 1.5 a 2.5mEq/litro
Alterações – Aumento = Hipermagnesemia; Redução = Hipomagnesemia

10.1.6 Fosfatos
Funções - Produção de energia e formação de ossos e dentes.
Amostras – Sangue
Valores de Referência
• Adultos
o 1.8 a 2.6 mEq/litro
• Crianças em idade de crescimento
o 7mg/dl a 4.1 mEq/litro.
Alterações – Aumento = Hiperfosfatemia; Redução = Hipofosfatemia

10.2 Fase Pré-analítica do Ionograma


Jejum - 8 horas (recomendável)
Material Biológico - Soro e sangue total heparinizado.
Coleta - 5 ml de soro e 3 ml de sangue arterial ou venoso heparinizado, coletado em seringa
sem ar.
Armazenamento - Refrigerar entre +2 a +8ºC. Não congelar.
46

11 BIOQUÍMICA CLÍNICA DOS CARBOIDRATOS

11.1 Carboidratos

11.1.1 Funções
Energética - São os mais importantes fornecedores de energia. De modo geral, cada
carboidrato fornece 4Kcal
Estrutural - Faz parte da composição da celulose e quitina
Genética - São componentes essenciais dos ácidos nucléicos: DNA (desoxirribose), RNA
(ribose)
Reserva - Armazena energia. Nos vegetais (amido), animais (glicogênio)
Glicoproteínas e glicolipídios - Componentes de membranas

11.1.2 Vias Metabólicas


Glicólise - Oxidação da glicose até piruvato ou lactato
Gliconeogênese - Formação de novas moléculas de glicose a partir de precursores não
carboidratos
Glicogênese - Síntese intracelular de glicogênio a partir de glicose
Glicogenólise - Quebra do glicogênio em moléculas de glicose;
Ciclo de Krebs - Via glicolítica aeróbia – oxidação do acetil-CoA

11.2 Glicemia
Em condições normais a glicemia é mantida em valores normais por mecanismos
regulatórios.
47

Após uma refeição há liberação de insulina, o que permite que a glicose seja captada
pelos tecidos e utilizada como energia. 70% da glicose sérica é levada ao fígado e
transforma-se em glicogênio, reserva energética. O excesso de glicose é transformado em
ácidos graxos e destinada ao tecido adiposo.
A regulação da glicemia tem ação conjunta de vários hormônios e sistema renal, dentre
eles a insulina e hormônios antagônicos a ela.

Hormônio Hipoglicemiante
Insulina - Promove captação e armazenamento de combustível metabólico. Atua como
receptor nos músculos, fígado, tecido adiposo, placenta, monócitos, linfócitos.

Hormônios Hiperglicemiantes
Glucagon - Polipeptídio secretado pelas células α das ilhotas de Langherans. Estimula a
glicogenólise hepática e a gliconeogênese.
Glicocorticoides - Secretados pela glândula adrenal. Aumentam a captação intestinal de
glicose. Ativa a gliconeogênese, a glicólise hepática e a lipólise.
Catecolaminas - São secretadas pela glândula adrenal. São inibidores potentes da secreção
de insulina. Estimulam a glicogenólise hepática e muscular e a lipólise.
Hormônio do crescimento (HC) - É secretado pela hipófise anterior. Diminui a absorção de
glicose em certos tecidos e aumenta a lipólise.
Hormônio tireoidiano - Aumenta a glicólise, a glicogenólise e a absorção intestinal de glicose.
Somatostatina (SMT) - É secretado pelo SNC, hipófise, intestino e células delta do pâncreas.
Aumenta a concentração de glicose do sangue por inibição da secreção e da ação da
insulina.

11.2.1 Mecanismo Renal de Controle da Glicemia


Cada segmento do néfron tem uma função específica na formação da urina. O rim
também exerce um efeito regulador.
A glicose é filtrada continuamente pelos glomérulos renais, retornando totalmente ao
sangue pelo sistema de reabsorção renal. A capacidade do sistema enzimático em
reabsorver a glicose é limitada pela concentração dos componentes deste sistema.
48

Níveis sanguíneos de glicose acima do limiar renal de reabsorção da glicose (170 - 180
mg/dL) a glicose não é totalmente reabsorvida e é eliminada pela urina - glicosúria positiva.

11.3 Estados Glicêmicos


Valores
• Valores normais de glicemia
o 70 – 99 mg/dL
• Intolerância à glicose
o 100 – 125 mg/dL
• Diabetes
o Acima de 126 mg/dL

Alterações
• Acima dos valores de referência
o Hiperglicemia
• Abaixo dos valores de referência
o Hipoglicemia
49

11.4 Análise Laboratorial dos Carboidratos

11.4.1 Glicemia de jejum


Realizado após 8 horas de jejum. A amostra usada para o exame é plasma ou soro, mas
também pode ser feita com LCR e urina.
Valores de Referência
• Normal
o Até 99mg/dl
• Pré-diabetes
o 100 a 125mg/dl
• Diabetes
o 126mg/dl e acima, deve ser confirmado com novo teste em outro dia.

11.4.2 Glicosúria e Pesquisa de Corpos Cetônicos


Mensuração de glicose e corpos cetônicos na urina. Coleta da mesma forma que o
exame de urina rotina (EAS)
Valores de Referência
• Reagente de Benedict
o Inicialmente azulado
o Ausência de glicosúria
▪ Azul
o Glicosúria
▪ Cor alaranjada
• Tiras reagentes de Pesquisa de corpos cetônicos
o Inicialmente branca
o Ausência de glicosúria
▪ Azul
o Glicosúria
▪ Verde
50

11.4.3 Glicemia Pós-prandial


Teste controle para DM. Avalia
a concentração da glicemia 2h após
a refeição, após este tempo a
glicose tende a retornar ao valor
normal.

Valores de Referência
• Desejado
o Até 180 mg/dl

11.4.4 Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG)


Teste diagnóstico. São medidas seriadas de glicose nos tempos a cada 30 min durante 2
horas, após ingestão de 75 g glicose em 300 ml de água. O teste deve ser realizado pela
manhã, com jejum de 8 a 10h. É um teste mais sensível que a glicemia de jejum, mas é
afetado por vários fatores.
Algumas recomendações devem ser seguidas como: Descontinuar o uso de
medicamentos que afetam a glicemia, realizar o teste após 3 dias com dieta que contenha
150 gramas de carboidrato por dia e em indivíduos ambulatoriais, realizar o teste após 10 a
16 horas em jejum, sentados e sem fumar.
Está indicado para o diagnóstico de DM Gestacional, tolerância à glicose diminuída e
avaliação de pacientes com nefropatia, neuropatia, ou retinopatia não explicada e com
glicemia em jejum abaixo de 126 mg/dl

Valores de Referência
• Normal
o <139 mg/dl
• Pré-diabetes
o 140 a 199 mg/dl
• Diabetes
o 200 mg/dl e acima
51

▪ Na amostra de 120 min, valor acima de 200 mg/dl é indicativo de


diabetes, mesmo que os níveis de glicose de jejum estejam normais.

11.4.5 Hemoglobina Glicada


Teste controle. A hemoglobina liga- Hemoglobina Glicemia média estimada**
glicosilada (intervalo de confiança de 95%)
se à glicose, quanto maior for a taxa de
5% 97 mg/dl (76–120 mg/dl)
glicemia, maior a síntese de hemoglobina
6% 126 mg/dl (100–152 mg/dl)
glicada.
7% 154 mg/dl (123–185 mg/dl)
Esse exame indica o controle
8% 183 mg/dl (147–217 mg/dl)
metabólico nas 8 a 10 semanas (3 a 4
9% 212 mg/dl (170–249 mg/dl)
meses) precedentes ao teste, é o tempo
10% 240 mg/dl (193–282 mg/dl)
médio de vida dos glóbulos vermelhos.
11% 269 mg/dl (217–314 mg/dl)
Não é indicado para pacientes com
12% 298 mg/dl (240–347 mg/dl)
hemoglobinopatias.

Valores de Referência
• Indivíduos normais
o Hb glicada entre 5 a 8%
• Pacientes diabéticos
o Hb glicada entre 8 a 30%
▪ O valor mantido abaixo de 7% promove proteção contra o surgimento
e a progressão das complicações microvasculares do diabetes.

11.4.6 Frutosamina
A ligação da glicose às proteínas produz frutosaminas. Frutosamina é um marcador da
concentração média de glicose sanguínea. Uma única medição de frutosamina indica a
concentração média de glicose durante as 2-3 semanas anteriores.
Espelha as concentrações de glicose nos últimos 20 dias. Útil na avaliação a curto prazo
de pacientes DM e no controle da paciente diabética grávida.
52

Valores de Referência
• Normal
o Até 3,2 mmol/L

11.4.7 Diagnóstico das complicações do DM


Mensuração de microalbuminúria, proteinúria e creatinina.

12 BIOQUÍMICA CLÍNICA DOS LIPÍDEOS


São biomoléculas compostas por carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O). Estão
distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares e células de
gordura. Possuem uma grande variedade de formas estruturais e são hidrofóbicas.
São classificados em saturados, normalmente sólidos em temperatura ambiente e
insaturados, comumente líquidos em temperatura ambiente.

12.1 Função e Fontes Alimentares


Apresentam diversas funções como fonte energética, vitamínica, hormonal, estrutural,
de isolante térmico e proteção mecânica.
Os saturados são encontrados principalmente em alimentos de origem animal como:
Carne, gema de ovo, leite integral e seus derivados (manteiga, creme de leite e queijos) e em
alimentos industrializados como biscoitos e chocolates.
Já os insaturados são encontrados principalmente em alimentos de origem animal
como: Óleos vegetais (principalmente no de girassol), óleo de soja, óleo de milho, óleo de
gergelim, azeite, margarina, abacate, castanhas e coco.
53

12.3 Lipoproteínas
Quilomícrons - Transportam os triglicerídeos da dieta. Sintetizados pelo intestino, passam
por vasos linfáticos, no sangue sofrem ação das lipases. Hidrolisam o triglicerídeo em glicerol
e ácidos graxos, captados para o metabolismo. Quilomícron remanescente, são removidos
pelo fígado.

Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDL) - Rica em triglicerídeos, sintetizada e


liberada pelo fígado. Transporta triglicerídeos e colesterol sintetizados pelo fígado.

Lipoproteína de Densidade Intermediária (IDL) - VLDL é hidrolisada pela lipase, forma-se IDL.
Transportam os triglicerídeos sintetizados no fígado.

Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL) - Principal carreador de colesterol no plasma.


Catabolismo ocorre no fígado

Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL) - Responsável pelo transporte do colesterol


alimentar. Produzidas pelo fígado, intestino e alimentação. Retirar colesterol dos tecidos é
sua principal função, promove o retorno do colesterol da periferia para o fígado.

12.4 Colesterol
Sintetizado pelo fígado, em um processo regulado por um sistema compensatório,
quanto maior for a ingestão de colesterol vindo dos alimentos, menor é a quantidade
sintetizada pelo fígado. O colesterol endógeno é 70% de todo colesterol do corpo. A dieta
fornece 30% colesterol (exógeno), encontrado em: Carne, frango, peixes, ovos, manteiga e
leite integral.

12.4.1 Colesterol LDL


Lipoproteína de baixa densidade (Low desnsity lipoprotein). Colesterol ruim.
Transportam do fígado para os tecidos 70% de todo o colesterol que circula no sangue. São
pequenas e densas o suficiente para se ligarem às membranas do endotélio.
54

Composta por ácidos graxos saturados. Tem capacidade de transportar o colesterol do


fígado até as células de vários outros tecidos. Em níveis elevados tem a propriedade de lesar
as artérias do coração e vasos em geral.

12.4.5 HDL
Lipoproteína de alta densidade (High
desnsity lipoprotein). Colesterol bom.
Responsável pelo transporte reverso do
colesterol, ou seja, transporta o colesterol
endógeno de volta para o fígado.
Lipoproteínas capazes de absorver os
cristais de colesterol. Composta por ácidos
graxos insaturados. Seu excesso protege as
artérias do coração, mas sua falta é ruim para o organismo.

12.5 Análise Laboratorial dos Lipídeos

12.5.1 Fase Pré-analítica


Instrução e preparo do paciente antes da coleta
• Dieta habitual e seus pesos deverão permanecer estáveis pelo menos 2 semanas
• Tempo do jejum
o 12 a 14 horas
o Se necessário, o paciente pode ingerir água e medicamentos que não possam
ser interrompidos.
o Apenas a determinação de colesterol total
➢ Não há necessidade da coleta em jejum
• 72h de abstinência de bebida alcoólica

Amostra do paciente
• Soro
• Para colesterol total (tubo com ou sem gel separador)
55

• Plasma com EDTA

Condições de armazenamento e transporte


• Amostras devem ser armazenadas a 4°C por até 3 a 4 dias antes da análise

12.5.2 Perfil Lipídico


Aspecto do Plasma - Simples, conveniente e barato.
Interpretação
• Plasma límpido
o Provável que o nível de triglicerídeos esteja < 200 mg/dl
• Enevoado a turvo
o 300 mg/dl
• Opaco e leitoso
o >600 mg/dl
• Se houver Quilomicron
o Camada espessa e homogênea cremosa será
formada na superfície do plasma ou soro após 4
horas.

Colesterol e Triglicérides
Valores de referência de indivíduos de 2 a 19 anos
56

Valores de referência de indivíduos maiores de 20 anos


Parâmetros Valores (mg/dL) Categoria
< 200 Desejável
Colesterol total 200-239 Limítrofe
 240 Alto
< 100 Ótimo
100-129 Desejável
LDL-C 130-159 Limítrofe
160-189 Alto
 190 Muito alto
< 40 Baixo
HDL-C > 60 Desejável
< 150 Desejável
Triglicérides 150-200 Limítrofe
200-499 Alto
 500 Muito alto

13 AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL


A urina é um líquido estéril e claro, com pH ácido, variando de 5 a 6, odor característico
e densidade especifica de aproximadamente 1,024 g/mL.
Os exames laboratoriais que avaliam a função renal estimam a taxa de filtração
glomerular (TFG). Definida como volume plasmático de uma substância que pode ser
completamente filtrada pelos rins em uma determinada unidade de tempo.
Objetivando prenunciar doença renal, utilizada também nos cálculos de dosagem de
medicamentos excretados pelo rim, na avaliação da doença já estabelecida objetivando o
tratamento e na previsão de quando terapia será necessária

13.1 Avaliação Laboratorial da Função Renal

13.1.1 Clareamento ou Clearence


É o volume de plasma do qual a substância é completamente eliminada dos rins por
unidade de tempo (mL/min). Avalia a função excretora renal. Várias substancias são
depuradas do plasma através da urina.
Todavia a substância usada deve apresentar as seguintes características: Concentração
estável no plasma, fisiologicamente inerte, totalmente filtrada, não ser secretada, não ser
reabsorvida e não ser sintetizada ou metabolizada pelo rim
57

O tamanho do rim e a TFG são proporcionais ao tamanho do corpo. Por isso é comum
ajustar o clearence a uma área padrão de superfície corporal de 1,73m2.

A creatinina é produzida pelo indivíduo a velocidade praticamente constante, não é


reabsorvida, secretada em pequenas quantidades quando há diminuição da função renal. É
visto como mais sensível para a detecção de disfunção renal que a Creatinina plasmática.

13.1.1.1 Coleta do Material de Urina de 24 horas


• Higiene local antes de cada coleta
• Início do procedimento
• Esvaziar a bexiga e jogar fora toda a urina
(anotar o horário).
o Esse é o horário de início do
procedimento de coleta.
• A partir da próxima micção
58

o Armazenar toda a urina desse dia, da noite e do dia seguinte até o mesmo
horário em que foi desprezada a primeira urina (anotar).
▪ Esse é o horário de término do procedimento de coleta.
• A amostra deverá ser refrigerada durante todo o processo da coleta.
• Ao final da coleta
o Realizar coleta de sangue para medida de Creatinina plasmática.

13.1.1.2 Valores de Referência


• Homens
o 85 a 137 ml de plasma/min/1,73 m2
• Mulheres
o 75 a 129 ml de plasma/min/1,73 m2
• Crianças
o 70 a 140 ml de plasma/min/1,73 m2

13.1.2 Creatinina Plasmática


Marcador endógeno da TFG. Sua concentração é inversamente relacionada com a TFG.
Expresso como concentração plasmática ou como clearance renal. Apresenta como
desvantagens ter a concentração afetada por: Sexo, exercício, massa muscular,
medicamentos e estado nutricional.
Há permanência da creatinina plasmática dentro de valores normais até perda
expressiva da função renal.

13.1.2.1 Valores de Referência


• Crianças até 12 anos
o 0,3 a 0,8 mg/dl
• Adultos do sexo feminino
o 0,6 a 1,0 mg/dl
• Adultos do sexo masculino
o 0,8 a 1,2 mg/ml
59

13.1.3 Ureia Urinária


A ureia é um dos primeiros indicadores estudados para avaliação da função renal. No
entanto, apresenta poucos dos atributos de um marcador ideal. Sua produção é variável,
amplamente dependente da ingestão de proteínas
É livremente filtrada no glomérulo, pelo seu pequeno peso molecular, pode ser
reabsorvida e a quantidade de reabsorção tubular é variável. É um excelente marcador de
qualidade de diálise

13.1.3.1 Valor de Referência


• 16-40 mg/dl

13.1.4 Proteinúria
Achado comum em pacientes com insuficiência renal, é indicativo de lesão glomerular.
A presença de proteinúria e, mais especificamente, de albuminúria constitui fator preditor
relevante de nefropatia.
Se persistente e, dependendo da intensidade e duração, relaciona-se a evolução para
doença renal crônica. Pode ser realizada a triagem através da urina de 24 horas.

13.1.4.1 Valor de Referência


• Até 150mg/24h

13.1.5 Microalbuminúria
Teste sensível, detecta a presença de pequenas quantidades de albumina. A Associação
Americana de Diabetes (ADA) recomenda que pessoas com diagnóstico de diabetes façam
este exame periodicamente, pois é um indicador precoce de dano renal mediado pelo DM.

13.1.5.1 Valores de Referência


• 30mg/dl
60

14 MARCADORES DA FUNÇÃO HEPÁTICA


O fígado é o maior órgão sólido do organismo, dividido em 2 lóbulos. Possui funções
metabólicas nos lipídeos, carboidratos, proteínas e compostos exógenos; função digestiva,
todo sangue proveniente do TGI passa primeiro pelo fígado onde produtos derivados da
digestão serão processados e/ou armazenados. E função de detoxificação e eliminação de
substâncias, processo pelo qual o fígado inativa substâncias endógenas ou exógenas, para
torná-las menos tóxicas ao organismo.
O fígado ainda é o responsável pela produção de 90% das proteínas totais e específicas,
incluindo albumina, globulinas (α, β, IGs), fatores de coagulação e enzimas.

Albumina - Proteína mais abundante no organismo humano. Sua redução é denominada


hipoalbuminemia. Cirrose, hepatite autoimune e alcoólica pode levar a sua redução.

Imunoglobulinas - Imunidade humoral. Aumento ou diminuição não são achados específicos

α- Fetoproteína - Função desconhecida. Após nascimento, níveis séricos diminuem


gradualmente, seu aumento indica carcinoma hepático

Proteínas da Coagulação - O tempo de protrombina (TAP) investiga a atividade do


fibrinogênio, da protrombina e dos fatores V, VII e X. TAP prolongado é encontrado na
doença hepática significativa devido à grande capacidade de reserva. A deficiência da
hemostasia só ocorre na doença hepática grave ou de longa duração

14.1 Avaliação Laboratorial da Função Hepática

14.1.1 Bilirrubina
A bilirrubina é um subproduto do apoptose das hemácias. Após a apoptose a
bilirrubina livre (indireta) é levada ao fígado e conjugada (direta) para que seja eliminada. Na
forma livre ela se acumula e não pode ser eliminada pelo organismo.

14.1.1.1 Valores de Referência


• Bilirrubina Direta
61

o 0,1 a 0,3 mg/100ml


• Bilirrubina Indireta
o 0,2 a 0,8 mg/100 ml
• Bilirrubina Total
o Inferior a 0,8 mg/dL
o Mais de 70% é de Bilirrubina Indireta

14.1.2 Transaminase TGO(AST) TGP(ALT)


Presente principalmente no fígado, coração e músculos esqueléticos, 80% encontrada
na mitocôndria dos hepatócitos. Meia vida de 17 horas. Com uso de drogas hepatotóxicas há
o aumento de 3X nos valores desta enzima.

14.1.2.1 Valores de Referência


• Menor que 40 UI/L

14.1.3 Transaminase Pirúvica, Glutâmica (ALT, GTP)


Meia vida de 47 horas. Presente no fígado e em menor quantidade, nos rins e
coração. É mais especificas para hepatopatias, nas hepatites virais há altos níveis.
Encontrada predominantemente no citosol dos hepatócitos

14.1.3.1 Valores de Referência


• Menor que 40 UI/L

14.1.4 Fosfatase Alcalina (FA)


Mais abundante nos ossos. Crianças em fase de crescimento e gestantes, os níveis estão
elevados. No fígado é predominantemente encontrada no trato biliar, portanto é um
marcador da disfunção biliar. Na obstrução do trato biliar pode aumentar até 10 x do valor
normal

14.1.4.1 Valores de Referência


• 50 – 250 UI/L
62

14.1.5 Gama Glutamil Transferase (GGT)


Regula o transporte de aminoácidos através das membranas celulares. Fígado e
Pâncreas são ricos em GGT. GGT aumentada é encontrada em distúrbio no trato biliar,
alcoólatras (mesmo sem hepatopatias) e doenças do fígado. Funciona como um marcador
para a terapia contra o alcoolismo e controle de pacientes.

14.1.5.1 Valores de Referência


• Homem
o 6 a 28 U/l
• Mulher
o 4 a 18 U/I

14.1.6 Desidrogenase Lática


É uma enzima glicolítica citosólica vital, catalisa a oxidação do lactato em piruvato. É
inespecífica. Níveis aumentados ocorrem em doenças do coração, diagnostico de IAM após
24 horas; fígado, atividade total elevada na hepatite; pulmão; rim; sistema muscular;
sistema hematológico, na anemia hemolítica; e em tumores malignos

14.1.6.1 Valores de Referência


• Inferior a 248 U/L

14.1.7 Albumina
O nível sérico de albumina é um ótimo índice da função de síntese hepática. Causas de
Hipoalbuminemia são a redução da síntese de albumina, doença hepática crônica, aporte
protéico diminuído, perda proteica relacionada a doenças renais e alcoolismo

14.1.7.1 Valores de Referência


• 3,6 a 5,2 g/dl
63

14.1.8 1- Fetoproteína (AFP)


Proteína normalmente sintetizada no feto. Apresenta, no feto pico de concentração
no terceiro mês de 2.000 a 3.000 ng/ml, caindo progressivamente à medida que a síntese da
albumina se eleva.
Mais importante marcador sorológico de tumores, sintetizado pelos hepatócitos
malignos do carcinoma hepatocelular. A concentração da AFP apresenta-se elevada em 80%
dos pacientes com carcinoma hepatocelular primário, com concentrações superiores a 500
ng/ml.

14.1.8.1 Valores de Referência


• Até 9 ng/mL

14.1.9 Tempo de Protrombina


O exame laboratorial Tempo de Protrombina mede o tempo em que a protrombina é
convertida em trombina na presença de tromboplastina, cálcio e fatores de coagulação
ativados.
Prolongamentos do TP são observados em hepatites crônicas, cirrose e colestases. O
prolongamento do TP, mais de 5 segundos indicam pacientes com grande tendência a
evoluir para uma insuficiência hepática aguda fulminante.

14.1.9.1 Valores de Referência


• Varia de 12 a 16 segundos

14.1.10 Amônia
Amônia produto final do metabolismo do aminoácido. Altamente tóxica para o SNC. O
fígado é o único órgão que pode detoxificar a amônia transformando em ureia.
Concentração elevada de amônia pode causar hepatopatia severa e encefalopatia hepática

14.1.10.1 Valores de Referência


• 16 a 53 micromol/L
64

15 EXAMES CARDÍACOS
Para que a contração cardíaca ocorra há a interação entre proteínas, que também são
consideradas marcadores da função deste órgão. São elas:

Miosina - Molécula grande. Formada por 2 cadeias


enrolados em hélice. Sua extremidade (cabeça)
interage com ATP (dotada de atividade ATPásica) e
actina.

Actina - 2 cadeias torcidas formando uma dupla


hélice. Possuem regiões que interagem com
miosina.

Troponina – Regulam a interação entre miosina e


actina e consequentemente, a contração cardíaca.
Formada por 3 subunidades globosas: TnI, se liga a actina e inibe a interação actina-miosina
(molécula inibitória);
TnC, se liga ao cálcio; e TnT, se liga diretamente a tropomiosina.

Tropomiosina - 2 cadeias polipeptídicas enroladas localizadas nos sulcos da actina. Encobre


os sítios de ligação da miosina na actina.

15.1 Avaliação Laboratorial das Enzimas Cardíaca


São muito úteis em pacientes sem alteração no ECG. Características do biomarcador
ideal: Deve ser liberado rapidamente do coração para a circulação, fornecer informações
sensíveis e específicas para o diagnóstico, procedimento analítico rápido e capaz de medir
baixas concentrações e persistir na circulação por vários dias a fim de permitir diagnóstico
tardio.
65

15.1.1 Creatina Fosfoquinase Total -CK


Creatina fosfoquinase total (CK), regula a
disponibilidade de energia nas células musculares.
Aumenta em patologias do músculo CK3 (CK– MM);
cérebro CK1 (CK – BB); e coração e músculo, CK-2
Isoenzima MB (CK-MB).
A CK-MB é a primeira enzima a se elevar, pico nas 24 horas após o início da dor
precordial.

15.1.1.1 Valor de Referência


• CK total
o Mulheres
▪ 34-145 U/L
o Homens
▪ 46-171 U/L
• CK-MB
o 5 a 24 U/L

15.1.2 Mioglobina
A mioglobina é uma hemeproteína, ligante de O2 no músculo cardíaco e esquelético.
Aparece precocemente na circulação após lesão muscular cardíaca e esquelética. Aumento
mensurável: Detectado 1 - 3 horas após lesão; pico às 6 - 12 horas; e regressa a valores
basais de 24 - 36 horas.

15.1.2.1 Valores de Referência


• 10 - 92 ng/ml

15.1.3 Troponina
Não é enzima. Responsável pela contração muscular cardíaca, regulando a interação
entre miosina e actina e consequentemente, a contração cardíaca. Troponina C é idêntica
66

tanto no músculo esquelético como cardíaco, porém a Troponinas I (cTnI) e T (cTnT) cardíaca
e esquelética, são diferentes
Detectadas no mesmo espaço de tempo que as CK e CK-MB de 4 a 8hs, permanece por 3
a 7 dias após lesão miocárdica e retorna a níveis basais após 10 a 14 dias.

15.1.3.1 Valores de Referência


• Efetivamente zero níveis

16 ELETROCARDIOGRAMA
Exame que registra a frequência e o ritmo cardíacos em um determinado momento e
em repouso. Mostra a atividade elétrica do coração no formato de ondas que registram a
despolarização (contração do coração) e polarização (relaxamento do coração).
Possibilitando a análise de distúrbios do ritmo cardíaco, condução cardíaca e bloqueios
na produção de estimulo cardíaco.

16.1 Posicionamento dos Eletrodos


Eletrodos periféricos são quatro. Coloca-se nos
membros do paciente, deve-se evitar a colocação sobre
proeminências ósseas. Cada um tem uma cor diferente
• Braço direito
o Vermelho
• Perna direita
o Preto
• Braço esquerdo
o Amarelo
• Perna esquerda
o Verde

Eletrodos precordiais são seis. Coloca-se na região precordial, deve-se evitar a


colocação sobre proeminências ósseas, coloca-los sempre nos espaços intercostais. São eles:
• V1 - No quarto espaço intercostal, na margem direita do esterno
• V2 - No quarto espaço intercostal, na margem esquerda do esterno
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• V3 - A meio caminho entre os eletrodos V2 e V4


• V4 - No quinto espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular baixa a partir do
ponto médio da clavícula
• V5- No mesmo nível que o eletrodo V4, na linha axilar anterior baixa a partir da prega
axilar anterior
• V6- Mesmo nível que os eletrodos V4 e V5, na linha axilar média baixa a partir do
ponto médio da axila

16.2 Derivações
As derivações indicam a atividade elétrica do coração. Em um ECG padrão de 12
derivações: 10 eletrodos são posicionados, 4 nos membros e 6 no tórax.
Os 4 eletrodos dos membros produzem as seis primeiras derivações: I, II, III, aVR, aVL e
aVF.
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Os eletrodos do tórax produzem as derivações precordiais: V1, V2, V3, V4, V5, V6.

16.3 Técnica Para Realização do ECG


• Deve inicialmente explicar ao paciente cada etapa do processo
• O ambiente da sala deve estar com temperatura agradável
• O paciente deve estar descansado há pelo menos 10 minutos, sem ter fumado há
pelo menos 40 minutos, estar calmo
• Deve ser investigado quanto ao uso de remédios que esteja usando, ou que costume
usar esporadicamente
• Retirar acessórios de metal do paciente
• Posicionar o paciente em decúbito dorsal, palmas viradas para cima
• Determinar a posição das derivações precordiais (V1 a V6) corretas
• Em seguida é feita limpeza do local e colocado os eletrodos ou gel de condução nos
locais pré-determinados conectados aos cabos e ás braçadeiras nos focos
• Às vezes é necessária uma tricotomia (corte dos pelos) em parte do precórdio,
principalmente em homens
• Checar funcionamento do aparelho e verificar se os cabos estão conectados
corretamente
• Fazer aterramento do aparelho
• É então registrado o eletrocardiograma de repouso
• Se necessário limpar gel do paciente
• Registrar no resultado do exame os dados do paciente: nome, data, idade, leito e
nome de quem realizou.
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16.4 Interpretando o ECG


Onda P - A onda P mostra a despolarização atrial.
Apresenta-se morfologicamente arredondada e
simétrica.
Complexo QRS - Despolarização Ventricular. O
complexo QRS é formado por 3 ondas, duas
negativas, Q e S e uma positiva R. Representa o
tempo de despolarização ventricular.
Onda T -Representa a repolarização ventricular.
70

REFERÊNCIAS

CARNEIRO, A. D et al. Prescrição de medicamentos e solicitação de exames por enfermeiros


no PSF: aspectos, éticos e legais. Revista Eletrônica de Enfermagem (online), Goiânia, v.10,
n.03, p.756¬65,2008. Disponível em:
https://www.fen.ufg.br/revista/v10/n3/pdf/v10n3a21.pdf

FAILACE, Renato. Hemograma: manual de interpretação. Porto Alegre: Artmed, 2009.

FISCHBACH, Frances Talaska. Manual de Enfermagem: exames laboratoriais e diagnósticos.


Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.

LIMA, A. Oliveira. Métodos de Laboratório Aplicados à Clínica. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2010.

POTTER, P.; STOCKERT, Patricia A.; HALL, Amy (Coord.). Fundamentos de enfermagem. 8ª
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. 1391 p.

SALES, O. Leitura e Interpretação de Exames em Enfermagem. Editora: Ab Editora, 2008.

WILLIAMSON, Mary A.; SNYDER, L. Michael. Interpretação de Exames Laboratoriais. Rio de


Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.

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