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CENTRO UNIVERSITÁRIO CURITIBA

FACULDADE DE DIREITO DE CURITIBA

GEOVANA MARTINS PEREIRA

O FEMINICÍDIO E AS CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVA OU SUBJETIVA

Curitiba - PR
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 2

2. HISTÓRICO DO FEMINICÍDIO .......................................................................... 3

2.1 O Movimento Feminista ............................................................................. 4

2.2 O Feminicídio no Brasil ............................................................................. 5

3. DO CRIME DE FEMINICIDIO............................................................................. 6

3.1 Circunstâncias Subjetivas e Objetivas .................................................. 9

3.1.2 Natureza Subjetiva do Feminicídio .......................................... 11

3.1.2 Natureza Objetiva do Feminicídio ............................................ 13

3.1.3 Natureza híbrida do Feminicídio................................................ 17

4. CONCLUSÃO ...................................................................................................... 18

5. REFERENCIAS ................................................................................................... 20
2
1 INTRODUÇÃO

A lei nº 13.104/15, publicada em 09 de março de 2015 inovou no


ordenamento jurídico pátrio ao criar a tipificação do feminicídio. A nova lei
modificou o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40) estabelecendo com
qualificadora do crime de homicídio o feminicídio, desta forma o que
anteriormente era considerando homicídio simples, passou a ser
considerado como homicídio qualificado com sua pena, agora, sendo de
12 a 30 anos de reclusão. A nova lei também alterou o dispositivo da Lei
de Crimes Hediondos (Lei 8.072/90) para incluir o novo tipo penal na lista.

O crime consiste em punir o autor de assassinato contra mulheres


pelo simples fato de serem mulheres, trata-se da inclusão de mais uma
circunstância qualificadora para o crime de homicídio. Importa frisar que
não basta apenas que haja o homicídio de uma mulher para a
caracterização do crime, mas sim que este tenha sido cometido em razão
da vítima ser mulher.

Neste diapasão surge então na doutrina a controvérsia sobre a


natureza jurídica da qualificadora. Atualmente, a maioria da doutrina
consubstanciada pela jurisprudência do STJ e demais Tribunais tendem a
caracterizar o feminicídio como tendo a natureza jurídica objetiva,
compatível, e portanto, com as demais circunstâncias de natureza
subjetivas

O presente trabalho tem por finalidade proceder um breve histórico


seguido da análise da qualificadora do feminicídio, considerando as
principais teorias levantadas acerca do tema pelos doutrinadores e pela
jurisprudência hodierna.
3

2. HISTÓRICO DO FEMINICÍDIO.

As mulheres historicamente, no Brasil e no mundo, tem buscado seus


direitos com objetivo da igualdade entres os gêneros. Com efeito uma
consequência desta luta pelos direitos iguais, esbarra numa característica
biológica de difícil mudança: O fato de que as mulheres são fisicamente mais
frágeis que os homens.

Com base nisso o que se observou ao longo da história foram inúmeros


homicídios praticados contra as mulheres no Brasil, com base em um contexto
social que agrega discriminação e violência contra o sexo feminino, o congresso
nacional criou em junho de 2013 uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito
sobre a Violência contra a Mulher. Seu relatório final é de caráter publico e está
disponível para acesso no site do senado federal:

Ao longo de pouco mais de um ano de trabalho, a Comissão


Parlamentar Mista de Inquérito da Violência contra a Mulher
(CPMIVCM) – criada por meio do Requerimento nº 4 de 2011 – CN,
“com a finalidade de, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, investigar
a situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar denúncias
de omissão por parte do poder público com relação à aplicação de
instrumentos instituídos em lei para proteger as mulheres em situação
de violência” – visitou dezessete estados brasileiros e o Distrito
Federal, sob a presidência da Deputada Federal Jô Moraes
(PCdoB/MG) e relatoria da Senadora Ana Rita (PT/ES) (MORAES;
OTA; RITA, 2013, p. 10)

O resultado desta comissão foi uma análise detalhada sobre a violência


contra a mulher no Brasil e revelou dados preocupantes, contribuindo paracriação
de uma legislação mais rígida que resguardasse de forma mais eficaz os direitos
das mulheres.

Assim sendo foi criado o projeto de Lei nº 292 de 2013, que com a relatoria
da Senadora Gleisi Hoffman que mais tarde, após modificações que incluíram o
tipo penal no rol de crimes hediondos, foi aprovado para criar a nova qualificadora
4

Cezar Roberto Bitencourt comenta:

“Andou bem o legislador, por que conseguiu, adequadamente, ampliar


a proteção da mulher vitimada pela violência de gênero, assegurando-
lhe maior proteção sem incorrer em inconstitucionalidade por dedicar-
lhe uma proteção excessiva e discriminatória, o que, a nosso juízo,
poderia ocorrer se, em vez da qualificadora, fosse criado um novo tipo
penal, isto é, uma nova figura penal paralela ao homicídio, com
punição mais grave sempre que se tratasse de vítima do sexo
feminino. Assim, a opção político- legislativa foi feliz e traduz a
preocupação com a situação calamitosa sofrida por milhares de
mulheres discriminadas por sua simples condição de mulher,
permitindo, na prática, a execução e uma política criminal mais eficaz
no combate a essa chaga que contaminatoda a sociedade brasileira.”

2.1 O Movimento Feminista

Historicamente as mulheres têm lutado contra sua condição, em face aos


direitos que nem sempre são iguais aos dos homens, não raro mulheres que
lutaram por liberdade pagaram com suas próprias vidas. A chamada primeira onda
do movimento feminista surgiu nas últimas décadas do século XIX décadas do
século XIX, primeiramente na Inglaterra, quando as mulheres, lutaram de forma
organizada para garantir direito ao voto.

As chamadas “sufragetes”, realizaram grandes manifestações na capital


Inglesa, na ocasião muitas delas foram presas várias vezes, fizeram greves de
fome. O direito ao voto foi conquistado no Reino Unido em 1918.

O feminismo surge então como um movimento social e político de que vem


ganhando espaço em todo o mundo, com suas atitudes e teorias o movimento
tem tido importante papel nas mudanças políticas e sociais promovidas em prol
das mulheres e da sociedade como um todo. Com o passar dos anos e
acompanhando a evolução social, o movimento feminista foi incorporndo
demandas específicas visando sempre a emancipação feminina e construção de
sociedades mais igualitárias.
5

Com efeito, a criação do feminicídio teve, no Brasil, participação ativa dos


partidos de esquerda, e em se tratando disso, um movimento social específico
teve grande importância, o movimento feminista. Hodiernamente, mais
precisamente nas últimas décadas, as mulheres têm participado ativamente na
conquista de seus direitos políticos Nesse contexto, diversos setores sociais e
profissionais, estão corroborando para o crescimento do movimento feminista.

Hoje, é possível verificar a presença do feminismo em todos os lugares, o


movimento adquiriu força capaz alterar significativamente a política. Nas palavras
das autoras (CHUCHRYK, 2000, p. 256):

[...] os movimentos feministas-ou femenismos-latino-americanos têm


crescido de modo consistente e sofrido profundas transformações,
surgindo hoje como o centro de debates internacionais feministas. Em
alguns casos, esses movimentos desafiaram continuamente regimes
opressivos (por exemplo, Chile); em outros, conseguiram
reconhecimento de seus governos (Nicarágua, Brasil). Em outros
ainda, as lutas combinadas das mulheres e do povo (Honduras, El
Salvador e Guatemala) nos dão novas definições do que é ser
feminista.

O poder movimento feminista ao ser mobiliado tem a função de alterar a


realidade no enfrentamento da violência de gênero. É claro na história recente do
nosso país que o ativismo deste movimento social, foi diretamente responsável pela
alteração legislativa do feminicídio, promovendo a proteção dos direitos das mulheres.

2.2 Feminicídios no Brasil

No Brasil são a violência contra a mulher e o próprio feminicídio, são problemas


gravíssimos e demandam com urgência medidas eficientes para se combater tais
atrocidades.

Desta forma foi sancionada no ano de 2015 a lei que introduziu o feminicídio
em nosso ordenamento, contudo trata-se apenas de um conceito moderno para um
crime que já acontecia com frequência historicamente.
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As mulheres sempre foram violentadas e assassinadas, muito antes desse


termo ser utilizado, e infelizmente os índices nacionais continuam altos.

Segundo o atlas Mapa da violência, divulgado pelo Instituo de Pesquisa


Econômica Aplicada (IPEA), o Brasil ocupava, em 2015, a 5ª posição no ranking dos
países com a mais alta taxa de feminicídio. O número de assassinatos no ano acima
mencionado equivalia a 4,8 para cada 100 mil mulheres, fato muito preocupante que
demonstra que ainda estamos muito além do ideal na proteção das mulheres.

O combate aos feminicídios deve-se focar nas razões que levam a esse crime,
obter esta informação é imprescindível para sua prevenção de forma eficiente,
Segundo artigo Dossiê Feminicídio:

“é preciso conhecer sua dimensão e desnaturalizar práticas,


enraizadas nas relações pessoais e nas instituições, que contribuem
para a perpetuação de mortes anunciadas”.

Uma forma eficaz de obter informações sobre estas práticas é procedendo a


análise dos dados disponíveis tal como o mapa da violência onde são compartilhadas
informações, por diversos órgãos de combate a violência sobre os casos ocorridos.

O feminicídio é resultado do combate a várias formas de violência contra a


mulher pelo fato da condição de ser do sexo feminino. A lei veio para reforçar o termo
ora discutido, é uma forma repressiva legal, contudo o objetivo precípuo é evitar as
fatalidades que tanto assombram nossa sociedade.

3. DO CRIME FEMINICÍDIO.

Após breve introdução acerca dos motivos que levaram à criação do crime em
tela bem como os motivos de sua importância para o combate à violência contra
mulher, procederemos, a partir deste ponto a análise jurídica do dispositivo legal.

Segundo consta do código penal com a nova redação:


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Homicídio simples

Art. 121. Matar alguém:

[…]

§ 2° Se o homicídio é cometido:

[...]

Feminicídio (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:


(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

[...]

§ 2º-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino


quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de


2015)

II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído


pela Lei nº 13.104, de 2015)

[...]

§ 7º A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade


se o crime for praticado: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;


(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

Como se observa o crime de feminicídio, na verdade, consiste em uma


qualificadora do crime de homicídio, onde a pena é majorada caso o fato delitivo
ocorra em razão da condição de sexo feminino, da vítima. De acordo com o
professor SANCHES (2016):

“A incidência da qualificadora reclama situação de violência praticada


contra a mulher, em contexto caracterizado por relação de poder e
submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em
situação de vulnerabilidade quando é cometido em situação de
violência doméstica e familiar ou quando determinado por menosprezo
ou discriminação à condição de mulher.”
8

Para Nucci (2017) o feminicídio é uma extensão da Lei Maria da Penha


(Lei 11.340/2006), que tem a finalidade de garantir a condição do sexo feminino,
principalmente no que tange aos domésticos e familiares.

São dois conceitos diversos, no primeiro (inciso I) é obtido no art. 5° da Lei


Maria da Penha, e pode ser entendido como qualquer ação ou omissão baseada
no gênero que cause a morte da mulher, seja esta ocorrendo dentro da unidade
doméstica, assim entendido como espaço destinando ao convívio permanente de
pessoas, independente do vínculo familiar, inclusive as, por vezes de forma
perenes agregadas; seja ocorrendo no âmbito da família, bem como em qualquer
relação íntima de afeto, na qual o agressor tenha convividoou ainda conviva com
a vítima, sem necessidade de coabitação. Temos no caso, desta forma, uma
norma penal em branco imprópria heterovitelina, onde o conceito de doméstica e
familiar deve ser buscado em lei diversa.

Cleber Masson esclarece:

“o reconhecimento da violência doméstica ou familiar contra a mulher


não é suficiente para a configuração do feminicídio. O inciso I do § 2.º-
A deve ser interpretado com sintonia com o inciso VI do § 2.º, ambos
do art. 121 do Código Penal. Em outras palavras, o feminicídio
reclama que a motivação do homicídio tenha sido as ”razões da
condição do sexo feminino", e daí resulte a violência doméstica ou
familiar.”

O inciso II, devera ser analisado pelo juiz o caso concreto, pois se trata
de um tipo penal aberto, uma vez que somente diante na análise dos fatos o
julgador conseguira estabelecer, se o crime de fato, teve como motivo diminuição
da condição feminina. Inversamente à tipificação do inciso I, somente as
circunstâncias do fato poderão dizer se a qualificadora se existe.

De acordo com as lições de Cleber Masson:

“aqui não se exige a violência doméstica ou familiar. As razões de


condição do sexo feminino se contentam com o menosprezo ou
discriminação à condição de mulher.”
9

3.1 Circunstâncias Subjetivas e Objetivas.

Isto posto se faz mister analisar agora as circunstâncias possíveis para o


crime de feminicídio a luz da legislação pátria. Nosso código em vigor adota duas
espécias de circunstâncias qualificadoras a saber: as de caráter objetivo, que
concernem à natureza, e aos meios de execução da conduta criminosa, e as
circunstâncias de caráter subjetivos, inerentes à pessoa do agente delituoso.

Professor Damásio nos ensina que:

“Circunstâncias objetivas são as que se relacionam com os meios e


modos de realização do crime, tempo, ocasião, lugar, objeto material
e qualidade da vítima. Circunstâncias subjetivas (de caráter pessoal)
são as que só dizem respeito à pessoa do participante, sem qualquer
relação com a materialidade do delito, com os motivosdeterminantes,
suas condições ou qualidades pessoais e relações com a vítima ou
com outros concorrentes. (DAMÁSIO DE JESUS, 1998, pág. 59)”

Na mesma linha, ensina Fragoso:

“As circunstâncias classificam-se em subjetivas e objetivas. As


circunstâncias subjetivas ou pessoais são as que se referem aos
motivos determinantes, à qualidade ou condição pessoal do agente,
às suas relações com a vítima ou com os demais co-autores ou
partícipes. As circunstâncias objetivas relacionam-se com os meios
e modos de execução, o tempo, o lugar e a ocasião, a situação ou a
condição pessoal da vítima e o objeto material do crime. Essa
distinção entre circunstâncias subjetivas e objetivas é fundamental.
Só as primeiras se comunicam aos partícipes (art. 30, CP)
(FRAGOSO, 1987, pág. 343).”

Partindo dessa classificação entre crimes de natureza subjetiva e de


natureza objetiva, é importante ressaltar a possibilidade de existir
concomitantemente um crime que seja ao mesmo tempo privilegiado e
qualificado. O homicídio privilegiado acontece nas hipóteses previstas no § 1º do
artigo 121 do Código Penal, vejamos:
10

§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor


social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em
seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de
um sexto a um terço.

Na magistral lição de Feu Rosa,

“o homicídio privilegiado requer a existência de um fato qualquer


capaz de comover o indivíduo normal, tornando-o exaltado e fazendo-
o perder os freios inibitórios. O agente fica possuído por estado
emocional incontrolável, que o conduz ao crime.”

O homicídio privilegiado é tido pela doutrina e pela jurisprudência como sendo


crime de natureza subjetiva, como podemos observar as circunstâncias
privilegiadoras são todas de caráter subjetivo, uma vez que se relacionam com o
motivo do crime ou com o ânimo do agente. As qualificadoras, por sua vez, possuem
as duas naturezas, subjetivas ou objetivas.

O direto penal pátrio admite o homicídio qualificado privilegiado, sendo


contudo, condição para que este se caracterize que a qualificadora seja objetiva, ou
seja, caso contrário a qualificadora seria incompatível com a privilegiadora subjetiva.

Assim, esclarece Rogério Grecco:

“embora duas pessoas possam, agindo em concurso, ter causado a


morte de alguém, uma delas poderá ter praticado o delito impelida
por um motivo fútil, não comunicável ao coparticipante, enquanto o
outro poderá, por exemplo, responder pela infração penal com a
redução de pena relativa ao § 1º do mencionado artigo, visto ter agido
impelido por um motivo de relevante valor moral.” (Rogério Grecco,
Curso de Direito Penal, Parte especial, vol. 2, 12ª ed., Editora Impetus,
pg. 143)

Já Damásio de Jesus transcreve em sua obra:

“Observando-se que a participação de cada concorrente adere à


conduta e não à pessoa dos outros participantes, devem os
estabelecer as seguintes regras quanto às circunstâncias do
homicídio, aplicáveis à coautoria:
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1ª) não se comunicam as circunstâncias de caráter pessoal (de


natureza subjetiva);

2ª) a circunstância objetiva não pode ser considerada no fato do


partícipe se não entrou na esfera de seu conhecimento."(JESUS,
Damásio E. d e, Direito Penal. 22. ed. São Paulo: Saraiva, 1999. v.
2., p. 59-60.)

Desta forma é mister analisarmos com o devido cuidado a possibilidade do


feminicídio poder ser também privilegiado, desta forma se faz necessária a análise
em apartado das circunstancias do feminicídio.

3.1.2 Natureza Subjetiva do feminicídio

Como visto anteriormente, as qualificadoras subjetivas são vinculadas à


motivação do autor no ato da prática delituosa, no caso do feminicídio, este terá
natureza objetiva, quando as motivações do crime se derem apenas pela questão da
condição do sexo feminino, envolvendo a violência doméstica e familiar ou
menosprezo e discriminação pela condição da vítima ser mulher.

Alice Biachini (2016, p. 216), sobre a temática afirma:

A qualificadora do feminicídio é nitidamente subjetiva. Uma hipótese:


mulher usa minissaia. Por esse motivo fático o seu marido ou
namorado a mata. E mata-a por uma motivação aberrante, a de
presumir que a mulher deve se submeter ao seu gosto ou apreciação
moral, como se dela ele tivesse posse, reificando-a, anulando-lhe
opções estéticas ou morais, supondo que à mulher não é possível
contrariar as vontades do homem. Em motivações equivalentes a essa
há uma ofensa à condição de sexo feminino. O sujeito mata em razão
da condição do sexo feminino, ou do feminino exercendo, a seu gosto,
um modo de ser feminino. Em razão disso, ou seja, em decorrência
unicamente disso.

Rogério Sanches Cunha (2016, p. 349-350), com o mesmo entendimento:


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A qualificadora do feminicídio é subjetiva, pressupondo motivação


especial: o homicídio deve ser cometido contra a mulher por razões da
condição de sexo feminino. Mesmo no caso do inciso I do § 2º-A,o
fato de a conceituação de violência doméstica e familiar ser um dado
objetivo, extraído da lei, não afasta a subjetividade. Isso porqueo § 2º-
A é apenas explicativo; a qualificadora está verdadeiramente no inciso
VI, que, ao estabelecer que o homicídio se qualifica quandocometido
por razões da condição do sexo feminino, deixa evidente que isso
ocorre pela motivação, não pelos meios de execução.

Acompanhando o entendimento dos doutrinadores citados está Márcio


André Lopes Cavalcante (2015, on-line), discriminando as hipóteses da
qualificadora como natureza subjetiva:

[...]no caso do feminicídio baseado no inciso I do § 2º-A do art. 121,


será indispensável que o crime envolva motivação baseada no gênero
(“razões de condição de sexo feminino”). Ex.1: marido que mata a
mulher porque acha que ela não tem “direito” de se separar dele; Ex.2:
companheiro que mata sua companheira porque quando ele chegou
em casa o jantar não estava pronto.

Cumpre ressaltar que embora a violência aconteça no ambiente doméstico


ou familiar e tendo a mulher como vítima, somente poderá incidir a qualificadora
exposta caso exista uma motivação baseada no gênero, podemos exemplificar o
caso de disputa entre duas irmãs, que vivendo na mesma residência, uma venha
a assassinar a outra por motivo de disputa de heranaça, neste caso não há de se
falar em feminicídio mas em homicídio haja vista sua motivação ser meramente
patrimonial, e não em razão da irmã ser mulher.

As consequências que essa classificação da natureza do crime nos traz,


está, por exemplo, nas hipóteses de haver concurso de pessoas, conforme prevê
o art. 30, do Código Penal:

“não se comunicam as circunstâncias e as condições de


caráter pessoal, salvo quando elementares do tipo”

Assim sendo a qualificadora do feminicídio não poderá ser estendida aos


demais coautores ou partícipes, salvo se caso estes tenham motivação idêntica.
Impede também a ocorrência do “feminicídio qualificado privilegiado”.
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Ademais, conforme Barros (2019), em sendo a qualificadora do


feminicídio de natureza subjetiva, não é possível a cumulação das qualificadoras
de motivo torpe e fútil, uma vez que o assassinato por razões de discriminação ao
gênero é considerado torpe/fútil, hipótese essa que se caracteriza bis inidem,
vedado pela carta magna.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, já considerou o feminicido como


possuindo natureza subjetiva, vedando portanto, o bis in idem, a sua cumulação
com a qualificadora do motivo torpe. Vejamos:

EMENTA: RECURSO EM SENTIDO ESTRITO - DECISÃO DE


PRONÚNCIA - HOMICÍDIO QUALIFICADO - QUALIFICADORAS DO
MOTIVO TORPE E FEMINICÍDIO - BIS IN IDEM - OCORRÊNCIA -
CIRCUNSTÂNCIAS DE NATUREZA SUBJETIVA - APLICAÇÃO
SIMULTÂNEA - IMPOSSIBILIDADE - DECOTE DA
QUALIFICADORA DE MEIO QUE IMPOSSIBILITOU A DEFESA DA
VÍTIMA - NECESSIDADE - RECURSO PROVIDO.

- Configura bis in idem a imputação simultânea das qualificadoras do


"motivo torpe" e do "feminicídio", previstas respectivamente nos
incisos I e VI do §2º, do art. 121 do CP, tendo em vista que ambas as
circunstâncias dizem respeito à motivação do crime, possuindo
natureza subjetiva, já que refletem igualmente o elemento interno que
conduziu o autor à prática do delito.

- O simples fato de a vítima encontrar-se desarmada não configura a


qualificadora do recurso que dificultou a defesa da vítima. (TJMG - Rec
em Sentido Estrito 1.0024.16.060767-7/001, Relator(a): Des.(a)
Jaubert Carneiro Jaques , 6ª CÂMARA CRIMINAL, julgamento em
14/03/2017, publicação da súmula em 29/03/2017).

3.1.2 Natureza objetiva do feminicídio

Em que pese a posição dos renomados doutrinadores supracitados acerca da


natureza subjetiva ao crime de feminicídio, esta não é posição majoritária, vejamos o
que diz o autor Amom Albernaz Pires (2015), quanto à natureza dessa qualificadora:
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A nova qualificadora do feminicídio tem natureza objetiva, pois


descreve um tipo de violência específico contra a mulher (em razão da
condição de sexo feminino) e demandará dos jurados mera avaliação
objetiva da presença de uma das hipóteses legais de violência
doméstica e familiar (art. 121, § 2º-A, I, do CP, c/c art. 5º, I, II e III, da
Lei 11.340/2006) ou ainda a presença de menosprezo ou
discriminação à condição de mulher (art. 121, § 2º-A, II, do CP).

Nesse sentido, note-se que a hipótese do inciso II do § 2º-A ficou


reservada aos casos em que autor e vítima são pessoas
desconhecidas e sem qualquer relação interpessoal, diferentemente
da hipótese do inciso I do § 2º-A, que cuida dos casos em que autor
e vítima têm ou mantiveram alguma relação de proximidade, conforme
hipóteses do art. 5º, I, II e III, da Lei 11.340/2006 [...]

O professor Guilherme de Souza Nucci (2017, p. 455), também compartilha do


mesmo entendimento, vejamos:

Trata-se de uma qualificadora objetiva, pois se liga ao gênero da


vítima: ser mulher. Não aquiescemos à ideia de ser uma qualificadora
subjetiva (como o motivo torpe ou fútil) somente porque se inseriu a
expressão “por razões de condição de sexo feminino”. Não é essa a
motivação do homicídio. O agente não mata a mulher porque ela é
mulher, mas o faz por ódio, raiva, ciúme, disputa familiar, prazer,
sadismo, enfim, motivos variados, que podem ser
torpes ou fúteis; podem, inclusive, ser moralmente relevantes. Sendo
objetiva, pode conviver com outras circunstâncias de cunho
puramente subjetivo. Exemplificando, pode-se matar a mulher, no
ambiente doméstico, por motivo fútil (em virtude de uma banal
discussão entre marido e esposa), incidindo duas qualificadoras: ser
mulher e haver motivo fútil. Essa é a real proteção à mulher, com a
inserção do feminicídio. Do contrário, seria inútil. Fosse meramente
subjetiva (ou até objetivo-subjetiva como pretendem alguns),
considerar-se-ia o homicídio suprailustrado como feminicídio apenas.
E o motivo do agente? Seria desprezado por completo? O
marido/companheiro/namorado mata a mulher porque se sente mais
forte que ela, o que é objetivo, mas também porque discutiu por
conta de um jantar servido fora de hora (por exemplo). É essa a lógica
adotada pela Lei Maria da Penha. Pune-se a lesão corporal contra a
mulher, dentro do lar, como lesão qualificada (art. 129, § 9.º, CP),
independentemente do motivo. Aliás, se for torpe, por exemplo,
acrescenta-se a agravante (lesionou a mulher para receber o valor de
um seguro qualquer, ilustrando). Sob outro aspecto, qualificadora
15

é objetiva, permitindo o homicídio privilegiado- qualificado. O agente


mata a mulher em virtude de violenta emoção seguida de injusta
provocação da vítima. O companheiro surpreende a companheira
tendo relações sexuais com o amante em seu lar, na frente dos filhos
pequenos. Violentamente emocionado, elimina a vida da mulher
porque é mais forte – condição objetiva, mas o faz porque ela
injustamente o provocou. Podem os jurados, levado o caso a
julgamento, reconhecer tanto a qualificadora de crime contraa mulher
como a causa de diminuição do § 1.º do art. 121.”

A jurisprudência por sua vez ao contrário do posicionamento do feminicídio com


natureza subjetiva, vem firmando entendimento de que a natureza do crime é objetiva,
neste sentido decidiu de forma pioneira o Tribunal de Justiça do Distrito Federal,
firmando o entendimento no sentido de ser cabível outras circunstâncias que
qualificam o homicídio pelo motivo (torpe ou fútil):

PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. RÉU PRONUNCIADO


POR HOMICÍDIO COM MOTIVO TORPE. MORTE DE MULHERPELO
MARIDO EM CONTEXTO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR.
PRETENSÃO ACUSATÓRIA DE INCLUSÃO DA QUALIFICADORA
DO FEMINICÍDIO. PROCEDÊNCIA. SENTENÇA REFORMADA.
Réu pronunciado por infringir o artigo 121, § 2º, inciso I, do Código
Penal, depois de matar a companheira a facadas motivado pelo
sentimento egoístico de posse.

Os protagonistas da tragédia familiar conviveram sob o mesmo teto,


em união estável, mas o varão nutria sentimento egoístico de posse e,
impelido por essa torpe motivação, não queria que ela trabalhasse
num local frequentado por homens. A inclusão da qualificadora agora
prevista no artigo 121, § 2º, inciso VI, do Código Penal, não poderá
servir apenas como substitutivo das qualificadorasde motivo torpe ou
fútil, que são de natureza subjetiva, sob pena de menosprezar o
esforço do legislador. A Lei 13.104/2015 veio a lume na esteira da
doutrina inspiradora da Lei Maria da Penha, buscando conferir maior
proteção à mulher brasileira, vítima de condições culturais atávicas
que lhe impuseram a subserviência ao homem. Resgatar a dignidade
perdida ao longo da história da dominação masculina foi a ratio
essendi da nova lei, e o seu sentido teleológico estaria perdido se
fosse simplesmente substituída à torpeza pelo feminicídio. Ambas as
16
qualificadoras podem coexistir perfeitamente, porque é diversa a
natureza de cada uma: a torpeza continua ligada umbilicalmente à
motivação da ação homicida, e o feminicídio ocorrerá toda vez que,
objetivamente, haja uma agressão à mulher proveniente de
convivência doméstica familiar. Recurso Provido. (Acórdão n.904781,
20150310069727RSE, Relator: GEORGE LOPES LEITE, 1ª Turma
Criminal, Data de Julgamento: 29/10/2015, Publicado no DJE:
11/11/2015. Pág.: 105).

O Superior Tribunal de Justiça, também firmou entendimento que a


qualificadora do feminicídio é objetiva, excluindo a possibilidade do bis in indem
quando cumulado com as outras qualificadoras de natureza diversa, quanto ao crime
de homicídio:

HABEAS CORPUS. IMPETRAÇÃO EM SUBSTITUIÇÃO AO


RECURSO CABÍVEL. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO REMÉDIO
CONSTITUCIONAL. VIOLAÇÃO AO SISTEMA RECURSAL. NÃO
CONHECIMENTO. 1. A via eleita revela-se inadequada para a
insurgência contra o ato apontado como coator, pois o ordenamento
jurídico prevê recurso específico para tal fim, circunstância que impede
o seu formal conhecimento. Precedentes. 2. O alegado
constrangimento ilegal será analisado para a verificação da eventual
possibilidade de atuação ex officio, nos termos do artigo 654, § 2º, do
Código de Processo Penal. HOMICÍDIO. EXCLUSÃO DA
QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE. INCOMPATIBILIDADECOM
O FEMINICÍDIO. NÃO OCORRÊNCIA. NATUREZA DIVERSA DAS
CIRCUNSTÂNCIAS EM QUESTÃO. ILEGALIDADE NÃO
CARACTERIZADA. 1. Conquanto o § 1º do artigo 413 do Código de
Processo Penal preveja que "a fundamentação da pronúncia limitar-
se-á à indicação da materialidade do fato e da existência de indícios
suficientes de autoria ou de participação, devendo o juiz declarar o
dispositivo legal em que julgar incurso o acusado e especificar as
circunstâncias qualificadoras e as causas de aumento de pena", não
há dúvidas de que a decisão que submete o acusado a julgamento
pelo Tribunal do Júri deve ser motivada, inclusive no que se refere às
qualificadoras do homicídio, notadamente diante do disposto no artigo
93, inciso IX, da Constituição Federal, que impõe a fundamentação de
todas as decisões judiciais. 2. No caso dos autos, depreende-se que
as instâncias de origem fundamentaram adequadamente a
preservação das duas circunstâncias qualificadoras do crime de
homicídio atribuído ao recorrente,
17
reportando-se aos pressupostos fáticos que autorizam a sua
apreciação pelo Tribunal do Júri. 3. As qualificadoras do motivo
torpe e do feminicídio não possuem a mesma natureza, sendo
certo que a primeira tem caráter subjetivo, ao passo que a
segunda é objetiva, não havendo, assim, qualquer óbice à sua
imputação simultânea. Doutrina. Precedentes. 4. Habeas corpus
não conhecido. (STJ - HC: 430222 MG 2017/0330678-6, Relator:
Ministro JORGE MUSSI, Data de Julgamento: 15/03/2018, T5 -
QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 22/03/2018)

3.1.3 Natureza híbrida do feminicídio

Há, ainda na doutrina, juristas que postulam o feminicídio ter natureza híbrida.
Ora objetiva, ora subjetiva, desta forma consideram o feminicídio na hipótese do
incio I, ou seja, quando envolver violência doméstica e familiar, como sendo objetivo
e segunda hipótese, quando o crime se der em razão de menosprezo ou discriminação
à condição de mulher (inciso II, § 2ª-A, art. 121 de CP).

Everton Zanella, Márcio Friggi, Marcio Escudeiro e Virgílio Amaral (2015, p. 5)


defendem esse posicionamento. Confere-se.

A primeira ilação obtida da análise do conceito jurídico de violência


doméstica e familiar é que, nessa vertente, a qualificadora tem
natureza objetiva. Com efeito, embora a disposição remeta à noção de
motivação (“em razão da condição de sexo feminino”), as definições
incorporadas pela Lei Maria da Penha sinalizam contexto de violência
de gênero, ou seja, quadro fático-objetivo não atrelado,
aprioristicamente, aos motivos determinantes da execução do ilícito.

Neste caso o conceito de violência doméstica e familiar está diretamente


vinculado ao artigo 5º da Lei Maria da Penha, ou seja, sua definição esta claramente
positivada desta forma se limita pela natureza objetiva dessa qualificadora.

Quando o crime envolver menosprezo ou discriminação à condição de mulher,


será subjetiva, uma vez que essa hipótese é aberta e não possui referência normativa
na legislação penal. Assim sendo somente o julgador poderá estabelecer se o crime
ocorreu ou não com menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
18

4 CONCLUSÃO

O presente trabalhou buscou apresentar um breve histórico do crime de


feminicídio, inicialmente abordando como ele surgiu no ordenamento jurídico
brasileiro e a importância que os movimentos sociais feministas tiveram nesse
processo. Vimos que o advento do feminicídio no ordenamento representa uma
importante conquista das mulheres na sociedade atual, sua eficácia ao combate à
violência contra a mulher, é um dos maiores desafios existentes, uma vez que ao
analisarmos os dados disponíveis é possível verificar que ainda temos muito a evoluir.

Posteriormente, entramos no cerne do presente trabalho que se objetivou a


analisar e apresentar as caracterísitca do crime de feminícidio. Vimos que se trata de
uma qualificadora do crime de homicídio, e desta forma foi procedido a análise das
circunstâncias dessas qualificadoras.

Para tanto elencamos no presente trabalho três hipóteses levantadas pela


doutrina, a primeira discutia se o feminicídio era de natureza exclusivamente subjetiva,
a segunda, com maior aceitação entre a doutrina e jurisprudência, objetiva, e por
último a hipóteses discutida por poucos doutrinadores que o crime poderia ter
natureza híbrida, ou seja, objetiva-subjetiva (será objetiva quando envolver violência
doméstica e familiar e subjetiva quando ocorrer menosprezo ou discriminação à
condição de mulher).

Portanto, podemos dizer que o tema ainda não se consolidou e há ainda


bastante espaço para discussão jurídica, para tratar acerca da qualificadora do
feminicídio. Em quepese ainda não existir consenso entre doutrina e jurisprudência, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) vem aplicando a tese de ser, essa qualificadora, de
naturezaobjetiva, por estar consubstanciado conforme o que preconiza no artigo 5º da
Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), sendo que não configura bis in idem o uso
em conjunto da qualificadora objetiva (no caso, o feminicídio) e das qualificadoras
subjetivas (de motivo torpe ou fútil).
19

Importante, por fim ressaltar que o processo de amadurecimento da doutrina


ainda está em curso e diversos são os posicionamentos. Entretanto o tema deve ser
discutido com sabedoria e parcimônia, mas de forma célere, a fim de se firmar
entendimento capaz de dar maior eficiência ao ato normativo, de sorte que possamos
reduzir de forma significativa os indíces de feminicídio e abandonar devez o nefasto
ranking de 5º maior índice de feminicídio no mundo.
20

5. REFERÊNCIAS

Agência câmara de notícias, lei do feminicídio faz cinco anos, 09 de março de 2020,
Disponível em:<https://www.camara.leg.br/noticias/643729-lei-do-feminicidio-faz-
cinco-anos/> Acesso em 18 Abr 2022.
BIANCHINI, Alice. “A Qualificadora do Feminicídio é de Natureza Objetiva ou
Subjetiva?”;

BITENCOURT, Cezar Roberto. “Código Penal Comentado” (Editora Saraiva, 9ª


edição);

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 5 de outubro de 1988.


Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF 05 out 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> acesso em
18 Abr 2022.
BRASIL. DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro, 7 de dezembro de 1940; 119º da
Independência e 52º da República. mDisponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm> acesso em
18 Abr 2022.
BUSATO, Paulo Cesar. “Direito Penal” (Editora Atlas, 2013);

CHUCHRYK, Patricia; ALVAREZ, Sonia E.; STEMBACH, Nancy Saporta. Feministas


na América Latina: de Bogotá a San Bernardo. Revista Estudos Feministas,
Florianópolis, v. 2, n. 2, p. 43-59, jul./dez. 2000. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/16213>. Acesso em: 19 Abr2022;

CUNHA, Rogério Sanches. STJ: Qualificadora do feminicídio tem natureza objetiva,


Meu Site Jurídico 2018. Disponível em:<
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/04/05/stj-qualificadora-
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CUNHA, Rogério Sanches. Manual de Direito Penal: Parte Especial (arts 121 ao 361).
8. ed. Rio de Janeiro: JusPodvim, 2017

GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: parte especial, volume II: introdução à teoria
geral da parte especial: crimes contra a pessoa. 14. ed. Niterói (RJ): Impetus, 2017.
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NUCCI, Guilherme de Souza. Código Penal comentado. 17. Ed. Rio de Janeiro:
Forense, 2017.
21

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https://www.ucs.br/site/midia/arquivos/ebook-conceitos-formas_3.pdf. Acesso em: 18
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Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em:
https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/122/edicao-1/genero-e-direito. Acesso
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Ministério Público do Estado de São Paulo. São Paulo, 02 de junho de 2015.
Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_criminal/Artigos.
Acesso em: 12 abr 2022.

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