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Com a desistência do Fera no ataque a Luís Galvão, Ribeiro teve uma ideia que lhe
agradou ainda mais: vendo a felicidade que habitava a fazenda das Palmas, decidiu que
uma vingança perfeita seria não só a morte do homem, mas também a tomada de seu lugar
na família. Tanto que Jão, na ocorrência da emboscada na Ave-Maria, estava prestes a
lançar Barroso pelo penhasco, mesmo sem um motivo claro – apenas não o fez pelo
surgimento da cascavel no mesmo momento.

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Na mesma hora chega Afonso junto às meninas perguntando o que elas cochichavam e
brincando que daria um beijo em Berta. Como passava muito tempo sem resposta de Berta,
Afonso olha pela fechadura onde vê a menina caída ao chão, com a cascavel próxima. Na
mesma hora ouve-se um grito no meio do canavial.
Voltamos à cena de Berta prestes a entrar na alcova de Linda, onde Brás havia colocado
uma cascavel.
Tenta arrombar a porta, mas, sem sucesso, vai ao terreiro para entrar pela janela.

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Estava junto ao seu seio quando a menina caiu no letargo (desmaiou).
Berta havia se trancado no quarto pensando em sair pela janela, brincando com Linda e
Afonso. Mas assim que entrou no quarto viu a cascavel que se armava para o bote.

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O barulho aumentava, vinha da mata, Quicé percebeu do que se tratava: eram queixadas
(porcos-do-mato).
Pegou o bicho e pulou para o terreiro, correndo pelo canavial, desengonçado, gritando,
com a cobra se debatendo.
Os bichos vieram num enorme bando destruindo tudo o que encontravam, tinham restos de
carne em seus focinhos e garras. Enquanto Linda e Afonso tentavam, sem sucesso,
arrombar a porta do quarto, Brás pulava desesperadamente para alcançar novamente a
janela. Ali se iniciou um barulho estranho, parecendo um trovão, apesar do céu limpo
naquele dia.

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O Fera já tomava o caminho de uma árvore quando a menina viu que o preto continuava à
mercê das bestas e pediu que seu herói também o ajudasse. Jão pediu que a menina o
aproximasse de sua boca e apenas com os dentes o capanga preparou a arma.
Cruzaram, no entanto, com o bando de queixadas que se enfureceram, atacando os cães e
alguns dos homens, saindo em disparada.
O homem já sofria alguns ferimentos quando pediu que Berta pegasse sua garrucha (um
tipo de arma de fogo) em seu bolso.

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Mas o capanga não ligava para tal perigo e, pelo contrário, acreditava que aquilo lhe dava
segurança: havia um seixo (um fragmento de rocha) próximo à sua cama que sustentava o
lugar e, com um empurrão, destruiria seu esconderijo – isso ele usaria no caso de não
conseguir escapar de uma emboscada: O lugar era fruto de um desabamento do rochedo
que, apoiando-se em outras pedras e numa árvore que ali crescera, formou um teto, sob o
qual João se abrigou.

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Apenas uma pedra rolou de dentro da gruta – o suficiente para fazer o “valente” Suçuarana
esconder-se entre as árvores.
Enquanto Pinta e seus capangas decidiam como agiriam, ouviram do outro lado da caverna
mais tiros e um brado de homem. Logo após entrarem, na mata ao redor surgiram canos de
espingarda: estava formado o cerco.
Logo pensaram que seria Jão, atacado ao tentar sair por outro lugar.

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Após entrarem na caverna Jão soltou Berta, empurrou uma grande pedra que fechou a
entrada e percebeu que estavam cercados. Absorto em seus pensamentos, controlando
seus desejos, Jão andava de um lado para o outro, enquanto Berta via por uma fresta as
armas preparando-se para os disparos.
Naquele momento Jão chegou a pensar em derrubar o seixo que sustentava a caverna:
daria fim a ambos, veria Berta morrer, mas, diferente de Besita, a garota estaria unida a ele,
sem amar a outro.

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Berta corria contente, atravessando os cafezais, por sentir que cumpriu seu objetivo, afinal
salvou Jão Fera.
Percebendo que estava sendo seguida, a garota corria mais rapidamente, até que foi
alcançada e agarrada: era Afonso. O menino fez que a beijaria e a garota fechou os olhos.
Mas quando os abriu, sem o esperado beijo, Afonso estava sem graça, perguntando se ela
o queria bem.
Após muito discutirem, Berta aceitou dar um beijo no garoto, que fechou os olhos. A
menina, no entanto, deu-lhe um peteleco na orelha e saiu correndo.
Afonso ressentiu-se com a brincadeira da garota, que percebendo a tristeza do menino,
abraçou-o junto ao peito. Surgiu Miguel.

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A menina afirmou que também o queria bem, mas como irmão – e irmãos não se casam.
Berta avisou que Afonso poderia ir embora sozinho, queria falar com Miguel.
Questionando por que ele estaria estranho, Miguel afirmou que queria bem a Inhá.

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Era noite de São João: a fogueira crepitava, damas e cavalheiros dançavam quadrilha, os
rapazes preparavam-se para brincadeiras.
A pólvora estava no peito da boneca, por isso brincavam que era preciso acertar o coração
da garota.
Afonso e Miguel estavam no grupo de jovens que iria iniciar os tiros em direção à boneca,
com o objetivo de estourá-la.

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A menina perguntou se ele iria tentar pegar flores na bola e ele fez menção que iria para
agradá-la. Logo os rapazes iniciariam outra atividade: a bola que continuava sobre o mastro
estava repleta de doces, flores e frutos. Havia garotos que, quase alcançando a bola,
caíam; outros que nem sequer sair do chão; Os garotos tinham que subir pelo pau que, de
tão fino, tornava a tarefa quase impossível.

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